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ÍNDICE das Crônicas disponíveis : no : www.uniaonet.com/bnovascronicas.htm

1 - E ASSIM COMEÇOU O MEU NATAL
2 - QUANDO O CORAÇÃO AJUDA A MENTE
3 - LAZER E... HARRY POTTER
4 - ENCONTREI MEU NOME !
5 - MEU PEQUENO JASON.
6 - PREGAR: QUE BÊNÇÃO !
7 - CORAGEM.
8 - SE EU MORRESSE AMANHÃ
9 - E AINDA ESTOU AQUI...
10 - EM POUCAS LINHAS.
11 - É MAIS FÁCIL ASSIM...
12 - OS QUE CONFIAM NO SENHOR.
13 - QUEM SOU EU?
14 - MANTENDO-SE NAS ALTURAS.
15 - MEU COMPROMISSO.
16 - PROCURA-SE.
17 - OUSAR É PRECISO.
18 - UM DIA.
19 - O PORÃO.
20 - MEMÓRIAS DE UM PÚLPITO.
21 - DESAFIO PARA OS CRENTES.
22 - NATAL - UM MILAGRE!.
23 - O NATAL ATRAVÉS DOS SÉCULOS.
24 - DOIS TEMPOS DE NATAL.
25 - QUANDO TUDO PARECIA PERDIDO...
26 - NO LUGAR DO OUTRO.
27 - O ABECEDÁRIO DE DEUS.
28 - A ARMA SECRETA.
29 - 2002 - CINZAS OU ARCO-ÍRIS?
30 - CAMINHANDO NO PASSADO.
31 - EPÍLOGO


Outros textos Disponíveis no : www.uniaonet.com/bnovascronicas.htm
32 _ UM DOMINGO ANTES DO NATAL (12/2003)
33 _ Revendo o Caminho (12/2003)
34 _ O TELEFONE TOCOU, ( NATASHA & LUCIANO )

35 _ Pastores Batistas Unidos
36 _ Crônicas de verão de 1 : AROMA DE PINHO CAMPOS DO JORDÃO . 2 :TORNEIRAS SECAS . 3 :TÍTULOS VAZIOS e 4 : PALAVRAS MEDICINAIS
37 _ SER PASTOR ( enviada em 07/02/06)
38 _ Ter filhos ( enviada em 10/08/06)
39 _ Doutor três Horas



04. ENCONTREI MEU NOME - crônicas de dezembro - dia 05 (2001)

 
Eu tinha apenas 14 anos, e já notava o quanto as pessoas consideravam aquela senhora repulsiva.
 
Seu nome era Conceição. Trajava uma blusa azul rasgada, uma muleta metálica toda esfolada, um prendedor de cabelos amassado, um vestido até os joelhos e sempre se sentava no último banco.
 
Sabíamos que nunca a igreja ficaria fechada, fosse no Carnaval, com os retiros, fosse no dia de Ano Novo, Natal, Dia da Pátria ou qualquer outro evento em que quase todos viajassem. A irmã Conceição não faltaria. Isso era tão certo quanto dizer que Belo Horizonte ficava em Minas Gerais.
 
Mulher pobre, morava com uma filha solteirona. Notava-se que tinha pouca higiêne, não por ser suja, mas por ser idosa e não haver pessoas que cuidassem dela. Seus outros filhos eram todos já sessentões e haviam seguido caminhos tortuosos, alguns eram bêbados, outros vagabundos, enfim, não era o que se esperava de uma família cristã.
 
Ah, mas isso fora resultado de uma vida sem Deus em outros tempos. Vinda de Portugal, Conceição não tinha o temor do Senhor. Viúva precoce, lutou como poucas para sustentar os seus filhos. Lavou roupas, foi doméstica, fez salgadinhos, ela foi uma heroína. Agora, idosa, já pelos 90 anos, estava na época de usufruir da gratidão dos filhos que, infelizmente, não acontecia.
 
Há alguns anos Conceição conhecera a Cristo durante um culto ao ar livre. O irmão Idelino Lopes de Oliveira, hoje Pr. Idelino, pregava num culto da pracinha. Conceição o ouvia com atenção, até que, não podendo mais evitar a emoção e o desejo, entregou-se a Cristo, tornando-se naquela tarde mais uma remida pelo Cordeiro de Deus.
 
Foi batizada e desde o início tornou-se membro de nossa Igreja (Batista de Sumarezinho, São Paulo, SP). Eu, convertido aos 14 anos, já a encontrei com anos de igreja.
 
Mas eu percebia algo impressionante: Conceição nunca fora eleita para cargo algum. Seu nome nunca fora cogitado para nada, nunca compôs qualquer comissão, jamais estivera à frente de qualquer atividade da igreja. Aliás, as pessoas nem gostavam muito dela, principalmente de pedir-lhe que orasse. Suas orações eram longas, comovidas, sua voz era trêmula, suas palavras difíceis de se entender, com mistura de sotaques. Geralmente ela entrava muda e saía calada, apesar de alguns a cumprimentarem quando não tinham outra opção. Pela manhã e à tarde, ao abrir os portões, a zeladora contemplava Conceição, a primeira a chegar. E ao término das atividades, quando a bênção era impetrada, Conceição ia embora, descendo a ladeira, mancando com sua velha bengala.
 
Quantos problemas nossa igreja passara em 4 anos! Problemas com membros, problemas entre igreja e pastor, problemas de saúde, problemas de assalto, problemas de toda espécie. Mas, miraculosamente, no meio das aflições e da expectativa de estarmos no final da estrada, sem a mínima possibilidade de solução, sem futuro, uma bênção inesperada acontecia, um novo caminho e uma brilhante solução despontava ante os olhos estarrecidos e estupefactos de toda a congregação. E, ao darmos graças, lá estava Conceição, quietinha, lágrimas nos olhos e sempre uma palavra de conforto para nos dar.
 
Deixei a igreja para congregar em outra. Foi lá na outra que recebi a notícia: Conceição adoeceu e quer vê-lo. Meu Deus, ela adoecera mais ainda? E agora? Fui visitá-la. Tadinha, sofria tanto naquela cama, sem cuidados, mas estava tão feliz e alegre! Ela orava, e orava, e orava!!! Não havia o que confortá-la. Eu é que saí confortado! Certa noite o pastor disse que ela pedira para que deixassem-na partir para a Glória Celestial, pois Jesus a chamava. E Jesus a levou.
 
Passados os primeiros dias, a igreja tomou conhecimento de um tesouro inigualável, algo assustador, maravilhoso, celestial, impressionante. Entre os seus míseros e parcos pertences (um móvel velho, sua cama quebrada, seus farrapos de vestir, seus velhos objetos e bíblia), encontraram cadernetas. Havia cadernos e mais cadernos, cadernos surrados, cadernos velhos, rotos, costurados, amarelados, com letras tão mal-escritas, à lápis, à caneta, à pena, cadernos escritos por dentro e por fora. Eram os CADERNOS DE ORAÇÃO.
 
Descobrimos que Conceição era muito mais do que qualquer um de nós poderia imaginar. Encontrei o meu nome naquele caderno. Encontrei quando entrei na igreja como visitante, encontrei quando adoecera mortalmente em 1982, encontrei anotações de agradecimento, e pelo futuro ministério que um dia teria. Encontramos os nossos nomes todos ali. Aos poucos começamos a entender porque Sumarezinho nunca sucumbira ante os ferrenhos ataques terroristas do Diabo: Conceição não dormia, ela orava! Ela clamava! Vi o nome de quem nunca a cumprimentara! Vi o nome de pessoas que a chamavam de "velha fedida"! Vi o nome de gente granfina que nunca imaginara ser alvo das orações de alguém. Ali estava um tesouro incomensurável, em "vasos de barro", em papel velho e amarelo, que representava muito mais do que todos nós um dia já havíamos oferecido a alguém ou a Deus.
 
O meu nome estava lá. Cada situação, cada dificuldade, cada desafio. Conceição orava por mim. E por que? O que eu havia feito para merecer as suas orações? O que os pastores que nunca a recomendavam para cargo algum faziam para figurar em suas constantes súplicas? Cada presidente da República, cada artista de TV, cada pregador visitante, cada criancinha que nascia, estávamos todos lá, sendo apresentados a Deus pela Conceição.
 
Minhas palavras na época foram: "Meu Deus, quem ocupará o lugar dela?" Ninguém. Aliás, ninguém de que se tenha notícia, pois pode bem acontecer de outra Conceição ter se colocado "na brecha" e esteja orando, orando, orando...
 
Como sinto vergonha, dor, rubor de faces, ante a grandeza da Conceição e a minha pequenez! Ela nunca pediu NADA para si, nada havia em seus cadernos por si própria, mas pedia tudo para os outros! Que resignação, que vida em prol do próximo, que abnegação desmedida!
 
Conceição é uma das heroínas da fé que passearão com Cristo com vestes resplandescentes e coroa na cabeça. Em lugar da muleta terá palmas para saudar o Rei por quem viveu o tempo todo em que foi crente. Seu nome não está não em um caderninho, mas no Livro da Vida do Cordeiro!
 
E eu me pergunto: quem, além da Conceição, foi tão esquecido pelos outros quanto ela? Nós não éramos dignos de uma mulher de sua qualidade e coração! Ela foi "um dom de Deus" para nós, foi a nossa intercessora. O que eu tenho sido nas mãos de Deus? O que nós temos sido diante dAquele que um dia teve aos Seus serviços uma serva como Conceição?
 
Quisera eu que mais Conceições surgissem hoje. Talvez pela falta delas é que nossas igrejas estão tão pobres espiritualmente, ainda que muitas tenham tesouros que a traça corrói e os ladrões roubam! As riquezas que Conceição buscava estão esquecidas pelas nossas igrejas hoje em dia, por isso cambaleiam ante os "Boeings" que o Diabo-Terrorista atira contra as nossas estruturas interiores.
 
"Senhor, obrigado porque um dia houve uma Conceição que orou por mim". Obrigado porque as orações dela foram atendidas. Ajuda-me, Senhor, a seguir o exemplo daquela tua serva, há tantos anos dormindo em Cristo, para que novos heróis e heroínas na fé se apresentem para ocupar a brecha que ficou vazia. Em nome de Jesus. Amém."
 
Pr. Wagner Antonio de Araújo,
Igreja Batista Boas Novas, Osasco, SP
bnovas@uol.com.br
www.uniaonet.com/bnovas.htm

05 _ MEU PEQUENO JASON
 DIA DOS PAIS 02  
Hoje
 
é um dia tão feliz para mim e para a sua mãe! Sabe, faz três dias que você nasceu. Estávamos tão ansiosos pela sua chegada que nem nos demos conta de quanto você era importante para nós!
Espero que goste do seu bercinho. Nós o compramos especialmente para você. Daqui a alguns meses você poderá brincar com os bichinhos que penduramos, com os mordedores, com os animaizinhos que fazem barulho quando os apertamos.
 
Como eu estou feliz, meu filho! "Meu filho"! Meu Deus, como é gostoso dizer MEU FILHO! Eu nunca imaginei que um dia pudesse ter uma vida procedente de mim! Desculpe a lágrima, meu filho, mas é que estou muito feliz!
 
Quando sua mãe e eu nos conhecemos, sentimos os nossos corações se unirem de forma mágica, foi como o pôr-do-sol no outono, como o vento frio nas faces avermelhadas de dois apaixonados! Fizemos tantos planos, tantas juras, tantas promessas! Por vezes pensávamos que nunca daria certo, mas perseveramos e nos casamos.
 
Ah, Jason, você nem imagina como fomos felizes! Quando viajamos na lua-de-mel, sonhávamos com o dia em que acalentaríamos você em nossos braços! E foi justamente numa linda noite de lua cheia, numa pousada no alto de uma montanha, que nós, apaixonadamente, unimos tudo o que tínhamos, tudo o que éramos, tudo o que sentíamos e mergulhamos num êxtase de alegria e beleza, num amálgama de felicidade e ternura!
 
Foi alí que você foi formado, meu filho, pelo amor eterno do nosso Criador. Sua mãe tornou-se mais doce ainda, tornou-se meiga, tornou-se frágil, tornou-se sensível, você passou a residir dentro dela, como um lindo presente que estava se formando!
 
Ah, Jason, seus dedinhos pequenos, agarrados em minha mão, como me emocionam! Você é tão frágil, tão sublime, tão carente, como eu amo você!
 
Quero assistir os seriados antigos com você, ensinar-lhe a cantar as canções inesquecíveis, brincar de cavalinho, pular cordas e pintar o sete. Quero ser um pai de verdade para você, meu filho! Quero contar as velhas histórias, mostrar-lhe os velhos lugares e andar passo a passo com você!
 
Filho, sei que agora você está com soninho. Sei que não está entendendo nada do que falo, do que choro ou do que sinto; você ainda é uma flor em botão. Por isso estou escrevendo tudo;  assim um dia você poderá ler e reviver comigo as emoções que senti quando você veio morar conosco, tomar conta do seu bercinho e invadir o nosso coração com o seu encanto!
 
Acho que para mim a vida tem agora um novo sentido, meu filho! Agora você é a minha razão de viver, de aprender, de vencer, de lutar! Não, não deixei a mamãe de lado não, querido. Eu e a mamãe sentimos o mesmo por você. Nem eu e nem ela temos ciúmes por amarmos a você. É como se você fosse a ponte que solidifica mais e mais o amor que ela e eu sentimos um pelo outro.
 
Muito obrigado, Jason, por nos fazer felizes e por existir!
 
Agora, deixe-me ajoelhar junto ao seu bercinho. Vou falar com o Criador, aquele que cuida de você, da mamãe e do papai. Aliás, quero que você aprenda a amá-lo junto comigo. Por isso, querido, hoje mesmo, aqui de joelhos, quero ensinar-lhe a buscá-lo sempre, até nas horas alegres e lindas, como essa.
 
"Papai do céu, aqui sou eu, o papai do Jason. É tão gostoso ser pai, Papai! Eu não imaginava o quão rico é o sentimento de paternidade; agora posso imaginar o Teu sentimento por Jesus Cristo, o Teu Filho querido! Muito obrigado por fazer-me capaz de gerar, e muito obrigado por fazer minha esposa capaz de conceber! Muito obrigado por dar vida ao meu bebê!
 
Ajuda-me a ser um bom pai, a ser amoroso, sincero, meigo, disciplinado, correto, bíblico e presente. Sim, Papai do céu, não quero perder nenhum momento do Jason.
 
Eu Te dou a minha palavra, Papai do céu, que ensinarei o homem que irá crescer a amar-Te sobre todas as coisas, a servir-Te, a colocar-Te em primeiro lugar de sua vida. E, quando ele ficar velho, haverá de se lembrar que o pai dele era um homem que andava com Deus. Me ajuda, Papai do céu. Eu nunca fui um grande santo, um homem muito consagrado. Procuro fazer o melhor, mas sou tão falho! Em nome de Jesus, me ajuda a falhar menos, a lutar mais e a perseverar sempre!
 
Em nome de Jesus,
 
Amém."
 
Boa noite, Jason! Dorme com Deus, meu filho! Deus te abençoe!
 
 
 
Pr. Wagner Antonio de Araújo,
 
Igreja Batista Boas Novas, Osasco, SP
21.DESAFIO PARA OS CRENTES

“Tudo quando fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor, e não
para homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A
Cristo, o Senhor, é que estais servindo, pois aquele que faz injustiça
receberá em troco a injustiça feita; e nisto não há acepção de pessoas”
(Colossenses 3.22-25)

Estamos chegando num momento crucial da existência da Igreja do Senhor, uma
época de semeaduras e colheitas. Esperamos uma grande colheita, pois, como
diz a Palavra de Deus, Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o
que semeia com fartura, com abundância também ceifará”
(II Coríntios 9.6)


O campo é o mundo, prezados irmãos. Há muito povo neste Brasil precisando de
Cristo e de Sua salvação. São pobres, ricos, ignorantes, eruditos, sãos,
doentes, homens, mulheres, crianças, velhos, religiosos, ateus, todo tipo de
gente, cuja alma é eterna e que foram amadas por Deus, valendo mais do que o
mundo inteiro! Porque Deus amou ao mundo de tal maneira, que deu o seu
filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a
vida eterna”
(João 3.16).

Sei que Satanás, o adversário, tudo faz para prejudicar a obra de Deus. Ele
é o usurpador, o inimigo. Ele odeia a Cristo e também aos seguidores de
Cristo. Estamos invadindo o território do adversário. Ele luta contra Deus,
contra a marcha do evangelho. No entanto, Cristo prometeu que as portas do
inferno não prevaleceriam contra a igreja. “Sobre esta pedra edificarei a
minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”
(
Mateus
16.18)

Que tipo de crentes Deus espera que sejamos, para que opere com Sua graça
eficazmente, deixando Satanás sem a mínima vantagem em nenhuma ocasião?


1) CRENTES AUTÊNTICOS Em nossa época vivemos uma triste realidade: tudo é
imitável. Há produtos falsificados, aparelhos falsificados, verdadeiras
réplicas. No entanto, um crente autêntico jamais poderá ser copiado, pois há
um diferencial inconfundível. Não são as roupas, não são as palavras
bonitas, não são os versículos decorados ou os hinos apresentados. Um crente
verdadeiro possui o FRUTO DO ESPÍRITO: “Mas o fruto do Espírito é: amor,
alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão,
domínio próprio”
(Gálatas 5.22,23).  Você possui o Fruto do Espírito?

2) MENSAGEIROS DAS BOAS-NOVAS - Temos uma mensagem a propagar a todas as
pessoas: Só Jesus Cristo salva! Este é o nosso lema, o nosso “slogan”, a
nossa marca registrada. Jesus ordenou: “Ide, portanto, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,
ensinando-os a guardar todas as coisas  que vos tenho ordenado.”
(Mateus
28.19).  Devemos usar todos os recursos possíveis: folhetos, cultos ao ar
livre, conferências, programas de rádio, visitas, cursos nos lares,
telefonemas, cartas, etc.  Nossa missão é divulgar a salvação em Jesus
Cristo, e tudo investimos para este fim.

3) VIDA CRISTÃ DEDICADA - Precisamos de uma qualidade de vida que agrade a
Deus e desperte os homens para Deus. A Bíblia diz: “Segui a paz com todos, e
a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”
(Hebreus 12.14). Os
simples ouvintes da Palavra não têm nenhuma vantagem diante de Deus. Somente
os praticantes experimentam a vitória: “Tornai-vos, pois, praticantes da
palavra, e não meramente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Porque, se
alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que
contempla num espelho o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla e se
retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. Mas aquele que
considera atentamente na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera,
não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será
bem-aventurado no que realizar”
(Tiago 1.22-25)

4) IRMÃOS AMADOS - Fomos feitos uma família. Na Casa do Senhor não há
Araújo, Lima, Pacheco, Rodrigues, Fatel, Curcino ou Ferreira. Somos todos DO
SENHOR. José do Senhor, Wagner do Senhor, Maria do Senhor. Temos todos um
mesmo Pai, Deus. Temos todos um mesmo Senhor, Jesus. Temos todos um
Espírito, o Espírito Santo. Não há lugar para contendas. Todos num respeito
mútuo, com tarefas claras, sem ira nem amargura, sem desejo de domínio, sem
fraqueza ou relaxo, sem insubordinações ou anarquismos.

5) CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO Ser cheio do Espírito Santo deve ser uma
realidade em nossas vidas. Preenchidas as condições, o Espírito Santo enche
as nossas vidas. Vida reta e íntegra, leitura bíblica e momentos de oração
constantes, nenhuma raiz de amargura, buscar o Reino de Deus em primeiro
lugar, amar o próximo como a si mesmo, oferecer a Deus o corpo como
sacrifício vivo, prestando ao Senhor um culto racional, são todas atitudes
que, juntas, nos dão plena condição de sermos cheios do Espírito. “logo, já
não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho
na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se
entregou por mim.”(
Gálatas 2.20). “E não vos embriagueis com vinho, no qual
há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”
(Efésios 5.18)

Diante destas realidades, pois, conclamo aos queridos leitores que, no poder
do Espírito Santo, vivamos para a glória de Deus, fazendo valer Sua Palavra,
a saber, que somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou
(Conforme Romanos 8.37)

 

38 _ Ter filhos
 

 
Quem tem filhos
Tem a perpetuidade nas mãos,
Pois é como se a vida
não findasse, mas continuasse,
seguisse, num outro ser,
num outro "eu" que não sou,
que leva um pouco de mim,
do meu jeito, temperamento,
aparência, sentimento.
 
Não se sente a morte
como derradeira, mas se
passa a TOCHA DA VIDA
para o filho, e se diz:
"continua, meu filho, vá
em frente!"
 
Ter filhos é ter em si
a capacidade de criar,
não algo obsoleto, que acaba
com o tempo, mas algo que,
conquanto mortal, é eterno; conquanto
imperfeito, é evolutivo;
conquanto temporário como eu,
poderá levar-me tão longe
quanto Adão foi levado
por mim, através de minha
existência.
 
Ah, ser pai!
Que doce som e que doce melodia!
Não há preço caro demais,
sofrimento doloroso demais,
aflição sufocante demais,
que tire o prazer de olhar
para o rosto do seu menino,
para os cabelos de sua
garotinha, e ver ali
a concretização do milagre da
vida, da beleza e poesia na história,
que renova a Terra a cada
geração!
 
Ah, ser pai!
Privilégio de quem gera,
alegria de quem é gerado!
 
E pensar que alguns,
por razões mesquinhas e torpes
pensam em privar seu fruto de
nascer, sugerindo o aborto!
 
Quantas moçoilas indesejam seus bebês,
enquanto casais lutam anos a fio
para poder conseguir sucesso em
uma gravidez!
 
Ah, papais!
Primeiros anos, cansaço,
sofrimento, dor gostosa
de quem ama e quer ver
feliz aquele que nasceu!
 
O leite da mamadeira, as
fraldas descartáveis, as vacinas,
os exames no pediatra, a
troca de roupinhas, a compra
de presentes, as festinhas,
as fotografias de família,
o seguro de vida e de escola,
 as noites mal-dormidas,optar
pelo gasto com o bebê, deixando
aquela vara de pescar para
depois, um depois que nunca chega...,
as dores nas costas pelo peso
da idade e o peso do
filho que cresce...
 
Então a hora feliz da criança
chega, e com ela, a casa se enche
de vida, de atividade, e de
uma terceira opinião!
O menino, lindo, forte, bagunceiro,
muitas vezes traquina, cresce,
se machuca, brinca, canta,
ora, abraça, beija, e faz
os pais louvarem ao Criador,
que lhes deu o privilégio da
paternidade.
 
A menininha, que linda,
um anjo, uma princesa, uma ternura,
cheirosa, meiga, falante,
carinhosa, curiosa,
inteligente, carente,
é tudo o que a mamãe
queria, e que o papai
descobriu que também
é a melhor coisa que
já lhe aconteceu!
 
Quantas vezes
há de ser pega a imitar
o jeito da mamãe e acalentar
nos seus bracinhos a bonequinha
chamada de "filhinha".

 
Escrevi dois textos,
um sobre um bebezinho ao chegar
em casa, e a expressão
emocionada do seu papai.
 
O outro foi sobre
a formatura de um filho,
que envergonhava-se de
seu pai.
 
Vou mandar para vocês.
Espero que gostem.
 
Não poderei felicitar
meu velho pai, cuja alma
está nos Céus, com o Senhor,
desde 1991. Ele me faz muita
falta.
 
Também não receberei
o abraço e o carinho
de meu filho, ou de minha filha,
porque não os tenho; Deus
não mos deu. Nem a esposa
o Senhor concedeu.
 
Não reclamo, não sofro mais.
Apenas medito, pondero, ponteio,
e divago.
 
Aos pais de minhas listas:
FELIZ DIA DOS PAIS!
 
Aos filhos:
CELEBREM SEUS PAIS, pois
eles não estarão aqui para
sempre! Homenageiem-nos hoje,
porque, quando morrerem,
será inútil levar flores ao
túmulo.
 
FELIZ
DIA
DOS PAIS!
 
Obrigado, Senhor!
 
Música incidental:
Mahler, Adágio.
fotos: 1a> revista PAIS E FILHOS
2a. - eu, meu irmão e meu pai
= =

-  -
10/08/06 : No próximo domingo celebraremos o DIA DOS PAIS.
 
Já publiquei uma singela homenagem dias atrás.
 
Mas lembrei-me deste texto, que também fala sobre um pai, em especial. De tudo o que já escrevi, é o texto que mais me emociona. (e continua sendo).
 
À todos os papais, a minha sincera homenagem.
 
Pr. Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP
bnovas@uol.com.br
 
39 _ DOUTOR "TRÊS HORAS"
 
Era sábado pela manhã e as linhas telefônicas nas casas dos formandos estavam congestionadas. Meninas com salão de estética e beleza marcados, rapazes nadando logo de manhã pra evitar o "stress", a companhia responsável pela formatura e baile acertando os últimos detalhes no auditório da Universidade e no Salão Nobre. Todos estavam ansiosos, preocupados, assustados, cheios de expectativas.
 
 
 
Carros iam e vinham da portaria das faculdades. O pessoal da decoração dava os últimos toques na arrumação da mesa do Corpo Docente, a empresa de som ligava cabos enormes em todos os pontos do auditório, a iluminação colocava as últimas lâmpadas que faltavam, a floricultura acertava os corredores por onde as moças e os rapazes iriam descer e o outro por onde iriam subir. As camareiras davam os últimos retoques nas lindas togas de formatura, os fotógrafos montavam o estúdio móvel na porta do Salão Nobre, a cantina precavia-se de muita coxinha e refrigerante, enfim, tudo corria contra o tempo, contra o relógio.
 
 
Três da tarde. A cerimônia iria começar às 4, impreterivelmente. O Prof. Dr. Astrogésilo Pessoa Couto, grande celebridade e Reitor da Universidade, não se dava ao luxo de começar um minuto atrasado. Dizia-se que acertava o seu relógio pelo Big-Ben de Londres, até que inventaram o tal "relógio atômico", que ele fez questão de instalar no seu computador. Assim, acontecesse o que acontecesse, às 4 horas a cerimônia iria começar.
 
 
 
Muita gente rica chegando. O estacionamento da faculdade mais parecia um desfile de moda e revenda de automóveis importados: BMW, HONDA, DAEWOO, AUDI, e até FERRARI e JAGUAR apareceram. Madames muito bem vestidas estavam presentes. Havia gente da TV, cujos filhos estariam se formando.
 
 
 
Mas tinha também um bom grupo de gente simples, humilde, lutadora, que também tinha filhos se formando ali. Seus trajes demonstravam que haviam alugado no "Black Tie" mais próximo do bairro. Não tinham familiaridade com a roupa, com os saltos, com as gravatas, com os colares. Até ficavam um tanto desconcertadas, pois queriam fazer bonito e não envergonhar os filhos.
 
 
 
Quatro horas. Como já dissemos, a empresa responsável pela cerimônia deu início ao evento. Algo em torno de 700 pessoas presentes. Também, pudera: 89 formandos, 35 em Letras, 12 em Pedagogia, 30 em Direito e 12 em Engenharia de Informática. Uma grande festa. Lugares contados, reservados para duas ou três pessoas de cada formando, e o restante disputado palmo a palmo pelos presentes do lado de fora ou em pé nos arredores. Havia um telão para que todos acompanhassem do lado de fora.
 
 
 
Primeiramente a entrada do Reitor. Palmas efusivas. Então a mesa diretora, o corpo docente, palmas afetuosas. Apresentação das funções de cada um e tudo o que, de praxe, se costuma fazer numa cerimônia de formatura e colação de grau. Cantaram o Hino Nacional Brasileiro com o tradicional CD da Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, gravação épica e universal para o Brasil.
 
 
As palavras do Paraninfo, do Patrono da Turma, enfim, tudo o que se costuma haver nessas páginas indeléveis na vida de quem se forma.
 
 
 
 
No momento da entrada, as torcidas no meio do auditório. Alguns estavam organizados, com línguas-de-sogra e cornetinhas (reprimidas pelo Reitor tão-logo descobrira). Outros, mais discretos, levaram faixas, onde se lia: "SONINHA, VALEU O ESFORÇO - PARABÉNS, DOS SEUS PAIS QUE LHE AMAM", "AÍ, MARCÃO, VALEU, SEU BABACA! SEUS AMIGOS". "CARLINHOS, PARABÉNS! TE AMO! SUA NOIVA." Cada um se emocionava do seu jeito. Umas garotas choravam. Outras coravam. Os rapazes erguiam as mãos como se fosse um gol do seu time. Outros faziam o "V" da vitória, e um a um foram chegando com suas togas bem alinhadas e majestosas.
 
 
Chegada a hora de passar a palavra ao orador das turmas (combinaram ter um só orador, pelo tempo despendido na cerimônia e pela proximidade do horário do baile, que se seguiria dentro de uma hora), o Julinho, ou melhor, Dr. Júlio Lacerda Loyola Anastácio (nome de advogado desde nascença), foi aclamado, quase levado nos braços dos formandos, que estavam do lado direito do auditório, que tinha formato de teatro.
 
 
Sua prédica havia sido impressa para todos acompanharem. Os formandos sugeriram o que o Julinho teria que falar. Estava tudo previamente combinado.
 
"Ilustríssimo Senhor Doutor Professor Astrogésilo Pessoa Couto, digníssimo Reitor de nossa egrégia Universidade, Senhor Professor Carlos Marques Lara, digníssimo pró-reitor da área de humanas, etc....etc..." Num outro trecho as tradicionais palavras: "Foram árduas as nossas batalhas: cansados do labor diurno, cá chegávamos, com fome, tanto do pão quanto do saber, e éramos fartos pelos nossos valorosos Mestres, que tudo davam de si..., etc."
 
Tudo ia muito bem. Até que Julinho se engasgou, ao dizer uma palavra que estava além do texto: "Agora, Senhor Reitor e senhores formandos, preciso dizer algo pessoal..." Os formandos gelaram.
 
- "Ele vai fazer besteira"
 
- "Julinho, cala a boca, termina logo"
 
- "Ih, cara, sujou. Ele vai embolar tudo".
 
- "Sabia que no final ele iria melar".
 
Mesmo conhecendo a cara de desaprovação da turma, Julinho continuou, branco, pálido, engasgado, mas firme, dizendo:
 
 
- "Senhor Reitor, Corpo Docente, Formandos, Familiares e Amigos:
 
Preciso confessar algo, para fazer justiça e, ao mesmo tempo, reconhecer o que é certo. Todas as coisas aqui foram muito importantes: aulas, colegas, materiais didáticos, a seriedade de nossa secular instituição, tudo. Mas há algo que está faltando no meu texto, e não lerei o que vou dizer, porque o que tenho pra falar vem das letras escritas a ferro, dentro da minha alma. Devo este momento inesquecível e histórico às 3 da manhã de cada dia desses 5 anos.
 
- "Três da manhã?" pensaram os formandos. "Esse cara bebeu. Ah, Julinho, para de enrolar e desce logo... Ah, se te pego na saída..."
 
Nunca desfrutei de amizade com o meu pai. Na verdade sempre o desprezei. Tanto é assim que ele não está aqui, entre os meus convidados, porque não pode se locomover e eu não fiz o menor esforço para trazê-lo. Aqui estão minha mãe e irmã, mas não meu pai. E ele é responsável pelas três da manhã.
 
Durante 5 anos eu acordei várias vezes no meio da madrugada, e, não raras vezes, às 3 da manhã. Meu pai, que empregou quase todo o seu parco salário no meu curso, mesmo sendo por mim ignorado, entrava no meu quarto, com hercúleo esforço. Às vezes caía, mas sempre levantava, e orava a Deus. Sim, ele me apresentava a Deus. Tenho marcas no meu cobertor que não foram feitas por doces ou refrescos que derrubei, nem pontas de cigarro que deixei acesas na minha cama. São as lágrimas do meu pai, que pedia a Deus para fazer-me feliz, fazer-me íntegro, para guardar-me de acidentes, para proteger-me de bandidos, para abrir o meu entendimento na compreensão das matérias, para abrir-me oportunidades de trabalho na área. Ele chorava, pedia, dizia a Deus para que tocasse no meu coração e fizesse de mim um homem e um cristão. Mas, Senhor Reitor, não foi isso o que mais me tocou. O que marcou a minha vida, e é a razão desta homenagem, era a frase com a qual ele sempre se emocionava e chorava copiosamente junto a mim. Ele dizia:
 
- Deus, como eu amo ao meu filho, fruto de mim mesmo! Deus, como eu o admiro! Deus, como eu o quero bem! Deus, faça o que quiser comigo, mas abençoa o meu filho, porque, depois de Ti, ele é a razão do meu viver! E dá-me o privilégio de que um dia ele me ouça, que ele me ame também!
 
Júlio chorava. O Reitor tossia, para disfarçar a emoção, os formandos estavam com a cabeça baixa, pois sabiam que o Júlio tinha feito a coisa certa e estavam envergonhados de terem desaprovado sua atitude no início. O auditório se derretia. E, num ápice de dor e amor, Júlio gritou:
 
- Meu pai, como eu queria te dizer EU TE AMO!
 
De repente a porta do corredor central se abre subitamente, e uma cadeira de rodas entra, guiada por uma enfermeira, e o pai de Júlio entra, magrinho, cabelos grisalhos, rosto cansado, voz baixa, mas grita com toda a força do seu ser:
 
 
- Eu sei que você me ama, filho! EU SEMPRE TE AMEI! Seja feliz, meu filho, seja feliz!!!
 
 
Júlio quebra o protocolo e sai correndo da tribuna corredor adentro e vai abraçar o seu pai, chorando no seu ombro copiosa e demoradamente. Todos, unanimemente, chorando e gritando "BRAVO! BRAVO!" aplaudiam longamente a cena fantástica e novelesca que ora se fazia viver no mundo real! Foram 5 minutos, os cinco minutos mais importantes já vividos naquela universidade!
 
 
Chamado novamente à tribuna, recebeu o seu grau e diploma. Então gritou:
 
 
 
- PAI, ISSO É POR VOCÊ! TE AMO!
 
 
O pai sorriu, mas já não tinha forças para falar. No seu coração ele via galardoado todo o seu esforço, o salário minguado dedicado à faculdade do rapaz, e, principalmente, as três horas de toda madrugada. Ele estava feliz. Podia morrer tranqüilo. Mas, morrer, já? Ele não tinha planos para morrer agora, naquele instante. Queria desfrutar dessa alegria indizível.
 
 
 
E Deus ainda lhe deu alguns anos, os melhores da vida dos dois, do Dr. Júlio e do seu pai, que se tornaram os melhores amigos. Aliás, Júlio ficou conhecido na comunidade acadêmica como "Doutor Três Horas".
 
"Honra a teu pai e à tua mãe, para que se prolonguem os teus dias, na terra que o Senhor teu Deus te dá"  (Êxodo 20.12)     .
 
Que Deus dê aos leitores, que têm pais vivos, a oportunidade de homenageá-los em vida. Flores no túmulo murcham. Flores no coração desabrocham. Para sempre ...
 
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Nomes fictícios, sendo coincidência qualquer semelhança com algum professor.
 
Pastor Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas, Osasco, SP
bnovas@uol.com.br


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