www.uniaonet.com/amsbamsuruwaha2.htm



http://suruwaha.blogspot.com Existem outros túmulos vazios!"
 
Brasília, domingo de Páscoa.
Queridos amigos,
 
"Existem outros túmulos vazios!"
 
Suzuki e eu passamos a manhã de páscoa conversando com a Kamiru Kamayurá, uma dessas heroínas que temos conhecido ultimamente. Enquanto nos lembramos das mulheres que chegaram ao túmulo de Jesus e encontraram-no vazio, ouvimos a história dessa mulher, que abriu um túmulo e conseguiu arrancar com vida um bebê recém-nascido. Isso mesmo, Kamiru desenterrou um nenino que tinha sido rejeitado por sua mãe logo ao nascer.
 
Nascido filho de uma adolescente solteira, Amele teve seu cordão umbilical cortado bem rente e foi em seguida enterrado vivo. Kamiru ficou escondida na mata esperando as pessoas se afastarem. Depois, com a ajuda de uma tia, desenterrou o menino. Limpou a terra e tentou estancar o sangue, que jorrava sem parar. O menino perdeu muito sangue, estava muito fraquinho e ela pensou que talvez ele não sobrevivesse. Mas mesmo assim se apegou a ele e fez o que pode para mantê-lo vivo. Conseguiu sair com ele da aldeia isolada onde morava, no parque Xingu, e trouxe-o para a cidade, em busca de ajuda médica.
 
Hoje Amele já tem dois anos.  Ele e sua mãe adotiva passaram a maior parte desses dois anos de hospital em hospital, lutando contra anemia profunda e contra leucemia, aparentemente causadas pela forte hemorragia nas primeiras horas de vida. Cada vez que voltam para o Xingu a saúde do menino fica tão debilitada que eles acabam tendo que voltar para a cidade. Lembre-se de Amele nesta páscoa. Peça a Deus por sua saúde debilitada, pelo sucesso de seu tratamento, por forças e recursos para que Kamiru continue sua luta. Se algum de vocês desejar ajudar Amele mais diretamente entre em contato conosco.
 
Hoje comemoramos o milagre da ressurreição de Jesus. Ele saiu do túmulo e nos garantiu vida. Mas apesar disso, ainda nos dias de hoje, muitas crianças precisam ser arrancadas do túmulo por heroínas anônimas. São mulheres corajosas que desafiam tradições em nome da vida. Elas estão espalhadas pelas aldeias desse Brasil, lutando sozinhas. Mas muitas vezes essas heroínas não conseguem garantir a sobrevivência dessas crianças. Junte sua voz à delas. Vamos apoiá-las e assim comunicar a ressurreição de Jesus de uma maneira bem significativa.
 
Suzuki e Márcia _ ATINI - voz pela vida

29/03/06 Convite e sugestão de pauta para ser distribuída à imprensa e mídia em geral. Divulgue por favor.
 
 
 
DA FLORESTA À CIDADE: UM APELO À VIDA DE TODAS AS CRIANÇAS
 
Pelo direito das crianças indígenas deficientes/doentes receberem tratamento de saúde, em alternativa
ao infanticídio nas tribos.
 
 
 

Manifesto dia 23, às 18 horas, durante a COP8
Local: Tenda do Forum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais - FBOMS
 
ExpoTrade, Curitiba/PR.
 
 
Em 2005 iniciou-se a saga de famílias suruwahá, brasileiros indígenas, em busca de tratamento médico para as crianças Iganani, Tititu e Ahuhari. O caso dramático dessas crianças tornou-se nacional e internacionalmente conhecido e despertou autoridades e a sociedade para a questão do infanticídio em tribos brasileiras, tendo sido publicado em Boletim da Associação Médica Internacional.
 
 
 
A tribo suruwahá é uma das tribos que tradicionalmente sacrifica crianças que possuem deficiências físicas, mas nos casos acima mencionados as famílias decidiram, com o apoio do chefe da tribo, salvar essas crianças e buscar uma solução na medicina dos “brancos”.
 
 
 
Tititu, nascida com hiperplasia congênita de supra-renal (pseudo-hermafroditismo), foi operada em São Paulo e voltou para a aldeia em dezembro de 2005, onde foi bem aceita e recebida com alegria pela tribo. Iganani, nascida com paralisia cerebral, estava fazendo tratamento no DMR (USP-HC) em São Paulo e estava tendo progresso. Recebeu licença para visitar os parentes na tribo em dezembro de 2005 e deveria retornar para continuar o tratamento em SP no mês de fevereiro. Na aldeia sua mãe ainda enfrentou dificuldades, pois alguns parentes queriam que ela fosse sacrificada. A mãe voltou para a cidade em fevereiro, disposta a continuar o tratamento da filha. A família de Tititu veio também para fazer acompanhamento com o endocrinologista. A outra criança que está sendo acompanhada é o Ahuhari, irmão de Iganani que tem problemas de crescimento. As duas famílias foram retiradas da área indígena em fevereiro de 2006 pela FUNASA. Os suruwahá são índios semi-isolados e têm o direito de contar sempre com a presença de intérpretes em suas relações com o mundo de fora.
 
 
 
Lamentavelmente a continuidade do tratamento iniciado em São Paulo atrasou, por questões burocráticas e outras, ainda por esclarecer, pondo em risco as famílias suruwahá. As crianças poderiam ser mortas na aldeia e os adultos se suicidariam em conseqüência. Mesmo assim as dificuldades foram inúmeras com FUNASA e FUNAI, e então iniciou-se um movimento no país e fora, a fim de chamar a atenção das autoridades sobre o direito dos índios de tratarem seus filhos e serem justa e adequadamente atendidos pelas instituições responsáveis, além de terem seu direito a intérprete respeitado.
 
 
 
Márcia Suzuki, Etnolingüista, é uma das poucas pessoas que falam a língua suruwahá no país, e tem recebido apoio da Comissão de Direitos Humanos do Congresso, dentre outras entidades, em sua luta para acompanhar de perto a situação dos índios, particularmente de Muwaji e Iganani, e lutar por seus direitos à saúde e à vida.. A Associação Médicos Internacional também apoiou a causa, por meio de publicação do caso em seu último Boletim Internacional.
 
Sabe-se que o conhecimento dos muitos grupos indígenas brasileiros tem sido utilizado há séculos para produção de medicamentos e para tratamento de diversas doenças. A situação dos suruwahá é simbólica e representativa da condição dos povos indígenas que têm contribuído por gerações, com o desenvolvimento da medicina da sociedade moderna, mas que não desfrutam facilmente de seus benefícios e avanços quando precisam. As razões deste problema têm sido discutidas mais amplamente após a repercussão do caso suruwahá e esforços estão sendo feitos por vários segmentos da sociedade, para superar as dificuldades e afirmar o direito humano dos indígenas brasileiros.
 
Por esta razão, justamente na 8ª Conferência das Partes, onde se discute diretrizes para a Diversidade Biológica no Planeta, haverá um ato público de conscientização e manifesto sobre a necessidade de oferecer alternativa ao infanticídio nas tribos que desconhecem a cura de determinadas doenças. Estarão presentes Márcia Suzuki, Etnolingüista e intérprete dos suruwahá, além de representantes da Comissão de Direitos Humanos do Congresso.
 
Será feito manifesto de apoio à causa de Muwaji, mãe da menina Iganani, de dois anos, que após muito esforço junto a autoridades, conseguiu atendimento para a filha no Hospital Sarah Kubitschek em Brasília. Durante o manifesto também será lançado o Movimento ATINI - voz contra o infanticídio nas tribos.
 

Espera-se grande número de manifestantes, tendo em vista a polêmica gerada pelo episódio e a presença de entidades de direitos humanos indígenas presentes na COP8, além de meios internacionais de comunicação e do apoio do Forum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais - FBOMS.
 

Todos os segmentos da sociedade estão convidados a participar e juntar sua voz contra o infanticídio nas tribos.
 
Contatos
Liz- (41) 3372-3200 e Márcia Suzuki (Via_Nilto)

March 10, 2006 _ hoje é aniversário da Iganani Queridos amigos, > >Chuva de Justiça! > >Ontem caiu uma tempestade aqui em Manaus no momento que Suzuki estava >sendo levado de carro pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos >Deputados para a CASAI aqui em Brasília. Depois de proibido pela FUNASA de >Manaus de ter qualquer contato com o a família suruwaha, Suzuki acabou >sendo levado às pressas pelas autoridades para atuar como intérprete >novamente. É mesmo hora de cair chuva de justiça sobre essa nação! > >A emissora de TV Record tem mostrado com imparcialidade e competência o >drama da família de Muwaji nesses dias. Além disso, vários pronunciamentos >têm sido feitos por deputados em favor da família suruwaha. Muwaji foi até >homenageda na Câmara dos Deputados no Dia Internacional da Mulher - uma >mulher forte e corajosa, capaz de enfrentar duas sociedades diferentes >para salvar a vida de sua pequena filha Iganani. Autoridades e a sociedade >em geral têm estado indignadas com a forma desumana como essa família vem >sendo tratada. Ao mesmo tempo, nossa missão tem sido atacada na mídia e >ameaças não param de surgir. > >Queremos comemorar as vitórias alcançada até agora: a primeira é que >Iganani escapou da morte e foi trazida a Brasília para tratamento médico. >A segunda é que o direito dos suruwaha de contar com um intérprete acabou >sendo respeitado e Suzuki já está morando novamente na CASAI com eles. Mas >ainda precisamos continuar na luta. Precisamos garantir o tratamento da >Iganani no Hospital Sarah Kubitscheck e a FUNASA precisa respeitar a >cultura dos suruwaha e permitir que eles morem numa casa separada dos >demais indígenas. > >Agora à tarde (10) estou acompanhando uma comitiva da Comissão de >Direitos Humanos da Câmara dos Deputados que vai ao Hospital Sarah >Kubitscheck solicitar a imediata internação da Iganani e alojamentos para >a família durante esse período de exames. > >Continuem conosco, seu apoio é muito importante para que a pequena Iganani >continue viva e para que sua mãe continue encontrando forças para lutar. >Hoje Iganani completa dois aninhos! > >Edson e Márcia Suzuki

Tercio Obara : continuar a orar _ 11 Mar 2006 ol'a pessoal continuemos a interceder pelos missionarios e pelo Governo Brasileiro para que haja justi'ca para os indios brasileiros e, em especial, para os Suruwaha em Cristo Tercio Obara ( PedroCL)

http://ultimosegundo.ig.com.br   Agencia Brasil _ 13/03/06 Ministério Público não encaminha pedido para expulsar missionários do sul do Amazonas
 

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil
 
Manaus – O Ministério Público Federal decidiu não encaminhar pedido para retirada do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) nem da Jovens Com Uma Missão (Jocum) da terra indígena Suruahá, no sul do estado de Amazonas.
 
 
 
Leia abaixo o texto 
 
 
A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) havia apresentado o pedido, para que o Ministério Público movesse uma ação. A Funasa pede a retirada dos missionários, porque considera que a evangelização estaria agredindo culturalmente os indígenas.
 
Em entrevista à Agência Brasil, o procurador André Lopes Lasmar, do Ministério Público Federal, afirmou que o pedido não será repassado. "Não se trata de brigar com católicos ou evangélicos. Mas sim de garantir a presença do Estado na área, com profissionais capacitados para lidar com essa etnia", ponderou Lasmar, que é representante no Amazonas da Sexta Câmara de Coordenação e Revisão (Índios e Minorias). "Os missionários ainda cumprem um importante papel de tradutores".
 
O Cimi atua no território Zuruahá – que fica em Tapauá, no sul do Amazonas – desde 1980; a Jocum, desde 1984. De acordo com Lasmar, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Funasa só começaram a se fazer presentes na região a partir de 1993 – ainda assim, esporadicamente, principalmente em épocas de vacinação. Francisco Ayres, coordenador estadual da Funasa, reconheceu na semana passada que apenas há três meses um enfermeiro e dois técnicos em Enfermagem moram na área – e se comunicam com os indígenas por meio de sinais. Ayres diz ainda que não há nenhum indício de má conduta ou agressão cultural por parte dos missionários do Cimi. "Eu pedi a saída das duas missões por uma questão de Justiça, para que não digam que estou privilegiando uma delas."
 
Lasmar afirmou que, desde 2003, há uma recomendação do Ministério Público Federal para que a Funai e a Funasa retirem do território Zuruahá pessoas não autorizadas (o que incluía tanto os missionários do Cimi quanto os da Jocum). "Ainda que a tutela seja questionada por muitas organizações, a lei determina que, em qualquer território indígena, a presença de não-indígenas deve ser autorizada pela Funai", argumentou. "No caso dos Zuruahá, o contato recente e a maior vulnerabilidade à interferências culturais justificam nossa preocupação".
 
O procurador contou que a recomendação não foi cumprida porque o Cimi entrou com um recurso contra ela. "A Sexta Câmara então entendeu que a saída abrupta dos missionários poderia ser prejudicial aos Suruahá, porque já há vínculo afetivos e eles se tornaram uma referência para esse povo", relatou. "Mas a permanência deles deve estar condicionada à presença do Estado na área. Quando ficam sozinhos, há o risco de ocorrer proselitismo ( evangelização )".
 
De acordo a Funasa, o povo Suruahá é composto hoje por 137 pessoas. Dados do Cimi e da Jocum revelam que nos últimos 2,5 anos 28 indígenas dessa etnia se suicidaram bebendo um veneno fabricado por eles próprios, a partir do sumo da planta timbó. ( Via_Nilto)

RELATÓRIO SOBRE O ATENDIMENTO MÉDICO
ÀS CRIANÇAS SURUWAHA
 
Manaus, 03 de março de 2006
 
O presente relatório, elaborado por Edson e Márcia Suzuki, missionários da JOCUM que atuam na defesa dos direitos dos suruwaha, descreve as atividades da FUNAI e da FUNASA com relação ao tratamento médico das crianças suruwaha Iganani, Tititu e Ahuhari. O caso dramático dessas crianças tornou-se nacionalmente conhecido na ano passado, através do programa Fantástico, veiculado pela rede Globo. A tribo suruwaha tradicionalmente sacrifica crianças que possuem deficiencias físicas, mas nesses casos as famílias das crianças decidiram, com o apoio do chefe da tribo, salvar essas crianças e buscar uma solução na medicina dos “brancos”.
 
Tititu, nascida com hiperplasia congênita de supra-renal (pseudo-hermafroditismo), foi operada em São Paulo e voltou para a aldeia em dezembro de 2005, onde foi recebida com alegria e foi bem aceita pela tribo. Iganani nascida com paralisia cerebral, estava fazendo tratamento no DMR (USP-HC) em São Paulo e estava tendo progresso. Recebeu licença para visitar os parentes na tribo em dezembro e deveria retornar para continuar o tratamento em SP no mês de fevereiro. Na aldeia sua mãe ainda enfrentou dificuldades, pois alguns parentes queriam que ela fosse sacrificada. A mãe voltou para a cidade em fevereiro, disposta a continuar o tratamento da filha. A família de Tititu veio também para fazer acompanhamento com o endocrinologista. A outra criança que está sendo acompanhada é o Ahuhari, irmão de Iganani que tem problemas de crescimento. As duas famílias foram retiradas da área indígena em fevereiro de 2006 pela FUNASA. Os suruwahá são índios semi-isolados e têm o direito de contar sempre da presença de intérpretes em suas relações com o mundo de fora.
 
Esse relatório descreve as ações da FUNAI e da FUNASA referentes ao tratamento de saúde dessas crianças durante os primeiros meses do ano de 2006.
 

I - Relatório das conversas realizadas em janeiro via telefone, fax e radiofonia antes da saída das famílias da área indígena
 

Dia 23 de janeiro (Segunda-feira)
 
Na Segunda feira, dia 23 de janeiro, a missionária Marcia ligou para o DSEI de Lábrea pedindo informações sobre a situação de tratamento médico das crianças Iganani, Tititu e Ahuhari suruwahá. Foi informada pela enfermeira Luciana que a familía de Iganani deveria sair da aldeia na dia primeiro de fevereiro para tratamento na cidade, mas que não sabia ainda para qual cidade a família seria enviada para o respectivo tratamento. Informou também que ela, Luciana, estaria entrando na aldeia na manhã seguinte (dia 24) de barco com uma outra pessoa para permanecer por um mês na área indígena. Informou também que a família de Tititu seria retirada da área indígena no dia 15 de fevereiro para acompanhamento médico. Ao ouvir isso, a missionária Márcia indagou sobre a possibilidade dos exames de Tititu serem feitos na própria área indígena, pois ela estava presente como intérprete na última consulta médica no HC em São Paulo, e sabia que a endocrinologista havia mencionado tal possibilidade. A enfermeira Luciana respondeu que não tinha conhecimento que o material para o exame de sangue poderia ser colhido na própria aldeia, evitando assim a saída de toda a família. Disse também que não sabia qual seria o tipo de exame necessário para o acompanhamento médico de Tititu e pediu que Márcia entrasse em contato com o sr. Daniel, chefe do DSEI, que provavelmente teria mais informações.
 
Em seguida Márcia entrou em contato com Daniel e esse respondeu que a saída das crianças com suas respectivas famílias já estava sendo providenciada, mas que ela não sabia onde o tratamento médico das mesmas seria feito. Quanto ao exame da Tititu ele não sabia que tipo de exame estava prescrito para ela. Em seguida a missionária Marcia entrou em contato com a CASAI-SP e falou diretamente com a enfermeira Fátima, chefe da administração. Essa disse que não tinha mais nenhuma notícia sobre os suruwahá e que estava aguardando alguma comunicação a respeito do retorno de Iganani para continuar o tratamento no DMR, pois a data da dispensa já estava vencendo. Marcia lhe perguntou se ela sabia quais seriam os exames prescritos para Tititu e se poderia passar essas informações para a enfermeira Luciana, do DSEI de Lábrea. Logo em seguida as enfermeiras Fátima de São Paulo e Luciana de Lábrea conversaram por telefone sobre essa situação.
 
Mais tarde a enfermeira Luciana ligou novamente para a missionária Marcia dizendo que tinha falado com a enfermeira Fátima, mas que esse última não sabia que exames deveriam ser feitos para o acompanhamento médico da Tititu e que esses dados deveriam estar no prontuário que acompanhara a paciente. Luciana acrescentou que Fátima lhe passara os dados da doença de Tititu (hiperplasia congênita de supra-renal – CID E27.8). Luciana passou esses dados para a missionária Marcia por telefone e lhe pediu que ela entrasse em contato com o médico para indagar sobre os exames.  Márcia anotou os dados e tentou falar com o Dr. José Roberto, em Porto Velho, que já atendera a menina Tititu no ano passado, para pedir informações sobre os exames necessários para o acompanhamento da mesma. Como Dr. José Roberto estava de férias, Márcia resolveu ligar para a assistente social do HC em São Paulo. Falou com a assistente Social Gerlani e perguntou se ela poderia conseguir essa informação com a equipe de endocrinologia infantil que acompanhou a Tititu em São Paulo. Gerlani concordou e  pediu um prazo até a manhã seguinte para conseguir as informações com o departamento de endocrinologia .
 
No tarde do mesmo dia a missionária Marcia ligou para o Dr. José Maria da FUNASA em Brasília dizendo que as informações com relação ao tratamento das crianças suruwahá estavam desencontradas e que estávamos preocupados com o risco dos prazos para os procedimentos serem vencidos e o tratamento das crianças ser prejudicado. Márcia acrescentou que  a injeção de hormônio do menino Ahuhari já estava atrasada algumas semanas. Cerca de uma hora depois o Dr. José Maria ligou dizendo que todas as providências já estavam sendo tomadas pela FUNASA de Manaus e nos recomendou que entrássemos em contato com o Francisco Ayres, em Manaus, que estava cuidando do caso. Dr. José Maria pediu também que entrássemos em contato com ele caso tivéssemos alguma dúvida ou problema.
 
Algumas horas depois a enfermeira Luciana, do DSEI de Lábrea, voltou a ligar para o Suzuki para saber se o Moisés (missionário da JOCUM que estava atuando na área suruwaha como intérprete a pedido do DSEI de Lábrea) estava entrando em contato com a base de JOCUM de Porto Velho via rádio. Ela disse ao Suzuki que os planos tinham mudado e que ela não viajaria mais de barco, como previsto. Disse que a FUNASA de Manaus estaria enviando a injeção do menino Ahuhari de hidro-avião para Lábrea, e que depois, no mesmo hidro-avião, levaria ela e a colega até o Riozinho, próximo da área suruwahá. Isso deveria acontecer no dia 25 (Quarta-feira). Mas que para que isso acontecesse o Moisés deveria ir buscá-los de canoa no local onde o hidro-avião os deixaria na Quarta-feira. Suzuki respondeu que Moisés e a base  não conseguiam contato por rádio havia vários dias e que ele não tinha como avisar  que eles iriam de hidro-avião e que precisavam da canoa no Riozinho. Se não fosse possível estabelecer contato com Moisés via rádio até o dia 24 (Terça-feira) isso inviabilizaria a operação via hidro-avião.
 
Dia 24 de janeiro (Terça-feira)
 
No dia 24 pela manhã, a Gerlani do HC entrou em contato com a base de JOCUM e falou com o missionário Suzuki, passando a ele as especificações  dos exames que Tititu precisa fazer, a saber
1. ACTH
2. 17 hidroxiprogesterona
3. Na
4. K
5. Testosterona
6. Androstenediona
7. Atividade plasmática de renina
8. Dehidroediandrosterona
 

Dia 25 de janeiro (Quarta-feira)
 
Na tarde do dia 25 a enfermeira Luciana, do DSEI de Lábrea, ligou para o Suzuki dizendo que estaria viajando para a área indígena de barco na madrugada do dia 26, e que seguiria sem o hormônio de Ahuhari, pois o referido medicamento ainda não havia chegado em Lábrea. Ela pediu também ao Suzuki, que assim que conseguisse falar com Moisés por rádio, pedisse que o mesmo permanecesse na área aguardando a chegada da equipe, prevista para o dia 28 ou 29 (Sábado ou Domingo). Em seguida Suzuki lhe passou a lista de exames hormonais referentes ao tratamento da Tititu.
 
Algumas horas depois, Suzuki ligou para o Dr. Francisco Ayres, coordenador da  FUNASA no estado do Amazonas, para pedir mais esclarecimentos sobre os encaminhamentos para o tratamento das crianças suruwahá. Dr. Francisco respondeu que já havia uma consulta marcada para uma das crianças, talvez a que tinha paralisia cerebral,  para o dia 12 de fevereiro em Manaus, e que a CASAI de Manaus já havia separado um local específico para hospedar os suruwahá. Como o Dr. Francisco não soube responder ao certo a qual das crianças estava se referindo, ficou de enviar um documento com as informações por fax logo em seguida.
 
O referido fax não chegou, mas logo em seguida a enfermeira Neusa, da FUNASA de Manaus entrou em contato com a JOCUM para prestar esclarecimentos. Falou com a missionária Márcia e disse que toda a situação estava sob controle, que as duas famílias suruwahá estavam sendo encaminhadas para a CASAI de Manaus para avaliação e continuidade do tratamento. A enfermeira Neuza explicou a Marcia que a índia Tititu tinha consulta marcada em Manaus para o dia 12 de fevereiro. Marcia perguntou se ela tinha conhecimento que o exame de contagem hormonal deveria ser feito no dia 27 de janeiro, ao que Neuza respondeu não ter conhecimento. Disse que não tinha em mãos nenhum documento que comprovasse essa data, e pediu que se nós da JOCUM tivéssemos algum documento nesse sentido, que fosse enviado a FUNASA de Manaus. Acrescentou também que o Dr. André Lasmar, Procurador da República, estava cuidando do caso pois tinha interesse pessoal na questão dos suruwahá. Quando indagada sobre o atraso na aplicação da injeção do menino Ahuhari, que não havia sido feito até aquela data, Neuza respondeu que o atraso deu-se por que o medicamento não foi encontrado no Estado do Amazonas, e que nem com dinheiro eles conseguiram adquirir o mesmo. Mas que agora ela já tinha conseguido o medicamento e que o mesmo seria enviado no dia seguinte (26) de avião para ser entregue a equipe do DSEI de Lábrea. Quanto à Iganani, Neuza afirmou que não havia nada no relatório da CASAI-SP dizendo que ela teria que voltar para São Paulo. Que havia apenas uma recomendação de que ela fizesse fisioterapia, sem especificação de local.
 
Dia 26 de janeiro (Quinta-feira)
 
Moisés entrou em contato pelo rádio às 8 horas da manhã. Informou estar tudo bem na aldeia e disse que a família de Iganani já estava no Riozinho aguardando a viagem para São Paulo. Suzuki avisou então ao Moisés que a equipe de Lábrea ainda estava a caminho de barco e que não sabia se o tratamento da Iganani seria feito em São Paulo, como estava previsto. Moisés disse também que segundo o relatório do Dr. Durval, datado do dia 05 de dezembro de 2005, que consta no prontuário de Tititu, foi recomendado que o acompanhamento médico da mesma fosse feito a cada dois meses no primeiro ano.
 
Em seguida Suzuki ligou para o DSEI de Lábrea e falou com a enfermeira Gabriela, perguntando se ela tinha alguma notícia sobre o local do tratamento da Iganani. Ela respondeu que não sabia, e que a enfermeira que cuida do caso se encontrava em Rio Branco. Gabriela disse que iria falar  o sr. Daniel e que assim que tivesse alguma notícia entraria em contato.
 
A tarde Suzuki ligou para a enfermeira Jackeline, da CASAI-SP, para perguntar a data do último exame de sangue que a Tititu havia feito em SP. Jackeline disse que como a Tititu havia sido enviada para a aldeia com remédio suficiente para três meses, não havia necessidade de se saber a data do exame. Disse que só quando acabasse o remédio é que haveria necessidade de se fazer novos exames. Mas mesmo assim disse que deixaria o relatório de consulta de Tititu com a enfermeira Fátima e recomendou que o Suzuki ligasse no dia seguinte para a mesma.
 
Dia 27 de janeiro (Sexta-feira)
 
No dia 27 à tarde Suzuki ligou para a enfermeira Fátima, da CASAI de São Paulo, perguntando sobre o relatório da enfermeira Jackeline referente a data da último exame de sangue de Tititu. Fátima respondeu que Jackeline não havia deixado nada com ela, mas pediu que o enfermeiro de plantão na casai-SP localizasse o relatorio de consulta da Tititu. Disse que assim que tivesse esse relatório em mãos entraria novamente em contato com o Suzuki. Suzuki perguntou também sobre a situação de Iganani e ela respondeu que até o momento a FUNASA de Manaus ainda não havia entrado em contato com ela.
 
Algumas horas depois, Fátima ligou para a base de JOCUM e falou com a Márcia dizendo que tinha em mãos o  relatório da consulta e do exame de contagem hormonal da Tititu, realizado no dia 27 de outubro. Confirmou saber que os exames devem ser realizados rigorosamente de três em três meses, para que a dose possa ser ajustada, e dos riscos da não observância dessas datas para a vida de Tititu. Logo em seguida Fátima enviou o referido relatório por fax tanto para o DSEI em Lábrea quanto para a base da JOCUM em Porto Velho. Uma cópia desse relatório segue em anexo.
 

 Conclusões
 
• A injeção com hormônio de crescimento que deveria ter sido aplicada no menino Ahuhari, que sofre de nanismo, na primeira semana de janeiro, não foi ainda aplicada.
• A data prevista para o exame de contagem de hormônios da Tititu é hoje, dia 27 de janeiro, e que até o presente momento esse exame não foi realizado.
• Segundo orientação dada pela equipe médica do HC e pelo Dr. Manoel, do Hospital SP, traduzida pela missionária Márcia para os pais da Tititu, se o exame não fosse feito rigorosamente de três em três meses, e a dose do medicamento não fosse rigorosamente ajustada, a menina poderia sofrer perda de sal e vir a óbito em poucos dias.
• A equipe da CASAI-SP ainda não recebeu nenhum comunicado referente a chegada da família de Iganani, sendo que seu retorno para continuidade do tratamento no DMR foi previsto para início de fevereiro, sendo que Iganani não recebeu alta, apenas dispensa de 15 dias.
• Até o momento nenhum dos intérpretes da JOCUM foi contactado para acompanhar o tratamento médico de nenhuma das três crianças quando estiverem fora da área indígena, nem para ajudar no diálogo com as famílias e nas questões de adaptação cultural, sendo que ninguém da FUNAI ou da FUNASA fala a língua e que os suruwahá têm direito a um intérprete que acompanhe todas as consultas e procedimentos médicos.
 
II – Relatório da viagem e do atendimento das crianças suruwahá em Manaus
 
Suzuki entrou na área indígena às pressas, no dia 03 de fevereiro, depois de receber um telefonema do DSEI de Lábrea dizendo que não havia intérprete para acompanhar os suruwahá da área até a cidade de Lábrea, mas que a partir de Lábrea haveria um outro intérprete providenciado pela FUNAI. Chegando em Lábrea, como não havia nenhum outro intérprete, Suzuki teve que acompanhá-los também até Manaus. Chegando em Manaus Suzuki continuou acompanhando os suruwahá, pois não foi providenciado outro intérprete.
 
Ao chegar na CASAI de Manaus os suruwahá não tinham ainda uma casa pronta, como havia sido prometido em conversa telefônica pela enfermeira Neuza. Além de ser muito pequena e não comportar as duas famílias, a casa ainda estava em construção e não havia condições para os suruwahá permanecerem nela. Por isso o adminstrador da CASAI, senhor Adilson, providenciou para que as duas famílias fossem instaladas no seu escritório.
 
Os suruwahá ficaram muito chocados ao descobrirem o local onde deveriam ficar. Ficaram apavorados com a idéia de ter que conviver com uma quantidade enorme de pessoas de diversas etnias, portadores de diversas doenças. Apesar de todo oesforço da equipe da CASAI para fazê-los se sentirem bem, eles não se conformaram com a idéia de ficar ali. Assustados, passavam a maior parte do tempo dentro do escritório, evitando a convivência com os estranhos.
 
No dia 13 de fevereiro Ahuhari tomou a segunda dose do hormônio, com mais um mês de atraso. Nesse mesmo dia houve uma visita do Ministério Público aos suruwahá e ficou decidido que a CASAI providenciaria a construção de um barracão para hospedar os suruwahá.
 
No dia 14 de fevereiro houve uma consulta da Iganani com um fisioterapeuta do CEFRAM. Nessa consulta foram agendadas apenas três sessões semanais de 15 a 20 minutos cada, de fisioterapia.
 
No dia 15 de fevereiro Tititu foi vista pela endocrinologista Dr. Yee Chuen e essa solicitou os exames de sangue para dosagem hormonal e disse que não seria necessário a paciente aguardar o resultado na cidade, já que se encontrava em bom estado. Ahuhari foi atendido também pela mesma doutora e ela pediu novos exames para investigar a causa do problema de crescimento, pois não havia sido enviado para Manaus relatório de nenhum dos procedimentos realizados em SP. O irmão de Tititu também foi examinado por ela, que para descartar todas as possibilidades de problema de crescimento, solicitou uma radiografia de punho para identificar a idade óssea.
 
Em poucos dias na CASAI os suruwaha começaram a apresentar sintomas de resfriado e não receberam nenhum tipo de procedimento para amenizar os sintomas. Os suruwahá ficaram muito irritados porque diziam que estavam doentes e ninguém tratava deles. Em poucos dias a Muwaji começou a ter febre e vômito. Iganani também teve vômitos e desinteria.
 
Durante todo esse tempo Suzuki permanaceu morando na CASAI com os suruwahá, atuando como intérprete e orientando os suruwahá na convivência diária dentro da CASAI, além de acompanhar todas as consultas médicas e exames, na maioria das vezes sem a presença de um técnico da CASAI.
 
No dia 23 de fevereiro, Darcy Azeredo, da JOCUM, passa a acompanhar os suruwahá  e substitiuir o Suzuki nas mesmas atividades.
 
Durante o carnaval Tititu apresentou vômitos e diarréia. Foi levada ao hospital e permaneceu algumas horas e depois teve alta. Ela foi levada ao hospital sem o cartão de corticoterapia, que especifica as mudanças na dosagem hormonal que devem ser feitas no caso de alguma doença ou anormalidade. Além disso, a dose diária de corticóides de Tititu deixarou de ser administrada no horário da manhã pelos técnicos da CASAI no dia 17 (só foi dada mais tarde quando Suzuki solicitou). Apesar disso, no prontuário constava que a dose já havia sido administrada no horáro correto. Poucos dias depois a dose matutina deixou de ser administrada novamente.
 
Ao encerrar  10 sessões de fisioterapia no CEFRAM, Iganani foi encaminhada para uma nova clínica, para continuar as sessões com outro fisioterapeuta. Na consulta consulta com o fisioterapeuta Suzuki perguntou se não havia necessidade de encaminhá-la para outras especialidades. Ele disse que sim, mas como Manaus não tinha todas as especialidades num só local, Iganani teria que ficar indo de uma clínica para a outra para fazer tratamento. Disse que isso seria muito desgastante para a criança, mas mesmo assim indicou uma consulta com um fonoaudiólogo.
 
Com o passar dos dias a tensão foi crescendo entre os suruwahá na CASAI. Eles estavam cada vez mais incomodados por estarem contraindo doenças e por serem forçados a conviver naquelas condições. Pediram inúmeras vezes que fossem transferidos para uma casa onde ficassem só os suruwahá, mas não foram atendidos. Passaram a ficar cada vez mais retraídos dentro do quarto, com medo de doenças e do contato forçado com tantas pessoas de etnias diferentes. No dia  primeiro de março Naru se irritou com seu filho Atiasiu, que queria brincar na calçada fora do quarto, e lhe deu umas varadas. Ficou extremamente triste, pois bater nas crianças é algo muito sério na cultura suruwahá. Frustrado com a situação, entrou no quarto e cortou sua rede de ponta a ponta. Em seguida, sua esposa, também muito transtornada, cortou a sua rede. Esses foram sinais de que a situação está se tornando culturalmente insuportável para os suruwahá. Na aldeia, cortar a rede é um dos últimos recursos antes do suicídio.
 
Devido a toda essa situação, Muwaji estava muito nervosa no dia 2 e conversou com o enfermeiro Isaque da CASAI dizendo que não queria mais ficar lá. Que queria continuar o tratamento da filha sim, mas em outro lugar. Isaque ligou para o Sr. Francisco Ayres, coordenador da FUNASA, e conversou com ele sobre o assunto. Depois retornou dizedo que a resposta do Franscisco era a seguinte, ou ela permanacia na CASAI Manaus ou tinha que voltar para a aldeia.
 
Como Muwaji não tinha mais condições emocionais de permanecer na CASAI,  o Sr. Francisco Ayres decidiu mandar as duas famílias suruwahá de volta para a aldeia imediatamente, num vôo fretado para o dia 03 de março, mesmo sabendo que Iganani corre o risco de ser sacrificada e que Muwaji diz que iria se suicidar. Aji, acompanhante de Muwaji também estava nervoso, dizendo que queria mesmo voltar para a aldeia e se suicidar.
 

 Conclusões
 
• Como índios semi-isolados os suruwahá nunca deveriam ser hospedados numa casa deste tipo. Além de ser inaceitável do ponto de vista antropológico, o risco de contraírem doenças infecto-contagiosas e de transmitirem essas doenças na comunidade é muito grande. Entretanto, a enfermeira Margaret, da FUNASA,  garantiu ao Suzuki que não casos de doenças em estágio de transmissão e que não  há nenhum risco de contágio dentro da CASAI.
• Vinte dias depois da visita do Ministério Público o barracão para hospedagem deles nem começou a ser construído.
• Iganani não foi avaliada por nenhum neurologista, pediatra, fono-audiólogo, terapeuta ocupacional, nem psicólogo em Manaus. Em São Paulo era atendida por uma equipe multidisciplinar e é desse tipo de atendimento que ela necessita para ter progresso no tratamento. Sessões curtas de fisioterapia feitas por um profissional isolado, com vem acontecendo em Manaus, não constituem o tratamento que ela precisa. No caso de Iganani, por causa do risco de infanticídio, deve ser oferecido o que há de melhor em tratamento para paralisia cerebral.
• Não entendemos porque o tratamento de Iganani foi transferido para Manaus, sendo que em SP ela estava sendo mutio bem acompanhada, estava adaptada, tendo progressos. Especialmente porque Manaus não possui uma associação que trate de paralisia cerebral, e difícil entender porque ela não foi encaminhada de volta para dar continuidade ao seu tratamento em SP. No formulário de contra-referência de enfermagem vindo de SP, consta que Iganani deveria retornar em fevereiro ao DMR para dar continuidade ao seu tratamento.
• Não entendemos porque Tititu foi enviada para Manaus, sendo que na cidade não há endocrinologista infantil e o centro mais próximo da área suruwahá é Porto Velho, onde existe um endocrinologista infantil, DR. José Roberto, que já estava acompanhando a Tititu. Se existe endocrinologista infantil em Manaus, a FUNASA não encaminhou Tititu a esse profissional.
• A mãe de Tititu vem sendo treinada desde o ano passado para administrar as duas doses diárias de corticóide para sua filha. Esse procedimento visa criar nela o hábito de dar o remédio, visto que na área indígena não há a presença constante de um técnico que possa fazê-lo. Apesar disso ser de suma importância e de ter sido explicado pelo Suzuki, a enfermeira responsável da CASAI disse que não era possível continuar esse treinamento, e que todos os medicamentos dentro da CASAI tinham que ser administrados pelos técnicos. Depois de quase um mês sem dar o remédio para a filha, tememos que ela tenha perdido o hábito que foi adquirido com meses de treinamento.
• Depois da crise do Naru e de Muwaji, ao invés de ouvir as reivindicações dos suruwahá, o Sr. Francisco Ayres resolveu interromper o tratamento médico e mandá-los de volta para a aldeia. Tomou essa decisão mesmo sabendo que o destino de Iganani na aldeia é o infanticídio e que sua mãe diz que vai se suicidar antes para não vê-la morrer.
 
APELO
 
Apelamos às autoridades brasileiras e a sociedade de um modo geral,  que tome providências para que essas famílias suruwahá recebam um tratamento digno. Que seus direitos sejam respeitados e que suas reivindicações sejam ouvidas. Esperamos que Uniawa não seja forçada que desitir do tratamento de sua filha. Se Iganani vier a ser sacrificada na tribo, isso terá acontecido não por falta de esforço da sua mãe para salvar sua vida, mas por absoluta falta de disposição das autoridades e da sociedade brasileira de oferecer o apoio que ela precisa.
 

Manaus, 03 de março de 2006
Edson e Márcia Suzuki
JOCUM
 
March 03, 2006 9:25 PM
Subject: FW: urgent'issimo - Sorrindo com Cristo e Medicos de Cristo
 
 
 
 
, 3 Mar 2006  CAROS AMIGOS DO SORRINDO COM CRISTO E MEDICOS DE CRISTO
 
 PE'CO AS SUAS ORA'COES E, SE POSS'IVEL , A'CAO !!!
 
 EM CRISTO _  TERCIO OBARA
 
 ___________
 CARTA 01
 ----- Original Message -----
 From: Suzuki e Marcia
 Sent: Thursday, March 02, 2006 12:34 PM
 Subject: suruwaha urgente
 
 
 Amigos
 
 Agradecemos muito pelas respostas que recebemos e pela mobilização em
 torno da defesa da vida dos suruwaha. Pedimos hoje que estejam orando
 ainda mais, pois a família do Naru entrou em crise (São duas famílias
 suruwaha que estão na casai). Eles têm muito medo que as crianças se
 aproximem de outros índios e ficam prendendo as crianças no quarto o dia
 inteiro. Ontem o pequeno Atiasiu (4 anos) desobedeceu e saiu do quarto.
 Naru se descontrolou, foi buscá-lo e bateu nele. Isso é muito grave na
 cultura suruwahá. Naru ficou tão triste por ter batido no filho que voltou
 para o quarto e cortou sua rede ao meio. A esposa também fez a mesma coisa
 com a rede dela. Isso é um sinal grave na cultura, pois cortar a rede é o
 último recurso antes de tomar veneno. Na aldeia eles cortam as redes e se
 suicidam em seguida. Orem por eles e por uma solução imediata para o
 problema. A Dra. Damares já está mobilizando os deputados em Brasília para
 fazer alguma coisa.
 
 Um abraço
 
 Marcia
 
 _____________
 CARTA 02
 
 ----- Original Message -----
 From: Suzuki e Marcia
 To: Marcos Abe
 Sent: Thursday, March 02, 2006 8:58 PM
 Subject: mais urgente ainda!
 
 
 Gente,
 
 É inacreditável, mas a solução brilhante que a FUNASA do Amazonas
 (Francisco Ayres) encontrou para o dilema dos suruwahá é simples -
 mandá-los de volta para a aldeia! Já fretaram um vôo para amanhã de manhã.
 Falamos claramente com o antropólogo da FUNASA, Dr. Walter, e dissemos que
 se a Muwaji voltar agora ela vai matar a Iganani e vai se  suicidar. Isso
 é ela quem está dizendo. Ele respondeu que era previsível que ela não
 aguentaria ficar longe da aldeia, e que se ela resolver matar Iganani a
 decisão é dela. Em outras palavras, eles forçam a barra até a situação se
 tornar insuportável e depois dizem que a decisão é dela.
 
 Contiunem conosco, pois cremos que Deus vai trazer vitória e que a vida
 vai prevalecer.
 
 --
 Edson e Márcia Suzuki
 
 _________________________
 CARTA 03
 
 Original Message -----
 From: Suzuki e Marcia
 To: Marcos Abe
 Sent: Friday, March 03, 2006 9:36 AM
 Subject: relatorio urgente
 
 
 Gente
 
 Talvez ainda saia hoje o vôo para a aldeia. Estamos lutando para que
 alguma coisa mude. Se puder nos ajudar e divulgar esse relatório,
 protocolar em repartições públicas, ONGs de defesa dos direitos humanos,
 etc, sinta-se a vontade. Vamos gritar por justiça!
 
 Muito obrigado
 
 --
 Edson e Márcia Suzuki
 

Suruwaha urgente -  28 Feb 2006 _  DOR DE MUWAJI
 
 
 
“Marcia, por favor fique com minha filha para você.
Não posso ficar com ela, vou voltar para a aldeia.”
                                                    Muwaji Suruwaha
Queridos amigos,
 
Essas palavras de Muwaji nos causaram grande dor. É claro que Suzuki e eu adotaríamos a pequena Iganani com toda alegria.  O problema não é esse. Sabemos que Muwaji ama sua filha de todo o coração, e que já tem pago um preço altíssimo para preservar sua vida. Ela já salvou sua filha do infanticídio duas vezes: ao nascer e quando descobriu que ela era deficiente. O problema não é que ela não queira ficar com a filha, mas sim que ela não aguenta fazer o tratamento da filha em Manaus nas condições que o governo lhe oferece.
 
Muwaji já passou sete meses no ano passado morando na cidade, para que sua filha pudesse receber tratamento médico para a paralisia cerebral. Parte desse tratamento foi feito em SP e Iganani estava tendo excelentes resultados. Os médicos disseram que se continuasse assim ela provavelmente conseguiria andar e poderia voltar a viver na aldeia. Muwaji encheu-se de esperança e voltou à tribo somente para rever os parentes e avisar que precisava voltar para São Paulo por um período mais prolongado. Na aldeia não foi fácil, pois mesmo com o progresso que ela teve, ainda havia gente querendo que Muwaji desse veneno para a filha. Mas ela manteve-se firme, despediu-se dos parentes e voltou para a cidade. Só que, por alguma razão, a FUNASA decidiu que o tratamento deveria ser feito em Manaus, e não em SP, como tinha sido acertado com ela. Isso foi um grande erro.
 
Apesar de ter sempre alguém de nossa equipe morando com eles na CASAI, Manaus está sendo um pesadelo para a família suruwaha. Eles são índios isolados, mas mesmo assim estão tendo que conviver com  com cerca de 200 pessoas desconhecidas, indígenas de diversas etnias. Muwaji, o irmão e as crianças são forçados a conviver diariamente com portadores de diversos tipos de doenças, como tuberculose, aids, rota-vírus, além de inúmeras viroses e doenças ainda não diagnosticadas. Muwaji e as crianças já contraíram gripe, diarréia, febre. Passam a maior parte do tempo trancados num espaço minúsculo, por medo do contato forçado para o qual ainda não estão preparados. Passam os dias apavorados com medo de contrair doenças e  intimidados por não entenderem o se passa ao redor deles. Não ficam à vontade nenhum minuto e, apesar do calor,  têm medo até de vestir tanga, como fazem na aldeia. Como índios semi-isolados que são, os suruwahá não poderiam nunca estar morando numa casa como essa. Além de ser inaceitável do ponto de vista antropológico, eles ainda correm o risco de voltar para a aldeia contaminados e causar uma onda de mortes sem precedentes (mas agentes da FUNAI dizem que isso é inevitável e que é normal que metade da tribo morra nos primeiros anos de contato!).
 
Como se não bastasse essa situação, o tratamento médico de Iganani simplesmente não está acontecendo. Para que tenha chances de vir a andar, Iganani precisa de tratamento intensivo com uma equipe multidisciplinar, como teve em SP. O tratamento aqui está sendo feito pelo SUS. Ela não foi avaliada por nenhum neurologista e está fazendo apenas 15 minutos “diários” de fisioterapia (a última sessão foi no dia 25 de fevereiro e a próxima foi marcada para o dia 15 de março). Desse jeito, nem a mãe acredita que ela possa ter algum progresso.
 
Juntando tudo isso, não é difícil entender o desalento de Muwaji. Ela tem que escolher entre ficar morando indefinidamente em condições culturalmente insuportáveis, arriscando a vida de sua família, sem esperança no tratamento da filha, ou voltar para a aldeia, tomar veneno e deixar que outra pessoa mate sua filha. Ela está vivendo um dilema terrível, e abrir mão de criar a pequena Iganani  lhe parece a única saída. Uma saída extrema,  dolorosa, mas que lhe parece a única possível.
 
Mas será que não há mesmo outra saída? Estamos preparando uma proposta para a FUNASA. Queremos que eles sejam hospedados numa outra casa, ou num pequeno sítio nas proximidades de Manaus. Um lugar só para os suruwahá, onde eles possam estar seguros, ficar à vontade, possam comer sua comida tradicional e usar tanga. Nossa equipe, que já está dando assistência 24 horas por dia na CASAI, ficaria morando com eles nessa nova casa. Sabemos que há muita oposição e que muita gente não nos quer por perto dos suruwahá, mas cremos que essa é a única maneira deles permanecerem para o tratamento. Isso precisa acontecer com urgência, pois eles já estão no limite da sua capacidade de suportar essa situação. Depois disso precisamos ver a situação do tratamento médico de Iganani. Alguma coisa tem que mudar. Para ela isso significa a possibilidade de escapar do infanticídio e de continuar convivendo com sua família. Será que ela não tem esse direito?
 
Continuem conosco, pois precisamos muito do seu apoio para dar aos suruwahá esperança de um futuro diferente do das outras tribos que entraram em contato com esse mundo “civilizado”. Não pode ser considerado normal que metade da tribo morra nos primeiros anos de contato. Os suruwahá não passaram e não precisam passar por isso. Precisamos continuar lutando pela vida e pelo respeito aos direitos dos povos indígenas.
 
Edson e Marcia  Suzuki

(Via _ Cleo/Siloé) Foto omitida

Cleo _ 17 Dec 2005 Sacrifícios de Crianças Indigenas - Audiencia no Congresso

Queridos irmãos.
Obrigada pelas orações sobre audiência no Congresso no dia 14. Leiam o relato por nossos amigos Suzuki e Márcia.
Continuamos na batalha.
Cleo
PELA VIDA ACIMA DE TUDO – NÃO AO SACRIFÍCIO DE CRIANÇAS INDÍGENAS!
Estes dizeres estampavam as camisetas na audiência pública do dia 14 de dezembro, na Câmara dos Deputados. Eram indígenas de diferentes tribos, missionários de várias missões e pessoas das mais diversas procedências
– gente que ama, entende e abraça a causa indígena. Os dizeres da camiseta, embora simples, são explosivos. Declaram o despertamento da sociedade para um problema secular da nossa nação. Uma verdade chocante, vergonhosa, que vem sendo guardada a sete chaves, escondida na consciência mais profunda de cada um de nós. Nossa nação assassina crianças por razões culturais. E não são poucas crianças, são dezenas, centenas de crianças indefesas. Infanticídio é homicídio qualificado, não importa que as razões sejam culturais.
“Com lágrimas se consumiram os meus olhos, turbada está a minha alma, e o meu coração se derramou de angústia por causa da calamidade da filha do meu povo; pois desfalecem os meninos e as crianças de peito pelas ruas da cidade.” Lm 2 .11
Acreditamos que a audiência pública teve um papel profético, quebrando tabus e trazendo essa ferida aberta pela primeira vez à Câmara dos Deputados. Deputados, assessores, a cúpula da FUNAI e da FUNASA, e representantes do Ministério Público puderam ver relatos e fotos de crianças sacrificadas, de pais e mães que sofreram a dor de ter que matar seus bebês, de índios relatando detalhadamente os procedimentos do sacrifício de crianças. A audiência se posicionou claramente a favor davida, e isso é uma grande vitória. Obviamente os representantes da FUNAI e da FUNASA esquivaram-se habilmente desse assunto, tentando mudar o foco da discussão. Conseguiram não tocar nenhuma vez no assunto do infanticídio e a posição oficial desses órgãos continua sendo um mistério. Artigos sobre o assunto levantado na audiência podem ser encontrados no site
www.camara.gov.br, agência câmara, notícias anteriores, matéria contém JOCUM.
O direito à vida das crianças indígenas destinadas ao infanticídio está garantido por lei, segundo o decreto do dia 19 de abril de 2004 (dia doÍndio), que entrou em vigor com o nº 5.051, e que promulga a Convenção nº 169 da OIT sobre Povos Indígenas e Tribais. O art. 8º, nº 2, dispõe o seguinte:
“Esses povos deverão ter o direito de conservar seus costumes e instituições próprias, desde que eles não sejam incompatíveis com os direitos humanos fundamentais definidos pelo sistema jurídico nacional nem com os direitos humanos internacionalmente reconhecidos. Sempre que for necessário, deverão ser estabelecidos procedimentos para se solucionar os conflitos que possam surgir na aplicação deste princípio.”
Queremos agradecer aos organizadores da audiência, aos deputados e acessores e a todos aqueles que estiveram presentes apoiando a causa das crianças indígenas. Agradecemos também aos inúmeros irmãos e igrejas que estiveram orando por essa audiência. Pudemos sentir de maneira bem forte a presença de Deus e uma grande paz durante a audiência. Isso não  significa que as coisas vão ficar mais tranquilas daqui para a frente.
Embora não tenha admitido publicamente, sabemos que a FUNAI está decidida a explusar JOCUM da área suruwaha. Pedimos que continuem orandopor nós e por todas as missões.
As famílias de Naru e de Muwaji, junto com nosso colega Moisés e a equipe da FUNASA, estão terminando a quarentena na nossa casa de apoio dentro da área suruwahá. Devem entrar na aldeia na próxima segunda-feira. Orem para que nesse momento de readaptação, após tantos meses longe da aldeia, tudo corra bem. Orem para que a Vida seja entronizada definitivamente no meio dos suruwaha.
O foco dessa luta não somos nós, missões, missionários ou evangélicos – e sim o direito da crianças indígenas à vida. Que nesse natal não nos esqueçamos de que Jesus foi poupado do sacrifício infantil, decretado pelo governante oficial, graças a coragem de seus pais. José e Maria, inspirados por Deus, fugiram e se esconderam no Egito com o bebê. Feliz natal!
Edson e Márcia Suzuki

December 07, 2005 : Carta da Marcia Suzuki às missões evangélicas
 

Oi gente,
 
desculpem-nos a insistência, mas achamos necessário nesta hora que fosse esclarecido mais uma vez em que consiste nosso trabalho entre os Suruwahá... Informacões truncadas e mentiras vêm chegando aos ouvidos dos líderes das missões em Brasília e nós sabemos que mais mentiras serão construídas contra nós para que eles possam ter um "caso" real. Há três semanas atrás voluntários de uma outra organização levaram caixas de roupa para distribuir entre os índios na aldeia, para que quando os antropólogos que estão procedendo a investigação chegassem encontrassem subsídios concretos para nos acusar de "destruição cultural", já que eles não falam a língua e nem entendem o suficiente das sutilezas da visão de mundo para julgar as mudanças reais. Se você tem alguma dúvida sobre nosso procedimento neste episódio esta carta vai ser esclarecedora...
 
Obrigada
 
Braulia Ribeiro
--------------------------------------------------------------------------------
 
CARTA ABERTA ÀS MISSÕES
 
Inicialmente queremos agradecer as manifestações de apoio que temos recebido durante os últimos meses de várias das missões que atuam junto aos índios. Escrevemos essa carta com o propósito de tranquilizar os irmãos e esclarecer os fatos relativos à viagem dos bebês suruwaha para São Paulo. Nós, Edson e Márcia Suzuki, somos os responsáveis diretos pela equipe que trabalha junto aos suruwahá e acompanhamos todo esse processo. Como sabemos que os desdobramentos de nossas ações estão afetando outras missões, nos sentimos na obrigação de prestar esses esclarecimentos.
 
 
 
JOCUM trabalha com o povo suruwaha desde 1984. São mais de 20 anos junto a um povo isolado, testemunhando o amor de Jesus através de atos e palavras de amor. Aprendemos a falar a língua, fizemos análise fonológica e gramatical, criamos uma ortografia, compilamos um dicionário e publicamos artigos científicos sobre a língua.
 
 
 
Trabalhamos também na área de saúde atuando principalmente nos surtos, providenciando atendimento de emergência, muitas vezes fazendo lançamento de medicamentos por avião. Graças a esse trabalho, os suruwaha constituem uma das pouquíssimas tribos onde não houve redução populacional nos anos que se seguiram ao contato.
 
 
 
Durante todos esses anos, nossas equipes têm sido extremamente cuidadosas com relação ao respeito cultural. Tanto que  o impacto cultural de nossa presença nessas duas décadas é praticamente imperceptível. Os suruwahá têm praticamente o mesmo tempo de contato que os uru-eu-wau-wau, por exemplo, e continuam sendo considerados índios isolados pela FUNAI. Os sobreviventes dos uru-eu-wau-wau por sua vez, estão fragilizados, doentes, mal-trapilhos, alcoolizados e totalmente dependentes da ajuda externa para sobreviver.
 
 
 
Por outro lado, toda cultura é dinâmica e nossa presença entre os suruwahá têm produzido sim algumas mudanças culturais. Uma dessas mudanças é que hoje eles acreditam que toda criança, por mais diferente que seja, merece viver.  Os suruwahá nos útimos anos vem optando por romper com a tradição ancestral do infanticídio, e temos visto pais e mães lutando corajosamente para salvar a vida de seus bebês.
 
 
 
Como muitas outras tribos, os suruwahá tradicionalmente sacrificam crianças indesejadas. Entram nessa categoria crianças que nascem com alguma anomalia e crianças consideradas amaldiçoadas pela tribo. Crianças podem ser amaldiçoadas por serem filhas de mãe solteira ou de viúva, gêmeas ou simplesmente meninas. Durante muitos anos fomos coniventes com essa prática, justificando nossa omissão como “respeito cultural”. Além disso, achávamos imprudente tomar qualquer atitude que ameaçasse a continuidade de nossa presença entre eles. Não queríamos ter problemas com as autoridades e assim perder a oportunidade de “comunicar o Evangelho”.
 
 
 
Vários acontecimentos mudaram nossa maneira de enxergar essa realidade. O principal deles foi a adoção de Hakani, nossa querida filha. Menina destinada ao infanticídio, literalmente arrancada de dentro do túmulo, hoje faz parte de nossa família e enche nossa vida de sorriso (esse é significado do seu nome). Hakani nos ajudou a entender que os fins nunca justificam os meios.
 
 
 
Movidos por essa convicção, tomamos a decisão de apoiar incondicionalmente cada suruwahá que desejasse salvar seus bebês do sacrifício. Por isso resolvemos apoiar as duas famílias que nos procuraram no início desse ano pedindo ajuda.  Eram crianças que deveriam ser mortas pela tradição cultural, mas que poderiam ser aceitas e amadas pelo povo caso os médicos conseguissem “consertá-las”.  Em ambos os casos os pais teriam que matá-las se voltassem para a aldeia, e em seguida se suicidariam. O que fazer nessa situação? Nós sabíamos que tínhamos que ser coerentes com a mensagem que vínhamos tentamos  transmitir durante todos esses anos.
 
 
 
Resolvemos trazer as duas famílias para São Paulo com documentos fornecidos pela FUNAI e pela FUNASA – sem esses documentos teria sido impossível viajar com eles de avião. Ficamos todos hospedados num sítio e as crianças estavam sendo muito bem atendidas no Hospital das Clínicas. Enquanto isso, um padre do CIMI fazia uma denúncia no Ministério Público alegando que as famílias haviam sido trazidas ilegalmente. Com isso o HC se viu impossibilitado de fazer a cirurgia de correção de sexo de uma das bebês e os índios entraram em crise. Nossa equipe escreveu muitas cartas pedindo oração às igrejas e uma dessas cartas foi parar nas mãos de uma repórter do Fantástico, da Rede Globo. A reportagem não só contou o drama das crianças, mas também expôs a negligência do Estado. Daí para frente os irmãos já sabem o que aconteceu. O caso tomou proporções inimagináveis e a pressão da opinião pública ajudou – em poucos dias a cirurgia foi autorizada e a FUNASA assumiu o tratamento das crianças. Para a família dos bebês isso significou a diferença entre a morte certa e a vida.
 
 
 
Mas como não poderia deixar de ser, veio a represália. Iniciou-se uma nova onda de perseguição, denúncias e acusações falsas contra as missões.  A FUNAI diz estar “reunindo provas” e quer responsabilizar JOCUM por episódios de suicídio coletivo na tribo. Além disso quer nos acusar criminalmente de usar a imagem dos suruwahá para levantar fundos no exterior para catequização. Os irmãos entendem bem do que eles estão falando aqui, visto que todos nós vivemos de ofertas. Sabemos que nossas ações afetam não somente a JOCUM, mas todas a missões que trabalham com índios. Não queremos prejudicar ninguém e lamentamos que todos estejam enfrentando transtornos. Não fizemos nada de errado e esperamos que tudo se resolva da melhor maneira possível.
 
 
 
Por outro lado, todos nós temos consciência de que a oposição não é novidade para quem resolveu seguir o caminho da cruz. Só precisamos de graça para responder com verdade e amor àqueles que nos interrogam, e de coragem para falar profeticamente.
 
 
 
Estejam orando pela Audiência Pública que vai acontecer em Brasília no dia 14 de dezembro, quarta-feira, às 14h30, na Câmara dos Deputados. Nós, da JOCUM,  fomos convidados  a participar como expositores num debate cujo tema será: esclarecimentos sobre a denúncia de retirada não autorizada de crianças de uma aldeia indígena. Os  presidente da FUNAI e da FUNASA estarão presentes e a imprensa também foi chamada. Precisamos estar cobertos de oração.
 
 
 
Atenciosamente,
 
 
 
Edson e Márcia Suzuki
 
JOCUM
 
  
 
São Paulo, 07 de dezembro de 2005. ( Via _ Silas)
= =
 December 11, 2005 : LEIA POR FAVOR URGENTE
ROZANGELA,
Teremos na Câmara dos Deputados uma semana de luta da morte contra a vida. Além da questão do aborto na quarta-feira na Câmara dos Deputados vamos fazer um grande debate em uma Audiência Pública sobre a ação da JOCUM em ter salvo duas crianças em uma aldeia indígena que nasceram com problemas de saúde e os índios iriam sacrificá-las (uma era hemafrodita e a outra apresentava pequeno retardo mental)
 
Por causa desta iniciativa da JOCUM, antopologos estão pressionando a FUNAI para  retirar as missões religiosas das áres indígenas.
 
Uma portaria já esta sendo editada chamando todas as missões para um "recadastramento".
 
 Mas o entranho é que só vão recadastrar as missões e as ONGs, especialmente as estrangeiras ficarão de fora?
 
Não podemos aceitar tal situação.
 
A Audiência vai acontecer ás 14:00 horas na Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional no Plenário 15. Se algúem de sua lista for de Brasília, convide para que esteja presente.
 
A JOCUM, FUNASA , FUNAI e Secretaria Nacional de Integração Racial e Combate ao Racismo estarão se confrontando.
 
É uma iniciativa da Bancada Evangélica, onde nosso tema será: A CULTURA NÃO PODE ESTAR ACIMA DA VIDA.
 
Não podemos mais fechar os olhos enquanto crianças são sacrificadas em aldeias e tribos por conta da cultura de algumas etnias.
 
Por favor repasse para todos de sua lista e peça que orem para aquela Audiência seja um sucesso.
 
abraços
 
Damares
 
Dra. Damáris,
 
 Na última conferência missionária da Ig. Presbiteriana Betânia de São Francisco, em Niterói, em que participei, o Pr. Eli da tribo dos Ticunas,  da Amazônia, trouxe para nós o seu depoimento do quanto foi importante para ele o evangelho ter chegado a sua tribo. Não só porque Jesus passou a ser o Senhor de sua vida, mas porque junto com JESUS chegou a evolução a sua tribo.
 
O Pr Eli veio para o Rio de Janeiro estudar Administração de Empresas e retornar a sua tribo para ajudá-la a evoluir. Ele nos disse que os antropólogos e FUNAI não querem ver os índios evoluirem, mas os brancos evoluem, vão para a faculdade, não querem regredir e nem estacionar, mas obrigam os índios a viverem no primitivismo.
 
Eu considero uma violência contra os povos indígenas obrigarem os mesmos a viverem uma vida que eles mesmos não desejam mais. Se os indígenas não podem evoluir e se somos iguais perante a lei, nenhum brasileiro deveria ter direito de  ir para a faculdade, mas viver na floresta como os indígenas.
 ........
No mais, penso que devemos manter a nossa confiança em Deus, porque esta luta é do Senhor, aquele que venceu a morte. Jesus é a Vida e a Vida irá vencer. Ele  morreu, mas ressuscitou e esta situação toda irá mudar, em nome do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!
 
 Um abraço e a paz.
Rozangela _ 13/12/05

Cleonice Barbosa da Silva_ Pedido de oração Porto velho, 30 de Novembro de 2005
  Olá a todos!
  Estamos escrevendo para informá-los que haverá uma audiência sobre a  questão de missões em área indígena, que será realizada no Congresso no dia 12 de dezembro.
 Participarão dessa reunião Reinaldo Ribeiro, diretor da base de JOCUM de  Porto Velho e Marcia Suzuki, missionária entre os Suruwahá.
   Precisamos da oração e do cuidado dos irmãos. Por favor verifiquem se em  algum blog ou site de igreja há alguma imagem do povo Suruwahá e removam!
Porque isto poderá ser usado contra nós!
 Contamos com vocês!
Obrigada,
  Christel Bautz para Bráulia Ribeiro ( Via_Taborda, David, Comin,S.Tostes, Jabesmar ...)

Cleo _  NOTICIAS DO SURUWAHÁ Segue a carta da nossa Equipe Suruwahá.  Não posso deixar de dizer muito  obrigada.  O que voce vai ler abaixo é o resultado das nossas orações e de  um grande mover da igreja pela causa indígena no Brasil.
( Taborda)

São Paulo, 10 de novembro de 2005.
 
“Meu povo vai fazer uma festa ao ver minha filha!”
 
É isso que Naru anda dizendo ultimamente. Agora sim, a família de Naru pode voltar tranquila para a aldeia. Sua filhinha é uma menina e agora tem também aparência de menina. Agora ela não corre mais risco de ser sacrificada.
 
A cirurgia foi um sucesso e ela teve alta no  dia 8 de novembro. Toda a burocracia e toda a oposição foi vencida e a vida dela será poupada! Finalmente a família vai poder voltar para Porto Velho e para a aldeia. Parte de nossa equipe  pretende acompanhá-los até a aldeia e ajudar na readaptação.
 
Quanto à outra menina, a Iganani, ela também tem tido progresso no tratamento. Foram mais de três meses de fisioterapia e acompanhamento médico intensivo. Ela já está reagindo melhor aos estímulos e já consegue sentar-se. Os médicos acham que se ela continuar fazendo o tratamento tem chances de andar, falar e aprender muitas coisas. Se isso de fato acontecer, ela poderá voltar a viver na tribo. No momento a família de Iganani está se preparando para voltar a maloca apenas para visitar os parentes. Já estão fora da tribo há seis meses e a estão com muita saudade. Farão uma visita rápida e terão que retornar a cidade para continuar o tratamento. Ainda não sabemos se Iganani vai continuar o tratamento aqui em São Paulo ou lá em Porto Velho. Aqui em São Paulo os médicos descobriram que o irmão dela, o Ahuhari, tem problema de crescimento. Ele tem idade óssea de 6 anos mas já está entrando na puberdade. Isso pode ser um outro problema sério para a tribo e tudo indica que eles terão que passar a maior parte dos próximos anos na cidade.
 
Foram três meses de muita luta, mas também três meses de muita vitória. Vimos a fidelidade de Deus suprindo cada necessidade dos suruwahá de maneira abundante. Tiveram atendimento médico de qualidade e os resultados foram excelentes. Conheceram dezenas de irmãos e amigos que não mediram esforços para ajudá-los em todas as suas necessidades. Não faltaram roupas, frutas, peixe, remédios, enfim, não faltou nada para eles nem para nós, que estávamos acompanhando. Queremos através desta carta expressar nossa gratidão a todos vocês que nos ajudaram. O esforço que vocês fizeram culminou com a conquista do alvo desejado – a vida das crianças e de seus pais será poupada! Além disso, todo o povo suruwahá aprendeu que, por mais impossível que pareça o problema de uma criança, há sempre uma esperança. O sacrifício não é mais a única opção para eles! Um novo caminho se abriu e isso não tem preço.
 
Tudo isso só foi possível graças ao apoio de vocês. Nós, os missionários, sozinhos não teríamos conseguido. Com sua ajuda essa vitória foi alcançada. O preço foi alto para todos nós, mas sabemos que os frutos são eternos. Que Deus possa abençoar ricamente cada um de vocês e que suas vidas continuem sendo um testemunho da maravilhosa graça de Deus.
 
Com carinho ; Suzuki, Márcia, Moisés,Lucília, Marcos, Maryangela e Simone.

07/10/05 MANIFESTO _ Invocando os artigos 1, 2 e 5, parágrafos II, III e IV, do seu estatuto social, o Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas – CONPLEI vem, a público dizer que:
 
 
 
A Constituição, em seu art. 232, que trata das organizações indígenas, assegura o direito de ingressar em juízo para defesa de seus direitos e interesses... O CONPLEI se encontra devidamente inscrito como pessoa jurídica; portanto, a Constituição magna nos dá legitimidade de representação nas ações missionárias abaixo relacionadas:
 
-         Ingresso de missionários não indígenas em áreas indígenas
 
-         Liberdade de religião
 
-         Legalização de parcerias junto ao CONPLEI
 
-         Promoção de uma reflexão teológica indígena
 
-         Promoção de intercâmbios entre igrejas evangélicas indígenas e as demais igrejas evangélicas do País
 
-         Apoio e facilidades para  a tradução da Bíblia para as línguas indígenas
 
 
 
Faz-se necessário, então, em vista dos últimos acontecimentos relacionados com as agências missionárias, parceiras no trabalho de evangelização dos povos indígenas, um pronunciamento oficial de nossa parte.
 
A nossa posição com relação às denúncias amplamente apresentadas, numa reportagem de um programa de TV, largamente assistido pelo povo brasileiro, é a seguinte:
 
-         Considerando que a voz do índio, necessariamente, precisa ser ouvida, tanto pelas Agências Missionárias quanto pelo Poder Público ligado às discussões de âmbito indígena;
 
-         Considerando que não há interesse do povo indígena de polemizar um fato que foi criado, unicamente, para trazer um pouco de tranqüilidade a uma família preocupada com a saúde de dois de seus membros;
 
-         Considerando que a atitude tomada pode abrir perspectivas de cura, não só para as duas crianças em apreço, como para outras que venham a ter problemas de saúde similares;
 
-         Considerando que, como afirmou um diretor da JOCUM, “a identidade cultural de um povo não está centralizada apenas em suas crenças religiosas”, e que ocasiões existem em que iniciativas arrojadas têm de ser tomadas para preservar vidas;
 
 
 
Entendemos que, se estão sendo criticada as entidades que procuram dar suporte às populações indígenas, por que não são considerado em vigor, na sua íntegra, os artigos 231 e 232 do Cap. 8 da Constituição Da República Federativa do Brasil?
 
 
 
    Portanto, não queremos que aberrações antropológicas e parte da sociedade brasileira nos arranquem mais uma vez o direito de expressar o que queremos e sentimos. Já tiraram de nós as nossas terras e o que mais querem tirar. O CONPLEI vem a público referendar este manifesto na certeza de sermos compreendido pelos Senhores fazedores das Leis.
À direção do CONPLEI ( Via _ Missão ATE)

2010/1/11 Queridos irmãos do Uniaonet, Fazendo uma pesquisa no Google descobrimos algumas informações nossa (casal) no site dos irmãos que gostaríamos de pedir que fossem removidas o quanto antes. No link abaixo se encontram textos e uma foto: www.uniaonet.com/amsbamsuruwaha2.ht m A questão é que desde 2007 estamos envolvidos diretamente no trabalho em um país de perseguição e se essas informações forem descobertas estaremos correndo diversos riscos. Desta forma, solicitamos aos irmãos que retirem todo o material que diz respeito a nós. Contamos com a compreensão dos irmãos. Obrigado!

Pedido de exclusão atendido em 11/01/2010
Cleo _ Causa Indígena 2 Oct 2005 16:49:27 -0300
 

Paz em tempo de Batalha :)
 
Estou a algum tempo sem mandar noticias, mas sei que voce esta acompanhando
  e vendo a batalha que estamos envolvidos nestes ultimos tempo.   Segue
abaixo a carta da liderança daqui de Porto Velho e quero com isso
esclarecer a cada um de voces melhor sobre os ultimos acontecimentos.  Por
favor continuem na batalha de oração.
Com carinho,
Cleo
 

Irmãos,
 
Esta é a nossa carta oficial nos posicionando em relação ao programa do
Fantástico. Não queremos atacar ninguém mas também não podemos deixar tanta
mentira sem uma réplica.  Estamos tentando usar uma acessoria de imprensa
para encaminhar as informações de maneira mais profissional. Vamos manter
nossas respostas e visibilidade de forma mais local possivel para que a
Jocum que tem muitos outros ministérios alem deste não seja rotulada por
este evento.
 
Agradecemos imensamente todo o apoio recebido até agora e continuamos
contando com sua ajuda em oração.
 
 
Porto Velho, 19 de setembro, 2005.
 
Prezados senhores,
 
O rumo que a reportagem do Fantástico  no domingo dia 25 de Setembro deu
para a investigação sobre o caso das meninas indígenas nos chocou e
surpreendeu a todos, missionários, a comunidade evangélica brasileira e a
comunidade indígena.
 
 
 
O trabalho investigativo e honesto  iniciado no domingo anterior, desaguou
no desatino que foi ao ar dia 25. Gostaria de manifestar aqui o meu
protesto em relação à mudança de tema da reportagem, de defesa dos direitos
humanos das famílias indígenas para um denuncismo religioso preconceituoso.
 
 
 
Quanto ao nosso trabalho com os Suruwahá (Zuruahá na ortografia usada pelo
programa), quero dizer que:
 
 
 
- As bebês indígenas foram retiradas sim com autorização por escrito da
FUNAI e da Funasa. Depois de sofrer pressão da parte de alguns antropólogos
eles mudaram de idéia. Não fosse pela pressão sofrida o caso seria tratado
como tantos outros, um caso necessário de atendimento a crianças que
precisavam.
 
 
 
- Ainda que a autorização não houvesse sido emitida, os pais da bebê estão
conosco. Para qualquer outro brasileiro, o consentimento deles seria o
suficiente para que operação fosse feita. Eles são adultos e plenamente
conscientes da necessidade de sua filha. A alternativa ao tratamento é o
infanticídio. Desde as primeiros horas do nascimento da bebê eles decidiram
que não seguiriam este caminho mas que procurariam nossa ajuda para salvar
a criança. Nós cremos que eles tem direito a salvá-la. A constituição
brasileira lhes garante  este direito. A Declaração Universal dos Direitos
Humanos também. No entanto, algumas idéias antropológicas falaciosas
professadas no Brasil lhes negam este direito, por serem índios. Por esta
razão cremos que esta luta não se limita aos interesses da JOCUM, nem
apenas à situação atual das bebês. A maneira sub-humana com que os índios
são tratados e vistos tem que mudar...
 
 
 
- O trabalho da JOCUM com esta tribo tem 21 anos de idade.   Não somos
aproveitadores chegados ontem na aldeia para "barganhar" com a saúde. Temos
documentação e depoimentos que provam que se não fosse a presença da JOCUM
nesta área os índios já teriam sucumbido. Neste 21 anos não houve outra
intervenção além de nossa amizade com eles e das consequências práticas
desta amizade, como evitar mortes através de cuidados de saúde básicos.
 
 
 
- Em cada entrada em área os indigenistas da JOCUM respeitam uma quarentena
  para evitar a transmissão de vírus externos. A mesma prática não é
observada por outros agentes e em várias ocasiões tivemos que lutar contra
epidemias de gripe introduzidas na tribo por agentes de saúde que entram e
saem da tribo de helicóptero.
 
 
 
- Em nosso trabalho, a cultura material, e estrutura sócio-econômica foi
sempre respeitada, ao ponto de nós quando na aldeia, andarmos nus, ou
melhor usarmos a indumentária indígena.  Diferentemente do que acontece com
contatos feitos pela FUNAI, nenhum hábito de comida, ou necessidade externa
foi introduzida. Compare o grau de aculturação dos Suruwahá (chegamos lá em
1984- os contatos iniciais foram feitos em 1980 pelo Padre Gunter Kroemer
do Conselho Indigenista Missionário, CIMI) com o dos Uurueu-wau-wau em
Rondônia, contactados em 1983. Os urueu são doentes, dependentes da
sociedade envolvente para se alimentar, e se vestir, em suma tem o espírito
e a coragem quebrada, e estão caminhando para perder a língua. Os suruwahá
são totalmente autônomos a não ser pela questão da saúde, e já viviam um
quadro crítico nesta área na época do contato.  Não precisam de nós nem da
Funai para nada, e tem coragem de lutar por si. Neste episódio os grandes
heróis são os jovens Xagani e Naru, enfrentando de peito aberto o mundo
enorme e desconhecido, chefes brancos que eles não entendem, procedimentos
burocráticos absurdos que eles não entendem,  para salvar a vida das duas
crianças.
 
 
 
- Ao contrário de alguns antropólogos e burocratas, entendemos as cultura
humanas como sendo dinâmicas sempre em constante mudança. O mesmo ocorre
com a cultura indígena. Tribos como os Suruwahá nunca estiveram isoladas em
sua história.  Seu contato com o ferro (machados e facões) é muito anterior
à década de oitenta. Em várias ocasiões houveram confrontos bélicos entre
Suruwahá e outras tribos da região, seringueiros, sorveiros e madeireiros
que durante muitas décadas povoaram os rios por onde andam os índios. Hoje
a ausência de intercâmbio com outros povos está levando o povo Suruwahá a
uma endogamia genética que está produzindo cada vez mais crianças
deficientes.
 
 
 
- A identidade cultural de um povo não está centralizada apenas em suas
crenças religiosas mas em todo um conjunto de relações dinâmicas entre os
vários elementos da cultura. Não trabalhamos de maneira nenhuma de forma
proselitista, discriminatória ou ocidentalizante ao compartilharmos nossa
fé. Para que nações minoritárias mantenham a auto-confiança e capacidade de
relacionar-se em pé de igualdade com a sociedade externa tem que ser
tratadas com respeito desde o primeiro contato. Isolacionismo e
paternalismo não lhes garante a sobrevivência. Uma ponte racional com base
no respeito mútuo e na cooperação é o único caminho para a preservação da
identidade cultural e física das tribos semi-isoladas.
 
 
 
- Nossos missionários tem qualificação acadêmica para fazer o que fazem.
Márcia e Edson Suzuki tem mestrado em etno-linguísitca (UNIR e UNICAMP
respectivamente) conhecimento antropológico e respaldo documental para tudo
o que fazem. Marcia já publicou trabalhos linguisticos sobre o Suruwahá. A
primeira análise e classificação da língua foi feita em 1984, quando da
entrada de nossa primeira equipe na área. Os índios até então eram chamados
de Sem nome, ou Cochodo-asenses em referência ao riacho onde viviam.  Estes
antropólogos entrevistados pela Globo com especialistas na cultura não
falam nem a língua! Um dos "especialistas"  domingo esteve por 4 meses na
aldeia somente. Num povo monolíngue isto não é tempo suficiente para se
conhecer nem os termos básicos  de tratamento entre as pessoas,
substantivos, e gramática simples, quanto mais para se escrever um tratado
cultural à respeito da vida e cosmovisão do povo.
 
 
 
- O fato é que ainda até este dia a menina ainda não foi operada. Para ela
continua sendo uma luta contra o tempo.
 
 
 
 
 
Reinaldo Cazão Ribeiro
 
Diretor de JOCUM
 
Porto Velho
André _ 24/10/05 Vocês não tem que evangelizar indigéna nenhum!
 
Eles já possuem os seus Deuses ou seu Deus.
 
Isso é uma imposição cultural!
 
O que é BOM e CORRETO para você, Não é Bom e CORRETO para o resto do mundo!
 
A biblia é a verdade para vocês!
 
A verdade cada um faz a sua.
 
Existem vários valores individuais que não são respeitados!
 
A falta de respeito e de entendimento só intensifica a intolerância contra
as diferenças, seja ela cultural, física e mental.
 
Evangelizar os índios é muito fácil, pois eles são como um disket vazio, é
só chegar e introduzir os dados. Eles não tiveram acesso a determinadas
informações que são totalmente determinantes. Sem contar que eles nem
precisam de outras informações, já às possuem.
 
Não sou contra nenhuma religião. Respeito as diferenças. Cada um faz o que
achar melhor, mas sempre com muito respeito e conciência, coisa que vocês não tiveram.

ISSO È INCONCEBIVEL.

Índice Inicial : 01_ Bráulia , 02. _ Liriam, 03_ Peggy Roges , 04 _ Marcos Abe  , 05 _ Maria Heckmann, 06 _ Mônica Heiderich ,  07_Edmilson , 08 _ Cleo ,  09_ Tercio ,  10 _ Gedeon , 11 _ Silas , 12 _ Monica , 13 _ Edu , 14 _ Asas de Socorro .



01_ Bráulia . Luta pela vida dos bebês indígenas _
19 de Setembro de 2005
Queridos irmãos,
 
Como muitos devem ter visto a nossa saga para salvar da morte as duas bebês da tribo Suruwahá (grafia correta do nome da tribo), foi ao ar no Fantástico de ontem. A chegada da repórter  até o sítio e até o tom positivo da reportagem f oi obra milagrosa de Deus. Quem esperaria que o Globo abraçaria a causa defendida por meros “missionários protestantes” contra a opinião de antropólogos e da FUNAI?  Mas o fato é que ontem pela primeira vez na história desta nossa luta contra o Ministério Público em favor da vida na tribo Suruwahá. Na primeira vez sofremos um processo por termos salvado da morte duas orfãs da tribo que seriam torturadas até a morte, e por ter por muitas vezes tentado salvar vítimas do suicídio. Salvar pessoas da morte na época foi caracterizado por um parecer do MP como “interferência cultural”. Sendo que o suicídio é considerado por um antropólogo como um traço cultural que faz parte da identidade Suruwahá.
 
 
 
Precisamos agora mais do que nunca da ajuda de outras missões, movimentos e igrejas brasileiras para que esta luta toda não seja vã.
 
O trabalho da JOCUM entre os Suruwahá já tem 21 anos de idade.  É até uma data simbólica de maioridade. É tempo dos índios ganharem esta autonomia para decidir sobre seu próprio destino. Apesar de não falarem português, não vestirem roupa, (sempre respeitamos a cultura material com o cuidado de nunca introduzir nada que provocasse a dependência do mundo de fora) e viverem em situação semi-isolada eles sabem muito bem o que querem. Usando as palavras do jovem líder Xagani para o representante do Ministério Público que visitou recentemente nosso acampamento em São Paulo: - “Nós falamos diferente, usamos roupa diferente, mas nós não somos bicho não. Nós somos gente como vocês e sabemos o que é bom para o nosso povo...” 
 
 
 
É assim que vemos este momento. É tempo dos índios terem voz própria neste país, de se criar para substituir a Funai, uma ouvidoria indígena, um congresso algo parecido ao que alguns países da escandinávia tem. Na próxima segunda estaremos tendo uma reunião com o ministério público em Manaus. Por favor durante esta semana precisamos  nos manifestar ao governo, à midia, às igrejas sobre esta questão. Precisamos estar unidos nesta luta para:
 
 
 
·         Mudar a maneira doentia e paternalista com que a Funai trata os índios.
 
·         Estabelecer de maneira clara para o Brasil todo que as crianças indígenas tem o mesmo direito à vida que as crianças não indígenas. Primeiro elas são seres humanos, depois indígenas. Ou seja a condição indígena não é superior ou oposta à condição humana... Primeiro elas são gente como nós com todos os direitos que nos outorga a constituição, todos os direitos rezados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
 
·         Quando a cultura indígena tradicional se opõe aos direitos humanos básicos, como por exemplo; o direito que as crianças têm à vida, ela tem que submetida à lei nacional.
 
·         Pelo fim da tutela da Funai, e pela criação de uma ouvidora indígena, dirigida pelos próprios indígenas.
 
 
 
Orem pelos missionários Edson e Márcia Suzuki, Moisés e Lucília Viana, Marcos Jutzi (em SP com as famílias indígenas) Darci e Sandra Azevedo (agora na aldeia) com duas filhinhas. 
 
Se você conhece gente na midia, que se interessaria em ajudar, comunique-se conosco. Precisamos colocar um site no ar com informações e se tivermos alguém que fizesse isto voluntariamente seria bom.
 
Bráulia Ribeiro
Presidente Nacional da JOCUM

02 _ Liriam Luri Yanaze escreveu:
Amigos e irmãos,
Ontem fiquei preocupada com a reportagem do Fantástico sobre a Jocum e o trabalho com os índios e hoje recebi este e-mail. Vamos continuar a orar... pois a luta é de todos nós! Abraço,
Luri


03_ Peggy Roges  : Reportagen Fantastico do de domingo passado.

No ultimo domingo, assistindo ao programa do FANTASTICO na Globo, vi uma reportagem de dois missionarios do AM que fazem um trabalho maravilhoso com uma tribo chamada Zuruahã. Eles estão fazendo um trabalho de conhecimento de lingua e outro de evangelização.
Fiquei tão impressionada com a  reportagem de domingo,pois os conheço pessoalmente já que fiz JOCUM tb.
Só que na reportagem eles estão aki em SP onde trouxeram 2 crianças para ser tratadas no Hospital das Clinicas, onde na minha igreja alguns medicos trabalham, só q foi barrado esse tratamento pela Funai e Funasa onde não permitiram, já que poderia afetar a cultura deles.
Agora se eles não à tratassem, os pais teriam q matar os filhos, já q na tribo eles pensam q os espiritos "maus" estaria no corpo da criança e elas não poderiam entrar na tribo pois contaminaria-a toda. Alem de matar os filhos, eles falaram q iriam se suicidar, ja q não iriam conseguir sobreviver com essa idéia (pensameto evangelisto).
Pois é, a idéia de salvar duas vidas é pior do que perder pelo menso 6 pessoas mortas... esse é o pensamento da FUnai/FUNASA.
Bom, passado todo essa revolta no nosso meio, o Advogado e lider Marcos Abe, esclareceu alguns itens q estavam pendentes.
Espero q vcs orem por essa tribo, pelos missionarios (q a todo momento é "podado" pelo governo) q estão ali como linguista, já q a tribo não sabe o nosso idioma, pelas crianças, e para q Deus renove as forças deles.
Beijos grande a todos...
Peggy
 
 
Ps. ler o anexo, por favor!
= = =
04_Marcos Abe  : 21 Sep 2005  (para divulgação)
 Boas notícias dos linguistas Edson e Marcia Suzuki, da JOCUM
 Tem a presente a finalidade de esclarecer a questão da índia Suruwahá que se
encontra em São Paulo aguardando intervenção cirúrgica no Instituto da
Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP.
 
 
A JOCUM é uma entidade sem fins lucrativos que atua em favor da causa
indígena.
 
Por força da ação humanitária e da atuação dos linguistas Marcia e Edson
Suzuki em favor da causa indígena, os mesmos foram procurados por
representantes da tribo Suruwahá (ou Zuruaha), que solicitaram auxílio para
o tratamento médico de uma das crianças da tribo.
 
Os linguistas não tem nenhum interesse em divulgar a instituição Jocum ou
ainda qualquer de seus integrantes através do episódio recentemente
veiculado no Programa Fantástico. O maior desejo é a proteção à vida e aos
interesses da criança, seus pais, sua saúde e cultura.
 
No entanto, diante da repercussão da reportagem (que procurou pelos
linguistas e pelos índios) e diante do drama da criança, são importantes
alguns esclarecimentos ao público evangélico (que nos ajudou com doações de
mantimentos e remédios) e também a todos aqueles que valorizam a vida como
direito inalienável do ser humano.
 
Os linguistas agradecem todos os esforços daqueles que tem entrado em
contato e esclarecem:
 
1) Em reunião na data de ontem, em Manaus, com a presença de Marcia Suzuki,
do Procurador do Ministério Público Federal André Lasmar, representantes do
CIMI, da FUNAI, FUNASA e antropólogos, todos concordaram e perceberam que
tem um desejo comum, nesse momento, voltado à preservação da vida e dos
melhores interesses da índia Suruahá.
 
2) Agradecemos ao Diretor da Funasa para questões indígenas, Dr. José Maria,
que gentilmente entrou em contato conosco na data de hoje, avisando que os
procedimentos burocráticos necessários à segurança da criança estão sendo
agilizados e que provavelmente a cirurgia será autorizada nos próximos dias.
 
3) Agradecemos o esclarecimento do Diretor da Funasa e sua abertura para um
contato direto sempre que surgirem questões de relevância, sendo motivo de
alegria e constante preocupação de Edson e Marcia Suzuki desenvolver
relações institucionais com os órgãos governamentais, no sentido de
procurarem, Índios, ONG`s, governo e pessoas interessadas, os melhores
caminhos para a defesa da causa indígena, com a sabedoria e serenidade
necessárias.
 
4) Entendemos a preocupação do Ministério Público Federal de que a cirurgia
implicará na necessidade de continuidade do tratamento, talvez por anos
seguidos, o que implica em questão delicada quanto a definição de quais
órgãos, pessoas e estrutura deverão ser dirigidas em atenção à questão da
índia Suruahá.
 
5) Edson e Márcia Suzuki ressaltam sua crença no direito de escolha dos
índios em todas as questões que digam respeito à vida, em todas as suas
dimensões culturais, filosóficas e antropológicas.
 
6) Entendemos que a Funai, Funasa e Ministério Público são fundamentais para
a defesa da causa indígena e que somos nós, cidadãos, os grandes agentes de
transformação da sociedade, cabendo-nos sugerir, ajudar, informar e lutar
sempre em favor da vida.
 
 
Um abraço a todos.
 
 
 
Marcos Abe
 
advogado ( Via _ Katia )



05_ Eu Maria Izabel Ovellar Heckmann,
 
Venho por meio deste manifestar meus sinceros sentimentos:
 
Como descendente de indigena que sou, não concordo com os os fatos de vetarem o direito ao tratamento que as indiazinhas necessitam, veja bem, como são discordante os fatos, aparentemente o passado volta a tona, porque:
 
É conhecido por todo o povo Brasileiro, que ontem os brancos exterminavam os índios da mais diversas etnias.
 
Hoje os brancos que querem dar a eles o direito a atendimento médico, são impedidos!
 
Me pergunto onde será que realmente cabem nossas culturas em preservar o passado que insiste em sobreviver?
 
 
Em uma população, como a população Brasileira que é formada pela miscigenação de três grupos étnicos (Branco, Negro e Indio) e a contribuição indigena na região norte sendo de mais de 50%.
 
Ja pensou se na época de nossos antepassados a cultura tivesse tido de ser preservada? Onde estariamos nós?
 
Vale uma reflexão séria a respeito,
 
Atenciosamente,
 
Maria Izabel Ovellar Heckmann
Coord. Ciências Biologicas_UNIPEC

- - -

Muito bom!
deveríamos nos manifestar?
  de forma coerente diante destes fatos, certamente que sim.
06 _ Mônica Heiderich _ fonoaudióloga ETED-2004-vila do louvor


 
07 _ Edmilson : Olá Queridos
Se você assistiu ontem a reportagem no Fantástico a respeito dos
índiozinhos da tribo ZURUARAS que deveriam ser sacrificados apenas por
nascerem com deficiência física, saiba que esta é a verdade e prática há
muitos anos. Também esta tribo está caminhando para extinção pois o
suicídio é algo cada vez mais frequentes entre os jovens ZURUARAS.
Já há 20 anos Jocum tem trabalhado com esta tribo, e muitos testemunhos
já aconteceram lá. Aqueles missionários que apareceram fazendo a
tradução são jocumeiros ( Suzuki e Marcia ), que chegaram lá antes de
qualquer outra pessoa, inclusive do governo. Na época era necessário
andar 15 dias a pé no meio da selva amazônica para encontrar a
tribo.Eles teem histórias incríveis.
Um motivo forte de oraçào é sobre a tensão entre o governo federal e
Jocum, pois a FUNAI alega que nossos missionários estão prejudicando a
cultura nativa dessas tribos, como neste caso agora em que segundo o
governo as crianças deveriam ser sacrificadas, pois é a cultura da
tribo. Se não me engano já houve uma época que nossos missionários foram
proíbidos de entrar em uma dessas tribos , mas os próprios índios
pediram que nossa presença fosse autorizada. Agora tem uma situação bem
séria novamente em que estamos esperando para ver os resultados. ( Voce
viu o tom da matéria ? )
Eu conheço pessoalmente estes missionários e um pouco do que eles fazem
nas tribos, e posso te afirmar que eles não estão lá para civilizar os
índios, mas para pregar o evangelho Daquele que criou os índios, levando
salvação e paz e para dar uma condição melhor de vida à els. Na verdade
quem se acultura são nossos missionários, no modo de viver, de morar, de
comer e até mesmo ficando pelados se necessário.
Então peço que orem por este caso das crianças ZURUARAS, especialmente
por essa comissão que foi levantada para julgar este caso,por Jocum na
amazônia, por nossos misionários que estão nas diversas tribos
espalhadas no Brasil e pelos ZURUARAS, que precisam da cultura do Reino
de Deus em seu povo.
A Bíblia diz que toda língua, povo, *tribo* e nação estará diante Dele
na eternidade, isto inclui os ZURUARAS. Voce vai poder encontrá-los lá,
e saber de suas histórias.
Se você não assistiu a matéria pode ver no site da globo / fantástico.
Contamos com suas orações
Um grande abraço

08 _ Cleo : Suruwahá - Urgencia de Oração 18 Sep 2005
Estou enviando alguns  trechos da carta de Márcia e Suzuki resumindo um
pouco a situação dos Suruwahá no momento. Eles são meus amigos e estamos
juntos com eles nesta situação.  Gostaria de pedir cada um de voces  que
tem sido parte deste desafio de levar o Evangelho que é justiça aos povos
indígenas estejam conosco em oração neste tempo.
 
Não percam, nesse domingo, uma matéria que vai ao ar pelo Fantástico da
Rede Globo sobre o drama que os índios Suruwaha estão vivendo.
Recentemente, uma criança nasceu na aldeia Suruwaha com um tipo de
hermafroditismo, Sumawani tem apenas seis meses mas já é uma vencedora.
Escapou da morte duas vezes. Primeiro, logo ao nascer. Sua mãe, ao perceber
a anormalidade, teve que abandoná-la na mata. Simawani gritou por horas,
até que a mãe não suportou e resolveu resgatá-la. Depois foi a vez do pai,
que chegou a apontar a flecha para matá-la, mas não teve coragem.
Resolveram então enfrentar a tradição cultural de infanticídio e lutar pela
vida da criança. Até o líder da tribo os apoiou e aconselhou que eles
procurassem ajuda de um médico para 'branco'. A partir daí iniciou-se uma
saga de coragem, determinação e fé. Com nosso apoio e de muitos irmãos eles
conseguiram chegar até aqui, fizeram todos os exames e agora o sexo da
criança já está definido. Agora, o próximo passo seria a cirurgia. Depois
de feita a reconstrução do órgão genital feminino, Sumawani poderia voltar
para a aldeia e ser aceita pela comunidade. Os médicos estão prontos para
fazer a cirurgia, mas o Hospital das Clínicas está impossibiliado de
autorizá-la. Isso porque o caso de Sumawani tomou proporções políticas e
ideológicas inimagináveis. A confusão começou quando um antropólogo do CIMI
(grupo de missionários ligados a igreja católica e fortemente contrários a
qualquer trabalho evangélico) fez uma denúncia na imprensa e outra no
Ministério Público em Manaus, questionando essa viagem e alegando que nossa
interferência cultural é perigosa para os suruwahá.
Coloque-se no lugar de Naru, o pai, ou de Kusiumã, a mãe da menina. Depois
de tudo que enfrentaram, de seis meses de luta, ainda podem acabar voltando
para a aldeia com o mesmo problema que saíram. Naru sabe que não suportaria
a dificuldade de criar, na aldeia, uma criança com tamanha anormalidade.
Sabe que a pressão seria forte demais e já afirmou que ele mesmo teria que
matar a menina e depois se suicidar.
 
Será que eles têm o direito de salvar a vida de sua filha? Será que essa
mudança cultural, que favorece a vida, deve ser recriminada? Será que um
povo não tem o direito de reavaliar sua cultura e escolher mudar? Será que
os índios não são gente, como a gente? Cidadãos, adultos, capazes de
escolher? Ou o Estado, assessorado por grupos de ideologia duvidosa, deve
decidir tudo por eles? Será que o direito a diferença cultural está acima
do direito a vida?
 
Neste domingo vai ao ar, no Fantástico, uma matéria que conta essa
história. Esperamos que a versão da história seja fiel aos fatos e que
aprendamos a dar aos índios os mesmos direitos que nos reservamos de
decidir o nosso destino. O Brasil é um país que trata os povos indígenas
como incapazes de escolher o caminho que querem seguir e dá a essa política
o nome de respeito e proteção cultural.
 
Na segunda feira Márcia (JOCUM), o Ministério Público, FUNAI e FUNASA e
CIMI estarão numa reunião em Manaus.  Precisamos de muita cobertura
espiritual neste tempo.   Nossa luta não é contra carne e sangue.  Nossa
lutas é contra os principados e estamos sentindo que este é um tempo de
Deus para que seja feita justiça aos povos indígenas.  E que venha o Reino
de Deus !
Um grande abraço,
Cleo (Taborda)


Suruwaha em SP , 12 Sep 2005
Paz
Estou lhe enviando:
uma carta dos missionarios (de hoje)
uma reportagem da semana passada
e leis pertinente
 
que Deus siga abencoando
em Cristo

09_ Tercio  ( Via _ Correa)
 
___________________________________________________________________________________
  "Hajini kuni!"  É uma menina!
 
 
 
  Imagina o que significa só poder dizer isso depois que a criança já
  completou seis meses! Mesmo assim nossos amigos suruwaha ficaram tomados
de  alegria ao saber finalmente o sexo do seu bebê. Só agora os pais podem
se  referir a criança sem passar pelo constrangimento de não saber se usam o
  termo masculino ou feminino. Agora ela tem até nome - Sumawani, uma
  homenagem a colega Simone que está nos ajudando desde que chegamos em
São  Paulo.
 
  Sumawani tem apenas seis meses mas já é uma vencedora. Escapou da morte
duas  vezes. Primeiro, logo ao nascer. Sua mãe, ao perceber a anormalidade,
teve  que abandoná-la na mata. Simawani gritou por horas, até que a mãe não
  suportou e resolveu resgatá-la. Depois foi a vez do pai, que chegou a
  apontar a flecha para matá-la, mas não teve coragem. Resolveram então
  enfrentar a tradição cultural de infanticídio e lutar pela vida da criança.
  Até o líder da tribo os apoiou e aconselhou que eles procurassem ajuda de um
  médico para 'branco'. A partir daí iniciou-se uma saga de coragem,
  determinação e fé. Com nosso apoio e de muitos irmãos eles conseguiram
  chegar até aqui, fizeram todos os exames e agora o sexo da criança já está
  definido.  Agora, o próximo passo seria a cirurgia. Depois de feita a
  reconstrução do órgão genital feminino, Sumawani poderia voltar para a
  aldeia e ser aceita pela comunidade. Os médicos estão prontos para fazer
a  cirurgia, mas o Hospital das Clínicas está impossibiliado de autorizá-la.
  Isso porque o caso de Sumawani tomou proporções políticas e ideológicas
  inimagináveis. A confusão começou quando um antropólogo do CIMI (grupo de
  missionários ligados a igreja católica e fortemente contrários a qualquer
  trabalho evangélico) fez uma denúncia na imprensa e outra no Ministério
  Público em Manaus, questionando essa viagem e alegando que nossa
  interferência cultural  é perigosa para os suruwahá. Chegaram ao extremo de
  nos responsabilizar pelo aumento do suicídio, usando dados falsos e fazendo
  acusações infundadas. O resultado dessa pressão é que a FUNASA em Lábrea,
  com medo, vem se recusando a emitir os documentos da criança. Sem esses
  documentos o hospital não pode operar Sumawani.
 
 
 
  Coloque-se no lugar de Naru, o pai, ou de Kusiumã, a mãe da menina. Depois
  de tudo que enfrentaram, de seis meses de luta, ainda podem acabar voltando
  para a aldeia com o mesmo problema que saíram. Naru sabe que não suportaria
  a dificuldade de criar, na aldeia, uma criança com tamanha anormalidade.
  Sabe que a pressão seria forte demais e já afirmou que ele mesmo teria que
  matar a menina e depois se suicidar.
 
 
 
  Será que eles têm o direito de salvar a vida de sua filha?  Será que essa
  mudança cultural, que favorece a vida, deve ser recriminada? Será que um
  povo não tem o direito de reavaliar sua cultura e escolher mudar? Será que
  os índios não são gente, como a gente? Cidadãos, adultos, capazes de
  escolher? Ou o Estado, assessorado por grupos de ideologia duvidosa,
deve  decidir tudo por eles?  Será que o direito a diferença cultural está acima   do direito a vida?
 
 
 
  Essas são perguntas importantes que nós, como igreja, precisamos saber
  responder. Estamos contatando advogados, antropólogos e gente da
imprensa.
  Acreditamos que vamos conseguir a autorização para essa cirugia de uma
forma
  ou de outra. Continue orando por essa situação e nos escreva se tiver
alguma
  idéia. Leia no anexo denúncia que saiu no Diário do Amazonas.
 
 
 
  Por Ele
______________________________________________________________________
 
 
 
 
 
 
PRESTAÇÃO DE ASSIST
PRESTAÇÃO DE ASSISTÊNCIA AOS POVOS INDÍGENAS
 
DECRETO Nº 3.156, DE 27 DE AGOSTO DE 1999.
 
Dispõe sobre as condições para a prestação de assistência à saúde dos povos
indígenas, no âmbito do Sistema Único de Saúde, pelo Ministério da Saúde,
altera
dispositivos dos Decretos nºs 564, de 8 de junho de 1992, e 1.141, de 19 de
maio de
1994, e dá outras providências.
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso das atribuições que lhe confere o art. 84,
incisos IV e VI, da Constituição, e tendo em vista nos arts. 14, inciso
XVII, alinea
" c ", 18, inciso X e 28-b da Lei nº 9.649, de 27 de maio de 1998,
 
DECRETA:
 
Art 1º A atenção à saúde indígena é dever da União e será prestada de
acordo com a
Constituição e com a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, objetivando a
universidade, a integralidade e a equanimidade dos serviços de saúde.
 
Parágrafo único. As ações e serviços de saúde prestados aos índios pela
União não
prejudicam as desenvolvidas pelos Municípios e Estados, no âmbito do
Sistema Único
de Saúde.
 
Art 2º Para o cumprimento do disposto no artigo anterior, deverão ser
observadas as
seguintes diretrizes destinadas à promoção, proteção e recuperação da saúde
do
índio, objetivando o alcance do equilíbrio bio-psico-social, com o
reconhecimento do
valor e da complementariedade das práticas da medicina indígena, segundo as
peculiaridades de cada comunidade, o perfil epidemiológico e a condição
sanitária:
 
I - o desenvolvimento de esforços que contribuam para o equilíbrio da vida
econômica, política e social das comunidades indígenas;
 
II - a redução da mortalidade, em especial a materna e infantil;
 
III - a interrupção do ciclo de doenças transmissíveis;
 
IV - o controle da desnutrição, da cárie dental e da doença periodental;
 
V - a restauração das condições ambientais, cuja violação se relacione
diretamente
com o surgimento de doenças e de outros agravos da saúde;
 
VI - a assistência médica e odontológica integral, prestada por
instituições
públicas em parceria com organizações indígenas e outras da sociedade
civil;
 
VII - a garantia aos índios e às comunidades indígenas de acesso às ações
de nível
primário, secundário e terciário do Sistema Único de Saúde - SUS;
 
VIII - a participação das comunidades indigenas envolvidas na elaboração da
política
de saúde indígena, de seus programas e projetos de implementação; e
 
IX - o reconhecimento da organização social e política, dos costumes, das
línguas,
das crenças e das tradições dos índios.
 
Parágrafo único. A organização das atividades de atenção à saúde das
populações
indígenas dar-se-á no âmbito do Sistema Único de Saúde e efetivar-se-á,
progressivamente, por intermédio dos Distritos Sanitários Especiais
Indígenas,
ficando assegurados os serviços de atendimento básico no âmbito das terras
indígenas.
 
Art 3º O Ministério da Saúde estabelecerá as políticas e diretrizes para
promoção,
prevenção e recuperação da saúde do índio, cujas ações serão executadas
pela
Fundação Nacional de Saúde - FUNASA.
 
Parágrafo único. A FUNAI comunicará à FUNASA a existência de grupos
indígenas
isolados, com vistas ao atendimento de saúde específico.
 
Art 4º Para os fins previstos neste Decreto, o Ministério da Saúde poderá
promover
os meios necessários para que os Estado, Municípios e entidades
governamentais e
não-governamentais atuem em prol da eficácia das ações de saúde indígena,
observadas
as diretrizes estabelecidas no art. 2º deste Decreto.
 
Art 5º Os arts. 2º e 17 do Anexo I ao Decreto nº 564, de 8 de junho de
1992, passam
a vigorar com a seguinte redação:
 
"Art. 2º A FUNAI tem por finalidade:
 
................................................................................
...................................................................
 
V - apoiar e acompanhar o Ministério da Saúde e a Fundação Nacional de
Saúde nas
ações e serviços destinados à atenção à saúde dos povos indígenas;
 
................................................................................
........................................................." (NR)
 
"Art. 17. À Diretoria de Assistência compete promover e dirigir, em nível
nacional,
as ações de assistência aos índios nas áreas de proteção aos grupos
indígenas
isolados, de execução das atividades relativas à prestação, conservação e
recuperação do meio ambiente de atividades sociais produtivas, assim como
apoiar e
acompanhar as ações das comunidades indígenas, desenvolvidas pelo
Ministério da
Saúde." (NR)
 
Art 6º Os arts. 1º, 2º e 6º do Decreto nº 1.141, de 19 de maio de 1994,
passam a
vigorar com a seguinte redação:
 
"Art. 1º As ações de proteção ambiental e apoio às atividades produtivas
voltadas às
comunidades indígenas constituem encargos da União." (NR)
 
"Art. 2º As ações de que trata este Decreto dar-se-ão mediante programas
nacionais e
projetos específicos, de forma integrada entre si e em relação às demais
ações
desenvolvidas em terras indígenas, elaboradas e executadas pelos
Ministérios da
Justiça, da Agricultura e do Abastecimento, do Meio Ambiente e da Cultura,
ou por
seus órgãos vinculados e entidades supervisionadas, em suas respectivas
áreas de
competência legal, com observância das normas estabelecidas pela Lei nº
6.001, de 19
de dezembro de 1973." (NR)
 
"Art. 6º A Comissão Intersetorial será constituída por:
 
I - um representante do Ministério da Justiça, que a presidirá;
 
II - um representante do Ministério da Agricultura e do Abastecimento;
 
III - um representante do Ministério da Saúde;
 
IV - um repersentante do Ministério do Meio Ambiente;
 
V - um representante do Ministério da Cultura;
 
VI - um representante do Ministério das Relações Exteriores;
 
VII - um representante da Fundação Nacional do Índio;
 
VIII - um representante da Fundação Nacional da Saúde;
 
IX - dois representante da Sociedade Civil, vinculados a entidades de
defesa dos
interesses das comunidades indígenas." (NR)
 
Art 7º Ficam remanejados, na forma deste artigo e do Anexo I a este
Decreto, da
Fundação Nacional do Índio - FUNAI para a Fundação Nacional de Saúde -
FUNASA, um
DAS 101.4; dois DAS 101.3; vinte e quatro DAS 101.1 e quarenta e nove FG-1.
 
Parágrafo único. Em decorrência do disposto no caput deste artigo, os
anexos LXVIII
e LXXIV ao Decreto nº 1.351, de 28 de dezembro de 1994, passam a vigorar na
forma
dos anexos II e III a este Decreto.
 
Art 8º A FUNASA contará com Distritos Sanitários Especiais Indígenas
destinados ao
apoio e à prestação de assistência à saúde das populações indígenas.
 
§ 1º Os Distritos de que trata este artigo serão dirigidos por um Chefe DAS
101.1 e
auxiliados por dois Assistentes FG-1.
 
§ 2º Ficam subordinadas aos respectivos Distritos Sanitários Especiais
Indígenas as
Casas do Índio, transferidas da FUNAI para a FUNASA, cada uma delas
dirigida por um
Chefe FG-1.
 
§ 3º Ao Distrito Sanitário Especial Indígena cabe a responsabilidade
sanitária sobre
determinado território indígena e a organização de serviços de saúde
hierarquizados,
com a participação do usuário e o controle social.
 
§ 4º Cada Distrito Sanitário Especial Indígena terá um Conselho Distrital
de Saúde
Indígena, com as seguintes atribuições:
 
I - aprovação do Plano Distrital;
 
II - avaliação da execução das ações de saúde planejadas e a proposição, se
necessária, de sua reprogramação parcial ou total; e
 
III - apreciação da prestação de contas dos órgãos e instituições
executoras das
ações e serviços de atenção à saúde do índio.
 
§ 5º Os Conselhos Distritais de Saúde Indígena serão integrados de forma
partidária
por:
 
I - representantes dos usuários, indicados pelas respectivas comunidades; e
 
II - representantes das organizações governamentais envolvidas, prestadores
de
serviços e trabalhadores do setor de saúde.
 
Art 9º Poderão ser criados, pelo Presidente da FUNASA, no âmbito dos
Distritos
Sanitários Especiais Indígenas, Conselhos Locais de Saúde, compostos por
representantes das comunidades indígenas, com as seguintes atribuições:
 
I - manifestar-se sobre as ações e os serviços de saúde necessários à
comunidade;
 
II - avaliar a execução das ações de saúde na região de abrangência do
Conselho;
 
III - indicar conselheiros para o Conselho Distrital de Saúde Indígena e
para os
Conselhos Municipais, se for o caso; e
 
IV - fazer recomendações ao Conselho Distrital de Saúde Indígena, por
intermédio dos
conselheiros indicados.
 
Art 10. As designações dos membros dos Conselhos Distritais de Saúde
Indígena e dos
Conselhos Locais de Saúde serão feitas, respectivamente, pelo Presidente da
FUNASA e
pelo Chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena, mediante indicação das
comunidades representadas.
 
Art 11. A regulamentação, as competências e a instalação dos Distritos
Sanitários
especiais Indígenas serão feitas pelo Presidente da FUNASA, até a
publicação do novo
Estatuto e do regimento Interno da Fundação.
 
Art 12. Os cargos em comissão e as funções de confiança integrantes das
unidades
descentralizadas da FUNASA serão providos, exclusivamente, por servidores
do Quadro
de Pessoal Permanente, ativo ou inativo, da Fundação Nacional de Saúde ou,
excepcionalmente, do Ministério da Saúde.
 
§ 1º Além da exigência estabelecida no caput deste artigo, deverão ocupar,
ou ter
ocupado, no caso de servidor inativo, cargo permanente de nível superior e
ter
experiência mínima de cinco anos em cargo de direção ou função de confiança
no
Ministério da Saúde ou em suas entidades vinculadas, os ocupantes dos
seguintes
cargos:
 
I - Coordenador Regional da FUNASA;
 
II - Diretor doInstituto Hélio Fraga;
 
III - Diretor do Instituto Evandro Chagas; e
 
IV - Diretor do Centro Nacional de Primatas.
 
§ 2º Executam-se das disposições deste artigo:
 
I - os servidores que, na data da publicação deste Decreto, se encontrem no
exercício dos mencionados cargos e funções; e
 
II - as nomeações de advogados para os cargos em comissão de Assessor
Jurídico das
unidades descentralizadas da FUNASA, até a realização de concurso público
específico.
 
Art 13. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
 
Art 14. Ficam revogados os arts. 11, 12, 13 e 14 do Decreto nº 1.141, de 19
de maio
de 1994, e os Decretos nºs 1.479, de 2 de maio de 1995, 1.779, de 9 de
janeiro de
1996; e 2.540, de 8 de abril de 1998.
 
Brasília, 27 de agosto de 1999; 178º da Independência e 111º da República.
 
FERNANDO HENIQUE CARDOSO
 
José Carlos Dias
 
José Serra
 
Martus Tavares
10 _ Gedeon
PARA BRÁULIA RIBEIRO SOBRE A ÚLTIMA MATÉRIA DO FANTÁSTICO E O IV CB
 
Silas e demais companheiros, especialmente Braulia.
 
 
 
E ai, vamos deixar barato esta afronta? Não estou tento nenhum discernimento espiritual, estou falando como homem, mas muita vontade é partir para briga. Escrevi um texto e estou enviando para todos os jornais, universidades, etc, etc.
 
 
 
Canalhice é pouco para descrever o tom da reportagem. Teve muita articulação política e academia. Esta corja de canalhas que nada em dinheiro publico dentro das universidades não suporta saber e ver que os evangélicos, sem dinheiro e com muito amor fazem muito mais do que eles. Estes canalhas vão na aldeia USAM os índios, depois voltam escrevem suas tesizinhas masturbatórias e ficam pousando de salvadores da humanidade. É, como debochamos no meio acadêmico, uma cambada de "legalizadores de taras".
 
 
 
Onde estão os deputados evangélicos? eles só se pronunciam na hora do falso moralismo, a la severino, contra homossexuais. Ìndio não tem voto!
 
 
 
Vou parar pq estou irado, e em minha sã consciência comete besteira, imagimem com raiva. Mas particularmente eu não vou deixar barato, vou escrever para a Globo, a imprensa em geral, todos os dias!!
 
 
 
Gedeon
 
abaixo meu artigo.
 
 
 
--------------------------------------------------------
 
A máquina de fazer doido continua ótima!
 
 
 
Ontem, dia 25/10, assisti a reportagem do Fantástico sobre a ação dos missionários da Jocum trazerem índios zuruahá para tratamento médico em SP: uma mistureba de sensacionalismo e passionalidade. Nada muito diferente do que eles fazem sempre. É sina de jornalismo televisivo: imagens, imagens, falas editadas e conteúdo pífio. Toda notícia na tv tem a profundidade de uma montanha. Não havia assistido no domingo, mas segundo me disseram, a reportagem fora bem positiva ao trabalho realizado pelos missionários, mas ontem voltou ao “normal”. 
 
 
 
l. Como já disse, jornalismo televisivo prima pelo simplismo, ainda mais quando se trata de jornalismo fantástico! Noticia uma tragédia onde morrem dezenas e, em seguida, mostra a nova moda brega. No mesmo pacote, ambas têm uma só objetivação: entretenimento.
 
2. Sobre a “noticia” em específico da ação dos missionários da Jocum, vejamos: l. uma frase isolada da Braulia; 2. uma frase isolada de um texto do site; 3. uma frase isolada da Suzuki. E a conclusão fantástica: os missionários têm objetivação religiosa!  Meu Deus, eu estou abismado com a genialidade deste jornalismo: os missionários têm motivação religiosa? Descobriram a roda! Então eu posso dizer que os jornalistas da Globo têm motivação jornalística?  Não dava para fazer uma coisinha menos pior? Isso é uma mistura de burrice com preguiça de investigar.
 
3. Nenhum aprofundamento da questão antropológica e da saúde púbica. Por que a Funasa não tem atendido? Falta remédio? Falta dinheiro? Falta pessoal? Nenhuma critica a (falta de) ação governamental. Qual a solução da Funai e do procurador? Retirar os missionários do campo. Ótimo! Os índios matam os recém nascidos com deficiência e depois se suicidam – e a Funai continua desempenhando seu papel. Qual?
 
4. A fala do antropólogo é uma pérola. Como a Funai não dá a devida atenção os missionários fazem barganha religiosa com a saúde. 1. admite que a Funai não cumpre sua função; 2. admite que os missionários cuidam da saúde. Ao ensejo, qual é o papel do antropólogo nesta história, além de fazer “análise” para a tv?  Se os antropólogos são os únicos que têm total acesso a estes povos, inclusive usando dinheiro público, porque eles não minoraram estas condições? A ação antropológica, pelo visto, se restringe, a ajudar preservar o isolamento do grupo para o benefício da integridade étnica cultural, conquanto, os zuruahá continuem cometendo suicídios e infanticídios rituais. Não é sem motivos que, no meio acadêmico, antropólogo é conhecido como “legalizador de taras”. Pois, na medida em que estas práticas rituais sejam “destruídas” pelos missionários, coitados dos antropólogos, perderão um amplo campo de pesquisa. Por amor à ciência, eles bem que poderiam realizar uma pesquisa participativa. Para a tv seria uma reportagem fantástica!
 
5. Qual é, enfim, o grande “mal” da ação missionária? Ter tirado os índios da aldeia para trazê-los para tratamento médico na cidade. De fato estes missionários merecem uma ação justa da procuradoria federal, uma reprimenda da Funasa, uma expulsão da Funai e toda uma condenação científica. Salvar vida de índios é um crime.  Selvagens isolados em seus costumes primitivos, ao serem trazidos para nosso meio, vão usufruir do nosso sistema de saúde; vão conhecer os benefícios de nossa civilização e não vão querer mais voltar ao seu primitivismo! Índio bom é índio morto, suicida, primitivo, selvagem em seu estado natural o mais longe possível. Afinal eles estão assim há quinhentos anos, e mesmo com ajuda do Governo e da ciência não conseguimos matá-los em definitivo. Mas se os deixarmos assim só mais um pouquinho de tempo não será necessário lembrarmos deles. Para manter isso como estar, já temos a Funai executando seu papel tutelador. Portanto, a Procuradoria precisa agir rápido, senão os missionários salvam os índios das doenças, dos suicídios e dos infanticídios, e os antropólogos não poderão salivar diante das taras e fazer suas teses acadêmicas. E o Fantástico ficará cada vez menos fantástico!
 
 
 
 
 
Gedeon Freire de Alencar, diretor pedagógico do Instituto Cristão de Estudos Contemporâneos.
 = = =

Caros, por favor, leiam esse texto a respeito da matéria do Fantástico do
último domingo. É um texto forte, o autor abusa da ironia, mas é um
recurso para melhor ser entendido.
 
Abraços a todos e muito obrigado aqueles que nos procuraram pedindo
esclarecimentos e não engoliram a versão fantástica da história.
 
Kelvin Souza
JOCUM - PORTO VELHO ( Via _
www.semadec.org.br )



11 _ Silas
September 26, 2005 3:10 PM
Subject: PARA BRÁULIA RIBEIRO SOBRE A ÚLTIMA MATÉRIA DO FANTÁSTICO E O IV CBM
 
 
Bráulia,
 
Ontem (25/09)a distância em um restaurante, após o culto de uma conferência vi uma matéria na tv, que parecia se tratar da continuação da matéria do domingo anterior no Fantástico. O barulho no restaurante não me permitia ouvir nada. Sei agora que quem é assinante da Globo.com pode ver a matéria pela internet, procurando no item Fantástico no site da Globo
www.globo.com.br
 
Hoje cedo mais de uma pessoa fez referência a matéria. Uma outra pessoa até mesmo telefonou para mim.
 
Imagino a luta e pressão que devem estar passando. Fala-se em retirá-los da tribo. Se este for o caso, geralmente retiradas tão rápidas, sem as devidas preparações trazem muita dor aos missionários. Talvez, até com seqüelas para os convertidos. Neste contexto todo, aqui no Vale estaremos orando por vocês.
 
Uma pessoa que trabalhou na Globo acha bem possível a Globo se infiltrar no IV CBM e tentar gravar sua palavra, para ver se da mesma pode retirar alguma declaração que os recrimine, ou que os vulnerabilize. Esteja atenta a esta possibilidade, enquanto nos manteremos em oração por você.
 
Salvar vidas fisicamente e espiritualmente de campos mais fechados é sempre complicado, principalmente quando não temos respaldo legal. Não sei se o conselho de pastores indígenas poderia ajudá-los de alguma forma. Veja se consegue contatar o Henrique Terena. A Novas Tribos está numa batalha legal a anos com a Funai, quem sabe pode ajudá-los também.
 
Devido nossa ignorância estaremos orando e acompanhando, quem sabe tem algo mais a fazer.
 
Bye, Silas Tostes
 


= = =
12 _ Monica _ 27/9/05 
Ontem percebi pelo "Fantástico" como realmente é mentira que no Brasil há liberdade religiosa. (total)
 
Ouvi ou melhor com as vantagens da internet que vc pode falar com alguém tão longe, um missionário ontem disse que ele foi preso, agredido, caluniado, difamado, tudo que se imagina, ele trabalha há 20 anos em Roraima, ele é casado com uma pedagoga que é envolvida no projeto amigo da escola,estudou antropologia, sociologia, enfim, ele estava contando como ele já sofreu, no Brasil por causa do evangelho, parece histórias de pessoas da China, mas sempre é escondido, ontem o "Fantástico" deu a maior gafe, mostrou que no Brasil além da injustiça e omissão a saúde que existe, não há mesmo  'liberdade religiosa' .http://www.uniaonet.com/nilto.htm
 
 
Não precisamos ir tão longe, até em Furnas com os adolescentes de lá, a gente percebe isso, mas é bem, bem... discreto, com o número grande de igrejas no Brasil, pensa-se que a liberdade realmente existe.
Sabemos que a perseguição em nome de Jesus é bíblica e felizes aqueles que sofrem por esse nome, quando temos que nos manifestar em amor e orar por esses que estão lá, e ter a consciência que existe o interesse financeiro e é batalha espiritual também.
sobre ig Católica leiam -
http://fantastico.globo.com
 
 
No Brasil tínhamos 10 milhões de índios depois de 500 anos temos 250 mil índios. - dados do Missionário Nil. Interessante como é preservada a cultura indígena... 
 
Nas 3 tribos que conheci, em dois estados diferentes do Brasil  eu vi - a exclusão, drogas, maus tratos, abandono, prostituição, uma casa melhor e é a da FUNAI, lixo, sujeira, doenças, miséria, fome, álcool e terríveis condições de vida. a primeira vez na vida que fui numa aldeia eu fiquei perplexa e chocada tinha ma imagem da que me passavam na televisão, como ontem o "'Fantástico' mundo de Bob" mostrou, só se for esse o nome, deixem a cultura em paz. blefff...
 
“Como a Funai, que seria a responsável pela assistência aos índios, e a Funasa, que é a responsável pela saúde dos índios, não dão a atenção necessária, devido à distância, aos recursos parcos, a missão se aproveita e eles ficam barganhando, fazendo da atenção à saúde uma moeda de troca para a conversão dos índios”, conta Dal Poz. 
http://fantastico.globo.com - Nossa isso é um absurdo imagina, eu te levo no médico ai vc vira crente tá? combinado? - recebi o email anterior antes de trazerem as crianças que seriam mortas, só se falava em levá-los aos médicos e das equipes de profissionais de saúde para atendimento.
 
Bom pessoal, existem muitas outras dificuldades que as missões sofrem e diversos que estão lá e muitas vezes, eles nem falam o que realmente acontece, estou aprendendo
 
“Cabe à nossa sociedade respeitar essa diversidade cultural e religiosa e não impor uma outra religião a qualquer preço”, acredita o antropólogo Dal Poz.
 
Ou seja o brasileiro tem direito de saber e escolher, menos o índio.

13_ edu : ENRIQUE e demais irmãos Deus vos abençôe.
  Ontem à noite vi no Fantástico um claro ataque de satanás às obras de Deus. Missionários da JOCUM entraram numa tribo indígena e prestaram socorro a um jovem índio com paralisia cerebral e a outro hermafrodita (com aparelhos reprodutor masculino e feminino). os missionários levaram as duas crianças indígenas para tratamento em São Paulo.
O fantástico é que a Rede Globo e um promotor de justiça acusam os missionários de deturparem a cultura indígena, cuidando da saúde deles, só para impor a religião evangélica.
A máscara está caída. Há uma música que é muito própria para este momento: "Caiam por terra agora os inimigos de Deus, seja estabelecida a casa do Senhor..."
Outra música que me lembro é: " de todas as tribos , povos e ração muitos virão te louvar..."
VAMOS ORAR PELA MISSÃO JOCUM E OS INIMIGOS DE DEUS SERÃO DERROTADOS!
Paz
Edu
p.s: Vejam o texto que escrevi ontem
chamado HAJA LUZ. Deixem seus comentários no _ www.educasali.zip.net
14 _ www.asasdesocorro.org.br _ Caixa Postal 184- CEP 75001-970 Anápolis-GO Tel: (62) 314-1133/(62) 314-1450 .
28 Sep 2005
 

Prezados irmãos, graça e paz vos sejam multiplicadas no nome do Senhor
Jesus, que vive e reina par sempre!
 
Diante dos sucessivos acontecimentos de perseguição que vêm se apresentando
com os nossos irmãos Márcia e Suzuki, da JOCUM, vemos a necessidade de
unirmos forças e nos posicionarmos como servos do SENHOR e interceder por
eles.
 
Durante nossos cinqüenta anos de Missões e convivência hamorniosa com as
Organizações Missionárias e filantrópicas, passamos também por muitas
situações de perseguições e enfrentamos diversas vezes os entraves das Leis
que, em muitas situações dificultam nossas atividades.
 
O que temos assistido, com relação aos nossos irmãos da JOCUM, poderá ser
um marco definitivo entre as nossas relações com as mais diversas culturas
em nosso País e mais do que isto, definir a que propósito estamos servindo
ao SENHOR.
 
Nosso apelo, neste momento de tantas dificuldades de nossos irmãos, é de
que clamemos ao SENHOR DOS EXÉRCITOS, para que, mais uma vez Ele nos
conceda a graça de sermos vitoriosos,  que Suzuki e Márcia, sejam
fortalecidos na fé através deste embate e que vidas sejam salvas e
poupadas, como vêm fazendo as Missões no Brasil, combatendo   a fúria do
inimigo e desmascarando seus asseclas, que tentam atrapalhar nossa
caminhada para o cumprimento da Grande Comissão.
 
Oremos juntos, pois, se nos humilharmos, orarmos e buscarmos ao SENHOR,
convertendo-nos dos maus caminhos, certamente ELE nos ouvirá, nos perdoará
e sarará a nossa terra.
 
Que Deus, através desta leve e momentânea tribulação, possa  trazer um peso
de glória para os nossos irmãos da JOCUM, a quem somos solidários e
participantes das aflições.
 
Se possível, mobilizem outras Missões, Organizações, Entidades, Igrejas, o
povo de DEUS.
 
No amor do Mestre.
 
Rocindes José Corrêa
 
Presidente. (30/9/05)

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