www.uniaonet.com/asisrprotocolosiao.htm Comentários : www.uniaonet.com/asisrprotocolosiao2.htm O Domínio do Mundo pelos Judeus. Numa circular datada de 1901 e expedida pelo comité sionista, o dr. Hertzl fala de fugas que permitiram aos christãos o conhecimento dos segredos dos "Protocolos" que teriam sido subtrahidos dos archivos israelistas. Esses "Protocolos" ou relatorios têm (vêm) de um Congresso de associações sionistas reunidas em Báde em 1897 e contem as bases de um programma de conquista do mundo pelos judeus. Foram documentos secretos até 1912 quando apareceram na Russia. Essa publicação deve-se a Sergio Nilu, que em 1901 recebeu os originaes de Alexis Nicolaievich Suchotin. Sobre a sua authenticidade não ha duvidas. Mas mesmo que ellas existissem, a confirmação dos factos nelles previstos com tanta antecedencia bastaria para affastal-as definitivamente. Nos paizes como o Brasil o conhecimento desses "Protocolos" é de uma importancia singular. Em muitas passagens elles parecem escriptos para serem executados nas nações que se habituarem a viver de emprestimos externos... CAPITULO I SUMMARIO - O direito está na força. - A liberdade é uma idéa. - O liberalismo. - O ouro. - A fé. - A autonomia. - O despotismo do capital. - O inimigo interior. - A populaça. - A anarchia. - A política e a moral. - O direito do mais forte. - O poder judeu franco-maçon é invencível. - O fim justifica os meios. - A multidão é céga. - O alphabeto político. - As discordias dos partidos. - A fórma de governo que melhor conduz aos vossos objectivos é a autocracia. - O licores fortes. - O classicismo. - A devassidão. - O principio e as regras do governo judeu franco-maçon. - O terror. - Liberdade, Igualdade, Fraternidade. - O principio de governo dymnastico. - Os privilegios da aristocracia dos christãos destruidos. - A nova aristocracia. - Calculo psychologico. - A abstracção da liberdade. - Amovibilidade dos representantes do povo. "Abandonemos toda a phrasologia; estudemos em si mesma cada idéa, esclareçamos a situação por comparações e deduções. Eu vou, pois, formular o nosso systema do vosso ponto de vista e do ponto de vista dos christãos. É preciso assignalar que os homens de máos instinctos são mais numerosos do que os de bons instinctos. Governando os homens com o terror e com a violencia e não com discussões academicas, obtêm-se os melhores resultados. Cada homem aspira ao poder, cada um desejaria ser dictador, se o pudesse; ao mesmo tempo, não são poucos os que seriam capazes de sacrificar os bens de todos em seu proprio beneficio. Quem conteve as bestas-féras a que chamamos homem? Quem as guiou até agora? No inicio da ordem social elles se submetteram á força bruta e céga, mais tarde, á lei que não é senão a mesma força dissimulada. Concluo que de acordo com a lei da natureza, o direito está na força. A liberdade politica é uma idéa e não um facto. É necessario saber applicar essa idéa quando se torna preciso attrahir as massas populares a seu partido por uma idéa, se esse partido tem o proposito de esmagar o partido que está no poder. Esse problema se torna facil se o adversario apoia esse poder na idéa de liberdade, disso a que chamamos liberalismo, e sacrifica um pouco do seu poder por essa idéa. Eis onde apparece o triumpho da nossa theoria: as rédeas frouxas do poder são immediatamente tomadas, em virtude da lei natural, por outras mãos, visto que a força céga do povo não póde ficar um dia siquer sem guia, e que o novo poder não faz mais do que tomar o posto ao antigo debilitado pelo liberalismo. Nos nossos dias o poder do ouro substituiu o poder dos governos liberaes. Já se foi o tempo em que a fé governava. A idéa da liberdade é irrealizavel, pois que ninguem a sabe usar com justa medida. Basta deixar que por momentos o povo se dirija por si mesmo para que essa autonomia se transforme logo em licença. Immediatamente surgem as dissenções que se transformam depressa em batalhas sociaes, nas quaes os Estados se consomem e em que se reduz a cinzas a sua grandeza. Quer o estado se exgote nas suas proprias convulsões ou as suas contendas domesticas o entreguem á mercê de inimigos externos, póde desde logo ser considerado irremediavelmente perdido: está em nossas mãos. O despotismo do capital que está inteiramente em nossas mãos, apparece-lhe como uma taboa de salvação a que terá de se agarrar, por bem ou por mal, sob pena de naufragar. Aquelle que, por sua alma liberal, julgar estas considerações immoraes, eu perguntarei: se o Estado tem dois inimigos, e se lhe é permittido empregar contra o inimigo externo, sem que isso seja considerado immoral, todos os meios de lucta, de ataque ou de defesa, de surpreendel-o á noite ou com forças superiores; por que essas mesmas medidas empregadas contra um inimigo peor, que arruinaria a ordem e a propriedade, serão illicitas ou immoraes? Um espirito bem formado póde esperar conduzir com sucesso as multidões por meio de exhortações sensatas ou pela presuasão, quando o caminho está aberto á contradição mesmo intempestiva, ainda que pareça sedutora ao povo que comprehende tudo superficialmente? Os homens, sejam plebeus ou não, são exclusivamente guiados por suas pequenas paixões, por suas superstições, por seus usos, por suas tradições e suas theorias sentimentaes: elles são escravos da divisão dos partidos que se oppõem a qualquer entendimento razoavel. Toda decisão da multidão depende de uma maioria occasional ou pelo menos superficial; na sua ignorancia dos segredos politicos, ella toma resoluções absurdas; uma modalidade de anarchia arruina o governo. A politica não tem dana de commum com a moral. O governo que se deixa conduzir pela moral não é politico, e, em consequencia disso, o seu poder é fragil. Aquelle que quizer dominar deve recorrer ao embuste e á hypocrisia. As grandes qualidades populares, - a franqueza e a honestidade - são vicios na politica, pois depõem os reis de seus thronos mais depressa do que o inimigo mais poderoso. Essas qualidades devem ser attributos de reinos Christãos. Não devemos de modo nenhum tomal-as por modelos. Nosso objectivo é possuir a força. A expressãso "de direito" é uma idéa abstracta que nada justifica. Essa palavra significa simplesmente isto: "Dêem-me o que quero, para que eu possa assim provar que sou mais forte do que vós". Onde começa o direito, e onde termina? Num Estado em que o poder é mal organizado, em que as leis e o governo se tornaram impessoaes em virtude de innumeros direitos creados pelo liberalismo, eu vejo um novo direito de me atirar, com a lei do mais forte, sobre todas as ordens e sobre as leis, de reconstruir todas as instituições e de tornar-me senhor daquelles que nos abandonaram os direitos que lhes dava a sua força, direitos a que elles renunciaram voluntariamente, liberalmente... Em face da fragilidade actual de todos os poderes, a nossa potencia será mais duradoura que qualquer outra, porque ella será invencivel até ao momento em que, de tão enraizada, nenhum embuste a possa destruir... Do mal passageiro que somos agora obrigados a fazer nascerá o bem dum governo inquebrantavel, que restabelecerá a marcha regular do mechanismo da existencia social perturbada pelo liberalismo. O resultado justifica os meios. Attentemos nos nossos projectos, menos sobre o bom e o moral, do que sobre o util e o necessario. Temos diante de nós um plano, no qual está traçada estrategicamente a linha, e de que não nos poderemos afastar sem correr o risco de vêr destruido o trabalho de muitos seculos. Para encontrar os meios que conduzem a esse fim, é mistér observar a covardia, a instabilidade, a inconstancia da multidão, sua incapacidade de comprehender e avaliar as condições de sua propria vida e de sua prosperidade. É preciso comprehender que a potencia da multidão é céga, insensata, não raciocina, escuta da direita e da esquerda. Um cégo não póde guiar outro cégo sem consuzil-o ao precipicio. Da mesma forma os membros da multidão, sahidos do povo - fossem elles dotados de um espirito genial - por nada comprehenderem de politica não podem pretender guial-a sem perder a toda a nação. Só um individuo preparado desde a infancia para a autocracia pode conhecer a linguagem e a realidade politicas. Um povo entregue a si mesmo, isto é, aos aventureiros de seu meio, arruina-se pela discordia dos partidos que excitam a sêde de poderio, e pelas desordens dahi provenientes. É possivel ás massas populares raciocinarem tranquillamente, sem rivalidades intestinas, dirigir os negocios publicos que não podem ser confundidos com os interesses pesoaes? Podem ellas defender-se de inimigos exteriores? É impossivel. Um plano, dividido por tantas cabeças quantas ha na multidão, pede a sua unidade, torna-se ininteligivel e irrealizavel. Não ha como o autocrata para elaborar planos vastos e claros, por todas as cousas no seu logar no mechanismo da manhina governamental. Concluamos, pois, que um governo util ao paiz e capaz de attingir o objectivo a que se propõe, deve ser concentrado nas mãos de um único individuo responsavel. Sem o despotismo absoluto a civilização não póde existir; ella não é obra das massas, mas do seu conductor, quem quer que elle seja. A multidão é um barbaro que exhibe a todo o momento a sua barbaria. Logo que a multidão conquista a liberdade, transforma-a rapidamente em anarchia que é a barbaria em seu mais alto gráo. Vêde esses animaes bebedos de aguardente, bestificados pelo vinho, aos quaes o direito de beber sem limite é concedido simultaneamente com a liberdade. Nós não podemos consentir que os nossos desçam tanto... Os povos christãos estão embrutecidos pelos licores fortes; sua juventude está embrutecida pelos estudos classicos e pela devassidão precoce em que a lançaram nossos agentes - preceptores, criados governantes - nas casas ricas, nossos commissarios por ahi afóra, nossas mulheres nos sitios de divertimento dos christãos. Entre essas ultimas incluo tambem aquellas a que chamamos mundanas, imitadoras voluntarias da sua devassidão e do seu luxo. A nossa palavra de ordem é: a força e a hypocrisia. Só a força póde triunphar em politica, sobretudo se ella se esconde nos talentos necessarios aos homens de Estado. A violencia deve ser um principio, o embuste e a hypocrisia uma regra para os governos que não queiram transferir a sua corôa aos agentes de uma força nova. Este mal é o único meio de attingir ao fim. É por isso que não nos devemos deter ante a corrupção, o engodo e a trahição, todas as vezes que ellas possam servir ao nosso objectivo. Em politica é preciso saber tomar a propriedade alheia sem hesitar, se por esse meio se póde obter a submissão e o poder. O nosso Estado, nessa conquista pacifica, tem o direito de substituir os horrores da guerra por condemnações á morte menos visiveis e mais aproveitaveis, necessarias á manutenção desse terror que faz os povos obedecerem cégamente. Uma severidade justa mas inflexivel, é o maior factor da força de um Estado. Não é, portanto, sómente vantajoso, mas é nosso dever, para obtenção da victoria, o mantermo-nos nesse programma de violencia e de hypocrisia. Semelhante doutrina baseada sobre o calculo é tão efficaz quanto os meios que ella emprega. Não é só por esses meios, mas tambem por essa doutrina da severidade que triumpharemos e que submetteremos todos os governos ao nosso governo supremo. Bastará que se saiba que nós somos inflexiveis para que cesse qualquer insubordinação. Fomos nós os primeiros que na antiguidade atiramos ao povo as palavras: "Liberdade, Igualdade, Fraternidade", palavras repetidas através dos tempos por papagaios incnscientes, que attrahidos de toda a parte por esse chamariz não o usaram senão para destruir a prosperidade do mundo, a verdadeira liberdade individual outr'ora tão bem garantida da offensiva da multidão. Homens que se suppunham intelligentes para descobrir o sentido occulto dessas palavras, não viram que ellas se contradizem, não viram que não ha igualdade na natureza, que não póde haver liberdade, que a propria natureza estabeleceu a desigualdade dos espiritos, dos caracteres e das intelligencias, tão fortemente submissas ás suas leis; esses homens não comprehenderam que a multidão é uma força céga; que os aventureiros que ella elege não são, em politica, menos cégos do que ella; que o iniciado seja elle um parvo, póde governar, ao passo que a multidão dos não iniciados, mesmo cheios de genio, nada entende de politica. Todas essas considerações não acudiram ao espirito dos christãos; no emtanto, era nellas que repousava o principio do governo dymnastico; o pae transmitia ao filho os segredos da politica, desconhecidos dos circulos extranhos aos membros da familia reinante, para que ninguem pudesse trahir o segredo. Mais tarde o senso da transmissão hereditaria dos verdadeiros principios da politica se perdeu. Augmentou o exito da nossa obra. Eis porque, no mundo, as palavras Liberdade, Igualdade, Fraternidade, puzeram do nosso lado, por intermedio de nossos agentes inconscientes, legiões inteiras de homens que conduziram com enthusiasmo os nossos estandartes. E, todavia, essas palavras eram vermes que damnificavam a prosperidade de todos os não-judeus, destruindo por toda a parte a paz, a tranquillidade, a solidariedade, minando os alicerces dos respectivos Estados. Vereis em seguida que isso foi util ao nosso triumpho; isso nos deu, entre outras, a possibilidade de obter a abolição dos privilegios, a propria essencia da aristocracia dos christãos, e o único meio de defesa que os povos e as nações tinham contra nós. Sobre as ruinas da aristocracia natural e hereditaria, elevamos a nossa aristocracia da intelligencia e da finança. Tomamos para criterio dessa nova aristocracia a riqueza, que depende de nós, e a sciencia que é dirigida pelos nossos sabios. O nosso triumpho foi ainda facilitado, porque nas nossas relações com os homens de que precisavamos, soubemos sempre ferir as cordas mais sensiveis do espirito humano: o calculo, a avidez, a insaciabilidade dos desejos materiaes do homem; cada uma dessas fraquezas humanas isoladamente é capaz de suffocar o espirito de iniciativa collocando a vontade dos homens á disposição daquelle que compra a sua actividade. A idéa abstracta da liberdade creou a possibilidade de persuadir as multidões de que um governo não é outra cousa senão um gerente do proprietario do paiz, isto é, do povo, e que se póde mudal-o como se mudam luvas usadas. A amovibilidade dos representantes do povo os collocava á nossa disposição; elles dependiam de nossa escolha. CAPITULO II SUMMARIO - As guerras economicas são fundamento da supremacia judaica. - A administração visivel e os "Conselheiros secretos". - O sucesso das doutrinas destruidoras. - A assimillação em politica. - O papel da imprensa. - O preço do ouro e o valor das victimas judias. É necessario, para nós, que as guerras não dêm, no limite do possivel, vantagens territoriaes. A guerra, assim conduzida, sobre o terreno economico, as nações verão a força da nossa supremacia, e essa situação collocará as duas partes á mercê de nossos agentes internacionaes que têm milhares de olhos que nenhuma fronteira detém. Então os nossos direitos internacionaes apagarão os direitos nacionaes, no bom sentido do termo, e governarão os povos da mesma fórma que o direito civil dos Estados regula as relações de seus assumptos entre elles. Os administradores, escolhidos por nós entre o povo, pelo seu servilismo, não serão individuos preparados para a administração do paiz. Elles serão peões no nosso jogo, nas mãos dos nossos sabios e geniaes conselheiros, dos nossos especialistas, educados desde a infancia diante da administração dos negocios do mundo inteiro. Sabeis que os nossos especialistas colheram os informes necessarios a administrar dentro dos nossos planos politicos, nas experiencias da historia, no estudo de todos os acontecimentos notaveis. Os christãos não se orientam pela pratica de observações imparciaes tiradas da historia, mas por uma rotina theorica incapaz de alcançar qualquer resultado real. É, por isso que não temos que contar com elles; que se divirtam ainda algum tempo, que vivam de esperanças ou de novos divertimentos, ou da saudade dos que já tiveram. Deixemol-os acreditar na importancia das leis da sciencia que nós lhes inspiramos - theorias. É com esse proposito que augmentamos constantemente, pela nossa imprensa, a sua confiança céga nessas leis. A classe intelligente dos christãos ficará orgulhosa de seus conhecimentos, e, sem examinal-os logicamente, porá em acção todos os apontamentos da sciencia reunidos pelos nossos agentes para dirigir os seus espiritos no sentido que nos é necessario. Não acrediteis sem fundamento as nossas affirmações; notae o sucesso que soubemos crear para o Darwinismo, o Marxismo, o Nietszcheanismo. A vós pelo menos, a influencia deleteria dessas tendencias deve ser evidente. Precisamos contar com as idéas, os caracteres, as tendencias modernas dos povos para não commetter erros em politica e na administração dos negocios. O nosso systema, cujas partes podem ser dispostas de modo diverso, segundo os povos que encontrarmos no nosso caminho, não poderá alcançar bom exito se a sua applicação pratica não fôr baseada sobre os resultados do passado confrontados com o presente. Os Estados modernos têm nas suas mãos uma grande força creadora: a imprensa. O papel da imprensa é o de indicar as reclamações apparentemente indispensaveis, de dar a conhecer as queixas do povo, de crear descontentes, de dar-lhes uma vóz. A imprensa encarna a liberdade da palavra. Mas os Estados não souberam realizar essa força, e ella acabou nas nossas mãos. Por ella obtivemos influencia permanecendo na sombra, graças a ella accumulamos ouro, a despeito das torrentes de sangue e de lagrimas no meio das quaes tivemos de sacrificar muitos dos nossos. Cada uma das nossas victimas vale milhares de christãos perante Deus. CAPITULO III SUMMARIO - A serpente symbolica e sua significação. - Instabilidade da balança constitucional. - O terror nos palacios. - O poder e a ambição. - As machinas de falar dos parlamentos, os pamphletos. - Os abusos do poder. - A escravidão economica. - "A verdade do povo." - Os açambarcadores e a aristocracia. - O exercito dos franco-mações judeus. - A degenerescencia dos christãos. - A fome e o direito do capital. - O advento e a coroação do "chefe universal". - O objectivo fundamental do programma das futuras escolas populares dos fraco-mações. - O segredo da sciencia da ordem social. - Crise economica geral. - Segurança dos "Nossos". - O despotismo dos franco-mações é o reino da nação. - Perda de um guia. - A franco-maçonaria e a "grande" Revolução franceza. - O rei despota é do sangue de Sião. - Causas da invulnerabilidade da franco-maçonaria. O papel dos agentes secretos da franco-maçonaria. - A Liberdade. Posso hoje annunciar-vos que estamos proximos do nosso objectivo. Mais alguns passos, e o circulo da nossa Serpente symbolica que é o nosso povo) estará fechado. Quando estiver fechado, todos os Estados da Europa ahi estarão encerrados, como dentro de um forte. A balança constitucional será logo mudada porque nós a viciamos para que ella não cesse de pender para um lado ou para o outro, até que o braço esteja gasto. Os christãos crentes de a haverem construido com bastante solidez, esperavam sempre que os pratos da balança se puzessem em equilibrio. Mas as pessoas reinantes - o braço - são protegidas pelos seus representantes, que commettem tolices e se deixam conduzir pelo seu poder sem controle e sem responsabilidade. Elles devem esse poder ao terror reinante nos palacios. Os governantes, não tendo nenhuma approximação com o povo, não podem entender-se com elle e se fortificar contra os aspirantes ao poder. A força clarividente dos dirigentes e a força céga do povo, divididas por nós, perderam toda a importancia; separadas, ellas são tão impotentes quanto o cégo sem o seu bastão. Para compellir os ambiciosos aos abusos de poder, nós oppuzemos uma a outra, todas as forças, desenvolvendo todas as suas tendencias liberaes para a independencia... Encorajamos nesse sentido todo o emprehendimento, armamos todos os partidos, fizemos do poder o ápice de todas as ambições. Transformamos em arenas os Estados nos quaes se desenvolvem as pertubações... Mais um pouco tempo, e as desordens, as bancarrotas, apparecerão por toda a parte. Os tagarellas transformaram as sessões dos parlamentos e as reuniões adminstrativas em luctas oratorias. Jornalistas audazes, pamphletarios sem vergonha atacam diariamente o pessoal administrativo. Os abusos de poder, prepararão, finalmente, a quéda de todas as instituições, e tudo será subvertido aos golpes da multidão allucinada. Os povos estão presos ao trabalho pesado mais fortemente do que quando eram escravizados ou servilizados. De um modo ou de outro era possivel libertar-se da escravidão. Póde-se tratar com ella, mas não se póde fugir da sua miseria. Os direitos que inscrevemos nas constituições são ficticios para as massas, não são reaes. Todos esses pretensos "direitos do povo" não podem existir senão no espirito. São irrealizaveis. Que representa para o proletario curvado sobre seu penoso trabalho, esmagado pela sua sorte, o direito dado aos palradores de falar, o direito dado aos jornalistas de escrever toda a sorte de absurdos simultaneamente com cousas sérias, se o proletariado não recolhe da constituição outras vantagens além das miseraveis migalhas que lhe atiramos da nossa mesa, em troca de um suffragio favoravel aos nossos interesses, aos nossos agentes?... Sob a nossa direcção o povo destruiu a aristocracia que foi a productora e mãe nutriz natural, aquella cujo interesse é inseparavel da prosperidade do povo. Ao passo que a aristocracia foi destruida, elle tombou sob o jugo dos açambarcadores, dos espertos enriquecidos que o opprimem de maneira impiedosa. Nós apparecemos como libertadores ao operario quando lhe propuzemos entrar nos quadros desse exercito de socialistas, de anarchistas, de communistas, que sustentamos sempre sob o pretexto de solidariedade entre os membros da nossa franco-maçonaria social. A aristocracia que desfructava de pleno direito o trabalho do operario, tinha interesse - em que os trabalhadores fossem sãos e fortes. O nosso interesse, é, ao contrario, que os christãos degenerem. O nosso poder está na fome chronica, na fraqueza do ploretario, porque tudo isso nol-o submette á nossa vontade, e faz com que elle, no seu poder, não tenha nem força nem energia para se oppôr a essa vontade. A fome dá ao capital mais direitos sobre o operario, do que os que a aristocracia recebia do poder legal e real. Pela miseria e pelo odio invejoso que ella produz, nós manobramos as massas, nós nos utilizamos das suas mãos para esmagar aquelles que se antepõem aos nossos designios. Quando chegar a época de ser coroado o nosso soberano universal, essas mesmas mãos varrerão tudo o que poderá ser-lhe um obstaculo. Os christãos perderam o habito de pensar fóra dos nossos conselhos scientificos. É por isso que elles não vêem a necessidade urgente de fazer o que faremos quando chegar o nosso reino, isto é, de ensinar nas escolas primarias a unica sciencia verdadeira, a primeira de todas as sciencias da ordem social, da vida humana, da existencia social que procura a divisão do trabalho e, por conseguinte, a divisão dos homens em classes e condições. É necessario que cada qual saiba que não póde haver igualdade, por motivo das divergencias de actividades que cada qual exerce segundo o seu destino; que todos não podem ser igualmente responsaveis perante a lei; que, por exemplo, a responsabilidade não é a mesma para aquelle que por seus actos compromette toda uma classe, e para aquelle que compromette, apenas, a propria honra. A verdadeira sciencia da ordem social, em cujo segredo não admittimos os christãos, mostrará a todos que o logar e o trabalho de cada um devem ser differentes, para não se tornarem de futuro numa fonte de tormentos pela falta de correspondencia entre a educação e o trabalho. Estudando essa sciencia, os povos obedecerão mais facilmente aos poderes e á ordem social por elles estabelecida nos Estados. Ao contrario, no estado actual da sciencia tal como a fizemos, o povo, acreditando cégamente na palavra impressa, por effeito de erros que lhe são insinuados na sua ingnorancia, hostiliza todas as condições que acredita superiores, porque não comprehende a importancia de cada condição. Essa inimizada aumentará ainda em consequencia da crise economica que acaba por paralyzar as operações da Bolsa e a marcha da industria. Quando tivermos vencido, por todos os meios occultos de que dispomos com o auxillio do ouro, que está inteiramente em nossas mãos, uma crise economica geral, lançaremos na rua multidões de operarios simultaneamente em todos os paizes da Europa. Essas multidões derramarão com volupia o sangue daquelles que ellas invejam desde a infancia, na simplicidade da sua ignorancia, e cujos bens poderão saquear. Ellas não tocarão os nossos, porque o momento do ataque nós o conhecemos, e antes delles tomaremos as medidas para garantil-os. Affirmamos que o progresso submetteria os christãos ao nosso reino da razão. Esse será o nosso despotismo; elle saberá acalmar todas as agitações por meio de severidades justas, elle saberá extirpar o liberalismo de todas as instituições. Quando o povo vir que lhe faziam, em nome da liberdade, tantas concessões e agrados, imaginar-se-á soberano, atirar-se-á ao poder, mas como um cégo, crear-se-á uma série de obstaculos: procurará um guia, não terá intenção de volver ao passado, e depositará todos os poderes aos nossos pés. Recordae-vos da Revolução franceza, a que demos o nome de "grande". Os segredos da sua preparação nos são conhecidos porque ella foi, inteira, obra de nossas mãos. Depois levamos o povo de decepção em decepção, para que elle renuncie mesmo a nós, em proveito do rei-despota do sangue de Sião, que preparamos para o mundo. Actualmente, somos invulneraveis como força internacional, pois quando nos atacam num Estado somos defendidos nos outros. A covardia infinita dos povos christãos, que se curvam diante da força, que são impiedosos diante das fraquezas e das faltas, mas indulgentes com os crimes, que não podem supportar as contradições da liberdade, que são pacientes até ao martyrio deante da violencia de um despotismo audacioso, eis o que favorece a nossa independencia. Elles supportam de primeiros ministros actuaes abusos dos quaes o menor os teria induzido á decapitação de vinte reis. Como explicar esse phenomeno, essa inconsequencia, das massas populares em face de acontecimentos que parecem da mêsma natureza? O phenomeno se explica pelo facto de que esses dictadores - os primeiros ministros - mandam dizer em surdina ao povo pelos seus agentes, que se elles causam damnos oas Estados, é com o objectivo final de realizar a felicidade dos povos, a fraternidade internacional, a solidariedade, os direitos iguaes para todos. Naturalmente niguem lhe diz que essa unidade não se fará senão sob a nossa autoridade. Eis o povo que condemna os justos e absolve os culpados, persuadido cada vez mais de que póde fazer o que lhe approuver. Nessas condições, o povo destróe toda a estabilidade e cria a desordem a cada passo. A palavra Liberdade põe as sociedades humanas em lucta contra toda a força, contra todo o poder, mesmo contra o de Deus e o da natureza. Eis porque, no nosso advento, devemos excluir essa palavra do vocabulario humano, como principio da brutalidade que transforma as multidões em animaes ferozes. É verdade que essas féras adormecem cada vez que se saciam de sangue, e que então é facil agrilhoal-as. Mas, se não se lhes dér sangue, ellas não dormem e luctam. CAPITULO IV SUMMARIO - Os differentes estagios de uma Republica. - A Franco-Maçonaria exterior. - A liberdade e a fé. - A concurrencia internacional do commercio e da industria. - O papel da especulação. - O culto do ouro. Toda Republica passa por differentes phases. A primeira comprehende os primeiros dias de loucura de um cégo que se atirasse para a direita e para a esquerda. A segunda é a da demagogia, nascedouro da anarchia, que traz inevitavelmente o despotismo. Não um despotismo legal e declarado, por consequencia responsavel, mas um despotismo desconhecido e invisivel e todavia sensivel; despotismo exercido por uma organização secreta que age com menos escrupulos porque acobertada por diversos agentes, cuja mudança não sómente não a prejudica, mas a sustenta, isentando-a de consumir os seus recursos em recompensas a longos serviços. Quem poderia subverter uma força invisivel? Tal é a nossa força. A franco-maçonaria internacional não vive senão para encobrir os nossos designios; o plano de acção dessa força, mesmo a sua séde, ficarão para sempre desconhecidos do povo. A propria liberdade poderia ser inoffensiva e coexistir com o Estado sem ser nociva á prosperidade dos povos, se repousasse sobre os principios da crença em Deus, da fraternidade humana fóra da idéa de igualdade contrariada pelas leis da creação, que estabelecem a subordinação. Com tal fé o povo se deixaria governar pela tutela das parochias e caminharia, humilde e docil, sob a vara do seu pastor espiritual, submisso á distribuição divina dos bens deste mundo. Eis porque é necessario que arruinemos a fé, que arranquemos do espirito christão o proprio principio da Divindade e do Espirito, para substituil-os por calculos e desejos materiaes. Para que os espiritos christãos não tenham tempo de pensar e de observar, é mister distrahil-os pela industria e pelo commercio. Desse modo, todas as nações procurarão suas vantagens, e luctando, cada uma pelas proprias vantagens, nenhuma assignalará o inimigo commum. Mas para que a liberdade possa, tambem, desaggregar e destruir completamente a sociedade dos christãos, é preciso fazer da especulação a base da industria; assim, nenhuma das riquezas que a industria tirar da terra, ficará nas mãos dos industriaes, mas fugirão todas em especulações isto é, cahirão nos nossos cofres. A lucta ardente pela supremacia, os embaraços da vida economica crearão e já crearam sociedades desencantadas, frias e sem coração. Essas sociedades terão uma repugnancia absoluta pela politica superior e pela religião. O seu guia único será o calculo, isto é, o ouro, pelo qual ellas terão um verdadeiro culto, por causa dos bens materiaes que elle póde proporcionar. Então, as classes baixas dos christãos nos acompanharão na nossa lucta contra a classe intelligente dos christãos no poder, nossos concurrentes, não para fazer o bem, não ainda para a conquista da riqueza, mas, sómente, por odio aos privilegiados. CAPITULO V SUMMARIO - Creação de uma forte centralização do governo. - As maneiras de tomar o poder da Franco-maçonaria. - Porque os Estados não se podem entender. - Pre-eleição dos judeus. - O ouro é o motor dos mechanismos nos Estados. - Os monopolios no commercio e na industria. - A importancia da critica. - As instituições, "como são vistas". - Fadigas provocadas pelos discursos. - Como ter sob as mãos a opinião publica? - A importancia da iniciativa privada. - O Governo Supremo. Que fórma de administração se póde dar ás sociedades em que a corrupção penetrou em todos os meandros, em que não se chega á riqueza senão por meio de empresas habeis que são quasi velhacarias; mas quaes domina a licença dos costumes; em que a moralidade não se sustenta senão com castigos e leis austéras, e não por principios voluntarios aceitos; em que os sentimentos de patria e de Religião são abafados por crenças cosmopolitas? Que fórma de governo dar a essas sociedades, senão a fórma despotica já descripta? Regularemos mechanicamente todas as acções da vida politica dos que nos estiverem subordinados por novas lei. Essas leis retomarão, uma a uma, todas as facilidades e as maiores liberdades concedidas pelos christãos, e o nosso reino se caracterizará por um despotismo tão magestoso, que estará em condições, de, em qualquer tempo e logar, calar os christãos que nos pretenderem fazer opposição e que ficarem descontentes. Dir-se-á que esse dispositivo não se coaduna com os progressos modernos, Provarei o contrario. Enquanto o povo considerou as pessoas reinantes como uma pura emanação da Vontade Divina, elle se submetteu sem queixa, ao absolutismo dos reis, mas no dia em que lhe suggerimos a idéa dos sus proprios direitos, ella passou a considerar essas pessoas como simples mortaes. A Unção Divina cahiu da cabeça dos reis, uma vez que tiramos ao povo a sua crença em Deus; a autoridade passou para a rua, isto é, para um sitio de propriedade publica, e della nos apoderamos. Ademais, a arte de governar as massas e os individuos por intermedio de uma theoria e de uma phraseologia habilmente combinadas, com regulamentos da vida social e por toda a sorte de outros meios engenhosos de que os christãos nada entendem, faz tambem parte do nosso genio administrativo, educado na analyse, na observação, em taes subtilezas de concepção que nisso nós não temos rivaes, assim como não os temos para conceber planos de acção politica e de solidariedade. Só os jesuitas poderiam nos egualar nesse assumpto, mas nós pudemos já desacredital-os aos olhos da multidão estúpida porque elles constituiam uma organização visivel, ao passo que nós permanecemos sempre na sombra com a nossa organização secreta. De resto, que importa ao mundo o senhor que elle terá? Que lhe importa seja o chefe do catholicismo ou o nosso despota do sangue de Sião? Mas para nós, que somos o povo eleito, a questão está longe de ser indifferente. Uma colligação universal dos christãos poderia nos dominar por algum tempo, mas estamos a coberto desse perigo pelas profundas sementes de discordia que não será possivel mais arrancar-lhes do coração. Atiramos uns contra os outros os calculos individuaes e nacionaes dos christãos, seus odios religiosos e ethnicos, que cultivamos durante vinte seculos. Por isso, nenhum governo encontrará socorro em parte alguma: cada um acreditará uma combinação contra nós, desfavoravel aos seus proprios interesses. Nós somos muito fortes, é preciso contar comnosco. As potencias não podem realizar o accordo mais insignificante sem que nós delle participemos immediatamente. "Per me reges regnant" - "Por mim reinam os reis". Nossos prophetas nos disseram que nós somos eleitos por Deus para dominar a terra. Deus nos deu o genio para que possamos obter a solução desse problema. Estivesse um genio no campo opposto, elle poderia luctar contra nós; mas o recem-chegado não vale o velho habitante. A lucta entre nós seria impiedosa, como jámais o mundo contemplou outra egual. Mas esses homens de genio chegariam tarde. Todas as engrenagens do mechanismo governamental dependem de um motor que está nas nossas mãos, e esse motor é o ouro. A sciencia da economia politica inventada pelos nossos sabios mostra ha muito tempo o prestigio real do ouro. O capital, para ter liberdade, deve obter o monopolio da industria e do commercio; é o que está prestes a realizar uma mão invisivel em todas as partes do mundo. Essa liberdade dará a força politica aos industriaes e o povo ser-lhes-á submettido. Actualmente é mais importante desarmar os povos do que leval-os á guerra; importa mais servir ás paixões recalcadas em nosso proveito do que acalmal-as; importa mais apoderar-se das idéas alheias e de commental-as do que banil-as. O problema capital do nosso governo é o de enfraquecer o espirito publico pela critica; de fazel-o perder o habito de pensar, porque a reflexão cria a opposição; de transformar as forças do espirito em vãs escaramuças de eloquencia. Em todos os tempos, os povos, como simples individuos, tomaram as palavras por factos, porque elles se contentam com a apparencia das cousas, e dão-se raramente ao trabalho de observar se a conclusão acompanhou as promessas que se referem á vida social. É por isso que as nossas instituições terão uma bella fachada, que demonstrará eloquentemente seus beneficios no que concerne ao progresso. Apropriar-nos-emos da physionomia de todos os partidos, de todas as tendencias, e ensinal-a-emos aos nossos oradores que falarão tanto, que todo o mundo se fatigará de ouvil-os. Para dominar a opinião publica é preciso tornal-a perplexa, exprimindo de diversos lados e durante longo tempo tantas opiniões contradictorias que os christãos acabarão por perde-se no labyrinto e por comprehender que é melhor não ter nenhuma opinião em politica. São assumptos que a sociedade não tem de conhecer. Só ao que a dirige é que deve ser dado conhecl-os. É esse o primeiro segredo. O segundo segredo necessario para governar com sucesso, consiste em explicar de tal fórma os defeitos populares, os habitos as paixões, as regras da vida em commum que ninguem possa vêr nesse cháos, e que os homens não cheguem nunca a se comprehenderem. Essa pratica tem ainda como objectivo suscitar a discordia em todos os partidos, desunir todas as forças collectivas, que não querem ainda submetter-se a nós; ella desencorajará qualquer iniciativa pessoal, mesmo genial, e será mais poderosa do que milhões dos homens entre os quaes semeamos a discordia. É necessario dirigir a educação das sociedades christãs de tal maneira que as suas mãos se abatam numa impotencia desesperada, diante de cada negocio que exija iniciativa. O esforço, exercido sob o regimen da liberdade sem limites, é impotente porque se choca com os esforços livres dos outros. Dahi nascem penosos conflictos moraes, decepções, insucessos. Fatigaremos tanto os chritãos dessa liberdade que os forçaremos a nos offerecer um poder internacional, cuja disposição será tal que poderá, sem quebrl-as, englobar as forças de todos os Estados do mundo e formar o Governo Supremo. Em logar dos governos actuaes levantaremos um espantalho que se chamará a Administração de Governo Supremo. Suas mãos abrir-se-ão para todos os lados como tenazes, e sua organização será tão colossal, que todos os povos não poderão fugir ao seu dominio. CAPITULO VI SUMMARIO: - Os monopolios; as fortunas dos christãos dependem desses monopolios. A aristocracia privada da riquesa rural. O commercio, a industria e a especulação. - O luxo. - A alta do salario e o encarecimento dos generos de primeira necessidade. - A anarchia e a embriaguez. - O sentido secreto da propaganda das theorias economicas. Instituiremos enormes monopolios, reservatorios de riquesas colossaes, de que mesmo as grandes fortunas dos christãos dependerão de tal maneira que serão submergidas como o credito dos Estados no dia seguinte ao de uma catastrophe politica. Senhores economistas, aqui presentes, considerae a importancia dessa combinação! Precisamos desenvolver por todos os meios possiveis a importancia do nosso Governo Supremo, representando-o como o protector e o remunerador de todos os que a elle voluntariamente se submetterem. A aristocracia dos christãos, como força politica, desappareceu, e não temos que pensar nella; mas como proprietaria de bens territoriaes ella póde prejudicar na medida da independencia dos seus recursos. É preciso pois, absolutamente, exproprial-a de suas terras. O melhor meio por isso e augmentar os impostos sobre a propriedade agricola, afim de onerar a terra. Essas medidas manterão a propriedade agricola num estado de sujeição absoluta. Os aristocratas christãos, não sabendo, de paes a filhos, contentar-se com pouco, serão rapidamente arruinados. Ao mesmo tempo, é preciso proteger fortemente o commercio e a industria, e sobretudo a especulação, cujo papel serve de contra-peso á industria; sem a especulação, a industria multiplicaria os capitaes privados, melhoraria a agricultura, libertando a terra das dividas creadas pelos emprestimos dos bancos agricolas. É preciso que a industria afaste da terra o fructo do trabalho como do capital, e que ella nos dê pela especulação o dinheiro do mundo inteiro: atirados para ahi, mesmo nos quadros proletarios todos os christãos se inclinarão diante de nós para terem sómente o direito á existencia. Para arruinar a industria dos christãos, desenvolvemos a especulação, o gosto do luxo, desse luxo que devora tudo. Faremos a alta dos salarios, por que simultaneamente procuraremos um encarecimento dos generos de primeira necessidade, o que attribuiremos á decadencia da agricultura e ...; depois minaremos profundamente as fontes da producção, habituando os trabalhadores á anarchia e ás bebidas, tomando ao mesmo tempo todas as medidas capazes de afastar da terra os christãos intelligentes. Para impedir que a situação seja vista prematuramente em seu verdadeiro aspecto, mascararemos os nossos verdadeiros designios com um pretenso desejo de servir ás classes trabalhadoras e de propagar os grandes principios economicos que hoje ensinamos. CAPITULO VII SUMMARIO - Porque é preciso augmentar os armamentos. Fermentação, discordias e odios no mundo inteiro. Coação da opposição dos christãos pelas guerras e pela guerra geral. O segredo é a alma do exito em politica - A imprensa e a opinião publica. Os canhões americanos, japonezes e chinezes. Os augmentos dos armamentos e do pessoal da politica é um complemento necessario do plano que expuzemos. É mistér que não existam mais, em todos os Estados, além de nós, do que massas proletarias alguns millionarios que nos sejam devotados, policiaes e soldados. Em toda a Europa, bem como em todos os outros continentes, devemos suscitar a agitação, a discordia e o odio. O proveito é duplo. De um lado, materemos á distancia respeitosa todos os paizes que saberão que poderemos, a nosso talante, provocar a desordem ou restabelecer a ordem: todos esses paizes serão, assim, habituados a nos considerar um fardo necessario. Em segundo logar, as nossas intrigas encontrarão todos os fios que tivermos estendidos pelos gabinetes de Estado e isso por meio da politica, dos contractos economicos, das operações financeiras. Para attingir o nosso fim, teremos de dar prova de grande astucia no decurso das conversações, e das negociações; mas no que a que se chama "linguagem official" adoptaremos uma tatica opposta e pareceremos honestos e conciliadores. Desse modo, os povos e os governos dos christãos que habituamos a não vêr senão as faces das cousas que lhes apresentamos, tomar-nos-ão ainda uma vez como os bemfeitores e os salvadores do genero humano. A cada opposição, devemos estar em condições de fazer declarar a guerra pelos visinhos de paiz que ousar nos enfrentar; e se esses visinhos se prevenirem em allianças contra nós, nos os repelliremos por uma guerra geral. O mais seguro caminho do sucesso, em politica, é o segredo dos seus emprehendimentos: a palavra do diplomata não deve concordar com os seus actos. Devemos constranger os governos christãos a agirem segundo esse plano que concebemos com amplitude, e que toca já ao seu fim. A opinião publica ahi nos aprovará, essa opinião publica que a "grande potencia" a imprensa, terá secretamente collocado em nossas mãos. Feitas poucas excepções, com as quaes é inutil contar, a imprensa já está totalmente na nossa dependencia. Em uma palavra, para resumir o nosso systema coercitivo dos governos christãos da Europa, a um mostraremos a nossa força por atentados, isto é, pelo terror; a todos, se todos se revoltarem contra nós, responderemos com os canhões americanos, japonezes ou chinezes. CAPITULO VIII SUMMARIO - Uso equivoco do direito juridico. Os collaboradores do regimen franco-maçon. Escolas particulares, educação superior toda particular. Economistas e millionarios. A quem se deve confiar os postos de responsabilidade nos governos. Devemos nos apropriar de todos os instrumentos que os nossos adversarios possam empregar contra nós. Devemos encontrar nas subtilesas da linguagem juridica uma justificação para os casos em que tenhamos de pronunciar sentenças que possam parecer audaciosas e injustas, porque é necessario fazer essas sentenças em termos que tenham o aspecto de maximas moraes bastante elevadas com um carcter legal. Nosso regimen deverá rodear-se de todas as forças da civilisação no meio das quaes terá de agir. Elle se rodeará de publicistas, de jurisconsultos experimentados, de administradores, de diplomatas, emfim de homens preparados por uma educação superior especial em escolas especiaes. Esses homens conhecerão todos os segredos da existencia social, conhecerão todas as linguagens, formadas de letras e vocabulos politicos, terão conhecimento de todos os meandros da natureza humana, de todas as suas cordas sensiveis, nas quaes deverão saber tocar. Essas cordas são o contorno de espirito dos christãos, suas tendencias, seus defeitos, seus vicios e suas qualidades, suas particularidades de classe e de condições. É evidente que esses collaboradores de genio de nosso governo não serão procurados no meio dos christãos, que estão habituados a exercer as suas funcções administrativas sem se preocupar com a sua utilidade. Os administradores dos christãos assignam os papeis sem os ler; vivem por interesse e por ambição. Cercaremos o nosso governo de um mundo de economistas. Eis porque as sciencias economicas são as mais importantes a ser ensinadas aos judeus. Estaremos cercados de uma pleiade de banqueiros, de industriaes, de capitalistas, e sobretudo de millionarios, por que tudo, em summa, será decidido pelos algarismos. Durante um certo tempo até ao momento em que não será mais perigoso confiar os postos de responsabilidades em nossos Estados aos nossos irmãos judeus, confial-os-emos a individuos cujo passado e caracter sejam taes que entre elles e o povo exista um abysmo, a homens que em caso de desobediencia a nossas ordens, não reste outra cousa a esperar senão a condenação ou o exilio, para que elles defendam os nossos interesses até o ultimo alento. CAPITULO IX SUMMARIO - Applicação dos principios maçonicos para refazer a educação dos povos. A palavra de ordem franco-maçonica. Importancia do anti-semitismo. - A dictadura da franco-maçonaria. A força "intelligente" e a força "céga" dos reinos christãos. Communhão do poder com o povo. O arbitrio liberal. Usurpação da educação e da instrucção. Interpretação das leis. Os metropolitanos. Ao applicar nosso princípios, prestae attenção ao caracter do povo no meio do qual estiverdes para agir; uma applicação geral, uniforme desses princípios, antes de refeita a educação do povo, não póde ser bem succedida. Mas, applicando-os prudentemente, vereis que não se passarão dez annos que o caracter mais obstinado não tenha soffrido mudança, o que não contemos um povo a mais na nossa dependencia. Quando chegar o nosso reino substituiremos a nossa palavra de ordem liberal - Liberdade, Igualdade e Fraternidade - não por outra palavra de ordem, mas pelas mesmas palavras justas na sua ordem de idéas; diremos "o direito á liberdade, o dever da igualdade, o ideal da fraternidade: ... Pegaremos o touro pelos chifres... De facto nós já destruímos todos os governos excepto o nosso, embora existam muitos de direito... Actualmente, se alguns Estados levantam protestos contra nós, é segundo o nosso desejo e a nossa ordem, porque o seu anti-semitismo nos é necessário para governar os nossos irmãosinhos... Não vos explicarei isso mais claramente, porque esse assumpto já foi tratado mais de uma vez nas nossas confabulações. Na realidade, não ha obstaculos diante de nós. O nosso Governo Supremo está em condições tão extra-legaes que é conveniente chamal-o com um termo forte e enérgico: dictadura. Posso dizer, em consciencia, que nós somos actualmente legisladores; promovemos as sentenças da justiça, condemnamos á morte e commutamos penas, somos como o chefe de todas as nossas tropas, no cavallo do general em chefe. Governaremos com pulso firme, porque temos nas mãos as rédeas de um partido outróra forte, hoje submettido a nós. Temos em nossas mãos ambições desmedidas, sequiosidades ardentes, vinganças impiedosas, odios rancorosos. É de nós que parte o horror que invade a todos. Temos a nosso serviço homens de todas as opiniões, de todas as doutrinas; restauradores de monarchia, demagogos, socialistas, communistas, e varios utopistas; cada um delles faz o trabalho de sapa de seu lado. Todos os Estados soffrem esses males, pedem calma, dispõem-se a tudo sacrificar pela paz; mas nós não lhes daremos paz emquanto elles não reconhecerem o nosso Governo Supremo abertamente, humildemente. O povo pôz-se a gritar que é necessario resolver a questão social por meio de um entendimento internacional. A divisão do povo em partidos collocou-os todos á nossa disposição, pois para sustentar uma lucta de emulação é preciso dinheiro, e somos nós os donos de todo o dinheiro. Poderiamos temer a alliança da força intelligente dos elementos reinantes com a força cega do povo, mas temamos todas as providencias possíveis contra tal eventualidade: entre essas duas forças levantamos um muro, isto é, um terror recíproco. Assim, desse modo, a força cega do povo é nosso apoio, e nós veremos os meios de guial-a. saberemos dirigil-a com segurança ao nosso fim. Para que a mão do cégo não possa repudiar a nossa direcção, devemos, de tempos a tempos, estar em communicação com elle, sinão pessoalmente, pelo menos pelos nossos irmãos mais fiéis. Quando formos um poder reconhecido, falaremos nós mesmos com o povo nas praças publicas, e instruil-o-emos sobre questões políticas no sentido que nos for necessario. Como verificar o que se lhe ensina nas escolas de aldeia?... O que for dito pelo enviado do governante, não póde deixar de ser immediatamente conhecido em todo o Estado, porque será logo espalhado pela voz do povo. Para não destruir prematuramente as instituições dos christãos, agimos com sabedoria, e tomamos as peças do seu mechanismo. Essas peças estavam dispostas n'uma ordem severa, mas justa; substituimol-as por um arbítrio desordenado. Cuidamos da jurisdição, das eleições, da imprensa, da liberdade individual, e sobretudo da instrucção e educação, que são as pedras angulares da existencia livre. Mystificamos, tornamos estúpida e corrompida a juventude christã por uma educação fundada em principios e theorias que sabemos falsos mas que são inspirados por nós. Por cima das leis existentes sem alteral-as essencialmente, mas desfigurando-as somente por interpretação contradictoria, obtivemos resultados prodigiosos. Esses resultados manifestaram-se principalmente nas leis mascaradas pelos commentarios que as esconderam completamente dos olhos dos governantes incapazes de se reconhecerem n'uma legislação tão confusa. D'ahi a theoria do tribunal da consciencia. Direis que haverá um levante armado contra nós, se for percebido o nosso objectivo; mas nós temos, nos paizes do Occidente, uma manobra tão terrivel que as almas mais corajosas tremerão diante della. Os metropolitanos serão, até lá, estabelecidos em todas as Capitães, e nós fal-os-emos voar pelos ares com todas as organizações e todos os documentos dos paizes. CAPITULO X SUMMARIO - A força das cousas em política. A "genialidade" da baixeza. O que promette o golpe de Estado franco-maçonico. O sufragio universal. A estima de si mesmo. Os chefes dos franco-mações. - O Guia Genial da franco-maçonaria - As instituições e suas funções. O veneno do liberalismo - A constituição é a escola da discórdia dos partidos. A' era republicana. Os presidentes são creaturas da franco-maçonaria. Responsabilidade dos presidentes. O PANAMA' - O papel da Camara dos Deputados e do presidente. A franco-maçonaria é uma força legislativa. A nova constituição republicana. Passagem para a Autocracia franco-maçonica. Momento da proclamação do "rei universal". Inoculação de doenças e outros malefícios da franco-maçonaria. Começo hoje repetindo o que já vos disse e que convém recordar: os governos e os povos não devem ver senão a apparencia das cousas. E como descobririam elles o seu sentido intimo se seus representantes cuidam, antes de tudo, de divertir-se? Para nossa politica é importante conhecer este detalhe: elle nos auxiliará quando passarmos á discutir a divisão do poder, da liberdade de palavra, de imprensa, de consciencia do direito de associação, da igualdade perante a lei, da inviolabilidade da propriedade, da habitação, do imposto, da força rectroativa das leis. Esses assumptos são tão importantes que nunca devemos falar delles aberta e directamente em face do povo. No caso de se tornar necessario abordal-os, é bom não enumeral-os, mas declarar que os pricipios do direito moderno são reconhecidos por nós, em bloco. A importancia dessa reticencia consiste em que um principio não nomeado nos deixa a liberdade de excluir este ou aquelle sem que alguem o perceba, ao passo que se os determinarmos tornar-se-á preciso accital-os sem reserva. O povo tem um amor particular e uma grande estima pelos genios politicos e responde a todos os seus actos de violencia com as palavras: "E' canalha, é bem canalha, mas como é habil!... E' um golpe de esperteza, mas como é bem representado, como é insolente!..." Contamos attrahir todas as nações á construcção de um novo edificio fundamental cujo plano foi projectado por nós. Eis porque é preciso fazer provisão dessa audacia e dessa força de espirito, que na pessoa de nossos actores, pomperá todos os obstaculos sobre o nosso caminho. Quando tivermos dado o nosso golpe de Estado, diremos aos povos: "Tudo ia mal, todos soffreram além do supportavel. Destruimos as causas dos vossos tormentos - as nacionalidades, as fronteiras, a diversidade das moedas. Sem duvida tendes liberdade para nos jurar obediencia, mas podereis fazel-o com Justiça, se o fizerdes antes de experimentar o que devemos?" Então elles nos exaltarão e nos carregarão em triumpho n'um enthusiasmo unanime de esperanças. O suffragio universal de que fizemos o instrumento do nosso exito, e ao qual acostumamos as partículas infimas da humanidade, por meio de reuniões de gurpos e de consorcios, representará pela ultima vez o seu papel para exprimir o desejo unanime da humanidade de nos conhecer de mais perto antes de nos julgar. Para isso é preciso chamar todo o mundo ao suffragio universal, sem distincção de classe e de censo eleitoral, afim de estabelecer o absolutismo da maioria, que não póde obter das classes intelligentes. Tendo assim habituado todo o mundo á idéa do seu proprio valor, destruiremos a importancia da familia christã e seu merito educativo; não deixaremos que surjam individualidades ás quaes a multidão, guiada por nós, não permittirá que se notabilisem nem mesmo que fallem. Ella está habituada a não sentir senão a nós que lhe pagamos a obediencia e a attenção. Assim faremos do povo uma força tão céga que elle não estará em parte alguma em estado de mover-se sem ser guiado pelos nossos agentes collocados no logar de seus chefes. O povo submetter-se-á a esse regimen, porque saberá que desses novos chefes dependerão os lucros, os dons gratuitos, e toda a sorte de bens. Um plano de governo deve sahir com presteza de uma só cabeça, pois que elle seria incoherente se muitos espiritos dividissem entre si a tarefa de organizal-o. Por isso, poderemos conhecer um plano de acção, mas não devemos discutil-o, afim de não québrar o seu carcter genial, a ligação das suas partes, a força pratica e a significação secreta de cada um de seus pontos. Se o suffragio universal o discutir e revolver, elle conservará a massa de todas as falsas concepções dos espiritos que não penetraram a profundeza e a ligação dos seus objectivos. E' preciso que os mesmos planos sejam fortes e bem concebidos. Por isso, não devemos atirar o trabalho genial do nosso chefe, aos pés da multidão, nem mesmo confial-o a uma sociedade restricta. Esses planos, no momento, não subverterão as instituições modernas. Mudarão apenas a sua economia e por consequencia todo o seu desenvolvimento que se orientara segundo os nossos projectos. As mesmas cousas existem mais ou menos em todos os paizes, sob nomes differentes: a Representação, os Ministérios, o Senado, o Corpo Executivo. Não tenho necessidade de vos explicar o mechanismo das relações dessas instituições entre si, porque o conhecereis bem; sómente que cada uma dessas instituições corresponde a qualquer funcção importante do Estado, e eu vos peço ainda para observar que é a funcção e não a instituição que considero importante. Não são pois as instituições, mas as suas funcções que são importantes. As instituições dividiram todas as funcções do governo: funcções administrativas, legislativas, executivas. Por isso ellas agem no organismo do Estado, como os orgãos no corpo humano. Se mostrarmos uma parte da machina cortada, o Estado ficará enfermo, como o corpo humano e morrerá. Quando introduzimos no organismo estatal o veneno do liberalismo toda a sua constituição politica mudou: os Estados cahiram attingidos de doença mortal - a decomposição do sangue. Não resta mais senão esperar o fim de sua agonia. Do liberalismo nasceram os governos constitucionaes, que substituitram para o christão a Autocracia salutar, e a constituição, vós sabeis, não é mais do que uma escola de discórdia, de desintelligencia, de discussões, de agitação esteril de partidos. Numa palavra, é a escola de tudo o que leva um Estado a perder sua individualidade e sua personalidade. A tribuna, com a imprensa, condemnaram os governos á inacção e á fraqueza; ella tornou-os por isso pouco necessrias, inuteis. E' o que explica que elles foram subvertidos. A éra republicana, tornou-se possivel, substituímos o governo por uma caricatura de governo por um presidente, agarrado na multidão, no meio das nossas creaturas, dos nossos escravos. Ahi está o fundo da mina cavada por nós sob o povo dos christãos, ou melhor, sob os povos dos christãos. Num futuro proximo crearemos a responsabilidade dos presidentes. Então, faremos passar sem difficuldades as cousas pelas quaes a nossa creatura impessoal responderá. Que nos importa se as fileiras dos que aspiram ao poder rarêam, se dahi resultar, pela falta de presidentes, embaraços capazes de desorganizar completamente o paiz?... Para attingir esse resultado, machinemos a eleição de presidentes que tenham no seu passado uma tára occulta, qualquer "panamá". O temor das revelações, o desejo de cada individuo que chegará ao poder, de conservar os privilegios, as vantagens e as honras, ligadas á sua condição, tornal-os-ão os executores fieis de nossas prescripções. A Camara dos Deputados cobrirá, defenderá os presidente, mas nós lhes retiraremos o direito de propor leis, e de revogal-as. Que direito será attribuido ao presidente responsável, que será um joguete em nossas mãos? O poder do governo tornar-se-á, sem duvida, o alvo de todos os ataques. Dar-lhe-emos para sua defesa, o direito de apellar para a decisão do povo, sem o intermédio de seus representantes, isto é, de recorrer ao nosso servidor cégo: á maioria. Daremos tambem ao presidente o direito de declarar guerra, dizendo que o presidente, como chefe do Exercito do paiz, precisa tel-o á sua disposição para defender a nova constituição republicana, de que elle será o representante responsavel. Nessas condições, o chefe do santuario estará em nossas mãos, e ninguem, excepto nós, dirigirá a força legislativa. Retiraremos ainda da Camara, introduzida a nova constituição republicana, o direito de interpretação sob o pretexto de salvaguardar do segredo político. Restringiremos, pela nova constituição, o numero de representantes no minimo, o que terá como effeito diminuir as paixões politicas e a paixão pela politica. Se, contra toda a espectativa, ellas despertarem nesse pequeno numero de representantes, nós as reduziremos a nada por um appello á maioria do povo... Do presidente dependerá a nomeação dos presidentes e vice-presidentes da Camara e do Senado. Em logar de sessões parlamentares constantes, limitaremos as sessões dos Parlamentos a alguns mezes. O presidente, como chefe do poder executivo, terá o direito de convocar ou de dissolver o parlamento, e no caso de dissolução, de resolver sobre o momento da nova convocação. Mas para que as consequencias de todas essas acções na realidade illegais, não caiam sobre a responsabilidade do presidente por nós estabelecidas, o que seria nocivo aos nossos planos, suggeriremos aos ministros e aos outros funccionarios que cercarão o presidente a idéa de passarem por seu alvedrio além de suas proprias medidas, de maneira que elles serão por seu turno responsaveis... Aconselhamos que esse papel seja sobretudo confiado ao Senado, ao Conselho de Estado, ao Conselho de Ministros, mais do que a um só individuo. O presidente interpretará, á nossa vontade, as leis existentes que podem ser interpretadas de varios modos; elle as annullará quando lhe mostrarmos essa necessidade; elle terá a faculdade de propor leis provisorias e mesmo uma reforma da constituição, sob pretexto do bem supremo do Estado. Essas medidas nos darão o meio de destruir, pouco a pouco, passo a passo, tudo o que antes da nossa posse do poder tivermos sido forçados a introduzir nas constituições dos Estados; passaremos assim imperceptivelmente á suppressão de toda a constituição, quando fôr chegada a época de agrupar todos os governos sob a nossa autocracia. O reconhecimento da nossa autoridade póde chegar antes da suppressão da constituição, se os povos, fatigados pelas desordens e pela frivolidade de seus dirigentes clamarem: "Expulsae-os e dae-nos um rei universal que nos possa reunir e destruir as causas das nossas discórdias: as fronteiras das nações, as religiões, os calculos dos Estados: um rei que nos dê essa paz e esse repouso que não podemos obter com os nossos governantes e os nossos mandatarios." Sabeis, muito bem, que para tornar possiveis esses desejos, é mistér perturbar constantemente, em todos os paizes, as relações do povo como o governo, afim de fatigar a todo o mundo pela desunião, a inimizade, o odio, e mesmo pelo martyrio, a fome, a inoculação de doenças, a miseria, para que os christãos não vejam outra sahida salvadora senão recorrer á nossa soberania plena e inteira. Se dermos aos povos o tempo de respirar, talvez o momento favorável não nos chegue nunca. CAPITULO XI SUMMARIO: - O programma da nova Constituição. - Alguns detalhes do golpe de Estado proposto. - Os christãos são carneiros. - A franco-maçonaria secreta e suas lojas de "fachada". O Conselho de Estado existirá para destacar o poder do governo: sob a apparencia de um corpo legislativo, elle será, na realidade, uma commissão de redacção das leis e dos decretos do governante. Eis ahi o programma da nova constituição que preparamos. Crearemos a lei, o direito e o tribunal: 1) sob a fórma de propostas ao legislativo; 2) por meio de decretos do presidente sob a fórma de ordens geraes, por actos do Senado, e por decisões do Conselho de Estado, sob a fórma de ordens ministeriaes; 3) na hypothese de ser julgado opportuno, sob a fórma de golpe de Estado. Approximativamente estabelecido esse modus agendi, occupemo-nos do detalhe das medidas que nos servirão para concluir a transformação do Estado no sentido proposto. Ouço falar da liberdade de imprensa, do direito de associação, da liberdade de consciencia, do principio electivo, e de muitas outras cousas que deverão desapparecer do repertorio humano ou ser radicalmente mudadas logo que seja proclamada a nova constituição. Só nesse momento nos será possivel publicar todas as nossas ordens em conjuncto. Immediatamente toda a mudança sensivel será perigosa, pelos seguintes motivos: se a mudança se operar no sentido de uma severidade rigorosa, poderá acarretar um desespero provocado pelo temor de novas mudanças no mesmo sentido; se, ao contrario, ella se fizer no sentido de complacencias ulteriores, dir-se-á que reconhecemos nossos erros, e isso enfraquecerá a aureola de infalibilidade do novo poder, e então dir-se-á que tivemos medo, e que somos obrigados a fazer concessões, pelas quaes ninguem nos agradecerá, porque serão todas como devidas... Uma e outra, seriam nocivas ao prestigio da nova constituição. Queremos que no dia da sua proclamação, quando os povos ficarem estupefactos diante do golpe de Estado que se verificar, quando elles estiverem ainda aterrorizados e perplexos, nós queremos que nesse momento elles reconheçam que somos tão fortes, tão invulneraveis, tão poderosos, que em caso algum contaremos com elles; que não sómente não daremos attenção ás suas opiniões e aos seus desejos, mas que estamos apparelhados, com uma autoridade indiscutivel para reprimir toda expressão, toda a manifestação desses desejos e dessas opiniões; que nos apoderamos de um golpe de tudo o que nos é necessario, e que em hypothese alguma partilharemos com elles o nosso poder... Então elles fecharão os olhos e esperarão os acontecimentos. Os christãos são um rebanho de carneiros e nós somos para elles os lobos. Sabeis o que acontece com os carneiros quando os lobos penetram no redil?... Elles fecharão ainda os olhos, principalmente porque nós lhes prometterem9os a restituição de todas as liberdades roubadas, logo que os inimigos da paz forem acalmados e os partidos reduzidos á impotência. E' inutil dizer que elles esperarão por muito tempo esse retorno ao passado... Pro que inventamos e inspiramos aos christãos toda essa politica, sem lhes dar os meios de penetral-a, por que senão para esperar secretamente o que a nossa raça dispersada não podia esperar directamente?... Isso serviu de base á nossa organização da franco-maçonaria secreta, que niguem conhece, e cujos designios não são siquer suspeitados pelos estúpidos christãos, attrahidos por nós para o exercicio visivel das lojas, para desviar os olhares de seus irmãos. Deus nos deu, a nós seu povo eleito, a dispersão, e nessa fraqueza da nossa raça, encontra-se a força que nos conduziu á dominação universal de hoje. Resta-nos pouco a edificar sobre esses alicerces. CAPITULO XII SUMMARIO: - Interpretação maçonica da palavra "liberdade". - Futuro da imprensa no reinado dos francos-mações. - A vigilancia da Imprensa. - As agencias de correspondentes. - Que é o progresso para os francos-mações? - A solidariedade dos francos-mações na imprensa moderna. - Excitação das exigencias "sociaes" provincianas. - Infalibilidade do novo regimen. A palavra "liberdade" que se póde interpretar de maneiras differentes, nós a definiremos assim: A liberdade é o direito de fazer o que a lei permitte. Tal interpretação desse vocabulo, nessa época, fará com que toda a liberdade nos esteja nas mãos, pois que as leis destruirão ou crearão o que nos fôr agradavel, segundo o programma acima exposto. Com a imprensa agiremos da maneira seguinte: Que papel representa a imprensa? Ella vive para inflammar as paixões ou distrahir o egoismo dos partidos. Ella é vã, injusta, mentirosa, e a maioria dos homens não comprehende a sua serventia. Nós a sellaremos, por-lhe-emos rédeas fortes; faremos o mesmo com as outras obras impressas, porque de que nos serviria desembaraçarmo-nos da imprensa, se tivessemos de servir de alvo á brochura e ao livro? Transformaremos a publicidade, que hoje nos custa caro, porque ella nos permitte censurar os jornaes, em objecto de lucro para o nosso Estado. Crearemos um imposto especial para a imprensa. Exigiremos uma caução, sempre que se fundem jornaes ou typographias. Assim o nosso governo ficará a coberto de qualquer investida da imprensa. Sellos, cauções, darão uma enorme renda ao Estado. E' verdade que os orgãos partidarios poderima estar a salvo de prejuizos de dinheiro. Esses, ao segundo ataque, nós os supprimiremos. Niguem tocará impunemente na aureola da nossa infalibilidade governamental. O pretexto para a suppressão de um jornal será que o orgão em questão agita os espiritos sem motivo e sem razão. Eu vos advirto de que entre aquelles que nos atacarão haverá orgãos creados por nós, mas esses atacarão excludivamente pontos cuja transformação nós desejamos. Nada será notificado á sociedade sem o nosso consenso. Esse resultado já foi obtido nos nossos dias, porque todas as noticias são recebidas por varias agencias, que as centralisam, de todas as partes do mundo. Essas agencias serão então instituições inteiramente nossas e só publicarão o que lhes determinarmos. Se já nos apoderamos dos espiritos das sociedades christãs a tal ponto que quasi todos contemplam os acontecimentos mundiaes através dos vidros coloridos das lunetas que lhes puzemos ante os olhos, se já não ha nenhuma interdicção ao accesso do que os christãos ingenuamente chamam de segredos de Estado, o que acontecerá quando formos os donos reconhecidos do universo na pessoa do nosso rei universal? Quem quizer ser editor, bibliothecario ou impressor, será obrigado a obter um diploma, que no caso de delicto de seu possuidor lhe será immediatamente confiscado. Com taes medidas o instrumento do pensamento tornar-se-á um meio de educação nas mãos do nosso governo, que não permittirá mais ás massas populares reflectirem sobre os beneficios do progresso. Quem ignora, entre os nossos, que esses beneficios illusorios conduzem directamente a sonhos absurdos?... Desses sonhos nasceram as relações anachicas dos homens entre si e com o poder, porque o progresso, ou a idéa do progresso insinuou a idéa de toda a sorte de emancipação, sem fixar-lhes os limites. Todos os a que chamamos liberaes são anarchistas, senão de facto, pelo menos de pensamento. Cada um delles procura as illusões da liberdade e cáe na anarchia, protestando pelo simples prazer de protestar... Voltemos á imprensa. Sobrecarregal-a-emos, como a tudo o que se imprime, de impostos em sello a tanto por pagina; os livros, com menos de trinta paginas, pagarão taxas dobradas. Registral-os-emos na categoria das brochuras, de um lado, afim de reduzir o numero das revistas, que são o peor dos venenos; de outro lado, porque essa medida obrigará os escriptores a produzirem obras tão extensas que serão pouco lidas, sobretudo pela sua carestia. Ao contrario, o que editarmos para bem dos espiritos na tendência que houvermos estabelecido, será baratissimo, e lido por todo o mundo. O imposto soffreará o vão desejo de escrever, e o medo do castigo trará os escriptores á nossa dependencia. Se se encontrarem pessoas que queiram escrever contra nós, não haverá niguem que lhes imprima as obras. Antes de acceitar uma obra, o editor ou impressor terá de comparecer perante as autoridades para a respectiva licença. Assim, nós conheceremos por antecipação o que se tentar contra nós, e o destruiremos dando explicações prévias sobre o assumpto que ia ser abordado. A literatura e o jornalismo são duas forças educadoras das mais importantes; eis porque o nosso governo será o proprietario da maioria dos jurnaes. Assim a influencia nociva da imprensa privada será neutralizada e nós adquiriremos uma influencia enorme sobre os espiritos. Se autorizarmos a publicação de dez jornaes, fundaremos trinta nossos em seguida. Todos os jornaes editados por nós serão apparentemente de tendências e de opiniões oppostos, o que despertará a confiança nelles, e attrahirá os nossos adversarios sem suspeitas. Elles se tornarão inoffensivos. Or orgãos de caracter official ficarão no primeiro plano. Vigiarão sempre os nossos interesses, e por isso a sua influencia será quasi nulla. No segundo plano, ficarão os officiosos, cujo papel será attrahir os indifferentes e os neutros. No terceiro plano, collocaremos a nossa pretensa opposição. Um órgão ao menos será o antipoda de nossas idéas. Os nossos adversarios tomarão esse falso opposicionista por um alliado e decobrir-nos-ão o seu jogo. Os nossos jornaes serão de todas as tendências: uns aristocratas, outros republicanos, revolucionarios ou mesmo anarchistas, isso enquanto viver a constituição, bem entendido. Elles terão, como o deus hindú Vichnu, cem mãos das quaes cada uma accelerará a transformação da sociedade. Suas mãos conduzirão a opinião conveniente á nossa finalidade, pois um homem agitado perde a faculdade de raciocinio e se entrega facilmente á suggestão. Os imbecis que acreditam repetir a opinião do jornal de seu partido, repetirão a nossa opinião ou aquella que nos fôr agradável. Imaginarão que acompanham o orgão do seu partido e na realidade acompanharão a bandeira que desfraldaremos para elles. Para dirigir nesse sentido o nosso exercito de jornalistas devemos organisar essa obra com um cuidado todo particular. Sob o nome de departamento central da imprensa, organizaremos reuniões literarias nas quaes os nossos agentes, despercebidos, darão os signaes e a palavra de ordem. Discutindo e contradizendo a nossa iniciativa duma maneira superficial sem ir ao fundo das cousas, nossos jornaes travarão uma polemica vã com os orgãos officiaes, para nos darem os meios de um pronunciamento mais claro que não póderiamos ter nas nossas primeiras declarações officiaes. Esses ataques desempenharão ainda o papel de dar a impressão de que os nossos subditos acreditarão poder falar livremente. Por outro lado, isso dará aos nossos agentes um motivo de dizer e de affirmar que os orgãos que se declaram contra nós não passam de tagarellas, pois que não encontram razões verdadeiras para refutar sériamente as nossas medidas. Esses processos despercebidos da opinião publica, mas seguros, não attrahirão a confiança publica. Graças a elles, excitaremos e acalmaremos, como fôr preciso, os espiritos nas questões politicas, convencel-os-emos ou despistal-os-emos, imprimindo ora a verdade, ora a mentira, confirmando os factos ou contestando-os, segundo a impressão que elles produzirem no publico, apalpando sempre prudentemente o terreno, antes de pisal-o. Venceremos, infalivelmente, os nossos adversarios, pois que elles não terão á sua disposição orgãos em que se possam pronunciar até ao fim, em virtude das medidas de que já fallamos. Não teremos mesmo necessidade de refutal-os a fundo... Refutaremos energicamente nos nossos orgãos officiaes os balões de ensaio por nós lançados na terceira categoria da nossa imprensa, em caso de necessidade. Actulmente, pelo menos no jornalismo francez, existe uma solidariedade franco-maçonica. Todos os orgãos da imprensa são ligados entre si pelo segredo profissional; como os augures antigos, nenhum de seus membros desvendará o segredo das suas informações, sem receber ordem para isso. Nenhum jornalista se decidirá a trahir esse segredo, pois que nenhum será admitido na literatura se não tiver uma nodoa vergonhosa no seu passado: essas nodoas seriam immediatamente reveladas. Enquanto essas nodoas são o segredo de alguns, a aureola do jornalista attrae a opinião da maioria do paiz, e elle é seguido com extremismo. Os nossos calculos extendem-se, principalmente, ás provincias. E' necessario excitar ahi esperanças e aspirações oppostas ás da capital. E' claro que a fonte será sempre a mesma: ella partirá de nós. Enquanto não tivermos o goso de um poder complexo, necessitaremos, frequentemente, que as capitães sejam envolvidas pelas opiniões do povo, isto é , da maioria, melhoramento psychologico, não discutam o facto consummado, uma vez elle acceito pela maioria provinciana. Quando entrarmos no novo regimen que preparará o nosso reino, não poderemos admittir a revelação pela imprensa da deshonestidade publica; é mistér que se creia que o novo regimen satisfaz tanto a todo mundo que até os crimes desappareceram... Os casos de manifestação de criminalidade não devem ser conhecidos senão das victimas e das testemunhas accidentaes. CAPITULO XIII SUMMARIO: - A necessidade do pão quotidiano. - As questões politicas. - As questões industriaes. Os divertimentos. - As casas do povo. - A verdade é uma. - Os grandes problemas. A necessidade do pão de cada dia cala os christãos e faz delles nossos servidores humildes. Os agentes escolhidos entre elles pela nossa imprensa discutirão, á nossa ordem, aquillo que nos seria incommodo fazer imprimir directamente, em documentos officiaes, e nós mesmos, a esse tempo, approveitando o rumor provocado por esses discursos, tomaremos as providencias que nos parecerem uteis, apresental-as-emos ao publico como um facto consummado. Ninguem terá a audacia de reclamar a annullação do que tiver sido decidido, tanto mais que o apresentaremos como um progresso. A imprensa chamará, principalmente, a attenção sobre questões novas, (nós habituamos, como o sabeis, os homens a procurar sempre a novidade.) Alguns imbecis, suppondo-se instrumentos da sorte, atirar-se-ão a essas novidades, sem comprehender que nada entendem daquillo que pretendem discutir. Os assumptos da politica não são accessiveis senão áquelles que os crearam, - isto ha muitos seculos, - e que a dirigem. Por tudo isso vereis que procurando a opinião da multidão, não fazemos mais do que facilitar a satisfação dos nossos designios, e podeis notar que procuramos a approvação, não de nossos actos, mas das nossas palavras, proferidas em tal ou qual occasião. Proclamamos constantemente que em todas as nossas medidas tomamos por norte a esperança unida a certeza de ser uteis em beneficio collectivo. Para offuscar os homens irrequietos das questões politicas, apresentaremos, antes das pretensas novidades, os assumptos industriaes. Que elles explorem a sua fúria sobre esse thema. As massas consentirão em permanecer inactivas, a repousar da sua pretensa actividade politica (a que nós as habituamos para, por seu intermedio, luctar com os governos dos christãos,) com a condição de dar-lhe nova occupação; indicar-lhe-emos mais ou menos a mesma direcção politica. Para que ellas não consigam nada com a reflexão, desvial-as-emos do pensamento por meio de diversões, jogos, prazeres, paixões, casas do povo... Lançaremos pela imprensa concursos de arte, de desportos varios: esses interesses desviarão definitivamente os seus espiritos dos assumptos nos quaes teriamos de luctar com elles. Os homens, deshabituando-se cada vez mais, de pensar por conta propria, acabarão por falar em unisono, da nossas idéas, porque nós seremos os unicos a propôr novas directrizes ao pensamento por intermédio de taes pessoas com as quaes ninguem nos julgará solidarios. O papel dos utopistas liberaes estará definitivamente encerrado, quando o nosso regimen for reconhecido. Até lá elles nos prestarão um bom serviço. E' por isso que instigaremos os espiritos a inventar toda a sorte de theorias phantasticas, novas e suppostamente progressistas; transtornamos a cabeça desses christãos imvecis com pleno sucesso por meio da palavra progresso, e não ha entre elles um só espírito que veja que, sob essa palavra, se occulta um erro em todos os casos em que não se trate de questões materiaes, porque a verdade é uma só e não póde progredir. O progresso, como uma idéa falsa, vive para obscurecer a verdade, para que ninguem conheça, excpto nós, os eleitos de Deus, e seus guardas. Chegado o nossos reino, os nossos oradores discorrerão sobre os grandes problemas que emocionaram a humanidade para conduzil-a enfim ao nosso regimen salutar. Quem duvidará então que todos esses problemas foram inventados por nós, segundo um plano político que ninguem advinhou durante seculos? CAPITULO XIV SUMMARIO: - A religião do futuro. - A servidão futura. - Impossibilidade de conhecer os mysterios da religião do futuro. - A pornografia e o futuro da palavra imprensa. Chegando o nosso reino, nós não reconheceremos a existencia de nenhuma outra religião além daquella do nosso deus único, á qual está ligado o nosso destino, porque nós somos "O Povo escolhido" e pelo qual esse mesmo destino está unido aos destinos do mundo. Por isso devemos destruir todas as crenças. Se isso géra os atheus contemporaneos, esse periodo transitorio não constrangerá os nossos designios, mas servirá de exemplo ás gerações que ouvirão as nossas predicas sobre a religião de Moysés, cujo system estoico e bem concebido acabará na conquista de todos os povos. Mostraremos ahi a verdade magnífica, em que, diremos, repousa toda a sua força educativa. Então publicaremos frequentemente artigos de comparação do nosso regimen salutar com os do passado. As vantagens de um repouso obtido por seculos de qgitação salientaráão o caracter benefico de nosso dominio. Os erros dos administradores dos christãos serão pintados por nós com as côres mais vivas. Provocaremos uma tal regugnancia por elles, que os povos preferirão o repouso da servidão aos direitos da famosa liberdade que os atormentou a ponto de tirar-lhes os meios de subsistencia, que os tornou exploradores por um grupo de aventureiros. As mudanças inuteis de governo a que estimulamos os christãos quando miravamos os seus edificios governamentaes, terão fatigado de tal fórma os povos nessa época que elles preferirão supportar tudo de nós, para não correr o risco de novas agitações. Destacaremos particularmente os erros históricos dos governos christãos, que na falta do bem verdadeiro atormentavam durante seculos a humanidade em procura de illusorios bens sociaes, sem perceber que seus projectos não faziam mais do que aggravar, em logar de melhoral-as, as relações da vida humana. Nossos philosophos discutirão todos os defeitos das crenças christãs mas ninguem discutirá, jámais, a nossa religião no seu verdadeiro ponto de vista, porque ninguem a conhecerá a fundo fóra dos nossos, que nunca ousarão trahir os seus segredos. Nos paizes ditos avançados, nós creamos uma literatura louca, suja, abominavel. Estimulal-a-emos ainda durante algum tempo, depois da nossa ascenção ao poder, afim de assignalar o contraste dos nossos discursos, dos nossos programmas, com as suas torpezas. Nossos sabios, educados para dirigir os christãos, comporão discursos, projectos, memorias, artigos que nos darão a influencia sobre os espiritos e nos permittirão dirigil-os para as idéas e os conhecimentos que queremos impor-lhes. CAPITULO XV SUMMARIO: - Golpe de Estado mundial de cem dias. - As condemnações á morte. - A sorte futura dos franco-mações christãos. - O caracter mystico do poder. - Multiplicação das lojas maçonicas. - A administração central dos sabios. - O negocio Azeff. - A franco-maçonaria é o guia de todas as sociedades secretas. - Importancia do sucesso publico. - Collectivismo. - As victimas. - As condmnações á morte de franco-mações. - Queda do prestigio das leis e da autoridade. - A eleição previa. - Brevidade e clareza das leis do regimen futuro. - Obediencia á autoridade. - Medidas contra o abuso de poder. - Crueldade dos castigos. - Limite de idade para os juizes. - O liberalismo dos juizes e do poder. - O dinheiro mundial. - O absolutismo e a franco-maçonaria. - Direito de cassação. - O aspecto patriarchal do futuro governo. - Deificação do governo. - O direito do mais forte como direito unico. - O rei de Israel é o patriarcha do mundo. Quando, enfim, começarmos a reinar, com o auxilio de golpes de Estado preparados por toda a parte para o mesmo dia, depois da annullação definitiva de todos os governos existentes (e passará ainda até lá muito tempo, um seculo talvez) providenciaremos para que não haja mais conjuras contra nós. Nesse objetivo, condmnaremos á morte todos aquelles que nos receberem de armas na mão. Toda a nova creação de sociedade secreta será tambem punida com a morte. As que existem e que nos são conhecidas, as que nos serviram e que nos servem ainda, serão abolidas e mandadas para os continentes afastados da Europa. Assim agiremos com os franco-mações christãos, que o sabem muito bem; os que nós pouparemos por um motivo qualquer serão mantidos no terror perpetuo do exilio. Publicaremos uma lei pela qual todos os antigos membros de sociedades secretas deverão dixar a Europa, centro de nosso governo. As decisões do nosso governo serão definitivas e sem appellação. Nas sociedades christãs, nas quaes disseminamos raizes de profundas discordia e de protestantismo, só se póde restabelecer a ordem com medidas impiedosas, affirmando um poder inflexivel: é inutil contemplar as victimas que tombam em beneficio do bem futuro. O dever de todo o governo que reconhece a sua existencia, não é só o de desfructar os seus privilegios, mas o de exercer os seus deveres, e de alcançar o bem, seja ao preço dos maiores sacrificios. Para que um governo seja inquebrantavel é mistér reforçar a sua aureola com uma potencia, e essa aureola só se obtem com uma inflexibilidade majestosa do poder, que deve trazer os signos de uma inviolabilidade mystica, eleita por Deus. Tal foi até os ultimos tempos a autocracia russa - nosso unico inimigo serio no mundo inteiro, com o Papado. Recordae o exemplo da Italia inundada de sangue não tocando num fio de cabello da cabeça de Sylla que derramou esse sangue: Sylla foi deificado pelo seu poder aos olhos do povo, martyrizado por elle, e seu retorno corajoso á Italia o tornou inviolável. O povo não toca naquelle que o hypnotiza por sua coragem e força d'alma. Mas, enquanto esperamos o nosso advento, crearemos e multiplicaremos as lojas maçonicas em todos os paizes do mundo; attrahiremos para ahi todos os que são ou podem ser agentes eminentes. Essas lojas constituirão o nosso principal centro de informações, e o meio mais influente de nossa actividade. Centralizaremos todas essas lojas numa administração só de nós conhecida, composta de nossos sabios. As lojas terão o seu representante, atraz do qual se esconderá a administração alludida, e será esse representante o que dará a palavra de ordem e o programma. Formaremos nessas lojas o núcleo de todos os elementos revolucionarios e liberaes. Sua composição comprehenderá todos os ramos da sociedade. Os projectos, os mais secretos nos serão conhecidos e ficarão sob a nossa direcção desde o dia de seu apparecimento. No numero dos membros dessas lojas estarão quasi todos os agentes da policia nacional ou internacional (como no caso de Azeff) porque o seu serviço é insubstituível por nós, attendendo a que a policia póde, não sómente tomar medidas contra os recalcitrantes, mas ainda encobrir os nossos actos, crear pretextos de descontentamentos, etc. Os que entram para as sociedades secretas são ordinariamente os ambiciosos, os aventureiros, e em geral, os homens, na maioria levianos, com os não teremos difficuldade de nos entender sobre os nossos projectos. Se se produzirem desordens, isso significará que tivemos necessidade da pertubação para destruir uma solidariedade maior. Se se fórma uma conjura no seu seio, o seu chefe não será senão um dos nossos servidores mais fieis. E' natural que sejamos nós, e não outros, a conduzir os negócios da franco-maçonaria, porque sabemos para onde vamos, conhecemos o ponto final de toda a acção, ao passo que os christãos não sabem nada, nem mesmo o resultado immediato; elles se contentam ordinariamente com um successo momentaneo de amor-proprio, na execução do seu plano, sem mesmo notar que esse plano não é de sua iniciativa, mas que lhes foi por nos suggerido. Os christão vão ás lojas por curiosidade ou na esperança de agradar ao paladar publico com a sua fala, alguns mesmos para terem a possibilidade de exprimir diante de uma platéa os seus sonhos irrealizaveis e sem base. Elles têm sêde da emoção do successo e dos applausos de que nós não somos em absoluto avaros. Damos-lhes esse successo para aproveitar o contentamento dahi resultante, graças ao qual os homens acceitam as nossas suggestões sem reserva, plenamente persuadidos que exprimem na sua infalibilidade as suas idéas e de que são incapazes de se apropriar das alheias... Não podeis imaginar como se pódem arrastar os christãos mais intelligentes a uma ingenuidade inconsciente, com a condição de tornal-os contentes comsigo mesmo, e ao mesmo tempo como é facil desencorajal-os pelo minimo insuccesso, suspendendo-se-lhes o applauso, e leval-os a uma obediencia servil, afim de renovar o successo... Ao passo que os nossos desdenham o exito, comtanto que triumphem os seus projectos, os christços estão promptos a sacrificar todos os seus, desde que obtenham successo. Essa psychologia nos facilita consideravelmente a tarefa de dirigil-os. Esses tigres na apparencia têm almas de carneiros e suas cabeças são completamente vasias. Nós lhes demos como objectivo o sonho da absorpção da individualidade humana pela unidade symbolica do collectivismo. Elles não descobriram, mas descobrirão que esse objectivo é uma violação evidente da mais importante das leis da natureza que creou depois do primeiro dia da Creação cada sêr differente dos outros, precisamente para que elle affirme sua individualidade. Levando-os a essa cegueira louca, não provamos com uma clareza nítida quanto o seu espirito é pouco desenvolvido em comparação com o nosso? Essa circumstancia é a garantia principal do nosso exito. Como foram clarividentes os nossos sabios antigos dizendo que para attingir a um fim não se deve escolher meios e contar o numero das victimas sacrificadas! Nós não contamos as victimas desses estúpidos, christãos, e, apesar do sacrifício de numerosos dos nossos, demos, na terra, ao nosso povo um poder que elle nunca ousou sonhar. As victimas relativamente pouco numerosas, dos nossos, preservaram-no da sua perda. A morte é o fim inevitavel de cada um. E' melhor accelerar a daquelles que oppõem obstaculos á nossa obra do que a nossa, a nós que creamos essa obra. Levaremos á morte os franco-mações, de maneira que ninguem, excepto os seus irmãos, possa duvidar, mesmo as victimas da nossa condemnação; elles morrerão todos quando fôr necessario, como de uma doença normal... Sabendo isso, a confraria não ousará protestar. Essas medidas extirparam do seio da franco-maçonaria todo o germen de protesto. Ptégando aos christãos o liberalismo, teremos o nosso povo e os nossos agentes em obediencia completa. Pela nossa influencia, a execução das leis dos christãos é reduzida ao minimo. O prestigio das leis é minado pelas interpretações liberaes que nellas introduzimos. Nas causas de politica e de principio, os tribunaes decidem, como lhes prescrevemos, vêem as cousas como lh'as apresentamos. Servir-nos-emos para isso de pessoas, com as quaes apparentemente nada temos de comum, da opinião dos jornaes, e de outros meios ainda. Os senadores e a administração superior acceitam cégamente os nossos conselhos. O espirito puramente animal dos christãos e incapaz de analyse e de observação, ainda menos de prever a que ponto visa uma certa maneira de apresentar uma quastão. E' nessa differença de aptidão para pensar entre os christãos e nós que se póde vêr claramente o sello da nossa eleição e a marca da nossa humanidade. O espirito dos christãos é instinctivo, anima. Elles vêm mas não prevêm e não inventam, excepto as cousas materiaes. Por ahi se vê claramente que a natureza nos destinou para dirigir e governar o mundo. Quando fôr chegado o nosso tempo de governar abertamente, e de mostrar os beneficios do nosso governo, faremos a revisão de todas as legislações. Nossas leis serão breves, claras, irreductiveis, sem commentarios, embora qualquer um possa conhecl-as. O traço dominante dessas leis será a obediencia á autoridade, elevado a um gráo grandioso. Então todos os abusos desapparecerão em face da responsabilidade de todos perante a autoridade superior do representante do poder. Os abusos de poder dos funccionarios inferiores serão punidos tão severamente que cada um perderá o desejo de ensaiar as suas forças. Acompanharemos com olho inflexivel cada acto da administração, de que depende a marcha da machina governamental, porque a licença na administração provoca a licença universal. Todo caso de illegalidade e de abuso será punido de fórma exemplar. A cumplicidade solidaria entre os funccionarios da administração desapparecerá depois dos primeiros exemplos de um castigo rigoroso. A aureola do nosso poder reclama castigos efficazes, isto é, crueis, para a minima infracção das leis, pois que toda a infracção fére o prestigio superior da autoridade. O condemnado será severamente punido pela sua falta, será como um soldado morto no campo de batalha administrativo pela Autoridade, os Principios e a Lei, que não admittem o interesse privado sobre a funcção publica, mesmo da parte daquelles que dirigem o carro da sociedade. Nossos juizes saberão que, pretendendo envaidecer-se de uma tola misericordia, violam a lei e a justiça, que foi instituida para edificação dos homens pelo castigo das faltas, não para que o juiz mostre bondade de alma. E' permittido provar essas qualidades na vida privada, não no terreno publico que é a base da educação da vida humana. Nosso pessoal judiciário não servirá além de cincoenta e cinco annos porque os velhos são obstinados nas suas opiniões preconcebidas e são menos aptos a obedecer ás novas ordenanças; em segundo logar, porque isso nos permittirá facilmente a renovação do pessoal, que nos será, assim, amis submisso. O que quizer conservar o seu posto, deverá obedecer cégamente para merecer esse favor. Em geral, os nossos juizes serão escolhidos entre aquelles que saibam que o seu papel é o de castigar e de applicar as leis, não de fazer liberalismo, em detrimento do Estado, como imaginam actualmente os christãos. As mutações servirão ainda para a solidariedade collectiva dos collegas e os prenderão aos interesses do governo, de que dependerá a sua sorte. A nova geração de juizes será educada de tal fórma que considerará como inadmissiveis os abusos que poderiam offender a ordem estabelecida nas nossas relações entre elles. Hoje em dia, os juizes christãos, não tendo uma idéa precisa de seu destino, mostram indulgencia para todos os crimes, porque os governantes actuaes, nomeando os juizes ao seu talante, não cuidam de inspirar-lhes o sentimento do dever e a consciencia da obra que delles se exige. Como o irracional que manda os filhos á procura da presa, os christão dão aos seus preferidos, logares rendosos, sem explicar-lhes a razão desses mesmos logares. E' por isso que os seus governos se destroem com as suas proprias forças, pelos actos da sua própria administração. Tiremos, pois, dos resultados desses actos uma lição a mais para o nosso regimen. Expulsemos o liberalismo de todos os postos importantes da nossa administração, de onde dependerá a educação dos subordinados em face da nossa ordem social. Sómente serão admittidos a esses postos aquelles que educamos para o governo administrativo. Dir-se-á que a demissão dos antigos funccionarios custará caro ao Thesouro. Responderemos por antecipação que se lhes encontrará um serviço privado para substituir o que elles perdem. Em segundo logar, estando todo o dinheiro do mundo em nossas mãos, o nosso governo não terá que temer despezas excessivas. O nosso absolutismo será consequente em tudo. Por isso a nossa grande vontade, será respeitada e cumprida sem contestação cada vez que o exigirmos. Ella não prestará attenção a nenhum murmurio, a nenhum descontentamento. Ella dominará qualquer revolta com um castigo exemplar. Aboliremos o direito de cassação, de que seremos o unico a dispôr, nós os governantes, porque não devemos deixar nascer no povo a idéa de que uma decisão injusta possa ter sido oriunda de juizes nomeados por nós. Se qualquer cousa semelhante acontecer, annullaremos nós mesmos a sentença, mas com um castigo tão forte ao juiz por não haver comprehendido o seu dever e a sua funcção, que taes casos não mais se repetirão. Repito, mais uma vez, que conheceremos todos os passos da nossa administração, e que é bastante para que o povo fique contente comnosco, porque elle tem o direito de exigir de um bom governo um bom fuccionario. O nosso governo terá a physionomia de uma tutela patriarchal, paternal da parte do nosso governo. O nosso povo e os nossos subordinados verão nelle um pae, que se preoccupa de todas as necessidades, de todas as acções, de todas as relações reciprocas dos individuos entre si e de todas as suas relações com o governante. Então elles se compenetrarão de tal fórma do pensamento de que lhes é possivel viver sem essa tutela e sem essa direcção, se quizerem viver em paz e em calma, que reconhecerão a autocracia do nosso governante com uma veneração vizinha da adoração, sobretudo quando se convencerem que os nossos funccionarios não substituem o nosso poder pelo seu, mas executam apenas e cégamente as nossas prescripções. Elles ficarão satisfeitos por termos regulado tudo da sua vida, como o fazem os parentes solícitos, que querem educar os filhos no sentimento do dever e da obediencia. Os povos, em relação aos segredos da nossa politica, são creanças, eternamente menores como os seus governos... Vêde que fundo o nosso despotismo no direito e no dever: o direito de exigir o cumprimento do dever é o primeiro dever de um governo, que é um pae para seus subordinados. Elles tem o direito do mais forte, e deve usal-o para dirigir a humanidade para a ordem estabelecida pela natureza, para a obediencia. Tudo no mundo obedece, sinão aos homens, ao menos ás circunstancias e á sua propria natureza, e sempre, ao mais forte. Sejamos, pois, o mais forte no que concerne ao bem. Devemos saber, sem hesitar, sacrificar alguns individuos isolados, violadores da ordem estabelecida, pois que ha uma grande força educadora no castigo exemplar do mal... Se o rei de Israel puzer sobre a sua cabeça sagrada a corôa que lhe offerecerá a Europa, elle será o patriarcha do mundo. As victimas necessárias, feitas por elle, pela sua utilidade, não chegarão nunca ao numero de victimas, offerecidas, durante seculos, ao delirio de grandezas pela rivalidade dos governos christãos. O nosso rei estará em contacto permanente com o povo, dirigir-lhe-á a palavra da tribuna, palavra que a fama espalhará immediatamente pelo mundo inteiro. CAPITULO XVI SUMMARIO: - As universidades tornadas inoffensivas. - O classicismo substituido. - A educação e a profissão. - Propaganda da autoridade do governante nas escolas. - Abolição do ensino livre. - As novas theorias. - A independência do pensamento. - O ensino pela imagem. Com o fim de destruir todas as forças collectivas excepto as nossas, supprimiremos as universidades primeira etapa do collectivismo, e fundaremos outras com um novo espirito. Os seus directores e os seus professores serão preparados secretamente por programmas de acção secretos e detalhados, de que elles em nada se poderão afastar. Serão nomeados com uma prudencia toda particular e serão inteiramente dependentes do governo. Excluiremos do ensino o direito civil como tudo o mais concernente a assumptos politicos. Essas materias serão ensinadas a algumas dezenas de pessoas escolhidas pelas suas faculdades eminentes. As universidades não devem deixar sahir de seu seio os que compõem projectos de constituição como se compuzessem comedias ou tragedias, e que se occupam de assumptos politicos, dos quaes nem mesmo os seus paes comprehenderam qualquer cousa. O máo conhecimento que tem a maioria dos homens, das questões politicas, faz utopistas e máos cidadãos; podeis vêr o que tem feito nesse sentido a educação christã. Foi preciso introduzir na sua educação todos os principios que tão brilhantemente enfraqueceram a sua ordem social. Mas, quando estivermos no poder, afastaremos da educação todos os themas de ensino que podem causar perturbação, e faremos da juventude creanças obedientes ás autoridades, amando a quem a governa, como um apoio e uma esperança de paz e de calma. Substituiremos o classicismo, como todo o estudo de historia antiga, que apresenta mais máos exemplos do que bons, pelo estudo de um programma do futuro. Apagaremos da memoria dos homens todos os factos dos seculos passados, que não nos forem agradáveis, conservando, apenas, aquelles que pintam as falhas dos governos christãos. A vida pratica da ordem social natural, as relações dos homens entre si, a obrigação de evitar os máos exemplos egoistas, que espalham a semente do mal, e outros assumptos semelhantes de caracter pedagogico, estarão no primeiro plano num programma de ensino, differente para cada profissão, e que não generalizará o ensino sob nenhum pretexto. Essa maneira de apresentar a questão tem uma importancia particular. Cada classe social deve ser educada em limites severos, de accordo com o destino e o trabalho que lhe são peculiares. Os genios accidentaes sempre souberam e saberão sempre infiltrar-se em outras classes, mas deixar passar para as classes extranhas os valores negativos permittir-lhes tomar os logares que pertencem a essas classes pelo nascimento e pela profissão, em vista desses casos excepcionaes, é uma verdadeira loucura. Sabeis como tudo isso acabou para os christãos que permittiram esse abuso clamoroso. Para que o governo tenha o logar que lhe compete no coração e nos espiritos de seus subordinados, é preciso ensinar a todo o povo, nas escolas e na praça publica, qual é a sua importancia, quaes são os seus deveres e em que a sua actividade conduz ao bem do povo. Aboliremos o ensino livre. Os estudantes terão o direito de reunir-se com os seus parentes, como no club, nos estabelecimentos escolares; durante essas reuniões, em dias de festa os professores farão conferencias, apparentemente livres, sobre as relações dos homens entre si, sobre as leis da imitação, sobre os males provocados pela concurrencia illimitada, emfim, sobre a philosophia das novas theorias desconhecidas ainda do mundo. Faremos dessas theorias um dogma e desse nos serviremos para conduzir os homens á nossa fé. Quando eu houver terminado a exposição do nosso programma de acção no presente e no futuro, dir-vos-ei as bases dessas theorias. Numa palavra, sabendo pela experiência de muitos seculos que os homens vivem e se dirigem por idéas, que essas idéas não são inculcadas, aos homens senão pela educação, dada com egual successo em todas as edades, com processos differentes, bem entendido, absorveremos e adoptaremos em nosso proveito, os ultimos fulgores do pensamento independente, que ha muito, aliás, vimos dirigindo para as materias e as idéas de que precisamos. O systema de repressão do pensamento já está em vigor no systema chamado de ensino pela imagem que deve transformar os christãos em animaes doceis que não pensam, que esperam a representação das cousas através de imagens para comprehendel-as. Na França, um dos nossos melhores agentes, Bourgeois, já proclamou o novo programma de educação pela imagem. CAPITULO XVII SUMMARIO: - O Fôro. - Influencia dos padres christãos. - A liberdade de consciencia. - O rei dos judeus, patriarcha e papa. - Meios de lucta com a igreja existente. - Problemas da imprensa contemporanea. - Organização da politica. - A policia voluntária. - A espionagem modelada na da sociedade judia. - Os abusos do poder. O Fôro crêa homens frios, cureis, teimosos, sem principios, que se collocam sempre no terreno impessoal, puramente legal. Elles se habituaram a aorientar tudo para a vantagem da defesa e não para o bem social. Geralmente, não recusam nenhuma defesa, cuidam de obter a victoria a qualquer preço, apegando-se ás subtilezas da jurisprudência. Por ahi elles desmoralizam o Tribunal. Por isso, permittindo essa profissão em limites estreitos, faremos dos seus membros funccionarios executivos. Os advogados serão privados, como os juizes, do direito de communicar-se com os litigantes; elles receberão as causas do tribunal, analyzal-as-ão através de memorias e documentos dos relatórios judiciários, defenderão os seus clientes, depois de seu interrogatorio no tribunal, uma vez esclarecidos os factos. Receberão honorários independentes da qualidade da defesa. Desse modo, teremos uma defesa honesta e imparcial, guiada não pelo interesse, mas pela convicção. Isso supprimirá, entre outras cousas, a corrupção actual dos assessores que não consentirão mais em dar ganho de causa sómente ao que paga. Já tivemos o cuidados de desacreditar a classe dos padres christãos, e de desorganizar a sua missão que poderia actualmente nos prejudicar bastante. Sua influencia sobre os povos decáe dia a dia. A liberdade de consciencia está proclamada por toda a parte. Como consequencia não ha mais do que um certo numero de annos que nos separam da ruina completa da religião christã; chegaremos, assim, mais facilmente ao fim das outras religiões, mas ainda é muito cêdo para dizer como. Metteremos o clericalismo e os clericaes em quadros tão estreitos que a sua influencia, em comparação com a que já tiveram, será nulla. Quando chegar o momento de destruir definitivamente a côrte papal, o dêdo de uma mão invisivel apontará essa côrte aos povos. Mas quando o povo se atirar a ella, nós appareceremos como seus defensores para nós consentir em derramamento de sangue. Por esse desvio nós penetraremos no interior da praça de onde não sahiremos senão depois de havel-a arruinado completamente. O rei de judeus será o verdadeiro papa do universo, o patriarcha da Igreja internacional. Mas, enquanto, não houvermos educado a mocidade nas novas crenças de transição, e depois na nossa, não tocaremos abertamente nas igrejas existentes, mas luctaremos contra ellas pela critica e estimulando as dissenções. Em geral, a nossa imprensa contemporanea denunciará os negocios do Estado, as religiões, a incapacidade dos christãos, e isso nos termos os mais deshonestos, afim de denegril-os de todos os modos, como só o sabe fazer nossa raça de genio. O nosso regimen será a apologia do reino de Vichnú, que é o seu symbolo, e as nossas cem mãos segurarão, cada uma, uma peça da machina social. Veremos tudo sem a ajuda da policia official, que, como a elaboramos para os christãos, impede os governos de verem. No nosso programma um terço dos subordinados vigiará os outros por sentimento de dever, para servir voluntariamente ao Estado. Não será vergonhoso ser espião e delatar; ao contrario, isso será louvável, mas as delações sem fundamento serão punidas cruelmente, para que se não abuse desse direito. Nossos agentes serão recrutados tanto na alta sociedade como nas classes baixas, na classe administrativa que se diverte, entre os editores, impressores, livreiros, caixeiros, operarios, cocheiros, lacaios, etc. Essa policia, desprovida de direitos, não autorizada a agir por conta propria, e por consequencia sem poderes, não fará senão testemunhar e denunciar; a verificação dos seus depoimentos e as prisões dependerão de um grupo responsavel de fiscaes da policia; as prisões serão feitas pelo corpo de soldados e pela policia municipal. O que não fizer o seu relatorio sobre o que tiver visto e ouvido sobre assumptos politicos, será culpado como si se provasse elle cometeu crimes. Assim como os nossos irmãos são obrigados, sob a propria responsabilidade, a denunciar á sua communidade, os renegados ou as pessoas que praticam actos contrários a ella, no nosso reino universal será obrigatório aos nossos subordinados o serviço ao Estado. Tal organização destruirá os abusos da força, da corrupção, tudo o que os nossos conselhos e as nossas theorias ou direitos super-humanos intruduziram nos hábitos dos christãos. Mas como por outro lado, devemos obter o desenvolvimento das causas de desordem na sua administração? Por que outros meios? Um dos mais importantes desses meios são os agentes encarregados de restabelecer a ordem. A esses será deixada a possibilidade de desenvolver as suas más inclinações e seus caprichos, de abusar de seu poder, e ao chefe de aceitar bebidas. CAPITULO XVIII SUMMARIO: - Medida de segurança. - Vigilancia dos conspiradores. - Uma grande descoberta é a ruina do poder. - A guardiã do rei dos judeus. - O prestigio do poder. - Detenção á primeira suspeita. Quando nos fôr necessario reforçar as medidas de protecção policial (que arruinam tão rapidamente o prestigio do poder) simularemos desordens, manifestações de descontentamento, expressas por bons oradores. Pessoas com os mesmos sentimentos juntar-se-ão a elles. Isso nos servirá de motivo para autorizar devassas e vigilancias cujos agentes serão os servidores que tivermos na politica dos christãos. Como a maior parte dos conspiradores age por amor á arte, por amor ao verbalismo, nós não os molestaremos antes que elles tenham agido de modo mais effectivo; contentar-nos-emos em introduzir entre elles elementos de vigilancia... E' preciso não esquecer que o prestigio do poder baixa, se se descobre a miude conjuras contra elle. Isso importa em denunciar a sua impotencia, ou o que peior, a injustiça da sua propria causa. Sabeis que destruimos o prestigio dos dirigentes christãos por meio de freqüentes attentados organizados por nossos agentes, carneiros cégos dos nossos rebanhos. E' facil conduzir ao crime por meio de algumas phrases liberaes, desde que ellas tenham um colorido politico. Forçaremos os governantes a reconhecer a sua impotência por medidas de segurança descobertas, que elles tomarão, e por esse meio arruinaremos o prestigio do poder. O nosso governo será guardado por uma guarda quasi imperceptivel, porque nós não admittimos nem mesmo o pensamento de que possa existir contra elle uma facção, contra a qual não esteja em condições de luctar, obrigando-se a viver escondido. Se adimittissemos essa idéa, como o fariam e ainda fazem os christãos, assignariamos uma sentença de morte; sinão a do proprio soberano, pelo menos a da sua dymnastia num futuro proximo. Observadas severamente as apparencias, o nosso governo não usará do seu poder senão em bem do povo, nunca por suas vantagens pessoaes ou dymnasticas. Por isso, observando esse decoro, será seu poder respeitado e salvaguardado pelos seus próprios subordinados. Adoral-o-ão na supposição de que o bem estar de cada cidadão depende delle, porque delle dependerá a ordem e a economia social... Guardar o rei abertamente é reconhecer a fraqueza da organização governamental. O nosso rei, quando estiver no meio do povo, será sempre rodeado de uma multidão de homens e mulheres que serão tidos como curiosos, que occuparão os primeiros logares junto delle, como por acaso, e que conterão os outros como para fazer respeitar a ordem. Isso será um exemplo de continencia. Si se encontra no meio do povo um solicitante que se esforça por apresentar um pedido, forçando a passagem, os que estiverem na frente deverão acceitar esse pedido e á vista do solicitante, envial-o ao rei, afim de que todos saibam que o que se pede chega ao seu destino e que existe, por conseguinte, uma fiscalização do proprio rei. A aureola do poder exige que o povo possa dizer: "Si o rei o soubesse", ou "o Rei o saberá". Com a instituição da guarda official desapparece o prestigio mystico do poder. Todo o homem, dotado de certa audacia, acreditar-se-á o dono desse poder, o faccioso conhecerá a sua força e esperará a occasião de attentar contra esse poder. Prégaremos outra cousa aos christãos, mas tambem veremos até onde as medidas ostensivas de segurança os levaram! Deteremos os criminosos á primeira suspeita, mais ou menos fundada. O mêdo de se enganar não póde ser uma razão para dar meios de fuga a individuos suspeitos de um delicto ou de um crime politico, para os quaes nós seremos verdadeiramente impiedosos. Se podemos, ainda, forçando um pouco o sentido das cousas, admittir o exame dos motivos nos crimes communs, não ha excusa para as pessoas que se occupam de assumptos dos quaes ninguem, excepto o governo, póde comprehender a verdadeira politica. CAPITULO XIX SUMMARIO: - O direito de apresentar petições e projectos. - As facções. - Os crimes politicos julgados pelos tribunaes. - A "reclame" para os crimes politicos. Se não admittimos que qualquer um se occupe directamente de politica, estimularemos, todavia, qualquer petição que convide o governo a melhorar a condição do povo; isso nos permittirá vêr os defeitos ou as phantasias dos nossos subordinados, aos quaes responderemos pela execução do projecto em questão, ou por uma refutação sensata, que demonstrará a falta de intelligencia de seus autores. As facções não são mais do que o ganido de um cãozinho contra um elephante. Para um governo bem organizado, não sob o ponto de vista policial, mas sob o social, o cãozinho ladra contra o elephante porque não conhece o seu logar e o seu valor. Basta demonstrar por meio de um bom exemplo a importancia de um ou de outro para que os cães cessem de latir e se ponham a mover a cauda logo que aviste o elephante. Para inutilizar o prestigio da inclinação ao crime político, nós o collocaremos no banco dos réos no mesmo nivel do roubo, do assassinato e de qualquer outro crime baixo e abominavel. Então a opinião publica confundirá, no seu pensamento, essa categoria de crimes, com a ignominia de todos os outros, dar-lhe-á o mesmo desprezo. Nós nos propuzemos - e espero que chegaremos lá - impedir o combate ás facções, pelos christãos, dessa maneira. Com esse objectivo, na imprensa, nos nossos discursos publicados, nos manuaes de historia bem feitos, nós fizemos a "reclame" do martyrio, pretensamente acceito pelos facciosos em attenção ao bem commum. Essa "reclame" augmentou os contingentes dos liberaes e lançou milhares de christãos no nosso rebanho. CAPITULO XX SUMMARIO: - O programma financeiro. - O imposto progressivo. - Cobrança em sellos. - Caixas de fundos em títulos e estagnação do dinheiro. - Tribunal de Contas. Abolição da representação. - Estagnação dos capitães. - Emissão de moeda. - O cambio do ouro. - O cambio do custo da mão de obra. - O orçamento. - Os emprestimos do Estado. - A série de titulos a 1% de juro. Os titulos industriaes. - Os governantes dos christãos: os favoritos; os franco-mações. Falaremos, hoje, do programma financeiro que reserve8i para o f8im do meu relatorio, como o ponto mais difficil, culminante e decisivo de nossos planos. Abordando-o, recordarei que já vos disse em fórma de allusão, que a somma dos nossos actos se resolve por uma questão de cifras. Quando chegar o nosso reino, nosso governo absoluto evitará para a sua propria salvaguarda, de sobrecarregar as massas populares de impostos, e não esquecerá o seu papel de protector. Mas, como a organização governamental custa caro, é preciso encontrar os meios necessarios de mantel-a. E' por isso que é mistér preparar cuidadosamente o equilibrio financeiro. No nosso governo, o rei terá a ficção legal da propriedade legal de tudo o que se encontra no Estado (o que é facil de realizar); elle poderá recorrer ao confisco legal de todas as quantias em dinheiro que julgar necessárias, afim de regular a circulação monetaria no Estado. Vê-se por ahi que a medida deverá consistir principalmente num imposto progressivo sobre a propriedade. Desse modo, os impostos serão estabelecidos sem constrangimento numa proporção de porcentagens relativa á posse. Os ricos sevem comprehender que o seu dever é o de pôr uma parcella do seu superfluo á disposição do Estado, porque este lhes garante a segurança do resto, e o direito de um ganho honesto. Digo de um ganho honesto, porque o "contrôle" da propriedade supprimirá toda a pilhagem legalizada. Essa reforma social deverá vir do alto, e o seu tempo é chegado. Ella é necessaria como garantia de paz. O imposto sobre o pobre diabo é uma semente de revolução e é nocivo ao Estado que perde um grande geneficio procurando pequenos proveitos. Independentemente disso, o imposto sobre os capitalistas diminuirá o crescimento das riquezas entre as pessoas em cujas mãos nós as concentramos actualmente para contrabalançar a força governamental dos christãos, isto é, as finanças do Estado. Um imposto progressivo dará um lucro bem maior do que o imposto proporcional de hoje, que só nos é util para excitar agitações e descontentamentos entre os christãos. A força sobre a qual se apoiará o nosso rei estará no equilibrio e na garantia da paz. E' necessario que os capitalistas sacrifiquem uma parte minima de seus lucros, para assegurar o funccionamento da machina governamental. As necessidades do Estado devem ser pagas por aquelles a quem as riquezas o permittem fazer sem damno. Essa medida destruirá o odio do pobre contra o rico, no qual elle verá uma força util ao Estado, o sustentaculo da paz e da prosperidade, porque verá que é elle quem attende ás providencias indispensaveis á obtenção desses bens. Para que os contribuintes da classe intelligente não se aborreçam fortemente com esses novos pagamentos, ser-lhes-ão fornecidos resumos do destino dessas sommas, com excepção, bem entendido, da ssommas que serão applicadas nas necessidades do throno e das instituições administrativas. O govenante não terá propriedade pessoal, pois que tudo o que existe no Estado é seu. Aliás, uma cousa contradiria a outra: os recursos pessoaes annullariam o direito de propriedade sobre a posse de todos. Os parentes do governante, exceptos os seus herdeiros, que são igualmente mantidos a expensas do Estado, devem collocar-se no nivel dos servidores do Estado, ou trabalhar para adquirir o direito de propriedade. O privilegio de pertencer á familia real não deve servir de pretexto a assaltos ao Thesouro. A compra de uma propriedade, a acceitação de uma herança serão tributadas com o sello progressivo. A transmissão duma propriedade, em dinheiro ou de outra fórma, não declarada nessa fórma de imposto de sello, necessariamente nominal será onerada de uma tributação de tantos por cento á conta do antigo proprietario, desde a data da transferência até a descoberta da fraude. Os titulos de transferência deverão ser apresentados cada semana ao Thesouro local com a designação do prenome, do nome de familia e do domicilio do antigo e do novo proprietario. Esse registro só será imposto a partir de uma somma fixa, ultrapassando as despezas ordinárias de compra e venda do necessario, e essas não serão passiveis senão de um direito em sello bastante pequeno para cada unidade. Calculae em quanto esses impostos ultrapassarão as rendas dos Estados christãos. A caixa de fundos do Estado deverá contar um certo capital de reserva, e tudo o que fôr além desse capital deverá ser posto em circulação. Com essas reservas serão organizados trabalhos públicos. A iniciativa desses trabalhos, oriundos dos recursos do Estado, prenderá fortemente a classe trabalhadora aos interesses do Estado e aos governantes, uma parte dessas sommas será destinada a prêmios para as invenções e para a produção. Fóra das sommas fixadas e largamente contadas, não se deverá reter uma só unidade siquer nos cofres do Estado, porque o dinheiro é feito para cidcular, e toda estagnação tem uma repercussão perniciosa sobre o funccionamento do machinismo do Estado cujas engrenagens elle deve lubrificar. A falta de lubrificação póde perturbar a marcha regular desse mecanismo. A substituição de uma parte do dinheiro por valores em titulos produziu essa estagnação. As consequencias desse facto são já bastante sensiveis. Nós teremos tambem um Tribunal de Contas, e nelle o governo encontrará a qualquer tempo uma demonstração completa das receitas e despesas do Estado, excepto o balanço do mez corrente, ainda não terminado, e o balanço do mez precedente ainda não encerrado. O unico individuo que não tem interesse em saquear os cofres do Estado, é seu proprietario, o governo. Por isso o seu contrôle tornará impossiveis os prejuizos e os desperdicios. A representação que toma um tempo precioso ao governante pelas recepções exigidas pela etiqueta, será supprimida afim de que elle possa fiscalizar e reflectir. A sua força não estará mais á mercê dos favoritos, que rodêam o throno para dar-lhe explendor e pompa, mas não observam senão os seus interesses e não os do Estado! As crises economicas foram por nós produzidas entre os christãos apenas para retirar o dinheiro da circulação dos Estados que eram forçados a procurar esses mesmos capitães para ter dinheiro. Esses emprestimos sobrecarregavam as finanças desses Estado pelo pagamento de taxas. Capitaes enormes ficaram estagnados, diminuindo o dinheiro e subordinando-os ao capital. A concentração da industria nas mãos dos capitalistas que mataram a pequena industria, absorveu todas as forças do povo, e ao mesmo tempo as do Estado... A emissão actual de dinheiro não corresponde, em geral, a cifra do consumo por cabeça, e não póde, por conseguinte, satisfazer todas as necessidades dos trabalhadores. A emissão de dinheiro deve estar em relação com o crescimento da população, e é mistér fazer entrar nesse computo as crianças, porque essas consomem e custam desde o seu nasciemto. A revisão da cunhagem de moedas é uma questão essencial para o mundo inteiro. Sabeis que o cambio do ouro foi pernicioso para os Estados que o adoptaram, porque elle não póde satisfazer o consumo de dinheiro, principalmente quando nós retiramos da circulação o Maximo de ouro possivel. Devemos introduzir uma moeda creada sobre a trabalho, seja de papel ou de madeira. Faremos uma emissão de dinheiro segundo as necessidades normaes de cada individuo, augmentando essa quantidade a cada nascimento, diminuindo-a a cada morte. Cada departamento, cada bairro, terá a sua escripturação para esse fim. Para que não haja atrazo nas remessas de dinheiro para as necessidades do Estado, as sommas e a data da sua liberação serão fixadas por um decreto do governo. Assim será destruido o protectorado do ministério das finanças que não poderá favorecer uma região em detrimento de outras. Apresentaremos essas reformas projectadas de modo a não alarma ninguem. Mostraremos a necessidade das reformas segundo os logares onde se verificarem as desordens financeiras dos christãos. A primeira desordem consiste no seguinte: elles começam por paralyzar um simples orçamento, que cresce de anno a anno por esta razão: leva-se esse orçamento até ao meio do anno, pede-se um orçamento rectificador que se desperdiça em tres mezes; depois pede-se um orçamento supplementar, e tudo isso acaba por um orçamento de liquidação. E como o orçamento do anno immediato é tirado do total do orçamento geral e a retirada normal annual é de 50 %, o orçamento annual triplica de dez em dez annos. Graças a taes processos, admittidos pela inadvertencia dos Estados christãos, os seus cofres estão vasios. Os emprestimos successivos comeram o resto e levaram todos os Estados á bancarrota. Todo o empréstimo prova a fraqueza do Estado e a imcomprehensão dos seus direitos. Os emprestimos, como a espada de Damocles, estão suspensos sobre a cabeça dos governantes que em vez de tomar o de que necessitam entre seus súbditos por um imposto temporário, vêm de mão estendida, pedir esmola aos nossos banqueiros. Os emprestimos externos, são sanguesugas que em caso algum se póde retirar do corpo do Estado a não ser que ellas caiam por si, ou se o Estado não as arranca radicalmente. Mas os Estados christãos não as arrancam; continuam a applical-as, embora tenham de perecer após essa sangria voluntaria. Na realidade que é que o emprestimo representa, principalmente o emprestimo exterior? O emprestimo é a emissão de letras de cambio do governo, contendo uma obrigação a certa taxa, proporcional á somma do capital emprestado. Se o emprestimo é taxado a 5 %, em vinte annos o Estado pagou, sem nenhuma utilidade um juro igual ao emprestimo, em quarenta annos o dobro, em sessenta o triplo, e a divida permanece sempre uma divida não quitada. Por ahi se vê que sob a fórma de imposto individual o Estado toma os ultimos vintens dos pobres tributados para quitar-se com os estrangeiros ricos, de que tomou dinheiro emprestado, em vez de amealhar as suas riquezas para as suas necessidades sem pagar juros. Emquanto os emprestimos forma internos, os christãos não fizeram outra cousa senão mudar o dinheiro do bolso do pobre para o do rico. Mas quando compramos as pessoas que eram necessarias para transportar os emprestimos para o terreno estrangeiro, todas as riquezas dos Estados passaram para as nossas caixas, e todos os christãos começaram a nos pagar um tributo de sujeição. Se a leviandade dos governantes christãos no que concerne aos negocios do Estado, se a corruptibilidade dos ministros, ou falta de intelligencia financeira dos governantes sobrecarregaram os seus paizes de dividas que não podem reembolsar ás nossas caixas, é preciso que saibais quanto isso nos custou de dinheiro e de esforços! Não permittiremos a estagnação do dinheiro; por isso não haverá obrigações sobre o Estado, a excepção de uma série de obrigações a 1 %, para que o pagamento dos juros não exponha a potencia do Estado á sucção das sanguesugas. O direito de emittir valores será reservado exclusivamente ás companhias industriaes, que não terão difficuldade em pagar os juros com os seus lucros; ao contrario, o Estado, não retira do dinheiro emprestado nenhum lucro, pois que elle pede para gastar e não para fazer operações. Os papeis industriaes serão adquiridos pelo proprio governo, que de tributario de impostos que é actualmente, se transformará em prestamista por calculo. Essa medida fará cessar a estagnação do dinheiro, o parasitismo da imprensa, que nos foram uteis emquanto os christãos foram independentes, mas que não são desejaveis sob o nosso regimen. Como é evidente a falta de reflexão dos cerebros puramente animaes dos christãos! Elles nos tomavam emprestado com juros sem reflectir que lhes seria preciso tirar esse mesmo dinheiro accrescido dos juros das algibeiras do Estado para quitar-se comnosco! Que haveria de mais simples do que tirar o dinheiro necessario de seus contribuintes?... Isso prova a superioridade geral do nosso espirito de haver sabido apresentar-lhe o negocio dos emprestimos sob uma fórma tal que elles viram vantagens para si. Os calculos que apresentamos, esclarecidos quando fôr opportuno á luz das experiencias seculares, de que os Estados christãos nos forneceram a materia, distinguir-se-ão pela clareza e pela certeza e mostrarão com evidencia a utilidade das nossas innovações. Elles terminarão com os abusos, graças aos quaes tivemos os christãos em nosso poder, mas que não podem ser tolerados no nosso reino. Estabeleceremos tão bem o nosso systema de contabilidade, que nem o governo, nem o menor funccionario não poderão desviar a minima somma, do seu destino sem que isso se note; não poderão empregal-o em outro fim que não aquelle que lhe foi indicado definitivamente em nosso plano de acção. Não se póde governar sem um plano definitivo. Os proprios heróes que seguem uma róta certa, mas sem reservas determinadas, perecem no caminho. Os chefes christãos, aos quaes aconselhamos outr'ora a distrahir-se dos cuidados do Estado em recepções repersentativas, com a etiqueta, com divertimentos não eram mais do que nossos biombos. Os relatorios dos favoritos, que os substituiam nos negocios, eram feitos para elles por nossos agentes, e satisfaziam cada vez os espiritos pouco clarividentes com promessas de que o futuro traria economias e melhoras... Economia de que?... Novos emprestimos?... poderiam perguntar e não perguntavam aquelles que liam os nossos relatorios e os nossos projectos... Sabeis até onde esse descuido os conduziu, a que desordem financeira elles chegaram, a despeito de actividade admiravel de seus povos. CAPITULO XXI SUMMARIO: - Os emprestimos internos. - O passivo e os impostos. - As conversões. - As caixas economicas e a renda. - Suppressão da bolsa de fundos publicos. - Taxação dos valores industriaes. Acrecentarei ao que disse na reunião anterior uma explicação minuciosa dos emprestimos internos. Sobre os externos não direi mais nada, porque elles encheram os nossos cofres-fortes com o dinheiro nacional dos christãos, mas para o nosso Estado não haverá mais estrantrangeiros, o que quer dizer que não haverá nada de exterior. Approveitamos a corrupção dos administradores e a negligencia dos governantes para receber sommas duplas, triplas e ainda maiores, emprestando aos governos christãos o dinheiro que não era necessario aos seus Estados. Quem poderia fazer a mesma couso em relação a nós?... Por isso não exporei, em detalhe, senão os emprestimos internos. Quando elles lançam um emprestimo, os Estados abrem uma subscripção para a compra de suas obrigações. Para que as mesmas se tornem accessíveis á todos, elles instituem cortes de cem até mil. Ao mesmo tempo fazem uma reducção aos prieiros subscriptores. No dia seguinte verifica-se uma alta artificial de preços, apparentemente porque todo o mundo se lançam sobre ella. Alguns dias mais tarde as caixas do Thesouro, estão, diz-se, repletas e não se sabe onde metter o dinheiro, Por que pedil-o então? A subscripção ultrapassou muitas vezes a emissão do emprestimo, tal é a confiança que se tem pelas letras de cambio do governo. Mas quando a comedia será representada, fica-se diante de um passivo que se vem de formar, um passivo bastante pesado. Para pagar os juros, é necessario recorrer a novos emprestimos, que não absorvem, mas augmentam a divida principal. Quando o credito está espotado, é preciso cobrir com impostos novos, não o emprestimo, mas sómente os seus juros. Esses imopstos são um passivo para cobrir o passivo. Depois vem a época das coversões, que diminuem sómente o pagamento dos juros, não cobrem a divida e, demais, só podem ser feitsas com o consentimento dos emprestadores. Annunciada uma conversão, offerece-se restituir o dinheiro áquelles que não consentem em converter os seus valores. Se todos manifestassem o desejo de rehaver o seu dinheiro, os governos seriam aprisionados nas malhas da rêde que elles proprios teceram e ver-se-iam na impossibilidade de pagar o dinheiro que offerecem. Felizmente, os súbditos dos governos christãos, pouco versados em negocios financeiros, sempre preferiram prejuizos e uma baixa de juros, ao risco de novas collocações de dinheiro, e por isso deram muitas vezes aos governos a possibilidade de desfazer-se de um passivo de muitos milhões. Todavia, com as dividas externas os christãos não pensam em fazer nada semelhante, sabendo que nós reclamaríamos o nosso dinheiro. Chamo toda a vossa attenção sobre esse facto e sobre o seguinte: hoje todos os emprestimos internos estão consolidados por dividas que se designam sob o nome de fluctuantes, isto é, por dividas cujos vencimentos são mais ou menos approximados. Essas dividas se compõem do dinheiro guardado nas caixas economicas e nas caixas de reserva. Como esses fundos permanecem muito tempo nas mãos do governo, elles se evaporam para pagar os juros dos emprestimos externos, e em seu logar é posta uma somma equivalente em depósitos de renda. São esses ultimos que atulham as caixas do Estado entre os Christãos. Quando subirmos ao throno do mundo, todas essas manobras de finanças serão abolidas sem deixar vestígio, porque ellas não correspondem aos nossos interesses; supprimiremos igualmente todas as Bolsas de fundos públicos, pois não permittiremos que o prestigio do nosso poder seja prejudicado pela variação do preço dos nossos valores. Elles serão declarados pela lei ao preço do seu valor integral, sem fluctuação possivel. (a alta dá logar á baixa. Foi assim que no inicio da nossa campanha jogamos com os valores dos christãos.) Substituiremos as Bolsas por grandes estabelecimentos de credito especial, cujo destino será taxar os valores industriaes, segundo o critério do governo. Esses estabelecimentos estarão em condições de lançar no mercado cerca de quinhentos milhões de valores industriaes num dia. Dessa maneira, todas as empresas industriaes dependerão de nós. Podeis imaginar que força adquiriremos assim. CAPITULO XXII SUMMARIO: - O segredo do futuro. - O mal secular, base do bem futuro. - A aureola do poder e sua adoração mystica. Em tudo o que expuz até agora, esforcei-me por mostrar o segredo dos acontecimentos passados e presentes; elles anunciam um futuro proximo de realização. Mostrei o segredo das nossas relações com os christãos e de nossas operações financeiras. Resta pouca cousa a dizer sobre esses assumptos. Temos em nossas mãos a maior força moderna: o ouro. Podemos em dois dias retiral-o dos nossos depositos , na quantidade que nos approuver. Devemos ainda demonstrar que nosso governo é predestinado por Deus? Será que nós não provaremos com tal riqueza que todo o mal que fomos obrigados a fazer durante seculos serviu, emfim, ao verdadeiro bem, para pôr tudo em ordem?... Eis a confissão das noções de bem e de mal. A ordem será restabelecida, um pouco pela violencia, mas emfim ella será restabelecida. Saberemos provar que somos bemfeitores, nós, que restituímos á terra atormentada o verdadeiro bem, a liberdade do individuo que poderá desfructar o repouso, a paz, a dignidade das relações, com a condição, bem entendido, de observar as leis por nós estabelecidas. Explicaremos ao mesmo tempo que a liberdade não consiste na orgia e no direito á licenciosidade; a dignidade e a força do homem não consiste no direito de cada um proclamar principios destruidores, como o direito de consciencia, o direito de igualdade e outros semelhantes. O direito do individuo não consiste no direito de excitar-se e de excitar os outros, fazendo ostentação do seu talento oratório nos agrupamentos tumultuosos. A verdadeira liberdade consiste na inviolabilidade da pessoa que observar honestamente e exactamente todas as leis da vida em commum; a dignidade humana consiste na consciencia de seus direitos e ao mesmo tempo dos direitos que se não tem, e não no desenvolvimento phantastico do thema de seu Eu. Nosso poder será glorioso, porque será poderoso, governará e dirigirá, e não irá na rota dos leaders e dos oradores que gritam palavras doidas, que elles chamam de grandes principios e que não são outra cousa senão utopias. O nosso poder será o arbitro da ordem que faz a felicidade dos homens. A aureola desse poder lhe dará uma adoração mystica e a veneração do povo. A verdadeira força não transige com nenhum direito, mesmo com o direito divino. Ninguem ousa atacal-a para furtar-lhe a minima parcella de seu poder. CAPITULO XXIII SUMMARIO: - Reducção da prodicção dos objectos de luxo. - A pequena industria. - A falta de trabalho. - A prohibição da embriaguez. - Condemnação á morte da antiga sociedade e sua resurreição sob uma nova fórma. - O eleito de Deus. Para que os povos se habituem á obediencia é preciso habitual-os á modestia, e diminuir por conseguinte a producção dos artigos de luxo. Com isso melhoraremos os costumes corrompidos pela rivalidade do luxo. Restabeleceremos a pequena industria que anniquillará os capitaes privados dos fabricantes. Isso é ainda necessario, porque os grandes industriaes dirigem, muitas vezes sem o saber, o espirito das massas contra o governo. Um povo que se occupa em pequenas industrias não conhece a falta de trabalho, é apegado á ordem existente, e por consequencia á força do poder. A falta de trabalho é a cousa mais funesta ao governo. Para nós o seu papel está terminado, logo que o poder passe ás nossas mãos. A embriaguez será tambem prohibida pela lei e punida como um crime contra a humanidade, pois que os homens que a ella se entregam se transformam em brutos sob a influencia do alcool. Os súbditos, repito-o ainda uma vez, não obedecem cégamente senão a um pulso firme, completamente independente delles, no qual vêm uma espada para a sua defesa e um amparo contra os flagellos sociaes... Têm elles necessidade de ver em seu rei uma alma angelica?... Elles devem ver nelle a personificação da força e do poder. O soberano que toma o logar dos governos hoje existentes, que arrastam a sua existencia no meio das sociedades desmoralizadas por nós, que renegaram o poder de Deus, e em cujo seio se levanta de todos os lados o fogo da anarchia, esse soberano deverá, antes de tudo, apagar essa chamma devoradora. Por isso, elle será obrigado a condemnar á morte essas sociedades, deverá afogal-as no seu proprio sangue, para resuscital-as sob a fórma de um exercito regu8armente organizado, luctando, conscientemente, contra toda a infecção capaz de ulcerar o corpo do Estado. Esse eleito de Deus é mandado do alto, para quebrar as forças insensatas, movidas pelo instincto e não pela razão, pelas bestialidade e não pela humanidade. Essas forças triumpham, todavia, pilham, commettem toda a sorte de violências sob o pretexto de liberdade e de direitos. Ellas destruiram toda a ordem na sociedade, para levantar sobre essas ruinas o throno do rei de Israel; mas o seu papel estará findo no momento da elevação do rei de Israel ao throno. Ahi, será preciso afastal-as do seu caminho, sobre o qual, não poderá haver nenhum obstaculo. Então, nós, poderemos dizer aos povos: agradecei a Deus e inclinae-vos diante daquelle que traz no rosto a marca da sua predestinação, para o qual o proprio Deus conduzia a sua estrella, afim de que ninguem, excepto elle, pudesse livrar-nos de todos os males. CAPITULO XXIV SUMMARIO: - Reforço das raizes do rei David. - Preparação do rei. - Afastamento dos herdeiros directos - O rei e seus tres iniciadores. - O rei-destino. - Irreprehensibilidade dos hábitos exteriores do rei dos judeus. Agora eu passarei aos meios de assegurar as raizes dymnastica do rei. Os mesmos principios que deram até hoje aos nossos sabios a direcção de todos os negocios mundiaes, nos guiarão. Dirigeremos o pensamento de toda a humanidade. Varios membros da raça de David prepararão os reis e seus herdeiros, escolhendo estes ultimos, não pelo direito hereditario, mas pelas suas aptidões eminentes; inicial-os-ão nos segredos occultos da politica, nos planos do governo, com a condição de que ninguem conheça esses segredos. O fim dessa maneira de agir é que todo o mundo saiba, que o governo só póde ser confiado aos iniciados nos mysterios da sua arte. Sómente a essas pessoas será ensinada a applicação dos planos politicos, a intelligencia e a experiência dos seculos, todas as nossas observações sobre as leis político-economicas e sobre as sciencias sociaes, numa palavra, todo o espirito dessas leis, que a propria natureza estabeleceu inquebrantavelmente para regular as relações entre os homens. Os herdeiros directos serão frequentemente afastados do throno si, na sua época de estudos, derem prova de leviandade, de docilidade e de outras qualidades perniciosas ao poder, que incapacitam de governar e que são nociavas á funcção real. Só os que forem absolutamente capazes de um governo firme, inflexível até á crueldade receberão as rêdeas das mão dos nossos sabios. Em caso de doença que causaria o enfraquecimento da vontade, os reis deverão, conforme a lei, entregar as rêdeas do governo a novas mãos mais aptas. Os planos de acção do rie, seus planos immediatos com mais forte razão, seus planos remotos, serão desconhecidos mesmo daquelles que desiganaremos sob o nome de primeiros conselheiros. Sómente o rei e seus tres iniciadores conhecerão o futuro. Na pessoa do rei, senhor de si e da humanidade, graças a uma vontade inflexível, todos acreditarão ver o destino com suas linhas desconhecidas. Ninguem saberá o que o rei objectiva com as suas ordens, porque ninguem ousará entrar num caminho desconhecido. E' preciso, bem entendido, que a intelligencia do rei corresponda ao plano de governo que lhe é confiado. Assim, elle não subirá ao throno emquanto a sua intelligencia não fôr posta á prova pelos sabios de que falamos. Para que o povo conheça e ame o seu rei, é necessario que elle converse com seu povo nas praças publicas. Isso produz a união necessaria das duas forças que hoje separamos pelo terror. Esse terror nos foi indispensável durante certo tempo para que essas forças caissem separadamente sob a nossa influencia... O rei dos Judeu não deverá ficar sob o império de suas paixões, sobretudo sob o império da volupia. De nenhum modo elle deverá dar predominância a seus instinctos animaes sobre a sua intelligencia. A voluptuosidade age de maneira perniciosa sobre as faculdades intellectuaes e sobre a clareza da visão, desviando os pensamentos para o lado peor e mais animal da actividade humana. O pilar da humanidade na pessoa do soberano universal da santa semente de David deverá sacrificar a seu povo todos os seus prazeres pessoaes. Nosso soberano deverá ser de uma irreprehensibilidade exemplar. DIVULGAÇÃO DOS PROTOCOLOS DOS "SÁBIOS DE SIÃO" Há algumas semanas, duas das maiores e mais conhecidas livrarias americanas decidiram publicar os "Protocolos dos Sábios de Sião", informou o HA'ARETZ. As lojas são a rede "Barnes & Novels" de Nova York, e a loja virtual "Amazon". Está decisão anulou um trato, não formal, de muitos anos, nos países do oeste, de que não este livro não poderia ser divulgado. A decisão provocou uma tempestade entre o público judeu, que foi informado por alguns navegadores da Internet, que o livro seria publicado. Os navegadores da Internet decidiram sair contra a publicação, e clamaram pelo boicote às duas empresas enquanto dirigiam-se às organizações israelenses e judaicas para juntarem-se ao boicote. O presidente do departamento da Agência Judaica, Amos Hermon, pediu à todas as organizações ligadas com a Agência para boicotar as lojas. O ministro no Escritório do Primeiro-ministro Michael Melchior mandou um e-mail para "Amazon" pedindo que interrompesse a divulgação do livro. |
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