www.uniaonet.com/bnovasecxxi.htm
ìndice :
02. ) PRINCÍPIOS Daniel, pois, quando soube que o edito
estava assinado, entrou em sua casa..., e três vezes no dia se punha
de joelhos, e orava, e dava graças diante do seu Deus, como também
antes costumava fazer. (Dn 6:10)
Daniel era um homem de princípios.
Não norteava a vida pelas vantagens que pudesse receber, mas pela
integridade de sua fé, de seu caráter, de sua palavra. Quando o decreto
imperial determinou que somente o rei deveria ser adorado e invocado
para orações, ele continuou o que sempre fazia, isto é, adorando ao
único Deus verdadeiro. Ele sabia do custo, mas continuou firme em
seu propósito, porque não agia por força das circunstâncias, mas por
valores impregnados em seu caráter.
Quantas pessoas não são assim! Quantos,
outrora humildes socialmente, eram ofertantes fiéis, atentavam para
a necessidade do próximo; mas agora, cheios de dinheiro, já não enxergam
o próximo ou a obra de Deus; outrora eram honestos, mas agora, diante
de uma tão grande oportunidade na vida, não temem passar por cima
de valores dantes preciosos, como a honestidade, a amizade, a fidelidade,
o respeito. A fama, o dinheiro, a luxúria, o poder, a glória, cegou-lhes
os olhos, ensurdeceu-lhes os ouvidos e petrificou-lhes os corações!
Dias atrás o presidente de uma grande empresa de comunicações telefônicas
disse que chegou à presidência às custas das oportunidades e das chances
de muitos outros que desprezara, usando até projetos alheios, e que
se sentia triste por não ter ninguém a comemorar seu aniversário!
Também pudera!
Princípios se aprendem de criança.
Se os pais soubessem realmente o valor de um exemplo, de uma orientação,
de uma disciplina e de uma atitude moral, teríamos adultos diferentes,
muito mais dignos e parecidos com Daniel."Educa a criança no caminho
em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele."
(Pv 22:6). Educar é mais que mandar; é fazer:"Tu, que te glorias na
lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?" (Rm 2:23)
Mas até para o ímpio, que não tem nem
princípios dignos nem valores divinos em seu caráter e em sua história
pessoal, têm a oportunidade de mudar, e mudar para melhor. Diz a Bíblia:
"E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo;
e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração
de carne". (Ez 36:26). Deus pode mudar e transformar a consciência
pervertida, tornando-a limpa e apta para aceitar os valores da Palavra
de Deus: "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as
coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." (2Co 5:17).
A isto chamamos CONVERSÃO, e Deus está pronto a converter aqueles
que não possuem valores bíblicos ou direitos, mas seguem o fluxo,
seguem a onda, seguem a multidão, como diz a canção: "mas tá na moda".
Ledo engano! A moda acaba, e a vida continua! "Entrai pela porta estreita;
porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição,
e muitos são os que entram por ela;" (Mt 7:13)
Daniel foi julgado pela atitude, foi
condenado à cova dos leões, e, no caso dele, para testemunho e edificação
nossa, foi libertado, como bem conhecemos a história. Mas, mesmo que
não tivesse sido, ele teria continuado fiel, porque não era regido
pelos lucros de seu comportamento, mas pela obediência ao Senhor seu
Deus. Seus amigos, em outra ocasião, quando jogados na fornalha ardente,
disseram: "E, se não, fica sabendo ó rei, que não serviremos a teus
deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste." (Dn 3:18)
Sejamos gente de princípios, gente
de valor. Sigamos o exemplo de Daniel, e enchamos a vida com a prática
dos ensinos do Senhor! "Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da
terra do Egito; abre bem a tua boca, e ta encherei." (Sl 81:10). Que
abramos a boca, a mente, o coração, os sentimentos, às coisas do Senhor.
Wagner Antonio de Araújo
(off line, porém, obediente à ordem
do Senhor - publica!...) Eis aqui, Senhor.
03.
) SEC XXI - 04
CONTAS O saudoso grupo Som Maior
cantava, na década de 70:
“Você já parou pra pensar No que vai fazer quando Deus te chamar? Nas contas que você vai ter que ajustar, No seu viver, no seu pensar, no seu falar, É bom pensar, amigo, na dor e no perigo Pois não vale à pena se perder Cristo morreu pra você viver E Ele quer apenas te salvar..." E, de fato, a tônica atual das igrejas
protestantes/evangélicas
Entretanto, não há escapatória. A morte vem. Ela não pergunta se somos ricos ou pobres. Ela não quer saber se somos bonitos ou feios, fracos ou fortes, negros ou brancos, baixos ou altos, ocupados ou vagabundos. Ela vem de qualquer forma, em qualquer tempo, para TODAS as pessoas. E geralmente vem na hora mais imprópria; vem na hora em que não estávamos preparados, nem nós, nem nossos familiares, nem nossos amigos, nem ninguém. Afinal, não queremos morrer. Nosso Brasil acumula tantas perdas por mortes de famosos e ricos nos últimos dias, não é mesmo? Hoje partiu Beto Carrero, o maior empresário de parques temáticos da América Latina, um amigo das crianças. O vazio que ele deixa só poderá ser avaliado daqui há alguns dias, quando percebermos que um bom homem partiu. Ele investiu sua vida na construção de um sonho, de um ideal. Ele fez um império, ele investiu em um nome, e honrou sua história. Homem bem sucedido, podia pagar os melhores médicos, e era digno do melhor atendimento, senão apenas pela sua situação econômica, também porque era um homem bom. E foi num desses hospitais completos e bem equipados do país, que foi tratar-se do coração. Operou, recuperou-se, e teve infecção. Os médicos tentaram corrigir o problema. E, por melhores e mais precisas que tenham sido as técnicas, por mais sofisticados que fossem os aparelhos, por mais graduados que fossem os médicos, infelizmente - e o digo tristemente - Beto Carrero partiu, jovem ainda, nos seus setenta anos. Seu parque ficou. Seus bens ficaram. Sua família, enlutada, ficou. Nosso país, tão agraciado com um filho tão querido, também ficou. Só ele partiu. E teve que partir. Não houve como detê-lo. A morte o chamou. Nem o Beto Carrero pôde dizer: “mais tarde, morte, ainda tenho muito o que fazer, tenho muito a projetar, tenho que ampliar”. Nunca consideramos que a nossa carreira esteja completa; sempre temos algo mais para fazer, e uma justificativa a mais para alegar à morte e ao Senhor da Vida. Sou levado a pensar exatamente no que a letra da canção citada dizia. Nós temos que parar e pensar: um dia Deus nos chamará, e nós morreremos, quer queiramos ou não, estejamos preparados ou não. Conquanto trabalhemos honradamente, construamos nossos sonhos e realizações, mantenhamos um comportamento digno e honrado, deixemos um sustento condigno às nossas famílias e escrevamos páginas gloriosas na História, teremos que acertar nossas contas com Deus. Contas do que fizemos, do que falamos, do que pensamos. Também do que deixamos de fazer, do que deixamos de dizer e do que deixamos de pensar. Prestaremos contas de nossas prioridades. E o que será de cada um de nós nesse dia? Nosso dinheiro e patrimônio não nos farão mais seguros naquele dia; tampouco nossa pobreza. Sermos belos e atléticos não nos dará vantagem alguma; nem a feiura contará pontos. Deus não nos julgará pela aparência, pela casca, pela fama, pelo dinheiro, pelo poder, pela simpatia, mas pela Sua Justiça Eterna, revelada em Jesus Cristo e registrada nas Escrituras Sagradas, a Bíblia. Responderemos pelo que fizemos ou não, diante de Deus, e pelo que fizemos ou deixamos de fazer pelos semelhantes. Nenhum de nós escapará. Cristo é a resposta. A segurança de que precisamos está em Jesus. Sem Cristo, sem Salvador, não há esperança na eternidade, não há patrimônio acumulado suficiente que nos dê, no além, um lugar melhor. Precisamos de um salvador. Precisamos de alguém que vá conosco, que nos acompanhe, que nos socorra, que nos perdoe, que nos receba. E esse alguém é Cristo. Ele morreu para pagar pelo nosso pecado, e pode dar-nos o perdão, a libertação e a vida eterna. Disse Ele: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14.6). Disse Ele: “Quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida (idem, 5.24). Não conheci Beto pessoalmente, apenas pela mídia. Espero que ele tenha devotado tempo para ler a Bíblia, para orar, para acertar-se com Deus, pois ele também era pecador. E um pecador só terá acesso ao Céu se tiver em Jesus Cristo o salvador de sua alma. Espero que Beto não tenha feito apenas parques, não tenha apenas alimentado leões, não tenha apenas solidificado sua personagem de trabalho, não tenha trabalhado apenas "pelo pão que perece, mas pelo que dá vida eterna". Espero que ele tenha investido tempo com Deus. Aliás, e os meus leitores queridos, já pararam para pensar no que irão fazer quando Deus lhes chamar? Estaríamos nós atentos à realidade de que amanhã (ou ainda hoje) será a nossa vez? Estamos preparados? Wagner Antonio de Araújo 04. ) SEC XXI - 06 - BRILHO José e Maria tiveram que deslocar-se
por muitos quilômetros, até chegar a Belém. Era lá que José deveria
registrar-se, no recenseamento exigido pelo decreto de César Augusto.
Maria estava grávida, e José, grande homem, cuidava dela com esmero
e amor. Mesmo sendo difícil para ele acreditar na versão de que
o filho de Maria tivesse sido concebido pelo Espírito Santo, fora
obediente à voz de Deus em seu sonho e amoroso para com aquela
que daria à luz um filho que não era propriamente seu. Um homem
honrado e exemplar, o homem certo para criar Jesus.
Ao buscar um lugar para hospedar-se,
José só encontrou portas fechadas. Certamente havia casas boas
e bem mobiliadas; casas limpas, amplas, boas para hospedar. Mas,
conquanto boas, estavam cheias e indisponíveis, não podiam receber
a família do Filho de Deus. Restavam as pousadas pobres e baratas.
Contudo, nem nessas José encontrou lugar, pois muita gente, à
semelhança deles, estava na cidade para recensear-se.
Foi quando alguém, um "bom samaritano",
condoído da situação, ofertou um lugar que possuía, local inóspito
e insalubre, mas que era melhor que o meio da rua, onde se podia
deitar e repousar, sem preocupar-se com ladrões e com a chuva.
Era um celeiro, um curral, em gruta ou não, era a cocheira onde
os animais dormiam, onde eram guardados. Quem conhece os currais
sabe qual é o cheiro pela manhã, após uma noite de "movimentos
intestinais" no gado. Mas era ali o único lugar disponível. Os
palacetes estavam lotados; também as boas casas, e as casas simples
também.
Ao cumprir-se o tempo para o nascimento
de Jesus, uma Estrela, no Céu, de brilho e dimensão extraordinários,
surgiu bem em cima da aldeia, e, talvez em forma de facho de luz,
direcionada, brilhou sobre o teto do curral onde estava Maria.
Esta, ao dar a luz, viu nascer o maior milagre de todos os tempos,
e teve em seus braços o "Deus feito carne". A estrela brilhou
e refulgiu sobre o lugar. Enquanto as casas boas e bonitas estavam
fechadas e solitárias, sem estrela alguma, o celeiro de Jesus,
lugar malcheiroso e desconfortável, passou a receber visitantes,
dos mais modestos aos mais ilustres: os pastores do campo, chamados
por anjos a prestar honras ao menino-Deus, após cantata natalina
celestial; e os três magos do Oriente, homens ilustres e da mais
alta dignidade e nobreza. Homens que traziam consigo os olhos
do êxtase e da intensa e profunda admiração. A estrela refulgia
sobre o celeiro, e o menino repousava num cocho. E os magos o
tratavam como Rei.
O que fez desse celeiro, dessa
gruta, desse curral, um lugar inesquecível, foi a presença do
Rei dos reis ali, do Senhor dos senhores. Talvez os grandes lugares
estivessem já cheios de si próprios, chamando para si mesmos a
atenção, e não puderam abrir mão de sua própria auto-estima. Mas
um curral, que beleza ou celebridade teria? Nenhuma. Pois foi
ali, no mais humilde dos lugares, que Deus fez o maior e mais
importante templo do mundo.
Não foi um templo suntuoso por
causa de seus bancos de marfim, de seus tapetes persas, de suas
colunas gregas, de seus vitrais góticos, de sua nave bizantina,
de seus instrumentos musicais clássicos, de seus corais finamente
trajados, nem das relíquias ali guardadas. Deus escolheu um lugar
sem nada, sem beleza, sem riquezas, sem glórias, sem brilho, sem
conforto, sem celebridade, para instalar ali a maior das glórias,
das riquezas, dos requintes, dos poderes: foi ali que a Estrela
brilhou. Não em outro lugar. Deus quis que a única glória do lugar
fosse a Sua própria presença.
Àqueles cujas igrejas não têm o
vulto de outras tantas, grandiosas e célebres, àqueles cujas congregações
são pequeninas, escondidas, pobrezinhas, inexpressivas, muitas
vezes criticadas, de nomes tão medíocres e de condições tão precárias,
cabe aqui a lembrança: foi no celeiro paupérrimo que Cristo colocou
seu primeiro trono humano, para que a glória não fosse do homem,
mas dAquele que adentrou o lugar. Grande deve ser o Senhor que
santifica o lugar. Grande deve ser o Nome sobre todos os nomes,
e não o nome de quem proclama o Nome. Grande deve ser a mensagem,
e não o mensageiro. Grande deve ser o poder do brilho celestial,
e não das luzes e luzeiros humanos. A glória só é Glória quando
vem do Alto, de cima, de Deus, e que destaca Aquele que santifica
o lugar, e não o lugar em si. Uma igreja se torna grande quando
seu povo sabe ser pequeno; uma igreja nunca cai quando sabe manter-se
de joelhos; uma congregação é vitoriosa, quando sabe que ao Senhor
pertence a batalha. Talvez num lugar bem humilde Deus venha a
realizar uma obra grandiosa, de salvação, redenção e transformação
humanas.
Àqueles que se julgam inferiores
e pequeninos, pessoas de segunda categoria ou sem oportunidade
para o pleno desenvolvimento ou completa felicidade, que não tiveram
as chances que a vida deu a outros, que não passam de pessoas
simples, ingênuas, modestas e incultas, também cabe aqui a lição:
Belém não era lugar para que um monarca andasse.; quanto mais
nascer ali! Contudo, foi naquele pequenino lugarejo, numa das
mais humildes vilas de Israel, que o Maior dos maiores decidiu
nascer. Não sei onde Alexandre o Grande nasceu, ou Napoleão, ou
Getúlio Vargas, ou Nabucodonosor nasceram; precisaria consultar
compêndios. Isso não importa muito para ninguém hoje. Mas o mundo
inteiro conhece a pequenina Belém, não por seus monumentos e grandeza,
mas pelo Rei dos reis nascido menino ali. E, assim, a glória é
de quem naceu ali. À semelhança de Belém, se alguém se sente pequenino,
que saiba que, ao habitar Cristo o coração, o pobre se faz rico,
o inculto se torna douto, o cansado recobra as forças, o entristecido
faz-se contente, o desanimado recupera sua energia e o perdido
se faz salvo.
Portanto, que o celeiro de nossas
vidas, e, não raras vezes, que nossa pequenina congregação-celeiro,
continue simples, e que a Presença Divina seja a glória que faz
a diferença!
Brilha, Jesus!
Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco,
São Paulo, Brasil
05. ) SEC XXI - 07 - ADOLESCENTE - 22 fev 2008 Adolescente Pode um adolescente, no auge dos
seus quatorze anos, com todos os hormônios à flor da pele, com todos
os convites à exploração da vida e de si mesmo, importar-se com
as coisas de Deus, e ter um compromisso sério com o Senhor?
Pode. Conheço um desses. Dos oito aos onze anos serviu à Deus na fé que conhecia, como coroinha da Igreja Católica. Ao fazer seu catecismo, apaixonou-se pela missa, e foi convidado a ocupar o importante cargo de ajudante do padre, nas celebrações. Ele e o seu colega de Piraju, que ficou poucos meses e desistiu. Ele fazia capoeira e judô na Academia Melo e, após as aulas, colocava sua calça curta azul marinho, sua camisa estampada e uma cruz tecida em veludo fixada com um alfinete, e ia à missa. Todos os dias da semana. Todos os meses do ano, exceto nas férias. E fazia isso com dedicação. Mas um dia tudo acabou, pois um padre, muito nervoso, já falecido, ao mandar que ele e outros coleguinhas distribuíssem o “Deus Conosco” especial da Semana Santa (boletim da missa) contendo duas folhas, à porta da catedral, ordenou-lhes que recolhessem o material ao final da celebração, para ser usado no dia seguinte. Mas o povo entregou parte apenas, e muitas folhas estavam riscadas, amassadas, sujas. Tentou remontar os boletins, mas quando o padre, na sacristia (ante-sala da nave da igreja), viu aquilo, deu-lhe um bofetão, e disse-lhe: “suma daqui!”. Foi aos onze anos que, cabisbaixo, rosto vermelho com as marcas do tapa e chorando, foi convidado pela Dna. Lourdes, uma senhora muito beata, que rezava terços antes das missas, a ajudá-la nas rezas e nos cânticos. Ficou entusiasmado, e aprendeu com ela a rezar os terços, tendo decorado os “mistérios” que a cada conjunto de dez aves-marias e um pai-nosso, eram ditos. Aprendeu os cânticos, trazidos em pastas cuidadosamente guardadas por anos pela Dna. Lourdes, em folhas mimeografadas, que ele distribuía e ajudava a cantar. Fez isso por um ano e meio. Numa terça-feira, inesperadamente, Dna. Lourdes, ao vê-lo, expulsou-o de sua presença. Ele, perplexo, perguntou o porquê. Ela disse-lhe: “disseram-me que você dará muita dor de cabeça, e eu não quero problemas. Suma daqui!” E ele, novamente, sumiu. Ele tinha só doze anos! Decidiu conhecer a psicografia, que suas vizinhas desenvolviam. Junto à Dna. Olga, uma senhora querida, que morava ao lado de sua casa, decidiu fazer “concentrações”, após os “passes”. Nessas concentrações, deixava a mão livre para "dar a liberdade aos espíritos", para que se valessem de sua mão. E, de fato, a sua mão começou a escrever. Mas logo nas primeiras vezes saiu correndo, dizendo: “Deus me livre!”. Decidiu visitar um centro de quimbanda, a umbanda mais “pesada”. Era um porão, embaixo da casa de uma senhora, com o teto bem alto. Umas cinqüenta imagens na mesa, umas trinta velas em toda parte, dois incensários soltando fumaça, a porta e as janelas fechadas, e o povo acotovelando-se no salão. Começou-se a rezar. De repente, a senhora, que estava vestida com roupas de capoeira, deu um salto, bateu os pés no teto, desceu, desenhou uma estrela de cinco pontas com a pemba (giz branco, formato pedra) e disse: “é aqui que vô trabaiá!”. Daí várias outras senhoras receberam “erês”, possessões com ares infantis, e os trabalhos foram feitos. Ele queria sair, mas a porta estava trancada. Ao final, aparece-lhe o marido da mulher, dizendo: “você é médium, tem que vir fazer o santo e desenvolver”. Recebeu um "passe", saiu e nunca mais voltou. Aos treze anos, decidiu “aproveitar” a idade, e viver sua época de roqueiro e de John Travolta. Decidiu ser um jovem alienado da religião. Ledo engano! O vazio no peito lhe levava às coisas divinas, e folhetos evangelísticos chegavam às suas mãos, falando sobre o fim do mundo. Aquilo lhe assustava, pois ele queria “consertar” a sua infância, os seus sofrimentos e os seus pecados na próxima encarnação, e se o mundo acabasse, ele estaria “frito”, sem chance de acertos. Foi então que, após um carnaval, ao voltar do trabalho, viu um distribuidor de folhetos, que, ao chegar-se próximo da sua caixa de correio, deu-lhe um folheto. Era um folheto conhecido, mas que ele havia perdido, “Previsão Científica do Fim do Mundo”, do Pastor Timofei Diacov. Nessa época o garoto era office-boy do BCN, e, junto com um espírita, decidiu que fariam entrevistas com religiosos, para saber qual era a bíblia verdadeira. E entrevistar o Pastor Timofei era uma oportunidade e tanto. Marcou um encontro para o sábado. E o garoto tinha apenas quatorze anos! Naquele sábado chovia torrencialmente em São Paulo, mas ele foi à casa do pastor mesmo assim. Chegou às quinze horas. Levou um gravador de cassetes. Levou fita e microfone. E também uma porção de perguntas bíblicas. O pastor respondeu cada uma, com carinho, paciência e muita consideração. Ele “perdeu” cinco horas com o menino, na sala de estar. Gastou tempo com um adolescente de quatorze anos. E que tempo importante para ele! Saiu dali ávido por ler a bíblia, e o fez durante toda a madrugada. No dia seguinte, para terminar a entrevista (conforme sugestão da esposa do pastor, Tia Elzira, que já está com Jesus), foi à noite para a igreja. E, após ouvir a pregação do pastor, a primeira pregação evangelística que ouviu em sua vida, resolveu atender ao apelo e levantar a sua mão, decidindo confessar a Cristo como seu único e suficiente Salvador. E ele era apenas um adolescente. Um menino de quatorze anos, que vivia a fase de mudanças, onde as decisões não parecem ser tão importantes e definitivas. Para ele foram. E foi no dia 23 de fevereiro de 1980. Faz vinte e oito anos que um simples adolescente converteu-se. E esse adolescente ... sou eu!!! Wagner Antonio de Araújo
|
Participe! Envie-nos seu comentário : www.uniaonet.com/email.htm
.
|