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22/01/2017

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IV. ) Lembranças Literárias
Artigos de 01a82 ver : www.uniaonet.com/bnovasmemoriasliterarias2.htm
01 - PROCURA-SE UMA IGREJA
02 - O DIABO
03 - MEMÓRIAS DE UM PÚLPITO
04 - O PORÃO
05 - EM POUCAS LINHAS
06 - FOLHINHA DE OLIVEIRA
07 - QUEM SOU EU? 30/01/2013
08 - ESTIVE ORANDO ...
09 - DUAS SACOLAS
10 - ENCONTREI MEU NOME
11 - DEUS VIU - 01/02
12 - A MULHER SEGUNDO O CORAÇÁO DE DEUS
13 - AINDA SOU DO TEMPO
14 - DOUTOR TRÊS HORAS - 05/02
15 - E AINDA ESTOU AQUI... 12/02
15 - A FROTA
16 - A CARA DA IGREJA - 13/02
17 - QUANDO TUDO PARECIA PERDIDO...
18 - PEREIRA E PEDRO - 15/02
19 - ERA UMA VEZ PAULO, OU QUEM QUER QUE FOSSE... (20/03
20 - COMUNHÃO COM DEUS
21 - HONRANDO AS CÃS - 22/02
22 - DESAFIO PARA OS CRENTES - 27/02
23 - Constrangedor - 28/02
25 - CAMINHANDO NO PASSADO...
26 - O ABECEDÁRIO DE DEUS
27 - O PASTORZINHO E SEU DUELO- 04/03
28 - SE EU MORRESSE AMANHÃ
29 - LAVE O ROSTO- 05/03
30 - MEU PEQUENO JASON
31 - DE QUEM É O PROBLEMA?
32 - PUREZA
33 - AGORA!!!
35 - JOVENS NA DIREÇÃO DE DEUS...
36 - MALDIÇÃO DE CRENTES
37 - IGREJAS SADIAS PREGAM A SALVAÇÃO
38 - RECORDAÇÕES DE PORTUGAL - narrativa da viagem de 2005
39 - ... E JOÃO NÃO VEIO ...
40 - UMA SURPRESA NAS PESQUISAS - conto missionário
41 - EU SORRI EM SÃO PAULO - conto missionário
42 - POSSO OU DEVO?
43 - CATÓLICO ROMANO
44 - 12 DE OUTUBRO - DIA DA IDOLATRIA DO BRASIL
46 - ENTÃO PENSO ... E ME LEMBRO
45 - QUE VERGONHA!
47 - O QUE SE ESPERA DE UMA CONVENÇÃO?
48 - BATISTAS "PAZ E AMOR" 16/03
49 - AÇÕES DE UM CRENTE VERDADEIRO
50 - SENSO DE EMERGÊNCIA - 28/03
51 - JESUS - UMA VIDA SEM IGUAL
52 - JESUS - UMA DOR SEM IGUAL
53 - JESUS - UMA MORTE SEM IGUAL
54 - ESTOU ENOJADO
55 - NÃO SE TRAIA!!!
56 - USE O QUE TIVER RECEBIDO
57 - ESTOU ENOJADO - 04/04
58 - ESTOU ENOJADO 2 - 07/04/2013
59 - "MOÇA, POR FAVOR..."
60 - BÊNÇÃOS DURADOURAS
61 - O TELEFONE TOCOU ... 13/04
62 - COMEÇAR DE NOVO
63 - A MORDIDA DO LEÃO 15/04/2013
64 - SEMEANDO SEM CESSAR
65 - JESUS - UMA RESSURREIÇÃO SEM IGUAL
66 - DE QUE TIPO SOU?
67 - ORA
68 - ABRE A BOCA- 20/04
69 - AMIGOS
70 - OBRIGADO, SENHOR, PELO "NÃO"!
71 - O QUE EU FIZ COM O MEU DIA - 26/04
72 - TUDO É ESPETÁCULO
73 - PALAVRAS MEDICINAIS
74 - TÍTULOS VAZIOS
75 - DE VOLTA À SALA
76 - UM VELHINHO, UM VIOLÃO - 04/05
77 - SERMÃO: UNIDADE NA DIVERSIDADE...
78 - DIVAGAÇÕES PÓS-TUDO - LEMBRANDO DE ELZIRA BONFANTE - No. 01
79 - QUATRO MESES - LEMBRANDO DE ELZIRA BONFANTE - No. 2
80 - ELZIRA BONFANTE - UM ANO LONGE DELA...
81 - ATÉ EU TE DEVO
82 - A MELHOR HORA _ 18/05/2013
Artigos de 01a82 ver : www.uniaonet.com/bnovasmemoriasliterarias2.htm


83 - DIVAGAÇÕES NUM DIA DE DESPEDIDAS 19/05/2013
84 - SER PASTOR
85 - O EVANGELHO DA VERDADEIRA IGREJA DE CRISTO
86 - 5 x 5 - RECOMENDAÇÕES AO PASTOR E À IGREJA
87 - OS MEUS PASTORES e COMO CELEBRAR O DIA DO PASTOR
88 - REFLEXÕES SOBRE O ESCREVER ( 07/06
89 - VI VOCÊ NO OBITUÁRIO...
90 - ESTAMOS NO FIM DOS TEMPOS - 10/06
91 - CORAGEM
92 - É MAIS FÁCIL ASSIM ...
93 - OS QUE CONFIAM NO SENHOR
94 - MANTENDO-SE NAS ALTURAS
95 - ESTAMOS SEM GOVERNO? 20/06
96 - EM PLENA EBULIÇÃO 21/06/2013
97 - DEPOIS DA FALA DA PRESIDENTE ... 22/06/2013
98 - O JEITO DE FALAR
99 - OUSAR É PRECISO
100 - SEM LIMITES - IMPÉRIO GAY- 28/06
101 - MARCHA PARA JESUS - 29/06/2013
102 - FELIZ MEIO ANO NOVO!!!
103 - O TEMPO
104 - DÁDIVAS DA MINHA VIDA - 04/07
105 - MÁGOA - 07/07
106 - Eu Vou Morrer - 20/07
107 - CASAMENTO: PLANO, DÁDIVA E ORIENTAÇÃO
108 - O ESCANER E A VIDA ETERNA
109 - PASTORES TAMBÉM CHORAM - 27/07
110 - PAPA FRANCISCO E IGREJA ROMANA: O QUE MUDOU?- 03/08
111 - AOS PASTORES E CRENTES QUE SOFREM COM A APOSTASIA - 09/08
112 – A LOUCA ESTÓRIA DE UMA IGREJA - 17/08
113 - 24 horas que valeram por uma vida
114 - A ÓPERA DO INFERNO
115 - QUANDO CHEGAR SETEMBRO
116 - SIM, SIM, NÃO, NÃO.
117- DE PAPEL COMUM A LIVRO PRECIOSO
118 - OS LOUVORES DO DIABO- 15/09
119 - O FIM VEM!
120 - TRISTE SURPRESA...
121- DIREITOS AUTORAIS
122- O MORTO FALOU
123 - O QUE IGREJAS PODEM FAZER DIANTE DA CRISE DE IDENTIDADE EVANGÉLICA?
124 - O DEUS DE PROMESSAS... 28/09
125 - QUITÉRIA & SOLEDADE - 24/10/
126 - AS ESMOLAS DE CORNÉLIO - 26/11
127 - AS TRÊS ATITUDES DO LEPROSO
128 - SE EU FALAR UM PALAVRÃO
129 - A NUVEM DE TESTEMUNHAS - 29/11/2013
130 - REFLEXÕES SOBRE A ÉTICA NO MINISTÉRIO PASTORAL
131 - NATAL -UM MILAGRE
132 - PESADO FOSTE NA BALANÇA
133 - MÚSICOS APOSENTADOS
134 - NÃO ME RESTITUA!
135 - DEIXEI O MEU MINISTÉRIO
136 - MATANDO UM GIGANTE POR DIA - 10/01/2014
137 - TEÓLOGOS PARA UM PÚLPITO INCRÉDULO - 10/03
138 - Clamores da Alma
139 - Humor sem Tumor - 20/03/2014
140 - A Metralhadora de Jeová - 26/08/2015
141 - MATAR GENTE & SALVAR PORCOS- 26/08/2015
142 - DUAS FACES - 25/08/2015
143 - UM DIA - 19/08/2015
144 - O MEU AMOR POR ELA - 27/08/2015

324 - Homenagem a uma Mulher - 08/03/2016
374 A MINHA ALÇADA 11/11/2016
367 NEM SÓ DE PÃO 02/10/2016
376 ESCREVA POUCO 14/11/2016
377 - HUMOR GOSPEL - 15/11/2016
378 - O MEU MILAGRE –18/11/2016
379 - A igreja Romana acolhe o aborto - 22/11/2016


83 - DIVAGAÇÕES NUM DIA DE DESPEDIDAS - 19/05/2013
 
Este foi um daqueles domingos inesquecíveis, não tanto pelo tamanho dos eventos, mas pelo que eles significam e significarão em minha vida.
 
Ontem, ao terminar de inspecionar os meus e-mails, deparei-me com a notícia que me causou profunda comoção: o Pastor Rivas Bretones, amigo de longa data, havia falecido no hospital, na luta contra o câncer. Eu sequer sabia de sua enfermidade, pois até então se pensava que era um problema de refluxo, o que, infelizmente, caminhou para um diagnóstico tardio de câncer no pulmão. Para mim, o querido amigo havia viajado para os Estados Unidos em visita a sua querida irmã Laura, mas a verdade era bem outra: estava travando dura luta contra a enfermidade.
 
A notícia chegou a mim no momento em que eu preparava a reflexão do domingo à noite, intitulada A BREVIDADE DA VIDA. Que ironia do destino! Eu, depois de anos, convidado para pregar no púlpito do saudoso conselheiro Pastor Josué Nunes de Lima, agora teria que provar de minha própria mensagem, visitando a despedida do Pastor Rivas no Cemitério da Paz!
 
Coloco-me na pele daqueles que são idosos e que vêem cada um de seus amigos partirem. Eles olham aos noventa anos e contemplam uma geração que não é a sua, com costumes que não são os seus, com pessoas com quem não têm os mesmos laços de intimidade, afetividade, cumplicidade e compartilhamento de experiências e cultura. E sentem-se absolutamente sós! Vê-se nos viúvos ou viúvas bem idosos o partir próximo quando perdem aquele referencial que lhes servia de âncora da temporaneidade, única testemunha ocular dos anos vividos de suas infâncias e juventudes. Por lhes faltar um partilhar de igual para igual logo sucumbem e adormecem.
 
Todas essas reflexões vieram-me à mente. Eu, um homem de meia-idade, de 47 anos e alguns meses, que sou contemporâneo da penúltima geração, que tive o privilégio de conviver com alguns dos últimos ícones espirituais de minha denominação e de outras agremiações evangélicas, verifico a grande solidão e o grande vazio de cada herói que parte e sucumbe diante do fim de seus dias. Aos poucos os referenciais que tive em minha vida de crente, de seminarista, de pastor e, posteriormente, de atuante denominacional, estão saindo da vida para adentrar às páginas esquecidas da história. Esquecidas muito cedo, pois uma das primeiras providências dos que ficam é decretar um "tempo novo", um "novo ministério", "uma nova unção" e fazem o possível e o impossível para sepultar qualquer lembrança dos obreiros que passaram, que fundaram suas igrejas, que abriram a picada na mata, que suportaram as duras lidas, as perseguições, a evangelização difícil, as construções das casas de culto, o doutrinamento, o discipulado. No máximo, o que se guarda é uma sala com seus nomes ou um monumento na área de entrada. Alguns, se possível, até isso tirariam.
 
Penso nos poucos que restam. Sim, os poucos ícones que continuam vivos e atuantes. Penso naqueles que não se venderam às facilidades do evangelicalismo moderno, midiático e mundano. Penso nos que não aceitaram mudanças pelas mudanças, que não trocaram o púlpito pelo palco, o louvor pelo show, a adoração pela coreografia, a reverência pelo ambiente de carnaval, a bíblia pelo livro de auto-ajuda, a doutrina pelo "achismo". Penso naqueles que se aposentam para não ver as barbaridades das quais poderiam ser vítimas, pois suas "novas" ovelhas, seduzidas pelo ruído dos lobos disfarçados de ovelhas e de Satanás disfarçado de modernidade eclesiástica, estariam a ponto de fazê-los abortar do ministério à força. Penso naqueles que pregaram, que ensinaram, que presidiram, que lutaram, que trouxeram progresso, e que agora, envelhecidos pelo tempo, encontram-se nas casas de repouso, nos fundos das casas dos filhos, ou vivendo de favores de algum crente generoso. Estes nunca recebem convites para nada, muito menos visitas ou lembranças, exceto de heróis como o conhecido irmão Grigório, que, conquanto não seja pastor, não esquece de nenhum dos operários do Reino, principalmente dos carcomidos pela batalha dos anos.
 
Penso no imenso vazio que fica. Rivas Bretones partiu. O que fica em seu lugar? Josué Nunes de Lima já está na glória celestial. João Rodrigues dos Santos, saudoso paranaense que com amor pastoreou a IB Gileade, na zona norte de SP, há anos partiu para Jesus. E o que dizer dos mais antigos? Parece que a nova geração não aceita ter sido sucessora dos pioneiros, dos que lhes trouxeram as tochas do evangelho; eles querem reinventar a roda e sentem-se ministros de um novo evangelho, ao gosto do freguês. E os resultados não custam a vir. Sei de tantos casos! Uma igreja, cujo pastor faleceu, grande lutador que veio da Letônia, jamais acertou com o seu obreiro e hoje tem o ministério vacante mais uma vez. Outra, cujo pregador era um mestre dos púlpitos e da oratória, teve por sucessor alguém que se ofendia em ouvir alguém falar bem do antecessor. Terminou bestialmente o seu pastorado. Agora ouvi de outro que mandou tirar todas as benfeitorias que lembravam o fundador de sua congregação, pois eram coisas bobas e agora viveriam "uma nova história".
 
Meu Deus, que geração é essa? Sei que há pastores aposentados que me lêem. Sei que há crentes perplexos e que me dizem: "pastor Wagner, onde estão os pastores que amavam a Cristo e amavam o rebanho?" Bem, posso dizer de poucos, mas posso garantir que há sete mil joelhos que não se dobram e nunca se dobrarão ao Baal da ingratidão.
 
E eu, com minha limitação, com as minhas memórias em ebulição, com o meu peito vazio com a perda dos amigos, com a ausência dos meus mestres tão amáveis e tão bíblicos, só posso concluir o seguinte: a tocha veio para a mão de outros mais jovens e isso me inclue nesse grupo. Que legado eu deixarei para a próxima geração? Que tipo de pastor eu devo ser para que outros vejam em mim o que eu vejo nos meus mestres que estão partindo? Que dignidade ou capacidade tenho? Sei que nenhuma. Mas sei que a nossa capacidade vem de Deus, a mesma que esteve disponível aos meus mestres que partem. Dispor dela é decisão nossa, que passa por joelhos calejados de dobrarem-se em oração, de bíblias surradas de tanto serem lidas e de coração crescido de tanto amar. Ah, amar!
 
Talvez a minha geração não tenha aprendido a amar. Amar as ovelhas, as pessoas da igreja, não as considerando massa de manobras ou apenas números para vaidade pessoal: "pastoreio mil pessoas". Pessoas não são como gado, contadas a grosso, mas são ovelhas, chamadas pelo nome, uma a uma. E amar ao rebanho, às pessoas, é o que a minha geração e as próximas não estão aprendendo nos bancos das faculdades teológicas modernas. Aprendem a discutir o indiscutível, a inspiração das Escrituras Sagradas, aprendem a duvidar de Deus, mas não aprendem a conviver com as pessoas salvas pelo Senhor. Creio que amar pessoas seja um dos segredos dos mestres. Rivas Bretones, Josué Nunes de Lima, João Filson Soren, Manoel Avelino de Souza, TC Bagby e tantos outros amavam as suas ovelhas. E como amavam.
 
Também não temos aprendido a ter solitude. Não a solitude de solidão, de depressão, de vazio; essa encontramos com facilidade no acúmulo de atividades ou no abandono da família. Solitude é aquela doce comunhão diuturna com o Senhor. Pastores não oram mais. Oram sim, mas não oram como deviam. A maioria mente. Diz que ora, mas apenas reza. Diz que ora, mas apenas cumpre o protocolo. E eu, no acúmulo de atividades acabo sendo seduzido pelo canto do "fazer coisas importantes" e nem me recordo que Maria, a irmã de Marta, recebeu os elogios por gastar tempo com o Senhor, muito mais do que Marta, que se cansava em fazer coisas para o Senhor. Comungar é mais importante do que fazer coisas. E a opção quase nunca é a solitude. Acredito que os meus antigos e saudosos amigos conheciam muito mais de Deus num dia de comunhão do que eu em toda a minha vida...
 
Lembro-me quando o Pr. Timofei Diacov (graças a Deus bem vivo ainda, e há de ser assim por muitos mais anos, é o que peço ao Senhor), no afã de me dizer como eu deveria ler a bíblia, falou-me de forma clara: "não vá à bíblia para que ela concorde com suas idéias; renda-se ao que ela diz, e você encontrará a vontade do Senhor". Conselho magnífico, que me motiva dia após dia a andar e a remar contra a maré das mudanças, pois a minha bíblia não mudou, não muda e nem mudará. Não importa o que eu ache, o que a minha filosofia, a minha sociologia, o meu coração pecador considera; é a bíblia a minha única regra de fé e prática, e sem dissecações empíricas ou modernistas. Que bênção manusear a minha bíblia de 1979 e ver que ela, à semelhança do meu Deus, não mudou!
 
Ah, quantas memórias! Quantos pensamentos! Não sei quanto tempo eu ainda viverei, nem por quanto tempo pastorearei a mesma igreja ou qualquer outra. Mas uma coisa eu quero: jamais me esquecer dos heróis que se vão. E nesse afã tudo farei para torná-los imortais para quem quiser ouvi-los ou lê-los, através de publicações, de blogs, de memórias, de entrevistas. Não devemos deixar a tão grande nuvem de testemunhas apenas subjetivamente, mas usar de seus registros deixados, como usamos os de Spurgeon, de Bunyan, de Calvino, de Lutero, de Langston, de Crabtree. Eles precisam continuar a falar e sua memória precisa ser lembrada.
 
Quero caminhar com o meu Senhor até o fim. E estar pronto para partir dia após dia, e pronto para ficar mais um pouco a cada dia. E que, no final da caminhada, eu possa dizer como o apóstolo Paulo, Rivas Bretones, Josué Nunes de Lima, Rubens Lopes, TC Bagby, WC Taylor, João Rodrigues dos Santos, "combati o bom combate, terminei a carreira, guardei a fé".
 
Ajuda-me, Senhor, a ser fiel. E a seguir os bons exemplos daqueles que recolhes.
Amém.
 
Wagner Antonio de Araújo
 

 
com o Pr. Josué Nunes de Lima
 
 
com o Pr. Rivas Bretones
 
Pr. João Rodrigues

84 - SER PASTOR
Qual o sentido dessa palavra?
Ser pastor! Uma afirmação tão pequena, mas repleta de tanto significado! Ser pastor é muito mais que ser um pregador. Está além de ser um administrador de igreja. Muito além de professor ou conferencista.
Ser pastor é algo da alma, não apenas do intelecto. Ser pastor é sentir paixão pelas almas.
É desejar a salvação de alguém de forma tão intensa, que nos leve à atitude solidária de repartir as boas-novas com ele. É chorar pelos que se mantém rebeldes. É pensar no marido desta irmã, no filho daquela outra, na esposa do obreiro, nos vizinhos da igreja, nos garotos da rua.
Ser pastor é tudo fazer para conseguir ganhar alguns para Cristo.
Ser pastor é festejar a festa da igreja. É alegrar-se com a alegria daquele que conquista um novo emprego, daquele que gradua-se na faculdade, daquele que recebe a escritura da casa própria ou do outro que recebeu alta no hospital. Ser pastor é ter o brilho de alegria ao ver a felicidade de um casal apaixonado, ao ver o sucesso na vida cristã de um jovem consagrado, é festejar a conversão de um familiar de alguém da igreja por quem há tempos se vinha orando.
Ser pastor é desejar o bem sem cobiçar para si absolutamente nada, a não ser a felicidade de participar dessa hora feliz. Mas ser pastor também é chorar.
Chorar pela ingratidão dos homens.
Chorar porque muitas vezes aqueles a quem tanto se ajudou são os primeiros a perseguirem-nos, a esfaquearem-nos pelas costas, a criticarem-nos, a levantarem falso testemunho contra a igreja e contra nós. É chorar com os que choram, unindo-nos ao enlutado que perdeu um ente querido, é dar o ombro para o entristecido pela perda de um amor, é ser a companhia do solitário, é ouvir a mesma história uma porção de vezes por parte do carente.
Chorar com a família necessitada, com o pai de um drogado, com a mãe da prostituta, com a família do traficante, com o irmão desprezado. Ser pastor é não ter outro interesse senão o pregar a Cristo.
É não se envolver nos negócios deste mundo, buscando riquezas, fama e posição. É saber dizer não quando o coração disser sim.
É não ir à casa dos ricos em detrimento dos pobres. É não dar atenção demasiada para uns, esquecendo-se dos outros. É não ficar do lado dos jovens, em detrimento dos adultos e vice-versa.
Ser pastor é não envolver-se em demasia com as pessoas, ao ponto de se perder a linha divisória do amor e do respeito, do carinho e da disciplina. Ser pastor é não aceitar subornos nem tampouco desprezar os não expressivos. Ser pastor é ser pai.
É disciplinar com carinho e amor, conquanto com a firmeza da vara, da correção e, não raras vezes, da exclusão de pessoas queridas. É obedecer a Bíblia, não aos homens.
É seguir a Deus, não ao coração.
Ser pastor é ser justo.
Ser pastor é saber dizer não, quando a emoção manda dizer sim. Ser pastor é ter a consciência de não ser sempre popular, principalmente quando tiver que tomar decisões pesadas e difíceis, e saber também ser humilde quando a bênção de Deus o enaltecer diante do rebanho e diante do mundo. Os erros são nossos, mas a glória é de Deus.
Ser pastor é levantar-se quando todos estão dormindo e dormir quando todos estão acordados, socorrendo ao necessitado no horário da necessidade.
Ser pastor é não medir esforços pela paz.
É pacificar pais e filhos, maridos e esposas, sogros e genros, irmãos e irmãs.
Ser pastor é sofrer o dano, o dolo, a injustiça, confiando nAquele que é o galardoador dos que o buscam. Ser pastor é dar a camisa quando lhe pedem a blusa, andar duas milhas quando o obrigam a uma, dar a outra face quando esbofeteado.
Ser pastor é estar pronto para a solidão. É manter-se no Santo dos Santos de joelhos prostrados, obtendo a solução para os problemas insolúveis.
Ser pastor é não fazer da esposa um saco de pancadas, onde descontar sua fragilidade e cansaço. Ser pastor é ser sacerdote, mantendo sigilo no coração, mantendo em segredo o que precisa continuar sendo segredo, e repartindo com as pessoas certas aquilo que é "repartível".
Ser pastor é muitas vezes não ser convidado para uma festa, não ser informado de uma notícia ou ser deixado de fora de um evento, e ainda assim manter a postura, a educação, o polimento e a compaixão. Ser pastor é ser profeta, tornar o seu púlpito um "assim diz o Senhor", uma tocha flamejante, um facho de luz, uma espada de dois gumes, afiada e afogueada, proclamando aos quatro ventos a salvação e a santificação do povo de Deus. Ser pastor é ser marido e ser pai.
É fazer de seu ministério motivo de louvor dentro e fora de casa.

É não causar à esposa a sensação de que a igreja é uma amante, uma concorrente, que lhe tira todo o tempo de vida conjugal. Ser pastor é amar aos seus filhos da mesma forma que ensina aos pais cristãos amarem aos seus.
É olhar para os olhos de seus filhos e ver o brilho de seus próprios olhos.
É preocupar-se menos com o que os outros vão pensar e mais no que os filhos vão aprender, sentir e receber.
É ver cada filho crescer, dando a cada um a atenção e o amor necessários.
É orgulhar-se de ser pai, alegrar-se por ser esposo, servir de modelo para o povo. E, quando solteiro, tornar a sua castidade e dignidade modelo dos fiéis, enaltecendo ao Senhor, razão de sua vida. Ser pastor é pedir perdão.
Se os pastores fossem super-homens, Deus daria a tarefa pastoral aos anjos, mas preferiu fazer de pecadores convertidos os líderes de rebanho, pois, sendo humanos, poderiam mostrar aos demais que é possível ser uma bênção. Mas, quando pecarem, saberem pedir perdão.
A humildade é uma chave que abre todas as portas, até as portas emperradas dos corações decepcionados. A humildade pode levar o pastor à exoneração, como prova de nobresa e integridade, como pode fazê-lo retomar seus trabalhos com maior pujança e vigor. Há pecados que põem fim a um ministério e ser pastor é saber quando o tempo acabou.
Recomeçar é possível, mas nem sempre. Ser pastor é saber discernir entre ficar ou sair, entre continuar pastor e recolher-se respeitosamente.
Ser pastor é crer quando todos descrêem. Saber esperar com confiança, saber transmitir otimismo e força de vontade. É fazer de seu púlpito um farol gigantesco, sob cuja luz o povo caminha sempre em frente, para cima e em direção a Deus.

Ser pastor é ver o lado bom da questão, é vislumbrar uma saída quando todos imaginarem que é o fim do túnel. Ser pastor é contagiar, e não contaminar. Ser pastor é inovar, é renovar, é oferecer-se como sacrifício em prol da vontade de Deus.
Ser pastor é fazer o povo caminhar mais feliz, mais contente, é fazer a comunidade acreditar que o impossível é possível, é fazer o triste ser feliz, o cansado tornar-se revigorado, o desesperado ficar confiante e o perdido salvar-se. As guerras não são ganhas com armas, mas com palavras, e as do pastor são as palavras de Deus, portanto, invencíveis.
Ser pastor é saber envelhecer com dignidade, sem perder a jovialidade.
É ser amigo dos jovens e companheiro dos adultos.
Ser pastor é saber contar cada dia do ministério como uma pérola na coroa de sua história.
Ser pastor é ser companhia desejada, querida, esperada. É saber calar-se quando o silêncio for a frase mais contundente, e falar quando todos estiverem quietos.
Ser pastor é saber viver.
Ser pastor é saber morrer.
E quando morrer, deixar em sua lápide dizeres indeléveis, que expressem na mente de suas ovelhas o que Paulo quis dizer, quando estava para partir: "combati o bom combate, terminei a carreira, guardei a fé". Ser pastor é falar mesmo depois de morto, como o justo Abel e o seu sangue, através de sua história, de seu exemplo, de seus escritos, de suas gravações. Ser pastor é deixar uma picada na floresta, para que outros venham habitar nas planícies conquistadas para o Reino do Senhor. Ser pastor é fazer com que os filhos e os filhos dos filhos tenham um legado, talvez não de propriedades, dinheiro ou poder político, mas o legado do grande patriarca da família, daquele que viveu e ensinou o que é ser um pastor.
Eu sou pastor. Obrigado, Senhor! Pr. Wagner Antonio de Araújo



85 - O EVANGELHO DA VERDADEIRA IGREJA DE CRISTO
 
Obs: esta mensagem está em:
 
parte 1:
http://youtu.be/AWAGDI7eglo
 
parte 2:
http://youtu.be/5-qnvy2eKhE
 
 
Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. (Rm 1:16)

 
Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. (1Co 1:23)
 
Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. (1Co 1:18)
 
TÍTULO: O EVANGELHO DA VERDADEIRA IGREJA DE CRISTO
 
Data: 26 de maio de 2013
 
Pregador: Wagner Antonio de Araújo
 
Local: Igreja Batista Vida Nova, Parque Santo Antonio, São Paulo, Brasil
 

Textos: Romanos 1.16, I Coríntios 1.18,23
 
INTRODUÇÃO
 
Nesta festividade de aniversário, onde a Igreja Batista Vida Nova completa 37 anos de organização, faz-se relevante pensar nos motivos que levaram Deus a permitir a sua organização e a guiá-la vitoriosamente até o dia de hoje.
 
A razão da existência das igrejas cristãs está relacionada com a missão que Cristo confiou aos apóstolos e aos crentes que viessem a crer dali para frente: irem por todo o mundo, fazendo discípulos de todas as nações, batizando os convertidos em nome da Santíssima Trindade, ensinando-os a guardar tudo quanto Ele ensinou. No bojo desses ensinamentos estava, além da evangelização, a caridade, a ajuda ao próximo, a expressão do amor de Deus através do amor até pelos inimigos.
 
Contudo, o autêntico evangelho de Cristo possui algumas características claras, evidentes, que o identificam do falso evangelho esparramado pelo inimigo ao longo dos séculos. No início da era cristã o inimigo enganou-os com o gnosticismo, fazendo-os crer que Deus tinha segredos que só confiava aos iniciados nos mistérios. Também ensinou que Cristo não era suficiente para a salvação dos perdidos e que a Lei de Moisés deveria ser guardada. Esses ensinos foram refutados veementemente nas páginas do Novo Testamento.
 
Na história da Igreja Cristã muitos outros evangelhos de mentira foram disseminados. Um deles é aquele que tirou de Cristo a prerrogativa de salvar-nos, recolocando nas mãos dos miseráveis pecadores o dever de fazer algo pela vida eterna: o ensino das boas obras que salvam, ensino absolutamente falso (Ef 2.8-10).
 
Também ensinou-se que para conseguir o Reino de Deus era necessário sair do mundo, tornando-se casto, celibatário e isolado do mundo. A Bíblia já orientava que não era plano de Deus essa prática, uma vez que Jesus disse: "não peço que os tires do mundo, mas que os livre do mal" (cf. João 17.15). Quanto à castidade física e celibato, Paulo já dizia que nos últimos dias enganadores viriam "Proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças"; (1Tm 4:3).
 
Posteriormente inúmeras outras heresias surgiram, refutadas pelos fiéis cristãos em cada época.
 
Hoje, em nosso tempo moderno, urge examinarmos o autêntico evangelho de Cristo para que tenhamos discernimento apropriado no reconhecimento daquele que é falso, atitude que, infelizmente, não tem sido a de todas as igrejas, uma vez que muitas têm caído nas armadilhas da heresia e sucumbido ao canto da sereia religiosa.
 
I - O EVANGELHO VERDADEIRO CAUSA ESCÂNDALO
 
Diz o texto bíblico: escândalo para os judeus, loucura para os gregos (gentios).
 
Os nossos primeiros irmãos na igreja primitiva, ao pregar o evangelho de Cristo, obtinham duas reações claríssimas: a absoluta rejeição de sua mensagem por parte dos povos ou a maravilhosa transformação da vida daqueles que criam e recebiam a graça de Deus.
 
Os judeus escandalizavam-se com a pregação da cruz de Cristo. Para eles era impensável um Messias sofredor, um ungido do Senhor, escolhido para ser o Rei de Israel, que não fosse guerreiro e que não tirasse deles o jugo da escravidão política. Era impensável um Cristo vindo de Belém, andarilho e que falasse de cruz, de renúncia, de amor aos inimigos e de morrer para viver. Eles se escandalizavam em Jesus. Eles o rejeitavam. Eles se revoltavam contra os seus seguidores.
 
Já os gregos até achavam interessante a mensagem do Nazareno, mas criam ser loucura, falta de juízo e absoluto desatino crer na ressurreição da carne. Eles consideravam o cristianismo uma religião de loucos. Uma mensagem que não expressava liberdade sexual para fazer o que queriam, que apontava um homem sendo o próprio Deus encarnado e uma fé na volta à vida era absurda demais, era anti-filosófica, era ignorância demasiada. Então rejeitavam essa mensagem.
 
Quando se prega o autêntico evangelho a tendência humana é revoltar-se contra ele. E por que?
 
1) Porque a mensagem de Cristo aponta ao homem uma situação de pecaminosidade absoluta, de morte espiritual e de impossibilidade de salvar-se por conta própria. O verdadeiro evangelho mostra ao homem que ele está perdido, que seus méritos não alcançam o mínimo suficiente e que ele carece de um salvador. Isso é abominável ao coração humano. O verdadeiro evangelho expõe a desgraça do pecado e aponta ao homem a sua miserabilidade.
 
2) Porque a mensagem de Cristo exige do homem uma rendição completa ao Filho de Deus, uma conversão absoluta de pensamentos, atitudes e planos, impossível por si só, mas possível pela ação do Espírito Santo. Quem recebe a Cristo não continua mais do mesmo jeito que era antes.
 
Mas as igrejas estão perdendo essa graça, a de ter um evangelho que causa rejeição.
 
II - O EVANGELHO VERDADEIRO CAUSA CONVERSÃO
 
Diz a Bíblia que o verdadeiro evangelho de Cristo é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.
 
Quando a mensagem do Reino é pregada do jeito que nos foi revelada, ela possui um poder tamanho que muda, transforma, converte, faz renascer, regenera, dá nova vida ao pecador.
 
Foi assim no passado. Judeus como Pedro, Paulo, Silas, Barnabé, Mateus, Tomé, Maria, Lídia, Madalena, Priscila, foram transformados radicalmente em sua maneira de viver e se tornaram heróis da fé. Suas vidas, regeneradas pelo poder da Palavra de Deus, tornaram-se monumentos da obra do Senhor no coração humano quebrantado. Gregos ou gentios como Cornélio ou como os da "casa de César", como os "filhos da senhora eleita" ou como todos os convertidos pelo ministério entre os gentios, demonstravam que Cristo muda o coração de cada pecador, tenha ele a descendência que tiver, seja de que povo, língua ou nação for.
 
Um dia missionários trouxeram o evangelho para a nossa cidade e Deus mudou a vida de nossos pioneiros. Hoje, aqui nesta igreja, comemoramos a organização de uma igreja criada para propagar esta santa mensagem.
 
III - A INCOMPATIBILIDADE DO FALSO EVANGELHO DIANTE DO VERDADEIRO
 
A Palavra de Deus nos diz: que a Palavra da Cruz é loucura para os que perecem. Mas a nós nos parece que é loucura também para aqueles que crêem no falso evangelho, que não tem cruz, que só tem contemporaneidade e manifestações de fraternidade humana sem a loucura da conversão.
 
Estávamos em Poços de Caldas e ao passarmos por um estacionamento movimentado ouvimos músicas barulhentas de rock e muitos gritos de jovens. Como era um sábado e a cidade é turística, pensamos tratar-se de uma banda contemporânea jovem. Ledo engano: era o "ministério de danças da Igreja de Cristo", financiado pela prefeitura daquela cidade, com centenas de jovens pulando, saltando, gritando, celebrando, com seus piercings, brincos masculinos, roupas de coreografia, de pantomimas, cabelos inspirados nos astros da TV, ritmos de rua (hip hop e contemporâneos), a cantar de tudo, a dançar de tudo, e, ao final, nos agradecimentos e orações, a argumentação do porquê fazer daquele jeito:
 
a) ESTAMOS FAZENDO DE CORAÇÃO
b) É O JEITO CONTEMPORÂNEO DE SER
c) ESTAMOS SERVINDO A DEUS
 
Essas afirmações agradam a todos: não há confronto com o pecado, pois todos são aceitáveis diante do Pai. Não há confronto doutrinário, pois todos são cristãos não importam as igrejas; Não há problemas de escândalo, porque não há nenhuma mudança de vida da parte dos que participam. Então as canções podem ir desde "COMO ZAQUEU QUERO SUBIR" até "VAMOS PULAR E DANÇAR PARA JESUS".
 
Mas esse evangelho não cumpre o que afirma, uma vez que:
 
a) ESTAMOS FAZENDO DE CORAÇÃO: Diz a Bíblia que "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jr 17:9). O coração humano é o fundamento mais esdrúxulo e movediço para se firmar um serviço para Deus. Muitos no juízo dirão que o Senhor ensinou, curou e operou em suas ruas, mas o Senhor dirá: "Nunca vos conheci".
 
b) É O JEITO CONTEMPORÂNEO DE SER - E quem disse que esse é o caminho do Criador? A Bíblia diz: "Não removas os antigos limites que teus pais fizeram." (Pv 22:28). Quando a contemporaneidade joga a cruz no lixo, quando ensina os homens a usar brincos (e a biblia diz que isso era sinal de escravidão "Então tomarás uma sovela, e lhe furarás a orelha à porta, e teu servo será para sempre; e também assim farás à tua serva. (Dt 15:17)") ou tatuagens e piercings no corpo, uma abominação ao Senhor ("Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o SENHOR. (Lv 19:28)") . Quando os padrões contemporâneos destróem os marcos dos antigos e os valores ensinados por Deus denotam um evangelho falso que não transforma o pecador.
 
c) ESTAMOS SERVINDO A DEUS - fundamentados em quê? Em seu próprio juízo de valor? Em suas próprias preferências? Em seus gostos pessoais? A questão de gosto é relativa, uns gostam, outros não. A verdade da palavra de Deus não pode girar em torno de preferências, mas naquilo que Deus diz, naquilo que a Bíblia ensina. Não é o que eu gosto ou não gosto, mas o que Deus diz para fazer ou não, que deve nortear a minha prática religiosa! À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles. (Is 8:20)
 
CONCLUSÃO
 
A nossa sincera esperança é que essa igreja continue pregando o autêntico e verdadeiro evangelho de Cristo, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos, mas para nós, os que somos salvos, é o poder de Deus.
 
O nosso desejo é que o falso evangelho jamais penetre no púlpito desta igreja, nas suas salas de aula ou nos lares de seus membros, pois o falso jamais substituirá à altura o verdadeiro. Somente o evangelho revelado nas Escrituras é o poder de Deus para a transformação dos crentes.
 
Cremos que a pregação e a vivência do verdadeiro evangelho dará aos seus membros condições contínuas para examinarem toda e qualquer novidade e entendê-la não à luz do coração, do gosto pessoal ou da contemporaneidade, mas do ASSIM DIZ O SENHOR.
 
Que Deus a todos abençoe!
 
Wagner Antonio de Araújo


86 - 5 x 5 - RECOMENDAÇÕES AO PASTOR E À IGREJA
 
Pregador: Wagner Antonio de Araújo
 
Local: Igreja Batista Central de Lins, São Paulo, Brasil
 
Ocasião: posse pastoral do Pr. Gidalth Pereira de Souza
 
Data: 01 de junho de 2013, 19:30 horas
 
 
obs: esta pregação foi filmada e está nos seguintes links:
 
Parte 1
http://youtu.be/NuGNrr4kq00
 
Parte 2
http://youtu.be/Sqd3oJAVVk4
 
INTRODUÇÃO
 
Hoje, nesta hora tão feliz de posse de seu pastor, vemos o coroamento do processo de escolha. A igreja orou, pesquisou, convidou, combinou, agendou e agora recebe o seu pastor, dando-lhe a posse no pastorado. O nosso sincero desejo é que o Pastor Gidalth Pereira de Souza seja tremendamente feliz em seu pastoreio e que a igreja continue a dar graças por escolha acertada.
 
Contudo, algumas coisas são necessárias para que essa posse seja um casamento feliz. Houve o namoro (a busca do pastor), o noivado (os acertos e todo o processo) e hoje é o casamento. Dentro de alguns instantes começará a lua-de-mel e posteriormente a rotina de um ministério estabelecido.
 
Quero denominar esta mensagem de 5 x 5, CINCO RECOMENDAÇÕES AO PASTOR E À IGREJA. Não são apenas conselhos, mas determinações divinas para que igreja e pastor sejam felizes. Aliás, a Palavra de Deus não nos foi outorgada para ser discutida mas para ser obedecida. Isso lembra-nos o filme A JORNADA, evangélico, que descrevia a experiência de um professor em 1890, num seminário, que queria publicar um livro de ensinos morais cristãos. Um professor foi contra, dizendo que de nada adiantaria ensinar moral cristã sem dizer que as coisas devem ser assim porque a Palavra de Deus nos diz. Moral sem o "assim diz o Senhor" não passa de discussão de opiniões. Assim também nós aqui, não estamos a dar conselhos de opiniões, mas falando sobre o ASSIM DIZ O SENHOR.
 
I - 5 RECOMENDAÇÕES BÍBLICAS PARA O PASTOR (2 Tímóteo 4.1-5)
 
1) PREGA A PALAVRA
 
Parece redundante, banal, mas a verdade é que a Bíblia tem sido abandonada nos púlpitos, trocada por livros de auto-ajuda, crescimento de igreja ou projetos megalomaníacos, ocupando o espaço das Escrituras Sagradas. Um pastor verdadeiramente vocacionado e chamado deve pregar o que Deus falou e não aquilo que alguém achou. Um ministério pastoral verdadeiro precisa de uma âncora de fé, o ASSIM DIZ O SENHOR, não de púlpitos propagadores de opiniões diversas.
 
INSISTA, INSTA - Se o irmão quiser encher a igreja de pessoas assistentes, pregue a mentira, invente curas divinas mentirosas ou prometa fantasias e terá uma igreja imensa. Mas se quiser a bênção de Deus seja fiel às Escrituras, ainda que o seu rebanho não seja grande. Afinal, Deus não nos chamou para sermos grandes, mas para sermos fiéis. Diz a Escritura: Não temais, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino. (Lc 12:32); e também: Conheço as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome. (Ap 3:8). A porta nunca foi larga para o verdadeiro ministério pastoral. Por isso, insista na pregação da Palavra de Deus!
 
Um pastor não está na igreja para entreter bodes, mas alimentar as ovelhas com o pão da vida. Um pregador moderno acusou recentemente um pastor conservador de servir pão dormido para a igreja e que ele, moderno, tinha pão fresco todos os dias. O velho pastor respondeu: pão fresco é bom, mas desde que feito de trigo e não de joio....
 
REPREENDA - Não pense que agradar pecadores fará do irmão um pastor vitorioso. Pelo contrário, trará a ira de Deus sobre si e o transformará em inimigo do Senhor. O verdadeiro pastor repreende. Ao jovem fornicário deve ser dito que isso é pecado. Ao adúltero deve ser dito que está incorrendo em erro. Ao funcionário deve ser ensinado que precisa trabalhar bem como que para agradar a Deus. Ao patrão deve ser dito que seja bom e genersoso para com o funcionário. Ao filho deve ser ensinado que honre seu pai e sua mãe. Aos jovens deve ser dito que respeitem os mais velhos, e a estes deve ser ensinado que dêem exemplo aos mais jovens. Às mulheres deve ser pregado que vivam respeitosamente, e aos homens que as respeitem sempre.
 
EXORTA - Exortar é encorajar, fortalecer, abraçar carinhosamente provocando a força para continuar. E admoestar é corrigir, com amor, carinho, mas com firmeza. É para isso que pastores devem ser presentes e sempre pontuais.
 
2) SÊ SÓBRIO
 
Sobriedade está para não embriagar-se. Certamente que o irmão não é dado ao álcool, que embriaga e tira a inteligência e o controle emocional. Mas além do álcool há outras maneiras para que um pastor embriague-se e o irmão deverá a todo custo evitá-las e não cair em suas tentações.
 
Há a embriaguês do deslumbramento diante do crescimento de outros em detrimento do seu. Alguém publica uma notícia de certa igreja que cresce avassaladoramente ou do fácil desenvolvimento de certos planos mirabolantes de discipulado e o irmão vê-se contagiado pelo desejo de implantar mudanças radicais em seu ministério. Cuidado, colega! Isso também é falta de sobriedade! A receita de uma boa igreja está na Bíblia e ela nos basta; não precisamos de novas revelações.
 
Não perca o controle! É comum após algumas férias ou a participação em algum congresso querermos voltar e mudar tudo, tentando fazer em um mês o que não fizemos em um ano. Cuidado! Tudo  tem o seu tempo adequado, já dizia a Palavra do Senhor. O rio tem o seu próprio ritmo, o seu próprio tempo e não vale a pena querer trabalhar demais ou de menos apenas para mudanças emocionais. Não queira construir uma casa de dois andares em dez dias pois ninguém terá coragem de morar ali, uma vez que cairá com facilidade. Construa com carvalho e não com materiais frágeis. Mesmo que demore construir um grande ministério ele será para muitos anos e não para algum tempo apenas.
 
3) SUPORTE AS AFLIÇÕES
 
O dia de posse pastoral é dia de festa, mas isso não resume o ministério. Pastorado é lágrima, é dor, é estar com o sofredor no hospital. É ouvir com o enlutado: seu pai faleceu, seu filho nasceu morto. É estar com o canceroso na cama, acompanhar o solitário, sem mãe, sem filhos, sem pais, ser amigo daquele que terminou o seu relacionamento etc. A aflição do ministério faz com que o pastor reparta o seu único dinheiro, a sua camisa, a sua vida. O pastor que não tem aflições pode ser bom gerente de empresa, administrador, narrador, animador de auditórios, mas jamais será um pastor. Ensina-nos a Palavra que devemos sorrir com os que sorriem e chorar com os que choram. Há festas também: aniversário de quinze anos, casamentos, ações de graça por prosperidade familiar etc. Porém, às vezes o pastor será esquecido, não será convidado e mesmo assim terá que manter a integridade emocional diante das humilhações que sofrer.
 
4) SEJA UM EVANGELISTA
 
Se hoje eu estou a pregar a Palavra de Deus num púlpito, é porque um pastor-evangelista decidiu distribuir folhetos na rua onde eu morava, em 1980. Ele estava de malas prontas para vir a Lins e poderia esquecer-se de evangelizar em minha cidade. Mas decidiu continuar a difundir as boas-novas de salvação. Foi até a minha casa e evangelizou-me. Ganhou-me para Cristo. Foi o Pastor Timofei Diacov que serviu para mim de evangelista e tornou-se ícone de um autêntico ganhador de almas. O irmão deve ser também um evangelista. Distribua a palavra, ainda que ninguém faça isso junto com o irmão. Deus lhe chamou para semear a Palavra de Deus, pois é ela quem mostra a salvação em Cristo Jesus.
 
5) CUMPRE O TEU MINISTÉRIO
 
Não acabe o seu ministério quando bem entender, não o termine mal. Penso eu que nós, pastores, só encerramos o nosso ministério ao dar o último suspiro. O irmão assume um pastorado para desenvolvê-lo a longo prazo. Deve imprimir uma vida de serviços, conhecer as famílias, ver cada pessoa crescer e desenvolver-se. Não importa quanto tempo leve, mas que seja completo em sua duração e desenvolvimento.
 
II - RECOMENDAÇÕES BÍBLICAS PARA A IGREJA (Hb 13.7,17)
 
1) LEMBREM-SE DO PASTOR
 
É responsabilidade desta igreja cuidar do seu pastor. Nada substitui o amor e o cuidado de uma igreja para com o seu obreiro é fundamental. Deve lembrar-se de repartir não apenas os momentos de dor mas também os de alegria. Não são apenas os diáconos que "cuidam da mesa do Senhor, da mesa das viúvas e da mesa do pastor", mas é responsabilidade de toda a igreja.
 
2) IMITE O PASTOR
 
A igreja deve imitar a fé que o seu pastor tem no Senhor. Não apenas nos momentos agradáveis, de rotina, mas vê-lo a enfrentar as lutas, as interpéries, o luto, as enfermidades, as necessidades. Deve a igreja buscar fazer de forma semelhante (desde que o obreiro esteja seguindo o exemplo da Palavra de Deus e esteja se comportando biblicamente).
 
Lembro-me de um testemunho que ouvi. O pastor solicitou, numa assembléia, um aumento salarial. Um irmão no plenário protestou contra isso e o obreiro retirou imediatamente o assunto da pauta. Na outra semana a esposa desse irmão foi internada em estado grave. O pastor correu ao hospital, deu toda a assessoria e fez a companhia necessária, pagando-lhe lanches e provendo-o do que necessário. A irmã sarou e logo passou-se o tempo. Uma nova assembléia chegou e aquele irmão levantou a mão para sugerir um assunto. O pastor temeu e antecipou-se, dizendo que não havia assunto salarial para tratar. Mas o irmão disse: "mas eu quero retratar-me, pois estava errado; não imaginava o quanto o irmão era solidário e o quanto repartia o que tinha; eu proponho que seja aumentado e peço perdão pelo que fiz anteriormente".
 
Deve a igreja estar atenta às necessidades de seu pastor. Ensina-nos a Escritura Sagrada:Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; (1Tm 5:17)
 
2) OBEDEÇA O PASTOR
 
Os irmãos o convidaram para dirigir a igreja; então aceitem a sua orientação, desde que esteja fundamentada na Palavra de Deus. Como diz a Escritura, "Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens." (At 5:29). Se o pastor estiver fundamentado na Palavra de Deus, devem obedecê-lo.
 
3) SEJA SUBMISSA AO PASTOR
 
Obedecer é quando há uma concordância; submeter-se é quando se faz por responsabilidade e por compromisso. Mesmo que as opiniões sejam diferentes, se não estiver infringindo as Escrituras, deve uma igreja seguir com o seu pastor. Se o pastor orientar um casamento, uma vocação, um conselho, se ele apontar um caminho, deve a igreja e os membros atentar para essas orientações. Deus o colocou como pastor e como autoridade eclesiástica.
 
4) ALEGRE O PASTOR
 
Sou pastor de uma pequenina igreja de 28 membros. Não temos centenas ou milhares. Eu os amo. A Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel está em meu coração. Hoje, quando tantos tentam ostentar virtude ou influência pelo número de adeptos (gabam-se e orgulham-se diante dos outros colegas, denominação ou igrejas por pastorearem tantas pessoas), devemos compreender que não cabe a nós escolher o número de pessoas ou as condições de uma igreja, pois elas não pertencem ao pastor. A seara não é nossa, as igrejas não são nossas, a semente não é nossa, as pessoas não são nossas. Se o Mestre disser: vá pastorear 2 pessoas, deve o pastor obedecer. Devemos ser os melhores pastores, tenham as nossas igrejas o número de pessoas que tiverem. Que os membros possam dizer: temos em nosso pastor tudo o que precisamos num lider espiritual bíblico.
 
Uma igreja que valoriza o seu pastor transforma o seu ministério numa alegria e não num peso extremo, num aborrecimento contínuo. Igrejas que estão bem possuem boa comunhão e um dos sintomas é não querer deixar as dependências após o término dos cultos; continuam a conversar, a manifestar alegria na comunhão. Quando as coisas não vão bem o culto mal termina e não há mais viva alma presente.
 
5) NÃO MASSACRE O PASTOR
 
Não é bom que o pastor exerça o ministério com amargura. Não é bom trazer dissabor e peso ao pastor. O texto do verso 17 diz que o pastor apresenta cada membro na presença de Deus e que não é bom que ele o faça com tristeza. A Bíblia diz que "aquele que não ama ao seu irmão a quem vê, não ama a Deus, a quem não vê", e aquele que não é capaz de fazer com que o pastor tenha um ministério alegre por sua presença, talvez ainda não tenha nascido de novo e não seja uma ovelha do Senhor.
 
Hoje o Pr. Gidalth viverá a lua-de-mel. Todos o buscarão para almoçar, tomar café, visitar, passear. Um momento maravilhoso. Até discutirão para terem o pastor consigo. O tempo, contudo, passará e os convites, almoços e encontros serão mais escassos e muitos até cessarão. É bom, entretanto, que a igreja lubrifique o amor e o relacionamento com o pastor com comunhão, com diálogo, com oração, com sinceridade, fundamentados na Palavra do Senhor.
 
CONCLUSÃO
 
Assim, com a graça de Deus e com a orientação bíblica, cremos que o pastor fará um grande e profícuo ministério. Tais recomendações serão preciosas, caso praticadas. Para não nos esquecermos, citemos novamente os seus ítens:
 
I - RECOMENDAÇÕES AO PASTOR
1) PREGA A PALAVRA
2) SÊ SÓBRIO
3) SUPORTE AS AFLIÇÕES
4) SEJA UM EVANGELISTA
5) CUMPRE O TEU MINISTÉRIO
 
II - RECOMENDAÇÕES À IGREJA
1) LEMBRE-SE DO PASTOR
2) OBEDEÇA O PASTOR
3) SEJA SUBMISSA AO PASTOR
4) ALEGRE O PASTOR
5) NÃO MASSACRE O PASTOR
 
 
Que Deus nos abençoe.
 
Wagner Antonio de Araújo

87 - COMO CELEBRAR O DIA DO PASTOR
9/6/2013
 
 
O Dia do Pastor é comemorado no segundo domingo de junho em muitas igrejas evangélicas. A data foi escolhida pela Convenção Batista Brasileira há muitos anos. Outras denominações acompanharam o tema e hoje espalha-se por grande parte do meio evangélico.
 
Geralmente as igrejas celebram cultos especiais, celebrações importantes, preciosas. As que têm maiores condições financeiras costumam dar aos seus pastores presentes substanciosos, valiosos monetariamente. Outras, mais simples, homenageiam-no como podem, expressando com amor a data festiva. Há outras, contudo, que só se lembram disto no próprio dia e rapidamente distribuem uma ou outra tarefa para líderes e conjuntos, buscando suprir essa demanda inesperada. Há algumas que sequer se lembram de celebrar.
 
Sou pastor. E sei o quanto isso é importante na vida do ministro do evangelho. Não que um pastor busque homenagens; aliás, é melhor que nem as tenha, pois as receberá completas e eternas, no Céu. Pastores que buscam reconhecimento e homenagem na Terra privam-se de seu galardão no Reino de Deus (...para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. (Mt 6:2b)). Contudo, quando as homenagens não são buscadas e aparecem, fruto do reconhecimento de suas próprias igrejas pelo trabalho prestado dia após dia (e isso é bíblico, pois está escrito: Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra. (Rm 13:7)), elas são não apenas lícitas, mas abençoadas, dignas, honrosas e reconfortantes.
 
Gostaria de citar algumas coisas importantes para esse dia. Nunca li nada a respeito e sei que muitos pastores gostariam de dizer isso. Resolvi sintetizar essas observações e compartilhar com todos os que irão homenagear os seus obreiros no próximo domingo ou em outro qualquer:
 
 
1) NÃO CELEBREM UM CULTO ANTROPOCÊNTRICO - Muitas vezes, no afã de homenagear os seus pastores, igrejas tiram o foco de Cristo e enquadram o pastor no centro das honrarias. Isso não é correto. Bons pastores sentem-se constrangidos e desconfortáveis quando isso acontece. O culto deve sempre ser celebrado a Deus e a gratidão sempre deve ser dirigida a Ele. Afinal, o que são pastores senão servos do Supremo Pastor? Todo culto que enaltece ao homem em detrimento de Deus é uma abominação. Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura. (Is 42:8)
 
2) NÃO BAJULEM - Bajulação é dizer um monte de coisas no dia do pastor e nenhuma nos outros dias do ano. Parece que a situação torna-se constrangedora, pois algumas pessoas, que nunca gastaram um minuto orando pelo pastor ou mantendo com ele algum relacionamento intelectual, espiritual ou afetivo, naquele dia apresentam homenagens artificiais. Pastores não gostam disso. É melhor homenageá-los dia após dia com um tratamento cordial, espiritual, elegante, amistoso, do que dizer palavras que não são reais.
 
3) NÃO O PRESENTEIEM SÓ NO DIA DO PASTOR - Há pastores que vivem de forma precária em sua mantença financeira. Conquanto o orçamento da congregação comporte melhorias salariais, muitas vezes para não constranger o rebanho pastores calam-se quanto ao assunto e sofrem as dificuldades de uma prebenda insuficiente: não podem dar conforto à família, nem comprar livros novos, nem usar ternos melhores, nem oferecer uma refeição mais qualificada para a família ou visitas. No dia do pastor recebem uma homenagem desproporcional, fora da realiade, um presente caro demais, que não trará solução aos seus diversos problemas orçamentários. Se a igreja melhorasse as suas condições de vida, de salário, seria um presente muito, muito melhor e mais honesto: um salário mais condizente, um plano de saúde, um seguro de vida e de morte, uma moradia mais confortável, um plano para uma condução mais apropriada etc. Diz a Bíblia: Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplos honorários (dupla honra), principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; (1Tm 5:17)
 
4) NÃO SE ESQUEÇAM DA DATA - Para algumas denominações o segundo domingo de junho é dedicado à celebração do Dia do Pastor; para outras, a data é diferente. Seja em que data for, não esqueçam de celebrá-la. Um pastor não faz tanta questão de celebrar o dia de seu aniversário, ou o dia de sua ordenação ou outra data preciosa, mas ele JAMAIS se esquece do Dia do Pastor, que coroa anualmente a decisão que um dia tomou, em dedicar-se ao sagrado ministério da pregação e dos cuidados com a igreja do Senhor. É claro que ele fará tudo para não demonstrar, mas ficará muito triste se nenhuma lembrança ou alusão for feita (experiência própria). Lembrar-se, dar um abraço, um cartão escrito à mão, uma flor, um bombom, um olhar de gratidão, um café gostoso, tudo isso conta muito e incentiva o obreiro a manter-se fiel ao chamado, entusiasmado com o ministério e reanimado em suas forças.
 
5) NÃO IGNOREM OS PASTORES IDOSOS OU OS EX-PASTORES - Infelizmente os pastores idosos tornam-se esquecidos. Tanto fizeram, tanto lutaram, tanto pregaram, mas, devido à idade e as dificuldades oriundas da passagem do tempo, não estão mais na titularidade das igrejas e nem nos ministérios auxiliares. Às vezes apenas congregam numa igreja média ou grande. No dia do pastor eles simplesmente são omitidos, esquecidos, desprezados. Não tenham dúvidas: eles têm sentimentos, eles sentem dores. Uma igreja que honra os seus velhos pastores demonstra amar ao Senhor e honrá-lo pelos obreiros que Ele separou. Aliás, seria lindo se as igrejas pudessem alistar os pastores anteriores ao atual e dedicar a eles um telefonema, um cartão assinado por toda a igreja, ou, se as condições forem melhores, uma visita de amor, o envio de uma cesta de café ou de uma lembrança. Que alegria sentiriam esses colegas! Soube de uma igreja antiga, que já havia sido pastoreada por vários pastores, que alistou todos os que estavam vivos e enviou-lhes uma telemensagem e um cartão assinado por todos os membros. E um desses pastores, velhinho, mostrou-me com as mãos trêmulas e com lágrimas nos olhos, essa dádiva recebida. Que demonstração de amor!
 
6) HOMENAGEIEM PESSOAL E INSTITUCIONAL - Uma homenagem da igreja a nível institucional é esperada, é bem-vinda, é preciosa e importante. É a maneira coletiva de dizer ao pastor o quanto ele é importante para a sua existência e o seu ministério. Nessa ocasião as palavras são preciosas, as manifestações públicas dos departamentos, os presentes diversos, da diretoria, das crianças, jovens, músicos, ministério educacional etc. Porém há também as homenagens pessoais, tão singelas, tão preciosas, tão importantes. Lembro-me da saudosa irmã Isabel Felix: num dia do pastor, após o culto, ela chamou-me ao canto e entregou-me um sabonete feito sachê, preparado pelas suas mãos octogenárias. Era um sabonete barato, simples, envolto em fitas coloridas e com uma florzinha de tecido em cima. Aquele presente teve um valor tão grande para mim, que 15 anos são passados, a irmã já está com Jesus e eu não me esqueci daquela homenagem.
 
7) OBEDECER É MELHOR DO QUE SACRIFICAR - Infelizmente há igrejas que não se submetem às orientações de seus pastores. Claro, estamos falando daqueles que são bíblicos, não dos que são loucos. Há igrejas que não acatam as suas orientações: jovens rebeldes, que fazem questão de não seguir os seus conselhos; adultos contrários, que não acatam as suas orientações; diretorias que não o respeitam publicamente nas reuniões ou nas assembléias; famílias que nunca lhe dão o reconhecimento necessário (não o convidam senão para crises internas; nos dias de festa o esquecem). Para esse comportamento rotineiro as homenagens no Dia do Pastor não servem para nada, senão para aborrecer o obreiro. Seria melhor para essa igreja fazer um pacto de quebrantamento, buscando atender com maior dedicação, amor, respeito e consideração o seu pastor, tornando-o mais feliz e menos sofredor na rotina do ministério pastoral. Isto seria real, não hipócrita e o pastor entenderia essa homenagem muito mais preciosa do que festejos diversos.
 
8) RECONHEÇA O SEU PASTOR - Muitas vezes o obreiro da igreja é disputado e desejado em outros púlpitos, em congressos, em encontros e as pessoas vêm de longe para ouvi-lo, vê-lo ou estar com ele. Ele é lido e assistido por multidões nas mídias modernas. Em sua igreja local, porém, nos cultos rotineiros, nos cultos no meio de semana, é desprezado. Depois, quando esse obreiro morre ou vai embora e outro surge, começam as comparações e, não raras vezes, a conclusão: éramos ricos, éramos felizes e não sabíamos; tínhamos uma jóia e a desprezamos ... É a mais pura verdade. Já dizia a Bíblia: "Porque Jesus mesmo testificou que um profeta não tem honra na sua própria pátria." (Jo 4:44). Estou cansado de ouvir as mesmas histórias: o nosso velho pastor era maravilhoso... Oras, para quê esperá-lo morrer ou ser levado para outro lugar onde lhe dêm maior valor? Valorizem o obreiro que possuem! Deus os enviou, Deus os mandou, as igrejas convidaram-nos após muita oração. E, se não houver comportamento anti-bíblico em sua vida, devem prestigiá-lo. Se ele lecionar uma matéria, devem participar. Se pregar numa série de conferências, devem fazer-se presentes. Nada anima e alegra mais um pastor do que ver que sua igreja o aprecia, gosta de lhe ouvir, reconhece-o como pregador da Palavra. Um auditório local repleto num culto normal é para o pastor um grande certificado de qualidade. E quando alguém citá-lo num jornal, numa conversa ou igreja, poderão dizer com muita honra: "aquele é o meu pastor".
 
Há muito mais a ser dito mas isso já é o bastante por hoje.
 
FELIZ DIA DOS PASTORES!
 
Wagner Antonio de Araújo


87 - OS MEUS PASTORES
 
Quero render aqui a minha homenagem àqueles que foram meus pastores, homens a quem Deus colocou em meu caminho para me pastorear. Devo a eles a minha base doutrinária, a minha firmeza na fé, a minha paixão pelas almas e o meu amor por Jesus. É claro que primeiro devo a Deus. Mas Deus usa homens. Homens por Ele chamados, vocacionados, enviados e determinados.
 
Meu primeiro pastor: TIMOFEI D1ACOV (1980) - teólogo renomado, homem simples, por onde passava deixava um rastro de esperança. Foi pastor da Igreja Batista em Sumarezinho. O conheci quando tinha 9 anos de idade. Eu ia para a missa, ele para o culto. Às vezes conversávamos. Aos 14 anos fiz uma entrevista a respeito da bíblia e ele me provocou a fome da Palavra de Deus. Eu ainda tenho a tal entrevista gravada. No dia seguinte fui visitar a sua igreja. Foi o dia em que aceitei a Jesus como o meu único e suficiente Salvador! Que dia feliz! Dois meses depois passei pelo meu primeiro vale sombrio, pois o pastor foi embora para o interior do estado, e a igreja ficou um ano sem pastor. Ele me disse, na despedida: "Wagner, fique firme. Um dia você será pastor também. Eu sinto isto ern você.". Obrigado, Pastor Timofei Diacov!
 
Meu segundo pastor: MANOEL WALDEMUR PEREIRA CORRÊA (1982-1984) - brilhante, amigo, fraterno, leal. Teve uma infância sofrida, fruto da idolatria da mãe, que, por uma promessa feita a uma imagem, o criou como menina até os 7 anos e depois fez a alteração. Adolescência e juventude no pecado, Waldemur converteu-se ao Senhor. Estudou muito. Tornou-se artista, tradutor, professor, intérprete, filósofo e tantas outras coisas, perfazendo 19 graus de nível superior. Waldemur foi meu pastor de 1982 a 1984. Em todo o tempo em que fui membro de Sumarezinho, a igreja nunca vivera um período mais próspero e belo do que sob sua direção. Waldemur, conquanto cultíssimo, era simples e imprimia simplicidade e informalidade nos cultos, ao ponto de tornar todos amigos de todos. Lecionou inglês para nós e nos trouxe o Discjpulado Dinâmico. Anos dourados! Waldemur nos deixou em 1984 para dirigir uma casa-lar na ABECAR.  Como sou grato por ter sido ovelha de Waldemur!
 
Meu terceiro pastor: ANTONIO MENDES GONÇALES (1984-1985) - Um administrador nato. Ao chegar em Sumarezinho provocou mudanças profundas e radicais. Homem de visão arrojada, sonhava com um templo melhor centralizado.  O seu exemplo de homem de Deus, brilhante expositor da Bíblia e denotado doutrinador jamais será esquecido por mim. Seu tempo em Sumarezinho foi curto, pois a Primeira Igreja Batista de Atibaia, SP, de onde ele viera, não suportou ficar sem ele. Obrigado, Pastor Mendes, por tudo que o senhor representa para mim!
 
Meu quarto pastor: ALBINO FAUSTINO (1985-1987) -Que coração! Que ternura! Hoje, jubilado na Igreja Batista em Vila Mirante, SP, continua sendo seu pregador oficial. Na época, quando cheguei, ele, pensando que minha ida para lá devia-se a questões financeiras, decidiu, junto com sua esposa, repartir ao meio o seu salário para custear-me na Faculdade Teológica. Emocionei-me diante de tal gesto de amor. Lá em Mirante eu cresci muito espiritualmente, sempre contando com seus sábios conselhos. Quando chamado para outra igreja, o Pr. Albino ficou sentido, mas entendeu que a Obra é de Deus e que o campo é o mundo. O Pr. Albino é um homem inesquecível!
 
Meu quinto pastor: RIVALDO VIEIRA BARRETO (1987-1989) - Um corajoso pastor, que já está na glória celestial, tendo partido em 2000. Conheceu-me no púlpito de sua igreja, quando preguei num congresso de jovens. Como ele tencionava ir com sua empresa para Natal, queria ter alguém à frente do trabalho e simpatizara comigo. Junto com 3 diáconos foi até o meu pastor convidar-me para ser "evangelista" da Igreja Batista de Vila Souza, SP, um cargo que entre nós quase não existe, mas que ele criou para poder levar-me. Lá eu pude ajudar a juventude, vivenciar a experiência de dirigir parcialmente um rebanho do Senhor. Mas sempre contei com o apoio dele nos dois anos que juntos estivemos. Sua simplicidade e seriedade imprimiram em mim e na Igreja Batista de Vila Souza um sentimento de respeito, amor e reconhecimento pelo maravilhoso homem de Deus que ele representou para todos nós. Obrigado, Senhor, por ter-me permitido estar debaixo da autoridade desse teu saudoso servo!
 
Meu sexto e último pastor: BONIFÁCIO FREIRE CAVALCANTI (1990) - Com a saída do Pastor Rivaldo o Pr. Bonifácio foi convidado para assumir o pastorado interino da mesma. Ele celebraria ceias, batismos e casamentos, e eu dirigiria a mesma durante o restante do mês e nas outras atividades. Passamos pouco tempo juntos, ele também um pastor jovem no ministério, apesar de já ser policial aposentado. Saiu de Vila Souza e foi a São José do Rio Preto, onde pastoreia uma igreja batista local até hoje. Contudo, jamais me esquecerei das nossas longas conversas amistosas, cristãs, momentos extremamente edificantes que pudemos desfrutar em Vila Souza. Eu o admiro muito. Obrigado. Pastor Bonifácio!
 
Senhor, obrigado pelos pastores que colocastes em meu caminho, homens segundo o Teu coração! Que eu sempre saiba ser grato a Ti por eles. Que eu saiba expressar o meu amor e reconhecimento por tudo o que fizeram por mim. Obrigado, Senhor!
 
Hebreus 13.7: "Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos falaram a palavra de Deus, c, atentando para o êxito da sua carreira, imitai-lhes a fé."
 
junho de 2001
 
Wagner Antonio de Araújo

88 - REFLEXÕES SOBRE O ESCREVER
07/06/2013
 
Escrever por escrever é fácil. Escrever o que sente é difícil. Difícil porque nem sempre o sentimento ajuda; difícil porque nem sempre é possível escrever o que se sente.
 
Escrever é uma febre, é uma respiração, é um vício. O texto surge lá no canto do cérebro, atira-se feito uma bala de canhão, arromba a fronte da testa, apossa-se da mão e diz: "ei, escritor, o que está esperando? Eu quero nascer!" Às vezes ele nos pega desprevenidos: estamos dormindo, ou no carro, ou no banho, ou em qualquer outra atividade. Ele chega a nos levantar na madrugada, exigindo providências!
 
O escritor gosta de leitores. Para os que publicam em papel, a venda de seus textos constitui no seu grande prêmio: muita gente deve estar lendo o que escreveu. Para quem publica em blogs ou internet, o número de visitas conta bastante. Mas o que realmente incomoda o escritor é quando seu texto não provoca qualquer tipo de reação, nem tampouco sintomas de que foram recebidos e, quem sabe, lidos. Isso tira do autor a febre da caneta. Quando um novo texto surgir e exigir atenção o autor responderá: "ah, pobre texto, fadado à marginalidade das letras, para quê nascer se não há quem te leia? Aquieta-te na mente porque somente eu por ti me interesso..." Ah, quantos textos morrem de aborto pelo simples fato do autor estar cansado do silêncio!
 
Há textos que adquirem vida própria. Eles se tornam maiores de idade e donos de uma personalidade própria. Quando têm personagens, esses parecem sobreviver ao autor. Suas estórias, seus contos, suas fantasias difundem-se de forma impressionante, tornando-se mais conhecidos que o próprio autor. Hoje, com o império das mídias de computador os textos se tornam febres de repente: textos escritos há anos são transmitidos aos milhares da noite para o dia e sem explicação alguma!
 
Textos têm alma. Seu sopro vem do coração e da mente do autor. Alguns fazem chorar. Até o autor vai às lágrimas. Outros fazem rir. Uns irritam. Outros dão sono. Alguns causam contrição, levam a mensagem divina; outros, trazem tranquilidade, lazer e informação. Uns têm cores: são azuis da cor do mar; outros são amarelos como a morte; há textos verdes como as campinas, vermelhos como o rosto enrubecido da mulher; outros são brancos de pureza ou beges de juventude. Os textos são substantivos próprios, não apenas comuns. Em minha carreira de letras tenho textos que foram na minha frente. Outros, coitados, lutam para não serem apagados dos arquivos ou das páginas dos livros!
 
Mas escrever é uma necessidade e seguiremos a pensar com letras. Um pensamento registrado corre o risco de se imortalizar. Por isso, por que deixá-los esquecidos?
 
Viva a página escrita!
 
Wagner Antonio de Araújo,
aprendiz de escritor
 

89 - VI VOCÊ NO OBITUÁRIO...
 
Hoje vi o meu amigo Pastor Rivas Bretones com uma página inteira no obituário de O Jornal Batista. Seu escritor citou fatos, enalteceu virtudes, contou algumas peculiaridades. É o protocolo do "arquivo morto", quando os nossos irmãos transferem-se daqui para o Reino dos Céus. Tiro o chapéu para o escritor.
 
Fiquei pensando. Será que o Pastor Rivas Bretones gozou algum dia de uma página inteira em O Jornal Batista? Será que alguma revista, periódico, noticioso denominacional ou evangélico algum dia dedicou a ele alguma página inteira? Tenho certeza que não. Não tiro o chapéu para a nossa prática social, de gastar uma página inteira somente depois que os nossos queridos se vão.
 
Aliás, não apenas o Pastor Rivas, mas quase todo mundo só ganha destaque num jornal ou publicação de página inteira quando já não está mais aqui para ver. Lindas homenagens, gloriosas lembranças, mas já não valem de nada para o homenageado.
 
Que mundo medíocre o nosso! Que atitude mesquinha temos! Convivemos anos e anos com os nossos amados líderes e somente depois que morrem é que os destacamos, que comentamos seus feitos, que mostramos seus retratos, que divulgamos suas virtudes! Falo isso da grande mídia, pois à nível local ou regional é possível que uma ou outra homenagem aconteça.
 
Não quero ver ou ler sobre os meus amigos apenas no obituário. Quero falar deles enquanto estão vivos, enquanto podem me ouvir, me escutar! Quero levar flores enquanto podem cheirá-las, quero homenageá-los enquanto podem interagir, receber, agradecer! Como diria a inesquecível e também saudosa Myrthes Mathias, "Se queres dar-me uma flor, faze-o agora!" Não as levarei na sepultura. As flores que dei para a minha mãe dei-as em vida. Hoje ela não precisa mais delas, pois as tem todas, em abundância de espécies, junto de Jesus!
 
Não esperei que Josué Nunes de Lima ou Rivas Bretones partissem para tecer elogios e enaltecer os seus trabalhos. Não espero que os meus amigos sejam uma página amarelada pelo tempo para honrar suas virtudes e falar de seus ministérios. As dádivas que quero dar não as entregarei na sepultura deles.
 
E por que digo isso? Porque me enoja a filosofia humana de esperar a morte para homenagear o virtuoso. É claro, citei o meu amigo porque foi o que acabei de ver, mas isso acontece dia após dia, jornal após jornal, situação após situação. A gratidão que não expressamos aos nossos queridos quando vivos nunca mais poderá ser expressa em sua inteireza. Prefiro comer um pão doce com o meu amigo em vida do que dar-lhe flores na sepultura depois de morto.
 
Irmãos, que isto sirva aos filhos. Que não esperem seus pais gelarem num caixão para lembrarem do que foram em suas vidas. Honrem o pai e a mãe enquanto vivos. Não permitam que eles morram em asilos por falta de cuidados nossos. Honrem seus amigos, expressem o carinho e o amor. Presenteiem e homenageiem de forma singela a quem desejarem, mas façam isso agora. Não esperem sua morte ou o próximo obituário disponível. Não homenageiem seus pastores com placas metálicas comemorativas apenas, mas façam isso hoje, onde eles estiverem, de forma real, calorosa, afetiva e agradecida.
 
Que Deus abençoe os nossos pastores, amigos, parentes e conhecidos vivos e que sejamos para eles não um obituário em preparação, mas aqueles que sabem homenageá-los condignamente enquanto vivos.
 
Wagner Antonio de Araújo,
que jamais se esqueceu de Rivas Bretones, amigo do coração.
bnovas@uol.com.br
 


90 - ESTAMOS NO FIM DOS TEMPOS

10 de junho de 2013
 
Há muito tempo a ESCATOLOGIA (estudo das últimas coisas, na Bíblia) era tema para um futuro distante, longínquo, inimaginável. Era tido como sinal da chegada da "GRANDE TRIBULAÇÃO", sintoma de um iminente "ARREBATAMENTO DA IGREJA", profecias concercentes à "PAROUSIA" (do grego PRESENÇA, aludindo ao retorno do Senhor).
 
Tais sinais sempre existiram A NÍVEL LOCAL, alguns com maior evidência do que outros. Agora, entretanto, não apenas por causa da comunicação instantânea, mas talvez decorrente da propagação que isso cause, são sintomas GLOBAIS, UNIVERSAIS, IRREVERSÍVEIS, demonstrando de forma cabal o provável caos desta civilização do modo como a conhecemos. Para quem não crê no Senhor, a humanidade está a se autodestruir; para quem crê, os sinais são os do Dia do Juízo Final e seus precedentes acontecimentos.
 
À guisa de informação, vejam as manchetes de hoje (10 de maio de 2013):
1) Uma escola particular paulista fecha por causa do SAIAÇO (meninos de saia a protestar por causa de preconceito na sexualidade)
2) Empresa de aves compra outra e se torna a MAIOR FORNECEDORA DE AVES DO MUNDO
3) Emissão de gás carbônico é a maior da história neste ano
4) Preso suspeito de matar o próprio filho
5) Polonesa deseja ter relações imorais com cem mil homens e recebe patrocínio
6) Grupos luteranos e presbiterianos nos Estados Unidos aprovam liderança ministerial gay
 
 
Por que afirmo que não se trata mais de ESCATOLOGIA FUTURISTA, mas de ESCATOLOGIA EM FLAGRANTE CUMPRIMENTO?
 
Vejamos:
 
1. "O AMOR DE MUITOS SE ESFRIARÁ" (Mateus 24.12). Numa estrada os motoristas não sinalizam na passagem dos carros; cada um busca o seu espaço, independentemente de colocar em risco a vida do próximo. O desejo de subir de posição no trabalho impõe a lei da selva, fazendo dos mais fortes os predadores dos mais fracos. Pais idosos são estorvos e devem ir para o depósito humano chamado asilo. Velhos são meros custos e deveriam ser ajudados a morrer rapidamente. Professores não são respeitados em sala de aula. Adolescentes e jovens criminosos matam sem rancor ou trauma. Maridos traem esposas e vice-versa. Amigos esquecem de seus benfeitores e membros de igreja não se submetem a qualquer autoridade, criando novas igrejas antinomistas. Não é isso evidente sintoma de esfriamento de amor?
 
2. FILHOS QUE MATAM PAIS - "E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai ao filho; e levantar-se-ão os filhos contra os pais, e os farão morrer." (Mc 13:12). Tornou-se comum matar os pais ou os familiares. Os motivos são vários: vingança, crimes pacionais (triângulos amorosos), indenizações por seguradoras, efeito de drogas, "queima de arquivo", insubordinação, disputa de poder etc. Isso existiu antes a nível local, nas disputas da nobreza pelos cargos imperiais ou de exércitos em litígio. Hoje, entretanto, a prática é desenfreada e deixa perplexa a sociedade mundial. Não há segurança alguma de que um filho não vá matar um pai num "momento de fraqueza".
 
3. O HEDONISMO COMO VIRTUDE E FILOSOFIA DE VIDA - "Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos. (Lc 17:27). Hedonismo em filosofia significa "a busca desenfreada do prazer". Vivemos tempos em que o prazer ocupa todo o interesse da mídia, dos governos, das igrejas e da educação. Na mídia: façamos um cálculo do conteúdo dos jornais, das páginas noticiosas e dos noticiários de TV e programações disponíveis: mais de 70% da temática gira em torno de sexo, compras, viagens, banalidades, músicas de agitação, culinária exótica, pesca esportiva, esportes caríssmos e alienantes etc. O gasto das verbas governamentais: sob o pretexto da criação de empregos o dinheiro, que deveria ser gasto em saneamento, segurança, educação, é consumido em espetáculos de entretenimento, construção de estádios, pagamento de shows, produção de cartilhas favorecendo grupos de extermínio da moral e da familia, eventos religiosos de consumo etc. As igrejas não ficam distantes disso: avaliam seu público pela receita financeira levantada; preparam estratégias para aglutinar gente, aparecer na mídia, realizar grandes eventos, shows, congressos para vender bugigangas e quinquilharias, testemunhos caríssmos para lotar congregações; realizar cursos de líderes para formar novos nomes bons de venda etc. Na área da educação: ao invés de equipar escolas com professores bem pagos e de sólida formação, estão ocupados demais com a produção de cartilhas para orientar gays, lutas racistas em busca de quotas, mobilização para idéias massificantes de mudanças sociais, criação de grupos de dança, de jogos, de divertimentos; transformando aprendizes em ditadores das regras intentadas a toda hora, chamando isso de democracia e direito.
 
4 - LIDERANÇA DESQUALIFICADA: "E dar-lhes-ei meninos por príncipes, e crianças governarão sobre eles." (Is 3:4). Um império global domina a filosofia, a mídia, a economia; enquanto isso, nos governos mundiais, não há um único estadista de fibra, de valores, de conteúdo, de liderança equilibrada e capacitada. Quem vê a direção dos Estados Unidos, dos países europeus, da América Latina ou dos governos internos no Brasil não encontra sequer um líder qualificado por virtudes, apenas por votos, partidos sem ideologia alguma senão a do poder e do dinheiro, líderes que não possuem valores próprios, guiados pelos próprios interesses, pelo próprio bolso, pelo pragmatismo maldito do "não importam os meios, importam os fins", e estes sempre são os de satisfazer a esse poder oculto que domina a sociedade global, que paga altos valores aos seus vassalos governadores. Foi-se há muito o tempo em que governantes se vestiam bem, falavam corretamente, tinham valores familiares, eram honestos, íntegros e justos, tinham ideologias e viviam pelo povo.
 
5 - SENTAR-SE NO TRONO DE DEUS: Filho do homem, dize ao príncipe de Tiro: Assim diz o Senhor Deus: Porquanto o teu coração se elevou e disseste: Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me assento no meio dos mares; e não passas de homem, e não és Deus, ainda que estimas o teu coração como se fora o coração de Deus; (Ez 28:2); Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda; (Mt 24:15) - O homem assentou-se no lugar de Deus. Por trás dele está Satanás, que busca usurpar o lugar do Criador. E de que forma?
 
a) MUDANDO A CRIAÇÃO DIVINA - Deus, que criou MACHO E FÊMEA está sendo questionado e sua criação está se rebelando, dizendo que HOMEM ou MULHER é um mero conceito ideológico, não biológico ou anatômico. Assim, crianças estão escolhendo se o seu órgão genital é válido ou não.
 
b) CRIANDO NOVAS ESPÉCIES - As criadas por Deus não são suficientes ou perfeitas. Assim, empresas do mundo brincam de genética, misturando genes de espécies diferentes, criando virus de destruição em massa, misturando animais, fazendo clones, organismos híbridos e, quem sabe, tirando da mulher a maternidade, inventando um ventre dentro do corpo masculino.
 
c) OUSANDO CONTRA A FAMÍLIA - O Criador estabeleceu ADÃO E EVA, não ADÃO E IVO, nem IVA E EVA. Mas a nossa socidade ultrapassa qualquer estrutura indígena de sociologia ou pensamento primitivo de sociedade e busca impor um conceito de que não há sentido na família nuclear e heterogênea. Seus sacerdotes que possuem cargos públicos legislam com violência e rapidez para destruir o papel da paternidade, da maternidade, da autoridade familiar e do direito das crianças em possuir uma família original para criá-las.
 
d) BUSCANDO A FÓRMULA DA ETERNIDADE - Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. (Gn 3:5) - O homem busca o Éden perdido, mas sem passar pelo Criador dele. O homem quer um Paraíso sem Deus, preconizado por John Lenon em sua maldita canção "IMAGINE". É justamente por isso que paga fortunas inimagináveis em pesquisas para rejuvenescimento, para  transferência do cérebro para corpos feitos em laboratório, ou que trafica órgãos humanos de pobres e indefesos seres caçados na África ou na América Latina, extraindo seus órgãos vitais (rins, coração, intestinos, fígado, estômago, medula etc), injetando-os nos que podem pagar pelas conquistas. O homem quer ser Deus. Alguns famosos mandaram congelar seus corpos, crendo que assim preservariam o fôlego de vida para um tempo onde a medicina poderia curar os seus cancros. Outros submetem-se a técnicas que sequer imaginamos! E enquanto isso os seus cientistas anti-divinos continuam na busca pela partícula divina nada sobrenatural.
 
6 - TROCAR OS MINISTROS DO EVANGELHO PELOS MINISTROS DO INFERNO - Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras. (2Co 11:15); Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. (2Co 11:13). Um grupo de falsos pastores dominou os seminários de grande parte das denominações cristãs e impôs um outro evangelho, um outro reino, uma outra eclesiologia, uma outra pneumatologia, uma outra ética e um outro poder.
 
 Resultou disso que:
 
1) Igrejas hoje estão quase todas iguais em seu formato litúrgico (mesmas baladas, mesmos urros, mesmo emocionalismo, mesmos shows)
 
2) Igrejas tornaram-se casa de espetáculos, com palco, luzes, dançarinas, coreógrafos, músicos profissionais e preletores de auto-ajuda
 
3) Igrejas perderam a característica de casa de adoração, transformando-se em centro de aquisição de bênçãos, confraria de compadres e clube de entretenimento
 
4) Igrejas transformaram-se em indústria pasteurizada de adeptos ou sócios em pirâmides de poder, de sucesso e de ministérios
 
5) Igrejas perderam seus conceitos e códigos de ética, suas declarações de fé ou seus pudores e hoje podem fazer de tudo, menos proclamar um reino no porvir, pois não crêem nele.
 
6) Igrejas tornaram-se braços de redes de obreiros fraudulentos na venda de produtos e no estabelecimento de impérios pessoais.
 
7) Igrejas viraram capachos de partidos políticos.
 
Tudo isso porque os seus pastores atualmente:
 
a) Não crêem na inerrância das Escrituras Sagradas
 
b) Não fazem acepção entre o sacro e o profano
 
c) Não se submetem à Palavra de Deus e à declaração doutrinária de sua fé
 
d) Não têm preparação espiritual para o exercício do ministério
 
e) Não conhecem o Deus que perdoa pecados pois nem crêem mais em pecados
 
f) Aceitam religiões outras pois crêem que "Deus é um só, independente do lado da janela em que se olhe").
 
g) Não crêem na volta do Senhor, nem no seu nascimento virginal e nem em sua ressurreição dentre os mortos
 
h) Não temem mudar padrões, liturgias, moral ou costumes
 
i) Aceitam o homossexualismo, admitem o aborto, compartilham o púlpito com qualquer incrédulo e trocam de ministérios como se troca de roupa.
 
 
7 - SINAIS NO CÉU E NA TERRA - E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas. (Lc 21:25) - As catástrofes sempre existiram em nosso planeta; não são um fenômeno contemporâneo. Porém, por causa do desgaste da ecologia, da superpopulação, da tecnologia de comunicação e dos estragos causados, nunca houve em toda a história um tempo em que se provocassem tantos fenômenos ao mesmo tempo (terremotos, maremotos, tsunamis, enchentes avassaladoras, secas intermináveis, destruição de áreas inteiras,tornados, chuvas ácidas etc). O ser humano está provocando o próprio vômito ecológico do planeta e o custo está se mostrando elevado demais para os seus recursos. A propagação de virus de laboratório, as doenças estranhas e novas, a poluição com armas químicas, o desmatamento e todos os estragos provocam fenômenos de porte cada vez maior. Por outro lado, no mundo sideral é clara a evidência de que coisas muito estranhas ajuntam-se no céu, somando-se aos nossos estragos: meteoros e meteoritos, buracos negros, tempestades solares e objetos estranhos sendo filmados em nossa estrela, aparição de OVNIS, UFOS e outras coisas etc.
 
Essa lista poderia seguir-se à exaustão. Mas ela é bastante longa para demonstrar, ao menos para alguns, que não estamos tratando de ESCATOLOGIA FUTURISTA, mas de PROFECIAS EM PLENO CUMPRIMENTO. Os dias do fim estão presentes, não sabemos se logo em seu início, em seu meio ou em seu fim, pois os desdobramentos e o tempo que levarão só o Senhor sabe e conhece.
 
Uma realidade deve ser dita: ainda há SETE MIL JOELHOS que não se dobraram a Baal, ou seja, ainda há fiéis neste mundo, que detém o apodrecimento maciço desta sociedade. Eles AINDA ESTÃO AQUI, em pequeno número e diminuindo dia após dia.
 
São os crentes leais, fiéis às Escrituras Sagradas, simples e muitas vezes desconhecidos da mídia em geral, mas muito bem conhecidos pelo Céu. São pequenas ou grandes igrejas com pastores que ainda crêem na Bíblia e buscam ser fiéis ao Senhor. São testemunhas do Senhor Jesus Cristo, indo por todo o mundo, falando do amor e da justiça de Deus em todas as nações. Eles não estão alinhados com o falso evangelho. Na verdade muitos deles estão sendo marginalizados ou excluídos de suas igrejas, pois elas, que toleram tudo o que não presta, sob o pretexto de DEMOCRACIA, não podem permitir crentes verdadeiros a impedir o avanço da apostasia. Assim, esses crentes continuam sendo perseguidos, uns mais, outros menos.
 
Que o Espírito Santo nos encontre fiéis, no meio da multidão, agindo como sal da terra e luz do mundo, como verdadeiros representantes de Cristo num mundo perdido e decadente. Quando Senhor voltar, que nos encontre servindo com fidelidade.
 
Não esmoreçamos!
 
O FIM ESTÁ CHEGANDO!
 
MARANATA ! ORA VEM, SENHOR JESUS!
 
Wagner Antonio de Araújo



91 - CORAGEM

Quando eu era pequeno meu pai não era cristão. Apesar de ser um honrado pai de família, supridor de todas as nossas necessidades materiais, a quem sou e serei perpetuamente agradecido, ele não tinha muito tato para tratar com seus filhos.

 

Todas as noites, antes de dormir, meu pai me obrigava a pedir "perdão e bênção". Eu peço a bênção e ensino os jovens a fazê-lo, também peço perdão pelas coisas erradas que eventualmente venha a fazer; mas aquilo já era demais: eu tinha que ajoelhar-me, implorar, e, se eu ameaçasse sair da sala ou do quarto dele, levava um tapa na orelha, um puxão de orelhas ou mesmo uma surra. Desconheço dias, quando pequeno, em que deitei sem derramar algumas lágrimas de tristeza e aflição, para dormir.

 

Como sói acontecer, isso causou-me problemas imensos: meu comportamento escolar sempre foi tímido e defensivo, sem me expor, amedrontado de tudo e de todos. Fugia das brigas, pagava para não ter desentendimentos com ninguém, pois já vivia de forma difícil em meu lar.

 

Lembro-me do trauma que tenho até hoje de bola de futebol. Estávamos na roça. Meu pai estava no bar, "jogando conversa fora" com seus amigos de infância. No campinho de várzea, os filhos deles, contemporâneos meus, estavam jogando uma pelada (jogo de futebol). O campo estava cheio de lama, resultante da chuva que caíra uma hora antes. Eu não sabia jogar bola, pois meu pai, além de não jogar, me proibia de estar com outros garotos da rua. Vivia trancado em casa. Assim, jogar bola não era comigo.

 

Então, no bar, surgiu a conversa sobre a virilidade dos garotos. Os amigos do meu pai gabavam-se dos filhos que se chutavam lá no campo, imundos na lama. Meu pai, que não queria ficar para trás, chamou-me dizendo: "- Vá jogar bola já!". "Mas, papai, o senhor disse que isso é coisa pra marginais, eu nunca joguei!" Meu pai deu-me um tapa no rosto e gritou: "Cala a boca, vá jogar bola, senão eu quebro você aqui mesmo!"

 

Chorando e tremendo, eu fui para o campinho. Os garotos, rindo, receberam-me no time sem-camisas. Meu Deus, que dia infeliz! Eu não sabia chutar, não sabia passar, não sabia driblar, não sabia absolutamente nada! Quando a bola chegava, eu me desesperava. Como eu só fazia coisas erradas, apanhei como um cão viralatas naquele campo. Rolei na lama, fui xingado, agredido, foram os 20 piores minutos da minha infância (tinha 9 anos). Quando terminou, o meu pai foi até o campinho, e, na frente dos outros garotos, surrou-me como nunca, pois os comentários eram que eu não passava de um perneta.

 

Cresci. Aos quatorze anos entreguei a minha vida para Cristo! Como diz o hino do Cantor Cristão, "Ditoso o dia em que aceitei do meu Senhor a Salvação! A grande paz que eu alcancei perdura no meu coração". Tudo mudou. A covardia oriunda de uma criação acuada e violenta transformou-se em coragem para servir a Deus e enfrentar a vida, pois o nosso Salvador é capaz de transformar tragédias em vitórias, tristezas em alegrias, problemas em soluções, solidão em companhia, perdição em salvação. Com Cristo tudo mudou para mim! Deus transformou-me numa nova criatura, usando as coisas que me aconteceram como base na formação do meu caráter. Como sou grato a Deus! Como bendigo ao Senhor por tudo que já me aconteceu nesses 36 anos de existência! Como agradeço a Deus também pelo meu pai, de saudosa memória, ele, que já está com Jesus, pois morreu regenerado por Cristo! Aleluia!

 

Tu és fiel, Senhor, Tu és fiel, Senhor

Dia após dia, com bênçãos sem fim!

Tua mercê me sustenta e me guarda!

Tu és fiel, Senhor, fiel a mim!

 

Aprendi a ter coragem.

 

Coragem para enfrentar as limitações. Não serei nunca o melhor, mas não precisarei ser o pior. Posso melhorar. Posso enfrentar as minhas limitações e procurar superar as dificuldades. Não preciso ter vergonha de dizer "não sei"! Mas posso muito bem querer saber e buscar aprender! Contento-me com as coisas pequenas! E o melhor lugar para mim é o centro da vontade de Deus.

 

Coragem para assumir as coisas que digo. Enquanto muitas pessoas são covardes, escondendo-se atrás dos que vão à frente, vão à luta, que assumem posições e colocam a cabeça a prêmio, o meu sofrimento deu-me base para nunca mais, em tempo algum, ter medo de ser quem sou, de assumir uma postura, assumir um parecer, colocar com educação a minha opinião. Ter coragem não significa ser mal educado, mas ter a educação de dizer sim para algumas coisas e não para outras. Ter coragem é não ser morno, indefinido, mas ter identidade daquilo que se crê, daquilo que se ensina, daquilo que se vive. E essa coragem eu sempre quero ter, na graça e misericórdia do Senhor.

 

Coragem para pedir perdão e dizer "eu estava errado; me perdoe". Durante um tempo deixei de pedir perdão ou desculpas, pelo excesso de pedidos que fizera no tempo de criança (era o que eu pensava). Contudo, quando aceitei a Cristo, o Espírito Santo tornou-me alguém que valoriza o bom relacionamento com o próximo e a comunhão com o Senhor. Diz a bíblia que, no possível, eu deveria ter paz com todos os homens. Também diz que, se eu for ofertar no altar do Senhor, e perceber que meu irmão tem algo contra mim, deverei deixar a oferta no altar e buscar a reconciliação. Errei? Assumo o meu erro e peço perdão. É vergonhoso? Não, é "dignificante"! É melhor dizer "errei", do que manter um erro até o fim, destruindo a possibilidade de consertar uma situação. A humildade é uma chave que abre as portas mais difíceis!

 

Coragem para trabalhar. A vida não foi feita para a preguiça, para a contemplação, para a inatividade. Há muito o que fazer. Somente com o trabalho digno, trabalho honrado, é que podemos construir algo duradouro. E Deus tem sido tão bondoso para conosco, dando-nos um corpo perfeito e oportunidades de progresso! Há tantos que têm muito menos do que nós, e são produtivos e felizes!

 

Coragem para morrer. Se alguém não sabe viver, também não saberá morrer. Temos que estar preparados para a morte. Cristo nos prometeu vida eterna, prometeu-nos uma morada no Céu, garantiu-nos o perdão dos pecados. É imprescindível estarmos prontos para a morte. É claro, ninguém fica aguardando a morte, como um louco. Contudo, se ela chegar, deveremos acolhê-la com resignação, entregando a Deus o nosso espírito.

 

Nestes últimos dias, como resultado de uma das crônicas de dezembro, tenho recebido e-mails maravilhosos, de congratulações. A esses eu agradeço. Também tenho recebido mensagens de discordância, às quais eu também agradeço. Mas aos caluniadores e difamadores, aqueles que dizem inverdades da forma mais dura que se possa imaginar, eu respondo com toda a firmeza aquilo que creio, para que possam saber que em Cristo Jesus somos feitos soldados do Senhor, corajosos pela fé, como diz o conhecidíssimo hino presbiteriano: "Corajosos, pois, de tudo o defendei, marchando para os Céus".

 

Finalizando, é preciso também coragem para seguir avante em Cristo. Muitas vezes o cansaço do caminho, as tentações do deserto e as vicissitudes do coração nos levam a titubear. Mas, quando as nossas forças estão para se esgotar, o Senhor vem até o nosso coração, nos dizendo: "Não temas, que eu sou contigo; não te assombres, que eu te ajudo". Aleluia!

 

Se o fardo é pesado, Deus dá maior graça,

Maior fortaleza se é grande o labor!

Se a prova é mais dura, maior o consolo,

Mais quentes as chamas, mais perto o Senhor!

 

Amor sem limites, poder sem fronteiras

E graça infinita e inefável tem Deus!

E desses tesouros guardados em Cristo,

Dá sempre, dá sempre a todos os Seus!

 

E quando os recursos em nós se esgotarem,

E a força faltar-nos pra mais suportar,

As fontes eternas da graça divina

Terão começado somente a jorrar!

 

Pr. Wagner Antonio de Araújo, 2001

 


 

 

92 - É MAIS FÁCIL ASSIM ...

 

 

Tarde quente de inverno, destas que fazem arder a saudade do verão. Para não ficar em casa, resolvi passear na Lapa, aproveitando o ensejo de comprar alimento para o canarinho.

 

Como o comércio já fechara as portas, a única alternativa era o mercado municipal, que aos sábados atende até o crepúsculo.

 

Naturalmente tudo é espetáculo num passeio destes, principalmente quando se vai decidido a não gastar nada além do que se pretende comprar. Por ali tudo é interessante: lojas de biscoitos, chocolates, sacolas, produtos agrícolas, carne seca, pastelarias, etc. Se o desejo superasse a situação econômica e a razão, compraríamos tudo!

 

Como eram poucas as lojas que vendiam pássaros, procurei a mais próxima de onde meu carro estava estacionado. Que gostoso é admirar os pássaros! Periquitos australianos, canários, bigodinhos, patos, gansos, frangos, codornas... Codornas? Sim, olhem aquelas codornas, quantas amontoadas! Todas de fisionomias idênticas, do mesmo tamanho, com as mesmas cores nos olhos... Mas, esperem... e aquela alí? Coitadinha! Uma das codorninhas estava com os olhos doentes, profundamente inchados e fechados. Que tristeza... Mesmo doentinha, tentava à todo custo alimentar-se no cochinho coletivo. Dava pena de ver.

 

Pensei: "Certamente o criador dos pássaros não percebeu o estado da pobrezinha; senão teria dado algum remédio ou encaminhado para algum veterinário. Bem, se o problema é este, vou chamar o responsável". E foi o que eu fiz.

 

- “Moço, por gentileza!"

 

- “Pois não?”

 

- “Você viu o estado da pobre criatura alí no viveiro?" Apontei-lhe o viveiro de codornas. "A pobrezinha não está nem podendo enxergar. Dê só uma olhada”.

 

O rapaz, muito prestativo, abriu o viveiro. Naquele instante até senti uma profunda realização pessoal. Imaginei até a codorninha piando como forma de agradecimento. Já imaginei o papai "codorno" e a mamãe "codorna", olhando para mim, a pensar em quanto eram agradecidos pela ajuda prestada ao filhotinho... Quanta fantasia... Porém, ao pegá-la, o rapaz, com um rosto malicioso, foi dizendo:

 

- “É, amigo, essa está doente mesmo. Não tem jeito.

 

E imediatamente, sem que eu pudesse intervir, colocou a codorna em cima da boca do latão de lixo, puxou-lhe o pescoço e atirou-a nos detritos.

 

Que crueldade, Senhor! Quanta maldade existe no coração humano! O bichinho revolvia-se por entre seu próprio sangue... Aquele fora o tratamento mais fácil encontrado pelo vendedor. Com este remédio a pobre infeliz nunca mais daria trabalho.

 

Aquilo chocou-me profundamente. Cheguei a sentir-me culpado pela tragédia. Verifiquei, porém, pelo número de cadáveres no lixo, que tal tratamento era comum naquele estabelecimento...

 

Pensei no Reino de Deus.

 

Não estaríamos nós, na qualidade de Igreja de Cristo, fazendo o mesmo com as “ovelhas doentes”, os irmãos que pecam e se afastam do aprisco divino?

 

Qual tem sido a nossa atitude ao vermos o fraco, o doente,  o desanimado, o desiludido, o caído nos vícios, o comprometido com o mundo? Oramos? Ajudamos? Orientamos? Sofremos? Exortamos? Admoestamos? Disciplinamos em amor? Não, nada disso nos passa à mente ou à mão para fazermos. Nós apenas os excluímos. Sim, nós os expulsamos. Seus olhos espirituais estão enfermos porque não têm se valido  do “colírio” da graça de Cristo (Apocalipse 3.18), estão inchados pelas graves infecções de sua alma pecadora (I Co 11.36); estão fechados sem contemplarem a glória de Deus. Ao invés de tratarmos destes doentes na fé, curando as suas enfermidades (ou ao menos fazendo de tudo para isto), achamos mais fácil amputá-los do Corpo de Cristo pura e simplesmente. Puxamos-lhes os pescoços, jogando-os fora, deixando-os à mercê de Satanás, no lixo do desamparo deste mundo.

 

Não falo dos falsos crentes, daqueles que entram sorrateiramente nas igrejas, sem conversão genuína, e passam a ser tal qual joio no meio do trigo. Não, não falo desses infelizes. Não falo de pessoas rebeldes, malignas, que não se submetem às autoridades. Não falo de gente das trevas, que não conhece a graça do Senhor. Uma igreja sabe quando estamos diante de um irmão em crise ou de um falso crente. Há frutos, há sintomas, e um pastor tem que ter o discernimento divino para avaliar cada caso.

 

Eu falo de irmãos doentes, que caíram em ciladas, que foram pelo caminho tortuoso do pecado, do vício, da desonestidade, da imoralidade, e agora estão numa cela, num beco sem saída, com vergonha de congregar, mas completamente infelizes no que fazem, com nojo do mundo e de seus prazeres. Eles não são do mundo! Sim, falo daqueles que estão precisando de cuidados, que querem ser cuidados. Muitos tentam o suicídio, tornam-se mundanos inverterados, infelizes, arruinados, fracassados, e jamais encontram nem a felicidade nem o caminho de volta.

 

Tiago diz que aquele que tirar um pecador do pecado, aquele que "convertê-lo" terá coberto uma multidão de pecados. E que privilégio é ajudar quem precisa de ajuda!

 

Espero que todos nós, servos de Deus e membros das igrejas, sejamos mais dóceis com os crentes que precisam de ajuda, estendendo-lhes a mão, sem fraquejar na correção. Uma disciplina bíblica não amputa o pescoço, matando a pessoa, mas tira-o de lado, para que sinta falta da Casa do Senhor, da comunhão dos santos, da graça de Jesus, do poder do Espírito Santo. Os que são de Deus sentirão a falta e, à semelhança do Filho Pródigo, não resistirão por muito tempo comendo as bolotas de porcos. Voltarão para os braços do Pai!

 

Sejamos os agentes da restauração dos que precisam.

 

Pr. Wagner Antonio de Araújo, 2001

Igreja Batista Boas Novas, Osasco, SP

 


 

 

93 - OS QUE CONFIAM NO SENHOR

 

O versículo primeiro do Salmo 125 diz:  “Os que confiam no Senhor são como o Monte de Sião, que não se abala, mas permanece firme para sempre”.

 

 Dias atrás assisti a um documentário americano. Nele eram explicados os fenômenos decorrentes da força dos furacões. Sua passagem destrói casas, sítios, clubes, enfim, cidades inteiras. Porém, algo impressionante às vezes acontece: em meio a tanta destruição, uma ou outra construção permanece intacta, sem ser atingida pela fúria do vento. Ao redor tudo é tragédia: teto, paredes, árvores, tudo destruído, desarraigado. Mas a casa poupada está em pé, sem um único problema. Até os papéis soltos em cima da mesa continuam no lugar. Algo impressionante!

 

 O texto citado acima nos fala de algo semelhante àqueles que decidem voluntariamente confiar em Deus.

 

 Ele diz: “Os que confiam”. Confiar é acreditar realmente. Confiar é crer sem duvidar. A firmeza não está para os que duvidam, para os que não têm muita certeza. Confiar é entregar a chave, é sair de casa e ficar descansado, certo de que a deixou em boas mãos. Confiar é sentar-se no banco do passageiro e confiar no motorista. Confiar é convidar alguém para falar à família e ter certeza de que só coisas úteis e cristãs serão abordadas. Confiar é, na expressão popular, “colocar a mão no fogo”. A promessa do versículo é que os que confiam não serão abalados. Mas só os que confiam.

 

 O texto continua, dizendo: “Os que confiam no Senhor”. Não é uma confiança  banal, cega, em qualquer coisa. A firmeza é para aquele cuja confiança está depositada em Deus. Sim, no Criador, no mantenedor de todo o universo, nAquele que conhece todas as coisas e é capaz de manter tudo sob Seu controle. Não se entrega uma oficina mecânica à um bebê de dois anos, ou uma  cirurgia a um estudante de primeiro ano de economia. Não se dá um avião na mão de um piloto formado por correspondência, ou um aparelho eletrônico quebrado a um técnico de agricultura. A firmeza prometida no versículo é para aquele que confia no Senhor. Confiança no "Eternamente Capaz". A promessa é para aquele que confia inteiramente, que sabe que Deus é competente, que quer o nosso bem, que pode operar maravilhas e que tudo faz para cumprir Seus desígnios. É como confiar num estrategista militar. Seus subalternos podem dizer: “Não sei onde ele quer chegar, nem sei como ele pretende fazer; mas sei que ele vai vencer, e aposto minha vida no seu plano ! ”. Isso é confiança!

 

 Àqueles que confiam no Senhor há algo fatalmente previsível: “Não se abalam”. É certo que as montanhas são bastante estáveis. São antiqüíssimas, resistem muito bem à terremotos, não sucumbem ante enchentes, protegem contra vendavais, enfim, são bastante firmes. Diz a Bíblia que "os que confiam no Senhor são como o Monte Sião". Era o monte de Davi, um monte de Jerusalém muito conhecido e amado. Era símbolo da firmeza concedida por Deus. Este monte existe até hoje. Lá está, firme e seguro. Desde que o salmista escreveu o Salmo 125, milênios se passaram; impérios sucumbiram; governos se foram; povos se espalharam; vegetações pereceram; civilizações se sucederam; construções foram erguidas e destruídas Mas o monte lá está, firme e forte, idêntico aos que confiam no Senhor. Que promessa maravilhosa!

 

 Por fim, o texto diz: “permanece firme para sempre”. O crente sincero e fiel não volta para trás. Ele permanece firme. Não vive solto, sujeito à todo vento de doutrinas, à toda tentação do maligno. O autêntico crente está firmado em Deus, e não perde a sua salvação, nem a sua estabilidade em Deus. O Senhor é quem o sustenta. Jamais será abalado. É certo que lutas vêem e virão. Muitas aflições, muitas provas, muitas dúvidas lançadas pelo inferno na mente inquiridora e sincera. Mas, por fim, a promessa é que sempre haverá firmeza, até a eternidade. Jesus Cristo, certa feita, disse que aqueles que ouviam Sua Palavra e a colocavam em prática eram semelhantes ao homem sensato que construiu sua casa sobre a rocha. Afirmou que dificuldades sobrevieram: ventos, enchentes, tempestades. Mas a casa ficou firme. Não por ser diferente daquela feita na areia (todos querem fazer boas casas) . A razão é que estava construída sobre chão firme, sobre a rocha. O crente está guardado por quem é fiel. Deus é quem o guarda. Não há tempestade que tire um crente fiel da firmeza no Senhor. Pode haver luta, dor, tristeza, mas nunca a ruína. Fiel é o sustentador do crente em Jesus. Deus é quem o guarda. Ele é a Rocha. Aqui e no além.

 

 Você está firme no Senhor? Você está firme como o Monte Sião? Saiba que somente a confiança integral em Deus lhe dará estabilidade. O mundo pode dar alguma aparência de vigor, alguma ilusão de força e destreza. Mas somente Deus dará estabilidade. Conta-se que um coqueiro veterano e idoso estava ereto em seu lugar, quando um pé de chuchu cresceu rápida e violentamente ao redor dele. O pé de chuchu lhe disse: “Viu só, coqueiro? Em dois meses eu ultrapassei você!”. Tranqüilo e confiante, o coqueiro lhe respondeu: “Nestes quase cem anos eu já vi dezenas de pés de chuchu insolentes e transitórios dizerem a mesma coisa. Como você é tolo...” De fato, depois de dois meses o pé de chuchu não passava de uma porção de galhos secos...

 

 Que você seja como o coqueiro. Ou melhor, que você seja como o Monte de Sião, que não se abala, mas permanece firme para sempre.

 

“Os que confiam no Senhor são como o Monte de Sião, que não se abala, mas permanece firme para sempre”.

 

Pastor Wagner Antonio de Araújo, 2001

Igreja Batista Boas Novas, Osasco, SP

 


 

94 - MANTENDO-SE NAS ALTURAS

 

 

No ano de 1995 eu recebi do Senhor uma bênção muito preciosa: participar do 17o. Congresso da Aliança Batista Mundial, em Buenos Aires, na Argentina. Foi uma viagem inesquecível, um tempo que jamais esquecerei em minha vida.

 

Lembro-me como se fosse hoje do dia em que deixamos a capital portenha, após tão monumental empreitada de fé e amor ao Senhor. Eram 17:30 horas quando o avião deixou o aeroporto. Estávamos num Boeing 767. A maioria dos passageiros eram congressistas que retornavam para as mais diversas partes do Brasil.

 

Decolamos tranqüilamente, deixando Buenos Aires muito distante, no chão. Alguns minutos se passa­ram, enquanto o avião não cessava sua subida rumo aos 12.500 metros de altitude, para poder viajar em velocidade de cruzeiro, 900/1000 Km/h. O céu estava límpido. A temperatura caiu para 60 graus negativos lá no alto, do lado de fora (é claro!). Então, num movimento simples e belo, a aeronave nivelou-se, rumando para São Paulo.

 

As cenas ali vistas foram indescritíveis. Sair da Argentina e atravessar o mar, chegando ao Uru­guai em 8 minutos, foi fantástico! Em 20 minutos atravessamos todo o solo daquele país, rumando para as terras gaúchas. Alí víamos nuvens de uma frente fria, que cobriam todo o território riogran­dense. Era um espetáculo cinematográfico: nuvens como flocos de lã, soltas pelo ar, um autêntico tapete debaixo de nosso avião. O sol se punha no horizonte, deixando-nos contemplar o seu reflexo lá no mar. A quietude e o azul escuro do céu nos deixavam atônitos, impressionados! Após duas horas pousamos no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guaru­lhos, São Paulo.

 

Enquanto eu voava, recolhido na quietude da minha alma, em doce comunhão com o meu Criador, Ele falou ao meu coração. A grandi­osidade de Sua criação e a pequenez do ser hu­mano  me humilharam. “Quem é o homem para que dele te lembres?” (Salmos 8.4). A maneira como as coisas perdem a magnificência também são chocantes. Nós achamos que nossas  dificul­dades são tão grandes, ou cremos que o mundo todo gira em torno de nós mesmos, e, quando contem­plamos as cidades e os povos pequeninos lá de cima, vemos o quanto estamos enganados! O mundo não depende de nós, o mundo não se re­sume ao nosso problema ou à nossa pessoa. Deus é o centro de tudo, e nós o exaltamos por isto: “Não a nós, Senhor, não a nós, Senhor, mas ao teu nome dá glória"  (Salmos 115.1).

 

Sob o ponto de vista humano, tudo parece grande demais, como foi com os espias da terra de Canaã, ao contem­plarem os antigos habitantes da Terra Prometida: para eles, os habitantes de Canaã eram gigantes(conf. Números 13.33). No entanto, Josué e Calebe, cujos olhares não estavam firmados no ponto de vista humano, mas sim no de Deus, de quem está nas alturas, pela fé, verificaram que não eram tão grandes assim, mas que Deus era maior e que podiam conquistar a terra (idem, 13.30). Eram os mesmos homens! Eram os mesmos inimigos! Mas uns viam o inimigo sob a ótica míope de quem olha de baixo para cima, da terra. Os outros viam sob a ótica de Deus!

 

Paulo, o apóstolo, nos instrui para que estejamos assentados nas regiões celestiais em Cristo Jesus. Que nos coloquemos, pela fé, nas alturas, acima das nuvens, acima dos problemas e da realidade imediata. Lá no alto não há tempestades, não há tormentas, não há oscilações. Lá do alto tudo é paz, tudo é tranqüilidade! Cristo é a nossa paz. Assim como Pedro cami­nhou sobre as águas quando confiou no Senhor, nós também podemos estar acima do que os olhos vêem ou do que o coração sente, assentados nas regiões celestiais em Cristo Jesus. Temos a mente de Cristo (I Coríntios 2.16), e devemos ter também o olhar de Cristo.

 

"Oh, Deus, que estejamos nas alturas, que nos acheguemos com confiança até a Tua presença em oração, que experimentemos o que significa viver debaixo de Tua paz e da Tua bênção. Tu és a nossa Paz. Que assim seja.  Em nome de Jesus. Amém."

 

Pr. Wagner Antonio de Araújo.2001

bnovas@uol.com.br

 


 

 

95 - ESTAMOS SEM GOVERNO?

20 de junho de 2013

 

Brasil. Estamos sem governo. Não há presidente, governador, prefeito, deputados ou senadores. Ninguém na mídia, ninguém nos palácios, ninguém no congresso, ninguém. Um vazio imenso. Também não há exército, marinha, aeronáutica nas ruas. Estão nos quartéis a cumprir o silêncio. Estratégia???

 

O país está debaixo de uma revolução e não há uma autoridade disponível. Fugiram todos para os seus palácios pessoais.

 

Invadiram o ITAMARATY, mas não podem invadir os estádios da FIFA. Lá as tropas são severas e reprimem com rigor; nos palácios de governo não há tropas. Só seguranças. Parece que nos estádios existe ouro, pedras preciosas, não se pode aproximar num raio de 4 quilômetros de nenhum deles. Quem tenta pode morrer. Mas podem destruir o ITAMARATY, sede do governo brasileiro!

 

O que está acontecendo com o Brasil?

 

A roda da história girou. Por muito menos em 1968 foi decretado o AI-5. Por muito menos a Revolução de 64 foi deflagrada, pois as manifestações eram nacionais. Agora elas também são nacionais, mas sincronizadas e de milhões de pessoas. E não há governo, ao menos na hora dos protestos e diante da mídia. Os governos são hipócritas: no início diziam ser contra, agora tecem elogios. E quando não sabem o que fazer tomam helicópteros e seguem para a casa do ex-presidente: "companheiro, o que faremos?" E voltam com o discurso "paz e amor".

 

Seria uma estratégia de poderes ocultos a dizer: "deixem que derrubem os palácios, assim justificaremos a tomada do poder"? Ou seria absoluta impotência diante do poder das massas, insatisfeitas com a hipocrisia de um governo que dizia representá-los?

 

As massas são estomacais: quando a barriga ronca elas mudam de lado. Já foi assim nos dias do Senhor: os mesmos que diziam: BENDITO O QUE VEM EM NOME DO SENHOR, foram os mesmos que disseram dias depois: CRUCIFICA-O.

 

Os valores das passagens de ônibus baixaram. Esgotar-se-á a pauta dos protestos? A própria presidente crê que não, pois cancelou sua viagem ao Japão.

 

E então? Quando a polícia reprime a mídia e as massas condenam; seria agora a vingança, quando as prefeituras, os palácios e os monumentos ficaram sem policiamento algum? Onde estão os tanques de água para dispersão de vândalos?

 

Continuo assistindo a tudo isso, não passivo. A minha bandeira a hasteei desde que as cores vermelhas mancharam a nossa bandeira; não de sangue, mas de ideologias sinistras. Continuo assistindo um poder que subiu potente e único, que dominou todas as esferas da cultura, do poder, da educação, da segurança e dos prazeres hedonistas da Nação, e agora assisto perplexo a sua derrocada como um grande Zeppelim em chamas.

 

Seria a PRIMAVERA TUPINIQUIM? Pode ser. Mas nessa primavera não há perfume de esperança, senão de instabilidade institucional. Haverá governo após tudo isso? O que farão os vermelhos? As massas terão eleições ou processos de responsabilidade contra os governantes, ou tudo se acabará com mais bolsas para tapar a boca dos descontentes?

 

No dia em que os poderes agrediram a família brasileira, impondo o homossexualismo como a regra e a heterossexualidade como tolerada, o juízo de Deus foi deflagrado. Quando o país aprovou o aborto e deixou as nossas crianças à mercê de famílias não formadas do jeito que o Criador desejou os anjos detentores de juízos (veja a descrição em Apocalipse) devem ter ouvido o dia, o mês e a hora do Senhor a dizer: "soltem os ventos". E os ventos sopram copiosamente sobre o país. Não os do apocalipse ainda, mas do nosso apocalipse momentâneo.

 

As mentiras estão caindo. As riquezas faraônicas do suposto pré-sal mostra-se uma farsa. O dinheiro entregue aos países pela Copa está sendo cobrado em praça pública. Os políticos de todos os partidos estão sob a ira das massas (não há oposição ou situação neste país, pois como diz Marcelo Rezende, "oposição neste país é aquela que xinga em público e beija em privado").

 

A minha bandeira eu a hasteei na minha militância cristã. Mas observo em oração os acontecimentos. Saúdo o despertamento, mas pergunto: estamos sem governo?

 

Onde está o poder público?

 

Wagner Antonio de Araújo, cidadão brasileiro.

obs: podem divulgar à vontade.

meu e-mail: waa.ibbno@gmail.com


96 - EM PLENA EBULIÇÃO
21/06/2013
 
A pauta não foi esgotada. O Brasil continua a protestar. Não bastou diminuir a tarifa; a vitória pontual criou o precedente: as massas detém o poder e agora não deixarão as ruas enquanto não conseguirem outras tantas conquistas.
 
Enquanto escrevo a presidente e os ministros discutem. Deveriam ter feito isso ontem, chamando as lideranças à conversa, procurando entender a pauta de reinvindicações; no entanto, diferentemente das campanhas eleitorais, o poder está sempre dez passos lá atrás, depois que a passeata anda. Daí é apenas chorar o leite derramado.
 
O que vai acontecer? Ou melhor, o que aconteceu? Porque, diferentemente dos projetos, não teremos um futuro diferente; já estamos num presente diferente. Nada mais será como outrora. A página escrita nas últimas duas semanas marcou de forma histórica a política contemporânea do Brasil. Os poderes políticos homogêneos (PT+situação+oposição hipócrita) ficaram à margem disso, com exceção de uns poucos partidos revolucionários e anarquistas. Seriam eles os gigantes de amanhã?
 
Os protestos inviabilizaram a hipocrisia da campanha política dos próximos meses. A agenda PÃO E CIRCO ficou comprometida, uma vez que por falta de pão o povo está evitando o circo (leia-se COPA DAS CONFEDERAÇÕES e para o ano COPA DO MUNDO). A festa das bolsas distribuídas como verba para compra de votos mostra-se agora ineficiente, pois o povo não age por ideologia mas pelo estômago, e revolta-se quando a barriga começa a roncar. O dinheiro está acabando. Não há de onde tirar para bancar tanta bolsa. A recente controvérsia do fim da bolsa-família e os tumultos junto aos bancos mostrou ao governo que o povo, de barriga vazia se torna oposição. Mas onde encontrar mais dinheiro para bancar a fantasia? Mais impostos? Quatro meses de escravidão absoluta de cada trabalhador não são suficientes? Nem José no Egito, que escravizou a nação e cobrava 20% de impostos, nem Salomão que imperava com mão de ferro, foram tão vorazes em impor taxas e impostos como os governos brasileiros! O mundo vive perplexo ao ver um país assim.
 
Que Brasil emergirá após a ebulição dos protestos? Sim, pois não há como manter mobilizações diárias, protestos dia após dia. Seu vigor durará por mais algum tempo, mas algo terá que acontecer. Será a repressão? Será a distribuição de mais bolsas? Será a criação de CPIs para julgar políticos? Será a prisão dos "mensaleiros"? Será a criação do PPL, Partido Passe Livre?
 
Um país não se constrói com discursos inóquos. Um país se constrói com trabalho, educação, respeito, investimento no futuro e temor de Deus. Não é mudando a língua, destruindo a família, demolindo os monumentos ou bancando a orgia moral que se fará deste lugar o país dos nossos sonhos.
 
É preciso mudar, mas mudar com objetivos. E o país carece de um. Todos querem mudar, mas sem saber o que ou para que. Mudar a política ou os políticos? Mudar a economia ou a carga de impostos? Mudar a moral ou moralizar os imorais? Mudar o que?
 
Ao lado de tudo isso está o cristianismo brasileiro, que em sua maior parte não passa de chaga infeccionada e purulenta. De um lado o catolicismo híbrido, cuja fonte de lucro é a mentira e a ilusão pública, com clero hipócrita e ganancioso. Basta ver as cores neopentecostais adquiridas pelas expressões religiosas católicas e a maneira "xerográfica" de copiar os métodos e os espetáculos gospel pelas mídias e pelas paróquias. Do outro lado está o povo evangélico, em sua maioria corrupto e mundano, adoradores de personalidades prósperas e idólatras do dinheiro. Seus templos são meros encontros motivacionais pela prosperidade e pelo poder, distribuindo afagos ao ego dos seus seguidores cegos. Jogaram a bíblia na lata do lixo e inventaram suas próprias bíblias, negando a fé cristã e criando a fé no dinheiro e no poder como verdade absoluta. Um cristianismo assim não presta para nada na reconstrução da Nação. No meio dessa massa chamada cristã apenas uns poucos são autênticos. A autenticidade é comprovada pelos frutos e estes têm que ser bons. Que Deus nos ajude a estarmos entre os que prestam!
 
A mudança precisa começar no coração do brasileiro. É preciso uma mudança de dentro para fora.
 
Já dizia o Pastor Rubens Lopes, há muitos anos, sobre os tristes anos de ebulição social na década de 60, que podem facilmente ser compreendidos à luz dos acontecimentos dos últimos dias:
 
"HÁ POR AÍ UMA FEBRE DE RENOVAÇÃO.
O QUE SE VÊ EM TODA PARTE É VONTADE DE MUDAR,
DE TROCAR DE POSIÇÃO, DE MELHORAR
DE SAIR DA ROTINA, DE QUEBRAR TABUS,
DE ROMPER TRADIÇÕES.
MAS QUE MUNDO É O QUE SE PRETENDE MELHORAR,
O MUNDO EXTERIOR OU O MUNDO INTERIOR?
NÃO HÁ DÚVIDA DE QUE O PRIMEIRO.
QUEREMOS UM MUNDO MELHOR POR FORA,
MATERIAL E SOCIALMENTE.
QUANTO AO MUNDO MATERIAL DESEJAMOS MELHORES CONDIÇÕES
DE HABITAÇÃO,  DE ALIMENTAÇÃO, DE VESTUÁRIO,
DE RECREAÇÃO, DE TRANSPORTE.
QUANTO AO MUNDO SOCIAL PENSAMOS MUITO EM CONVIVÊNCIA PACÍFICA,
EM POLÍTICA DE BOA VIZINHANÇA, EM FRATERNIDADE E,
VEZ POR OUTRA, EM SANEAMENTO MORAL, EM REGENERAÇÃO DE COSTUMES.
MAS O MUNDO INTERIOR ANDA ESQUECIDO.
REFERIMO-NOS AO HOMEM COMO INDIVÍDUO, E AO INDIVÍDUO VISTO POR DENTRO.
ORA, EM RELAÇÃO AO MUNDO EXTERIOR O HOMEM É O CONTEÚDO
DE QUE AQUELE É O CONTINENTE.
E EM RELAÇÃO AO MUNDO SOCIAL ESTE É O TODO DE QUE AQUELE É A UNIDADE ÚLTIMA.
E O QUE ESTAMOS FAZENDO ENTÃO?
ESTAMOS CUIDANDO MAIS DA EMBALAGEM DO QUE DA MERCADORIA,
FICANDO COM A CASCA E JOGANDO FORA A POLPA.
EM SE TRATANDO DA SOCIEDADE
ESQUECEMO-NOS DE QUE ESTA NUNCA PODERÁ MARCHAR EM CADÊNCIA
ENQUANTO OS INDIVÍDUOS QUE A COMPÕEM NÃO ACERTAREM O PASSO,
UM DE CADA VEZ.
POR UMA QUESTÃO ELEMENTAR DE PRIORIDADE, POIS,
É PRECISO COMEÇAR PELO HOMEM.
TAL A META DE CRISTO, A META HOMEM.
MESMO FALANDO ÀS MULTIDÕES (E CRISTO FOI O HOMEM DAS MULTIDÕES),
ELE NUNCA PERDIA DE VISTA AS PESSOAS.
NO MEIO DAS MASSAS NUNCA NINGUÉM FOI NINGUÉM PARA JESUS,
POR MUITO QUE ELAS O COMPRIMISSEM.
CERTA VEZ, NUMA AGLOMERAÇÃO, UMA INFELIZ MULHER PRETENDEU
PASSAR-LHE DESPERCEBIDA APENAS ROÇANDO-LHE AS VESTES
PARA CURAR-SE DE GRAVE DOENÇA.
MAS FOI LOGO IDENTIFICADA POR ELE.
E AQUELE CEGO? POBRE HOMEM,
CUJOS GRITOS FRENÉTICOS JESUS PÔDE FACILMENTE
DISTINGUIR, MESMO ABAFADOS PELO VOZEIO DO POVO.
COMO A ESSA MULHER E A ESSE HOMEM
CRISTO SEMPRE ATENDEU PESSOALMENTE A QUANTOS O PROCURARAM.
TODOS MERECERAM DELE UMA ATENÇÃO SINGULAR.
FALANDO DO SEU REBANHO JESUS DECLAROU
QUE ELE TRATA AS SUAS OVELHAS
NÃO COMO SE FOSSEM CABEÇAS DE GADO, CONTADAS A GROSSO,
MAS COMO PERSONALIDADES A QUEM
ELE CONHECE PELO NOME E A QUEM CHAMA PELO NOME.
SEMPRE O INDIVÍDUO. E DO INDIVÍDUO CRISTO PARTE PARA A COMUNIDADE
FAZENDO DE CADA CRISTÃO UMA PITADA DE SAL PARA CONTAGIAR O MUNDO.
CONTUDO - REPARE-SE NISTO,
SEMPRE O HOMEM, MAS O HOMEM POR DENTRO
ANTES DO QUE POR FORA.
O HOMEM SITUADO NO SEU MUNDO INTERIOR.
POIS ESTANDO O CORAÇÃO HUMANO ENFERMO,
É O CORAÇÃO QUE PRECISA SER MEDICADO PELA GRAÇA DIVINA.
CLARO, TRATADAS AS NACENTES,
CURADAS FICARÃO AS ÁGUAS.
EIS AÍ UMA REFORMA QUE SE PODE CHAMAR, ESSA SIM, DE BASE,
PORQUE PARTE DO INDIVÍDUO
QUE É A MEDIDA DE TODAS AS COISAS.
ELA PODE LEVAR TEMPO,
MAS SOBRE SER INFALÍVEL, É A ÚNICA INDICADA
PELO RÁPIDO DIAGNÓSTICO QUE ACABAMOS DE FAZER.
DAÍ PORQUE REPETIMOS COM O APÓSTOLO PAULO:
"JESUS CRISTO, ESPERANÇA NOSSA".
FELIZMENTE NEM TUDO ESTÁ PERDIDO.
AINDA ACREDITAMOS NAS POSSIBILIDADES DO HOMEM,
NÃO POR ELE,
MAS POR CRISTO."
Pastor Rubens Lopes, da mensagem CRISTO, A ÚNICA ESPERANÇA, 1960
 
Continuemos a orar por essa Nação. Ela está em ebulição. Quando o fogo baixar saberemos qual foi o resultado e averiguaremos se foi alimento cozido ou comida queimada que ficou.
 
Wagner Antonio de Araújo, cidadão brasileiro


97 - DEPOIS DA FALA DA PRESIDENTE UMA PROFUNDA FRUSTRAÇÃO...
22/06/2013
 
Eu esperava uma estadista a comunicar-se com uma nação em ebulição. Uma líder eleita pela imensa maioria do povo, disposta a apaziguar a população, com dados certeiros na mão, com respostas às muitas preocupações nacionais. Imaginava ter ali uma líder respeitável, repleta de argumentos sólidos, inteligentes, de questões encaminhadas e com soluções dos problemas levantados.
 
Mas, será que era realmente isso que eu esperava? Talvez não. Afinal, conquanto eleita pela maioria da população brasileira, a nossa líder máxima teve o seu tempo de militância política como os agressores das imagens de hoje. Ela militou junto a guerrilheiros. Também fez parte do que na época chamou-se de "dilapidação do patrimônio público", também foi contada entre "os baderneiros que turbavam a opinião das massas", também assumiu sua postura de rebeldia.
 
Então, enquanto ouvia o seu discurso, prometendo defesa do patrimônio público e do povo à serviço da Nação, não pude deixar de imaginar as tristes cenas da época da ditadura. Independente dos motivos, o patrimônio era o mesmo. Só que as posições se invertem: hoje os que atacavam são o poder, e os atacados estão diluídos nas massas. Um político precisa ter passado limpo para servir de modelo. E nesse afã, infelizmente, não há. A voz do passado fala tão alto que é difícil ouvir a voz no microfone.
 
Dilma prometeu trazer médicos para o Brasil. Talvez os nossos não prestem. Talvez os nossos sejam poucos demais, pois num país de 180 milhões de pessoas o número de médicos formados deve ser muito pequeno. Ou então os nossos sejam muito ruins. Ou, quem sabe ainda, sejam caros demais para que se gaste com eles. Afinal, há tanto dinheiro no sustento do pão e do circo, que não sobra nada para a saúde e a educação. E para os militantes cubanos, país de onde virão esses brilhantes médicos, a simples infiltração no Brasil já será paga suficiente.
 
Ouvi também a promessa de direcionar o lucro do petróleo para a educação. Que promessa linda! Mas qual educação? A que manda imprimir cartilhas para o movimento gay? A que ensina os adolescentes a praticar orgias sexuais? A que ensina a juventude a usar drogas com cuidado e higiêne? A que dá cursos e cria escolas de diversidade sexual? Trazer verba do petróleo para um só setor é absolutamente inviável. É bom prometer coisas esdrúxulas, pois depois, ao se demonstrar a inviabilidade das mesmas, pode-se sair ilesa, culpando os avaliadores. Muito mais sábio seria confessar que as coisas não estão bem e que pequenos atos seriam praticados buscando uma solução. Nenhuma solução é rápida como um poço de petróleo. Mas toda solução precisa vir de um compromisso viável. Somente os sonhadores não entendem isso. Sonhadores ou aproveitadores.
 
Como brasileiro vou dormir frustrado. Impedido de chegar a Osasco a exercer o meu papel de ministro religioso pelo excesso de manifestações nas estradas e vias públicas e a ausência quase completa do poder público. Estava ansioso por ouvir uma palavra de ordem da autoridade máxima do país, mas vou deitar-me com o sentimento de vazio. Não há mais autoridade em nenhuma esfera. Conseguiram desconstruir a moral cívica, institucional, religiosa e humana. As cenas do Itamaraty sendo depredado não me saem da cabeça, ao lado da muralha de policiais na Bahia e no Rio de Janeiro, defendendo estádios de futebol. Dois pesos e duas medidas: os estádios valem ouro, as instituições não valem nada! Inversão absoluta de valores!
 
Como cristão vou dormir confiante. "Assim como foi nos dias de Noé", e também nos dias de nossos pioneiros, de nossos pais, assim é hoje, neste país incluso nas chamadas "PRIMAVERAS", nem tanto árabes e nem tanto asiáticas, apenas tupiniquins. Há um Deus soberano na história, detentor do poder supremo; o mundo não está num despenhadeiro, mas caminha para o caos. E quando isto acontecer, virá o Senhor, a ressuscitar os mortos e a arrebatar os vivos. Pode demorar muito ou pouco, mas isto virá, sem dúvida alguma. Quem prometeu não perdeu a moral nem negou seu passado. Aquele que é, que era e que há de vir prometeu e há de cumprir. E se não vier já, caberá a cada um de nós dar o seu melhor na mantença do que sobrou e, se possível, na reconstrução da dignidade brasileira.
 
Se  mais tempo houver, espero votar em outras pessoas. O difícil será em quem, pois ninguém, do cenário atual nacional merece o meu voto. O meu voto pode ser pequeno mas é qualificado; não votarei em hipócritas. Peço a Deus que levante lideranças dignas, e, se possível, cristãs. Não politiqueiros mentirosos, mas idealistas e construtores de um futuro mais decente e menos corrupto neste mar de pão e circo com o dinheiro público. Não me importa que tenham cabelos grisalhos; só não podem ter as mãos sujas e nem o passado comprometedor.
 
Deus, tenha compaixão do nosso país.
 
Wagner Antonio de Araújo, cidadão brasileiro.



98 - O JEITO DE FALAR
O jeito de falar conta muito!

 
Às vezes alguém nos diz a coisa certa, mas da maneira errada. E então, ao invés de ajudar, acaba atrapalhando. O efeito é exatamente inverso: fortalece-se a atitude errada, ao invés de conduzir à certa, talvez como forma de contra-atacar ou defender-se. Alguém que age assim corta os canais de comunicação, impedindo a compreensão daquilo que gostaria de dizer.
 
Pior ainda é quando NÓS fazemos isso, isto é, tentamos dizer a coisa certa, mas o fazemos de forma tão errada! Um marido à esposa, um pai ao filho, um patrão ao empregado, um pastor ao membro da igreja. Quantas vezes levantamos uma guerra aonde reinava a calmaria, e tudo por causa da forma de falar! Tudo ia tão bem, até que abrimos a boca, escrevemos um texto ou fazemos um gesto!
 
Às vezes alguém NÃO NOS DIZ a coisa certa, mesmo sabendo que estamos errados, e acabamos por fracassar ou crescer de forma irregular, tudo porque alguém omitiu-se. O erro da omissão é tão grave quanto o erro da cumplicidade. Erra quem ajuda a fazer a coisa errada, e erra quem não aponta o caminho certo. 
 
Pior ainda é quando NÓS somos os omissos, nós, que sabíamos a coisa certa, e víamos o erro, e nada fizemos para avisar! Às vezes nos omitimos para ter "paz a qualquer preço"; às vezes deixamos como estava "para ver como iria ficar"; outras vezes procrastinamos e "empurramos com a barriga", deixando para resolver "amanhã", que, na verdade, significava "nunca". Um vizinho ou colega de trabalho, que não conhecia o evangelho, e morreu sem ouvi-lo de nossos lábios; um adolescente que palmilhava o caminho da rebeldia e hoje está atrás das grades ou a "sete palmos" debaixo da terra; um irmão que não foi admoestado na hora certa, e hoje dividiu a igreja.
 
Bem, algumas coisas precisam ficar claras.
 
1) Precisamos dizer a coisa certa. Isso é ponto pacífico. Diz a bíblia que o verdadeiro amor não se alegra com a mentira, mas regozija-se "com a verdade" (cf. I Coríntios 13.6). A coisa certa é a única coisa certa a fazer. Assim, deixar de dizê-la é pecado. "Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado" (Tg 4:17). Já dizia o profeta veterotestamentário: "Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; e tu não o avisares, nem falares para avisar o ímpio acerca do seu mau caminho, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua iniqüidade, mas o seu sangue, da tua mão o requererei." (Ez 3:18). A verdade e a coisa certa têm que ser ditas. Do contrário, nós seremos os pecadores.
 
2) Precisamos dizer a coisa certa DA MANEIRA CERTA. Dizê-la da maneira errada também é pecado. Até no ministério pastoral! Sob o pretexto de dizer "todo o conselho de Deus", pessoas ferem pessoas, sem a menor piedade, e o fazem, apontando Deus como cúmplice, quando a própria bíblia nos diz para termos cuidado na maneira de falar! Paulo, ao aconselhar Timóteo no pastoreio da igreja, disse: "Não repreendas asperamente os anciãos, mas admoesta-os como a pais; aos moços como a irmãos; As mulheres idosas, como a mães, às moças, como a irmãs, em toda a pureza." (1Tm 5:1,2). Aos pais, Paulo recomendou: "E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor." (Ef 6:4). No trato de uns para com os outros, diz-nos a Escritura que devemos nos portar "Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor," (Ef 4:2).
 
3) Precisamos dizer a coisa certa, da maneira certa e NO TEMPO CERTO - "Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu."  (Ec 3:1). Um bolo, para ficar bom, precisa ficar no forno o tempo certo; nem mais, nem menos. Assim também funcionam as radioterapias: nem mais, nem menos, pois se passar, prejudicam, e se forem com menor exposição, não surtem o efeito. Nós também precisamos ser criteriosos e ter o discernimento da inteligência e o discernimento do Espírito Santo, para aproveitarmos o tempo certo, a hora certa. Diz a bíblia: "Exorta semelhantemente os jovens a que sejam CRITERIOSOS". (Tt 2:6). Assim, a mulher deve encontrar a hora certa de dizer algo ao marido; o patrão, ao empregado; o filho, ao pai, e este, ao filho; o pastor, ao irmão, e os irmãos, ao pastor. Diz-nos a bíblia que o amor "tudo sofre, tudo crê, tudo ESPERA, tudo suporta" (cf. I Coríntios 13.7). Diz-nos o provérbio: " quão boa é a palavra dita a seu tempo!" (Pv 15:23). Uma palavra dita na hora certa pode salvar uma nação. Mas, quando dita na hora errada, pode gerar uma tragédia. Está aí a História Universal a comprovar o que afirmo!
 
Hoje é um novo dia. Vamos cuidar do que falamos. Abramos a boca na hora certa, para dizer a coisa certa, para as pessoas certas. "A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um." (Cl 4:6); "Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem. "(Ef 4:29)
 
Um bom dia a todos!
 
Wagner Antonio de Araújo, 2008


99 - OUSAR É PRECISO
 
Há pessoas neste mundo que são capazes de mudar a sua época e a própria história universal. São pessoas idealistas, destemidas, dispostas a não serem “mais um na multidão”, que lutam com todas as forças em prol de seus ideais, que marcam presença na galeria dos especiais.
 
José foi um destes homens. Conforme a narrativa fidedigna de Gênesis, este rapaz tinha ciência da grande obra que o aguardava desde menino, quando em sonhos via metaforicamente seu sucesso. Chegou a ser primeiro ministro do Egito, salvando o mundo de então duma fome extrema que afligira com crueldade e rigidez. Moisés também se enquadra nesta lista, talvez encabeçando-a na maioria dos motivos. Salvo das águas, criado no palácio de Faraó, tinha tudo para viver sossegadamente e se tornar o próximo governante. Mas preferiu abraçar a causa do seu povo, escravizado pelos egípcios e, sob manifestação divina, tornou-se o libertador. Paulo, o apóstolo, foi outro destes homens. Não se contentou em ser um rígido fariseu. Quis ser melhor que todos do seu grupo. Perseguindo a Igreja, teve um sério encontro com Jesus. Agregando-se a Cristo, passou a ser perseguido. Tornou-se o maior homem de Deus na história da Igreja. Escreveu cartas que de tal forma profundas e inspiradas pelo Espírito Santo, passaram a fazer parte do cânon bíblico, isto é, do grupo de livros reconhecidamente inspirados por Deus. E o que dizer de Samuel, o juiz-profeta, ou Ester, ou Elias, ou Josias, ou Neemias, ou Pedro, ou Apolo, ou João?
 
Na história pós-bíblica, encontramos também homens insatisfeitos em serem simples seres vivos. Quiseram viver ideais, e conseguiram. Já imaginaram a vida humana hoje sem Thomas Édison, o inventor da lâmpada elétrica? Por que decidiu ele inventá-la, quando todos o criticavam e não lhe davam o crédito necessário? E o que dizer de Santos Dumont, que conseguiu no seu 14 BIS realizar o primeiro vôo num veículo que hoje é o canal de interação social entre nações e cidades antes praticamente intransponíveis? E Newton, que, através duma “maçãzada” (maçã caindo na cabeça) decifrou uma das mais importantes leis do universo, a da gravidade? E Guilherme Carey, humilde sapateiro, batista que, tocado por Deus, decidiu fazer missões mundiais pela primeira vez na era moderna, quando os crentes criam que não era o desejo de Deus salvar os outros? E Wesley, que, revoltado com a frieza Igreja Anglicana da época, decidiu criar um método pelo qual o povo alcançasse a santidade, disto resultando a Igreja Metodista, cujo movimento inicial foi sobremodo importante para a Igreja de hoje?
 
Ficaríamos horas citando homens dignos de nota. E mulheres também. Homens e mulheres como nós, com defeitos, pecados, traumas e problemas, mas que riscaram de seu destino a seqüência mecânica da multidão (nascer, crescer, namorar, casar, gerar filhos, envelhecer, morrer). Isto fizeram alguns, mas na medida do possível, pois seu alvo era alcançar um ideal maior. E conseguiram. Certamente às custas de um esforço profundo e persistente. Quem ouve Mozart hoje desconhece que, na maioria das obras, estão literalmente ouvindo as composições de um menino especial, falecido na juventude…
 
Oh, leitor, não se satisfaça em ser um mero número do IBGE, um eleitor, um contribuinte do imposto de renda, um usuário dos trens da FEPASA, um cliente do supermercado, um nome na lista de consultas do médico, um membro da igreja.
 
Desperte para a vida, jovem! Você tem tudo às mãos para se tornar alguém realizado! Deus lhe deu a vida! Podemos viver de forma infeliz por não termos sapatos, mas o que dizer dos que não têm pés? Você toma 6 conduções por dia, mora num cubículo desconfortável, convive com a violência urbana, sobrevive com um salário de fome… Desperte! A vida não é só casamento, namoro, futebol, macarronada aos domingos! Fixe um alvo e lute por ele com todas as forças! Pare de agir massificadamente, no curso do “crescer, casar, morrer”. Ouse ser alguém! Estude o máximo que puder, sacrifique excesso de diversões, aplique-se à construção de um presente e futuro felizes. Se você semear, há de colher. Há de ter uma profissão que o torne realizado, que lhe renda sustento condigno, que traga conforto, e que lhe dê a oportunidade de mudar o mundo, ainda que o mundo se limite ao seu grupo.
 
Ânimo, leitor adulto! De Gaulle, líder que soergueu a França, o fez idoso! Moisés começou o ministério com 80 anos e Jesus depois dos 30. É um erro fatal considerar-se ultrapassado para a vida, imaginar-se alguém na escada rolante em direção da morte. Desperte! Estude, dedique-se a melhorar a vida, a morar melhor, a obter alegria das atividades cotidianos, a transformar seus próximos dias em desafios diários!
 
Acima de tudo, porém, tema a Deus. Jesus Cristo foi nosso supremo modelo, sem erros, sem pecados, sem traumas e sem ambições humanas. Seu desejo era cumprir a missão salvífica, morrendo na cruz por nossos pecados e ressurgir ao terceiro dia. E isto fez com bravura e coragem. Hoje nos salva, nos perdoa, nos liberta, se tão somente depositarmos nEle nossa fé. É isto que o leitor deve fazer, pois o temor do Senhor é o fundamento da sabedoria. Edifique sua vida nesta base, e ouse ser um ser humano que marque a história, imprimindo sua contribuição de vida.
 
Não teremos entre nós o inventor do disco voador, ou da cura do câncer, ou da AIDS, ou do método de ensino mais eficaz, ou o missionário que ganhará a Índia ou o mundo para Cristo?Quem será você?…
 
Wagner Antonio de Araújo, 2001

 
100 - SEM LIMITES - IMPÉRIO GAY
27 de junho de 2013
 
Ontem os Estados Unidos da América deram o último golpe contra a família tradicional: arrancaram a Lei da Defesa do Casamento, que dizia ser uma instituição realizada entre um homem e uma mulher. Agora qualquer gênero pode casar-se com a legalidade da Lei Americana.
 
Longe de ser uma vitória dos democratas e dos liberais, é uma vitória de Satanás, que odeia a Deus e as suas criaturas. Seu propósito é destruir a humanidade e perseguir os cristãos, que ousam crer na Bíblia como Palavra de Deus e que não abrem mão do autêntico esquema da criação pela perpetuação da espécie: casais feitos de diferentes, não de iguais em gênero.
 
Não quero caminhar na mesmice de discutir o casamento gay. Outros conservadores cristãos fizeram-no de forma brilhante e muito melhor do que eu faria. O meu propósito é pensar nas consequências disso e em nossa posição escatológica diante do regresso do antigo Império Grego sobre a atual civilização.
 
Quais as consequências dessa decisão americana?
 
1) Imporão esse comportamento aos seus "amigos" (leia-se: nações pobres que dependem da esmola americana ou de sua proteção bélica). O Brasil é um deles. A agenda americana exige, por assim dizer, que se fale a mesma língua para que haja interação: tem que ser inglês, tem que ser democracia americana, tem que ser o modo americano de viver e agora, infelizmente, a aberração moral americana, ressurreição dos antigos mundos pagãos dos tempos gregos.
 
2) Fortalecerão a esquerda brasileira, órgão de repressão ao cristianismo, que distribuiu às crianças cartilhas para orgias, para homossexualismo, para o uso higiênico de drogas e coisas congêneres. Logo as bandeiras do arco-íris (símbolo bíblico de uma aliança de Deus com a humanidade e não dos homossexuais contra a sexualidade natural) se esparramarão pelas ruas, como estão esparramadas pela Globo e outros canais, divulgando e massificando a idéia da bondade democrática de conviver com os gays, aliás, indicando o homossexualismo como o meio mais amoroso de co-existir.
 
3) Radicalizarão a perseguição aos cristãos verdadeiros. Os falsos já sucumbiram, deram as mãos e se integraram na massa perdida e apóstata. É inacreditável ver pregadores pentecostais e tradicionais, antes tão consumidos pelos ignorantes evangélicos, e hoje defensores ferrenhos da aberração hedionda da sodomia institucionalizada. Os cristãos não se calarão. E não lhes será dada a liberdade para "protestar". Seus protestos serão reprimidos, senão com armas, com a língua ferina dos comunicadores, das mídias nacionais, dos políticos satanistas.
 
4) Ampliação da imoralidade nacional - Mesmo o amilenista ou pós-milenista mais cético, que não crê em arrebatamento ou reino milenar de Cristo, está perplexo com o apodrecimento social de tudo, a entropia social, moral, religiosa e psicológica da humanidade. Parece que o pecado de hoje é virtude do amanhã, e a cada dia o fedor de podre aumenta. Palavrões que eram proibidos em público ocupam hoje a tribuna dos políticos e em breve dos tribunais; a corrupção invade a política e está de braços dados com os religiosos neopentecostais que exploram o povo em nome dos milagres. Com o homossexualismo celebrado teremos sessões de masturbação obrigatória nos colégios, aulas de flerte homossexual nos programas de auditório e novelas espelhando o dia a dia dos gays. E, certamente, o combate ao pai e mãe tradicionais, combate à família conservadora, formada por Deus, homem e mulher, pais e filhos.
 
Qual deve ser a nossa posição como cristãos bíblicos, como remanescentes nesse mar de cristãos satânicos, vestidos de ovelhas com alma de lobos, gente inconversa a dirigir nossos púlpitos e gerindo as igrejas como se gere um negócio?
 
1) Manter a bíblia no púlpito e o "assim diz o Senhor". Pregar a verdade, doa a quem doer, ainda que venha a doer em nós. Ainda que o povo vá embora. Ainda que a polícia venha prender. Ainda que nos coloquem na cadeia. Pregar a verdade, toda ela, todo o conselho de Deus, não aderindo um milímetro ao maldito veneno de Satanás.
 
2) Não expor o lar ao domínio da mídia - Hollywood e toda a mídia estão contaminadas e associadas com Satanás na divulgação e proliferação do ataque à família. Seu domínio está ligado ao monitor da televisão, do computador, do tablet, do celular, das páginas impressas da imprensa. Como é nossa obrigação examinar tudo e reter o que é bom, e como o que é bom está sendo mínimo, precisamos desligar a nossa tv e o nosso computador da influência da mídia. Chega de novelas. Chega de programas de auditório. Chega de programas de entrevistas. Chega de desenhos da Disney. Chega de cultos malditos de neopentecostalismos exploradores. Chega de teologia acadêmica de gente caída em pecados. É hora de dizer NÃO à influência do anticristo da mídia. Vamos trocar a escravidão da TV ou mídias pela sala de visitas repleta de conversas, de cultos, de brincadeiras com os filhos, de leituras bíblicas e de bons livros, de relacionamento afetivo com os irmãos, amigos e queridos. Um fio cortado de TV (simbolicamente falando) pode evitar um grande estrago da lavagem cerebral do império dos comunicadores.
 
3) Nos organizar em expressões maciças de repúdio ao pecado - Precisamos de uma pauta mínima que nos una nas ruas, nas manifestações, nos comunicados. Podemos ter "siboletes" e "chiboletes" próprios como conservadores e pentecostais, como protestantes e evangélicos, como desta ou daquela denominação. Mas, apesar disso, temos que buscar uma pauta mínima de concordância e manifestar, de forma organizada, comprometida e distinta, o nosso repúdio à imoralidade das leis, repúdio ao pecado, à sodomia, à corrupção e ao avanço do paganismo obrigatório. Com civilidade e com limites estabelecidos, temos que fazer valer a nossa voz nacional e dizer: "ei, nem todos estão satisfeitos, queremos que respeitem os cristãos!".
 
4) Buscar representantes políticos que prestem - um púlpito não pode ser trampolim para a criação de políticos corruptos e ególatras. Infelizmente é esse tipo de políticos que dominam o chamado "bloco evangélico": o missionário tem 3 filhos deputados e vereadores; o bispo tem 2; a igreja tal tem 4, a outra tem 3. Sua atuação não passa de estomacal e mundana: buscam os seus próprios interesses. E tiram a oportunidade de homens bem dotados, de moral ilibada e de domínio da comunicação, exercerem os seus mandatos. Está na hora de jogar toda essa metodologia no lixo, expor o problema e dizer, de forma clara: "precisamos de políticos comprometidos com a nossa pauta, pauta cristã e não denominacional, cristã e não estomacal, cristã e não pessoal, a representar os nossos valores de família, de moral, de decência, de ordem, de honestidade e de respeito a Deus e às autoridades". É hora de um grande pacto, seja ele de uma denominação inteira, seja ele dos evangélicos todos, para colocar um congresso de gente comprometida com Deus de fato, sejam eles jovens ou velhos. De preferência que tenham cabelos brancos e experiência cristã de longa data, pois são menos susceptíveis aos romances e às aventuras do deslumbramento da mídia, da fama e do poder. E que tenham autoridades bíblicas a quem prestar contas, que sejam ovelhas de pastores e membros de igrejas, sujeitos à exclusão e execração pública, caso se corrompam.
 
5) Orar. Orar com intensidade. A oração pode mudar uma realidade nacional. Mas o pecado pode trazer juízo, e está. Não pensemos que se a igreja de Cristo da atualidade fosse mais santa, autêntica e atuante, estaríamos vendo esse inferno de leis malditas americanas e brasileiras a destruir a integridade da família. Ou influenciamos ou somos influenciados. Desde que a igreja deixou de "não se conformar com o mundo mas transformar-se pela renovação da mente", passando a ser massa informe na mão dos formadores de opinião seculares, a sua influência tornou-se nula ou nociva. Mas ainda há um remanescente e 7 mil joelhos que não se dobraram a Baal, nem a Obama, nem às leis contra a família.
 
É hora do "DESPERTA, Ó TU QUE DORMES!"
 
Wagner Antonio de Araújo,
cristão brasileiro
bnovas@uol.com.br

101 - MARCHA PARA JESUS - 29/06/2013
 
 
Multidões seguem perfiladas em São Paulo, convocadas pela Igreja Apostólica Renascer em Cristo, arrebanhando gente que se identifica como "evangélica", "apostólica", "pentecostal", "cristã". No palanque os grandes ícones midiáticos desse nicho: Os Hernandes, os Valadão, os Rebustini, os Malafaia etc. Nas cabeças as fitas identificadoras, nas mãos as flâmulas, bandeiras e materiais de campanha. Nos trios elétricos o som ensurdecedor das palavras de ordem e as músicas contemporâneas das bandas que mais vendem ou das que buscam ser o próximo sucesso do mundo gospel. Nos entrevistados das salas institucionais, palavras de enaltecimento ao Apóstolo, à família dele e aos seus decretos dos anos especiais: Joel, Mateus, Pedro etc. Também os patrocinadores que despenderam fortunas e agora desejam ver os seus produtos divulgados. No meio do povo bandeiras de igrejas locais bem evidentes: presbiterianas, batistas, O Brasil Para Cristo, Assembléia de Deus, Metodista etc. Um grande desfile de religiosos alegres e festivos. Acreditam estar marchando para Jesus Cristo.
 
Será?
 
Será que Deus esperava do Seu povo esse tipo de marcha? Será que isso se parece com a marcha do povo de Israel pelo deserto abrasador, rumo à Terra Prometida? Será que isso se parece com o povo que clamava aos gritos, dizendo "bendito o que vem em nome do Senhor" na entrada de Jesus em Jerusalém? Será que isso é uma manifestação que agrada ao Senhor? Será que isso move a fé, gera comportamentos transformados, salva as pessoas? Será que aqueles que estão no palanque são realmente pastores chamados, vocacionados e entregues ao sagrado ofício de pregar a Palavra de Deus e conduzir o povo cristão nos caminhos do Senhor?
 
Conquanto respeite quem ali está (assim como quero ser respeitado em minhas manifestações diversas, sejam doutrinárias, políticas ou literárias) quero veemente discordar dessa manifestação como expressão de um cristianismo bíblico, autêntico e verdadeiramente iluminado por Deus. Quero afirmar com responsabilidade que duvido da presença de Deus como iluminador daquela manifestação de rua, um grande negócio de família e uma grande passarela de políticos existentes e em formação.
 
Por que não aceito essa marcha como MARCHA PARA JESUS?
 
1) Porque não é para Jesus, é para a IGREJA APOSTÓLICA RENASCER EM CRISTO. Está mais do que evidente que isso serve aos interesses dessa denominação neopentecostal, neoapostólica e absolutamente capitalista. As faixas, o nome, as siglas, os gritos, as bandeiras, a liderança, os índices, as estatísticas, tudo gira em torno de transformar essa denominação na maior detentora de passeata de massas cristãs do mundo. Quem levanta bandeiras de outras igrejas apenas ajuda a apologia da denominação em dizer: "todos pelo Apóstolo e pela Bispa!" Que tristeza! "O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende." (Is 1:3). Falta aos participantes o discernimento de que a marcha não é para Jesus mas para um empreendimento particular. A "Bispa Fê" afirmou na sala de entrevistas: "essa marcha é um patrimônio do Apóstolo para mim e para os nossos filhos, é a riqueza que não acabará". Palavras dela em entrevista, não minhas. No canal gospel, produto da igreja-empresa.
 
2) Porque Jesus nunca ensinou o seu povo a marchar em passeatas. Esse tipo de manifestação faz parte da idolatrada democracia ocidental, que quer imperar como Deus e que quer expressar-se em protestos de todas as formas e maneiras. Basta um aglomerado com bandeiras e temos ali um protesto. Jesus nunca pediu a ninguém para fazer protestos ou marchar para Ele. As passeatas e protestos que os cristãos deveriam fazer ou ocupar não aparecem nas praças e na mídia, mas na mudança de comportamento de vidas transformadas pelo poder de Deus. Quando eu precisar usar uma camiseta dizendo: SOU CRISTÃO, é porque talvez o meu argumento de vida esteja falhando (posso usar como adorno ou material evangelístico, nunca para substituir o meu testemunho). Quem é cristão não precisa se exibir, vestir-se de árvore de Natal ou de lona de circo para mostrar a sua fé. Um cristão se mostra pela prática no dia a dia e não por aglomerados barulhentos e volumosos a tomar as ruas. Uma coisa é manifestação política; outra coisa é a manifestação da fé. E esta não se produz em caminhadas na praça, mas na caminhada de um viver com Cristo, dia após dia, ano após ano.
 
3) Porque é ecumênica, aceita qualquer ensinamento, qualquer espécie de fé. Quem está nas plataformas? Gente que vive e crê na Palavra de Deus, que possui a legitimidade de uma vida cristã bíblica e coopera em uma igreja local digna? Não. São os mercadejadores da fé. São os que aparecem no rádio a dizer: "seja um contribuinte e Deus vai derramar prosperidade sobre você". São pessoas que utilizam-se de manifestações ridículas de línguas estranhas (que de estranhas não têm nada, apenas um mísero vocabulário de palavras que impressionam nos microfones e nos auditórios) para deter o povo em suas garras mentirosas. Um desses profetizou que os que comprassem sua bíblia (bíblia virou produto, deixou de ser Palavra de Deus) por 900 reais, receberia bênçãos sem medida. Outro solicitou o "trízimo". Outra profetizou que os que fizessem carnês pelo seu projeto receberiam 100 vezes o dinheiro investido. E estão todos juntos no palanque. Sob a ótica ignorante, Deus está atuando em suas vidas; portanto, são pessoas de Deus. Não importa se roubam e expoliam as massas. Não importa que criem impérios faraônicos de imensas terras, iates, resorts, emissoras de rádio e tv, casas e mansões de altíssimo luxo, tudo às custas de seus supostos "dons espirituais". Não importa nem que cumpriram pena por sair com dinheiro ilícito do país.  Um fala na TV contra o Apóstolo, mas ali está à favor. Outro prega contra as práticas do outro, mas posa como amigo e companheiro. Depois voltam para as suas igrejas gabando-se da posição que ocuparam diante da mídia. Que vergonha! "Comeis a gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas." (Ez 34:3)
 
4) Porque é capitalista, um foco de vendas, de arrecadação de fundos, de criação de redutos eleitorais e eleitoreiros. Revisemos as passeatas nos outros anos. Perguntemos: existiu divulgação política? Existiu manipulação de massas com apresentação de nomes que logo foram apresentados como candidatos? É óbvio que sim! Essa marcha é um grande palanque onde políticos e futuros políticos assumem compromissos com os organizadores, buscando subsídios, financiamento, currais de votos e, em vencendo, propondo a continuidade do sistema, a manutenção de tudo como está para evitar o fim do filão. E a venda? Ah, essa é descarada: produtos, empresas, empresários, artigos, sistemas de comunicação, moda com a qual as bandas e os organizadores se vestem, bugigangas de artesanato, lembrancinhas, comida etc. O evangelho deixou de ser mudança de vida para tornar-se um grande e lucrativo negócio. Que tristeza. "Porque nós não somos, como muitos, mercadejadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus" (2Co 2:17)
 
5) Porque não faz distinção entre trevas e luz. Para os marchantes não existe pecado. O mundo capitalista do falso evangelho transformou o pecado em PRODUTO GOSPEL. Tatuagem e piercing, claramente contrários à prática cristã dos cuidados para com o corpo (templo do Espírito Santo) tornaram-se normais e "ungindos". Há os que se tatuam com frases denominacionais ou de apoio ao Apóstolo e à Bispa. E crêem estar sendo dirigidos pelo Espírito Santo! A imoralidade virou sex shop gospel. As baladas e os inferninhos da juventude tornaram-se "arroxa gospel". Igrejas há que vivem deslavadamente a imoraidade sexual e todos estão lá, em pura confraternização, disfarçados de seus pecados, com roupas iguais e "marchando para Jesus". Ouso dizer que quem vive como quer, da maneira que quer, ignorando a bíblia, o livro de Deus, está marchando, mas direto para o inferno. "Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?" (2Co 6:14)
 
Os verdadeiros crentes em Jesus, seja de que denominação forem (e os verdadeiros não permanecem nessas igrejas falsas muito tempo, porque Deus os esclarece pelas Escrituras Sagradas) não estão nessa marcha. E se estão, haverão de se arrepender em breve, pois verão que o Senhor não ensinou esse tipo de coisa. Enquanto a marcha cresce,  o pecado aumenta no país. Não deveria ser o contrário? É porque esse tipo de cristianismo não é feito de material autêntico, mas plástico, descartável, como tudo o que se produz hoje. São flores plásticas sem perfume, sem beleza verdadeira. São perfeitas simetricamente, mas absolutamente mortas. Esse cristianismo midiático é um show, está em 3D e em blueray, mas absolutamente inerte, inexistente e morto. Não possui nenhuma qualificação de avivamento, reavivamento, de movimento de santidade ou de enchimento do Espírito Santo. É pura pirotecnia, fogos de artifício. BUM! e é só, não muda nada, ou só muda para pior.
 
Os cristãos autênticos marcham todos os dias, todas as horas, em toda a parte e lugar. São aqueles que trabalham e labutam com esforço no ganho do pão e na mantença da família, e o fazem pelo Senhor e em amor dos seus. Os cristãos autênticos guardam o dia do Senhor e ofertam com liberalidade nas suas igrejas locais, buscando o bem da sua comunidade e a divulgação da verdadeira mensagem de Cristo. Os cristãos verdadeiros não têm tempo para marchar em blocos e massas, pois estão em suas igrejas, ensaiando para cantar, servindo refeições às comunidades carentes, fazendo retiros, encontros de casais, aprendendo música e discipulando os neoconversos. Os cristãos verdadeiros obedecem às orientações dos seus pastores locais e não se ligam a movimentos que contrariem a orientação da igreja (desde que fundamentada na Palavra de Deus). Os cristãos autênticos não participam de baladas com bandas aventureiras, verdadeiras estrelas cadentes do sucesso em nome da fé. Os cristãos verdadeiros são, em sua maioria, anônimos para o mundo, mas conhecidos pelo Céu. Os cristãos verdadeiros não se tatuam ou colocam piercings, não se unem ao inferninho gospel. Os cristãos autênticos são Corpo de Cristo e não massa de manobra.
 
Por tudo isso (e essa é a MINHA OPINIÃO, que exijo ser respeitada) não creio na suposta MARCHA PARA JESUS. Para mim não passa de MARCHA PELA GLÓRIA DO HOMEM E PELO ENRIQUECIMENTO DOS FALSOS APÓSTOLOS. Prefiro a minha insignificância de cristão anônimo sem palanque do que a glória do mundo, que é transitória, efêmera e maligna. A glória de nossa vida não está na Terra, mas está no Céu. Enquanto estou na trincheira, de arma na mão e em batalha contra o inimigo, não tenho tempo de fazer festinha. Aguardo a festa da Igreja Triunfante, no Céu. Essa será muito, muito melhor! E o Apóstolo será CRISTO, razão, motivo, começo, meio, fim, graça, glória, honra, sabedoria e eterna dignidade. Bendito seja o nome dEle! "Por isso, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão" (Hb 3:1)
 
Wagner Antonio de Araújo,
que não MARCHA PARA JESUS.
bnovas@uol.com.br
 
obs: não discutirei o que escrevi. Portanto, nem principiem debates. Respeito os contrários, mas exijo respeito ao que penso.



102  - FELIZ MEIO ANO NOVO!!!
 

 
Que alegria! Todos em festa! Ceias à mesa, famílias reunidas, igrejas em vigília, é tempo de alegria, de esperanças, de desafios! Tudo enfeitado, papéis coloridos, comidas gostosas, sonhos acalentados, .... Mas, espere um pouco... Do que estou falando? Ainda estamos em JULHO!!! O ano novo só virá daqui há seis meses! Não tem ninguém reunido, vigílias, ceias, viagens, presentes, festas, ninguém comemora meio ano novo!
 
Acho que me empolguei antes da hora. Ainda estamos em 2013  Mas, se pensarmos bem, hoje é também um dia importante, porque estamos iniciando a ÚLTIMA METADE DE 2013! Ora, vejam só!
 
As metas do início do ano? A maioria das pessoas já as arquivou. Os regimes alimentares? Já ficaram para "segunda-feira". O dinheiro que seria poupado? Já foi gasto naquele financiamento do som, ou na troca da mobília, ou no carro novo. A vida atlética? Só na televisão, e olhe lá! A nova diretoria da igreja, da união de mocidade, do evangelismo? Já entrou na mesma rotina da anterior.
 
Nós somos assim. Cheios de fogo! Mas fogo de palha. E, depois, o que sobra, são alguns gravetos acesos. Foram 180 dias que passaram. Ou melhor, voaram. Ou melhor, nós passamos por eles! Mas isso pode mudar, no semestre que ainda temos a percorrer. Podemos celebrar o celebrável e começar uma nova história em nossa história!
 
Eu proponho que façamos do dia de hoje um dia de festa! Diz a bíblia: "Este é o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos, e alegremo-nos nele." (Sl 118:24). Sim! Ter chegado até aqui foi uma dádiva do Altíssimo! As Escrituras também afirmam: "Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco." (1Ts 5:18) Temos grandes motivos para festejar! Desde o corpo com o qual fomos criados, até os recursos essenciais que recebemos (teto, alimento, trabalho, água, ar, família, amigos, companhia).
 
Podemos agradecer a Deus a bênção de sermos conhecedores de Sua Palavra, pois, infelizmente, "a fé não é de todos." (2Ts 3:2). O fato de estarmos em Cristo é a maior de todas as dádivas, e, como Paulo diz, inspirado pelo Espírito Santo, "isto não vem de vós, mas é dom de Deus" (Ef 2:8). Recebemos a graça de crer, e, através dessa fé, temos acesso a esse Deus maravilhoso, que tanto nos amou, que deu o Seu próprio Filho Unigênito, para ser o nosso Salvador! (cf. Jo 3.16).
 
Devemos louvá-lo também porque Ele pode nos dar um resto de agenda em branco, para escrevermos uma nova história daqui para frente! Não importa se os meses de janeiro a junho foram parcialmente perdidos; não importa se gastamos as nossas energias com coisas que não satisfizeram; não importa o grau de comprometimento do ano. Podemos ter chorado, ter lamentado, ter perdido, ter parado. Mas, para Deus, nada é perdido, nada é à toa. Diz-nos o livro de Romanos: "sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito."(Rm 8:28).
 
Ele, e somente Ele, pode mudar o nosso destino e virar a nossa história! Foram pecados? Deus diz: "E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra." (2Cr 7:14). Foram más escolhas? A bíblia diz: "... te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência" (Dt 30:19). Foram fracassos? Lembre-se: "Deus farta a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia."  (Sl 103:5) Foram desamores? Não se esqueça: "Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e ele te susterá; não permitirá jamais que o justo seja abalado." (Sl 55:22)
 
E, naqueles projetos e coisas que estão dando certo, estão glorificando a Deus e estão trazendo o progresso pessoal, familiar, comunitário ou humanitário, agora, como nunca antes, é hora de perseverar, investir, arriscar e vencer! "E os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda." (Is 30:21). É hora de continuar, é tempo de ir até o fim. E, com a graça do Senhor, teremos todas as condições para concluir com êxito os nossos projetos!
 
Por isso, se alguém passar por você agora, aí no trabalho, ao lado de sua mesa, ou lá na sala onde se toma cafezinho, ou mesmo na hora de ir para casa, não se encabule, e diga com coragem e alegria:
 
FELIZ MEIO ANO NOVO!!!
 
Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP
(escrito em 2005, adaptado)


103 - O TEMPO
 
A vida é tão curta, os dias são tão poucos, a existência é tão passageira, e nós gastamos tão mal o nosso tempo! Ontem tínhamos 15 anos, hoje custamos acreditar que temos 30! "O tempo não para", diria a canção..
 
Temos tempo para trabalhar, para correr, para suar a camisa e ganhar o nosso pão, tempo para tomar duas ou três conduções, para ficar no trânsito congestionado das seis da tarde, mas não temos tempo para gastar com um filho pequeno, no chão da sala, ou com a filha, que quer imitar a artista preferida ou brincar de papinha.
 
Temos tempo para bater uma bola no domingo pela manhã, para freqüentar uma academia de ginástica, treinar para a Corrida de São Silvestre ou alguma maratona, tempo para usar a esteira elétrica na sala de casa, ou para passar três horas no clube, com amigos, mas não temos tempo para ver o álbum de fotos do casamento, cuidar do jardim da casa, ou simplesmente ouvir as velhas histórias que a mamãe repete todos os dias, ou admirar um casal de maritacas, namorando no fio da luz, na rua.
 
Temos tempo para assistir ao futebol da semana, o campeonato de basquete, a corrida de Interlagos, a rodada do Brasileirão, o torneio da Libertadores da América, mas não temos tempo para um jantar à luz de velas com o nosso amor, ou uma ligação telefônica para um amigo que não vemos desde muito tempo, ou ouvir velhas canções com alguns amigos do peito. Não nos sobra tempo para comer um churro, passear na praça ou empinar uma pipa no parque. Nossa vida é cinza, é cúbica, é uma sina sem alma.
 
Gastamos o final de semana com a arrumação da casa, o lavar das roupas, a preparação do almoço ou festa do sábado à noite, investimos tudo na preparação da prova e do concurso público que iremos prestar, ou viajamos para o sítio ou praia, nos esquecendo completamente que temos igreja, temos compromissos com Deus, no ouvir da Palavra, no uso dos dons, na comunhão e adoração.
 
"Devieis fazer estas coisas, sem omitir aquelas", diria Jesus, parafraseando-se, na afirmativa que faz em Mateus 23.23. Uma das partes do fruto do Espírito (e não "frutos"), é o DOMÍNIO PRÓPRIO, a TEMPERANÇA, ou o equilíbrio. Nem tanto ao mar, e nem tanto à terra. Saber dosar, saber usar, saber viver, saber construir, saber descansar! Ser real não é ser máquina, mas é ser gente!
 
Para cada um de nós o Senhor confiou o mesmo número de horas: 24 por dia. E deu-nos a incumbência de usá-las bem, de forma construtiva e equilibrada, e nos deu a regra áurea para a construção da agenda: "Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e as demais coisas vos serão acrescentadas" (Mateus 6.33). A observância disto é que faz toda a diferença.
 
Há tempo para todas as coisas, mas em qualquer tempo, sob qualquer circunstância, é tempo de estar no centro da vontade de Deus! E Deus quer que gastemos tempo com o que vale à pena, com o que fica, com o que produz fruto para a vida eterna, com o que deixa rastros, rastros de luz na estrada da vida.
 
Trabalhemos muito. Sejamos honestos, responsáveis, estudiosos, prudentes. Prosperemos na terra que o Senhor, nosso Deus, nos dá. Não sejamos preguiçosos, semeemos em todo tempo.
 
Mas não percamos de vista as outras partes de nossa vida, mente e coração. Invistamos numa vida de amizade leal ao Senhor. Gastemos tempo com a família, os filhos, os netos, os amigos, vizinhos, colegas. Esses interrelacionamentos fazem toda a diferença, numa existência. Ninguém sentirá falta de uma máquina de atividades; porém, todos sentirão a falta de um amigo, de um irmão, de um bom filho, de um influente companheiro. É melhor deixar saudades, do que deixar castelos. Os castelos caem; a saudade jamais.
 
E não nos esqueçamos que o Reino de Deus tem prioridade. Nada, absolutamente nada, deve interpor-se entre nós e o Senhor. Conseqüentemente, a vida devocional torna-se prioridade. Serviço a Deus na igreja torna-se fundamental. Usar dons e talentos também. E compartilhar a salvação com os não crentes igualmente.
 
Que tal começar agora, e dar uma olhadela pela janela? Hoje é um novo dia, o céu está sorrindo para você. As flores desabrocharam e os pássaros fazem festa junto à janela. Há um amigo esperando uma cartinha sua, ou uma amiga aguardando um telefonema. Olha o computador ligado: por que não passar um e-mail de bom dia a alguém? Há uma esposa em casa, ou trabalhando, que ficaria muito grata com um gesto inusitado de amor, ou um filho esperando uma palavra de incentivo. Há alguém a quem você pode ajudar, e hoje! Anime-se: você ganhou muitas horas neste dia, e poderá construir um tempo inesquecível! Cabe a você, como um aprendiz do único e Soberano Senhor, construir uma vida altamente relevante e que valha à pena!
 
"Hoje é o dia que o Senhor nos deu; alegremo-nos e regozijemo-nos nele" (Salmos 118.24)
 
Wagner Antonio de Araújo

 
104 - DÁDIVAS DA MINHA VIDA - 04/07/2013
 
Menor sou eu que todas as beneficências, e que toda a fidelidade que fizeste ao teu servo; porque com meu cajado passei este Jordão, e agora me tornei em dois bandos. (Gn 32:10)
 
Posso dizer com bastante convicção de que Deus não me trata como mereço e não me ignora no meio da multidão. Se ele me tratasse conforme as minhas obras eu estaria debaixo de Sua ira e condenação, caminhando a passos largos para o Inferno. Ele, contudo, me amou e me elegeu nEle, atraindo-me para a Cruz. Oh, amor bendito e eterno, como agradecer suficientemente? Com isso entendo que A GRAÇA DE DEUS é a dádiva imerecida que recebi do Senhor, e A MISERICÓRDIA DE DEUS é a bênção de não ser tratado como de fato eu mereço. GRAÇA E MISERICÓRDIA estão sobre mim! Aleluia!
 
Deus foi gracioso e salvou a minha velha mamãe. Falo dela como Jacó falava de sua Raquel: com emoção, com dor, com saudade, mas com profunda gratidão. Com pesar sepultei a minha mãe. Mas que mulher maravilhosa ela foi (e é, no Reino Eterno do Senhor!) Ela me criou e por mim doou a sua vida. Concebeu-me em seu ventre, carregou-me por nove meses, deu-me à luz, cuidou de mim quando era um bebezinho. Quantas vezes atravessou as noites em claro acalentando-me no berço, cuidando de minhas constantes dores nas pernas e febre. Nos dias frios lavava as roupas no tanque cheio de cândida e sabão, molhando seu vestido e avental. Nos dias de calor carregava-me no colo tantas vezes, cansada, mas feliz! Fez minha comida, trocou as minhas roupas, deu-me banho, ensinou-me o certo e o errado, defendeu-me das iras paternas, levou-me e trouxe-me à pé da escola e transformou-se em minha heroína. Quando eu me converti ao Senhor ela irou-se, chorou, ficou magoada, nervosa, esfriou-se para comigo, mas atentou no evangelho que eu trazia, pois me amava. E Deus, em Sua infinita misericórdia, atraiu-a para a Cruz, convertendo-a numa noite de quarta-feira de cinzas, enquanto fazia a janta! Mamãe foi regenerada, nasceu de novo, tornou-se uma serva de Deus! E como serviu ao Senhor! Suas orações foram tão amplas, tão reais e tão ouvidas que continuam a ecoar no éter, com resultados que colhemos dia após dia. Mamãe foi uma dádiva. Mulher virtuosa, com a pouca leitura que tinha leu mais de 100 livros que lhe dei, decorou inúmeros hinos do Cantor Cristão, participou da sociedade de senhoras, evangelizou, trabalhou na cozinha, fez vigílias de oração, enfim, foi ativa, trabalhadora e honrada. Arrastava à pé o meu pai até a igreja, mesmo não podendo mais andar direito. E venceu, valorosamente, escrevendo uma biografia que não precisa de monumento, pois ela é fruto da graça do Senhor em sua vida.
 
E meu pai? Homem de natureza difícil, filho de judeus-portugueses da roça, de uma estrutura familiar patriarcal dominadora, onde filhos precisavam apanhar muito, inclusive a esposa. Ele soube superar o lar grosseiro do passado e construir sua vida à custa de muito trabalho. Estudou e adoeceu. Casou-se com mamãe. Teve dois filhos e criou-os com o rigor que conhecia, mas com as virtudes do trabalho, dando o estudo, a comida, a vestimenta, o teto e tudo o que necessário. Mas isso era insuficiente. Pois foi quando entreguei-me a Cristo que vi a obra de Deus naquele coração. No dia do meu batismo (imersão) ele e seus irmãos foram à igreja. Sua concepção quanto ao evangelho mudou. Passou a frequentar os cultos da noite. E num dia em que o coral cantou "SOSSEGAI" e "JUSTO ÉS SENHOR", meu pai converteu-se. Deu o passo necessário. E ao longo dos anos as mudanças apareceram. Não foram automáticas, mas seu crescimento em Cristo deu frutos inegáveis. Ele procurou cada pessoa que havia ofendido, magoado ou prejudicado profissionalmente e pediu perdão a elas. Procurou todos os familiares e reconciliou-se com eles. Não deixou para trás nenhuma coisa que julgava ter feito errado, exceto aos que já haviam falecido, pecados que confessou só a Deus, pedindo a Sua misericórdia. Pregou o evangelho a toda a família, aos amigos da roça, de Minas Gerais, do Banco do Brasil e vizinhos. Nas madrugadas, quando eu levantava para ir ao banheiro, encontrava-o na cozinha, com seus óculos fortes e 2 lentes de aumento, lendo a Bíblia. "Pai, o senhor precisa dormir"; "filho, vou perder a visão em breve e quero aproveitar tudo o que me resta para ler a Palavra de Deus". E, de fato, a visão foi embora, não a memória do que leu na Bíblia. E ao final da vida, doente, cego, canceroso, pediu para que apenas o deixássemos partir, pois estava salvo nas mãos de Deus. Oh, Senhor, que dádiva ter me concedido um pai remido pelo sangue do Cordeiro! Sepultei papai, mas ele está vivo, aguardando aquele dia inesquecível da última trombeta. Bendito seja o Senhor!
 
E meu irmão? Pequeno, ele sempre foi o meu melhor amigo. Conflito de gerações sempre existem, principalmente com 6 anos de diferença. Mas foi sempre um menino íntegro, correto, trabalhador, ousado. Quando o meu pai converteu-se, Daniel estava com ele. O Espírito Santo também falou-lhe e meu irmão rendeu-se a Cristo, tornando-se um adolescente do Senhor. Meu Deus, que privilégio! Fui professor do meu irmão na Escola Bíblica Dominical. Vi o seu progresso, seu preparo musical, sua dedicação na igreja, seu empenho em distribuir folhetos, em falar de Jesus. Daniel cresceu, tornou-se próspero e ousou investir no futuro. Hoje, quando o contemplo, homem feito, pai de família, empresário de sucesso, amado por seus funcionários, com amigos em toda parte, com uma esposa belíssima e filha terna (a cara de minha mãe), e todos servindo ao Senhor, as lágrimas caem copiosas dos meus olhos, pois foi mais uma dádiva que o Senhor me deu, a conversão do meu irmão! Ele é o meu braço direito na Boas Novas. Deus deu-me essa dádiva!
 
Iremos todos para o Céu. Minha mãe e meu pai, que já estão lá, e meu irmão e eu. Hoje, casados, temos esposas maravilhosas que também são do Senhor e conosco formam as nossas famílias cristãs. E ele, pai, tem em sua filha a sua dádiva celestial, para criá-la no amor e nos caminhos de Cristo, para que ela não venha a se render apenas aos 8 ou 14 anos, como nós, mas que sirva ao Senhor desde pequenina, com amor e devoção.
 
Deus foi misericordioso comigo. Não me tratou como eu mereço. Ele me trata com brandura, com carinho, com agrado, com MISERICÓRDIA.
 
Deus foi gracioso comigo. Ele me deu o que eu não merecia: a bênção de ver meus familiares com Cristo, salvos pelo sangue do Cordeiro de Deus; Ele me tratou com GRAÇA.
 
Só posso dizer: Senhor, muito, muito obrigado!
 
Acredito que ter os familiares vivos convertidos ao Senhor deva ser a prioridade na vida dos verdadeiros salvos por Cristo. Enquanto eu não visse mamãe, papai e meu irmão resgatados do pecado e compartilhantes da mesma fé salvadora, não consegui sossegar. Clamei, falei, instei, pelejei, implorei, supliquei, incomodei, semeei, até que o Senhor deu as dádivas. Se Ele concedeu a mim, também concederá àqueles que, de coração, se importarem com a salvação dos seus.
 
Pensemos nisso. E encorajemo-nos a levar os nossos familiares aos pés da Cruz.
 
Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel, Carapicuíba, São Paulo, Brasil
 
na foto (se abrir), da direita para a esquerda:
Daniel, mamãe, papai, Ademir (ao fundo),
Pr. Albino Faustino, Wagner, Dna. Flora Faustino,
Dna Cida Gonçales (esposa do Pr. Antonio Mendes Gonçales,
Dna. Damares Freitas e Pr. Israel Teixeira de Freitas.
As crianças não sei quem são. Brincavam na rua. foto de 1984.


105 - MÁGOA
 
Maria e Mhirtes são da mesma igreja. São até amigas, não das mais chegadas, mas se respeitam e até sorriem. Contudo, ao final de um culto, por causa de um automóvel estacionado, elas brigam. Uma bloqueou o estacionamento da outra, e então começam um grande bate-boca na porta da igreja. A turma do "deixa-disso" aparece, e dissipa o foco de briga. Após o evento, juntam-se uns com Maria, apoiando-a, e outros com Mhirtes, confortando-a.
 
O tempo passa e ambas fazem de conta que nada aconteceu. "Os incomodados que se mudem", e esperam que a outra vá embora da igreja. O pastor, contudo, espera que ambas se reconciliem. O tempo passa rápido. Três meses.
 
"Maria, não vai mais falar com Mhirtes?" "Deus me livre, pastor. Não quero nem papo, nem olhar pra ela". "Maria, não é assim que devemos fazer. Precisamos perdoar as ofensas, foi isso que o Mestre nos ensinou em Sua palavra". "Ah, pastor, eu ainda não cheguei nesse capítulo..." E os dias correm.
 
Chega a Ceia do Senhor. Aliás, mais uma Ceia, onde ambas, bicudas, iriam rejeitar  o cálice e o pão. Mas, antes da celebração, chamei Maria e disse-lhe: "Maria, hoje é o dia de dormir o sono dos justos!" "Como assim, pastor?" "Hoje você deve perdoar como também foi perdoada, e acolher, como também foi acolhida". "Mas ela me rejeitará, pastor!" Então eu digo: "E daí? Que importa para você? O problema não será mais seu!"
 
Começa a Ceia. Dou a oportunidade para que os magoados e os magoadores, busquem as pessoas prejudicadas ou prejudicantes, e que dêem o abraço silencioso do perdão dado ou recebido. Começamos o canto do hino "Pão da Vida, Pão dos Céus". Maria se levanta, cabisbaixa, vermelha, sem vontade, mas obedecendo às instruções de Cristo, e busca Mhirtes, e a abraça. Mhirtes sequer olha para Maria, mas a abraça, para não ficar feio diante dos outros.
 
Ao final, Maria me procura: "Pastor, Mhirtes nem me acolheu!" "E daí, Maria? Você fez a sua parte! O problema não é mais seu, mas dela! Agora vamos orar para ela também abrir a alma e o coração. Quanto a você, durma hoje o sono dos justos" Maria sorriu e saiu. A impressão que tive é que ela flutuava, de tão leve!
 
Isso não é ficção. Isso é fato, acontecido em meu ministério, apenas troquei os nomes. E não é antigo. Infelizmente, cenas como essa existem aos montões, pelas igrejas afora. Quantos de nós já não fomos protagonistas numa delas? Quantos não fomos as vítimas, ou, pior ainda, não fomos os réus?
 
Gosto da Ceia do Senhor por isto: porque ela nos obriga a acertar as contas. Do contrário, se deixarmos de participar, estaremos em pecado (examine-se o homem, e COMA DO PÃO, diz I Coríntios 11.28). E, se participarmos indignamente, seremos réus e poderemos adoecer e até morrer (vide o mesmo capítulo). Não temos alternativa: a única que nos resta é consertar. Pois no Reino de Deus não há espaço para a cara feia e para a mágoa. Nem para a raiz de amargura e a inimizade. Essas coisas não devem existir e nem serem nomeadas entre nós.
 
Se o seu coração está magoado, desmagoe-o, perdoando. Pense assim: "Toda vez que eu me lembrar do que você fez, também vou me lembrar que perdoei você". E viva feliz, desintoxicado do ódio, da mágoa e da dor!
 
Wagner Antonio de Araújo


DUAS CERTEZAS
 
Teve-as Jesus antes de morrer. Duas certezas impressionantes: a primeira em relação ao pecado e a secunda em relação ao futuro.
Aconteceu no cenáculo, quando da instituição da Ceia.
Segundo o apóstolo Paulo, ao tomar o cálice, Jesus disse:
"Este cálice é o Novo Testamento do meu sangue; fazei isto, todas as  vezes que beberdes em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciareis a morte do Senhor até que ele venha" (l Corlntios 11:25,26). Primeira certeza: "em memória de mim".
Jesus estava certo de que náo seria esquecido.
A morte faz esquecer. O túmulo, ainda que tenha epitáfio, apaga lembranças.  É isso: o tempo é uma esponja que apaga muita coisa da memória. Que limpa o quadro-negro onde vamos rabiscando a nossa vida.
Onde estão os nossos mortos? Quando muito, numa cicatriz que ficou de ferida que se abriu em nosso coração quando eles partiram.
Mas Jesus não quis assim: ele fez questão de permanecer vivo na vida dos seus discípulos. E ficou. E o que poderia parecer uma pretensão estulta cumpriu-se: Jesus não foi esquecido. A cada celebração da Ceia a cruz  revive na perene recordação do evangelho.
A segunda certeza: "até que ele venha".
Alusão á sua secunda vinda. Cristo prometendo uma viagem de volta à terra. Um retorno triunfante. Sem cruz. Sem Calvário. Sem túmulo.
Com coroa e com séquito. Festivo. Para julgar e não para ser julgado. Numa nuvem em lugar de uma manjedoura.
Como poderia ele acreditar nessa glorificação naquela noite dramática, quando estava a caminho da suprema humilhação? Da cruz para um trono?  Pois acreditou. E a história deu-lhe razão: Cristo continua atual, atualíssimo.
O Calvário ainda está de pé. A cruz não perdeu o imã que sempre foi. Se se confirmou a primeira certeza, resta saber se se realizará a segunda - a da segunda vinda de Cristo.
Claro que sim, dados os antecedentes que estamos apontando. Se em relação ao passado Cristo não mentiu, em relação ao futuiro não mentirá também. O primeiro milagre garante o segundo.
Não sabemos quando ele acontecerá: a data é imprevisível. Tanto melhor, para que estejamos sempre em condições de recebê-lo, vigiando e não dormindo. Ele disse que virá como o ladrão, sem se fazer anunciar.
E, enquanto ele não vem, vamos lembrando o passado sem esquecer o futuro - em memória dele até que ele venha.
Pastor Rubens Lopes
1914-1979

106. ) 106 - EU VOU MORRER
 
Estou anunciando publicamente o que sabia desde que me conheci por gente: eu vou morrer. Sim. Não terei alternativa. O meu corpo está se desfazendo dia após dia. Já não tenho vitalidade dos meus 15 anos. Os meus cabelos não produzem mais a coloração correta e minhas vistas não enxergam com facilidade. O meu rosto cultiva rugas e marcas que eu não tinha há alguns anos. As minhas pernas, antes ágeis e flexíveis, agora precisam de apoio (e algumas vezes até de bengala) para não se "esquecerem" do passo certo. A destreza das idéias não acompanha a resposta do corpo e eu percebo que a entropia física toma conta do meu organismo e dia mais, dia menos, deixarei esse tabernáculo.
 
Pode ser que demore um pouco. Com dietas, remédios, cuidados físicos, consigo prolongar um pouco o funcionamento do corpo. Pode ser que não. A verdade, todavia, é que eu irei morrer mesmo e não há o que fazer para evitar (exceto se eu fizer parte da chamada "geração do arrebatamento", pois creio nesse evento escatológico).
 
Mas o meu anúncio é mais sério ainda, pois ele é extensivo. Não serei eu apenas a morrer. Quem me lê agora também morrerá, mais dia, menos dia. O meu leitor também está fadado ao ocaso da vida e ao império do túmulo. A morte é uma realidade, ainda que o homem faça de tudo para evitar falar sobre o assunto ou adiá-la um pouco mais. Todos morreremos. Um dia o fôlego de vida que nos mantém animados sairá e deixará o corpo como uma caixa vazia, um celular sem chip e sem bateria, onde o chip é o espírito, que se foi para Deus e a bateria a alma que dormiu na morte (esses termos confundem-se no Novo Testamento, mas servem didaticamente aqui).
 
Morrer não é a minha vontade e nem a do meu leitor, ainda que tenha dito inúmeras vezes, que preferiria a morte a tanto sofrimento enfrentado. Na verdade homem algum quer a morte por prazer; ou a quer por conveniência, ou para poupar maior sofrimento. Pobre alma, não imagina que no além-túmulo as coisas não são inertes ou tranquilas, mas pontuais e decisivas! É certo que a morte é um alívio para quem tem comunhão com Deus, mas ai de quem não tem! O túmulo não traz paz nem felicidade ao incrédulo ou pecador inverterado.
 
Não fomos criados para a morte. Deus nos criou para a vida. A morte veio como consequência das más escolhas que nossos primeiros pais fizeram. "No dia em que comeres ... morrerás", disse Deus ao primeiro casal, caso comesse de uma única árvore no Éden, a única proibida. É bom que se diga que havia MILHÕES de árvores, talvez muitas inexistentes aqui hoje, e NENHUMA necessidade de comer daquela proibida. Não estavam com fome, não estavam em apuros, não havia nada que os obrigasse a isso. Foi mesmo a tentação externa (Satanás aos ouvidos de Eva) que os conduziu à cobiça: serão inteligentes, serão cientistas (conhecedores de todo o bem e de todo o mal), terão olhos abertos. Mas olhos abertos eram os de antes da queda, que viam a Deus pela viração do dia e que não tinham nenhuma preocupação e nenhuma ansiedade. Preferiram a proposta do inimigo em lugar da estabilidade de Deus. Escolheram. Pecaram. Morreram. Saíram do Éden levando consigo o salário do pecado, da má escolha: a morte. Por habitação derradeira ganharam um túmulo. E esse foi o legado que nos deram como primeiros pais...
 
Deus não os abandonou sem esperança. Deu-lhes uma promessa: o descendente da mulher venceria a serpente, ainda que mordido no calcanhar. Era uma fala poética, uma profecia messiânica: o Filho de Deus viria, se tornaria o nosso Salvador, vencendo a peçonha do pecado da raça. Ele curaria o homem e o prepararia para o porvir.
 
Assim, há um porvir, um novo alvorecer,  um viver após a morte!
 
Assim que os olhos se fecham a promessa se cumpre: "Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus." (2Co 5:1). O Apóstolo Paulo disse à respeito de sua morte: "Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor." (Fp 1:23). Cristo falou ao ladrão arrependido: "E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso." (Lc 23:43). Portanto, se eu estiver em Cristo (arrependido de meus pecados e confiado nEle como meu único e suficiente salvador) poderei ter a mesma segurança: ao morrer estarei com Cristo. Aleluia!
 
No fim dos tempos terei a promessa de uma ressurreição completa e absoluta: o meu corpo sairá do pó e voltará à vida: "Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados." (1Co 15:52). O meu corpo será semelhante ao do Senhor: "Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos." (1Jo 3:2)
 
E para terminar esse anúncio, notifico que morrerei. Irei para Cristo. E com Ele voltarei e ressuscitarei, estando para sempre com o Senhor. Ao amigo leitor insto: receba de Cristo a sua salvação também ("A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo." Rm 10:9) e garanta em vida a sua condição futura. É possível! Deus prometeu salvar os convertidos ao Seu Filho! Por que demorar? "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei." (Mt 11:28)
 
Wagner Antonio de Araújo


107. ) CASAMENTO: PLANO, DÁDIVA E ORIENTAÇÃO
 
 
No último sábado, 20 de julho de 2013, fui preletor no 14o. Jantar de Casais da Igreja Cristã Evangélica Renovada em Mogi das Cruzes, São Paulo, à convite do Pr. Marcos Rozevel de Oliveira Rosa, a quem muito agradeço.
 
No domingo repeti a mensagem no púlpito da Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel em Carapicuíba, São Paulo.
 
Compartilho aqui o texto preparado para o evento.
 
Wagner Antonio de Araújo
 
 
 
 
 
Tema: RENOVANDO O PACTO DE FIDELIDADE
Divisa: Salmo 89.34:
“Não violarei a minha aliança, e nem modificarei o que os meus lábios proferiram”
 
CASAMENTO: PLANO, DÁDIVA
E ORIENTAÇÃO DE DEUS PARA A HUMANIDADE
 
O casamento, antes de ser considerado um fato sociológico ou manifestação cultural, deve ser considerado uma instituição divina para a humanidade. Foi Deus quem o criou; foi Ele quem o instituiu. Deixou regras claras para o exercício do matrimônio, apontando o caminho para a verdadeira felicidade e realização. Em nossa sociedade, entretanto, por estar poluída com o paganismo, com o ateísmo e com o pós-modernismo, as pessoas deixaram as orientações bíblicas para seguir os seus próprios conceitos: casam-se com sexos iguais (o que em nenhum lugar do Universo pode ser considerado “casal”, senão na cartilha dos modernistas), casam-se com várias pessoas ao mesmo tempo ou contraem diversas núpcias ao longo da vida sob qualquer pretexto (e não apenas pela exceção apontada por Cristo em Sua Palavra “a não ser em caso de adultério”, cf. Mt 5.32). No caso de cristãos desde o berço, deixam de seguir a orientação divina (“não vos prendais a um jugo desigual”, cf 2 Co 6.14) e caminham rumo ao desconhecido, seguindo o próprio coração. Resulta disso a grande desestrutura familiar contemporânea, a instabilidade das relações, a falta de Deus no lar e a infelicidade das famílias.
 
Afirmo com toda a convicção que Deus, o criador do homem e da família, planejou o casamento, concedendo-o para a felicidade do casal e estabeleceu regras para o seu desenvolvimento. Por ser Ele o criador da família sabe perfeitamente a receita para a felicidade de Sua criação. Portanto, gostaria de refletir sobre Seu plano, a dádiva advinda dele e as Suas ordens para realizá-lo com perfeição.
 
I – O CASAMENTO É UM PLANO DE DEUS
 
Ao criar a humanidade Deus o fez em duas partes: primeiro criou o homem e depois a mulher. Ao criar o homem “disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele.” (Gn 2:18). Foi idéia divina a criação da mulher. Fê-lo para torná-la sua ajudadora, sua companheira, sua parceira. Estava ali a graça de Deus operando de forma decisiva no suprimento do homem: criou-lhe uma companhia, criou-lhe alguém que dele cuidasse e que o acompanhasse em toda a sua existência. Ele é o autor do casamento.
 
Ao uni-los (foi o próprio Deus quem determinou essa união), deu-lhes uma ordem: E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: “Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.” (Gn 1:28). Com isso o Senhor estabelecia não apenas a concessão do convívio entre homem e mulher, mas o caminho para multiplicá-los, realizando o Seu intento de tê-los como dominadores em toda a Natureza. Era o plano para a perpetuação da espécie, para a habitação de todo o planeta.
 
Deus não criou a companheira para o homem através de outra ordem, de outra espécie, de outra criatura. Ele o fez através de um pedaço dele: extraiu uma costela e com ela criou a mulher. Ela seria agora “osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada.” (Gn 2:23). Separados através da primeira cirurgia da história, as partes se buscam e querem o reencontro e a reunião. Por isso Cristo afirmou: “E serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne.” (Mc 10:8). O casamento torna Adão e Eva em uma única unidade física, através da união, do convívio, da conexão.
 
Encontramos no Novo Testamento as palavras instrutivas do Apóstolo Paulo quanto a essa questão: “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, “(Ef 5:25). Através do casamento o homem deve desenvolver com temor e tremor o amor pela sua esposa. Um amor dedicado, profundo e sacrificial, que tem em Cristo o seu modelo máximo: assim como Cristo amou a igreja, morrendo por ela, assim devem os maridos dedicarem-se em amor por suas esposas. Dedicação que inclui sustento, amor, compreensão, socorro, cuidados, carinho, suprimento, atenção, fidelidade, consagração.
 
Também lemos nas páginas do Novo Testamento a ordem divina para as mulheres: “Vós, mulheres, estai sujeitas a vossos próprios maridos, como convém no Senhor.” (Cl 3:18). Se por um lado os maridos deveriam dedicar as suas vidas nos cuidados para com suas esposas, deveria ser também em igual consagração a submissão das mulheres aos seus próprios maridos. Isto significa andar com eles, caminhar em seus propósitos, honrá-los, respeitando-os, submetendo-se às suas orientações e decisões. Certamente que isso não ecoa politicamente correto numa sociedade que despreza a Palavra de Deus e os conceitos divinos. Mas para os crentes legítimos isso é verdade inabalável: homens amam e dão a vida; mulheres honram e são-lhes submissas.
 
II – O CASAMENTO É UMA DÁDIVA DE DEUS
 
O casamento tem suas alegrias e suas delícias. Deus o criou não apenas para perpetuar a espécie ou para o domínio da Natureza, mas para  a felicidade do homem.
 
Diz-nos o autor de Eclesiastes: “Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade.” (Pv 5:18). A alegria de conviver, de estarem juntos, de desfrutarem da intimidade sexual, de poderem ser quem são sem máscaras e nem limites na privacidade deve gerar profunda alegria e plena realização. Contudo, tal felicidade está limitada ao “teu manancial”, “mulher da tua mocidade”, ou seja, a única mulher com quem o homem celebrou um compromisso, uma aliança. Não há espaço nos propósitos divinos para uma segunda ou uma terceira, nem para outros homens na vida da esposa.
 
O casamento também supre necessidades básicas na vida de ambos: “Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho.” (Ec 4:9). O casamento potencializa esforços e aumenta o sustento. No passado as mulheres primavam pela atividades do lar. Hoje ambos têm vidas profissionais e somam os seus recursos, melhorando as próprias condições (o que não exime a responsabilidade feminina como a “rainha do lar”). O casamento supre também necessidades humanas e físicas, pois está escrito: “Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só, como se aquentará?” (Ec 4:11). Como é bom a companhia do cônjuge ao nosso lado, quando estamos em nosso leito ou em nossa mesa! Também potencializa a força da família: “E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.” (Ec 4:12) A esposa encontra no marido o seu defensor; este, tem na esposa a sua melhor advogada. Por isso a importância da fidelidade e da vida correta entre ambos e com cada um em particular!
 
A família biblicamente constituída promove descendência: “Não trabalharão debalde, nem terão filhos para a perturbação; porque são a posteridade bendita do Senhor, e os seus descendentes estarão com eles.” (Is 65:23). Como é lindo uma família que teme ao Senhor, que possui um patriarca honrado e consagrado, uma mãe zelosa e exemplar! Filhos, netos, noras, genros, todos em franca admiração deste lar abençoado pelo Criador! E isso não está longe de ser realidade, desde que coloquemos em prática os propósitos do Senhor em nossos casamentos!
 
Aliás, esta é outra dádiva do Senhor: um lar que serve a Deus! “Porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR. (Js 24:15). Sim, um lar biblicamente constituído tem o privilégio de servir ao Senhor em união e em dedicação! Podem os pais trazer para a esfera da casa um clima de culto, de respeito a Deus, de celebração de Cristo, dia após dia. Na mesa de refeições, na sala de estar, no quintal ou na varanda, no quarto de dormir. A casa se torna recôndito dos autênticos servos do Senhor! (foi assim que John Paton seguiu ao Senhor, vendo o seu pai entrando no quartinho que chamava “santo dos santos” em oração; foi assim que Suzanna Wesley criou os seus multos filhos, dando 2 horas diárias em oração).
 
 
III – O CASAMENTO DEVE SEGUIR A ORIENTAÇÃO DE DEUS
 
Se o casamento ainda não aconteceu, deverá seguir os critérios divinos: dois servos do Senhor: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (2Co 6:14). Seguir os impulsos da emoção não é caminho pavimentado para a felicidade. Casar-se porque alguém é bonito, é rico, é influente, é muito amigo, mas não satisfaz os critérios bíblicos, é um risco muito grande.”mas se falecer o marido fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor. (1Co 7:39). Se o critério para as viúvas era “casar-se no Senhor”, também funciona (e com muito mais eloqüência) às virgens, às moças. E aos rapazes também.
 
Aos casais que não são ambos do Senhor, seja por uma decisão impensada no passado, seja por ter um dos cônjuges se convertido após o matrimônio, seja por um dos dois ter se desviado de Cristo, uma palavra de paciência, de oração, de estímulo à fé: “Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra;” (1Pe 3:1). Esse silencioso testemunho serve também aos maridos crentes: orem, clamem, testifiquem, leiam a Bíblia com suas esposas (lembro-me de Thiago Taylor, avô de Hudson Taylor: no dia do casamento converteu-se; sua esposa não era crente; todas as noites, antes de dormir, dobrava os joelhos e orava em voz alta e em lágrimas, pela salvação da esposa; um dia esta ajoelhou-se e orou: Deus, se a minha alma é tão importante para o meu marido, então eu também quero converter-me a Jesus”).
 
O casamento deve exemplificar o amor de Deus pelo homem e a própria harmonia da Santíssima Trindade. “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,” (Ef 5:25). O amor de Cristo como exemplo ao amor do marido. “De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos.” (Ef 5:24). A submissão da Igreja à Cristo deve ser exemplo da consideração das mulheres aos seus maridos. “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” (Jo 17:21). Papéis diferentes entre Pai e Filho, mas amor, unidade e completa harmonia entre ambos. Esse é o ideal para a família.
 
O fim do matrimônio deve ser com o falecimento de um dos cônjuges, não com os problemas de adaptação ou com o desgaste do relacionamento. É necessário que se entenda que a ALIANÇA vem primeiro do que o sentimento. É um pacto, um acordo, um compromisso que se assume com o outro, diante de Deus e da própria sociedade, para um viver unido até o final. Contudo, “por causa da dureza dos vossos corações” (cf Mc 10.5), Cristo deixou uma ressalva para a separação: “a não ser por adultério, por infidelidade (Mt 5.32). E o Apóstolo Paulo também orientou quanto ao abandono do cônjuge que não suporta a fé cristã: “Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não esta sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz.” (1Co 7:15) . Contudo, jamais isso servirá de regra, senão de exceção e decepção profundas, uma válvula de último escape.
 
 
IV – PALAVRAS QUE PODEM RESTAURAR UM CASAMENTO
 
Quatro pequenas letras podem servir de base para a transformação de um casamento. MMPM. O que significariam essas letras?
 
M – “Muito obrigado”. Sim, expressão de gratidão, de reconhecimento, de consideração. Com o convívio deixamos de expressar gratidão pelas coisas, pelas atitudes, pelos presentes, pela dedicação, pelo trivial e pelo especial. O convívio ao tornar íntimos os cônjuges torna-os, muitas vezes, de comunicação falha. Ou então passam a considerar as coisas feitas um pelo outro e para o outro como “meras obrigações” de quem vive junto. Não deve ser assim. Ensina-nos a Palavra de Deus: “E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos.” (Cl 3:15) Agradecidos a Deus, mas agradecidos ao outro. E isso não pode ser subentendido, deve ser verbalizado dia após dia, mesmo que repetitivamente.
 
M – “Meus parabéns!” – Ah, quanto pecamos por não celebrar as vitórias do outro! Não apenas com o cônjuge, mas com os próprios filhos! Se o filho tirar 9, então a reclamação é porque não tirou 10. Ao tirar 10 reclama-se porque não fizera isso antes. Dessarte nunca há um momento onde se diz: “Meus parabéns!”. Com os cônjuges isso deveria ser expressão constante! Parabenizar por um arroz que ficou no ponto, por uma casa arrumada, por um negócio realizado, por uma promoção, por uma decisão de vida, por um quilo perdido, por uma dívida paga, por uma palavra boa, por uma celebração específica. Parabenizar impulsiona o outro a melhorar ainda mais naquilo em que dedicou-se. Dar os parabéns faz o outro sentir-se reconhecido. E isso é bíblico. O pai do Pródigo celebrou a decisão de regresso. Cristo celebrou a fé da mulher fenícia (“ó, mulher, grande é a tua fé”, cf. Mt 15.28).
 
P – “Precisamos conversar” – Uma prática que deixamos de lado quando os problemas se avolumam ou quando julgamos não ter mais jeito de acertar as arestas. Varremos os problemas para debaixo do tapete, na esperança de manter limpo o caminho. Enganamo-nos! Os problemas estão lá, aguardando apenas o momento de virem à tona! É necessário conversar. É necessário colocar as coisas em ordem, admoestar, exortar, confessar, orientar, chorar, consolar. “Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só;” (Mt 18:15). É necessário tratar civilizadamente das diferenças. Contar o que se sente, contar sobre a mágoa, buscar o acerto. E quem ouve, se tiver que pedir perdão, que peça. Se puder mudar de comportamento em prol da harmonia, que mude. Mas conversar é fundamental.
 
M – “Me perdoe” – Ah, como somos teóricos em nossas vidas cristãs! Dizemos aos homens que Cristo perdoa pecados, que devem pedir perdão a Deus, mas não pedimos perdão quando sabemos que estamos errados! Achamos que o tempo dirá que mudamos e que não precisamos dessa humilhação. Mas o perdão tem que ser verbalizado. Temos que pedir perdão. E se for excessivo, se não for a primeira vez? A outra pessoa pode dizer: “toda hora você pede perdão!” Mesmo assim. “E, se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe.” (Lc 17:4) E o outro tem que ouvir o seu: “eu te perdôo”. Há quem diga: “não perdôo”. Está errado. Na oração do Pai Nosso está escrito: “Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores”. Há quem diga: “perdôo mas não esqueço”. Está errado. O próprio Deus diz sobre os nossos pecados: “Pois, para com as suas iniqüidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei” (Hb 8.12) “E diz: Tornará a apiedar-se de nós; sujeitará as nossas iniqüidades, e tu lançarás todos os seus pecados nas profundezas do mar.” (Mq 7:19). Perdoar é um ato de cristianismo e de conversão.
 
CONCLUSÃO
 
O casamento é um plano de Deus para a felicidade humana e deve ser preservado, respeitado e cultivado.
A fidelidade é imprescindível: fidelidade um para com o outro, fidelidade para com Deus e fidelidade para com a posteridade.
Um lar desmoronado pode ser reconstruído pelo poder do Espírito Santo e pelo exercício das regras bíblicas do casamento.
Somente famílias consagradas poderão mostrar ao mundo o verdadeiro poder do amor de Deus.
Comece hoje a usar as 4 letras e a reedificar, no Senhor, um casamento feliz.
 
Wagner Antonio de Araújo
 
(mensagem pregada em 20 de julho de 2013, no 14º. Jantar de Casais da Igreja Cristã Evangélica Renovada de Mogi das Cruzes em São Paulo, à convite do Pastor Marcos Ruzevel de Oliveira Rosa, a quem agradeço cordialmente).


108 - O ESCANER E A VIDA ETERNA
Ganhei um livro maravilhoso, de 1937. Seu conteúdo é estupendo. Sua mensagem, atualíssima. Mas o objeto está em frangalhos. Suas folhas amareladas. Sua encadernação descosturada. Suas páginas estão manchadas e algumas rasgadas. Os cupins consumiram parte da capa e das bordas. O texto está em português arcaico, de difícil compreensão à primeira vista. Mas a mensagem é belíssima.
 
Então, com cuidado, coloco-o deitado sobre o vidro do escaner do computador. Procuro fazer isso sem danificá-lo mais (e, infelizmente, é impossível, dada a sua extrema deterioração). Com zelo e muito esforço escaneio o seu texto. Aparece no monitor. Uma foto. Um retrato. Um desastre. O texto quase some diante das cores escurecidas das manchas do tempo. Mas tenho um software que trata. Vou melhorando a foto. Retiro as bordas. Retiro as cores que não me interessam. O texto quase desaparece. Realço o preto. O texto retorna. Recorto de forma quadrada. E, após uma dedicação de horas, tenho cada retrato escaneado e legível. Claro, não em completa clareza, mas o suficiente para dizer: é o meu livro no computador, legível e perpetuado! Em seguida procuro transformá-lo em texto. Uso os leitores disponíveis. O resultado é incompleto. Para cada página que o computador tentou ler, uma série de erros de gramática. Entro no texto e conserto linha por linha, atualizando seu conteúdo.
 
E, após todo esse esforço, consegui transformar o meu velho, desgastado e esquecido livro em um texto preservado, como se tivesse saído da gráfica agora! O objeto, o papel velho, continuará a deteriorar-se, virará pó. Mas o livro, o seu conteúdo, estará preservado perpetuamente, porque o conteúdo não era o papel mas a mensagem escrita, e esta eu transferi.
 
Assim somos nós diante da velhice do corpo. Não somos apenas corpo em funcionamento; somos alguém, um ser, uma personalidade, uma entidade viva dentro do boneco de pó feito fôlego de vida. O tempo nos desgasta como desgatou o meu livro. Os anos nos desconjuntam, nos travam as pernas, enfraquecem a vista, o coração, faz com que os dentes caiam, os cabelos branquejem ou mesmo desapareçam. A face enruga, a voz afina e enfraquece, os pés esfriam e os músculos perdem a rigidez. É a velhice que chega para todos, indistintamente.
 
Mas Deus, em Sua infinita graça, nos promete transferir. Sim, transferir o nosso ser que vive dentro desse corpo em entropia. "Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus." (2Co 5:1). Deus irá nos escanear! Sim, tirará de dentro do papel velho todo o conteúdo escrito, a nossa vida, a nossa fé, a nossa experiência, a nossa memória, o nosso ser vivo, e o transferirá para outro, novinho em folha, perfeito, permanente e glorificado! Claro, em duas etapas (após a morte e depois a posterior ressurreição). Mas a promessa é: Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição; (Rm 6:5)
 
Não precisamos temer. O corpo se desgasta mas o nosso ser é eterno. Então, que seja eternamente salvo, resgatado, recolhido pelo poder do nosso Deus, do mesmo jeito que Seu Filho bendito fez, ao morrer no Calvário: E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou. (Lc 23:46).
 
Meu livro está preservado. E a minha vida também, pois o meu Deus me escaneará para o Seu Reino, para sempre!
 
Aleluia!
 
Wagner Antonio de Araújo



109 - PASTORES TAMBÉM CHORAM

 
 
Encontrei-o tristonho, pensativo. Vi que havia um lenço sobre a mesa. Ele chorara.
 
Um pastor muito meigo, ajudador, um bom amigo. Carregava a sua tradicional sacola com folhetos e livros. Lia muito e também visitava. Mas hoje estava triste.
 
"Olá, Pastor Assis. O que há? Estava chorando?" Ele tentou recompor-se para cumprimentar-me, explicando-se: "É o frio paulistano, ninguém esperava tanta friagem, não é mesmo? Estou com um pouco de coriza". Claro que era uma desculpa. Sentei-me e pedi o nosso tradicional café com leite. Para acompanhar, uma gostosa coxinha. Aquela padaria da zona leste é muito boa.
 
- Ah, Pr. Wagner, às vezes o coração se entristece!
 
- Eu sei, Pr. Assis. Como sei! Mas o que é que acontece hoje? Por que está tão reflexivo?
 
- Talvez me sentindo esquecido, colega. E perguntando para mim mesmo se o que faço tem valido à pena.
 
- Pastorear?
 
- Não! De forma alguma! Depois de 40 anos no ministério descobrimos de fato que essa era a nossa vocação. Estou triste por ser invisível.
 
- Como assim?
 
 - Ninguém me vê! O irmão sabe que não consigo deixar de ajudar, socorrer, encaminhar.
 
- Sei sim, pastor. O irmão tem mais coração do que cérebro (e não estou criticando). Quem não sabe que há aí no irmão um ombro amigo e um ajudador que não mede esforços?
 
- Pois é, Pr. Wagner. Fiz disso a minha filosofia de vida. Ajudo outros colegas a encontrar um novo ministério, tento auxiliar casais em crise, procuro conectar as pessoas.
 
- E como o seu trabalho é precioso, Pr. Assis! O que seria de nós sem o seu empurrãozinho!
 
- Obrigado, Pr. Wagner. Mas acho que é só o irmão que pensa assim.
 
- Por que?
 
- Vou contar-lhe um caso. O irmão sabe que com muita dificuldade pastoreio a igreja da Pedreira Colibri. Começamos esse trabalho e com a graça de Deus ele existe e segue avante.
 
- E como sei! Quando ninguém acreditou no projeto o senhor foi avante, investiu tudo o que tinha e hoje há uma igreja muito boa ali.
 
- Sim, muito boa e pequenina. Não reclamo, ela é uma bênção. Mas parece que eu não sirvo pra mais nada, sabe?
 
- Por que? Conte-me.
 
- Pois o irmão não imagina que situação constrangedora. A Igreja de Vila Quitéria ficou sem pastor no último mês. Uma família influente convidou-me para tomar café. Lá fui eu. Ao chegar me disseram: "pastor, precisamos de um nome para indicar à igreja. Um bom pastor que ainda seja conservador, que possa pastorear-nos. Não conseguimos pensar em ninguém. O irmão tem alguma sugestão?
 
- E o irmão?
 
- Eu disse: sim. Indiquei um colega. Mas lá no fundo pensei: eles estão olhando para mim e não me vêem! Será que sou tão ruim assim?
 
- Não, pastor, não pense assim. Eles talvez não imaginassem que o irmão estivesse disponível.
 
- Eu sei, Pr. Wagner, mas a questão é: em um ano auxiliei mais de 12 igrejas e pastores a encontrar um novo ministério; por que eu nunca sou lembrado? Sou tão medíocre ou ruim assim? Eu nunca sou um nome cogitável?
 
- E o pastor recomendado, aceitou?
 
- Sim, e nem muito obrigado falou!
 
- Ai...
 
- É a vida. Já estou acostumado com esse tipo de gratidão. Antes me procuram, demonstram afeto, amizade. Depois que tudo se acerta riscam-me da agenda e eu volto à inexistência.
 
- Não fique triste, pastor. Deus está vendo.
 
- Eu sei. Contarei outra. Um casal precisava de grande socorro. Faltava uma frase apenas para que o divórcio se completasse. Eu era a última opção. Lá fui eu. Vi a crise, vi que não seria nada fácil. Mas fiz o que pude e o casal reconciliou-se.
 
- Glória a Deus, pastor! Eles estão bem?
 
- Sim, tão bem que resolveram realizar um culto de reconciliação.
 
- E o irmão foi?
 
- Quem disse que fui convidado?
 
- ...
 
- Outro dia pediram-me para auxiliar na solução de uma injustiça na associação. Um colega mal intencionado não deixava o poder. Estava levando a instituição ao abismo. Pediram-me para somar com eles na solução do problema. Fiz o meu papel, cooperei, protestei, votei. Conseguimos solucionar. E na hora das indicações eu sequer fui lembrado para a oração silenciosa.
 
- Típico, pastor. Muito comum nessas esferas políticas.
 
- Não era política, meu irmão, era associação de igrejas!
 
- Ah, puxa, pastor, sinto muito!
 
- Estou cansado, Pr. Wagner. Não reclamo da vida, não reclamo da igreja e nem dos poucos irmãos que congregam ali. Reclamo é da ingratidão, de não ser ninguém além de um serviçal. Ajudo a tantos e nem sou lembrado!
 
- Bem, pastor, acredito que o que o senhor sente eu e tantos outros sentimos muitas vezes, mas em proporção muito menor do que a sua. O irmão é inigualável em sua doação pelo próximo. Mas há três textos que me ajudam muito nessas horas de dor interior.
 
- E quais são, Pr. Wagner? Diga-os, pois estou precisando de um azeite fresco para uma alma ressequida.
 
- O primeiro é este: Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti. (Is 49:15). Por vezes nos sentimos esquecidos como um órfão. A própria mãe o abandona. No nosso caso somos simplesmente invisíveis: abandonam-nos na prática: convidam-nos para as crises e esquecem de nós nos festejos. Precisam de nossa indicação nas oportunidades e não precisam de nós para os serviços e as funções. Buscam-nos quando querem algo, ignoram-nos quando já conseguiram. Infelizmente é assim. Contudo, Deus promete que não se esquecerá de nós. E Ele é fiel e justo. Não deixará de lembrar-se do que fizemos.
 
- Ah, Pr. Wagner, como é bom ter um Deus tão bom e amoroso como o nosso!
 
- O segundo texto que muito me conforta é este: Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra, e do trabalho do amor que para com o seu nome mostrastes, enquanto servistes aos santos; e ainda servis. (Hb 6:10). Eu sei, Pr. Assis, que as pessoas só se lembram de nós quando precisam de ajuda. Somos a última alternativa. Precisam de nossa mediação, de nossa palavra, de nossa oração, de nossa intervenção. E nos procuram. Só que pensam com o ventre: só se lembram da comida quando há fome. Saciada esta, então descartam-nos como a uma manjedoura desnecessária. E se esquecem que existimos. Aliás, isso quando só se esquecem, porque às vezes ainda nos causam dores e ingratidões...
 
- É verdade, colega! Um casal a quem auxiliei na restauração do casamento abandonou a igreja dois meses depois, alegando que éramos muito pobres para o seu nível intelectual e financeiro...
 
- Pois é, Pr. Assis, as pessoas são assim, injustas e ingratas. Por isso o Senhor não se fiava a elas, mesmo que o quisessem coroar rei delas. Lembra-se? Mas o mesmo Jesus não confiava neles, porque a todos conhecia; (Jo 2:24). Lembra-se dos 10 leprosos curados pelo Senhor? E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? (Lc 17:17). Só um voltou. Em nosso caso, muitas vezes, nem um retorna. Mas isso não invalida essa maravilhosa verdade: Deus sabe. Deus conhece. Deus vê. Deus anota e ao final receberemos a nossa recompensa.
 
- Obrigado, Pr. Wagner, pelo consolo tão necessário! Parece que a decepção nos faz esquecer dessa verdade tão presente! Temos um Deus que não se esquece de nós!
 
- Sim, Pr. Assis, mas há um último texto, que quero compartilhar com o senhor: Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos. (Hb 12:3). Ah, Pr. Assis, não desanime! Ainda não terminou o seu trabalho! Por maior que seja a ingratidão sofrida, por mais que as pessoas não lhe vejam (precisam de pastores mas não lhe enxergam como uma opção), não desista! Saiba que o Senhor não lhe deixará nem desamparado e nem esquecido. Ele se lembra diuturnamente do irmão!
 
- Pr. Wagner, o irmão é tão mais novo do que eu e está sendo como um conselheiro para mim!
 
- Não, pastor, eu apenas estou pensando alto com o meu amigo, buscando de alguma forma despertar nele a força que precisa para não desistir de ser a pessoa maravilhosa que é, o pastor amigo, amado, cordial, ajudador, piedoso e presente. O que seria de nós se o senhor desistisse, pastor? Saber que teremos o senhor para desabafar, para nos ajudar, nos socorrer, nos estender a mão, torna o ministério muito mais fácil. É maravilhoso saber que o irmão é um homem segundo o coração de Deus! Por favor não desista!
 
- Obrigado, Pr. Wagner, pelo carinho e pelas boas palavras! Vou considerá-las. Quer almoçar comigo? Dona Maria está preparando uma bela canja para esse dia frio! Que tal?
 
Paguei a conta e segui com o Pr. Assis, para a Pedreira. Depois fui para a igreja seguir com meu ministério e senti-me feliz e realizado por ter ajudado o Pr. Assis a não desistir de ser quem era, um homem raro, um pastor de verdade!
 
E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. (Mt 25:21)
 
Que outros Assis, que me lêem, não desistam também.
 
(ficção)
 
 
Wagner Antonio de Araújo


110. ) PAPA FRANCISCO E IGREJA ROMANA: O QUE MUDOU?
 
Depois de um longo final de semana com atividades diversas, sento-me em minha cadeira do escritório. Abro os meus e-mails. E vejo, perplexo, o fenômeno PAPA FRANCISCO e JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE. Vejo Asaph Borba e assembleianos cantando para o Papa e com o Papa, rezando o Pai Nosso com três milhões de pessoas no Rio de Janeiro. Leio articulistas das mais variadas vertentes evangélicas, elogiando a prédica e a prática do "Representante de Cristo na Terra": um homem simples, humilde, que carrega as próprias malas, dorme num quarto sem luxo, come com os pobres, gosta de gente, prega a caridade, pede encarecidamente a todos que orem por ele etc. Muitos autores usam suas palavras para criticar os líderes evangélicos, mormente os neopentecostais (que são considerados evangélicos mas não são realmente cristãos na concepção teológica tradicional): dizem que ele aponta o caminho inverso dos apóstolos e donos de igrejas evangélicas, lavando os pés sujos dos fiéis e usando coisas simples e baratas. Seu sorriso cativante, seu amor pelo povo e a facilidade de convívio e relacionamento conquistou a todos. A todos?
 
É incrível como o ser humano é facilmente seduzido pelos pentes trazidos pelos europeus aos pobres selvícolas latino-americanos: com pentes e espelhos lhes roubaram a alma, a terra, os bens, a cultura e a própria vida. Basta um lindo sorriso e uma boa prosa para que se acredite em autêntica amizade, em sinceridade, em igualdade, em cristianismo empírico. Evangélicos estão propagando o cristianismo do Papa e o anti-cristianismo de sua própria liderança. Isto é, a Igreja Romana conseguiu de uma só vez, unir católicos e re-arrebanhar os protestantes que deixaram o aprisco da Santa Madre Igreja.
 
Como disse a dois parágrafos, o Papa Francisco conquistou a todos. Isto é, NEM TODOS.
 
E por que um grupo de cristãos evangélicos, mormente os batistas clássicos e todos os conservadores ortodoxos de denominações históricas, não fazem coro com a multidão seduzida dos elogiantes do Papa? Por que não cantam para o Santo Padre? Por que não participam da Eucaristia Ecumênica? Por que não celebram o mesmo pão e o mesmo vinho? Por que insistem em ser protestantes quando os próprios protestantes estão curvados ao exemplo do chefe maior do Vaticano e da maior denominação dita cristã do mundo?
 
Fui católico romano. Eu iria ser padre. Fui coroinha, rezador de terços, conheci a história dos santos e fiz toda espécie de novenas e procissões. Participei anualmente das oferendas à Nossa Senhora de Aparecida. Fiz catecismo, primeira comunhão, aprendi a rezar e a benzer. Fui coroinha do bispo de São Paulo quando celebrava missas na Pompéia. Aquele foi o meu primeiro aprisco. E aos 14 anos tive um encontro com Cristo e converti-me não ao protestantismo, mas ao cristianismo de um Senhor só, de um mediador só, de dois destinos para a alma humana (Céu e Inferno, sem purgatório), de um só sacrifício, o do Calvário (sem a necessidade dos sacrifícios não cruentos das missas constantes). Não abdiquei de Cristo; abdiquei do Cristo insuficiente, que se valia da intercessão do Corpo, dito Sua mãe e seus Santos. Eu me converti ao Cristo das Escrituras Sagradas, abrindo mão do Cristo das imagens que tinha (mais de 70) e da "dulia" e "hiperdulia" de uma adoração híbrida (quem é católico sabe do que falo).
 
Por que um cristão bíblico não se seduz com o sorriso meigo do homem simples que carrega hoje o Cajado de Pedro, a pedra sobre a qual foi erguida a Santa Igreja Católica Apostólica Romana?
 
1) Porque nada mudou. Conquanto se leve 3 milhões de pessoas para adorar a Deus e ao Papa (teoricamente não admitem, mas o fanatismo com que o ouvem e o louvam é prova inconteste de adoração empírica), isso acontece aqui, onde o Papa não mora. No Vaticano só conseguem reunir multidões por causa dos estrangeiros e quando há morte ou sucessão. No dia a dia ele é rotina. Se morasse aqui não reuniria 500 mil pessoas anualmente. Ademais, somos ávidos em admirar profetas de outras terras (coisa que não é de agora, Cristo assim se referia a glória que não recebia de seu próprio vilarejo).
 
2) Porque tudo isso custou aos cofres públicos milhões de reais, custou à administração pública uma dedicação incondicional à cúria romana. Mas também rendeu muito, mas muito dinheiro para todos. Rendeu para a mídia, que transmitiu em tempo real; rendeu aos fabricantes de amuletos (escapulários, imagens, materiais de mídia, lembranças), rendeu aos que cantaram (cachês)  e aos que produziram (consumo de produtos). Foi um negócio imenso.
 
3) Porque a adoração foi idólatra, no conceito bíblico. Para Deus não há divisão de glória. Quando um Papa pede para que o governador honre à Santa Clara com uma cesta de ovos ofertada a uma imagem de escultura através de uma freira, está induzindo o povo à idolatria e criando crendices de libertação de temporais e de chuvas (Santa Clara é a santa que acalma as tempestades, na fé católica).
 
4) Porque o movimento não foi sob a bandeira de Cristo, mas sob a bandeira da Igreja Romana, que diz-se edificada sobre o Apóstolo Pedro. Em sendo Pedro um pecador, não pode uma fé edificada sobre ele ter qualquer relevância. A igreja de Cristo é edificada sobre Cristo e não sobre Pedro.
 
5) Porque o perdão plenário oferecido pelo Papa Francisco aos jovens é falso. Esse perdão não existe. O juiz de todos os homens não é ele; o mediador e o sacerdote de Cristo não é ele. O único mediador entre Deus e os homens é Jesus Cristo e somente Ele pode conceder o perdão por meio da fé. Qualquer sacerdote ou Papa que prometa um perdão plenário está mentindo. Como comungar com a mentira? Além disso Roma colocou centenas de padres para confessar os jovens participantes da jornada. Onde está isso no plano de Deus para o perdão humano? Não está.
 
6) Porque Roma, através do Papa Francisco, está fazendo o que sempre fez: buscando o seu rebanho perdido. Eles querem a todo custo reunir sob o poder do Vaticano os cristãos de todas as ramificações evangélicas. Para tanto transformaram as suas missas em entretenimentos e vestiram seus sacerdotes de pastores americanos ou ministros de louvores. Assim, já está difícil definir diferenças das celebrações evangélicas ou católicas, o povo se confunde. Só não se confunde quem analisa a fé manifestada e não o espetáculo produzido.
 
7) Porque o Papa Francisco continua crendo em Maria como Rainha do Céu e nos santos como mediadores auxiliares de Cristo. E essa doutrina é falsa, quando se opta por crer apenas nas Escrituras Sagradas. Ainda que os evangélicos estejam seduzidos pelo espetáculo, terão que prestar contas com as suas consciências do que estão fazendo ou considerando, uma vez que serão cúmplices dos louvores à mãe de Jesus, coisa que as Escrituras Sagradas jamais solicitaram e estão concordando com a intercessão de santos no auxílio de Cristo. Terão que aceitar as duas outras fontes da fé católica: a tradição e o Sagrado Magistério, o ensino papal e da Santa Igreja. E então? Estamos tendo finalmente a anti-reforma? Viva Roma!
 
8) Porque o cristianismo que prega a salvação pelas obras não é cristianismo bíblico. A doutrina da fé propagada não é aquela que crê na salvação como ato de Deus em favor do homem, mas como pagamento de Deus pela bondade humana. E qual é o homem que é bom o bastante para alcançar a sua salvação? Nenhum. Resulta disso um cristianismo de gente inconversa. Pessoas não regeneradas, pessoas que não têm limite entre o sagrado e o profano (tanto rezam com o Papa como dançam com cantoras seminuas e vivem a duplicidade de alegrias, a religiosa e a pagã). Esse cristianismo não é o de Cristo. O dele regenerava os seguidores, transformando-os em novas criaturas.
 
9) Porque humildade que não renuncia aos títulos papais não é humildade de fato. Ele continua a ser: Vigário de Cristo, Príncipe dos Apóstolos, Pontífice (sacedote pagão), Soberano do Estado do Vaticano, Cabeça da Igreja, Santo Padre. Eu pergunto: que humildade é essa que não renuncia a tudo isso? Onde está o franciscano das sandálias no título que não lhe compete, mas a Cristo? Não. A humildade faz parte do show. Faz parte do personagem. Faz parte da estratégia. E cristãos bíblicos não ouvem a voz do estranho; só ouvem a voz do Bom Pastor. E esse não é Francisco, mas Jesus.
 
Bem, a questão não é pessoal, mas ideológica, teológica, religiosa, bíblica.
 
Francisco pode ser carismático, pode ser agregador, pode ser dócil. Mas Francisco é Papa e como papa ele não é o que pretende ser.
 
Respeito os ecumênicos. Mas sou batista clássico. E ainda sou dos que se converteram para sempre. Com respeito a quem não pensa assim. Mas com convicção naquilo que crê.
 
Wagner Antonio de Araújo


111 -
 
AOS PASTORES E CRENTES QUE
SOFREM COM A APOSTASIA
 
"Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus." (At 20:24)
 
São Paulo, Brasil, 09 de agosto de 2013
 
Tenho ouvido muitos lamentos. Lamentos de colegas que enfrentam a dormência profunda de seus rebanhos, a falta de ação e de participação da membresia nas coisas mais simples da vida eclesiástica. Ouço colegas a lamentar o vazio dos auditórios das quartas-feiras, a falta de alunos na EBD, o mínimo envolvimento da membresia nas atividades evangelísticas, o desprezo para com o púlpito tão bem preparado e organizado. Um colega confidenciou-me que na última quarta-feira esteve na igreja e pregou apenas para a sua filha, adolescente, que levara para o culto. Um outro celebrou a Ceia do Senhor para oito pessoas, uma quantia extremamente pequena de membros locais. E assim caminha a apostasia, lutando em duas frentes: fazendo o canto da sereia, encantando os incautos para o falso e maldito evangelho neoliberal, e adormecendo os poucos sobreviventes, remanescentes nessa luta hercúlea dos últimos dias. Bem previu a Palavra de Deus o que aconteceria nestes dias: "Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?" (Lc 18:8); "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências;" (2Tm 4:3); "Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos." (2Tm 3:1);
 
 
Os crentes estão rendidos ao BIG BROTHER. Não a este dos programas satânicos das redes televisivas, mas ao legítimo BIG BROTHER, tão bem descrito no livro de George Orwell, 1984, em que descreve um local chamado OCEANIA, dominado por um poder totalitário, que inventou umas telas que vigiavam o povo até no banheiro e que transmitiam mensagens diuturnas, mantendo a escravidão da razão e o total controle mental da coletividade. Não havia como escapar desse domínio. Assim é o BIG BROTHER de hoje. Enquanto celebramos os nossos cultos o nosso povo está dominado por telas, por ecrâs. Com uma única diferença: lá era imposto; aqui o povo voluntariamente tem sido seduzido por ele. Este é o motivo pelo qual vemos o povo nos cultos com um celular na mão, ora "navegando" na internet, ora torpedeando alguém, ora jogando alguma banalidade, ora lendo alguma coisa, e não é a Bíblia. E a frequência aos cultos? Não podem participar porque precisam assistir ao capítulo da novela ou ver o jornal escravizante. E no final de semana? Não podem vir à EBD porque estão cansados e com sono, ou não podem estar no culto da noite porque estão estudando. E na época de férias? Eles simplesmente desaparecem, independentemente dos cargos que exercem na Causa do Senhor.  Parafraseando Jeremias, "Oh geração! Considerai vós a palavra do Senhor: Porventura tenho eu sido para Israel um deserto? Ou uma terra da mais espessa escuridão? Por que, pois, diz o meu povo: Temos determinado; não viremos mais a ti?" (Jr 2:31). Citando Jesus em sua maldição à figueira infrutífera, assemelhamo-nos a ela, quando, na expectativa de encontrar em nós frutos, o Senhor vê apenas folhas, ou desculpas. "Não posso participar porque estudo", "porque trabalho", "porque tenho afazeres domésticos", "porque é tarde", "porque tenho que estudar para a prova", "porque está frio", "Porque está quente", "porque tenho visitas", "porque estou indisposto".
 
Os colegas que hoje possuem bons rebanhos e estão vivendo momentos floridos devem entender que são fases e que fatalmente dias de indiferentismo sucederão estes momentos também. Não se trata de maldição ou de lamúrias, mas de realidade! Assim como os que, como eu, atravessam horas amargas de indiferentismo, poderão ser surpreendidos com grandes despertamentos. Mas creiamos: as igrejas estão contaminadas pelo desânimo de Satanás e cativadas pelo espírito das trevas.  Ao servo do Senhor cabe não apenas sofrer o agravo como dar graças e esperar pelas ordens divinas. O agravo é um privilégio: "Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna." (2Tm 2:10). E o ministério não é nosso, é dEle.  É no serviço fiel no lugar onde Deus nos plantou que Ele mesmo nos tirará, levando-nos para outro pastorado sem politicagens, sem compadrismos, sem Q.I., sem pressa e sem renúncias. Permanecer fiel e trabalhar duro onde estiver é o segredo para uma obediência feliz à vontade do Senhor. Falo isso com conhecimento de causa: 17 anos numa mesma igreja, 22 anos de ministério ordenado e 26 de ministério prático. Portanto, a experiência e a maturidade ainda têm vez num ministério estável e confiável.
 
Quis dizer tudo isso para fortalecer o coração dos colegas. São provações profundas e pesadas, mas o Senhor está conosco. Nesta semana estive envolvido no culto da saudade e num sepultamento.  O velório (perdão pela palavra, mas é o lugar dos cultos no cemitério) estava repleto. Preguei e cantei, apresentando a mensagem de Cristo. Após pregar e cantar, quando saí para deixar a família no instante final de despedida, uma senhora por nome Dalva agarrou-se no meu braço e disse: "Pastor, pode trazer uma palavra para a minha mãe? Ela está sendo velada aqui ao lado e não temos ninguém para nos consolar!" Que tristeza! Lá fui eu com o meu violão e a bíblia, a cantar e pregar para os poucos familiares e amigos que se despediam de Dna. Maria Iraci. Não havia ministro disponível. Estavam atarefados demais para consolar os enlutados. O mundo jaz no Maligno. O mundo se prepara para o grande império do mal. O cenário está sendo estendido, as cortinas estão subindo. O canto do Maligno está turbando a mente dos crentes incautos e inconstantes, aqueles cujas lâmpadas, à semelhança da parábola das dez virgens, confiam no pouco azeite de suas candeias. Mas quando o Noivo regressar e a Noiva entrar, as virgens néscias ficarão; os crentes nominais também, pois não tinham a fluir em suas vidas a verdadeira comunhão dos salvos.
 
Ó terra, terra, terra! Ouve a palavra do Senhor. (Jr 22:29)
 
Portanto, assim te farei, ó Israel! E porque isso te farei, prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus. (Am 4:12)
 
Com amor e estima,
 
Pastor Wagner Antonio de Araújo
presidente da OPBCB
pastor da
Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel, Carapicuíba, São Paulo, Brasil


Mais uma riqueza, mais um tesouro. Sinto-me novamente como os sacerdotes e escribas a descobrir,  na bagunça do Templo, o desaparecido Livro da Lei...
 
Sim. Temos uma memória curta demais. E por não sabermos como começamos, dificilmente damos prosseguimento ao trabalho original. E ficamos o tempo todo a dizer: "um novo tempo", "uma nova história". Assemelhamo-nos aos governos que assumem, que dizem: "agora nosso estado será um novo estado", desprezando tudo o que já foi feito, bom ou ruim.
 
Alguém já ouviu falar de L.M. BRATCHER? Talvez os mais antigos. Mas os mais novos nada sabem sobre ele, exceto que seu nome está ligado a seminários e à Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira. Deixou de ser um testemunho vivo para tornar-se um epitáfio, um mero nome de rua.
 
L.M. BRATCHER foi, é e sempre será um MISSIONÁRIO INIGUALÁVEL!
 
(Não confundir com ROBERT BRATCHER, filho dele, mas que tornou-se tradutror de bíblias em equivalência dinâmica).
 
O APÓSTOLO DO SERTÃO - Ficou assim conhecido. Esse não era um TÍTULO HIERÁRQUICO, dado para bajular ou para tornar alguém superior. Era uma HOMENAGEM PÓSTUMA a um missionário desbravador, fazendo uso do vocábulo pelo sentido da palavra, sem qualquer alusão a um dom inexistente de apostolado moderno.
 
L.M. BRATCHER foi um farol, o americano mais brasileiro que esse país já teve.
 
Amou o Brasil! Desbravou o oeste do país com o evangelho de Cristo! Ele não foi, como tantos, EXECUTIVO DE MISSÕES a aparecer na mídia como herói, mas um SERVO DE DORES E DE CAMPO, indo onde ninguém havia ido e enfrentando toda sorte de dificuldades e barreiras. Viajou no lombo de cavalo, à pé, de lancha, de navio, de avião, de mula, indo a todos os rincões, de norte a sul, de leste a oeste. Estendeu a estrutura da JUNTA DE MISSÕES NACIONAIS da Convenção Batista Brasileira com maestria, levando-a a ter 150 missionários. E escrevia cartas para cada um, administrando com zelo e amor, em profunda oração, sempre dizendo: "há muito ainda por fazer!"
 
Criou a revista A PÁTRIA PARA CRISTO e o DIA DE OFERTA DE MISSÕES NACIONAIS. Mas nada semelhante aos nossos dias, onde tudo tornou-se marketing. Era AMOR PELAS ALMAS, paixão desmedida pela salvação dos pecadores.
 
Bem, chega de prosa. Querem ler o livro? Peçam-me.
 
Solicitem-no em waa.ibbno@gmail.com e coloquem no assunto: COMPARTILHE O APÓSTOLO DO SERTÃO.
 
Mandarei o link 4shared para que possam baixar.
 
Obs: para terem uma idéia do que digo, recolhi uma das histórias ali contidas. Espero que se emocionem o tanto quanto eu me emocionei:
 
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DONA GENOVEVA
 
Domingo pela manhã visitou o Dr. Bratcher o irmão Floriano Borges do Nascimento que morava em Chapada, poucas léguas distante e a quem mandara  uma carta há três meses e que só fora recebida no dia anterior.
Ficou logo combinado que durante a sua permanência em Natividade, ele pregaria todas as noites em casa de Dona Genoveva, um nome que muitas vezes ouvira como sendo uma fiel e ardorosa discípula de Jesus.
Pouco mais tarde foram visitá-la e eis a descrição do en­contro:
 
"Era uma senhora idosa, ligeiramente curvada, cabelos bran­cos como a neve e com um rosto de rara beleza, refletindo a glória da presença de Cristo. Quando o seu neto, irmão Floriano, avisou-lhe que o missionário estava presente, endireitou o cor­po e em passos largos veio ao meu encontro. Depois de cum­primentar-me, curvou-se um pouco e sem que eu previsse bei­jou-me as mãos e disse: — Ah! o Senhor não sabe que veio a este lugar em resposta às minhas orações; tenho pedido ao Pai que me permitisse contemplar mais uma vez a face de um mis­sionário e Ele ouviu a minha oração. As lágrimas corriam-lhe pelas faces e virando-se disse em voz baixa: — Agora, Senhor, deixa a tua serva partir em paz.
 
A emoção se apossou de mim pensando que a profunda ale­gria daquela serva de Deus era motivada pela presença do pre­gador, oportunidade que só tivera três vezes, sendo a última, seis anos atrás.
 
A entrevista que se seguiu foi uma das mais interessantes da minha vida e àquela visita se seguiram outras, quando então podia assentar-me aos pés daquela santa para aprender mais largamente do amor e do amor de Jesus Cristo. A sua espe­rança, o seu amor e a sua fé, eram uma contínua maravilha para mim.
 
Somente três vezes em sua, vida tivera ela o privilégio de ouvir o evangelho, mas o seu conhecimento do plano da salva­ção e da Bíblia era maior que o de milhares que vivem e mor­rem dentro de nossas Igrejas, onde o evangelho é ouvido todas as semanas e até muitas vezes durante a semana.
 
De todas as suas declarações a que mais me impressionava era a contínua expressão de gratidão a Jesus Cristo que lhe dera a bênção de conhecer o evangelho e aceitá-lo como seu Salvador. A sua oração era que lhe fosse permitido ver estabele­cida, antes de sua morte, uma igreja em Natividade.
 
Oh! Deus, faze com que sua oração seja respondida."
 
CONVERSÃO  DE  DONA GENOVEVA
 
"Assim, será toda a palavra que sair da minha bOca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o qte me apraz e prosperará naquilo para que foi enviada.” Isaías 55:11
 
Pertencendo a uma família de destaque, Dona Genoveva de­dicava desde sua mocidade, grande parte do seu tempo à prá­tica de sua religião. Era devota adoradora dos santos e com amor e muito capricho lavava e engomava as toalhas de seus altares, adornando-os com as suas mais escolhidas flores.
 
Também a ela eram trazidas as imagens que necessitavam de limpeza e reparos, trabalho que ela realizava com carinho c respeito.
 
Sua presença era constante em todos os atos religiosos, cer­ta de que assim fazendo, não somente agradava a Jesus, mas também obteria graças que garantiriam sua salvação.
 
Os anos se passavam e o coração de dona Genoveva conti­nuava insatisfeito; as práticas vazias de sua religião não lhe davam nem paz e nem a segurança que tanto almejava.
 
Certa vez, trouxeram-lhe uma imagem de Jesus, a mais famosa em todo o Estado de Goiás, que necessitava de uma boa limpeza, retoques na pintura que os ratos e as baratas haviam estragado.
 
A festa em que a Imagem deveria receber a adoração dos fiéis se realizaria dentro de poucos dias e era urgente melhorar o seu aspecto. Cuidadosamente dona Genoveva pôs mãos ã obra. Com carinho colocou a Imagem numa bacia com água e iniciou a lavagem, retirando a grossa camada de imundície que a co­bria. Pela primeira vez uma dúvida surgiu em sua mente. Con­templando o tosco pedaço de madeira, disse consigo mesma: — Se não tens poder para evitar que os ratos te roam e que as baratas te sujem, como podes ter poder para salvar a  minha alma? Essa dúvida persistiu em seu coração.
 
Um dia ouviu falar sobre o livro chamado Bíblia, que era a Palavra de Deus. Quis conhecer o livro e depois de muito esfor­ço conseguiu um exemplar. A despeito da proibição do vigário, iniciou sua leitura e quando percebeu o quanto desagradava a Deus o culto que prestava às imagens, clamou dizendo: — Per­doa-me Pai, pois fiz na ignorância.
 
Sentiu que sua oração fora atendida e que a luz de Jesus raiava em seu coração obscurecido pela idolatria, libertando-a das superstições e do medo da morte.
 
Seu primeiro passo foi então destruir os ídolos que em profusão enchiam a sua casa e que por tanto tempo possuíram seu coração. Provocando grande espanto e até horror entre seus fa­miliares, ajuntou todas as relíquias de seu culto, queimando-as de uma vez.
 
Julgaram-na louca (aliás o padre se encarregou de espalhar a notícia) e estavam certos de uma terrível revanche por parte dos santos. Mas as semanas e meses se passaram, sem a vingan­ça esperada. Observando-a melhor, perceberam que seu juízo era perfeito e que o poder de sua Influência se estendia não só aos de sua família, mas a lugares mais distantes.
 
Dona Genoveva estava realmente transformada e torna­ra-se uma discípula de Jesus. Entendia, entretanto, que como tal, devia ser batizada para obedecer seu Mestre e dar um tes­temunho público de sua fé. Mas quem a batizaria se naquelas paragens tão longíquas ninguém havia em condições de fazê-lo?
 
Suas súplicas subiram a Deus nesse sentido e eis que um dia o missionário Ernesto Jackson, fazendo uma excursão evangelística pelo Estado, visita a pequena e afastada vila, ofere­cendo-lhe então o ensejo de seguir o exemplo de seu Mestre e obedecê-lo naquele ato público de fé e dedicação. Isto doze anos depois de sua conversão.
 
Com mais intensidade agora seu desejo era ganhar para seu Salvador os membros de sua família e os de sua vizinhança. Deus a abençoou. Duas filhas e quatro netos tornaram-se segui­dores de Cristo e por meio de sua influência o evangelho tor­nou-se conhecido naquelas cercanias.
 
Quando o Dr. Bratcher a encontrou, tinha Dona Genoveva noventa e seis anos de idade e através dele sua história chegou ao conhecimento dos batistas brasileiros e americanos, sendo constantemente lembrada para demonstrar o poder da Palavra de Deus.
 
NOVO ENCONTRO COM DONA GENOVEVA
 
Em 30 de abril, já à hora do crepúsculo, Dr. Bratcher e seus companheiros chegam à fazenda onle morava dona Genoveva.
 
Depois de atravessar espessa fbresta avistam ao longe a casa branca onde vivia a serva de Deus. Chegaram mais peito e perceberam que alguém estava à porta. Logo reconheceram que esse alguém era dona Genoveva. Dr. Bratcher salta do cavalo e corre ao seu encontro. O relato dessa visita, o leitor terá o prazer de ler como ele mesmo escreveu:
 
"Por algum tempo olhou para o meu rosto mas os anos eram muitos e sua vista estava muito enfraquecida. Finalmente disse:
Quem é?
Não sabe?
Não, eu não vejo muito bem.
É Dr. Luiz. (este é o nome pelo qual sou conhecido no interior. Bratcher é muito difícil para pronunciar).
Então me abraçou com a luz da glória no seu rosto; excla­mando:
Oh, tenho esperado tanto tempo.
Mas eu lhe disse que voltaria.
Ela concordou mas tinha certeza de que não estaria viva se eu voltasse. Ela não continha sua alegria mas falava e falava do que o bom Jesus havia reservado para ela naquela hora.
"Agora", disse ela: "estou pedindo-Lhe tomar-me para o seu Eterno Lar".
Como agradeci a Deus por me haver concedido aquela hora! A viagem era penosa mas esqueci tudo isso em ver a velha santa tão alegre. Recebera a notícia da nossa vinda e, por três dias, estava sentada à porta, à nossa espera. Esperando, vigiando, anelando pela vinda do pregador antes dela ir para o Eterno Lar.
 
Este é o quadro que se prende na minha memória e este é o quadro que eu pedi ao Mestre para pintar no coração de cada filho de Deus que leia estas linhas. O quadro da velha santa de Deus, os cabelos embranquecidos pelos seus 102 anos, a vista enfraquecida, mas a fé firme na promessa de Deus e o rosto bri­lhando pelo reflexo dessa fé. Ali sentou-se por três longos dias esperando, vigiando, anelando pela nossa chegada; seu rosto voltado para o caminho (da floresta por onde passaríamos) es­perando ouvir mais uma vez a pregação da Palavra. Vigiando a vinda daquele que contaria a história da Salvação, não so­mente a ela mas àqueles a quem amava. Anelando ouvir mais uma vez os belos hinos antes que fosse estar com Aquele a quem amou.  Mas, oh que vergonha! Seis longos anos haviam passado e ninguém tinha ido confortá-la e consolá-la, enquanto espera­va a vinda do Mestre. Durante aqueles anos ninguém fora para lhe fortalecer a fé nas horas de provação. Porém era sempre fiel a seu Bom Jesus, amigo e companheiro naquelas provas.
 
Passei quatro dias com ela. Desejava ficar mais tempo mas, outros deveres nos chamavam com urgência. Diversas vezes nestes quatro dias o povo de Natividade mandou dizer-me que esperava ansiosamente a pregação da Palavra de Deus. Foram dias tristes e alegres. Tristes, porque desde a hora da nossa chegada d. Genoveva enfraquecia dia a dia. Dizia repetida­mente que estava pedindo a Jesus para levá-la para o Seu lar porque agora eu havia chegado e ela estava pronta. Às vezes eu ia ao seu quarto e cantava-lhe os seus hinos prediletos e fa­lava-lhe outra vez acerca de Jesus. Seu único lamento era que nem todos os seus aceitaram o evangelho. A familia de uma fi­lha aceitou mas a outra meteu-se no espiritismo. Como seu co­ração ansiava por aqueles! Felizes, porque podia de alguma ma­neira, confortar-lhe o coração e renovar-lhe o espírito com as mensagens dos hinos e oração.
 
Tinha de sair muito cedo, de manhã, e d. Genoveva estava ainda na cama. Fui dizer-lhe adeus. Quando me inclinei para dizer a palavra de despedida ela ergueu sua mão trêmula e apontando para o céu disse: "Até lá".
 
Estou certo de que teve razão, não nos encontraremos até lá, no Lar de Glória.
Para mlm d. Genoveva é um símbolo. Enquanto tento apre­sentar este apelo, dois pensamentos me ocorrem. Dois outros quadros aparecem e exigem que pense neles. Um deles me vem por causa das experiências que tive durante os longos meses de viagem no coração do Brasil. O outro me vem por causa do Amor do Mestre que se tornou mais real por causa dessas longas estradas e fastidiosas léguas.
 
O primeiro quadro é o de multas almas perdidas, nesta gran­de terra, que estão esperando, vigiando, anelando pela vinda do mensageiro do Rei dos reis e Senhor dos senhores. Até nos lugares onde o povo é mais escravizado pelo jugo romano, há muitos corações tristes, desejosos do Amor do Mestre. Durane os meses de viagem, sempre me despedi com dor no coração, dos que estão esperando, vigiando, anelando. Vi muitos rostos tornarem-se tristes quando lhes disse que não podia demorar mais, nem prometer que alguém fosse tomar meu lugar.
Uma ilustração será suficiente. Poderia dar centenas. Em Piabanha, quando cheguei, fui informado que dois Chefes indí­genas estavam esperando-me para me falar. Assim que foi pos­sível disse-lhes que viessem. Nunca me esquecerei daqueles mo­mentos. Um deles, especialmente, me impressionou pela sua ati­tude e seu apelo, falou-me como homem a homem pedir o que esperava que eu desse. Com toda a dignidade fez seu apelo.
 
"Uma vez, disse ele: "os índios eram tolos e não queriam o que o branco dava. Agora tudo está mudado e vim pedir-lhe al­guém para ensinar o meu povo, especialmente meus filhos e «s da minha aldeia."
 
Ouvi seu apelo com o coração doendo porque já sabia o que teria de responder. Respondi com a maior brandura possível, mas quando falei a luz do seu rosto desapareceu e o desespero apareceu. Só podia dizer-lhe que agora ninguém poderia ir e não sabia quando seria possível mandar alguém.
 
Levantou-se vagarosamente para dizer-me adeus. "Bem, disse ele: "faça o favor de perdoar-me por incomodá-lo". Que repreensão! Não foi dito como tal mas penetrou até o coração. Esperando, vigiando, anelando. Sim, estão.
 
O segundo quadro é o do Mestre. Ele está esperando, vigian­do anelando que Seu povo corra com pés ligeiros, com as Boas Novas de Salvação para os corações famintos, e almas sedentas, que estão esperando, vigiando, anelando pela Mensagem do Amor. QUANTO TEMPO TERÃO DE ESPERAR?”
 
Otima recepção tiveram em Natividade, Dr. Bratcher e seus companheiros. Foram visitados pelo Prefeito e outras autorida­des e todos manifestaram alegria pela oportunidade de ouvir o evangelho.
 
A sala logo se tornou pequena para as reuniões. Foi sugerido que elas se realizassem na Praça mas Dr. Bratcher se opôs:, temendo que as mensagens perdessem seu poder espiritual.
 
O povo insistiu e ele terminou cedendo, desde que o Prefeito fosse favorável. Consultaram-no e sua resposta foi: "Acho que o senhor deve fazer o que o povo deseja. Querem ouvir o evan­gelho e tem direito a isso. Deve ir à Praça."
 
Dr. Jayme falou primeiro sobre os efeitos do álcool e depois Dr.  Bratcher pregou a um grande auditório, atencioso e reve­rente, calculado em 75% da população de Natividade.
 
Domingo pela manhã foram examinados e aceitos para o batismo, dois candidatos.. Eram. netos de dona Genoveva e um deles, uma senhora havia viajado sete léguas através das matas..
 
À tarde, no mesmo local onde há 25 anos. d. Genoveva havia sido batizada, o Dr. Bratcher perante uma boa assistência mi­nistra a ordenança do seu Mestre.
 
À noite teria lugar a última reunião. A Praça estava replena de ouvintes. Depois da mensagem, o apelo. Dr. Bratcher men­ciona que o fez de maneira difícil de ser atendido, para ter cer­teza da sinceridade dos que se apresentassem.
 
Sete pessoas expressaram sua decisão de seguir a Cristo. Entre elas, um neto e dois bisnetos de dona Genoveva.
 
Quatro gerações de batistas, numa cidade onde não havia igreja.
 
 
Texto extraído do livro O APÓSTOLO DO SERTÃO, de Ruth Ferreira Mathews, Casa Publicadora Batista, RJ, 1967
 
 


112 – A LOUCA ESTÓRIA
DE UMA IGREJA

 
 
Era uma vez uma bela igreja. Seu povo era feliz e possuíam uma estrutura bem harmoniosa. Tinham bons cultos, uma escola bíblica bem freqüentada, um pastor amoroso e música de qualidade. Mas um dia o pastor deixou-a e ela montou uma comissão de sucessão pastoral. Preparam um perfil, encontraram candidatos e escolheram um bem capacitado. Tratava-se de um pastor de boa formação, com bacharelado, mestrado e doutorado em teologia. Marcaram a posse, convidaram toda a coletividade cristã e celebraram o início de seu ministério à frente da igreja.
 
No primeiro mês ele ocupou-se em pregar dominicalmente sobre a importância da democracia na vida da instituição cristã. Falou sobre a relevância do poder do povo, pelo povo e para o povo e que uma igreja deomcrática dava voz e vez a todos, independentemente de estar ou não fundamentados na Bíblia ou nas doutrinas denominacionais, pois o que caracterizava o povo de Deus era a mais pura e irrestrita liberdade para tomar as suas próprias decisões. À porta da igreja um irmão bem experimentado perguntou ao obreiro:
 
Pastor, onde fica a Palavra de Deus nesse sistema absoluto que o irmão está propondo? Ela não é a nossa regra de fé e prática?
 
Irmão – disse o sábio pastor - , a Bíblia é a maior fonte de heresias na história da igreja. Qualquer um pode defender qualquer coisa através de uma leitura equivocada das Escrituras Sagradas. Além disso não temos dúvidas de que certos textos estão comprometidos com a cultura da época. Portanto, maior e mais importante do que a Bíblia e a voz da igreja nas decisões que tomar.
 
Marcaram-se, então, reuniões para “repensar a vida da igreja”. O pastor chamou toda a liderança para discutir o futuro da instituição e incentivou as pessoas a proporem as suas questões de forma clara e defendê-las com inteligência nas assembléias que se seguiriam. No começo todos estavam acanhados. Mas quando os primeiros fizeram propostas os demais perderam a timidez e colocaram livremente as suas opiniões. Ei-las:
 
- Eu acho que os cultos deveriam ter espaços para informações sobre profissões. Se a igreja não servir para orientações vocacionais não servirá de nada.
 
- Eu gostaria que pudéssemos explorar livros espíritas na escola dominical.
 
- Eu gostaria de trazer os meus animais de estimação para assistir ao culto; afinal, eles são criaturas de Deus.
 
- Eu proponho que a Ceia do Senhor seja realizada com garapa e mandioca, uma vez que são elementos muito relevantes na cultura brasileira. E que a música a ser cantada seja a MPB, pois tem algumas com letras maravilhosas, como “Como é Grande o Meu Amor por Você”.
 
Aquele irmão que interpelara o pastor no início de suas pregações, sobre o lugar da Bíblia nisso tudo, estava presente. E então pediu a palavra.
 
- Irmãos, o que é isso? Vocês estão malucos? Nós temos uma bíblia que julgamos Palavra de Deus! Suas propostas não têm respaldo nas Escrituras!
 
O pastor, com ares de deboche, interrompeu-o:
 
- Pois é, irmão, por causa de pessoas como você é que perdemos tanta gente para o mundo. Transformamos a igreja num gueto de santos e impedimos os pecadores de encontrar um lugar de acolhimento e de linguagem inteligível. Faça suas propostas também, mas cuide de defendê-las e encontrar apoio, senão, procure outra igreja tacanha como suas idéias.
 
O povo riu, festejou a firmeza do ministro e continuou a propor.
 
Chegou o dia da assembléia. Eram tantos os assuntos que dividiram a reunião em 3 sessões.
 
Ao final, aprovaram as seguintes questões:
 
- Que a Bíblia desse lugar ao Pequeno Príncipe, que era um livro muito mais profundo que as Escrituras.
- Que em lugar do culto tivessem um show de talentos e que dessem por prêmio os instrumentos musicais da banda da igreja.
- Que convidassem médiuns para fazer sessões de terapia espiritual para as famílias;
- Que celebrassem casamentos homossexuais, que investissem no aborto voluntário das adolescentes e na cirurgia de mudança de sexo;
- Que montassem uma ala para acolher seus animais na hora dos cultos e que se celebrasse o culto fúnebre deles, enterrando-os no terreno da igreja com cruz e placas com versículos;
- Que ordenassem 15 ministros, usando todos os títulos disponíveis: pastor, apóstolo, pagé, guru, elder, padre etc;
- Que abolissem o dízimo e fizessem a rifa dos carros da igreja e montassem barracas de beijos para angariar fundos;
- Que demitissem o pastor e encerrassem a igreja por falta de relevância na sociedade contemporânea.
 
Com dificuldade conseguiram um advogado que desse sentido àquelas propostas todas. Harmonizado o texto, registraram em cartório.
 
O resultado foi estonteante. O pastor foi demitido, os bancos foram doados para salões de beleza e a igreja declarou falência, doando sua propriedade para a sociedade brasileira de ateus cristãos.
 
Por fim, aquele irmão tão retrógrado escreveu numa cartolina pequena um versículo, colocando-o ao lado da placa de “vende-se”, expressando o seu lamento:
 
À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles. (Is 8:20)
 
Wagner Antonio de Araújo
 
obs: qualquer semelhança com fatos reais NÃO É merca coincidência...

113 - 24 horas que valeram por uma vida
 
Fui agraciado com um convite para pregar no Jubileu Ministerial de Prata do Pr. Eliseu Lucas, na PIB (Primeira Igreja Batista) de Paraíba do Sul, estado do Rio de Janeiro. O Pr. Eliseu é um pastor batista clássico e nos conhecemos há alguns anos, quando juntos participamos da fundação da OBBH (Organização Brasileira de Batistas Históricos). Posteriormente ele fez-se presente na organização da OPBCB (Ordem dos Pastores Batistas Clássicos do Brasil) e então os nossos laços de amizade só aumentaram. Participar de seu jubileu de prata foi-me honroso e precioso.
 
Era sábado, dia 11 de agosto de 2013. Passei a madrugada preparando boletins e materiais para a Boas Novas do Rodoanel, igreja que tenho a honra de pastorear. Saí na hora do almoço, lotando o meu "delegado" (meu Peugeot 206 cinza). Elaine, a minha amada esposa, acondicionou tudo na mais perfeita organização (como é que ela consegue? eu ocuparia o dobro do espaço com malas, ternos etc!). Seguimos viagem com o GPS ligado.
 
Rumamos para a Rodovia Airton Senna. Seguimos até o fim, em Guararema. A rodovia muda de nome, Carvalho Pinto, e a paisagem torna-se mais bela ainda. Chácaras, gado, pastos, árvores, indústrias, casinhas, coisas lindas que nos enchem de felicidade! Pena que no caminho encontramos coisas extremamente aborrecíveis: OS PEDÁGIOS, essas pragas que ousam cobrar o que já pagamos nos impostos anuais. Mas fomos seguindo.
 
Por fim, pegamos a Rodovia Presidente Dutra e seguimos pelo Vale do Paraíba. São José dos Campos, Taubaté, Caçapava, Pindamonhangaba, Aparecida, Lorena, Canção Nova (Cachoeira Paulista), Cruzeiro, Queluz. Que lugares lindos! Passamos a divisa e chegamos ao glorioso estado do Rio de Janeiro! As paisagens mudam e as cidades tornam-se mais próximas e grandes. Eu só passara por ali de noite, de ônibus, nunca vira tantas belezas durante o dia! Passei por Resende, Itatiaia, seguimos até Volta Redonda. Talvez para deixar a viagem bem "redonda", eu não vi uma lombada na avenida que desce para a outra rodovia. Passei com tudo no obstáculo e senti a minha cabeça com uma baita "volta redonda"...
 
Pegamos o rumo de Salvador. O sol já estava se pondo. Tínhamos planejado 5 horas de viagem. Quando passamos por Vassouras, tomamos uma bela vassourada: estavam trocando as vigas e colunas da ponte; assim, seguravam o trânsito por muito e muito tempo. Paramos por uma hora e vinte minutos! Tentamos ligar para os celulares, mas onde havia sinal? TIM e VIVO são inexistentes nas estradas, CLARO eu não tinha. Só ESCURO. Então Elaine orou para acalmar o meu coração e aguentarmos a espera. Finalmente nos liberaram. Chegamos às 7 e meia na cidade. O Pr. Eliseu estava aguardando a nossa chegada. Corremos para a pousada que a igreja graciosamente tinha alugado para nós e demos a palavra que em 20 minutos estaríamos prontos. "Mas o pastor tem barba por fazer, banho por tomar..." Ah, numa eventualidade o banho pode ser rápido e a lâmina pode ser expressa! E foi! Elaine e eu nos arrumamos em 20 minutos! Da pousada para a igreja era apenas atravessar a rua!
 
Ao chegar, emocionei-me. Estava diante do berço dos batistas fluminenses. Ali os nossos pioneiros Bagby, Taylor, Entzminger, Ginsburg, Lessa e tantos outros, pregaram e pastorearam. Ali gerações de batistas se sucederam. Nesses 115 anos de história muita coisa aconteceu. E agora eu era honrado com a possibilidade de também pregar ali! Bendito seja Deus que não nos trata por méritos, mas por Sua imensa graça!
 
 
Um culto maravilhoso e inesquecível! Ali eu conheci pessoalmente a belíssima família do Pastor Eliseu Lucas. Conheci a irmã Ester e os filhos Calebe e Elise. Conheci o MM (Ministro de Música) Davi Pacheco e o resto do Conjunto Pacheco, formado pelos familiares da irmã Ester. Revi o Diácono Edson e o Diácono Henri, o primeiro da OBBH e o segundo da ABACLASS. Que saudades! Pude conhecer o meu amigo virtual Pastor Walter, que alegria! E vi um povo alegre, maravilhoso, consagrado, que vive um período de grande felicidade com o querido pastor que lhes foi confiado. Vi ali a irmã Zilanda, da comissão de sucessão pastoral, a quem só conhecia virtualmente. Quanta felicidade!
 
No culto ouvimos o brilhante coral da igreja, regido por uma irmã de extraordinária competência e simpatia. Ouvimos o Conjunto Pacheco, com magnífica execução de hinos tradicionais. Ouvimos cantar e tocar o MM Davi Pacheco, um primor de ministro, um verdadeiro servo do Senhor. E a congregação cantou com alegria. Os pastores presentes também deram felicitações. E coube-me a tarefa de pregar. Em tudo agradeço ao Senhor!
 
Após o culto uma simpaticíssima irmã estava comemorando o seu aniversário e serviu-nos estrogonofe. Que delicia de comida! Após comer o meu pratinho, denunciei que havia sido sequestrado e prontamente eles me serviram outro (quem sequestrou o primeiro fui eu mesmo). Uma noite abençoada!
 
Bem, para não ficar apenas nas palavras, vamos aos documentos em fotos e vídeos.
 
1) As fotos do culto:
https://www.facebook.com
 
2) Os vídeos:
 
Instrumental com MM Davi Pacheco
http://youtu.be/DqJKFsikM7Q
 
Conjunto Pacheco - Vou Servir-Te
http://youtu.be/r2C7ztoNv6Y
 
Conjunto Pacheco - Eu Preciso de Jesus
http://youtu.be/XhaJHv4IDPY
 
Coral da igreja - Jeová é Teu Senhor
http://youtu.be/fkREbT-u2yE
 
Coral da igreja - Quanto Anseio Encontrar Jesus
http://youtu.be/kMbT23jBP7U
 
MM Davi Pacheco - Pai que Estás no Céu
http://youtu.be/eLxvPwiQetY
 
MM Davi Pacheco - instrumental
http://youtu.be/e2-cIugFAuk
 
Pr. Wagner Antonio de Araújo - ATOS 20.24 - AS TRÊS ÊNFASES DO MINISTÉRIO
http://youtu.be/tCkyW8KAs7s
 
 
O DOMINGO
 
 
Dia 12 de agosto de 2013.
 
Desde que me casei tornei-me um homem mais feliz e mais completo. Quem acha uma boa esposa acha um tesouro e eu fui agraciado ao extremo. Acordar ao lado de Elaine é uma dádiva. E também um despertador eficaz. "Levante-se, está na hora!" "Ah, só mais um soninho"... Não teve conversa. Agora, com mais tempo, arrumamo-nos e descemos para tomar um gostoso "café medroso", ou um "café com mistura". (muitos brasileiros não conhecem as expressões caipiras. Eu explico: café medroso é aquele que não vai para a mesa sozinho, só acompanhado, com pão, manteiga etc. E café com mistura é o café com os acompanhamentos comestíveis). A pousada tratou-nos muito bem!
 
Chegamos no início da Escola Bíblica Dominical. As classes já estavam divididas. As irmãs queriam que eu ficasse, mas eu seria um bem-aventurado entre as mulheres, então subi para a classe dos homens. O professor era um irmão extremamente competente, ex-vereador da cidade. Falava-nos sobre o Rei Ezequias. Intercalou a aula com o seu testemunho de conversão, ocorrida há oito anos. O prefeito é seu filho. A participação dos alunos foi excente, mais de 20 irmãos presentes! O Diácono Henri também abrilhantou a aula, intercalando seus sempre filosóficos e teológicos posicionamentos. Nem vimos a hora passar!
 
Chegou a hora do culto. Mais hinos e mais momentos marcantes em nossas vidas. Em certo momento o Pr. Eliseu entregou-me o púlpito. Resolvi dar o meu testemunho de vida, a minha conversão, a minha quase morte em 1982 e o meu chamado para o ministério pastoral. Contei também sobre a minha saudosa mãezinha e a experiência que Daniel e eu tivemos ao entregá-la nas mãos do Pai. Muitos comoveram-se. Eu e o Pr. Eliseu também.
 
Levaram-nos para o restaurante. CEDRO'S. Elaine, que já aprendeu comigo as piadinhas, disse: "Seria bom alguém abrir um outro restaurante ao lado e chamá-lo DO LÍBANO, assim teríamos CEDRO'S DO LÍBANO..." Engraxadinha... E, de fato, o dono do restaurante é um libanês muito simpático. Comemos e bebemos muito bem, na companhia dos Pachecos e da família do Henri. Que momentos maravilhosos! Após a refeição o pastor nos levou ao parque de águas de Paraíba do Sul. Um parque arborizado, lindo mesmo, com um coreto e no meio dele fontes de água em torneiras. Tinha água alcalina e eu fiquei alcalinizado. Outra era ferruginosa e eu fiquei enferrujado. As outras eu não me lembro de que eram. Só sei que Elaine e eu saímos aguados!
 
À tarde descansamos e, após o banho, vestimo-nos e fomos à igreja. Que noite inesquecível! Só que o meu coração já estava a derreter-se. Abracei tantos irmãos, conversei com outros tantos, simpatizei com todos e estava a sentir a dor da saudade que iria ficar. Da parte dos irmãos senti o mesmo carinho. Destaco aqui o irmão Roberto. Ele, já nos seus setenta e um anos, com uma vasta família, tem em seu acervo uma coleção de O Jornal Batista de 1924 e 1928 e emprestou-me para escaneá-los (Deus me ajude a adquirir outro aparelho, pois o meu já deu sintomas de estresse). Que irmão maravilhoso! Junto dele está seu neto Cauã. Esse menino é um espetáculo: serviu estrogonofe para todo mundo no sábado, esteve pela manhã participando de tudo e confidenciou-me que quer ser pastor. Então afeiçoei-me ao menino. E planejei uma surpresa para o final do culto.
 
A celebração do Dia dos Pais encantou os corações. As crianças foram ricamente ensaiadas e tiraram sorrisos de todos nós. Os hinos do coral e do MM Davi Pacheco também foram monumentais. Um jovem fez um lindo solo. E o Pr. Eliseu entregou-me a palavra. Eu preguei uma mensagem que Elaine pediu para que um dia eu pregasse. A GALERIA DOS HERÓIS DA FÉ. Bendisse ao Senhor pela oportunidade de falar sobre esse tema. O culto acabou estendendo-se além do horário habitual. Ao término fomos comer bolo de aniversário. E, com alegria, o pai do irmão Tiago trouxe-nos um homem por nome Adalberto, que na hora do apelo e oração havia entregado a sua vida a Jesus Cristo. Que bênção e que emoção! Oramos com ele a oração da confissão e apresentamos para ele a doce verdade: ele estava perdoado de seus pecados e salvo, caso tivesse feito a oração com fé e com sinceridade. Aleluia!
 
Voltemos ao Cauã. Após o culto chamei-o ao lado de seu avô.
 
 
 
- Cauã, você disse que quer ser pastor. Eu fico muito feliz. Está vendo esta minha gravata? Ela é muito importante para mim. Mas como você é hoje mais importante ainda, então eu vou dá-la de presente a você e quero que você a use no dia em que pregar a sua primeira mensagem. Está certo? Eu quero que você se lembre com carinho de mim, sabendo que estarei sempre orando por você. Deus te abençoe, meu filho.
 
O abracei. Senti o seu peito ofegante e vi lágrimas brotarem de seus olhos.
 
Saí e fui sentar-me para comer bolo e conversar. De repente o Cauã correu em minha direção, pulou em meu pescoço, suado e chorando, dizendo: "Obrigado, pastor, muito obrigado!" Eu chorei muito com ele (e estou chorando agora, enquanto escrevo e me lembro...)
 
Saímos para arrumar as malas. O jovem Calebe Lucas, filho do Pr. Eliseu, iria voltar conosco. Ele ainda pegaria um ônibus em São Paulo para Guaxupé, em Minas Gerais. Juntamos as nossas coisas e fomos encontrar os jovens que iriam comer uma pizza conosco. Mas às 11:30 da noite, que pizzaria estaria aberta? Nada encontramos. Decidimos seguir viagem sem jantar. Cantamos em roda com os irmãos o hino BENDITOS LAÇOS SÃO... Meu Deus, quanta emoção! Oramos e partimos. Viajamos a madrugada inteira, chegando em São Paulo às 6 da manhã. Pedi para Elaine e Calebe conversarem enquanto eu dirigia. E por incrível que pareça não faltou assunto para os dois.
 
Assim foi a nossa viagem. Só esqueci de dizer que deixei uma coisa por lá. Deixei um pedaço do coração. Estou com saudades muitas! E espero um dia rever esses amados e queridos irmãos.
 
Agora as fotos:
 
https://www.facebook.com
 
Agora os vídeos
 
Hino O QUE SOU, pela congregação
http://youtu.be/V6FyKJkdufs
 
Instrumental MM Davi Pacheco
http://youtu.be/9iEMVbmR2Gk
 
Diácono Henri Rodrigues da Silva cantando IGREJA DO SENHOR
http://youtu.be/sGzSu-5PPyQ
 
Coral cantando HÁ MOMENTOS NA JORNADA
http://youtu.be/6X8rxvDi9jo
 
Instrumental MM David Pacheco
http://youtu.be/cosHWpoKops
 
linda menina homenageia os pais
http://youtu.be/hRXG1wFtULw
 
Coral canta DEUS SOMENTE DEUS
http://youtu.be/vcrBEjvgiuI
 
Saudações do Pr. Wagner Antonio de Araújo
http://youtu.be/Iy4r4qlhB80
 
Testemunho do Pr. Wagner Antonio de Araújo parte 1
http://youtu.be/M7Fi_W9ezqU
 
Testemunho do Pr. Wagner Antonio de Araújo parte 2
http://youtu.be/GVDQCUa65bY
 
Pr. Wagner Antonio de Araújo - A GALERIA DOS HERÓIS DA FÉ 1
http://youtu.be/LzAFUwOUZNs
 
Pr. Wagner Antonio de Araújo - A GALERIA DOS HERÓIS DA FÉ 2
http://youtu.be/jqgytXpGlpY
 
 
Estivemos por pouco mais de 24 horas em Paraíba do Sul. Mas o que vivemos, o que presenciamos, as amizades que fizemos e a glória de Deus que recebemos em nossos corações valeram por uma vida inteira.
 
Obrigado, Senhor, por tão grande dádiva!
 
Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel, Carapicuíba, São Paulo, Brasil
www.uniaonet.com/bnovas.htm
bnovas@uol.com.br

 


114 - A ÓPERA DO INFERNO
 

UMA ORQUESTRA ORGANIZADA. Um coral estupendo. Atores precisos e absolutamente impecáveis.
 
Na regência está Satanás. Ele está conduzindo a ÓPERA DA PROFANAÇÃO E DO CAOS. A obra foi composta em sua mente doentia e maldita, acreditando que será aclamada e ovacionada por toda a sua hoste do terço angelical. Crê que conseguirá com isto desfazer os propósitos do seu arqui-inimigo, o próprio Criador.
 
Seus instrumentos de sopro estão a pleno valor. Ele os colocou estrategicamente por todo o mundo. Vemos a mídia unificada (internet, TV, rádio, cabo, jornal, revista) emitindo uma toada única e contínua: o homossexualismo é natural, o aborto é um direito, Deus está invadindo o estado laico, todos os homens são irmãos, todos devem chafurdar na lama. Ele usa os programas de TV, usa os jornais, usa os debates, usa as manifestações públicas, usa as músicas, usa as roupas e a falta delas. Ele faz passar o adultério como prática aceitável, o relacionamento gay como opção boa e indispensável, a parceria com os mortos-vivos e com as forças satânicas como bênçãos da modernidade.
 
Seus instrumentos de percursão retumbam pelo planeta. São os políticos e empresários. Na força de suas canetadas impõem sobre a Terra leis que obrigam a todos, grandes ou pequenos, pobres ou ricos, religiosos ou não, a aceitarem o que o maestro maldito impõe. Eles decretam a falência da família tradicional, arrancam crianças de pais heterossexuais e as entregam a gays, lésbicas e transgêneros. Destróem o direito de orar em público, abolem a Bíblia dos tribunais, arrancam tudo o que pode lembrar cristianismo em manifestações cívicas ou sociais. Eles conseguem destruir a memória tradicional dos valores morais e mediante a repetição da mentira impõem suas verdades forjadas nas oficinas de Apoliom. Conseguem até iludir os tradutores de bíblias, induzindo-os a "consertar" o que as "culturas primitivas" não souberam expressar na essência. Criam bíblias bizarras e os cristãos se iludem com tais modernidades.
 
Suas cordas estão afinadíssimas e executam uma melodia estonteante. É como o canto da sereia das fábulas dos pescadores ou como o pífaro encantado. Conseguiram levá-la para as igrejas cristãs. Tiraram os hinos tradicionais e transformaram os cultos em espetáculos de entretenimento. Ao invés de conduzir o povo a Deus mediante a adoração reverente e fundamentada em letras bíblicas, fazem com que o povo pule, dance, grite, berre, se descabele e finja regozijo espiritual, quando não passa de êxtase emocional e físico. E conseguem inibir quaisquer tentativas de protestos, dizendo que é a modernidade. Denominações cristãs inteiras aderem com alegria a esse jeito novo de cantar e celebrar, mesmo que alguns "Jeremias" continuem a clamar e a apontar a origem maligna da toada ouvida. Assim como os hebreus despojaram os egípcios em sua saída para o êxodo, os agentes de Satanás despojam os crentes, cobrando fortunas pelo canto maldito semeado em seus cultos híbridos (não se louva sem cachê).
 
As partituras são distribuídas entre todos. São bem organizadas e absolutamente precisas. Elas conseguem harmonizar o falso conhecimento científico (promovendo a crendice na evolução das espécies, a aceitação dos transgêneros como solução para problemas das espécieis criadas por Deus, e até fundamentam a apologia de se comer estrume, vermes e insetos como alternativa à fome, levando o mundo ao chiqueiro declarado). As pautas coincidem de tal forma que políticos, atores, escritores, jornalistas, religiosos, militantes e bandidos vêem-se em plena harmonia (as drogas,  antes contravenções declaradas, já estão caminhando para a parceria pública dos países).
 
A ópera se apresenta com um elenco monumental, reunindo as mais poderosas autoridades, os mais ricos magnatas, os políticos mais proeminentes e poderosos, os cientistas mais afamados, os capitalistas mais endinheirados, os donos de comunicação mais influentes, os religiosos mais atuantes e as denominações mais antagônicas. Todos reunidos debaixo da batuta de Lúcifer, o grande Anjo de Luz, caído e que vive seus últimos instantes antes do Grande Juízo. A escravização faz-se pela mídia fácil e absolutamente esparramada: pessoas inertes, passivas, verdadeiros zumbis diantes dos visores que prendem diuturnamente a sua atenção, em celulares, computadores, TVs etc.
 
Parece-nos que não há mais o que possa dar errado. Tudo está perfeitamente funcional. Satanás está conseguindo a sua grande e tão desejada vitória sobre Deus.
 
O maestro só se esqueceu de uma coisa; aliás, não se esqueceu, porque é por demais inteligente. Ele apenas ignorou a existência do dono do teatro. Se o proprietário cortar a energia, cortar o ar, cortar a luz, demolir o prédio, a ópera terminará e o sucesso esperado não passará de sonho não realizado. Por demorar tanto esse juízo profetizado Satanás pensa que nunca virá ou que virá num tempo distante demais. Ledo engano! Essa ópera terá fim!
 
Ainda há um Deus Soberano e Todo-Poderoso, de quem depende todo sopro e fôlego de vida, seja animal, seja humano, seja espiritual. Há um Deus no Universo!
 
E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; (2Ts 2:8)
 
Essa ópera não chegará ao fim. Deus a interromperá, da mesma forma que não permitiu que Babel chegasse à sua conclusão. Deus é o dono do teatro e a ópera não será concluída.
 
Mas cuidado, cristãos: para testar a nossa fé e a nossa fidelidade o maestro possui atributos fortíssimos e pode operar maravilhas. "E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira;" (2Ts 2:11). Assim, para seduzir os incautos Satanás faz sinais incríveis, escravizando a razão dos que não se firmam na Palavra Revelada. Satanás faz maravilhas: cura enfermos, faz religiosos falarem em outras línguas (ou em línguas desconhecidas)independente da fé que tenham; faz crescer igrejas e prolifera rapidamente o dinheiro pela palavra de falsos obreiros. São sinais, mas não vêm de Deus."Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade." (Mt 7:22,23)
 
Não investirei o meu tempo na ópera do inferno. Não a ouvirei. Não tocarei os seus instrumentos. Não seguirei a sua partitura. Não obedecerei aos seus regentes. Não farei parte do time dos coniventes. Chamem-me do que quiserem; a minha toada é outra. O meu canto é o dos remidos pelo Cordeiro de Deus.E o meu lar não é aqui, é a eternidade. Fui salvo pelo Senhor e só a Ele me renderei. "Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos." (Jo 10:5)
 
Concluindo: a ópera de Satanás será um fracasso consumado, ainda que por ora pareça um sucesso insuperável.
 
Quem ama o Senhor verá.
 
Wagner Antonio de Araújo

 


115 - QUANDO CHEGAR SETEMBRO
 
Boa noite, diletos e distintos leitores!
Graça e paz!
Como tenho recebido um enorme contingente de novos leitores em minhas listas pessoais e no facebook, permitam-me que me reapresente.
Sou Wagner Antonio de Araújo. Filho de Antonio & Elzira, irmão de Daniel, esposo de Elaine. Tenho 47 anos (até o próximo dia 3 de setembro) e moro na cidade de São Paulo, no Brasil.
Sou um cristão, um crente no Senhor Jesus Cristo, um batista por convicção, de fé clássica, a mesma trazida pelos nossos missionários pioneiros americanos no século XIX. Também sou pastor. A igreja onde sirvo a Deus é a Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel em Carapicuíba, São Paulo, Brasil. É pequena, possui 25 membros, mas possui uma linda comunidade de irmãos em Cristo, além de contar com um belo terreno para a construção de seu futuro templo, fruto do amor de inúmeros irmãos, amigos e leitores, que muito contribuiram na sua aquisição.
Estou na internet desde 1999, pela influência do meu irmão Daniel, que motivou-me a aderir ao novo sistema. Eu tanto conhecia de internet que perguntei: "quanto se paga pelo envio de cada e-mail? Como se cola o selo de cada um?"
Comecei lendo textos de listas como "filhos de Deus", "pastores", "bibliaword" etc. Então, juntamente com o Pr. Norberto Carlos Marquardt e Pr. Airton Evangelista da Costa, fundamos a lista COMPARTILHANDO, um oásis para que bons amigos pudessem abrir o coração. Decidimos fechá-la só para ministros do evangelho e criamos o espelho, PONTO DE ENCONTRO, para todos. Foi uma bênção.
Em 2001 Carlinha, do Grupo Cantinho Gospel, desafiou-nos para postarmos um texto próprio por semana. Como eu já tinha alguns escritos nos boletins da igreja, resolvi publicar um por dia. E surgiu o meu primeiro livro, CRÔNICAS DE DEZEMBRO. Depois dele vieram outros: CRÔNICAS DE FEVEREIRO, PÁGINAS SOLTAS, ANTES DE ENTARDECER, SÉCULO XXI, FALANDO FRANCAMENTE, MEMÓRIAS PASTORAIS, PRAIA GRANDE, ROTA 44, MEIA HORA, FLÔR-DE-MAIO etc. Foram séries de crônicas que escrevi, muitas delas tornaram-se muito conhecidas e circulam pela internet há anos. Tenho procurado recuperá-las (nem eu tenho o controle de todas que postei ou que escrevi), ajuntando-as num blog chamado MEMÓRIAS LITERÁRIAS.
No ministério pastoral tenho encontrado a minha verdadeira missão. Fui ordenado em 13 de outubro de 1991, à pedido da Igreja Batista de Vila Souza, São Paulo. Fui seu pastor entre 1991 e 1993. Depois pastoreei a Igreja Batista Boas Novas do Jardim Brasil, de 1993 a 1994. De 1995 a 1996 fui pastor da Igreja Batista em Bela Vista, Osasco, São Paulo. E em 07 de novembro de 1996 fiz parte da fundação da Missão Batista Boas Novas de Osasco, São Paulo, que tornou-se congregação da Igreja Batista Betel de Itapevi, São Paulo, e que, posteriormente, organizou-a como Igreja Batista Boas Novas. Não tínhamos terreno, pagávamos caríssimo aluguel. Com a visita do Pr. José Vieira Rocha e do Evangelista Cantor Luiz de Carvalho, iniciamos uma campanha para a aquisição do nosso terreno. Depois de 4 longos anos conseguimos o suficiente para comprá-lo. Um belo terreno de quase 700 metros quadrados, numa rua sem saída e com uma pracinha à beira do Rodoanel Mário Covas, no bairro Novo Horizonte, em Carapicuíba, ao lado de Osasco, São Paulo. Ali estamos desde 2011.
Na denominação batista contribui com a minha parte em sua história. Fui o fundador da JUBOESC, Juventude Batista do Oeste da Capital, ainda na adolescência. Fui seminarista da Igreja Batista em Vila Mirante. Estagiei na Primeira Igreja Batista em Cotia, SP e Igreja Batista em Vila Pompéia, SP. Pastoreei interinamente as igrejas de Vargem Grande Paulista SP e Sinai em São Paulo, além de ajudar a abrir a congregação de Helena Maria em Osasco e atualmente a Congregação Batista em Ilha Comprida, litoral sul de São Paulo. Fiz parte da Junta de Educação Cristã da Convenção Batista do Estado de São Paulo e fui secretário executivo e/ou presidente das seguintes associações: Associação Nordeste da Capital SP, Associação Noroeste da Capital SP, Associação de Osasco e Adjacências SP e Associação do Ferreira e Região SP.
Nos últimos tempos, com o avanço do neoliberalismo denominacional, com alguns administradores dos quais discordamos em gênero, número e grau, decidi estar mais reservado com essas atividades. Contudo, por força das idéias, acabei juntando-me a um grupo de colegas defensores da sã doutrina e fundamos uma organização não cisória, porém posicional, chamada OPBCB, Ordem dos Pastores Batistas Clássicos do Brasil, cujo braço leigo é a ABACLASS- Associação dos Batistas Clássicos do Brasil, defendendo o ponto de vista evangélico batista ortodoxo, bíblico e tradicional. Como o termo "tradicional" já estava em uso por outros grupos, optamos por "clássico" que quer dizer quase a mesma coisa.
Deus deu-me a graça de pregar a Sua Santa Palavra. Não sou um grande pregador, talvez um aprendiz seja a melhor expressão. Decidi, contudo, não esperar pela perfeição, pois essa eu só terei quando da ressurreição em Cristo, devido à Sua graça. Então, juntando o pouco que aprendi e a graça do Senhor, coloquei-me à Sua disposição para pregar. E tenho pregado por muitos lugares em todos estes 33 anos de vida cristã. No Brasil já fui honrado com o púlpito de igrejas, lares, associações e ruas nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Goiás, Distrito Federal. No estrangeiro pude proclamar a Sua Palavra na Argentina, nos Estados Unidos, em Portugal, Espanha, Itália e Inglaterra. São dádivas do Senhor e uma grande responsabilidade. O púlpito tem sido a minha missão.
Na área educacional formei-me como bacharel em teologia pela Universidade Brasileira de Teologia, depois de ter cursado alguns anos na Faculdade Teológica Batista de São Paulo e no seminário do saudoso Pr. Onésimo Nunes de Lima. Lecionei na Universidade Brasileira de Teologia, no Seminário Teológico Betel, no Instituto Teológico Batista de São Paulo (Piratininga, Bauru) e criei a E.T.E. - Escola de Teologia Elementar, que funcionou quando fui pastor da Igreja Batista Boas Novas do Jardim Brasil. Ai tive professores que partilharam comigo do ensino: Josué Nunes de Lima, Nelson Pacheco, José Luiz Marcellino etc. Atualmente comecei a lecionar uma matéria à guisa de treinamento leigo e envido esforços no afã de iniciar o nosso seminário teológico batista clássico do Brasil, que há de funcionar a nível virtual, com professores gravando suas aulas em vídeo.
Bem, aqui vão as nossas mídias.
1) Nossa página há muitos anos
O Missionário Yrorrito Abe, de Goiânia, há muito tempo mantém o registro de toda a nossa correspondência. Ele possui coisas que nem eu mais possuo! A ele sou perpetuamente grato.
www.uniaonet.com/bnovas.htm
2) Meus vídeos de pregação
Mantenho um local onde centralizo as minhas pregações gravadas em vídeo. Estão disponíveis para assistir de imediato.
www.videosprwagner.blogspot.com
3) Meus textos colecionados
Tenho publicado os textos que o senhor me permite escrever. Estou tentando juntá-los. Já tenho um cento deles, faltando uns dois outros a reunir. Estão lá para a leitura.
www.prwagnerantoniodearaujo.blogspot.com
4) Crônicas de Dezembro
O meu primeiro livro virtual. Está com os textos publicados e separados.
www.cronicasdedezembro.blogspot.com
5) Antes de Entardecer
Outro livro que escrevi com a graça do Senhor.
www.antesdeentardecer.blogspot.com
6) Canal do youtube
Armazenei centenas de vídeos ao longo da existência do Youtube. Alguns já possuem mais de 400 mil visualizações. Outros quase nenhuma. Estão todos lá, para que possam ser assistidos. Vídeos de pregações, de viagens, de cenas de lazer, de coisas interessantes, de Luiz de Carvalho, de minha saudosa mãe etc.
https://www.youtube.com/PrWagner2000
7) Púlpito Boas Novas
Desde que iniciamos as nossas atividades como Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel em Carapicuíba SP, decidi publicar as mídias ali gravadas, as pregações, os hinos, enfim, tudo o que realizamos dali para frente. Esse canal é exclusivo de nossas atividades da igreja há partir de 2011. Os vídeos anteriores estão no canal acima mencionado.
https://www.youtube.com/PULPITOBOASNOVAS
8) Rádio Naftalina Web
Junto com Thiago Herrera Dametto, de Cafelândia, SP, fizemos uma brincadeira, para ver se o sistema de rádios web realmente funcionava. Era preciso dar um nome, e como as canções que eu tinha eram as tradicionais, antigas, veio-me o nome Naftalina. O que era um teste tornou-se um glorioso ministério. Surgia ali a RÁDIO NAFTALINA WEB. Já há 3 anos no éter do ciberespaço, essa rádio tem sido a companhia para muita gente que aprecia os louvores a Deus sem a poluição do neoliberalismo e, principalmente, do neopentecostalismo que transformou LOUVOR em ENTRETENIMENTO, SHOW. Naquela rádio só tocam hinos e neopentecostais não entram. Não por preconceito, mas por convicção de que louvar a Deus por espetáculo é pecado. Ali pregadores que já estão na glória com Deus continuam sendo atalaias, pregando suas mensagens: RUBENS LOPES, DAVID GOMES, JOSUÉ NUNES DE LIMA, JOÃO FILSON SOREN etc. O carro-chefe é o programa ASSIM ESTÁ ESCRITO, do Pastor Timofei Diacov. Há programas maravilhosos, como A Grande Orquestra, Luiz de Carvalho especial, Louvor do Sertão, Waldemar Fomin, Feliciano Amaral etc. O site também tem recados e informações preciosas.
www.radionaftalinaweb.com
9) Site da OPBCB e da ABACLASS
Não é algo meu, mas faço parte com extrema alegria e muita convicção. Esse site é obra do nosso Pastor Luiz Antonio Ferraz, da Igreja Batista Vida Nova no Parque Santo Antonio, São Paulo, Brasil. Ali temos uma infinidade de coisas disponíveis. Temos a nossa missão, o nosso protesto, os vídeos dos nossos encontros, os nossos artigos, e agora, com muita felicidade divulgamos: temos a BIBLIOTECA BATISTA CLÁSSICA, onde os livros que temos recuperado podem ser baixados AUTOMATICAMENTE, bem como lidos no próprio monitor! O site tem uma riqueza incomensurável e vale à pena entrar, conhecer, usar e, se desejar, fazer parte desse esforço de preservação de nossas doutrinas e memórias.
http://opbcb.org
E a biblioteca está aqui:
http://opbcb.org/biblioteca
10) Minha página no FACEBOOK
Conquanto eu não use o facebook para entretenimento ou para bate-papo, ali estão muitos amigos que gostam de nos seguir e verificar as nossas publicações. Ali  eu posto as minhas fotografias e mantenho atualizada a minha agenda. E ali também alimento a informações oficiais das páginas que administro.
a) A minha identidade
https://www.facebook.com/wagner.antoniodearaujo.9
b) A página da Igreja Batista Boas Novas:
https://www.facebook.com/IBBNR
c) A página da OPBCB - Ordem dos Pastores Batistas Clássicos do Brasil:
https://www.facebook.com/pages/OPBCB/251254825011978
d) A página da Rádio Naftalina Web:
https://www.facebook.com/pages/R%C3%A1dio-Naftalina-Web/403286249718613
11) Comunicações comigo
a) Skype: pastorwagner@hotmail.com ou Pastorwagner2007
b) Talk: bnovas@gmail.com
c) Por e-mail:
bnovas@uol.com.br
bnovas@gmail.com
waa.ibbno@gmail.com
pastorwagner@uol.com.br
viagem-usa@uol.com.br
presidente@opbcb.org
Meus compromissos externos até o final do ano:
setembro: pregar em Volta Redonda
outubro: pregar em Belo Horizonte
novembro: talvez pregar em Curitiba
Para o ano que vem:
Em planejamento: uma viagem para os Estados Unidos (visita a missionários enfermos) e Portugal (rever amigos e pregar em igrejas co-irmãs).
Qualquer convite para o próximo ano está em aberto, podendo ser combinado à partir de hoje diretamente em um dos canais de comunicação.
= =
116 - SIM, SIM, NÃO, NÃO.
 
 
Se disse que iria ligar, ligue.
 
Se falou que iria visitar, visite.
 
Se disse que faria, faça.
 
Se disse que não faria, não faça.
 
Se informou que não estaria, não esteja.
 
Prometeu levar? Então leve. Ameaçou não fazer? Não faça.
 
Disse que cria? Então creia. Falou que descria? Não tema.
 
Comprometeu-se a orar? Então ore. Falou que leria? Então leia.
 
Disse que gostava? Então prove. Falou que não aprovava? Não cobice.
 
Ensinou que não devia? Então não pratique.
 
Falou que era indispensável? Então não dispense.
 
Afirmou que praticava? Então pratique.
 
Disse que abominava? Então nem olhe.
 
Comprometeu-se a pagar? Não deva.
 
Não tem com que pagar? Não compre.
 
Declarou fidelidade? Não traia.
 
Renunciou? Não volte atrás.
 
Anunciou? Cumpra.
 
O que passar disso é de procedência maligna.
 
E Deus não volta atrás. Ele cumpre o que fala.
 
Wagner Antonio de Araújo
 

 


117- DE PAPEL COMUM A LIVRO PRECIOSO
 
Simples folhas de sulfite. Papel branco, comum, em quantidade. Nenhuma riqueza, nenhuma composição estupenda, apenas celulose em forma de folhas para escrever.
 
Coloco as folhas na impressora. Escolho um jornal célebre, o testemunho de um missionário que faleceu em 1930 (Dr. William Edwin Entzminger). Imprimo aquelas páginas todas em ordem. Tomo-as à mão. Meu Deus, que preciosidade! Não quero amassá-las, não quero borrá-las, quero que sejam zelozamente cuidadas, pois o que ali imprimi vale mais do que ouro! Sou um historiador; assim, tenho em minhas mãos o testemunho de uma vida que mudou a história por graça, permissão e vontade de Deus, um servo do Senhor do qual o mundo não era digno.
 
Eram simples folhas de sulfite. Não teria qualquer dificuldade em rasgá-las e jogá-las fora. Impressas com critério, tornaram-se valiosas, tornaram-se especiais.
 
Assim é a vida de um homem. Um simples ser humano, uma alma que vive, respira, come, bebe, dorme, anda, cresce, reproduz-se, envelhece e morre. Uma pessoa comum apenas, mais um na estatística da população mundial. Contado como gado no rebanho nacional, recebe um número, uma ficha, uma identificação social que expirará quando falecer.
 
Mas se colocado na "impressora de Deus", poderá ter gravado em sua face a própria face de Cristo! E então deixará de ser medíocre para tornar-se único, especial, valioso! Uma folha impressa por Deus traz em seu conteúdo a própria face e boca do Altíssimo. Assim o homem se torna especial pelo conteúdo, não apenas pela composição física. É o que está impresso em sua face, seu caráter, seu temperamento, sua personalidade, seu conhecimento, cultura, índole, histórico, que faz dele um ser inesquecível e especial. Deus grava nele um "novo coração", imprimindo em seu ser as Suas próprias leis, a Sua própria vontade!
 
De simples folhas de papel tornamo-nos uma obra de arte, um patrimônio, um legado! E o que é que trazemos impresso em nossa face? Talvez os rabiscos dos planos que se frustraram. Estamos mais para papel de rascunho do que documento oficial. Talvez as rasuras de palavras que não deveriam ter sido escritas e agora não podem mais ser apagadas. Talvez a história de uma vida que não se submeteu à impressora de Deus. Um papel feio, furado, sujo, amassado, mal escrito e fadado à reciclagem; como somos imortais, não à reciclagem, mas ao destino eterno escolhido. Diz-nos a Escritura: "Cada um dará contas de si mesmo a Deus" (Rm 14.2)
 
Porém, como isso é apenas uma ilustração, a boa notícia é: Deus pode tornar-nos uma nova folha de sulfite, limpinha, clara, pronta para que lhe seja impressa uma nova história, um novo texto, uma nova aparência, um novo formato! "E assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo". (II Co 5.17). Necessário, contudo, é que o homem submeta-se ao impressor: confessando os seus pecados e os maus escritos em sua história, e rogando a graça de um banho de pureza e limpeza pelas mãos do Senhor: "Purifica-me com hissope, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve." (Sl 51:7); " porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados." (Jr 31:34)
 
Na impressora de Deus a obra se torna histórica, monumental, importante. Simples homens tornam-se heróis da fé. Simples criaturas andarão com Cristo no Céu, testemunhando de Sua fidelidade e do Seu amor. Até um ladrão condenado pode ser uma folha limpa escrita por Deus, como o companheiro de Cristo no monte Calvário!"E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso." (Lc 23:42,43)
 
Coloquemo-nos na impressora de Deus e deixemo-Lo imprimir em nós a Sua Palavra, a Sua beleza, a Sua vontade, a Sua glória. Não seremos mais simples sulfite mas um livro precioso nas mãos de Deus.
 
"Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo." (Jr 31:33)
 
Wagner Antonio de Araújo

 


118 - OS LOUVORES DO DIABO
 
Ah, se o nosso discernimento fosse apurado! Quantos dissabores evitaríamos! Mas, que se há de fazer?
 
Jesus disse que Judas Iscariotes era filho do diabo. Chamou-o também de diabo e filho da perdição. Certa feita até Pedro foi identificado como Satanás, ao tentar convencer o Senhor de que o Seu sacrifício poderia ser evitado. Assim, não estou cometendo nenhum erro ao afirmar que o diabo está presente em nossa igreja. Aliás, em nossas igrejas, pois nenhuma é melhor ou pior, se for realmente igreja de Jesus. E o diabo assiste em todas elas, na qualidade de joio no meio do trigo e Judas no meio dos apóstolos.
 
E o que o diabo faz em nossa igreja?
 
O diabo está lá para tumultuar, para criar confusão, para iludir, para criar partidos, para corromper. É o seu papel tentar os filhos de Deus. E como tenta! Agora, a tentação, para ser tentação que preste, tem que ser apetitosa, gostosa, desejosa, pois, caso contrário, seria muito fácil resistir a ela. Então ele vem disfarçado. Disfarça-se de gente de Deus, de crente, de líder, de mulher, de adorador, e como se torna atuante!
 
Quais as coisas que o diabo gosta de fazer entre os crentes? Há coisas que ele faz para nos confundir. Coisas muito boas, que nós fazemos também.
 
Ele gosta de cantar. Ah, e como canta! Em igrejas tradicionais ele exige milimetricamente que os hinos sejam cantados e entoados corretamente. Ele canta, às vezes sabe tudo decór! Em igrejas pentecostais ou comunidades, ele vibra, pula, canta, chora, ele é o mais entusiasmado do auditório. Às vezes até inventa novos cânticos. Nos momentos emotivos dos hinos, ele chora, levando as pessoas próximas também às lágrimas. Se for o dirigente, então, nem se fala: o louvor é fenomenal - todos ficam sensibilizados.
 
Ele gosta de falar. Ele conhece a bíblia muito bem, e sabe aplicá-la perfeitamente! Sabe o endereço de textos difíceis e sabe usá-los com extremo cuidado e sabedoria. Se aconselha a alguém, faz uma verdadeira pregação "a la carte", distante, mas profunda. Ele gosta de concorrer em concursos bíblicos, gosta de decorar salmos inteiros, aprende com facilidade lições para ensinar na Escola Dominical, anota tudo para não esquecer. Sua bíblia é bem marcada e demonstra ser muito bem usada.
 
Ele está sempre pronto a fazer alguma coisa em prol da igreja ou em prol do líder. Se precisarem dele para trabalhar com favelados, ele é o primeirão da lista. Se tiver vigília, ele não faltará. Quando há reunião de líderes, ele está sempre presente. Não tem tempo ruim para o trabalho de departamento ou de igreja. Ele distribui folhetos, participa de cultos ao ar livre, ajuda a fazer palhaçadas nas atividades com a criançada do bairro, faz viagem missionária, coloca sua casa à disposição dos cultos, enfim, está ativo totalmente. Se canta, canta em todos os coros e conjuntos. Se fala, procura sempre uma brecha para dar uma palavrinha. Se ouve, é o mais atento de  todos.
 
Ele chora, ah, como chora! É por demais emotivo! E são emoções fortes, sentidas! Quando ora, suas palavras calam fundo nos corações. Gosta de conversar com as pessoas. Ele é tido como alguém realmente tocado pela emoção, um animador! Nos cantos congregacionais, nos cultos da comunidade consegue dar um colorido especial às reuniões. Quem olha para ele diz: Que pessoa fabulosa!
 
Alguém me perguntaria: as pessoas que são assim são o diabo?
 
E eu responderia: Não. Pessoas assim são o sonho de toda igreja e o desejo de todo pastor. Eu só estou citando as coisas que o diabo TAMBÉM faz.
 
Para saber quem é o diabo em nossas igrejas precisamos avaliar O QUE O DIABO NÃO FAZ DE JEITO NENHUM, pois somente assim o descobriremos sem erro, com extrema precisão.
 
O diabo não vive o que canta. Ele canta bonito, canta afinado, canta com beleza, mas é um hipócrita. Ele canta que se deve amar, mas ele mesmo não ama. Todas as suas  bondades são interesseiras, fruto da cobiça, visando interesses pessoais. Ele canta louvores, mas nunca agradeceu verdadeiramente a Deus nem uma xícara de café. Ele não é coerente. Canta que se deve ter fé e não tem. Canta que se deve perdoar e não perdoa. Ele é um mentiroso. Seus cânticos são para aparecer, para mostrar voz, para fazer sucesso, para gravar CDs, para ser louvado. Canta puramente por profissão, ou por costume. O seu cântico é bonito, mas não tem vida, não é louvor. Ele emociona o auditório, mas não muda corações, não transmite nada, não tem unção do Espírito Santo.
 
O diabo só fala e nada faz. Ele é um impostor. É muito bom na teoria; talvez não exista alguém mais bem preparado do que ele para falar de seitas, de doutrinas, de céu, de inferno, de usos e costumes. Ele tem uma lábia de fazer inveja. Fala e fala bonito. Num debate não tem pra ninguém - vence todos! Mas quem mora com ele sabe que tudo não passa de fachada, de mentira, de hipocrisia, de casca. Ele veste uma capa de cristão para ir à igreja e a tira quando retorna. Ele diz que não se deve beber, e bebe. Ele diz que não se deve amaldiçoar, e amaldiçoa. Ele diz que não se deve adulterar, e adultera. Ele diz que não se deve deixar de dizimar, e não dizima. Ele é um joio, um falsário, um farsante. Em teoria é 10, em prática é 0, e com louvor!
 
O diabo é um ativista, mas não é um servo. Ele faz muito sim, mas faz para si próprio, pois não tem a menor consciência de estar servindo ao Senhor. Ele serve à igreja, ao pastor, à diretoria, à família, ao programa, mas jamais serviu a Deus. Deus não faz parte de suas prioridades. Ele faz da igreja um palco, já que não obteve sucesso nos palcos da vida. Ele quer ser na igreja o que nunca pôde ser enquanto trabalhador ou membro da família. Quer provocar medo nos mais novos, espanto nos mais velhos, acha que ganhará respeito trabalhando como um doido, criticando os jovens, corrigindo os idosos, insultando ao ministro da igreja. Marta ainda fazia café para Jesus no dia em que o hospedou ao lado de sua irmã Maria, mas esse diabo nem sabe o que é ou quem é Jesus. Jesus é apenas um detalhe, um pretexto. Gosta de ver seu próprio nome nas listas de diretoria, nos jornais, nas revistas, gosta de ser citado e tudo faz para se destacar. Mas ele não conhece a Cristo, seu trabalho é absolutamente vão, ele já está recebendo a sua recompensa.
 
Por fim, suas lágrimas não são sinceras; são lágrimas de crocodilo, falsas como uma nota de 6 reais. Chora fácil, é capaz de fingir como um artista experiente. Ele é digno de um Óscar! Consegue simular muita emoção junto de um irmão e em seguida atender a um telefonema com completa alegria e desembaraço, como se nada tivesse acontecido. Ele mente. Mente o amor para com o cônjuge, pois é capaz de jurar amores e traí-lo em seguida. Mente para o namorado, fazendo juras e postando declarações ilusórias, para, em seguida, mostrar-se traiçoeira. Mente aos filhos, porque ordena-lhes que sejam o que  nunca foram e nem serão. O diabo chora quando tem que pedir perdão, mas faz tudo igual em seguida, e cada vez pior. Sua mente está cauterizada, seu coração endurecido, sua alma perdida e sua vida estragada. O diabo é absoluta e totalmente INGRATO, e faz questão que o cônjuge (ou ex) saiba disso.
 
O diabo pode fingir os dons espirituais, mas jamais poderá simular o FRUTO DO ESPÍRITO. Ele pode simular os chamados dons de sinais, pode derrubar todo um auditório com o poder de um sopro ou fazer pessoas manifestarem supostos  "encostos", pode até curar supostas enfermidades, pode manifestar carismas imensos, mas é incapaz de amar de verdade, ter paz e transmitir a paz, desenvolver paciência, ser bom e benigno, ter domínio próprio ou ser fiel. Não, ele é um blefe. Ele é como um show pirotécnico, muitos efeitos, mas totalmente inóquos, sem a menor consistência, de nenhuma duração.
 
Não é nas coisas que faz que o diabo se faz conhecido. É NAQUELAS QUE NÃO FAZ!  Por isso temos tanta dificuldade em identificá-lo, pois pensamos: " Ele canta, ele ora, ele participa, ele chora...", quando as perguntas deveriam ser: "Ele é real? Ele é sincero? Ele ama? Ele perdoa? Ele é leal? Ele é capaz de falar comigo olhando para os meus olhos? Ele reage como um crente? Ele é autêntico?"
 
Se você estiver procurando diabos em quem está fazendo alguma coisa, estará procurando no lugar errado e da forma errada. Jesus nos mandou não julgar, não procurar ciscos nos olhos dos outros. Mas leve a sua igreja à santificação, à consagração, leve o seu povo a um compromisso sério de ouvir e cumprir, de cantar e praticar, de sentir e agir, de ser carta aberta e gente sem segredos, e o diabo irá aparecer. Mais dia ou menos dia ele se manifestará. E não estrebuchará no chão, fazendo espetáculo: ele sairá fuzilando, irado, irritado, nervoso, atirando para todo lado. Pode ser que ele esteja disfarçado de linda e insinuante mulher, toda maquiada e perfumada. Ou num elegante homem de negócios, trajado socialmente dentro da mais fina moda. Talvez na pele de uma conceituada profetiza, de voz meiga e carinhosa, ou numa família dominadora. Pode surgir num jovem simulado, que faz muita pose no louvor, mas que é pura casca, ou mesmo num pastor, que fala bonito, mas que não vive o que prega, que só está interessado em fazer a igreja crescer, não fazê-la ser santa.
 
E se você ver o diabo, e estou falando do diabo-pessoa, diabo-gente, diabo-ser humano, como Jesus falou, ore por ele, para que seja convertido. Ele é servo do Diabo, o arqui-inimigo do povo de Deus. Os dias de Satanás estão contados, e ele faz tudo para destruir a Igreja do Senhor. Não vamos dar trégua - vamos resistir ao diabo, não com as armas das trevas, com ira, com ódio, com vingança, com maldições, com bate-bocas, com socos e pontapés. Vamos resistir ao Diabo sujeitando-nos a Deus, orando pelo próximo, não fazendo o seu jogo de hipocrisia. Agindo assim expulsaremos o Maligno. Não fazer a vontade do inimigo já é meio caminho andado. Se a tentação não tiver adeptos, ela murcha. Vamos secá-la!
 
"Sujeitai-vos a Deus, mas resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós" (Tiago 4,7)
 
Pr. Wagner Antonio de Araújo

 

119 - O FIM VEM!
 
 
uma mensagem antiga, mas que ouso republicar porque o fim está mais próximo ainda...
 
 
 
Nova Orleans debaixo d'água, após um furacão arrasador, que destroçou milhares de moradias, varreu bairros e trouxe a ficção à realidade nua e crua. Os americanos contam seus mortos, choram por suas famílias, e vêm a fúria e a força dos incontroláveis ventos e da natureza.

 
Portugal em chamas. As vegetações dos arredores de Coimbra e região, ardem como o inferno, numa temperatura de centenas de graus Celsius, incandescendo casas, ruas, árvores, animais e sítios, numa patética cena de catástrofe. As chamas ardem e arrasam as florestas e lavouras da Espanha também, e mobilizam bombeiros de toda a Europa.
 
A Alemanha e a Áustria vêm suas cidades e vilarejos arrasados com tempestades imensas, chuvas torrenciais, que transbordam rios e córregos, e imergem lugares inteiros. Roteiros históricos, pontos turísticos, fazendas, plantações, tudo se destrói, com a fúria das águas, dos ventos e das tempestades. 
 
Na China os tufões varrem a costa, levando tristeza e desespero a todas as províncias daquela nação hiperpopulosa. Ao mesmo tempo, nunca se viu na Índia, chuvas, ventos, tempestades e tragédias climáticas tão gigantescas e profundas. Aviões enormes, com centenas de passageiros, estão caindo em todos os continentes, alguns por motivos ainda inexplicáveis, ceifando vidas preciosas.
 
No Polo Sul uma grande geleira se descola do bloco maior, devido ao derretimento das calotas, que já assusta até os mais céticos e incrédulos políticos populistas, que teimam em não fazer nada para deter o buraco na camada de ozônio. A Sibéria, local mais gelado da Rússia, está derretendo, aumentando grau por grau a sua temperatura. Longe de ser uma bênção, isso representa o desastre de toda a Europa, pois o equilíbrio se quebrou, e o mar subirá com águas avassaladoras.
 
No Brasil o inverno chega a 40 graus centígrados no Rio de Janeiro, e todo o sudeste está assando, como se estivesse no auge e apogeu do verão. No sul do país, antes conhecido pelo clima moderado e controlado, agora é palco dos tornados americanos, e vê cidades varridas do mapa, em ventos que descem a 200 quilômetros por hora, e que, em 1 minuto, colocam o mundo em pânico. Os meteorolistas prenunciam um grande "ciclone" para hoje e amanhã, com ameaça às vidas dos sulistas; um termo apenas diferente na intensidade para a outra palavra, que dói e faz arrepiar: F U R A C Ã O !!!
 
Atenção: isto não é ficção! Não se trata de estórias de suspense! Estamos falando dos fatos que estão acontecendo HOJE, AQUI, AGORA, EM PLENO AGOSTO DE 2005!!!!
 
O Planeta Terra cambaleia como um ébrio. Até o mais extremista cético ateu reconhece que o homem conseguiu destruir o equilíbrio do sistema, e teme pela grande catástrofe apocalíptica. " De todo cambaleará a terra como o  ébrio, e será movida e removida como a choça de noite; e a sua transgressão se agravará sobre ela, e cairá, e nunca mais se levantará." (Is 24:20)
 
Os sinais anunciam, como anjos com seus clarins, que a era da Grande Tribulação está próxima. Mesmo os amilenistas ou pós-milenistas temem pela situação. "E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas." (Lc 21:25). Curiosamente, o México está experimentando a maior onda de aparições de discos voadores de toda a história do mundo, com centenas e milhares de OVNIS todos os dias. A ONU geme e padece, com a iminente explosão de bombas atômicas pelo mundo, que já estão nas mãos dos terroristas e dos extremistas religiosos, e não consegue controlar a corrida armamentista. Na África, Niger e outros países padecem com a fome extrema, que ceifa milhares num só dia.
 
Em todo o mundo acendem-se os sinais amarelos, atenção e perplexidade em extremo. "E haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu." (Lc 21:11)
 
O Dia do Juízo se aproxima, e se faz notar nos quatro ventos da Terra. É hora de alerta, estamos começando a ÚLTIMA HORA!
 
Ó terra,
terra, terra!
Ouve
a palavra
do Senhor.
(Jr 22:29)
 
Povo de Deus: é tempo de trabalhar, de anunciar este Evangelho do Reino, para salvar o maior número de pessoas possível; pois o fim está próximo. Que sejamos encontrados lavados, limpos, vigilantes, sóbrios, santificados, em oração, com a Palavra de Deus no coração, em comunhão com nossas igrejas, e semeando incansavelmente a mensagem de Cristo, pelo rádio, televisão, internet, jornais, revistas, folhetos, praças públicas, púlpitos, igrejas, parques, enfim, onde houver gente, que ali se saiba que SÓ JESUS CRISTO SALVA, e que só Ele dá a vida eterna!
 
"O tempo está
cumprido,
e o reino
de Deus está
próximo.
Arrependei-vos,
e crede
no evangelho."
(Mc 1:15)
 
Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco,
SP

 


120 - TRISTE SURPRESA...
 
 
Carlos era o típico crente "meia boca" (regular): ia à igreja, cantava, às vezes orava em público, entregava algum dízimo. Levava uma vida despreocupada, cônscio de que não era isso que o Senhor queria dele.
 
Sua quarta-feira à noite era ocupada pela faculdade. Mas nas férias ele não priorizava ir à igreja. "Tenho direito ao descanso", falava. Sua mãe dizia: "Filho, você precisa colocar o Reino de Deus em primeiro lugar!" Não adiantavam os conselhos da mãe. A Bíblia ele usava bastante, mas na igreja. Sabia achar as referências e acompanhava o sermão. Mas que não se esperasse dele um tempo de leitura bíblica em particular. Ele não tinha tempo. Trabalhava, estudava, namorava, estava muito cansado.
 
Um dia surgiu-lhe uma pequena dor no lado direito da garganta. Ele pensava que era algum nervo, algum tendão, algum mal jeito. A dor persistia e ele incomodou-se com aquilo. Tomava analgésicos e minimizava o desconforto. Mas assim que o efeito passava a dor voltava. Não deu pra fugir: teve que ir ao médico. Este, examinando-o externa e internamente, ficou temeroso. Escreveu algumas coisas no papel, pesquisou no computador e criou um clima de expectativa. "É sério, doutor?" "Carlos, lamento dizer mas terá que fazer uma biópsia. Eu não estou gostando do que vi".
 
Carlos desesperou-se. Tão jovem, nem 30 anos de vida e já com câncer? E a biópsia? Deve ser horrível e dolorosa! Falou com os pais, que ficaram muito preocupados. Marcou o exame e foi fazê-lo. Estava desesperado. Deram-lhe anestesia local e, assim que voltou a si, foi dispensado, devendo aguardar o resultado para a semana próxima.
 
"Meu Deus", orou Carlos, "tenha misericórdia de mim!". Ele orou com vigor e com desespero.
 
Na semana seguinte passou no laboratório, pegou o exame e levou ao médico. Este, ao abrir, fez cara de desolação. Carlos arrepiou-se. "É grave, doutor?" "Sim, Carlos. Você está com câncer. Vamos torcer para não ter metástase. Tire uma semana de férias e venha na próxima semana para iniciar exames e quimioterapia.".
 
O mundo caíra para Carlos. O que fazer agora? Para ele isso só acontecia para as outras pessoas, não na sua própria vida. De repente tudo muda e agora ele está em prantos. Tantos planos, tantos sonhos, tanta energia, tudo em vão!
 
Carlos pensou: "Hoje é terça-feira e tem reunião das senhoras. Eu irei. Vou pedir para que orem por mim". E foi mesmo. Sua mãe estava lá e estranhou o filho. Ele nunca fora num dia de semana. Mas participou e pediu em lágrimas as orações. No dia seguinte ele pensou: "hoje tem culto de oração; não posso perder. Vou buscar ao Senhor!" Ao chegar à igreja o pastor alegrou-se, mas logo tornou-se apreensivo, pois o caso de Carlos parecia muiito grave. Oraram por ele. No fim do culto Carlos foi para casa, trancou-se no quarto e decidiu ler a sua bíblia. Leu com vontade, com força, com vigor. Leu João inteirinho. Saboreou cada versículo. Havia momentos em que esquecia a enfermidade; de repente, como se a dor lhe sussurrasse, ele se lembrava do câncer e o suor gelado lhe invadia. Ele se ajoelhava e clamava, pedindo por misericórdia.
 
Na quinta-feira, depois do trabalho, soube que um grupo de evangelismo estaria reunido num lar. Ele foi também. E após o encontro decidiu novamente ler a sua bíblia. Desta vez leu 4 epístolas de Paulo. Como eram maravilhosas! "Pena que já é tarde demais...", pensava ele.
 
E assim passou-se a semana. Quando ele se lembrava dos exames e da quimioterapia sentia o mundo cair, sentia a morte bem de perto e pensava: "Por que não busquei a Deus como deveria? Senhor, tenha piedade de mim!"
 
Na segunda-feira às oito da manhã Carlos já estava na recepção do hospital. Pegou a senha e aguardou a sua vez. Ao ser chamado foi apresentar-se ao médico. Este, ao vê-lo, abraçou-o e perguntou como estava. Carlos disse que estava desesperado. O médico então lhe falou: "Carlos, nem sei como dizer isso a você. Mas tivemos um sério problema no HD do computador do laboratório. Eles inverteram os resultados e confundiram os nomes. O seu resultado não era aquele. O seu está aqui nas minhas mãos. Você não tem câncer; só está com uma irritação fácil de tratar. Gostaria que nos desculpasse..."
 
Carlos começou a chorar copiosamente. O próprio médico emocionou-se com ele. De tanto chorar ele ajoelhou-se e orou: "Senhor, muito obrigado! Aprendi a lição! Obrigado pela chance de recomeçar do jeito certo! Ajuda a pessoa que está com o câncer registrado na ficha que estava comigo, para que também confie em Ti. Em nome de Jesus, amém!"
 
Carlos estava feliz! Ligou pros pais, pra namorada e para os amigos. Todos ficaram felizes por ele! Marcaram uma comemoração na pizzaria próxima da igreja. Foram lá e celebraram. Quando chegou em casa, cansado, feliz, olhou para a Bíblia e pensou: "ah, bíblia, agora você pode esperar; tenho muuito tempo para você; a oração também poderá esperar; já não estou em apuros como antes". E foi ao banho. Enquanto tomava banho, o Espírito Santo trouxe-lhe à lembrança de forma dura e bombástica a mão gigante que escrevia na parede, nos dias do profeta Daniel:"tequel: Pesado foste na balança, e foste achado em falta." (Dn 5:27). Em seguida lembrou-se da frase do Senhor ao homem curado no tanque de Betesda: "Depois Jesus encontrou-o no templo, e disse-lhe: Eis que já estás são; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior." (Jo 5:14). E para terminar o Espírito Santo o fez recordar da ameaçadora realidade: "Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo." (Hb 10:31). Carlos percebeu que o que pensara era idéia de Satanás, visando esfriar-lhe novamente a fé pelo aparente fim das dificuldades. O inimigo queria separar-lhe da comunhão, levando-o a buscar a Deus por puro interesse, buscando apenas bênçãos, uma troca de favores. Se aflito ou com problemas, Deus é o socorro eficaz; mas finda a tempestade, Deus volta para a prateleira de remédios e ao lugar medíocre e esquecido da ingrata alma humana...
 
Após o banho ficou no seu quarto, de joelhos, buscando a presença de Deus e fez com Ele um propósito: "Senhor, sou um pecador. MAIS PERTO QUERO ESTAR DE TI, INDA QUE SEJA A DOR QUE ME UNA A TI". Dê-me a graça de Te servir com tanto vigor agora quanto te servi quando pensei que estava para morrer. Que eu não precise de apuros para cumprir o meu compromisso de colocar-Te em primeiro lugar de minha vida. Que eu não seja ingrato para com a Tua graça demonstrada em meu favor, primeiro em me salvar, e agora em me curar e tirar o desespero. Que eu Te seja grato. Em nome de Jesus. Amém".
 
Carlos venceu. Não sem dificultades, pois as tentações foram muitas. Muitas vezes as diversões, os prazeres, as banalidades e frivolidades lhe seduziam momentaneamente. Mas ouvia sempre os alertas do Espírito Santo em forma de lembranças da Palavra, ou de admoestações dos irmãos em Cristo e dos pais amorosos e corria novamentel para uma vida de consagração ao Senhor.
 
Que o exemplo desse jovem sirva e estímulo a todos os leitores que também andam às raias dos conflitos entre colocar Deus e o Seu Reino em primeiro lugar ou os desejos pessoais do coração.
 
O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia. (Pv 28:13)
 
Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel, Carapicuíba, SP
www.uniaonet.com/bnovas.htm
bnovas@uol.com.br
www.radionaftalinaweb.com
 
obs: ficção para fortalecimento da fé, porém, baseada em fatos reais.

 


121- DIREITOS AUTORAIS
 
José era um jovem muito promissor. Convertera-se a Cristo e vivia o júbilo do primeiro amor. Ele não tinha família cristã e fizera dos irmãos da igreja a sua própria família.
 
Ávido por compartilhar a Palavra de Deus, digitou no seu facebook um folheto evangelístico que recebera. Mandou para todos os seus contatos. Qual não foi a sua surpresa quando recebeu do facebook o seguinte aviso:
 
"Seu texto está ferindo as nossas normas. Ele tem direitos autorais. Delete-o ou seremos forçados a fechar a sua conta". José ficou perplexo. "Como DIREITOS AUTORAIS? A mensagem de Cristo não é DE CRISTO? Vou falar com o pastor". E ligou para seu pastor, autor do folheto. Este lhe disse: "Infelizmente o meu texto é propriedade da editora e eu nada posso fazer. Sinto muito".
 
Carlos não entendia como era possível proibir a distribuição de um folheto feito para ser distribuido. Para ele era um contrassenso. Mas, enfim, seguiu em frente.
 
Ele ouviu um louvor tão bonito na igreja que decidiu gravar no culto e divulgar no seu youtube. Não tardou e o youtube lhe comunicou:
 
"Seu vídeo tem conteúdo de terceiros. O proprietário não autoriza a sua divulgação. Sua conta será bloqueada.". Ah, agora era demais. O cântico era um culto, não era material para a venda. O cantor era tão espiritual! Decidiu escrever para o cantor. Este lhe respondeu: "Fale com o meu empresário; pagando uma quantia você poderá divulgar seu videozinho". José ficou perplexo! Decidiu tirar e divulgar um hino do hinário da igreja, só a letra. Logo o BLOGGER enviou-lhe outra mensagem, dizendo que os direitos autorais eram de uma empresa americana e que não poderia usá-la.
 
Ainda esperançoso em usar sua mídia para evangelizar, gravou o seu pastor pregando e colocou-o no VIMEO. Recebeu um telefonema da secretária da igreja: "José, a empresa que administra o site da igreja não permite imagens do pastor no templo sem a autorização deles, e há uma taxa de 100 reais por vídeos extras. Assim, você quer que nós enviemos a você um boleto?" José ficou perplexo!
 
Como última tentativa, digitou em seu facebook um texto bíblico. A editora de bíblias escreveu-lhe: "proibido o uso de nossa tradução sem a devida permissão".
 
Carlos então entendeu. O evangelho é de graça, mas os atravessadores criaram taxas. É a nova geração de publicanos que tomou conta do mundo cristão.
 
Aleluia! "Não use essa palavra porque faz parte das santas palavras de propriedade exclusiva da nossa denominação".
 
SENHOR JESUS - "Uso proibido dessa expressão por ser de direito privado; seu uso pode acarretar as penas previstas no código de defesa do consumidor"...
 
MISERICÓRDIA, SENHOR! "Detectamos o uso de uma expressão restrita aos cultos de consagração e não autorizamos a sua inclusão em seus textos"....
 
 
José, enfim, abandonou a igreja e foi viver sozinho, pois até a oração tinha que ter a autorização de alguém...
 
 
..............
 
É claro, leitor. Isso é uma ficção. Mas não estamos distantes disto. Há algum tempo postei hinos do hinário de minha denominação e fui obrigado a desmontá-lo, pois "não podiam ser divulgados" - Claro, um hinário é feito para NÃO SER CANTADO...
 
Caminhamos para um tempo em que voltaremos ao velho sistema pessoal: porta a porta, pessoa a pessoa, cartinhas pessoais e telefonemas. E ainda com muito cuidado, pois bem pode ser que os correios e a telefônica estejam com contratos de direitos autorais; assim, se for detectado o nome JESUS ou FÉ eles taxarão o seu uso.
 
Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel, Carapicuíba, São Paulo, Brasil
www.uniaonet.com/bnovas.htm
bnovas@uol.com.br
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122- O MORTO FALOU
 
ERA manhã de sábado. O corpo do pastor estava no caixão. Sua família querida estava ao redor. Vários membros da igreja também. E amigos de longe chegavam a todo instante. Vieram prestar solidariedade ao velho obreiro aposentado. Aposentado? Apenas do pastorado integral da igreja, porque na prática continuara a trabalhar: pregava, escrevia, dava entrevistas, visitava velhas ovelhas, traduzia livros etc. Continuava membro da igreja que fundara e pastoreara por 50 anos, mas deixara o pastorado aos cuidados de um seminarista, logo consagrado ao ministério.
 
Muitas palavras bonitas, muitas lágrimas, gente de toda classe social acotovelava-se junto à família, aos pés do defunto. Nisto chega o pastor da igreja. Sempre com pressa, sempre correndo, abraçou a viúva e os filhos e foi solicitando a atenção de todos.
 
Um parêntese necessário: o pastor tolerava o velho obreiro, mas não nutria por ele qualquer gratidão. Pastor jovem, inexperiente, ávido de sucesso, sentia que o velho ancião lhe fazia muita sombra. Enfurecia-se quando ouvia comparações por parte dos membros: "no tempo do pastor fulano..", "o pastor fulano não fazia assim", "que saudade do pastor fulano..." Ele se incomodava tanto com isso que tratou de tirar da igreja todo e qualquer sinal do ministério anterior: reformou o templo, as salas, tirou a placa, colocou outra e até trocou o nome da igreja, seguindo a moda ridícula dessas igrejas modernas: "igreja batista luz no meio das trevas". (se há luz não há trevas; talvez as trevas estivessem na cabeça do obreiro sem noção...). Suportava um salário vitalício de gratidão que a igreja votara em caráter irrevogável, tanto a ele quanto à viúva, se viúva ficasse. Cuidados pastorais? Nenhum! Sequer telefonava para o pastor. Era obrigado a ceder-lhe o púlpito duas ou três vezes por ano, por força de alguns velhos da diretoria; cortesia que evitava brigas.
 
"Meus irmãos, agradecidos somos pela presença de todos nessa hora tão especial, quando homenageamos o nosso amado, querido e inesquecível Pastor Asdrúbal Santos. Que falta ele nos faz! Sou-lhe profundamente grato por tantos momentos especiais que passamos juntos, eu e minha família. Estou emocionadíssimo e vou sentir falta dele".
 
O povo chorava, se derretia.
 
"Já mandei para O Jornal Batista o seu necrológio, em nome de nossa igreja, para que nunca, jamais nos esqueçamos de quem tanto bem nos fez! Cantemos o hino EU AVISTO UMA TERRA FELIZ".
 
Os filhos mordiam a língua, de bravos e indignados. Tiveram que sair da igreja por força de tantas coisas que viam, feitas unicamente para destruir o que o pai havia feito. A viúva, pobrezinha, só tinha sentimentos pela profunda ausência que o esposo lhe causava. Chorava, dizia palavras de amor  bem baixinho, acariciava o seu rosto. Foi quando, subitamente, lembrou-se da cartinha que mantinha em sua bolsa. Seu esposo lhe entregara quando sentia que a partida estava próxima. Recomendou-lhe categoricamente que não lesse, mas que entregasse ao pastor na hora do culto. Ela, afoita, foi pegar a carta. Acabou derrubando tudo da bolsa (bolsas femininas são verdadeiras estantes multi-uso; 3 pessoas tiveram que ajudar a recolher os inúmeros objetos caídos). Achada a carta, entregou-a ao pastor, recomendando sua pública leitura.
 
O pastor, terminado o hino, após enxugar as lágrimas, entregou a carta para que a secretária lesse. O povo todo aguardou a leitura.
 
E assim a secretária leu o texto com emoção e, sem dúvidas, com perplexidade.
 
"AMIGOS, SE ESTIVEREM OUVINDO ESTA LEITURA, É PORQUE EU NÃO ESTOU MAIS ENTRE VOCÊS. EU MORRI. ESTOU COM O MEU SENHOR JESUS, QUE ME SALVOU, REMIU E LEVOU. VOCÊS ESTÃO DIANTE DO MEU CORPO, QUE DORMIRÁ ATÉ QUE O SENHOR JESUS RETORNE COMIGO E COM TODOS OS SALVOS. ENTÃO RESSUSCITAREI. OH, ALELUIA!
 
ALGUNS DE VOCÊS ERAM MEUS AMIGOS. DESTACO A MINHA AMADA ESPOSA, PARA QUEM VIVI DURANTE TODOS ESSES ANOS DE FELIZ MATRIMÔNIO. TAMBÉM O JOSÉ, O SIMÃO, O PEDRO E O TIAGO, MEUS FILHOS AMADOS, AMIGOS DO CORAÇÃO, A QUEM TIVE A HONRA DE EVANGELIZAR, BATIZAR, CASAR E VER SUA PROLE TÃO BONITA E EDUCADA.
 
AGRADEÇO AOS MEMBROS DE NOSSA IGREJA, QUE FORAM MINHAS OVELHAS DURANTE O MEU MINISTÉRIO. VOCÊS SÃO PRECIOSOS PARA MIM. AGRADEÇO AOS AMIGOS, AOS IRMÃOS DE OUTRAS IGREJAS, AOS VIZINHOS, AOS QUE COMIGO MANTINHAM PRECIOSA AMIZADE. OBRIGADO! OBRIGADO!
 
MAS ALGUNS QUE ESTÃO AQUI NEM DEVERIAM TER VINDO, ALIÁS, GOSTARIA INCLUSIVE QUE FOSSEM EMBORA
 
Nisto todos levantaram o rosto perplexos, inclusive o pastor celebrante. Mas a secretária continuou.
 
HÁ ALGUNS AQUI QUE NÃO ME DERAM UM INSTANTE DE ATENÇÃO DEPOIS QUE EU ENVELHECI, PESSOAS QUE NÃO FIZERAM CASO DE MIM. GOSTAVAM DE MIM ENQUANTO PASTOR E ENQUANTO NA ATIVA; TRATARAM-ME COMO UM SAPATO VELHO, ESQUECENDO-SE QUE EU AINDA EXISTIA. AMIGOS, OBRIGADO POR VIREM, MAS ISSO NÃO REMEDIARÁ O DESPREZO QUE ME DERAM. PORTANTO, QUERO QUE SAIBAM QUE A MAIOR HOMENAGEM QUE PODERIAM TER DADO A MIM ERA EM VIDA, NÃO AGORA QUE MORRI.
 
TAMBÉM QUERO DIZER ALGO A VOCÊ, PASTOR CAMARGO CLEMENTE (o pastor da igreja). QUERO AGRADECER POR VOCÊ TER DADO PROSSEGUIMENTO AO MEU MINISTÉRIO, PASTOREADO AS OVELHAS QUE PASTOREEI E MANTIDO FIRME A BANDEIRA DA FÉ.
 
Nisso o pastor aliviou-se, dando um sorriso de protocolo. Mas por pouco tempo, pois a frase não havia terminado.
 
ALIÁS, PASTOR, EU AGRADEÇO POR TER VINDO AO MEU VELÓRIO, SUA ÚNICA VISITA PARA MIM NOS ÚLTIMOS 4 ANOS. O IRMÃO SENTIA TANTO CIÚME DE MIM QUE BUSCAVA OPORTUNIDADES PARA FUGIR DE CUMPRIMENTAR-ME OU DE RECONHECER-ME NO MEIO DA IGREJA. LAMENTO MUITO POR SEU COMPORTAMENTO. EU JAMAIS DESEJARIA FAZER SOMBRA PARA O SEU TRABALHO. SE ALGUMA SOMBRA HOUVE FOI DE SUA PRÓPRIA INCOMPETÊNCIA E DESAMOR, NÃO DO TRABALHO QUE EXERCI AO LONGO DOS ANOS. AGORA SINTA-SE À VONTADE PARA BANIR A MINHA MEMÓRIA DOS ANAIS DA IGREJA. EU JÁ NÃO SOU MAIS MEMBRO DA CONGREGAÇÃO QUE FUNDEI; ESTOU NA IGREJA TRIUNFANTE E O MEU SENHOR JÁ TEM TUDO ANOTADO NOS LIVROS DELE. MAS LEMBRE-SE, PASTOR: UM DIA VOCÊ TAMBÉM FICARÁ VELHO E TERÁ QUE PASSAR PELO QUE PASSEI. E SENTIRÁ NA PELE TODO O DESPREZO DE UM JOVEM OBREIRO AO SERVO QUE ENVELHECEU. NÃO FAÇA ISSO COM OUTROS. QUE DEUS LHE AJUDE A AMADURECER...
 
nisso o pastor saiu da cerimônia enfurecido. A leitura continuou.
 
COMO EU SEI QUE O PASTOR NÃO SUPORTARIA A VERDADE DITA, JÁ HAVIA INCUMBIDO O MEU IRMÃO DO ENCERRAMENTO DA CERIMÔNIA. ELE DARÁ SEQUÊNCIA AO CULTO. OBRIGADO, IRMÃOS, PELA PRESENÇA. QUE DEUS MUITO LHES ABENÇOE. E NÃO SE ESQUEÇAM: PASTORES IDOSOS TAMBÉM SÃO GENTE, TAMBÉM SÃO RIQUEZAS, TAMBÉM SÃO CARENTES DO AMOR EM VIDA. NÃO SE ESQUEÇAM DE SEUS VELHINHOS.
 
E assim foi o seu culto fúnebre e sepultamento. Até hoje a viúva não recebeu um telefonema do pastor. Mas não importa: Deus cuidou dela. E em breve ela irá ao encontro de Jesus e verá na glória o seu amado, remido como ela, no Céu de luz e de paz.
 
 
...........
 
Isto é apenas uma ficção. Não conheço qualquer pastor que tenha deixado uma carta assim. Mas o mau trato que velhos obreiros recebem, ah, esse não é ficção. Seria bom que nos lembrássemos dos velhos pastores, esquecidos pelas congregações.
 
Que tal telefonar para um deles agora e dizer o quanto são importantes em sua vida?
 
Wagner Antonio de Araújo

 


123 - O QUE IGREJAS PODEM FAZER DIANTE DA CRISE DE IDENTIDADE EVANGÉLICA?
 
O fenômeno sociológico que vivenciamos em nossos dias é de deixar qualquer estudioso estupefato: tudo está se tornando igual, seja na indústria, no comércio, nos serviços, nas escolas e, pasmem, nas religiões! Recebi há pouco cópia da nova edição de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Os que conhecem sabem: Allan Kardec sempre teve a foto com seriedade, severa, original. Nesta nova edição tudo já veio adaptado: Kardec sorri, Jesus sorri e o Espírito da Verdade Sorri. Tudo é dividido e mastigado para facilitar, como um curso prático de inglês. As religiões estão se tornando iguais, idêntica, mudando apenas o nome, a administração e suas doutrinas, geralmente escondidas e camufladas (para não assustar os fregueses). Aliás, igrejas não têm mais MEMBROS, mas CLIENTES. Não foi assim com a empresa aérea GOL? Antigamente, pelos aeroportos, ouvíamos: "passageiros com destino a ...", hoje escutamos: "clientes da empresa x com destino a ...". Somos todos clientes. Pelo rádio um apóstolo dizia: "não importa de que igreja você é, a campanha das causas impossíveis também é para você!", e assim estendia o seu círculo de consumidores. Outro, um ancião, dizia: "Morris Cerullo ensina a investir 911 reais para receber a bênção. Pois nós publicamos um livro que mostra ser isso mentira, e você poderá tê-lo por 6 prestações de 66 reais"...
 
O que fazer diante de congregações que querem copiar a moda social de tudo? Recebi uma mensagem publicada no blog de um padre, onde ele lamentava que a missa tornara-se pagã, com berrante, água de cheiro, mães de santo, pagodeiros e camarins de atores na celebração. Uma frase preciosa que li ali é que nas missas atuais o que importa é o que um homem diz aos seus iguais e não o que Deus diz ao homem. Sou obrigado a concordar com ele: hoje a interpretação das Escrituras Sagradas tornou-se tão subjetiva e sem regras que até um jumento é capaz de ensinar alguma coisa em algum púlpito. Pois já não houve um galo que profetizou em línguas para o pastor interpretar ao povo?
 
Sou um batista clássico. Ser clássico não significa ser de outra denominação, mas ter uma postura teológica, litúrgica e espiritual definida. É ter opinião e não ficar em cima do muro; é ter coragem e não temer ameaças ou perseguições; é saber dizer não quando todos dizem sim; é buscar a qualidade e não meramente a quantidade; é ensinar o sólido e o incontestável e não edificar sobre a areia movediça das falsas interpretações; é ser permanente e não ser contemporâneo.
 
Contudo, muitos leitores nem batistas são, mas são cristãos e são membros de suas igrejas com amor e devoção. Muitos são pastores e também estão percebendo as mudanças radicais trazidas com os avanços tecnológicos e a universalidade e imediatividade das comunicações (internet, celular, e-mail, redes sociais etc). O que fazer nesse inferno sem fim, que é capaz de criar um esportista que chuta uma bola a ganhar 200 milhões por ano ou uma mulher despudorada que fica nua e fala palavrões a ganhar fortunas e tornar-se celebridade? O que fazer nesse mundo midiático onde um cantor mundano e desqualificado espiritualmente se torna ícone de toda a juventude (e não importa mostrar-se seus erros, mentiras ou mundanismo, nada disso importa para o novo estilo de crentes)?
 
Creio que para pastores e crentes que vivem esse drama, há somente um caminho, que didaticamente separo em 9 passos bem claros e necessários. Para tanto baseio-me no texto de II Tm 4.1-5.
 
I - PREGA A PALAVRA - Igrejas que querem estar prontas para o uso do Senhor ou para o arrebatamento devem ter púlpitos que preguem A PALAVRA, a Bíblia Sagrada. Pregações fundamentadas nas Escrituras Sagradas, não em teólogos, em diretores de cinema, em gurus, em líderes de redes e apostolados, de igrejas com ou sem propósito, de teóricos ridículos, mestres de mentira ou criadores de pirotecnia eclesiástica. Por falta de pregação bíblica o povo sofre e padece. Um púlpito fiel de uma igreja pequena tem muito mais valor do que um púlpito forte de uma mega-igreja. O primeiro indica o Céu; o segundo conduz ao Inferno. Pregadores fracos, raquíticos, que não estudam, que caçam sermões de livretos ridículos de esboços fracos ou de sites onde tudo já vem mastigado mais parecem com pessoas que mascam arroz e feijão e cospem na boca do outro. Isso não alimenta e é nojento. O sermão tem que começar de joelhos em terra, buscando graça, favor, unção do Espírito Santo. Depois deve seguir por horas no estudo da Bíblia, das traduções, dos dicionários e comentários. E então deve-se estruturar tudo numa idéia clara e coerente com os ensinos do Senhor. Um sermão que não custou nada não valeu de nada também. E para se pregar bem não é necessário ter a aprovação do MEC; é necessário ter uma mensagem do Senhor, preparada e fundamentada.
 
2 - INSTA (INSISTE) - Igrejas boas devem ter pastores que insistam em seu ensinamento. Quantas horas o povo de Deus gasta diante de um aparelho de TV, de um facebook ou de um computador? Quantos pregadores midiáticos não invadem a casa de nossos membros? Seria muito o pastor insistir no ensino? Não. O pregador deve insistir, ensinar, QUER SEJA OPORTUNO, QUER NÃO. Todos os adolescentes estão a usar preservativos? PREGUE CONTRA A FORNICAÇÃO. Todos os crentes estão se endividando no cartão de crédito? PREGUE CONTRA A DÍVIDA. Os irmãos estão se tatuando e colocando piercings? PREGUE SOBRE O TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO E OS SINAIS PAGÃOS DE POSSESSÃO E ESCRAVIDÃO. E se reclamarem que a igreja é quadrada, é antiquada, é tacanha, é conservadora, que procurem outra para frequentar. Mas saberão que ali no meio deles houve um profeta (no sentido bíblico).
 
3 - CORRIGE - Como sofrem as igrejas por falta de correção, de disciplina! Conheço uma igreja que tolera casais gays como membros, mas nada faz por temer processos ou entristecer famílias abastadas. Que pecado! Quem se faz amigo do mundo torna-se inimigo de Deus! Conheço pastores que toleram fornicação no meio dos namoros, outros que sabem que seus membros fazem negócios escusos e proibidos. Sei de um pastor que consultou médiuns e outro que andava com um santinho no bolso, além de outro que tornou-se membro de uma sinagoga também. Que hipocrisia!  Ao querer agradar dois senhores tais igrejas perdem a grande chance de corrigir na PALAVRA os seus fiéis. E a regra é clara: onde passa um boi, passará uma boiada...
 
4 - REPREENDE- Puxe a orelha! Mas como? Cada um hoje se diz dono do próprio nariz! Um pai não pode mais corrigir a um filho, nem a mãe à filha. Um pastor ou uma igreja repreender alguém? SIM! Mas para que isso aconteça não podemos ter telhado de vidro. O apóstolo Paulo chega a dizer: você, que diz  que não se deve roubar, rouba? Isto é, para que tenhamos moral e dignidade para ralhar e puxar a orelha, devemos proceder do modo correto. Dias atrás ouvi de um pastor o seguinte: "estou com mais de 70% da igreja sem cooperar financeiramente, não sei o que fazer!" Perguntei-lhe: o senhor é dizimista, ofertante constante? "Eu? Não. Pois eu ganho da igreja, logo, o meu dinheiro já está dizimado." Que vexame! Façam o que eu falo mas não façam o que eu faço... Deus não se agrada disso. Por isso uma igreja deve ter uma membresia e um pastor que buscam pautar as suas vidas nos ensinamentos do Senhor e não numa prática teórica sem conteúdo moral e de vivência.
 
5 - EXORTA COM LONGANIMIDADE E DOUTRINA - Quando as nossas traduções falam sobre EXORTAÇÃO e ADMOESTAÇÃO, parece estarem falando da mesma prática. Apenas parece, pois não estão. EXORTAR é ENCORAJAR, FORTALECER. Já ADMOESTAR é puxar a orelha. A Bíblia manda que nossas igrejas fortaleçam os seus membros com LONGANIMIDADE, isto é, por muito tempo, o tempo todo. Não devemos desistir das pessoas, abandonando-as. É certo que devemos expulsar os falsos irmãos, os que penetram para tumultuar. Mas aos irmãos legítimos e faltosos, devemos com a DOUTRINA fortalecê-los na fé com ânimo redobrado. Mas é fundamental que tal encorajamento seja fundamentado NA DOUTRINA e não com balelas, falsas promessas, com profetadas mentirosas ou revelações compradas. É a DOUTRINA que irá fortalecer os irmãos em Cristo. Ensinar-lhes a doutrina da depravação total, da graça e do chamado do Senhor, da regeneração, da conversão, da justificação pela fé, da remissão dos pecados, isso é que irá fortalecer o crente. A rocha é a Palavra de Deus, a rocha é Jesus, e não um monte de besteiras de auto-ajuda.
 
6 - SÊ SÓBRIO - primeiramente o sentido de lúcido, de quem não está alcoolizado. Mas também de ser ajuizado, maduro, cônscio de seus deveres, em perfeito juízo para tomar as decisões. Igrejas devem amadurecer na fé pelo ensino das Escrituras Sagradas e pelo exercício da vida cristã. Essa sobriedade tem que existir no coração de um pastor. Ele não deve ser fadado ao emocionalismo, sujeito a qualquer vento de doutrinas, nem tampouco explosivo, estando no Monte Horebe num domingo e no Vale dos Ossos Secos no outro. O equilíbrio é esperado. É melhor ter pouco sorriso e muita paciência com serenidade do que ser emotivo, mutante e absolutamente imprevisível. As pessoas buscam igrejas e pastores que sirvam de âncora e de referencial ao longo dos anos e não apenas quando tudo vai bem. A sobriedade evita a embriaguês diante de propostas mirabolantes de crescimento fácil. Tudo o que é duradouro leva tempo e exige sacrifícios.
 
7 - SUPORTA AS AFLIÇÕES - Há quem não queira suportá-las, temendo o que os amigos irão pensar ou com medo dos mais fortes e divergentes. Essa covardia não edifica. Coragem é o caminho. Afinal, nem os amigos e nem os líderes darão conta diante de Deus pelo trabalho que as nossas igrejas ou os nossos ministérios exercem. Deixemos que atirem sobre nós as pedras. Suportemos as dificuldades, as angústias, as tristezas. Igrejas que buscam a fidelidade possuem auditórios reduzidos, e quando pequenas, diminutos. Sei que há colegas que já celebraram cultos de oração sozinhos. Não importa. Suportemos. Lembro-me de um pastor que perdeu 70% da membresia. Um líder abriu um trabalho "avivado", prometeu bênçãos e foi aventurar-se. O pastor, coitadinho, ficou na igreja, sofrendo calado, mas firme e suportando as aflições. Não passaram-se 3 anos e todos, com exceção do líder, voltaram. Por que? Porque viram no pastor e na maneira de suportar a luta um exemplo que o suposto novo líder não dera. Vale a pena aguentar.
 
8 - FAZE O TRABALHO DE UM EVANGELISTA- E trabalhar como evangelista hoje é muito difícil. O que é evangelismo para o neoevangelicalismo? É celebrar, é fazer louvorzão, é dançar, é fazer barulho, é curtir, é encher casas e retiros, é tornar a igreja grande. Isso não é bíblico. Evangelizar, na bíblia, é levar boas-novas aos perdidos. Para tanto, é necessário que se apresente a perdição das pessoas, a sua condição de condenado, o plano de salvação em Cristo e a maneira de recebê-lo como Senhor e salvador. É preciso voltar ao PLANO MESTRE DO EVANGELISMO. É preciso voltar a conduzir pessoas à oração de confissão, ao discipulado, ao doutrinamento, ao batismo. Sem isso teremos grandes reuniões, mas fracas igrejas. Cada crente deve ser um evangelista. Se não sabe pregar, convide. Se não sabe convidar, envie cartas, escreva e-mails, use redes sociais, ofereça o carro, mande imprimir folhetos, torne-se um Gideão Internacional (distribuidor de Novos Testamentos), mas seja um agente portador de boas-novas em Cristo.
 
9 - CUMPRE CABALMENTE O TEU MINISTÉRIO - Igrejas devem cumprir o IDE de Jesus. Pastores devem ser fiéis ao chamado que receberam por parte de Deus. E ministérios devem ser cumpridos cabalmente, até o fim. O suco deve ser sorvido até o fim; a ampulheta deve derramar toda a areia. Então o ministério estará cumprido. Nenhum esforço é demasiado na Obra do Senhor, uma vez que Deus, em Cristo Jesus, já fez de tudo e deu o Seu melhor por nós. Tudo o que fizermos será ínfimo, mas terá que ser o TUDO. Todo o tempo, todos os bens, toda a atenção, toda a agenda, toda a fidelidade, toda a dignidade, enfim, tudo. Chega de projetos que começam e param, idéias que não saem do papel, cargos que se assumem e que tornam-se inexistentes. Temos um Deus a quem prestaremos conta de tudo. Que façamos para ele o melhor.
 
Era isso que eu gostaria de ouvir de alguém se estivesse sentado no banco de minha igreja, encorajando-me para lutar neste mundo injusto e desigual. É assim que encaro o ministério e a igreja. Só assim teremos alguma identidade cristã para manter. Só assim poderemos ainda levar com dignidade o nome IGREJA, CRISTÃO, DISCÍPULO, CRENTE. Só assim teremos argumento e ação neste mundo em crise.
 
Que Deus nos ajude.
 
Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel,
Carapicuíba, São Paulo, Brasil
www.uniaonet.com/bnovas.htm
bnovas@uol.com.br

 


124 - O DEUS  DE PROMESSAS...
 
EXPRESSÃO TÃO POPULAR NAS MÚSICAS GOSPEL,
CHORADAS, GEMIDAS E GRITADAS PELAS CANTORAS
E CANTORES DA MÍDIA EVANGÉLICA E CATÓLICA,
 
NÓS TAMBÉM TEMOS
ALGUMAS COISAS
SOBRE
 
O DEUS DE PROMESSAS.
 
AS NOSSAS FOMOS BUSCAR NÃO DA CAIXINHA
DE PROMESSAS, QUE SÓ TÊM BÊNÇÃOS
FORA DE CONTEXTO (UMA BÊNÇÃO A ABRAÃO
NÃO SIGNIFICA QUE SEJA UNIVERSALMENTE
APLICADA. PORTANTO, PODE NÃO SER...)
 
O DEUS
DE PROMESSAS:
Prometeu mandar para o Inferno
os pecadores inconversos
Serpentes, raça de víboras! como escapareis
da condenação do inferno? (Mt 23:33)
 
 
Prometeu julgar vivos
e mortos.
Os quais hão de dar conta ao que está preparado
para julgar os vivos e os mortos. (1Pe 4:5)
 
Prometeu que cada um
colherá daquilo que plantou.
Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que
o homem semear, isso também ceifará. (Gl 6:7)
 
Prometeu castigar
severamente os crentes faltosos.
E o servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou,
nem fez conforme a sua vontade, será castigado
com muitos açoites; (Lc 12:47)
 
Prometeu não ter por inocente
quem tomar o Seu Santo nome em vão.
Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR
não terá por inocente ao que tomar o seu nome em vão. (Dt 5:11)
 
Prometeu que os inconversos
não entrarão no Seu descanso.
A quem jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso (Sl 95:11)
 
Prometeu que pastores e crentes
que não vivem o que pregam irão para
o Lago de Fogo e Enxofre.
Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem,
e os homicidas, e os idólatras, e qualquer
que ama e comete a mentira. (Ap 22:15)
 
 
Prometeu que não deixará idólatras,
afeminados, ladrões, assassinos,
adulteros e feiticeiros entrarem no Céu.
nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados,
nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão
o reino de Deus. (1Co 6:10)
 
Prometeu que trará à juízo
todos os pensamentos dos homens.
O homem de bem alcançará o favor do Senhor, mas ao
 homem de intenções perversas ele condenará. (Pv 12:2)
 
 
Prometeu que os que amam o
mundo serão seus inimigos
Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. (Tg 4:4)
 
Prometeu que quem consulta os mortos
estará perdido.
10. Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo
a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador,
nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro;
prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro;
11. Nem encantador, nem quem
consulte a um espírito adivinhador, nem mágico,
nem quem consulte os mortos;
12. Pois todo aquele que faz tal coisa
é abominação ao SENHOR;
 e por estas abominações o SENHOR teu Deus os
lança fora de diante de ti. (Dt 18.10-12)
 
Prometeu que fará acepção
dos que crêem e são fiéis
 dos que não são.
O que despreza a palavra perecerá, mas o que teme
 o mandamento será galardoado. (Pv 13:13)
 
ESTE É O
VERDADEIRO
DEUS DE PROMESSAS!
 
Mas não haverá quem
cante isso, pois ouvir
a verdade dói...
 
 
Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina;
 mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão
para si doutores conforme as suas
próprias concupiscências; (2Tm 4:3)
 
 
 
Wagner Antonio de Araújo
 
 

125 - QUITÉRIA & SOLEDADE - 24/10/2013

QUITÉRIA era uma crente fiel. Convertera-se em idade adulta, já casada, viúva, e batizara-se numa igreja batista tradicional. Seu marido chegou a converter-se, mas faleceu logo após o fato. Quitéria, então, dedicou-se ao Senhor com amor, empenho e completa consagração. Enquanto podia locomover-se, não faltava a nenhum culto. Estava sempre nos primeiros bancos. Frequentava a Escola Bíblica Dominical, participava da Sociedade de Senhoras, era dizimista consagrada, ofertante voluntária e hospedava com amor e dedicação a quem procurava o seu lar. Seus filhos também eram crentes. Mas Quitéria envelheceu e suas pernas não deram mais a resposta necessária. No começo ainda andava pela casa. Depois, só de cadeira de rodas. E, por último, ficou restrita ao seu leito de dor. Quitéria não ficou descrente. Pelo contrário, empenhou-se muito mais: pedia cultos em casa, enviava seus dízimos para a igreja, convidava o pastor para almoçar, recebia as senhoras para estudos em casa. Até pedia para que gravassem as mensagens do pastor para que pudesse ouvir em seu aparelho de som. O seu telefone tornou-se um ministério: orava com todos, ajudava, instruía, encorajava. E estava sempre feliz, feliz com Cristo, feliz com Jesus.
 
SOLEDADE também conheceu o evangelho. Estava ao lado de seu esposo. Juntos consagraram-se ao serviço do Reino. Já em idade avançada, tudo faziam para participar das atividades. Eram muito festeiros, muito alegres, mas também solidários e tremendamente amorosos. Seu esposo morreu e, com ele, o empenho no Reino do Senhor. Aos poucos Soledade foi perdendo o interesse pela igreja. Dizia-se muito crente, falava de forma agradável com quem a procurasse para conversar. Mas não sentia mais a alegria e o desejo de servir a Deus. Deixou de cooperar com a sua igreja. Não dizimava, não ia aos cultos e sempre tinha uma boa desculpa: falta de condução, falta de saúde, falta de mobilidade. Mas na verdade era falta de temor do Senhor mesmo: sua hidroginástica, almoços no shoping e churrascos familiares não faltavam.
 
Quitéria morreu. Soledade também. Ambas foram sepultadas no mesmo cemitério. Uma lápide parecida, flores semelhantes.
 
Mas o destino de ambas pode ter sido absolutamente distinto.
 
Quitéria amou ao Senhor de todo o seu coração e a Ele deu-se por completo. Mesmo com o marido falecido ela não abortou Cristo de sua vida. Pelo contrário, dedicou-se muito mais. Quitéria descansou no Senhor e ainda hoje, depois de muitos anos passados, em sua igreja o seu nome continua sendo citado, lembrado e celebrado. Ela deixou frutos e saudades. Saudades intensas de sua igreja. Saudades no coração de seu pastor. Dela dão testemunho os irmãos, citando as palavras bíblicas: "E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os seguem." (Ap 14:13)
 
Soledade coxeou entre dois senhores: o Salvador e o mundo. Já há muito ela não fazia falta na igreja, uma vez que a congregação aprendera a viver sem ela. Soledade deixou uma grande dúvida no coração de seus irmãos de igreja: será que ela realmente era convertida? Será que ela amava ao Senhor? Por que só servia a Deus quando o seu marido era vivo? Por que tantas desculpas? Por que tinha tempo para a vida social e para si própria e não tinha tempo ou condição de servir ao Senhor? Ao invés de saudades e admiração Soledade deixou uma tristeza no coração da igreja: não tinham certeza se sua fé era real. Aliás, os sintomas evidenciavam uma fé vã e temporária, não a fé salvífica eterna e transformadora. Restou para a igreja as lembranças de muitos anos atrás, quando ela e o marido serviam a Deus. Só isso, mais nada.
 
Essas mulheres realmente existiram, mas com nomes diferentes. Algumas coisas são reais, outras apenas fictícias. Mas o comportamento de ambas é o retrato do comportamento de tantas, esparramadas por nossas igrejas. A idade e as condições físicas não são sinônimo de incapacidade espiritual e falta de comunhão. Um crente verdadeiro não se afasta do Senhor, não perde a comunhão da igreja e nem deixa de ser fiel. Já os crentes falsos são assim, possuem uma fé decadente. "Não tenho carro". Use um ônibus! "Não tem ônibus". Peça carona! "Não tenho mobilidade física". Solicite um culto em casa! "Meu dinheiro é pouco". Seja fiel no pouco, não só no muito! "Estou entrevado" Escreva, telefone, chame o pastor ou os irmãos e atue! Desculpas, desculpas, desculpas! Para estes cumpre-se  a Palavra: "Assim sobrevirá a tua pobreza como o meliante, e a tua necessidade como um homem armado." (Pv 6:11)
 
As Quitérias morrem e deixam saudades. As Soledades morrem e são esquecidas. E isso está na Bíblia: "E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre." (1Jo 2:17).
 
Para a igreja, Quitéria está no primeiro andar, no aguardo da grande ressurreição do Senhor; ela é uma vencedora na fé. Ela deixou um rastro de luz pelo caminho e seu nome está escrito nos Céus.
 
Quanto a Soledade, nem a igreja e nem ninguém pode dizer com tranquilidade onde ela está. Talvez o restaurante e o shopping possam afirmar com certeza: a cliente não voltou mais e já a substituimos. Os festeiros poderão dizer: as festinhas que ela nos oferecia acabaram e já encontramos outros realizadores. Mas onde estará hoje Soledade? Só Deus sabe. Talvez até saibamos, mas gostaríamos de não saber...Triste destino de uma crente nominal!
 
Foi o Senhor mesmo quem disse: "Portanto, pelos seus frutos os conhecereis." (Mt 7:20)
 
Que Deus converta as Soledades de hoje, transformando-as em Quitérias. de Jesus!
 
Wagner Antonio de Araújo


126 - AS ESMOLAS DE CORNÉLIO
 
E eis que diante de mim se apresentou um homem com vestes resplandecentes, e disse: Cornélio, a tua oração foi ouvida, e as tuas esmolas estão em memória diante de Deus. (At 10:31)
 
O texto bíblico citado trata de um homem chamado Cornélio. É dito sobre ele que era temente a Deus com toda a sua casa; fazia esmolas ao povo e de continuo orava ao Senhor. Em um desses encontros com Deus um anjo lhe aparece e diz: suas orações foram ouvidas e suas esmolas foram lembradas. Na sequência do texto o anjo lhe orienta sobre o que fazer: deveria buscar a Pedro, que lhe anunciaria as boas-novas de salvação. Interessante observação: o anjo não lhe prega o evangelho, pois não era de sua responsabilidade portá-las. Diz-nos a Bíblia que os anjos até que gostariam de fazê-lo, mas o privilégio foi confiado aos homens convertidos.
 
Deus conhece os que são sinceros, independentemente da fé que tenham. Ele sabe quem tem buscado uma verdadeira comunhão com Ele. E, segundo o que entendemos do texto, é capaz de intervir na história dessas pessoas e lhes apontar o verdadeiro caminho da salvação. Não é qualquer caminho, qualquer religião, qualquer fé que salva. Mas quem é sincero em sua busca de Deus acaba por encontrar o rumo da verdade em Cristo Jesus. Foi o que aconteceu com Cornélio, um ignorante sobre Jesus Cristo: Deus lhe manda buscar um evangelista.
 
Isso me faz lembrar do ex-padre Aníbal Pereira dos Reis. Ele amava a Deus, era religioso ao extremo, mas não conhecia a verdadeira boa-nova de salvação. Deus se revelou a ele. Também Martinho Lutero: sua busca teve êxito, pois foi guiado a encontrar na carta aos Romanos a direção da verdadeira fé que salva independentemente das obras. Posso citar o meu caso: um religioso sincero, consagrado, mas perdido nos próprios pecados. Ainda adolescente Deus tocou em meu coração, mostrando-me que não haveria outra encarnação para resolver-me diante do Criador. Foi quanto através de um folheto ("Previsão Científica do Fim do Mundo") fui conduzido à reflexão bíblica e ganho para Jesus, através da instrumentalidade do Pastor Timofei Diacov, a quem serei eternamente grato.
 
Deus vê as nossas esmolas. Aliás, na maioria dos casos, ninguém precisa conhecê-las. Nem a mão direita deve dizer à esquerda. Ofertas e dízimos sim, são conhecidos (como a viúva pobre, vista por todos, inclusive por Jesus). Mas ainda que sejam ofertas ou esmolas desconhecidas pelos homens, no livro de Deus são anotadas uma por uma. Ele conhece cada uma delas. Sabe com que intenção foram dadas. Sabe qual foi a motivação delas. Se foi mera ostentação de falsa piedade, se foi busca de notoriedade, se foi para obter admiração pública, ou se foi motivada por um coração misericordioso e piedoso. No rol das esmolas entra também a nossa fidelidade à Obra de Deus e a nossa generosidade para com o trabalho do Senhor. Ele conhece a nossa disposição. Muitas vezes 10 reais de um assalariado, ofertados com amor e com muita devoção são tremendamente mais preciosos do que 10 mil reais entregues mecanicamente. Quantos maços de verdura, quilos de arroz, roupas usadas, casas varridas, jardins aparados, não foram ofertados com tamanha dedicação? Segundo a Bíblia, nenhum deles passa despercebido pelo Senhor.
 
Deus ouve as nossas orações. É importante que se diga: é a única pessoa que realmente importa ouvir-nos. Pena que muitas igrejas não pensem assim, e que muitos pastores não ensinem isso às suas igrejas. Quando oram fazem questão de dar um microfone e ligarem um som altíssimo, com alguém a esgoelar-s, berrando como um jumento ferido, envergonhando o evangelho, transformando a Casa de Oração numa casa de insanos e mal educados! Pensam que quanto mais se grita mais se é ouvido por Deus. Talvez porque nem creiam num Deus que ouve; querem é que o povo escute. Mas Cornélio mostrou por sua prática que Deus o ouvia no recôndito privado do seu lar, orações que só ele e Deus conheciam. Deus ouve quando oramos!
 
Esmolar, ofertar e orar não salvam. Cornélio não estava salvo por ser um homem temente a Deus. Ele precisava inteirar-se do único caminho de vida eterna, Jesus Cristo, Rei dos reis e Senhor dos senhores. Para isso foi preciso chamar a Pedro. Se o anjo lhe tivesse anunciado as boas-novas certamente teria pecado contra Deus, ou, certamente, teria mentido ao pobre pecador. Anjos não devem pregar mensagem de salvação. Mas podem ajudar, indicar e facilitar o contato entre um evangelista e um pecador perdido. Quantas vezes já vimos isso acontecer! Quantas pessoas já foram colocadas no caminho de mensageiros de boas-novas! É nítida a ação angelical em tais casos! Mas é notório também que Cornélio só foi salvo quando ouviu a Palavra e recebeu-a em seu coração.
 
Como estão as suas esmolas? Como vai a sua generosidade? Como anda o seu bolso? Deus está vendo e anotando o uso que faz do dinheiro que Ele permite chegar às suas mãos. Poderia um anjo dizer-lhe: "suas esmolas foram anotadas no Céu?"
 
Como estão as suas orações? São honestas? São constantes? São sinceras? Deus as está ouvindo. E se forem relevantes serão certamente atendidas! Ele não as esquece! Ele não as ignora! Mas pesa a honestidade de cada uma delas e decide como e quando respondê-las. Há orações em sua vida? Ou não passam de fórmulas bobas de alívio de consciência, do tipo "obrigado, Senhor pelo alimento", ou "dá-me uma boa noite de sono?" Agradecer o pão e pedir pela noite é bom, mas só isso não se constitui numa oração relevante; pode ser circunstancial, mas não pode ser rotineira na vida de quem diz orar de verdade. Coração quebrantado, alma dedicada, témpo despendido são condições necessárias para que, de fato, as orações sejam chamdas de "oração" diante do memorial de Deus.
 
Deus viu a esmola de Cornélio, Deus ouviu suas súplicas. Ele verá a sua dedicação e também atenderá às suas orações.
 
Wagner Antonio de Araújo


127 - AS TRÊS ATITUDES DO LEPROSO
 
E aconteceu que, quando estava numa daquelas cidades, eis que um homem cheio de lepra, vendo a Jesus, prostrou-se sobre o rosto, e rogou-lhe, dizendo: Senhor, se quiseres, bem podes limpar-me. E ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, sê limpo. E logo a lepra desapareceu dele. (Lc 5:12-13)
 
Encanta-me a sensibilidade de Jesus. Há muito tempo tive oportunidade de pregar sobre o tema. Havia muitas viúvas a perder filhos na época do Senhor. Mas nenhuma passara por ele a levar o filho morto para o cemitério. Em Naim uma viúva passou; encaminhava-se ao cemitério para sepultar o filho falecido. Cristo viu aquela mãe sofrida. Olhou para a sua face carcomida pela dor, pelo pranto, pelo cansaço. Avaliou o custo desse jovem ceifado em tenra idade, provavelmente seu ajudador e sustentador. Essa viúva nada pediu. Jesus ofereceu-lhe o consolo. "Não chores!" E, em seguida, ordenou ao defunto para que se levantasse. O rapaz ressuscitou e essa mãe recobrou o filho perdido. Que sensibilidade, que amor, que delicadeza a do Senhor!
 
Neste caso, um leproso cruza o seu caminho. Leprosos eram isolados em seus territórios como seres repugnantes e deploráveis. Sua comida era colocada à distância. Suas vestes eram trapos que facilmente se identificavam. Se viessem no meio da população provocariam grande tumulto, sob gritos desesperados da multidão: "leproso! leproso!". Enquanto o leproso fosse o vizinho ou o desconhecido, era algo natural. O difícil era quando a lepra vitimava a mãe, o pai, o filho, a esposa, o marido! Que sofrimento! Que angústia, que dor! Um romancista imaginou algo assim ao escrever seu conto "Ben-Hur", vitimando mãe e irmã com a lepra marginalizante.  Conta-nos a história dos batistas no Brasil que o Dr. William Edwin Entzminger, missionário dos mais consagrados e operosos no início do século XX, adquiriu morféia e observou que os seus mais próximos amigos se afastavam, com medo de adoecerem também. Sentiu na própria pele a lepra física e a lepra da rejeição. No caso do Dr. Entzminger, tempos depois, numa choupana isolada nos Estados Unidos, Deus ouviu a sua súplica e ele foi miraculosamente curado, voltando ao Brasil para continuar a sua obra monumental (é o segundo maior compositor de hinos do Cantor Cristão).
 
Um leproso se aproxima de Jesus. Ele vai até o Salvador. Ele o busca. Ele o procura. Assim deve ser o pecador, cuja lepra não é física, mas espiritual (o pecado é comparado à lepra da alma). Deve-se ir até Jesus. Jesus Cristo é a única esperança, o único e legítimo curador da alma. No caso do homem leproso, ele foi ao encontro de Jesus, conforme lemos no texto paralelo de Mateus 8.2.
 
Esse leproso prostra-se diante de Jesus. Ele não vai até o Salvador com ares de quem exige, de quem ordena, de quem manda. Triste é ver pregadores famosos ensinando a determinação das coisas com ares de grande sabedoria, espiritualidade e poder. Nem em Jesus vemos tamanha petulância! No Getsêmani, próximo da hora de sua dor e crucificação, não vemos Cristo dizendo: "Eu determino em meu nome, que este cálice seja afastado sem que eu o beba!"; pelo contrário, vemo-lo prostrado, orando ao Pai, dizendo humildemente: "Pai, se possível, afasta de mim esse cálice; todavia, não se faça como eu quero, mas como tu queres". O leproso de nosso texto vai com esse espírito ao Salvador. Prostra-se. Essa é a atitude com a qual devemos buscar a Deus em nossos encontros diários! Prostrar-se é mais que ajoelhar-se. Prostrar-se é deitar de bruços, vencido, absolutamente dominado, completamente disponível e sem restrições. É reconhecer no outro a completa e absoluta autoridade. Prostrar-se diante de Deus tem que começar na alma, não apenas no corpo. Há muita gente prostrada de corpo, mas ereta na alma, fingindo humildade e extravasando arrogância. O leproso não; ele prostrou-se por dentro.
 
Sua oração denota absoluta dependência, confissão explícita de que ali era a sua última esperança, única alternativa: "se quiseres podes purificar-me!" Não impõe, não obriga, mas confessa: somente Jesus poderia trazer-lhe libertação daquela moléstia horrenda e cruel. A atitude do leproso deve ser também a do pecador que busca em Cristo o perdão para os seus pecados e a salvação para a sua alma! Converti-me ao Senhor cantando isso:
"Jesus, Senhor, me achego a Ti,
Ó, da-me alívio mesmo aqui;
O teu favor estende a mim,
Aceita um pecador!
 
Eu venho como estou; eu venho como estou;
Porque Jesus por mim morreu, eu venho como estou!" (Hino 270 CC)
 
Quem se aproxima do Senhor e busca nEle o perdão para os pecados tem que reconhecê-lo como última e única alternativa: somente Ele pode curar a alma, somente Ele pode perdoar os pecados; somente Ele pode dar vida eterna! No caso do leproso Jesus era o único remédio para a sua enfermidade e ele o buscou de todo o coração.
 
E qual foi a reação de Jesus? "Quero! Sê limpo!" Oh, graça inefável, ó, Salvador bendito e benfazejo! Como é doce e terno o cuidado e o amor do Salvador! Ele quis curá-lo! E curou-o gloriosa e miraculosamente! Assim também ocorre com o pecador arrependido que busca no Senhor o perdão de todos os seus pecados! Foi Cristo quem disse: Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. (Jo 6:37). Ele acolhe o arrependido pecador, o limpa e o transforma.
 
Assim, na atitude do leproso súplice, encontramos as três atitudes que o curaram, atitudes que podem salvar e libertar a todo pecador também:
 
1) O leproso foi a Jesus. É preciso ir até Jesus, buscá-lo, invocá-lo, procurá-lo.
2) O leproso prostrou-se diante de Jesus. É necessário render-se aos pés de Cristo, reconhecendo Sua autoridade e a nossa absoluta impotência.
3) O leproso clamou com toda a determinação de sua alma, reconhecendo em Cristo a única saída. É preciso ir até Jesus reconhecendo-O como a única esperança.
 
O resultado: cura. O nosso resultado: perdão dos pecados. E, se Ele desejar, se for para a Sua glória, até a saúde Ele pode nos recobrar.
 
Busquemos ao Senhor com a atitude do leproso curado.

 


 


128 - SE EU FALAR UM PALAVRÃO
 
São semelhantes aos meninos que, assentados nas praças, clamam uns aos outros, e dizem: Tocamo-vos flauta, e não dançastes; cantamo-vos lamentações, e não chorastes. (Lc 7:32)
 
Vivemos um tempo esdrúxulo! É a época do coroamento da mediocridade! A facilidade com que as informações chegam para nós tornou-as absolutamente banais. Não há surpresa alguma em ouvirmos sobre um assassinato, uma guerra, uma enchente, uma crise. Outrossim, notícias normais ou de coisas boas sequer são lidas! Quem gasta tempo para ler algo do tipo "Jardim Floresce na Avenida Principal", "Escola Celebra 100 dias Sem Greve" ou "Empresa Pagou o 13o. Integralmente a todos os funcionários?"
 
Isso faz lembrar o texto bíblico citado por Jesus como ditado popular em sua época. Meninos que reclamavam da falta de atenção. Se cantam, ninguém chora; se tocam, ninguém dança. Seu significado é claro: ninguém olhava para eles.
 
E o que essa geração medíocre repleta de tecnologia está a fazer? Buscando atenção. Hoje, diferentemente dos tempos passados, temos comunicações imediatas: SMS para celulares/telemóveis, temos e-mails e internet, temos facebook , temos chats de toda espécie, e temos vídeos. Ah, sim, as pessoas querem ver, ver coisas diferentes, coisas que chamem a atenção! E para tanto, usam dos meios mais esdrúxulos: nudez, sexo, violência e palavrões.
 
Sim. Basta alguém soltar um palavrão e a popularidade fica garantida. Basta alguém tirar a roupa e o número de "curtições" no facebook ou de vezes acessadas no youtube sobe às alturas. Logo os programas televisivos convidam as celebridades de um palavrão para dar entrevistas e celebrar o sucesso. Do mesmo jeito que vieram, se vão: sucessos temporários. Se forem mulheres que xingaram, então passam para o segundo ato: tiram a roupa. Nova celebração da fama! E daí para tornar-se apresentadora de programa de tv é um passo mais curto. Ou então grupos criam canais de vídeos ridículos, chulos, torpes, muitos deles evangélicos, para zombar de tudo e de todos, sem qualquer censura. E, em havendo palavrões, ficam mais populares ainda.
 
A moda é tão extensa que já tomou conta dos púlpitos! Pregadores que querem a celebridade buscam um estilo despojado, esportivo, popular, e, principalmente, um linguajar esdrúxulo, feio, jocoso e com maliciosidade evidente! E como se tornam populares! Como são celebrados!
 
Será que o mundo enlouqueceu? Será que todos ficaram insanos? "Parem o mundo que eu quero descer!", é o que sentimos na alma ao contemplarmos tamanha nivelação ao mais baixo nível! Mas o mundo não mudou. Ele é podre desde a entrada do pecado no mundo. Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno. (1Jo 5:19); E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre. (1Jo 2:17); Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. (1Jo 2:15); Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo! (Is 5:20)
 
O mundo não presta. A imprensa de lazer está construída no pecado, na maldade, nos palavrões e na vida despida de compromissos diante do Senhor. Ontem, dia 26 de novembro de 2013, vimos claramente tais manifestações na celebração do Rio Sem Preconceito. Ali estavam sendo premiados todos os que edificam suas vidas, carreiras e sucesso em palavrões - e quero conceituar "palavrão" como uma vida de contestação aos valores bíblicos, cristãos e morais, a agressão à família e o império da promiscuidade, o império do hedonismo e a declaração da antinomia. Ali estava o escritor de novelas celebrando a homossexualidade. Estavam as cantoras, atores, profissionais celebrando a nudez, a promiscuidade, a androgenia, a homossexualidade, o racismo disfarçado de não-preconceito (conforme uma mãe-de-santo a declarar na ONU que  não há brancos no Brasil, como se isso fosse uma declaração de não-preconceito). Ali estava o deputado-celebridade, que ganhou fama num "reality show" e fez-se a voz dos que falam palavrões.
 
Isso faz sucesso. Ser gay faz sucesso. Ser indecente faz sucesso. Aparecer nu faz sucesso. O divórcio faz sucesso. Brigar em público faz sucesso. E ser um pregador universalista, de linguagem chula, sem compromisso com a Bíblia faz sucesso.
 
Que bom que não ficaremos neste mundo, nós, o os que nos incomodamos com essa realidade medonha! Jesus disse: Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui. (Jo 18:36). Que bom que haverá um novo lugar! E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. (Ap 21:1). Que bom que haverá seleção de habitantes no céu! Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira. (Ap 22:15).
 
Enquanto estiver por aqui, serei representante do Reino de lá. Não me intimidarei e nem reduzirei os meus valores no nível mais baixo. Manterei um padrão que pode não dar "ibope", pode não trazer fama, dinheiro, poder ou fazer de mim uma celebridade, mas certamente me manterá em comunhão com Aquele que me salvou, salva e salvará para sempre! Vigiai, estai firmes na fé; portai-vos varonilmente, e fortalecei-vos. (1Co 16:13); Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais que combatem contra a alma; (1Pe 2:11)
 
Que Deus nos ajude a não precisarmos falar nenhum palavrão.
 
Wagner Antonio de Araújo

 


 


129 - A NUVEM DE TESTEMUNHAS
 
Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, (Hb 12:1)
 
O texto bíblico acima nos fala sobre uma nuvem de testemunhas. Que nuvem seria essa? Uma nuvem de crentes que já morreram e que estão a olhar para nós? Certo dia ouvi um pastor pregando tal opinião e lamentei profundamente o seu desconhecimento bíblico. É impossível que crentes mortos acompanhem e "torçam" pela nossa vitória e pela continuidade de nossa carreira. Champlim, o comentarista universalista, assim compreende. Ledo engano! As muitas letras fazem os comentaristas orgulhosos delirarem num espiritismo velado! Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento. (Ec 9:5). Saul foi condenado pelo Senhor por ter consultado médiuns, por ter conversado com um suposto "samuel", inexistente e falso. E lhe disse: Como é a sua figura? E disse ela: Vem subindo um homem ancião, e está envolto numa capa. Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra, e se prostrou. (1Sm 28:14). Saul "entendeu" que era Samuel; entendeu errado, como quase tudo que fez na vida. Sobre contato com os mortos, vemos a impossibilidade desse contato na revelação do rico e de Lázaro: ao solicitar a volta de Lázaro para a Terra, para orientar os familiares a não irem para o inferno, Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. (Lc 16:29). Quis ele dizer: têm a Bíblia (Moisés, o Pentateuco, e os Profetas, 4 maiores e 12 menores, o Velho Testamento). Conclusão: não há contato entre os dois mundos.
 
Então quem seriam as testemunhas da nuvem? Os crentes que venceram e que deixaram seus sólidos exemplos de heroísmo, de fé, de abnegação, de resistência às tentações, de amor a Deus, de coragem para lutar, de suprimento de tudo quando nada possuiam. É o testemunho dos heróis da fé em todos os tempos.
 
Urge perguntarmos: e o que essas testemunhas que nos rodeiam como nuvem dizem?
 
Elas dizem:
 
1) Suportem as provações! Jó foi um exemplo disso. Aguentou toda sorte de sofrimentos. No final obteve a sua vitória.
 
2) Suportem as tentações! José, no Egito, suportou as insinuações da mulher de Potifar. E Jesus, no monte, foi tentado por Satanás, mas aguentou com vitória e maestria. Eles venceram e nós poderemos vencer também.
 
3) Suportem as enfermidades! Paulo deveria ter forte problema visual e Timóteo problemas estomacais. No entanto foram vasos de bênção nas mãos do Senhor maravilhoso!
 
4) Tenham o suprimento de todas as suas necessidades, mesmo que nada possuam! Elias comeu do bolo que a viúva lhe ofereceu e teve o suprimento de todas as suas necessidades. Na seca comeu carne e pão trazidas pelos corvos e bebeu água do rego que passava junto à sua habitação.
 
5) Vençam mesmo quando o inimigo for mais forte do que vocês! Maior é Deus! Assim Gideão com 300 venceu um exército de milhares. Assim Davi venceu inúmeras batalhas. Assim Israel conseguiu derrubar as muralhas de Canaã.
 
6) Perseverem em oração e as respostas chegarão! Foi dessa forma que Daniel, o profeta político, conseguiu interpretar a tremenda visão do futuro; ele aguardou em abstinência alimentar e consagração profunda 21 dias, até que chegasse dos céus a resposta às indagações feitas.
 
7) Suportem as perseguições! Paulo e Silas, Barnabé e Timóteo, tantos servos do Senhor, suportaram perseguições cruéis, mas suas vidas estão escondidas em Cristo, com Deus!
 
8)  Semeiem a Palavra e o fruto virá abundantemente! Foi assim com os 12 apóstolos: num ministério tão pequeno, propagaram-se em 120, em 3 mil, em 5 mil e depois em número sem conta, a ponto de serem chamados "perturbadores de todo o mundo".
 
9) Dêem graças em toda e qualquer circunstância, pois o Senhor está edificando a fé! Moisés passou 40 anos no deserto, sendo preparado pelo Senhor para libertar Israel do Egito. Davi teve que fugir de Israel e viver na Caverna de Adulão, até que chegou o tempo de seu reinado e glória. Abraão teve que levar seu filho Isaque para ser  sacrificado na montanha, mesmo que acreditasse em sua posterior ressurreição; e assim todos os servos do Senhor lutaram, deram graças e venceram.
 
10) Aguardem a glória que está por vir! Os heróis da fé sabiam que este mundo jazia no maligno e esperavam uma pátria além da morte, uma terra nova, santa, pura, uma terra onde não existisse morte, pranto, doença ou saudade. Eles já venceram e estão com Cristo. Nós também venceremos e com Ele reinaremos!
 
Eis a grande nuvem de testemunhas! Pedro, Paulo, Abraão, Noé, Moisés, Tiago, João, Maria, Débora, Jesus. Suas vidas inspiram-nos. Seus exemplos ensinam-nos. Sua fé motiva-nos.
 
Tenhamos paciência e corramos a carreira que nos foi proposta, sem embaraços que nos derrubem. Na nossa paciência, fidelidade e imitação das testemunhas do passado, obteremos a nossa vitória. E um dia serviremos também de modelo para novos crentes, que serão inspirados com a nossa própria vida.
 
Para a glória de Deus.
 
Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel, Carapicuíba, SP, Brasil
http://alajedacapela.blogspot.com
bnovas@uol.com.br
www.uniaonet.com/bnovas.htm



130 - REFLEXÕES SOBRE A ÉTICA NO MINISTÉRIO PASTORAL
INTRODUÇÃO
 
Faz-se necessário definir o que é ética.
Segundo a WIKIPÉDIA (enciclopédia virtual da internet), “A palavra Ética é originada do grego ethos, que significa ‘modo de ser, caráter”. Através do latim mos (ou no plural mores), que significa costumes, derivou-se a palavra moral. Em Filosofia, Ética significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade, e seu estudo contribui para estabelecer a natureza de deveres no relacionamento indivíduo - sociedade.”
Há inúmeros livros sobre o assunto, um farto material consultivo. Restringir-nos-emos, contudo, a 4 áreas importantes, tema de nossas 4 preleções:
1)      O PASTOR E O PÚLPITO
2)      O PASTOR E O GABINETE PASTORAL
3)      O PASTOR E A COMUNHÃO COM OS COLEGAS
4)      O PASTOR E A FAMÍLIA
Minhas preleções neste acampamento limitar-se-ão à citação de 40 conselhos bíblicos para a vida pastoral, na busca de uma ética confiável, viável e fundamentada na Palavra de Deus. Do diálogo sobre esses itens surgirão boas reflexões, onde os irmãos e eu aprenderemos muito juntos.
Que o Espírito Santo, nosso Mestre e Consolador Fiel, Parácleto sempre presente, nos ilumine na Palavra que Ele já revelou, a Bíblia Sagrada.
Grande abraço e muito obrigado pela honra do convite para falar a vocês.
Wagner Antonio de Araújo
Pastor Batista,
Membro da
OPBCB - ORDEM DOS PASTORES BATISTAS CLÁSSICOS DO BRASIL - atual presidente
Membro 1036 da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil e 1402 da mesma ordem em São Paulo
Pastor da Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel em Carapicuíba, SP, Brasil(Convenção Batista Brasileira)
Diretor da RÁDIO NAFTALINA WEB: http://www.radionaftalinaweb.com
e-mail: bnovas@uol.com.br   - site: www.uniaonet.com/bnovas.htm
MSN/Windows Live: pastorwagner@hotmail.com
Facebook: https://www.facebook.com/wagner.antoniodearaujo.9
 
O PASTOR E O PÚLPITO
 
 
1)      O Pastor deve aprender a ouvir a voz de Deus, como Samuel: Por isso Eli disse a Samuel: Vai deitar-te e há de ser que, se te chamar, dirás: Fala, SENHOR, porque o teu servo ouve. Então Samuel foi e se deitou no seu lugar. (1Sm 3:9)
2)      O Pastor precisa discernir a voz de Deus no meio de outras vozes: E Deus lhe disse: Sai para fora, e põe-te neste monte perante o SENHOR. E eis que passava o SENHOR, como também um grande e forte vento que fendia os montes e quebrava as penhas diante do SENHOR; porém o SENHOR não estava no vento; e depois do vento um terremoto; também o SENHOR não estava no terremoto; (1Rs 19:11); E depois do terremoto um fogo; porém também o SENHOR não estava no fogo; e depois do fogo uma voz mansa e delicada. (1Rs 19:12)
3)      O Pastor deve vigiar seu coração para não privar-se da doce comunhão, através da qual ouvirá a voz de Deus: Se eu atender à iniqüidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá; (Sl 66:18); A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da minha boca, e lha anunciarás da minha parte. (Ez 33:7)
4)      O Pastor precisa meditar com grande devoção e aplicação na Palavra de Deus: Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá. (1Tm 4:13); Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; (Rm 12:7)
5)      O Pastor deve pregar sobre toda a Bíblia e não apenas aquilo que lhe agrada ou que julga necessário: Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; (2Tm 3:16);
6)      O Pastor deve meditar sobre seus sermões durante toda a semana:  Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido. (Js 1:8)
7)      O Pastor deve ser elegante, correto e dignificador do ofício do púlpito, buscando a excelência de linguagem, prédica e comunicação: Linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós. (Tt 2:8)
8)      O Pastor não deve gabar-se de ser um pregador do Evangelho, mas confiar e ser fiel Àquele que o vocacionou: “Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido? (1Co 4:7)
9)      O Pastor deve persistir na exposição da Palavra, quer ouçam ou quer rejeitem, com longanimidade e fidelidade: Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes. (Ez 2:7); Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. (2Tm 4:2)
10)  O Púlpito do pastor deve ser respeitado e profundamente alicerçado em valores e princípios, para não acontecer de mudar a prédica conforme o tempo, os métodos, a fama ou o humor: Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. (Ef 4:14); Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha? (1Co 14:8)
 
O PASTOR E O GABINETE
 
11)  O Pastor deve primar por ser um bom ouvinte dos que lhe procurarem para desabafar: Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. (Tg 1:19)
12)  No trato com os idosos o Pastor deve tê-los em consideração e tratá-los com respeito: Não repreendas asperamente os anciãos, mas admoesta-os como a pais; aos moços como a irmãos; (1Tm 5:1); As mulheres idosas, como a mães, às moças, como a irmãs, em toda a pureza. (1Tm 5:2); Diante das cãs te levantarás, e honrarás a face do ancião; e temerás o teu Deus. Eu sou o SENHOR. (Lv 19:32);
13)  Aos jovens o Pastor deverá tratar como a filhos e irmãos, em consideração: Exorta semelhantemente os jovens a que sejam moderados. (Tt 2:6)
14)  O Pastor deverá ter especial cuidado com o relacionamento com mulheres: tratar as moças com o respeito de filhas e irmãs mais jovens e às jovens senhoras com toda a dignidade: Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. (2Pe 2:20)
15)  O gabinete pastoral deve ser isento de suspeitas, público e direcionado ao atendimento das necessidades dos crentes e da igreja: Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; (1Tm 3:2)
16)  Deve o Pastor dedicar-se à oração intensa em seu gabinete: Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos. (Tg 5:16); Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração; (Rm 12:12)
17)  O Pastor deve ser solidário com suas ovelhas: Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram; (Rm 12:15)
18)  O Pastor deve usar seu tempo para conduzir pecadores a Cristo, apresentando-lhes a salvação: Saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador, salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados (Tg 5:20)
19)  O Pastor deve discipular os novos crentes e os crentes antigos qualificados, conduzindo-os à maturidade em Cristo: E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros. (2Tm 2:2)
20)  Se a igreja fosse perfeita não seriam necessários pastores; portanto, que os pastores saibam da importância de seus ministérios: Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. (1Tm 4:14)
 
O PASTOR E OS DEMAIS PASTORES
 
21)  O Pastor deve amar, reverenciar e dignificar aqueles que serviram de evangelistas, pais na fé e mestres em sua vida: Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, (2Tm 3:14); Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver. (Hb 13:7)
22)  O Pastor deve manter-se em harmonia com os seus colegas de ministério: Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: (1Pe 5:1)
23)  Não deve o pastor aceitar denúncias e acusações contra seus colegas sem que isso tenha sido comprovado; e mesmo depois disto, deve exercer a misericórdia, buscando a recuperação do colega: Não aceites acusação contra o presbítero, senão com duas ou três testemunhas. (1Tm 5:19); Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. (Lc 17:3)
24)  Por outro lado, não deve o Pastor manter comunhão com os obreiros do falso evangelho, que não pregam a verdade do Evangelho (neopentecostais e congêneres – não confundir com pentecostais: ...Contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais. (1Tm 6:5)
25)  O Pastor não deve misturar-se com os obreiros insolentes e mentirosos, barateando a Palavra de Cristo: Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais. (1Co 5:11)
26)  Jamais o Pastor deverá misturar política com comunhão pastoral, uma vez que o ofício pastoral é a mais nobre causa e os objetos de atenção são de reinos diferentes: Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. (2Tm 2:4)
27)  Nunca deve o Pastor demonstrar superioridade ante seus colegas, mas manter-se humilde e cordato, fazendo de sua simpatia o testemunho de sua maturidade ministerial: Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza. (1Tm 4:12)
28)  Seu relacionamento com pastores de outras igrejas deve ser cuidadoso, jamais demonstrando interesses escusos pelo rebanho alheio ou menosprezando a labuta do colega. Deus não nos mede pela quantidade de gente ou riqueza de patrimônio, mas pela fidelidade ao Senhor Jesus Cristo: Não cobiçarás a mulher do teu próximo; e não desejarás a casa do teu próximo, nem o seu campo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo. (Dt 5:21); Assim que não nos julguemos mais uns aos outros; antes seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão. (Rm 14:13); Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu. (Jo 21:22)
29)  O Pastor deve ser ativo em sua denominação, buscando a cooperação mútua, o encorajamento e o progresso da Obra de Cristo: E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia. (At 11:25); Então Barnabé, tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos, e lhes contou como no caminho ele vira ao Senhor e lhe falara, e como em Damasco falara ousadamente no nome de Jesus. (At 9:27);  Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus. (1Co 3:9)
30)  Deve o Pastor tornar-se a cada dia um referencial maior de credibilidade ao Evangelho, conquistando com seu testemunho o respeito de todos: Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver. (Hb 13:7); Honrai sempre a homens como esse (tende-o em honra), Fp 2.29
 
O PASTOR E A FAMÍLIA
 
31)  O Pastor deve amar à sua esposa e só a ela: Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes. (Tt 1:6)
32)  O Pastor não deve privar sua esposa dos direitos conjugais em nome de uma dedicação eclesiástica. Do contrário, fará da igreja sua amante e colocará em risco o seu casamento: O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido. (1Co 7:3); Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, (Ef 5:25)
33)  O Pastor deve amar e valorizar os seus filhos, pois, do contrário, valorizando mais os filhos dos outros, estará criando um indivíduo triste, carente e propenso a abandonar o evangelho: E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor. (Ef 6:4); Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo. (Cl 3:21)
34)  O Pastor deve prover o seu lar, não apenas de víveres, mas de amor, de respeito, de testemunho, de espiritualidade, de devoção, de compaixão: Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (1Tm 3:4); A coroa dos velhos são os filhos dos filhos; e a glória dos filhos são seus pais. (Pv 17:6)
35)  O Pastor não deve ter dívidas, exceto as que são naturais durante uma vida (prestação da casa própria, prestação do carro, impostos). O Pastor não deve jamais fazer uso de cheques especiais, cartões de crédito, agiotas e congêneres. Se por necessidade entrou em dívidas, deve buscar imediatamente sair das mesmas, pois isto é laço maligno, tira o testemunho cristão e abre um poço sem fundos:  A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. (Rm 13:8);
36)  O Pastor não deve gastar dinheiro à toa, mas investir naquilo que é essencial, em comum acordo com sua esposa e, quando crescem, com seus filhos também (casa, carro, bens necessários, escola, saúde, lazer).  Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura. (Is 55:2);
37)  Ainda sobre finanças, o Pastor não deve jogar dinheiro fora em sorteios, nem tampouco agir sem planejamento ou prudência, esperando o ovo de uma galinha que ainda não botou: Prepara de fora a tua obra, e aparelha-a no campo, e então edifica a tua casa. (Pv 24:27);
38)  O Pastor deve fugir da aparência do mal: caronas para mulheres (de sua idade ou mais novas) quando sozinho, atendimentos solitários em gabinete, situações constrangedoras diversas. Ainda que seja inocente causará desconforto e prejuízo ao evangelho: Abstende-vos de toda a aparência do mal. (1Ts 5:22)
39)  O Pastor deve amar e demonstrar amor particularmente e em público para com sua família e parentes diretos. Seu lar é o seu primeiro campo missionário: Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel. (1Tm 5:8); E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis. (1Pe 3:8)
40)  O Pastor não pode garantir que sua família seja fiel ou cumpra os valores ensinados e incentivados, mas se for fiel, poderá dizer: Portanto, no dia de hoje, vos protesto que estou limpo do sangue de todos. (At 20:26); Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus. (At 20:27); e os seus familiares poderão dizer, quando ele partir: E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os seguem. (Ap 14:13)
 
REFLEXÃO DE ENCERRAMENTO
SER PASTOR
 
 
Qual o sentido dessa palavra? Ser pastor! Uma afirmação tão pequena, mas repleta de tanto significado!
Ser pastor é muito mais que ser um pregador. Está além de ser um administrador de igreja. Muito além de professor ou conferencista. Ser pastor é algo da alma, não apenas do intelecto.
 
Ser pastor é sentir paixão pelas almas. É desejar a salvação de alguém de forma tão intensa, que nos leve à atitude solidária de repartir as boas-novas com ele. É chorar pelos que se mantém rebeldes. É pensar no marido desta irmã, no filho daquela outra, na esposa do obreiro, nos vizinhos da igreja, nos garotos da rua. Ser pastor é tudo fazer para conseguir ganhar alguns para Cristo.
Ser pastor é festejar a festa da igreja. É alegrar-se com a alegria daquele que conquista um novo emprego, daquele que gradua-se na faculdade, daquele que recebe a escritura da casa própria ou do outro que recebeu alta no hospital. Ser pastor é ter o brilho de alegria ao ver a felicidade de um casal apaixonado, ao ver o sucesso na vida cristã de um jovem consagrado, é festejar a conversão de um familiar de
alguém da igreja por quem há tempos se vinha orando. Ser pastor é desejar o bem sem cobiçar para si absolutamente nada, a não ser a felicidade de participar dessa hora feliz.
 
Mas ser pastor também é chorar. Chorar pela ingratidão dos homens. Chorar porque muitas vezes aqueles a quem tanto se ajudou são os primeiros a perseguirem-nos, a esfaquearem-nos pelas costas, a criticarem-nos, a levantarem falso testemunho contra a igreja e contra nós. É chorar com os que choram, unindo-nos ao enlutado que perdeu um ente querido, é dar o ombro para o entristecido pela perda de um amor, é ser a companhia do solitário, é ouvir a mesma história uma porção de vezes por parte do carente. Chorar com a família necessitada, com o pai de um drogado, com a mãe da prostituta, com a família do traficante, com o irmão desprezado.
Ser pastor é não ter outro interesse senão o pregar a Cristo. É não se envolver nos negócios deste mundo, buscando riquezas, fama e posição. É saber dizer não quando o coração disser sim. É não ir à casa dos ricos em detrimento dos pobres. É não dar atenção demasiada para uns, esquecendo-se dos outros. É não ficar do lado dos jovens, em detrimento dos adultos e vice-versa. Ser pastor é não envolver-se em demasia com as pessoas, ao ponto de se perder a linha divisória do amor e do respeito, do carinho e da disciplina. Ser pastor é não aceitar subornos nem tampouco desprezar os não expressivos.
 
Ser pastor é ser pai. É disciplinar com carinho e amor, conquanto com a firmeza da vara, da correção e, não raras vezes, da exclusão de pessoas queridas. É obedecer a Bíblia, não aos homens. É seguir a Deus, não ao coração. Ser pastor é ser justo. Ser pastor é saber dizer não, quando a emoção manda dizer sim. Ser pastor é ter a consciência de não ser sempre popular, principalmente quando tiver que tomar decisões pesadas e difíceis, e saber também ser humilde quando a bênção de Deus o enaltecer diante do rebanho e diante do mundo. Os erros são nossos, mas a glória é de Deus.
 
Ser pastor é levantar-se quando todos estão dormindo e dormir quando todos estão acordados, socorrendo ao necessitado no horário da necessidade. Ser pastor é não medir esforços pela paz. É pacificar pais e filhos, maridos e esposas, sogros e genros, irmãos e irmãs. Ser pastor é sofrer o dano, o dolo, a injustiça, confiando nAquele que é o galardoador dos que o buscam. Ser pastor é dar a camisa quando lhe pedem a blusa, andar duas milhas quando o obrigam a uma, dar a outra face quando esbofeteado.
 
Ser pastor é estar pronto para a solidão. É manter-se no Santo dos Santos de joelhos prostrados, obtendo a solução para os problemas insolúveis. Ser pastor é não fazer da esposa um saco de pancadas, onde descontar sua fragilidade e cansaço. Ser pastor é ser sacerdote, mantendo sigilo no coração, mantendo em segredo o que precisa continuar sendo segredo, e repartindo com as pessoas certas aquilo que é "repartível".  Ser pastor é muitas vezes não ser convidado para uma festa, não ser informado de uma notícia ou ser deixado de fora de um evento, e ainda assim manter a postura, a educação, o polimento e a compaixão. Ser pastor é ser profeta, tornar o seu púlpito um "assim diz o Senhor", uma tocha flamejante, um facho de luz, uma espada de dois gumes, afiada e afogueada, proclamando aos quatro ventos a salvação e a santificação do povo de Deus.
 
Ser pastor é ser marido e ser pai. É fazer de seu ministério motivo de louvor dentro e fora de casa. É não causar à esposa a sensação de que a igreja é uma amante, uma concorrente, que lhe tira todo o tempo de vida conjugal. Ser pastor é amar aos seus filhos da mesma forma que ensina aos pais cristãos amarem aos seus. É olhar para os olhos de seus filhos e ver o brilho de seus próprios olhos. É preocupar-se menos com o que os outros vão pensar e mais no que os filhos vão aprender, sentir e receber. É ver cada filho crescer, dando a cada um a atenção e o amor necessários. É orgulhar-se de ser pai, alegrar-se por ser esposo, servir de modelo para o povo. E, quando solteiro, tornar a sua castidade e dignidade modelo dos fiéis, enaltecendo ao Senhor, razão de sua vida.
 
Ser pastor é pedir perdão. Se os pastores fossem super-homens, Deus daria a tarefa pastoral aos anjos, mas preferiu fazer de pecadores convertidos os líderes de rebanho, pois, sendo humanos, poderiam mostrar aos demais que é possível ser uma bênção. Mas, quando pecarem, saberem pedir perdão. A humildade é uma chave que abre todas as portas, até as portas emperradas dos corações decepcionados. A humildade pode levar o pastor à exoneração, como prova de nobresa e integridade, como pode fazê-lo retomar seus trabalhos com maior pujança e vigor. Há pecados que põem fim a um ministério e ser pastor é saber quando o tempo acabou. Recomeçar é possível, mas nem sempre. Ser pastor é saber discernir entre ficar ou sair, entre continuar pastor e recolher-se respeitosamente.
Ser pastor é crer quando todos descrêem. Saber esperar com confiança, saber transmitir otimismo e força de vontade. É fazer de seu púlpito um farol gigantesco, sob cuja luz o povo caminha sempre em frente, para cima e em direção a Deus. Ser pastor é ver o lado bom da questão, é vislumbrar uma saída quando todos imaginarem que é o fim do túnel. Ser pastor é contagiar, e não contaminar. Ser pastor é inovar, é renovar, é oferecer-se como sacrifício em prol da vontade de Deus. Ser pastor é fazer o povo caminhar mais feliz, mais contente, é fazer a comunidade acreditar que o impossível é possível, é fazer o triste ser feliz, o cansado tornar-se revigorado, o desesperado ficar confiante e o perdido salvar-se. As guerras não são ganhas com armas, mas com palavras, e as do pastor são as palavras de Deus, portanto, invencíveis.
 
Ser pastor é saber envelhecer com dignidade, sem perder a jovialidade. É ser amigo dos jovens e companheiro dos adultos. Ser pastor é saber contar cada dia do ministério como uma pérola na coroa de sua história. Ser pastor é ser companhia desejada, querida, esperada. É saber calar-se quando o silêncio for a frase mais contundente, e falar quando todos estiverem quietos. Ser pastor é saber viver. Ser pastor é saber morrer.
 
E quando morrer, deixar em sua lápide dizeres indeléveis, que expressem na mente de suas ovelhas o que Paulo quis dizer, quando estava para partir: "combati o bom combate, terminei a carreira, guardei a fé". Ser pastor é falar mesmo depois de morto, como o justo Abel e o seu sangue, através de sua história, de seu exemplo, de seus escritos, de suas gravações. Ser pastor é deixar uma picada na floresta, para que outros venham habitar nas planícies conquistadas para o Reino do Senhor. Ser pastor é fazer com que os filhos e os filhos dos filhos tenham um legado, talvez não de propriedades, dinheiro ou poder político, mas o legado do grande patriarca da família, daquele que viveu e ensinou o que é ser um pastor.
Eu sou pastor.
Obrigado, Senhor!
 

Pr. Wagner Antonio de Araújo


131 - NATAL -UM MILAGRE
 
 
Dezembro. Enfeites nas lojas, luzes coloridas e piscantes, árvores enfeitadas com belas esferas e neve artificial, músicas especiais sobre a noite feliz do Natal. Enfim, de ponta a ponta do universo, exceção feita da janela 10/40 (países onde é proibida a entrada do evangelho de Cristo), o tema de todos é o Natal. Por causa dele há folga trabalhista. Pelo Natal há um pagamento a mais para cada funcionário. Motivados por ele amigos trocam presentes, cartões, cumprimentos e felicitações. Nas igrejas cristãs de todas as denominações há eventos especiais, como cantatas, peças teatrais, recitais, sermões e mensagens alusivas ao assunto. Enfim, é uma época especial na vida de todos. Mesmo daqueles menos afortunados, que também são lembrados por pessoas generosas, que lhes dão presentes,  doces e brinquedos.
 
 

 
Por que o Natal?
 
Será que a razão é Santa Klaus, o velhinho bondoso dos países eslavos, que, ao morrer tornou-se símbolo das crianças, doando anualmente presentes, fabricados no Polo Norte? Será pela árvore de Natal, símbolo pagão, representando a fertilidade dos campos e da vida, costume sincretizado pelos cristãos, adquirindo nova simbologia propícia ao evento?
   
 O Natal é muito mais do que isto. Inicialmente era a data em que se comemorava a festa do Sol. No entanto, ao aumentar o número de cristãos e o poder do bispo de Roma, houve o desejo intenso de aproveitar a data e apagar da memória do povo aquele paganismo, colocando-se um novo tema: o nascimento de Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo, ainda que estudos mais recentes apontem o mês de abril como o verdadeiro aniversário de Jesus Cristo.
 
 

Por que este homem, que viveu numa época longínqua, há 2006 anos exatos (nossos calendários estão 5 anos atrasados!), teve tanta expressão, chegando ao ápice de demarcar a linha do tempo, indicando as datas antes e depois do seu nascimento? Por que ele conquista tanto a atenção e a devoção das pessoas de todos os povos? Por que as pessoas que o seguem são intituladas “cristãs”? O que o faz tão importante assim?
 
Primeiramente porque Jesus Cristo é um ser único. Ele é o Emanuel, nos dizeres de Isaías, que significa “Deus conosco”. Ele é o único ser preexistente, isto é, que não passou a existir quando nasceu, mas existiu sempre, desde que nada ainda havia sido criado. Ele é o Deus-Filho, membro da Santíssima Trindade. Ele é a sabedoria de Deus, a Palavra da Criação, o único que possui em si a eternidade, sem princípio de dias e nem finalização da existência. Como anunciavam as profecias, este Ser Supremo, de inteligência superior à todos os seres viventes, viria como homem, filho de mulher, seria filho de uma virgem e salvaria o povo dos pecados deles.
 
 
 
Ao chegar a plenitude dos tempos, em Belém da Judéia, uma família recebeu-o nos braços: Maria e José, o casal escolhido, receberam dos braços de Deus o Seu Filho bendito. Nasceu Jesus Cristo, concebido sem a participação de José ou de qualquer outro homem. Nasceu o mais sublime ser do universo, amalgamando duas naturezas: a divina, que lhe veio do céu, e a humana, colhida de Maria. O próprio Deus fez-se homem - milagre sui generis ! Tal foi o impacto deste nascimento, que o próprio céu sinalizou, através de uma grande estrela brilhante, que se estabelecera sobre a manjedoura do menino. Com grande impacto entre os entendidos da época, três astrólogos do oriente o descobriram, vindo presentear-lhe valiosos símbolos da majestade: OURO, símbolo da riqueza, INCENSO, símbolo da adoração, e MIRRA, símbolo de sua morte vicária, sepultamento e ressurreição. Até o céu transdimensionou-se à nossa realidade, quando surpreendeu um grupo de pastores próximos, ao realizar uma cantata de Natal angelical, tão emocionante e bela, que deixou atônitos os trabalhadores que a assistiram. Tal evento mexeu com o próprio coração de Herodes que, ao sentir-se ameaçado por um neném nascido rei, mandou matar todos os bebês da região.
 
 

Em segundo lugar, Jesus Cristo é importante porque nos trouxe a mensagem de Deus. Tão deturpada pelos rebeldes judeus hipócritas, a Lei do Senhor estava sendo quebrada com um comportamento falso e legalista. Cristo veio por fim às falsas pregações. Repassou a Lei com a interpretação fiel ao propósito de quem a outorgou, e revelou coisas extraordinárias: mostrou que não é apenas o homicídio que é pecado, mas o amargurar-se contra o próximo ou desejar-lhe o mal; não é apenas o adultério pecado, mas o desejar o cônjuge alheio também; não é apenas o amar os amigos, mas a vontade de Deus é que também se ame os inimigos, e coisas assim. Mostrou o poder da fé na pequenez de um grão de mostarda, demonstrou a emoção e alegria do Pai quando um pecador se arrepende, e anunciou o Reino de Deus dentro de cada um de nós, bem como a volta dEle próprio para eternizar a felicidade entre os seus seguidores. Ao abatido soergueu, ao entristecido alegrou, ao cego deu visão, ao coxo restabeleceu as pernas, ao mudo fez falar, à enlutada devolveu o filho querido, ao pai aflito concedeu o privilégio de ver o menino curado,  aos endemoninhados libertou, aos enganados esclareceu, aos pobres enriqueceu. Viveu pelo próximo, tornando-se pobre e enriquecendo a muitos.
 
 
 
Também comemoramos seu nascimento por ter sido Ele o pagador da dívida da humanidade com Deus. Ao criar-nos, estabeleceu Deus um padrão de comportamento: que fôssemos voluntariamente obedientes. Nossos primeiros pais escolheram a rebeldia, colhendo como fruto disto a morte e a separação eterna do Criador. Este, sentindo o peso de nossa miséria e a nossa total falta de condições para reparar o mal iniciado, verificou que somente Ele, o próprio Deus, tinha condições de pagar a dívida do ser humano. Não havia outra maneira. Sem titubear, o Pai comissionou o Filho para fazer o pagamento: morrer para que o homem pudesse viver. Ser punido para livrar-nos da eterna punição; sofrer para que nós tivéssemos a libertação. Sem titubear, Cristo obedeceu. Em horas amargas, quando a dor dos nossos pecados pesava-lhe às costas, chegou a pedir ao Pai que o livrasse, mas que estava disposto a ir até o fim, fosse esta a Sua vontade. E, de fato, Cristo foi até o fim. Na cruz, tornou-se pecado por nós. Nossos crimes, nossa indiferença, nosso ódio, nossa malícia, nossa hipocrisia, nossas blasfêmias, pesaram sobre Jesus. Ali o Pai, com muito custo, o desamparou, para poder amparar a cada um de nós. Ao consumar em três horas de sofrimento infinito, morreu vitorioso. Sua morte trouxe-nos o pagamento da dívida, que teve por moeda o seu sangue, e que trás, por contrato, uma aceitação de nossa parte deste sacrifício do Filho de Deus.
 
 
 
Jesus, no entanto, é mais que um mártir. Ele venceu a morte. No terceiro dia, quando tudo parecia terminado, a madrugada surpreendeu o mundo, quando a grande pedra circular do seu túmulo na rocha, foi rodada por um anjo e, lá dentro, o seu corpo glorioso recebeu de volta o fôlego da vida, o circular do Seu sangue, o brilhar de Sua mente, o movimentar de seus membros. A morte não pôde contê-lo, pois Ele era o próprio Autor da vida. Tinha poder para dá-la e para recebê-la de volta. Morto, tomou o lugar de cada um de nós na penalidade. Ressuscitado, trouxe à todos a esperança e certeza de que, assim como foi com Ele, será com cada um de nós, que cremos em Seu poder sempiterno. Subiu ao céu vivo, glorioso, anunciando que, em breve voltará, sobre as nuvens do céu, em poder e grande glória, ressuscitando Seus discípulos e transformando os crentes vivos em Sua semelhança.
 
 
Jesus Cristo é fundamental, pois nEle fomos feitos irmãos. Com o racismo a reinar em toda a terra, quando a humanidade se gaba de ser desta ou de outra raça, ou se desconsidera mutuamente, fruto da maldição de Babel, Jesus Cristo veio mudar esta realidade, retirando as barreiras entre nós colocadas, unindo novamente os homens sob Sua presença santa. Em Cristo não há pretos ou brancos, orientais ou ocidentais, ricos ou pobres, desenvolvidos ou subdesenvolvidos, capitalistas ou comunistas, americanos ou afegãos, judeus ou gentios, pobres ou ricos, sábios ou ignorantes, reis ou súditos. Através de Seu Santo Amor uniu-nos em vínculos eternos, amarrando-nos com Seu sublime amor, demonstrado pelo batismo e pela Ceia do Senhor, da qual todos os que nEle crêem participam, numa unidade perfeita. Em Cristo irlandeses fazem as pazes, sérvios e croatas depõem as armas, palestinos e judeus são feitos irmãos, japoneses e coreanos se perdoam, negros e brancos se unem em amor. Uma nova era brilha aos seguidores de Jesus, não uma nova era mundana, feita de símbolos ou ocultismos, mas uma nova era que começa quando nos arrependemos dos pecados e nos entregamos humildemente ao nosso Salvador. Ele, rico eternamente, fez-se pobre por cada um de nós. Ele, Rei dos reis e Senhor dos senhores, cujo céu não pode conter, humilhou-se, tomando a forma de homem, e, como homem, um pobre bebê, que teve a manjedoura por berço, a palha como colchão, e o odor de animais como aroma ambiente. Ali, num berço humilde e improvisado, jazia em seu sono tranqüilo e dócil, o Emanuel, o Filho do Altíssimo.
 
 
Por isso celebramos o Natal. Que o Papai Noel saiba disto. Que as árvores de Natal saibam disto. Que os anjinhos, os perus, os pernis e as saladas de fruta saibam disto, que a primazia e a atenção maior não são eles, mas o verdadeiro aniversariante, o Filho do Deus vivo, Nosso Senhor Jesus Cristo. Este é o verdadeiro sentido e a razão do nosso Natal.
 
 
Feliz Natal!
 
 
Pr. Wagner Antonio de Araújo
pastor da
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP


132 - PESADO FOSTE NA BALANÇA
Márcio era um crente comum. Não abandonava a fé, mas não era um primor na consagração. Frequentava a igreja, mas não era assíduo e nem comprometido com os trabalhos.
 
Certa noite Márcio estava na cama e teve uma visão súbita. Viu escrito na parede com dedos gigantes a seguinte frase: PESADO FOSTE NA BALANÇA E FOSTE ACHADO EM FALTA.
 
Ele sentou-se na cama, esfregou as mãos nos olhos e voltou a olhar na parede: lá estavam, grafadas, em português bem claro, as ditas palavras. Ele estava arrepiado, assustado, quase desesperado. Era domingo e estava amanhecendo.
 
Decidiu buscar ajuda na igreja. Banhou-se, trocou-se, fotografou a parede com a frase e saiu em seu carro rumo à igreja onde era membro.
 
Ao chegar lá deparou-se com portas fechadas.
 
- Como? A igreja fechada no domingo? Não é possível!
 
Ligou para o pastor, que lhe disse: "Irmão, avisamos no boletim da semana passada: 15 dias de férias. Volte no final do mês, certo?"
 
Márcio não acreditava! Como podia a igreja estar de férias?
 
Lembrou-se da igreja do seu tio, ficava próxima. Rumou para lá. Talvez pudessem lhe explicar o que significava PESADO FOSTE NA BALANÇA E FOSTE ACHADO EM FALTA.
 
Estacionou e entrou. Só a secretária e a faxineira.
 
- Onde estão todos?
 
- Em casa - respondeu a secretária. - Só temos cultos à noite, irmão. Podemos ajudar?
 
Márcio estava indignado! Não era possivel isso. Saiu rapidamente e rumou para a Primeira Igreja, essa bem grande e boa, certamente teria gente e pastor disponíveis.
 
Ao chegar no endereço viu uma faixa grande: "ESTAMOS EM RETIRO - VOLTAREMOS NA PRÓXIMA SEMANA!"
 
Márcio agora estava desesperado. Decidiu ligar para pastores conhecidos. Tinha 4.
 
- Márcio, não posso atendê-lo, estou estudando para um concurso público.
 
- Márcio, estou de férias com a família, deixe a dúvida por escrito no SMS e depois lhe explicarei.
 
- Márcio, mande pintar a parede de novo e esqueça isso!
 
- Márcio, não sei do que se trata!
 
Raiva e desespero, temperados por uma indignação profunda. PESADO FOSTE NA BALANÇA E FOSTE ACHADO EM FALTA.
 
- Senhor, por amor do Teu nome, me diga o que é isso! Eu não sei do que se trata! E não tenho a quem recorrer! Tuas igrejas estão fechadas, teus pastores estão ocupados, ninguém para me ensinar ou compartilhar!
 
Nisto ele ouviu bem alto um galo cantando. "CÓ-CÓ-RI-CÓ". Ele ouvia cada vez mais alto. O som ficava muito alto, até que.... ACORDOU! Seu celular com som de galo despertara-o.
 
Tudo não passou de um sonho! Ou melhor, de um pesadelo! Olhou no relógio: oito e meia. Olhou para a parede: nenhum sinal da frase. Correu para a chave bíblica e procurou nas Escrituras se havia algo parecido. Encontrou a frase no livro do profeta Daniel:
 
tequel: Pesado foste na balança, e foste achado em falta. (Dn 5:27)
 
Logo compreendeu o que signifcava. Ele era a pessoa achada em falta! Todas as desculpas que as igrejas e os pastores lhe deram no sonho foram as que ele utilizou ao longo do ano, justificando suas constantes ausências e sua falta de envolvimento nos trabalhos!
 
- Irmãos, estou de férias, volto daqui a quinze dias!
 
- Só posso ir aos cultos da noite, trabalho muito e não tenho tempo para dois compromissos dominicais na igreja.
 
- Vou sair com a família, estou em retiro com amigos!
 
- Não poderei ir aos cultos porque estou estudando para prestar concurso público.
 
- Preciso dar atenção aos meus filhos e família, não posso envolver-me nos compromissos de Escola Bíblica Dominical, coral ou uniões de treinamento.
 
- Não entendo do assunto que está sendo estudado e não tenho vontade de entender. Portanto, não contem comigo!
 
Márcio orou, arrependido. Confessou a sua falta. Pediu perdão. Tomou um banho e tirou o carro da garagem, dirigindo-se à igreja.,
 
Naquela manhã a Escola Bíblica Dominical tinha um novo aluno: Márcio. Ele compreendia agora a importância do compromisso com Deus e com a sua igreja.
 
 E você? Cuidado com a frase: PESADO FOSTE NA BALANÇA E FOSTE ACHADO EM FALTA...
 
Wagner Antonio de Araújo

 
133 MÚSICOS APOSENTADOS
 
Deus não precisa de nós. Ele é auto-suficiente. Mas nos dá a graça de cooperarmos em Sua obra.
 
Pedrinho era um profissional na área de comércio exterior. Converteu-se a Cristo e casou-se com uma pianista. Tornou-se regente e cantor. Servia a Deus com muito amor. Regeu o coral, criou um conjunto masculino, preparava as cantatas. Um dia Karina, sua esposa, discutiu com Natália, pianista. Ambas tocavam os hinos, uma ao piano e outra ao órgão. Resultado: Pedrinho e Karina deixaram a igreja. Foram para outra, onde apenas assistiam ao culto. Os filhos cresceram e foram para uma grande igreja onde jamais tocam, regem ou cantam, exceto no canto congregacional, com todos. Seus dons e talentos foram guardados para usar, quem sabe, um dia, ou nunca mais...
 
Sebastiana e Joaquina, duas irmãs. Ambas estudaram órgão. Seus pais, com muito custo, conseguiram pagar o curso para as duas filhas. A igreja tinha um órgão MINAMI e elas tornaram-se organistas. Que bênção eram! Conseguiam tirar "água de pedra", pois o órgão muitas vezes dava defeito e elas o superavam! Um dia ambas se casaram. Foram para outras igrejas onde já havia organistas. Nunca mais tocaram.
 
Ezequiel era regente de vários corais. Suas apresentações eram monumentais. Só que ele não se dava bem com os pastores e por diversas vezes trocou de congregação. Com todos reconciliou-se. Hoje está numa igreja de 3 mil membros. Reger? Ah, leda ilusão! Numa igreja com esse número de pessoas, apenas contratados tocam ou regem; nunca os leigos!
 
Cinderela era pianista da igreja por décadas. Enquanto a igreja não crescera ela era utilíssima. Um dia a igreja cresceu. Tornou-se moderna e cheia de regras, contratou um ministro de música e organistas pagos, graduados em grandes escolas. Cinderela viu-se esquecida. Ela não era escalada para tocar. Seus dedos, outrora tão úteis, eram agora obsoletos diante de tanta qualidade e requinte exigidos. Foi convidada a aposentar-se da música.
 
Os nomes foram trocados, as histórias são reais. Eu poderia contar outras dez, todas similares. Pais que investiram no curso de música para os filhos, que serviram com amor em suas pequeninas igrejas. Cresceram, casaram-se, trocaram de igreja, buscaram uma de muito conforto e jamais colocaram em prática seus conhecimentos e talentos, outrora tão úteis e importantes!
 
Que tal imaginarmos as igrejas da periferia, aquelas cuja membresia é leiga, é pobre, é limitada, e analisarmos a sua área de música? Geralmente encontramos um ou dois que tocam piano ou órgão, geralmente teclado eletrônico. Não falo de música-barulho, com seus tradicionais e mutantes músicos de época, que aprendem o suficiente para depois irem cantar em outra freguesia (na igreja que pastoreio já vi uma dezena de grupos que aprenderam a tocar e alçaram vôo para igrejas "de palco maior"). Falo de piano, teclado, órgão e o canto congregacional. Falo de regentes de congregação e ensaiadores de coral. Não há corais. Não há organistas. Não há ninguém. Todos os capazes estão congregando em grandes igrejas, sem usar os dons que poderiam transformar pequenas igrejas em excelentes cantadoras e tocadoras de hinos!
 
O que ocorre? Comodismo. Muita preguiça. Queremos uma grande igreja onde ninguém nos cobrará nada. Queremos um lugar onde só nos sentemos, sejamos servidos e saiamos sem compromisso algum. Queremos algo com ar condicionado e estofados, músicos pagos e que não precisem de nós. De fato é muito bom estar num lugar assim. Precisamos apenas nos perguntar: Deus tinha esse plano quando nos permitiu estudar anos de música, anos de ensaio ou de regência? Era para nada todo aquele preparo? Ou só tocamos, regemos ou cantamos para grandes congregações?
 
Muitos não regem ou tocam porque brigaram, saíram descontentes, sentiram-se lesados. Eu pergunto: é justo esse aborrecimento com Deus? Sim, porque de fato quem está sendo cobrado e responsabilizado é Deus, dono das igrejas,  e não a pessoa que cometeu o erro. Os homens brigam e Deus paga a conta, com a ausência dos servos músicos. Seria justo esse comportamento? "NÃO SIRVO MAIS AO SENHOR COM O TALENTO QUE ME DEU PORQUE FIQUEI MAGOADO COM UM IRMÃO". Seria bom lembrar que essa desculpa não servirá no dia do Tribunal de Cristo!
 
Pastores e igrejas cujas congregações cresceram e se modernizaram, lembrem-se: não sepultem os músicos que tanto bem fizeram em épocas passadas! Eles não podem ser esquecidos e nem desligados da realidade da sua igreja. Se não fossem eles não haveria hoje a congregação musicalmente boa que mantém. Eles foram pioneiros. Valorizem-nos!
 
E aqui vai o meu pedido: regentes, músicos, organistas, pianistas, maestros: não sepultem os seus dons. Suas igrejas são boas, estão repletas de músicos que nada fazem. Doe o seu dom. Sirva a Deus numa igrejinha que não tem um regente ou tecladista sequer. Se está se sentindo inútil numa multidão, saiba que será essencial numa igreja simples que não dispõe de gente preparada. Lembre-se: seu preparo, seu dom e seu talento foram conseguidos com muito custo. A aposentadoria não é determinada por você, mas pelo Senhor, quando lhe recolher ou lhe impedir de tocar, reger ou cantar.
 
São reflexões de um pastor de periferia, que é mais um na multidão de pequenas igrejas sem regentes de coral (exceto emprestados)  ou outros músicos com quem dividir a responsabilidade hoje ocupada por ele e por sua esposa.
 
Wagner Antonio de Araújo


 134 - NÃO ME RESTITUA!
 
Uma conhecida canção neopentecostal, gospel e popular diz em seu refrão:
 
RESTITUI  EU QUERO DE VOLTA O QUE É MEU
 
Graças a Deus que Ele não ouve e nem atende a essas frases de falsos louvores.
 
O que é meu por direito, segundo a Bíblia Sagrada, única regra de fé e prática para o verdadeiro crente?
 
O PECADO: Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; (Rm 3:23)
 
O INFERNO - Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte. (Ap 21:8)
 
A PERDIÇÃO: Porque o salário do pecado é a morte... (Rm 6:23)
 
O JUÍZO: E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, (Hb 9:27)
 
Logo, o meu patrimônio original era uma lástima. Herdei o pecado original e desde então não tive patrimônio algum senão a minha própria condenção. Não sou preexistente; portanto, nunca tive nada na eternidade.
 
Jesus encontrou-me assim, possuidor de tanta coisa errada e condenado ao Inferno. Resolveu tratar-me com a Sua graça e compaixão. Tirou de minha alma a condenação, transferindo-a para o Seu Filho, aceitando que o sacrifício que Ele realizou na cruz serviria para pagar o meu pecado. A ressurreição de Jesus mostrou o poder desse sacrifício e sua aceitação pelo Pai. Fui transformado pelo Seu poder.
 
Essa graça me salvou:
Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. (Ef 2:8)
 
Essa graça me redimiu:
O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniqüidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras. (Tt 2:14)
 
Essa graça me justificou:
Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; (Rm 5:1)
 
Essa graça me fez renascer:
Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, (Tt 3:5)
 
Essa graça me transformou:
Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. (2Co 5:17)
 
Essa graça tirou a pena do meu pecado:
Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. (Is 53:5)
 
Essa graça me libertou do poder do pecado:
Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte. (Rm 8:2)
 
Se eu fui atingido por esta graça inefável, JAMAIS a perderei; por isso mesmo será impossível pedir para que Deus a restitua a mim, pois não a mereci nunca e, salvo por Seu amor incondicional, não a perderei jamais (e nem voltarei ao pecado):
 
E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. (Jo 10:28)
Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. (Jo 10:29)
Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti. (Is 49:15)
Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé. (1Jo 5:4)
Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca. (1Jo 5:18)
 
 
Diante de tudo isso, reconhecendo o que a Bíblia diz sobre mim, sobre meu velho patrimônio e sobre a graça do Senhor, eu ainda irei cantar como um enlouquecido, para que Ele restitua o que era meu por direito? Restituir-me o inferno, o pecado, a condenação e a ira?
 
EU NÃO!
Pastores e músicos: cuidado com as heresias e o besteirol das canções que cantam nos cultos ao Senhor. Ele não se agrada de um louvor focado no homem e sem base bíblica. Cuidado com abominações que deixam entrar na Casa de Deus!
 
Cantemos a graça que dá ao homem favor imerecido, não pagamentos por méritos ou restituições de patrimônios antigos!
 
Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos recompensou segundo as nossas iniqüidades. (Sl 103:10)
 
Oremos com fervor:
 
NÃO ME RESTITUA, SENHOR!
NÃO ME TRAGA DE VOLTA O QUE ME PERTENCIA!
ESTOU SATISFEITO COM A TUA GRAÇA
E COM O TRATAMENTO IMERECIDO QUE RECEBO
DE TEU AMOR!
 
Na graça de Jesus,
 
Wagner Antonio de Araújo

135 - DEIXEI O MEU MINISTÉRIO
 
- "Por que você saiu?"
 
- "Porque Deus mandou!"
 
Essa frase é corrosiva para o meu coração. Em nome de Deus obreiros de várias ramificações nas igrejas ou crentes de várias congregações tomam decisões absurdas, impensadas, puramente emocionais, e, depois, colocam a fatura para Deus pagar:
 
- "Não pensei que iria ser assim!"
 
- "Deus está mostrando que o meu tempo aqui terminou!"
 
- "Oh, Deus, por que fizeste isso comigo?"
 
Carlos era membro da igreja. Sua participação era muito importante. A igreja era pequena mas muito unida. Cada pessoa era importante, cada oferta necessária. Havia espaço para trabalhar nos dons que Deus lhe concedera. Tinha esposa e 3 filhos. Um dia a igreja precisou reformar o templo e abrigaram-se num local de pouco espaço. Carlos não pensou duas vezes: disse que Deus estava falando ao seu coração para ir congregar noutra igreja, onde havia melhores condições para os seus filhos. Era uma época de extrema necessidade na igreja, mas Carlos não considerou nada disso. Saíram, abandonando-a. Nem carta de transferência solcitaram. Passaram-se 2 anos. Carlos não congrega mais. Disse que Deus mostrou não ser a outra igreja muito boa e agora estão "ciscando" aqui e ali, sem eira nem beira. E a vida financeira? Bem, essa seguiu o mesmo rumo: sem definição.
 
Astolfo era um músico no Rio Grande do Sul. Estava terminando seus estudos e foi encontrado por uma igreja do Mato Grosso. De formando em música sacra foi consagrado como Ministro de Música. Sua vida financeira deu uma guinada. Não que a igreja lhe desse riquezas; é que ele tinha tão pouco e agora via supridas todas as suas mais urgentes necessidades. Rapaz competente, Astolfo edificou um belíssimo ministério, dando sequência ao trabalho de ministros de música anteriores. Foi projetado nacionalmente. Um dia, sem nenhum constrangimento, Astolfo procura a diretoria e diz que está de saída. Perplexos, os irmãos querem saber o que houve. "Foi a vontade de Deus". O pastor pergunta: "Astolfo, Deus lhe chamou? Por que Ele não nos avisou? Quando fomos lhe buscar no Rio Grande Ele nos mostrou que era da vontade dEle a sua vinda. Como pode ser isso?" Astolfo não quis saber. Atendera ao convite do pastor de outra igreja (convite feito sem que o pastor atual soubesse) e foi embora. O tempo passou. Hoje Astolfo trabalha numa escola; é supervisor de pessoal. O ministério? Deu em nada; Talvez Deus não tenha dado sequência às orientações parciais que dera no início...
 
Um velho pastor capixaba desejava de toda maneira voltar ao ministério pastoral. Foi no norte do Paraná que encontrou uma pequena congregação. À princípio a igreja não queria nenhum pastor, pois sofrera com os cinco últimos. Mas, por causa de indicações preciosas, resolveram aceitar o capixaba. Ele era carismático e em pouco tempo conquistou todo o povo. Implantou séries de pregações bíblicas e fez boas visitas. Então, próximo à apresentação da Cantata de Páscoa, o pastor capixaba veio à diretoria com uma carta de exoneração. Disse que seu filho iria morar e estudar no Espírito Santo e que tinha que ir com ele. Detalhe: o filho tinha 45 anos. A igreja, revoltada, perguntou ao pastor desde quando ele sabia que isso poderia acontecer. A resposta não poderia ser mais desanimadora: "Eu já vim sabendo disso. Só esperava a confirmação. Como não queria ficar parado, decidi encarar o ministério. Mas já que em cinco meses ele conseguiu o necessário, não tenho mais o que fazer por aqui. Abraços e passar bem". Para a igreja, mais um elemento "non grato": sexto pastor a decepcionar o rebanho...
 
Que tristeza! Tudo o que eu escrevi é verdadeiro, apenas troquei nomes, localidades, tempos ou citações. Essas coisas infelizmente acontecem. Elas denigrem o bom nome de Deus! E por que?
 
1) Deus não é Deus de confusão. "Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos" (1Co 14:33). Deus não causa conflito de decisões, não veste um santo para desvestir outro, não cava uma cova para quem vai e outra para quem fica. A vontade de Deus não causa rancor ou priva uns para suprir os outros. Quando é Deus quem fala, ambos ficam felizes e ambos compreendem ser a melhor decisão a ser tomada.
 
2) Deus não é Deus de sim e não, volúvel, volátil, que não planeja."Antes, como Deus é fiel, a nossa palavra para convosco não foi sim e não." (2Co 1:18). O Senhor não confirma a Sua vontade com sinais, com evidências, com paz no meio da igreja, com fatos inequívocos e, quando tudo se estabelece, manda derrubar tudo e construir de novo. Isso seria loucura. Deus não é louco. Deus não permite um longo processo de esclarecimento para depois, com a obra inconclusa, estragar tudo e deixar uma comunidade ou um obreiro lesado. Isso não é atitude de um Deus sábio ou organizado.
 
3) Deus não usa pessoas ou igrejas como trampolim para outras vitórias ou ministérios. Uma igreja ou um ministério não podem servir para lançar ou projetar um obreiro de qualquer área para lesar um trabalho. Isso seria roubar de uma igreja para suprir a outra. Sobre isso diz-nos a Bíblia: "O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância." (Jo 10:10). Igrejas são dEle. Quando Ele precisa de obreiros de um lugar para enviá-los a outro, usa do expediente apostólico: "E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado" (At 13:2). Quando é da vontade de Deus TODOS compreendem e entendem, não apenas os agraciados. Podem ficar tristes com uma saída ou um final de trabalho, mas compreendem que é Deus quem está determinando. Saídas conflitivas em nome de uma suposta vontade de Deus são absurdas.
 
4) Deus não brinca com igrejas ou obreiros. Diz-nos a Escritura: "E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus (Rm 12:2)." A vontade de Deus é BOA, boa para todos. Ela é AGRADÁVEL, não causa estranheza ou revolta. E também é PERFEITA, vê além dos olhos humanos. Ela mostra quando é a hora de CONTINUAR e quando é a hora de PARAR, mas mostra PARA TODOS, não apenas para alguém. E isto pode ser a qualquer tempo, desde um dia a 80 anos, mas tem que ser algo claramente vindo do Senhor, não motivado por convites sedutores, desejo de galgar degraus maiores, encontrar mais conforto ou atalho para sair de provações.
 
5) Temos que ter AMOR PELA IGREJA. A igreja é a NOIVA do Cordeiro, não uma escrava sem valor ou uma estranha de Deus. Precisamos amá-las, respeitá-las, estimá-las, considerá-las, honrá-las. Elas podem ter os defeitos que tiverem, mas se forem igrejas do Senhor (biblicamente consideradas), terão que ser vistas como dignas da mais alta consideração. Algumas pessoas indigestas ou uma diretoria ruim não justificam a desconsideração pela congregação toda. Não podemos lesá-las, abandonando-as como se fossem meras empresas, agências, indústrias ou grupos humanos. Deus nos plantou ali e temos responsabilidades. Quando a questão é doutrinária e irreversível, temos que obedecer a Deus e abandoná-la sim, pois está em jogo uma obediência maior, obediência à Palavra de Deus. Mas quando os conflitos são administrativos ou humanos, precisamos considerar se o que vamos fazer é benéfico só para nós ou será bom para toda a igreja.
 
Eu poderia tecer outros comentários, mas estes já bastam.
 
Estou farto de ver igrejas a sofrer com famílias inteiras que as abandonam, levando consigo os dons, talentos e cooperação financeira para outras que não precisam disso, ou, se precisam, não necessitam desse expediente de lesar a outra em seu próprio benefício. Estou farto de ver pastores, professores de EBD, pregadores, evangelistas, líderes, músicos e ministros de música deixando seu trabalho incompleto em nome de uma suposta vontade de Deus, que é sempre boa para quem recebe e sempre ruim para quem perde, prova inconteste de que não está fundamentada na paz de Deus e na clara convicção de ser a plena vontade do Senhor. E, finalmente, estou farto de ouvir posteriormente a frase: "Deus está mostrando que aqui não é o meu lugar, por isso vou embora". Mostrou para ele mas não para os outros. Mostrou para ele 5 dias depois de chegar. Então que se confesse: "fiz isso da MINHA VONTADE, não segundo a orientação de Deus". Porque Deus não foi culpado pelas atitudes precipitadas que tomamos.
 
Que Deus perdoe os pecados de Seu povo. E que me perdoem os que se sentirem atingidos com o texto. Aborreçam-se comigo, mas reflitam melhor sobre seu trabalho, suas igrejas e suas decisões.
 
Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel em Carapicuíba, São Paulo, Brasil
www.uniaonet.com/bnovas.htm
bnovas@uol.com.br


136 - MATANDO UM GIGANTE POR DIA
 
Qualquer semelhança do título deste artigo com a última pregação do seu pastor não é mera coincidência.
 
A mediocridade dos púlpitos é estarrecedora. Depois que inventaram a internet muitos pastores não fazem outra coisa senão copiar mensagens de auto-ajuda ou de sermonários esfarrapados que conseguem piratear de alguém. Com a invenção do datashow, do pendrive e do laptop então, a pregação deixou de ser PREGAÇÃO para ser PALESTRA com direito a muitos esquemas animados, fotos, figuras, cliparts etc. A prédica é tão pobre que é necessário encontrar elementos pedagógicos-visuais para provocar alguma imaginação, já que o pregador não é capaz de inspirar nada.
 
Os púlpitos estão empobrecidos. Não há mais cuidado algum com o ensino bíblico. Pregadores querem resultados e estes precisam acompanhar a evolução dos interesses de seus públicos alvos, além de buscarem o formato de cursinhos, de palestras motivacionais etc. Resultado: temas repetitivos e cada vez mais pobres, como a terceira passada de café com o mesmo pó:
 
1) Como resolver conflitos familiares
2) As sete chaves para a vitória
3) Os 4 inimigos da alma
4) Como ser vencedor
5) Como transformar o fracasso em vitória
6) Derrubando as muralhas de Jericó
 
Há pregadores que não têm sequer o cuidado de mudar ou adaptar de suas paródias de sermão as questões localizadas, como quando dizem: "quero que saibam que todos os congressistas serão mais que vencedores", pregando num domingo à noite, onde não há nenhum congresso (o pregador original pregou num congresso e o atual esqueceu de tirar essa citação). Os que se dizem reformados ou conservadores, muitas vezes bem intencionados, não fazem mais que repetir esboços de Spurgeon, Edwards, Moody, Wesley, Calvino, Loyd-Jones ou Stott, na maioria das vezes sem adaptá-los à necessidade local, apenas lendo-os ou divagando sobre suas afirmações (que não eram inerrantes, diga-se de passagem).
 
Seminários não estão ensinando os futuros pregadores a pregar. Eles aprendem a falar, aprendem a divagar, aprendem a tecer comentários perigosos sobre teologia, mas não sabem preparar um sermão. Sim, um sermão lógico, com começo, meio e fim. Um sermão com partes inteligentes, que tenha introdução, tópico frasal, desenvolvimento do tema, aplicações e ilustrações e a conclusão necessária. Um sermão que tenha tempo determinado, com partes equilibradas, sem braços longos demais ou pés imensos. Sermões que sejam bíblicos e claros, sejam inteligentes e piedosos, e, principalmente, sejam autênticos, não meras cópias mal feitas de outros pregadores.
 
O que dizer das técnicas vocais e do português usado? Uma lástima! Ou gritam demais, perdem a voz e não conseguem argumentar, ou então tropeçam no plural das palavras, na concordância verbal, na construção das frases. Dias atrás um pregador disse numa rádio de rede: "Precisamos ter fé de Tome, fé de Pedro, fé de Abraão, fé de todo mundo!" Que fedor... Um outro, querendo parecer culto, afirmou: "Porque precisamos falar do evangelho, pois a falácia do evangelho é a razão da igreja..." Falácia significa mentira, não transmissão ou prédica. Um outro ainda afirmou: "Nois qué sermos consagrados pro Espírito Santo nosusá!" Que comecem por consagrar o estudo da língua.
 
Pregbadores não sabem mais diferenciar tipos de sermão. Se não sabem classificá-los, quem dirá montá-los. Sermões textuais, sermões biográficos, sermões expositivos, sermões tópicos, sermões épicos. Não fazem a mínima idéia do que é isso. Para garantirem a superioridade afirmam: "tenho o meu próprio estilo" (leia-se: nenhum...)
 
Quando pastores se unem a sistemas de crescimento de igreja (crescimento mundano, diga-se de passagem, pois o verdadeiro só é proporcionado pela ação do Espírito Santo, e não por técnicas de administração, marketing e entretenimento), daí sim os seus sermões se tornam meros autômatos, papagaios de seus gurus internacionais. O que o presidente do ministério prega no domingo precisa ser repetido em cada igreja associada, em cada rede coligada, em cada pequeno grupo subalterno. O resultado não poderia ser outro: nivelamento por baixo e absoluta incapacidade dos pregadores de produzir sermões novos, frescos, retirados da parreira da comunhão e da devoção pessoal.
 
Os grandes príncipes dos púlpitos, dos tempos áureos em que as tribunas religiosas eram valorizadas como o "assim diz o Senhor" conseguiam fazer um auditório emocionar-se e vibrar, mesmo sem microfones e auto-falantes. Eles sabiam falar, sabiam se expressar, sabiam concatenar as idéias, sabiam construir verdadeiros monumentos da prédica e da retórica cristã. Seus sermões tornaram-se célebres, os antigos conseguem lembrar-se das mensagens setenta ou oitenta anos após a pregação. Seus discursos se transformavam em livros, tamanha era a força de suas argumentações. Igrejas iam com alegria para os cultos, pois sabiam que o alimento seria farto, rico e muito permanente.
 
E hoje? Infelizmente hoje temos paródias, não sermões.
 
"Vire para o seu irmão e diga..."
 
"Hoje o Senhor te quer fazer feliz e não triste, você veio aqui para ser transformado e Deus te dará a vitória que você tanto busca".
 
"Hoje é tempo de unção fresca e chuva serôdia, hoje o Espírito está se derramando. Dê um brado de vitória, igreja!"
 
"Você precisa superar seus medos e conquistar as vitórias que deseja. Sonhe os sonhos de Deus e viva o melhor que nunca sonhou ter".
 
Então vemos o fenômeno da panela cheia, barriga cheia e desnutrição, como acontece com aquelas crianças pobres dos sertões, barrigudas ao extremo e desnutridas também: cheias de massa, mas sem qualquer saúde. Igrejas repletas de gente endinheirada e famosa, sustentando ministérios cujos pregadores só falam asneiras. Mas como não se exige nada além do dinheiro, ficam por ali mesmo, raquíticos na fé, buscando alimentos externos para poder sobreviver. Comem dessas mesas mas a fé está desnutrida, não recebem as porções diárias do ensino bíblico fundamentado. Não é raro buscarem em outros púlpitos um pouquinho de alimento, seja por um cd, por um vídeo ou por uma rádio.
 
Pregadores, reaprendam a pregar! Parem de ser papagaios de Gideões da Última Hora ou de pregadores internacionais! Parem de copiar sermões na internet! Parem de ser preguiçosos, parem de preparar seus sermões no sábado à noite ou num site de esboços! Vocês foram chamados para ensinar a Palavra! Joguem fora seus sites virtuais de construção automática de estudos e peguem seus velhos livros e enciclopédias bíblicas, abram 8 ou 10 versões do texto e construam a mensagem que Deus lhes dá! Dediquem-se ao estudo da Palavra de Deus! Formatem isso com sabedoria, com estrutura lógica, respondam as perguntas básicas (o que, para quem, por que, onde, como, e então?). Fundamentem suas afirmações nas doutrinas bíblicas e recheiem com ilustrações da vida real, para ilustrar os pontos necessários! O povo de Deus confiado aos seus cuidados não pode viver raquítico de boas pregações. Deus lhes colocou como  mensageiros; cumpram o seu papel! Se lhes falta preparo intelectual, há inúmeros livros de homilética (a arte de pregar), comprem um bom livro e aprendam, ou sentem-se com um pastor veterano e experiente e peçam para ele lhes ensinar! Pastores mais experientes têm prazer de compartilhar o conhecimento com os mais jovens!
 
Terminando: foi-se o tempo em que eu, pregador bem novo (14 a 17 anos) queria ser como Billy Graham. Percebi que eu não era Billy Graham. Depois quis ser Timofei Diacov. Eu não era. Depois quis me parecer com Josué Nunes de Lima. Eu não conseguia. Descobri então que Deus me criara como Wagner Antonio de Araújo e queria que eu fosse eu mesmo. Portanto, que eu fizesse o melhor, que preparasse o meu sermão com todas as ferramentas que aprendi ao longo do meu preparo teológico e pós-bacharelado, e certamente contaria com o revestimento do Espírito Santo. E foi isso que fiz. Não sou perfeito, tenho inúmeros defeitos, os quais, localizados e estudados, são abandonados para que possa servir melhor na pregação. O maior prêmio? A certeza de ter feito o possível e o impossível para ser fiel. Os resultados? Só na eternidade saberei. Não me compete saber da eficácia. Basta ser fiel ao chamado. E não me interessa imitar os demais. Não fomos feitos em série. Não há 2 Paulos ou 2 Pedros no Novo Testamento. O Senhor convocou os dois diferentes, como o fez conosco. Cada um cumpriu o seu papel. Tenho que cumprir o meu. E o meu leitor, pregador, deve cumprir o seu.
 
Que tal preparar o seu sermão para amanhã de uma forma melhor hoje? Ore para que Deus lhe dê a sabedoria e apresente sua mensagem como um orvalho refrescante ao povo que irá lhe ouvir amanhã. Não precisamos de muletas, Deus nos deu pernas para usar; não precisamos de sermões industrializados, Deus nos dará a mensagem bíblica para pregar.
 
Bom sermão!
 
Wagner Antonio de Araújo

137 - TEÓLOGOS PARA UM PÚLPITO INCRÉDULO - 10/03/2014
 
Início das aulas naquele seminário protestante. Estamos em São Paulo. O professor assume sua mesa e diz: "Gostaria de saber se aqui ainda há pessoas que crêem na fábula da ressurreição de Cristo. Espero que vocês, bacharéis em processo de mestrado, tenham uma inteligência um pouco superior para não crer em lendas".
 
Um seminário batista no Rio de Janeiro. "Meus irmãos, da turma que comigo começou (mais de 2 dezenas) apenas 2 mantiveram-se fiéis ao Senhor. Entre os meus professores havia budistas e espíritas, além de incrédulos e liberais. Deus me fortaleceu e eu consegui passar pelo processo".
 
Num mestrado teológico do sul do Brasil. "Adão era macho e fêmea em sua origem. Foi apenas na criação de Eva que se repartiu a sexualidade. Assim, ambas são a mesma coisa, pois Deus é macho e fêmea; sem preconceito".
 
Num curso teológico batista do centro oeste do Brasil o professor de história da Igreja Cristã é um padre. Sim, ele, que tem por responsabilidade ensinar a história da Reforma Protestante para futuros ministros evangélicos, é padre por formação e deve obediência ao seu bispo. E vai ajudar pastores a pastorearem!
 
Num curso de teologia em São Paulo: "Dizem por aí que sou universalista. E acho que dei a deixa; é porque eu sou como Deus, que não quer que ninguém se perca. Portanto, acho que sou mesmo universalista".
 
Diante desse festival de excentricidades heréticas a pergunta urge e não quer calar: que púlpito estamos construindo? Será que somos ingênuos ao ponto de acreditarmos que teremos pregadores espirituais e bíblicos com o péssimo ensino teológico que lhes prestamos?
 
Porque o mexer do leite produz manteiga, o espremer do nariz produz sangue; assim o forçar da ira produz contenda (Pv 30:33) Poderíamos completar o pensamento com o texto paulino: Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes. (1Co 15:33)
 
Por mais que não queiramos as denominações cristãs tradicionais estão nos forçando a um posicionamento fundamentalista. Não encontramos mais um ensino ortodoxo e bíblico de qualidade. Somente extremos! Somente absurdos! E não compreendemos o porquê da decadência das igrejas! Nossos púlpitos e templos são entregues nas mãos de calças-curtas despreparados que conduzem as comunidades ao mundanismo e ao pecado. A apostasia está às portas! Dias atrás um pastor distribuiu preservativos aos adolescentes e um outro realizou um festival de louvores com rapazes de cuecas e depois de saias! Transformaram a igreja em entretenimento, e de péssima qualidade. E o púlpito? Inexiste!
 
Na contramão disso tudo lembro do exemplo de um querido colega. Era ele líder em sua igreja e seu pastor o "nomeou" pastor local. Como a igreja desentendeu-se com esse pastor titular, mandou-o embora e convidaram esse meu amigo para pastorear-lhes. Sua eleição pastoral não tinha valor denominacional, pelo que os pastores formaram um concílio e o examinaram. Não foi aprovado. A igreja decidiu que investiria em seu preparo teológico. Havia um pastor deficiente visual em outra cidade que era um mestre em teologia. Enviaram-no para lá. Por sete meses ele teve aulas pessoais com esse mestre. Findo o prazo submeteu-se a outro concílio. Foi aprovado com louvor! Qual foi o método? O método de Cristo, discipulado pastoral! Acredito que estamos voltando a esses tempos. Tempos em que pioneiros como Zachary Taylor, que, na falta de uma instituição teológica no Brasil (ele foi um dos fundadores do trabalho batista em nossa terra) passou a dar aulas teológicas aos vocacionados. Garanto que passar um mês recebendo aulas desse mestre me daria maior conteúdo do que um doutorado moderno. E me incentivaria a continuar firme na fé, sem liberalismos ou heresias.
 
É preciso repensar o ensino teológico de nossos vocacionados. A escola, no formato em que está, secularizou-se, profissionalizou-se e corrompeu-se. O ensino teológico tornou-se mera teologia filosófica especulativa, sem qualquer fé ou transcedentarismo. O modelo não está funcionando em favor do púlpito. Há exceções, mas são tão caras e distantes geograficamente, que tornam inviável um bom ensino bíblico para alguns. É preciso pensar em preparar artesanalmente os vocacionados para o ministério. Ainda que não todo o curso, mas grande parte. É preciso voltar ao "plano mestre", nos dizeres de Coleman. E Jesus sabia formar líderes. Por três anos ele preparou os primeiros pastores da Sua igreja!
 
Que Deus tenha misericórdia da próxima geração de nossos púlpitos. Que os nossos pregadores creiam na ressurreição de Cristo!
 
Wagner Antonio de Araújo

138. ) CLAMORES DA ALMA
 
 
 
Quando as nuvens densas cobrirem o azul celeste,
Quando o frio e o vento soprarem sem dó sobre ti,
Ergue ao alto o olhar, pensa bem: é um teste!
Deixa a dor, o temor, o pavor bem ali!
 
Sim, ali, naquele Gólgota de dor e amargura,
Onde Cristo Senhor sofreu, suou e gemeu,
Bem ali, onde Ele ofertou-se em ternura,
Pode tua alma nutrir-se do amor do Galileu.
 
Amor pelo Pai, que o enviara e com Ele seguia,
Amor pelos homens,  ovelhas perdidas sem rumo,
Amor que tornou-o herói, cuja estrela luzia,
Aclarando as densas trevas do mundo!
 
Olha teu céu, que não é tão escuro e tão denso,
Sinta o vento, que não é tão insuportável assim.
Nas tempestades da vida sob sofrimento intenso
É que a fé alcança a sua maturidade, enfim!
 
Cristo não está no Cálvário de dor e morte,
Jesus não continua no Gólgota da expiação.
Sua morte lhe deu vida mais forte,
Sua morte deu-lhe a vitória da ressurreição!
 
Quem passa pela tempestade olhando para Jesus,
Suportando com paciência a luta atroz,
Poderá ganhar uma coroa em lugar da cruz
E receberá a vitória após a provação feroz
 
Então as horas, que hoje passam vagarosas
Tornando intenso o sofrimento do coração,
Correrão velozes pelas alegrias fulgurosas
No pleno gozo do incalculável galardão!
 
Por isso corre, e depõe a dor aos pés do Salvador,
Abre a alma e oferece a Deus o direito de governar.
Ele é sábio, conhece o futuro e põe fim à dor,
É capaz de erguer o enfermo e ao morto ressuscitar!
 
E ainda que não faça, do jeito que tu desejarias,
Confia nAquele que é Senhor de toda a História.
Ele sabe decidir melhor do que farias
E colocar teus pés no rumo da vitória!
 
Wagner Antonio de Araújo
19/03/2014

139. ) HUMOR SEM TEMOR
É TUMOR
 
É incrível como o mundo do humor mundial, após a década de 70, circula pelo satanismo aberto, levando a todos um entretenimento maculado pela quebra de valores morais que o Criador estabeleceu: honradez, decência, pudor, respeito ao próximo, zelo pela educação infantil, dignidade e caráter. Foi-se o tempo em que humor significava banalidade, risos de situações pitorescas, coisas engraçadas do dia a dia, paródias cômicas ou críticas bem humoradas de personalidades.
 
O chamado humor nestes dias próximos à volta de Cristo é um espetáculo de crueldade, de preconceito, de indecência, de linguagem imprópria a pessoas dignas, de consideração. Aliás, os humoristas são declaradamente fanáticos pelo dinheiro, ofertando-se a quem pagar mais, desrespeitando equipes, contratos, bandeiras, amizades. "Humor é 'business', meu caro". Sim, humor não é humor, humor é negócio! E isto não é piada!
 
Os "entretenedores" da meia-noite no Brasil estão brigando pelas fatias de mercado. Trocaram canais, trocaram equipes, traíram parceiros, receberam fortunas e todos seguem rumo ao lucro e à fama. Não há nada mais importante para eles. Do lado dos que assistem (pobres vítimas do marasmo da meia-noite), fartam-se cada dia mais do esterco humano impiedoso, servido com requintes de pornografia, linguagem chula e desrespeito ao ser humano. Aos poucos a guarda interior do bom senso e o discernimento do erro vão cedendo, como a boca que entorta pelo uso do cachimbo, e os limites do aceitável tornam-se amplos e irreparáveis. Nada surpreende mais. Xingar, mentir, acusar, zombar, irritar, enganar, tornam-se humor. Faz parte do gnosticismo moderno: esvaziar os termos com conteúdos absolutamente pagãos e desvirtuados.
 
As brigas das tvs, dos humoristas e das equipes tornam-se um "reality show" à parte. Todos querem saber o que o chefe da japonesa disse sobre sua saída do programa. Em contrapartida, querem ver qual a reação dela diante disso. No outro caso, o humorista gaúcho, expulso por piada cruel dita a pessoa imprópria (isto é, que tinha poder econômico no sistema), (porque piadas piores ditas a pessoas frágeis sempre foram admitidas) foi convocado para substituir o outro humorista do ABC, que trocou de canal. Isto é, as brigas entre eles e seus reatamentos fazem parte do espetáculo que todos gostam de ver: quem irá passar a perna em quem; quem voltará e tomará o lugar de quem, quem dobrará de salário. É o inatingível do populacho, idealizado em seus ídolos virtuais: é como se o salário fosse para o espectador, uma ilusão fugaz.
 
Isto não é um fenômeno brasileiro. É algo mundial, estabelecido após os anos 70 com o avanço da proximidade do retorno do Senhor Jesus. Satanás sabe que seu tempo é curto e está se valendo dos descobrimentos tecnológicos dos humanos, tomando a direção e o império da mídia, através de seus principados e potestades, o primeiro escalão no império de Apoliom. Sua tática é certa: estender os tentáculos dentro dos olhos, ouvidos, mentes e bocas de cada humano, mediante a conexão universal de seus valores anti-humanos, anti-bíblicos. Isto ele faz com a mídia dominada: imprime através do humor desqualificado toda a quebra de defesa moral. Não apenas no humor, mas em tudo: torna-nos mansos ante os ataques da violência, mostrando com naturalidade decapitações, tiros, esquartejamentos, fuzilamentos, filmes didáticos sobre como usar drogas, como se prostituir, como ser pederasta ou homossexual, como burlar a lei, como enganar multidões através da mentira. Ensina que é mais fácil prostituir-se e ter 10 filhos, conseguindo uma renda do governo por cada um deles, do que ser honrada e dignificar-se com uma família equilibrada. Satanás passa a idéia de que um analfabeto atrás de uma bola de futebol é muito mais valioso que um estudante idealista que nunca verá um salário condigno. É mais honrado ficar pelada, se for mulher, ou tornar-se gay, se for homem, conseguindo um programa de entretenimento e contratos para morar na Europa.
 
A atual geração é formada pelo pedagogo das profundezas, Satanás. Ele tem sido convidado a substituir os pais na educação dos filhos. Cada vez que pais confiam na TV, no videogame, na escola, na creche ou na internet aquilo que deveriam fazer como pais, isto é, EDUCAR, GERAR VALORES, PRINCÍPIOS, estão entregando os filhos a Satanás. Mulheres que antes cumpriam a sua missão de MÃES, formando os seus filhos como prioridade de vida, agora não estão mais em casa, seja por necessidade ou por opção, e seus filhos perderam a mão que embala o berço, que antes governava o mundo. Hoje Satanás embala o berço com a tecnologia substitutiva. E já governa o mundo! Os homens, os antigos PAIS, que tinham a sagrada missão de imprimir em seus lares a lei e a direção, a honradez e o sustento, a disciplina e o galardão, tornaram-se frágeis, perderam o sentido de existir e já estão sendo apontados como obsoletos, pois em nada contribuem além do material genético. Até nisto estão tentando burlar a Natureza.
 
Bem-vindos ao mundo que se prepara para a Grande Tribulação! O cenário está quase pronto, faltando apenas pequenos detalhes. Os políticos criam as brigas e os jovens terão que morrer em campos de batalha. Pastores corruptos servem a Mamom e os analfabetos em bíblia os seguem como um grande e extenso rebanho de acéfalos espirituais. Como o senso de discernimento está quebrado, qualquer coisa serve, desde que possa proporcionar DINHEIRO, FAMA, PODER, SEXO, DIVERSÃO E SEGURANÇA. Qualquer deus serve. E se o mundo gospel possui uma igreja para cada freguês, e se seus chefes prometem prosperidade, devem estar certos. Um deus gospel qualquer serve.
 
E ainda nos surpreendemos com a Natureza em agonia! Dizemos comumente que as tragédias climatológicas são fruto do desmatamento e do mau uso do planeta. Isto é apenas metade da verdade. Existe outra coisa que a afeta veementemente: o pecado das nações. Quando vemos o Acre debaixo dágua, o Pará e Roraima com queimadas estonteantes, o Sudeste com suas principais represas secando sem parar, as abelhas desaparecendo das florestas, temos que atentar para um outro motivo: punição divina. Sim, por mais que se pense ter nisso crendice primitiva. Há um Deus no Céu, um Ser pessoal, que pune e disciplina com autoridade. Seus avisos são longos, extensos e claros: a Terra sofre com o pecado do povo. Foi assim com a humanidade primitiva, quando Noé alcançou graça da parte do Criador. E está sendo assim hoje, sem dúvida nenhuma. Quando olharmos o barro seco na represa da Cantareira, lembremo-nos das oferendas aos espíritos nas águas das praias do Brasil. Lembremo-nos dos bordéis a céu aberto no Carnaval. Lembremo-nos do dinheiro desviado pelos políticos, mantendo idosos e crianças na penúria e gastando a fortuna com a orgia, com mansões, viagens e drogas. Lembremo-nos do Dia do Senhor, já nem obedecido pelo chamado povo crente. Lembremo-nos das mãos dadas com a idolatria e com o espiritismo, com reuniões de louvores unificados. Lembremo-nos da fé nominal dos cristãos e das igrejas apóstatas que transformaram os seus cultos em entretenimento, típico dos humorismos televisivos.
 
Acaso é contra os rios, Senhor, que estás irado? É contra os ribeiros a tua ira, ou contra o mar o teu furor, visto que andas montado sobre os teus cavalos, e nos teus carros de salvação? (Hc 3:8)
Eu também andarei contrariamente para convosco, e eu, eu mesmo, vos ferirei sete vezes mais por causa dos vossos pecados. (Lv 26:24)
Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. (Rm 8:22)
 
É hora de separar quem é do Senhor e quem não é. E tal separação tem que surgir na atitude de cada um de nós. Basta de hipocrisia e simulação. Ou somos ou não somos do Senhor. Ou deixamos o mundo ou que mergulhemos nele como fiéis súditos do Inferno. Não podemos servir a dois senhores! É por coxearmos entre dois senhores que o evangelho perdeu seu sal e perdeu sua luz. Até o governo quer legislar sobre o que um pastor deve aprender e ensinar, conferindo aos teólogos diplomas reconhecidos e aceitos. Ai de nós, quando o mundo se torna nosso parceiro! É sinal de que não incomodamos mais, não protestamos mais, não impedimos mais o avanço do mal e do pecado! Quando o Diabo é nosso parceiro já deixamos de servir a Deus!
 
O humor é bom, mas o humor que parte de uma alma tranquila que ri o riso da criança, a banalidade da brincadeira que não ofende, a simplicidade e a ingenuidade de cada um. E bem sabemos que o que está aí não é humor, mas TUMOR. E tumor cancerígeno, destruindo todas as artérias e órgãos que mantém o homem um ser social. O humor nojento de hoje está apagando os últimos resquícios da imagem de Deus nesta criatura. Não devemos nos associar a isso.
 
A santidade cristã começa aqui:
 
E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. (2Cr 7:14)
 
Comecemos hoje!
 
Wagner Antonio de Araújo
20/03/2014

152- DEUS Sonha?
Deus não sonha. Deus é soberano; assim, quando Ele quer, Ele faz. Ele não fica desejando, cheio de esperanças. Sonhos são desejos que podem ou não ser atingidos; Deus não está restrito a essa humanidade.
Sua vontade é soberana.
Do jeito que Ele determina, acontece.
No instante em que Ele decretou, tudo se fez. Sonhar é humano.
Assim, é errado dizer OS SONHOS DE DEUS.
O correto é A VONTADE SOBERANA DE DEUS.
Uma outra coisa: utiliza-se isso para falar sobre prosperidade, cura, milagres, fenômenos. Mas isso não prova que Deus irá fazer o que EU desejo ou algo que seja miraculoso. Isso é um desejo MEU, não dEle. Pode ser que Deus não vá fazer nada com relação ao que eu espero; e Ele não deixará de ser Deus por isso.
A música gospel de consumo, como muitas, que declaram "Os Sonhos de Deus", não está fundamentada nas revelações da Palavra de Deus, mas no que o povo incauto e os líderes religiosos falsificados costumam ensinar.
São poemas mentirosos. Assim, deixar as pessoas cheias de esperança, cheias de expectativas boas é o que realmente vende.
Por isso essa enxurrada de músicas e pregações sobre "Os Sonhos de Deus". Deus NÃO SONHA NUNCA.
No dia em que Deus sonhar, terá deixado de ser Deus, pois desejou e não realizou.
Além disso Deus nunca dorme.
Portanto, Ele nunca sonhará. Quem sonha sou eu.
O resto é balela.
Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel em Carapicuíba, São Paulo, Brasil 23/02/2015

153 - ORAÇÃO VERDADEIRA
Era um culto onde se celebrava a Ceia do Senhor. Enquanto cantávamos e ouviamos as palavras, a jovem Glair orava intimamente, no seu banco, com a mão sobre a testa e o cotovelo apoiado no joelho, num ato de contrição e ternura, com os olhos lacrimejando.
Eu, um novo convertido, vi naquela cena a autêntica comunhão com Deus.
Marcou de tal forma a minha vida que hoje, 35 anos depois, a relembro com emoção. Mas a realidade é que a maioria de nós vive uma farsa em sua comunhão com Deus.
Ora como se fosse uma máquina, só para cumprir o compromisso e deixar a consciência tranquila.
E ora pouco, porque não vê nem resultado e nem sente absolutamente nada. De vez em quando um despertamento num culto, ou um rápido quebrantamento por causa de alguma experiência, mas tudo volta à estaca zero novamente.
Vida de oração é mais que isso!
Orar é mais que passar tempo balbuciando palavras mágicas ou desejos nunca satisfeitos
. Orar é mais que fingir comunhão.
Orar é penetrar nas profundezas do mundo espiritual, numa busca autêntica da presença do Todo-Poderoso que, mesmo sendo grandioso, comunga com Suas criaturas que se apresentam contritas e quebrantadas.
Ele diz que nós o encontraremos quando o buscarmos de todo o nosso coração.
Assim, para que a nossa oração neste dia tenha algum valor, tem que ser especial.
Tem que ter um tempo dedicado.
Deve ser feita em nome de Jesus, pois é Ele o único caminho para o Pai e para a comunhão com Deus. Tem que ser íntima, de coração, sem palavras decoradas ou clichês inóquos.
Pode ser de um minuto ou de uma hora, mas tem que ser de coração.
Tem que buscar a glória de Deus e não a sua própria glória.
Tem que ser submissa à vontade de Deus e não obrigar Deus a fazer a sua própria vontade.
Tem que apresentar o próximo em intercessão amorosa e não apenas os problemas pessoais.
E tem que ser acompanhada de fé, de crença, pois sem fé é impossível agradar a Deus.
Que a oração deste dia atinja o coração de Deus e mova o nosso coração para uma comunhão viva e verdadeira.
Wagner Antonio de Araújo

154 - CLAMA A MIM!
"Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes. "(Jr 33:3) Nas horas difíceis, quando olhamos ao redor e não vemos saídas, o profeta nos revela a voz do Senhor: "Clama a mim". Sim, ao invés de clamar ao vento, reclamando a sorte, ou de reclamar ao próximo o desespero existente, ou ao "plano B", confiando em ídolos ou pessoas que não podem trazer nenhuma solução, Deus diz: "clama a mim".
E o que acontecerá se o fizermos?
Diz Deus: "anunciar-te-ei coisas grandes". Deus dará por resposta aos clamores legítimos que a Ele fizermos um anúncio de grandes coisas.
Não pequenas, mas grandes. E que coisas seriam? Certamente o anúncio de que Ele tem um plano perfeito para cada um de nós; que a história não está nas mãos do inimigo; que os contratempos não podem impedir a Sua soberania e que ao final Ele vencerá! "coisas grandes e firmes", completa Deus.
Não apenas grandiosas, mas duradouras, eternas, profundas, consistentes.
Não coisas passageiras, temporárias, desvanescentes.
O plano de Deus é grande e firme, para toda a eternidade. "Coisas que não sabes". Claro, se soubéssemos não estaríamos aflitos
. Conhecer o Deus a quem servimos e o Seu eterno propósito para o mundo e para nós traz paz, descanso, sabedoria, serenidade, segurança e absoluto controle da situação.
O conhecimento gera contentamento. Saber a vontade de Deus nos estabiliza no rumo certo, no caminho certo, na segurança da vitória certa. Ainda que temporariamente soframos provações.
Ainda que no presente tenhamos angústias. "Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada." (Rm 8:18) E mais: no presente também há bênçãos no caminho: "O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus." (Fp 4:19). Assim, clamemos ao Senhor com confiança.
Ele nos responderá, anunciando a Sua eterna e gloriosa vontade, enriquecendo-nos de paz, de fé, de conhecimento e da certeza da vitória.
Wagner Antonio de Araújo 21/10/2014

155 - ACABOU! "
- Eu quero ser fiel ao meu Deus e santificar a minha vida; quero dizer não às coisas que a Palavra de Deus diz para não fazer, e sim às orientações do Senhor!
ACABOU!
- Eu não quero deixar de congregar com os meus irmãos, quero priorizar o Reino de Deus; não quero perder os domingos, nem tampouco as chances de cantar, de ensinar, de usar os dons e talentos que Ele me concedeu!
ACABOU!
- Quero falar do amor de Cristo! Quero compartilhar a salvação com os meus vizinhos, amigos, colegas, parentes! Não vou reter o plano da salvação, serei um semeador de boas-novas!
ACABOU!
- Não vou deixar o coração magoado; sei que me feriram, mas vou perdoar os meus inimigos; vou buscar reaproximar-me daqueles que eu também magoei e a comunhão será restaurada!
ACABOU!
- Vou dizer ao meu filho que o amo, que ele é a coisa mais maravilhosa que me aconteceu! Direi à minha esposa que sou bem-aventurado por tê-la como companheira! Vou dizer aos meus pais o quanto sou grato por eles terem cuidado de mim por anos a fio!
ACABOU!
- Vou pensar mais no testemunho! Sei que não fui fiel e nem correto, mas quero mostrar ao Senhor que o amo e ao mundo que respeito a Palavra de Deus; irei evitar o pecado e buscar testemunhar de Cristo em cada um dos meus afazeres diários!
ACABOU!
- Chega de querer ficar rico! Eu quero é ser o que Deus quer que eu seja: um homem honesto, correto, digno, que serve com dedicação na área em que me encontro; não quero viver a reclamar ou a sonhar bobagens; não quero viver uma utopia, mas uma doce e maravilhosa realidade presente!
ACABOU!
- Acabou? Por que? PORQUE VOCÊ MORREU.
ACABOU O SEU TEMPO. - Mas isso não é justo! Eu não estava preparado! Não está certo ceifar-me tão abruptamente! Eu nem estou tão mal de saúde! Por favor, só mais um tempinho! Prometo que .... hei!..... socorro!... ..." "Prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus. (Am 4:12) Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. (Ec 3:1) "Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?" (Lc 12:20).
Leitor: para você o tempo ainda NÃO ACABOU. Procure a Deus ainda hoje. Ainda é tempo.
Wagner Antonio de Araújo 24/02/2015

140 - A METRALHADORA DE JEOVÁ (236 ) 26/08/2015
Uma paródia maldita, chamada de louvor do tipo "reteté", cujo título é A METRALHADORA DE JEOVÁ, tornou-se viral na internet. Centenas de paródias, refilmagens, dublagens e piadas têm sido publicadas e o nome JEOVÁ transformou-se em termo de piadas. Falar sobre o "reteté" eu já falei.
Aliás, fui o primeiro apologista a abordar o tema, no estudo MACUMBA EVANGÉLICA, há alguns anos.
O fenômeno do sincretismo religioso invadiu as igrejas protestantes e transformou-as em centros de diversão publica, de mistura afro-veda-nórdico-cultural, tornando-a uma versão moderna da idolatria greco-romana, que fazia de seus deuses homens grandes e poderosos, de defeitos igualmente avolumados. Só que agora conseguiram transformar o santo nome de Deus em termo de humor e macumba.
Deus foi travestido com toda a imbecilidade humana, feito um pateta raivoso que metralha os inimigos.
Não sabemos realmente se a pronúncia do Santo Nome de Deus é JEOVÁ.
Só nos chegaram as consoantes; as vogais não foram registradas pelos antigos hebreus. Pode ser JEOVÁ, JAVÉ, IEHOWAH ou outra pronúncia. Alguns judaizantes acreditam que fazem reverência quando escrevem DEUS como D'US, sem colocar o E.
Não importa. Essas transliterações referem-se ao SANTO NOME DE DEUS, de cuja menção se encontra a seguinte Lei Divina: Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão. (Ex 20:7).
E o que seria EM VÃO?
Tomá-lo em vão é usá-lo à toa. Brincar com o nome do Senhor ou transformá-lo em mera expressão idiomática do quotidiano.
Nessa classificação encontra-se tudo o que se refere ao nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
É comum expressões coloquiais na boca de crentes e carismáticos católicos, usando em vão o nome de Deus: "O sangue de Jesus tem poder"; "Ai, Jeová!"; "Tá amarrado em nome de Jesus!"; "Tá ligado pelo nome de Jesus!"; "Pega ele, Jeová!"; "Meu Jesus Cristinho" etc.
E agora, com a versão de macumba do reino do evangeliquês, surge a pérola desses pregadores engomadinhos, desses cantores mentirosos e pilantras do reteté de "jesuis":
A METRALHADORA DE JEOVÁ.
Começou a chamar atenção com o grande sucesso "VAI SER COMIDO DE BICHO". E então, com a anuência dos falsos ministros religiosos, que de evangélicos só têm o nome, descambaram para transformar o que era LOUVOR em ENTRETENIMENTO SINCRETISTA. Foi-se o tempo em que dizíamos que os católicos misturavam macumba com o evangelho.
Os falsos crentes superaram em muito! Fank carioca, aché da Bahia, a música do norte amazonense, os chotes gaúchos, o caipirês do sudeste, tudo misturado com o entretenimento.
O louvor a Deus perdeu a decência, perdeu a reverência, perdeu sua contemplação e canal com o Infinito. Virou música de consumo. E a pedra dos Dez Mandamentos continua a clamar: NÃO TOMARÁS O NOME DO SENHOR TEU DEUS EM VÃO.
Mandamento que não terminou na Era da Graça, pois DEUS, O SENHOR, NÃO MUDA.
O que para Ele era afronta, desrespeito, abominação, continua a sê-lo. E a consequência mantém-se: DEUS NÃO TERÁ POR INOCENTE AQUELE QUE TOMAR O SEU SANTO NOME EM VÃO.
Se antes estava cravado pelo dedo de Deus em pedras, agora está registrado nos corações dos verdadeiramente convertidos, que não admitem e não aceitam essa brincadeira e zombaria com o nome do Senhor. Por isso muito cuidado: seu entretenimento, cristão ou não, que faz os atores a exclamarem "meu Deus", "Jesus Cristo", "O sangue de Jesus" à toa, que fingem orações que não existem, os humoristas-gospel que entalam os canais midiáticos com suas paródias grosseiras que já perderam o respeito com a Palavra de Deus, sim, o seu entretenimento, assistido passivamente com concordância, torna você UM CÚMPLICE e, consequentemente, enquadrado no mesmo desagrado do Senhor.
Para terminar: os escribas hebreus tomavam banho e usavam outra pena ou instrumento cada vez que iam escrever o Santo Nome do Senhor. Satanás transformou, ao longo do tempo, a reverência antiga em intimidade desrespeitosa, e hoje fabricam cuecas e calcinhas com o nome de Deus. Cuidado!
Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. (Gl 6:7) Jeová não usa metralhadora. Ele não precisa. Sua Palavra e Seu Nome são suficientes.
Temamos-Lhe o Nome e não ousemos contra a Santidade dEle!
Porque no dia em que Ele trouxer à juízo o uso indevido do Seu Santo Nome, muita gente irá experimentar a amargura de seus atos impensados.
Wagner Antonio de Araújo 26/08/2015
 

141 - MATAR GENTE & SALVAR PORCOS- 26/08/2015 (235)

Este tempo confuso, beirando a grande apostasia e a grande tribulação apresenta-nos uma imagem da decadência dos seres humanos em sua agressão ao Criador: parecemo-nos com a descrição dos tempos pré-diluvianos: E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. (Gn 6:5)
Em São Paulo, ontem, 25 de agosto de 2015, um caminhão contendo 110 porcos que iam para o abate tombou.
No afã de erguê-lo com um trator, a caçamba caiu sobre os animais, ferindo vários deles. Foi muito triste.
Imediatamente um enorme grupo de direitos dos animais invadiu a pista, defendeu os suínos, levantou R$63.000,00 numa campanha e proporcionou um sítio onde os animais viverão bem para o resto da vida.
Eram porcos que iam para o abate, transformaram-se em "porcos abandonados".
Dificilmente se vê tamanho empenho social por uma criança abandonada ou por uma mãe que sofre necessidades; quase nunca um governante sente qualquer peso de consciência por tratar a população como manada de suínos nos hospitais e postos de atendimento do SUS.
Mas os porcos comovem mais do que ser
es humanos! Não faltaram os discursadores do "sofrimento do porco ante a crueldade humana". Mas não se vê ou se escuta um só governante ou uma rede social que chore ou lamente que uma mãe aguarde 3 MESES UMA CONSULTA PEDIÁTRICA POR UM FILHO SOFREDOR!
Nos Estados Unidos uma jornalista e um cinegrafista faziam uma entrevista para um jornal matinal.
Um colega de profissão, que se sentia agredido emocional e racialmente pelos colegas, aproxima-se da entrevista, exibe um revólver (e ninguém da redação ou dos telespectadores denuncia ou avisa imediatamente às autoridades!), espera o bom momento e descarrega sua arma na jornalista e no cinegrafista.
Num país onde comprar armas é tão fácil quanto comprar café, não demora nada até aparecer um louco que anda de mal da vida para fazer essas coisas.
Matou a jornalista, matou o cinegrafista, filmou e postou nas redes sociais.
A comoção será momentânea e institucionalizada: uma nota presidencial, um culto fúnebre transmitido pela CNN, alguns debates sobre armas e tudo ficará esquecido.
No mesmo dia outra tonelada de revólveres será vendida nas lojas da esquina e novos loucos matarão outros inocentes.
Porcos sobreviventes terão proteção, mas pessoas morrerão e nada se fará por isso. Hoje gasta-se mais para dar banho num cachorro e penteá-lo do que suprir de leite e remédio uma criança desamparada.
Em São Paulo investe-se em ciclovias ridículas e sem projeto e esquece-se dos córregos e esgotos a céu aberto, bem como do policiamento periférico.
Ciclovias dão fama e geram notícias (que prefeito prá-frentex, que herói, combatente contra a falta de mobilidade urbana!)
Nossos valores estão absolutamente invertidos.
Trocamos os valores humanos pelos valores midiáticos, preferimos a manchete e desprezamos os fundamentos de longo prazo.
Celebramos uma ciclovia ridícula por R$600.000.000,00 e não lamentamos as creches, hospitais e encanamento de esgotos que perderam verbas! Não planejamos nada, nem a nível de governo, nem a nível de sociedade, nem a nível familiar, nem à nível de igreja.
Tudo é momentâneo, tudo é reativo, tudo é remediado e não preventivo.
Tempos difíceis. Tempos de amadorismo para a vida, tempos sem planejamento!
A geração que criamos fotografa um acidentado agonizando, filma um tiroteio, posta um pedido de socorro como top de um youtube ou um twitter, mas não é capaz de solidarizar-se ou de colocar-se no lugar do outro, amando-o, socorrendo-o, fazendo algo por ele (há inúmeros vídeos onde a pessoa filma o agonizante até o último suspiro, sem fazer absolutamente nada por ele!).
Choramos muito mais pelos rostinhos lindos dos bichinhos do que pelo rosto feio e ferido do garoto abandonado.
Para estes dedicamos um chiqueiro chamado CASA, não punimos os criminosos (capazes de votar, de casar, mas considerados irresponsáveis para pagar pelos crimes) e fazemos campanhas televisivas para arrecadar dinheiro e criar ridículas casas onde aprenderão tocar bumbo e dançar capoeira.
Que cultura! Para os animais compramos fazendas e lhes damos o paraíso que não temos.
Os valores de longo prazo de que a sociedade carece, que são a educação verdadeira, o exemplo, o ensino, a experiência, o equilíbrio, o cultivo da cultura, a educação continuada e de qualidade, esses tornaram-se opcionais faz tempo!
Bem profetizou Isaías, o profeta, sobre o nosso tempo: Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo! (Is 5:20).
O Apóstolo Pedro afirmou: Sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências, (2Pe 3:3).
E Cristo categoricamente declarou: Digo-vos: Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra? (Lc 18:8); e: E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará. (Mt 24:12) Para terminar: amo os animais.
Quico, João Grandão, Nina e Pollyana são animais habitantes do meu lar.
Mas eles não ofuscam os cuidados que tenho para com minha esposa, irmã adotiva e filha.
Quem teme a Deus cuida bem de seus animais.
Mas quem teme a Deus zela pelo próximo e investe em gente e na proporção que gente precisa receber.
Assim, lamento o acidente dos suínos, mas choro (e muito!) por mais um louco que matou pessoas com a facilidade do manuseio de uma arma.
A vida humana não pode ser tratada dessa forma!
Chega de chacinas.
E que façamos "vaquinhas" para ajudar gente que sofre também!
Wagner Antonio de Araújo 26/08/2015


142 - DUAS FACES - 25/08/2015 (233)
"Igrejado", porém, perdido - é o famoso joio no meio do trigo.
Gente acostumada com a vida eclesiástica. São fãs de trabalhos, louvores, retiros, lazer, eventos, torneios, festas, mas desconhecem completamente o que seja "conversão".
Sentem-se acima dos pobres mortais, absolutamente predestinados ao Céu, sem o menor pejo de viverem de forma ambiciosa e egoísta. Sentem-se ameaçados quando visitantes invadem o espaço da congregação.
Amam a obra de Deus, só não conhecem o Deus da obra.
Cantam como os salvos, mas estão perdidos.
A estes o meu lamento, e a sincera esperança de que se sintam pecadores, rendendo-se a Cristo, ganhando nova vida e, então, tornando-se não "igrejados", mas "Parte Legítima da Igreja".
Wagner Antonio de Araújo Crente sem igreja - novo titulo para pessoas que não conseguem compreender que "aquele que não ama ao seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê".
Quem não consegue cooperar em uma igreja local (e deve buscar uma boa igreja doutrinária e comunitariamente), peca contra a vontade do Senhor, que fundou e edificou a Sua igreja.
"Não deixeis de congregar-vos", Hebreus 10.25.
Por mais difícil que seja, a participação efetiva em uma igreja é demonstração da atitude de Corpo e Família.
Que sejamos bons membros da igreja do Senhor!
Wagner Antonio de Araújo

143 - UM DIA (19/08/2015) 231

Qual de nós já não viveu um dia inesquecível? Quem de nós já não guardou uma fotografia, dizendo consigo mesmo: “Ah, aquele dia... Tempinho bom, que não volta mais...”
O primeiro dia importante de nossas vidas foi quando nascemos. Nenhum de nós se recorda. Alguns mantém, em álbuns de fotografias, vídeos ou outros meios, lembranças daquele instante maravilhoso.
Não fosse o sucesso daquele dia, não estaríamos aqui falando dele. E o dia em que começamos a caminhar?
O dia em que trocamos o peito materno pelo prato de comida?
O dia em que deixamos de engatinhar e passamos a caminhar?
O dia em que começamos a falar?
O primeiro dia de escola?
A primeira festinha de aniversário? Passa o tempo e outros dias importantes aparecem.
O dia em que fomos a um circo, a um cinema, a um parque de diversões.
O dia em que perdemos um ente querido, ou que ganhamos um irmãozinho, o dia em que arrumamos nosso primeiro emprego, o primeiro salário.
O dia do primeiro beijo, da primeira declaração de amor, da primeira desilusão, da formatura escolar, da viagem distante.
Nós nos lembramos de DIAS.
A vida é feita de DIAS, não de anos.
Os anos são importantes. As épocas são importantes. Mas os DIAS são as frações de história que marcam a nossa existência..
O salmista diz com muita segurança: “ESTE É O DIA QUE O SENHOR FEZ; REGOZIJEMO-NOS E ALEGREMO-NOS NELE” (Salmo 118.24). Cada dia é um milagre do Altíssimo para a nossa felicidade. Devemos aproveitá-los ao máximo!
Nosso Senhor nos exorta: ”NÃO VOS INQUIETEIS COM O DIA DE AMANHÔ (Mateus 5.34a).
Cada dia é uma nova história. Há um amanhecer e um entardecer. Há uma aurora e um ocaso. Há um começar e um terminar. Nós, cristãos, temos dias que nos marcaram profundamente: o dia da conversão, quando nossos pecados foram perdoados através do arrependimento e da fé em Jesus Cristo.
O dia do batismo, quando finalmente nos comprometemos publicamente e definitivamente com o Senhor.
O dia em que entramos no coral, ou que fizemos um solo, ou que participamos de um culto inesquecível.
O dia em que um irmão em Cristo partiu para o céu, ou viajou para longe.
O dia em que descobrimos alguma verdade bíblica maravilhosa. Ah, quantos dias para recordar!
E o futuro?
Há dias importantes que ainda virão? Sem dúvida! Haverá dias de alegria e regozijo, e outros onde o conforto e o consolo divinos serão indispensáveis. Dias de festa, outros de luto.
Dias de batalha, outros de paz. Dias ensolarados, outros de tempestade.
E, finalmente, o DIA DO SENHOR, quando o encontraremos na glória além.
Ou será o DIA DO ARREBATAMENTO, quando seremos transformados e levados ao encontro do Senhor, ou ainda o DIA DA RESSURREIÇÃO, quando, depois de mortos, sairemos da sepultura com corpos glorificados?
O DIA DA PARTIDA haverá de ser para cada um de nós não um dia de tristeza, mas um dia de felicidade! Você já tem esta expectativa doce e maravilhosa sobre a morte? Se não, saiba que só Jesus Cristo pode dá-la à você!
QUE VOCÊ TENHA BONS DIAS POR TODA A SUA VIDA! UM BOM DIA PARA VOCÊ! UM BOM DIA COM JESUS NO CORAÇÃO!
Pr. Wagner Antonio de Araújo

144 - O MEU AMOR POR ELA (239 ) 27/08/2015
Tudo começou em 1994. Deixei a Igreja Batista Boas Novas do Jardim Brasil, na zona norte de São Paulo, igreja que amo de coração, e fui pastorear uma igreja em Osasco, SP. Ali fiquei por 20 meses.
Tive excelentes experiências, mas com o tempo percebi que não tínhamos afinidades suficientes. Após um período de debates deixei-a. Contudo, o Senhor tinha outros propósitos: 33 irmãos, que também iriam deixar aquela congregação procuraram-me, pedindo para que continuasse a pastoreá-los.
Questionei os meus pastores a quem considerava superiores (por idade, por experiência, por amor).
Certo de não estar fazendo nada errado, nem provocando qualquer cisão (esta já era ocorrida), fui pastorear esse pequenino rebanho.
Em 07 de novembro de 1996 realizamos o primeiro culto, com uma Ceia do Senhor no quintal da casa de um irmão, com pão doce e fanta uva em copinhos plásticos.
Não tínhamos absolutamente nada, mas tínhamos Deus!
Fundamentados na Palavra, sem qualquer desvio doutrinário, seguimos em frente.
Amei-a. Essa pequenina igreja tornou-se o meu amor. No princípio era uma congregação subordinada amorosamente à Igreja Batista Betel de Itapevi, sob a direção sábia do Pr. Walter Roosch.
Trataram-nos com estima, com consideração e com absoluta independência, sistema raro em nosso meio. A confiança era completa.
Também éramos cientes de que a igreja-mãe nada poderia fazer por nós, em termos patrimoniais.
A congregação crescia.
Alugamos uma casa embaixo de um galinheiro, numa garagem descoberta realizamos os primeiros cultos.
Chuva, galinhas correndo, bancos sem encosto, tudo isso experimentamos!
O galinheiro foi embora e um bar chegou.
Com ele, o fedor do vazamento do banheiro, cujo cano passava pela garagem.
Decidimos sair.
Fomos a uma casa que já acolhera 2 igrejas nascentes, casa do irmão Melo.
Que tempo bom! Construímos um mesanino para o gabinete pastoral e classe de jovens.
Cultos maravilhosos. Ali ficamos de 1998 a 2003.
Fomos organizados como igreja em 2000. Tivemos desentendimentos, como toda relação tem os seus. Foram sérios, trouxeram sequelas.
Tamanha foi a crise que em 2002 um grupo expressivo deixou-a (já éramos 108), após um embate com o pastor.
Como estávamos certos do que fazíamos e o direito estava do nosso lado, permanecemos.
O grupo dissolveu-se, alguns regressando para a igreja de onde viemos, outros para outras e a maioria para o mundo, consequência natural de quem não segue o padrão bíblico.
Nós? Ah, quanta luta e dificuldade! Eu, pastor de tempo integral, vi minha prebenda (sustento pastoral) diminuir 50%, insuficiente para o meu sustento. Alguns que saíram pensavam que eu desistiria, então voltariam e descarregariam dízimos contidos.
Deus me fortaleceu e não desisti dessa relação e desse amor.
Quando o tesoureiro não podia pagar-me nós dobravamos juntos os joelhos e orávamos.
NUNCA a igreja ficou a dever algo para alguém, exceto ao pastor, que perdoou cada dívida.
Frequência diminuta, finanças em crise, tínhamos certeza de que Deus não nos deixaria órfãos.
Alguém expressou-se nesses termos, quando iniciamos a congregação: "esse mercenário (eu) lhes deixará em um ano e vocês darão com os burros n'água".
Já estávamos no 5o. ano e graças a Deus a falsa profecia não se cumprira.
O amor manteve-nos unidos. Em 2003 encontramos um salão em outro bairro, maior e com divisórias para as classes de EBD. Para nós era uma catedral. Que bênção! Mudamo-nos e, no início houve um bom crescimento.
Contudo, por não sermos do tipo que aceitava qualquer coisa, consideraram que éramos quadrados, retrógrados, tradicionalistas, e foram congregar em outros lugares. Sem músicos, criamos novos instrumentistas.
Estes, ao começarem a tocar sozinhos, eram contatados por outras igrejas e iam embora, com promessas de fama, cds e muitos recursos.
O ninho ficava vazio. Mais de 4 grupos de músicos voaram.
Mantivemo-nos unidos. Às vezes Deus enviava a mim os corvos, que me traziam pão e carne, pois da ribeirinha de nossa igreja a água e o trigo desapareceram.
Como dou graças a Deus por Sua confirmação!
O amor sedimentava-se. E consideramos que "quem casa quer casa".
Assim, quem é igreja precisa congregar em algum lugar que não dependa de aluguéis altos.
Começamos uma campanha para comprar um terreno. Deus sabe quanto sofrimento nos trouxe! Dificuldades mil. Foram anos de tentativas.
Por mais de 5 anos juntamos recursos.
Como os amigos de perto e de longe foram preciosos e importantes!
Deus dera-me a bênção de ser um comunicador, e na internet a Boas Novas tornou-se conhecida de muita gente. Enfim, ajuntamos um recurso, mas não conseguíamos mais pagar os aluguéis mensais.
Decidimos ficar sem salão. Juntamos as nossas tralhas na casa e escritório de irmãos, e fomos congregar na casa dos membros, enquanto aguardávamos o Senhor nos dar um local. Nós dois fomos em busca de um terreno.
Igreja e pastor. Em nossa cidade, Osasco, não encontramos nada. Mas em Carapicuíba encontramos um terreno precioso.
Em 2011, com a graça do Senhor adquirimos À VISTA, sem dever nada para ninguém, um terreno de 560 metros quadrados, com 10 de entrada, abrindo bastante ao fundo. Cheio de pedras, é verdade, mas era nosso chão!
E com que alegria consagramos aquele local! Por ser um local afastado dos grandes aglomerados, por ser fim de um bairro, beira de córrego e numa rua sem saída, não ficamos à vista dos transeúntes, nem das linhas de ônibus.
Cercados de igrejas neopentecostais que só atrapalham (o evangelho que pregam não é o evangelho da bíblia), encontramos dificuldades em mostrar a existência da Boas Novas como igreja. Nosso local de cultos pequeno e nossas condições difíceis. Foi em 2013, no final do ano, que, após uma visita do Pr. José Vieira Rocha, tivemos a convicção de que Deus preparava para nós uma revolução: a construção de uma laje com uma capela americana em cima!
E em 2014, com a maturidade de quem já convivia por 18 anos, passamos a construir a nossa casa. Pirimeiro uma laje para conter a capela. Depois a capela de madeira.
E agora, com a graça de Deus, as dependências anexas.
O caminho foi difícl, cheio de pedras.
Pedras literais, que ocuparam a caçamba de 41 caminhões grandes, e pedras no relacionamento com empreiteiro e pedreiros, além de gastos acima do que podíamos pagar. Mas Deus, mais uma vez, demonstrou Sua graça e nos presenteou com o pão de cada dia.
Devagarinho, com um tijolinho por dia, a Boas Novas vai construindo a sua casa, seu chão, seu templo, sua casa de oração.
Em 04 de novembro de 2015 faremos 15 anos de organização como igreja; e em 07 de novembro faremos 19 anos de existência, a contar do dia em que celebramos o primeiro culto no quintal da casa de um irmão.
Como Deus tem sido bom!
Eu estou na Boas Novas como prova de meu amor por ela. Aliás, como prova de meu amor POR DEUS, que é o dono dela. Até hoje a obra está inconclusa e não recebi da parte do Pai um: "levanta-te e vai".
Enquanto esse tempo não chegar, sirvo ali ao meu Senhor.
Em minha mente tenho para mim que a conclusão da construção será um tempo de apresentar-me ante a face de Deus e perguntar:
"Senhor, terminou a tarefa ou o Senhor tem algo mais que eu deva fazer?" Estarei pronto para ir ou para ficar, conforme Ele determinar.
Por isso a importância de terminar essa construção!
Por isso a importância de poder olhar a obra e dizer: "está consumado", pelo menos até onde tenho certeza de que Deus mandou fazer. Nunca pleiteei riquezas, nunca tive nada meu, que pudesse dizer: "luxo".
Dificilmente recebo um salário suficiente, mas NUNCA estive desamparado pelo Pai.
Quando há amor qualquer problema é superável. Testifico, com este texto, o meu profundo amor pela igreja que o Senhor formou e onde tenho a honra de O servir, Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel em Carapicuíba, São Paulo, Brasil.
Venham nos visitar. Pr. Wagner Antonio de Araújo 27/08/2015 bnovas@uol.com.br

324 - HOMENAGEM A UMA MULHER


No último domingo, dia 08/03/2016, a Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel em Carapicuíba, São Paulo, Brasil, surpreendeu a Elaine e a mim. Sem que soubéssemos, o departamento MCA-C (Mulheres Cristãs em Ação - Clássicas) preparou uma singela e linda homenagem à esposa do pastor. Presentearam-na com uma orquídea, uma caixa de doces e lindas palavras de apreço e incentivo. Elaine emocionou-se, agradeceu, e eu senti-me profundamente grato
. Nunca a minha esposa havia recebido tal homenagem. Homenageá-la foi um privilégio.
E quero aproveitar aquela linda cena para homenagear a mulher que Deus me concedeu para ser minha esposa e mãe de nossa filha. Elaine é uma mulher digna desse substantivo e adjetivo. Uma mulher em toda a essência da palavra.
Uma mulher absolutamente feminina, dotada de beleza, de ternura, de delicadeza, de coragem, de persistência, de capacidade, de inteligência, de amor e de profunda sensibilidade.
Elaine foi muito bem educada por outra mulher virtuosa, sua mãe Masumi Okada.
Em seu lar aprendeu os valores da honestidade, da decência, do trabalho e do estudo.
E ao converter-se a Cristo foi transformada numa mulher segundo o coração de Deus.
Elaine é uma mulher estudiosa. Estudou com dedicação e com responsabilidade em todos os ciclos naturais da educação no Brasil.
Fez o primeiro e o segundo grau, cursou a faculdade, pós-graduou-se e tornou-se exímia profissional.
Além disso, desenvolveu habilidades em francês e em inglês, e aplicou-se à música, buscando servir melhor ao Senhor Jesus Cristo, transformando-se em pianista/organista da igreja, além de conhecer flauta, violino, baixo e outras facetas da música.
Em sua sede pelo saber buscou conhecer outras matérias, como contabilidade, eletrônica e teologia.
Elaine é uma mulher trabalhadora.
Não mede esforços para realizar tudo o que lhe vêm às mãos.
No serviço secular é exemplar e mantém uma personalidade marcante, de pensamento claro e atuação de liderança.
Faz tudo com dedicação, buscando a excelência, e produz com eficácia.
Nas tarefas domésticas é completa: sabe organizar, dinamizar, concretizar e criar eficientes sistemas de armazenamento e rotinas de trabalho.
Nada é difícil para ela: se não sabe algo, procura conhecer e realizar.
Para cada desafio Elaine sempre tem uma meta: atingir e superar. E, com a graça de Deus, tem conseguido resultados cada dia melhores. Elaine é uma mulher generosa. Ela nunca fecha o coração para ninguém, a começar para o Reino de Deus.
Uma dizimista fiel e ofertante amorosa, coloca o serviço do Senhor em primeiro lugar de seu orçamento.
Esposa de um pastor cujos proventos são parcos, jamais enxergou essa dificuldade como pejorativa ou diminutiva da capacidade do cônjuge. Pelo contrário, encara tudo isso como uma dádiva do Senhor, unindo-se ao esposo no sustento do lar.
Aos domésticos da fé jamais deixou de ajudar, dentro das suas limitações e possibilidades.
E ao próximo nunca deixou de estender a mão, acreditando que é a vontade do Senhor servir com amor a todos que cruzam o seu caminho.
Elaine é uma mulher de oração e de consagração.
Mantenedora de uma rotina diária de leituras bíblicas e de contínuas orações ao Senhor, Elaine destaca-se pela fé inabalável, pela obediência inquestionável à vontade do Pai e pela vida pautada nos valores espirituais de uma crente fiel.
Possui íntima comunhão com Deus, permite-se encher do Espírito Santo a cada dia e tem sido usada por Ele na oração pelas pessoas.
Ela crê no poder da oração acima do poder humano ou dos recursos materiais.
Suas batalhas ela vence de joelhos, orando insistentemente ao Senhor, com toda a submissão. Elaine é uma heroína da fé.
Elaine não brinca com o pecado.
Vive uma vida moralmente digna e distante de qualquer contato com a malícia, com os padrões vis deste mundo tenebroso.
Elaine não se envolve em conversas tolas, chulas ou conflitos.
Ela, como descendente japonesa, é comedida na fala e reservada nos contatos, mas completamente consciente de que não deve conformar-se com este mundo, mas pautar sua vida, palavras e pensamentos nos ensinos do Senhor Jesus Cristo.
Estar ao seu lado, desfrutar de sua comunhão ou conversar com ela é motivo de alegria e oportunidade para o crescimento como ser humano e como cristão!
Elaine descobriu-se mãe virtuosa.
Quando a nossa filha Rute Cristina Farias de Araújo nasceu, também nasceu a mamãe Elaine
. Quanta ternura.
"O segundo olhar mais lindo deste mundo é o da mulher olhando o filho tão querido" (canção do Pe. Zezinho).
E, de fato, ver Elaine com Rute no colo, é um quadro que, pela beleza transmitida e pela bênção recebida, não tem preço!
Elaine ama a Rutinha.
Sofre com suas enfermidades, festeja as suas curas, a alimenta com total dedicação, passa as noites junto ao bercinho, cuida de sua cria com cuidado e esmero monumentais.
Ela canta hinos para a filha, dá diariamente a bênção araônica para a Rute e mantém um clima cristão constante em tudo o que faz. Rute não poderia ter mãe melhor!
Ao vê-la deixar Rute andar de cavalinho em seu pescoço rio-me e glorifico ao Senhor pelos bons momentos que minha pequenina vive ao lado de sua querida mãe!
Elaine é esposa maravilhosa. Deus colocou em seu coração amar-me.
Fez dela a esposa por quem sempre busquei.
Transformou-se em minha fiel ajudadora.
Ela não é pastora nem nunca será, pois não cremos nisso.
Mas confesso que, se não fosse ela ao meu lado, muitas vezes eu teria desistido.
Ela é a Rute de Boaz, a Abigail de Davi e a Priscila de Áquila.
Ela é muito mais do que pedi, muito mais do que mereço e muito mais do que eu poderia imaginar.
Festeja as minhas festas, chora as minhas dores, mantém-se ao meu lado quando todos vão embora e transforma as noites frias sem luar em esplendores estrelados de um céu de brigadeiro!
Elaine torna os meus desertos terra fértil, as minhas dores em prazer e as minhas lutas em vitória, sempre ao lado do Senhor!
Hoje, no DIA INTERNACIONAL DA MULHER, quando o mundo homenageia estas jóias da criação de Deus, homenageio aquela que transformou-se na rainha do meu coração, a companheira do meu ministério, a mãe de minha filha e aquela que mais amo neste mundo.
Je t'aime comme je ne l'ai jamais aimé personne!
Parabéns, amada Elaine Okada de Farias Araújo, a minha mulher nota mil! Eu te amo!
Pr. Wagner Antonio de Araújo 08/03/2016

A IGREJA ROMANA ACOLHE O ABORTO 379
 
 
Não inventei a manchete.
 
Leiam em
 
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/11/1834060-papa-francisco-estende-a-padres-poder-de-perdoar-o-pecado-do-aborto.shtml
 
É absolutamente incrível o que o "papa" Francisco acaba de fazer. Diz a matéria da Folha de São Paulo:
 
O papa Francisco anunciou nesta segunda-feira (21) que todos os padres poderão absolver o "pecado do aborto", tornando permanente uma medida temporária que foi instituída para o Jubileu da Misericórdia, que se encerrou neste domingo (20).
 
Segundo a matéria, somente alguns padres podiam decretar o perdão deste pecado, isto é, fazê-lo no lugar de Deus. Agora todo e qualquer padre pode agir como Deus e decretar o perdão do aborto para quem desejar. Vejam as palavras do Supremo Pontífice que é chamado OFICIALMENTE de "Santíssimo Senhor", "Cabeça da Igreja", "Vigário de Cristo":
 
"Para que nenhum obstáculo se interponha entre o pedido de reconciliação e o perdão de Deus, de agora em diante concedo a todos os sacerdotes, em razão de seu ministério, a faculdade de absolver a quem tenha procurado o pecado do aborto"...
 
Os pensamentos ebulem em minha mente. Por isso vou enumerar as questões para questionar.
 
1. Quem é o papa para dar algum poder de perdão de pecados aos sacerdotes? Ele é Deus? Ele é Jesus? Ele é o Espírito Santo? Não, não é. Assim, ele está blasfemando contra a Bíblia, o livro sagrado de sua própria e suposta fé.
 
Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura. (Is 42:8)
 
E os escribas e os fariseus começaram a arrazoar, dizendo: Quem é este que diz blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão só Deus? (Lc 5:21). Somente um pôde responder a isto:
Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra poder de perdoar pecados (disse ao paralítico), a ti te digo: Levanta-te, toma a tua cama, e vai para tua casa. (Lc 5:24)
 
2. Quem é o papa para tomar o lugar do Justo Juiz e julgar em lugar dEle? Ele não é ninguém! Contudo, assim como Lúcifer, o iníquo, procura tomar o lugar de Deus. 
 
O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus. (2Ts 2:4)
Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. (Mt 23:8)
E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão, por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo. (Dn 7:25)
 
3. Quem são os  supostos sacerdotes católicos? São uma aberração na instituição romana, distantes completamente dos princípios do Novo Testamento, que ABOLIU o sistema sacerdotal existente no Velho Testamento e instituiu apenas um SUMO-SACERDOTE, mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo.
Nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio; (Hb 9:25)
Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação (Hb 9:28).
Cristo foi sacrificado ÚMA ÚNICA VEZ, definitiva e suficiente. Já os sacerdotes romanos MATAM Cristo missa após missa, no chamado SACRIFÍCIO NÃO CRUENTO. Isto tem nome: BLASFÊMIA.
Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre (Hb 7:28)
Dizendo Nova aliança, envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de acabar (Hb 8:13)
Asim, não há espaço na Nova Aliança, no Cristianismo, para SACERDOTES, pois temos um único sumo-sacerdote, que vive para sempre.
Onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 6:20)
Quem é o papa diante do SUMO SACERDOTE JESUS?
 
4. A argumentação "O que ligares na Terra será ligado no Céu" não é autorização para nenhum líder religioso legislar ou julgar em lugar de Deus, que não reparte a Sua glória com ninguém.
E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus. (Mt 16:19)
Esta palavra de Cristo a PEDRO não dizia respeito a ele, mas à declaração que fizera anteriormente: TU ÉS O CRISTO, O FILHO DO DEUS VIVO. Assim, esta declaração ligaria ou desligaria no céu aqueles que crêem e não ligaria os que não crêem. Foi extensiva aos demais apóstolos:
Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. (Mt 18:18)
Logo, Pedro era um IGUAL aos demais, não o SUMO APÓSTOLO, como o papa supõe ser, e dele ser sucessor!
LIGAR NA TERRA é evangelizar e conduzir o pecador à conversão. DESLIGAR é reconhecer sua liberdade de rejeitar a mensagem e, por isso, manter-se sob a condenação divina.
Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece (Jo 3:36)
 
5. ABORTAR é MATAR. Logo, quem aborta é um ASSASSINO e a Bíblia diz que os assasinos NÃO HERDARÃO O REINO DE DEUS. Quem é o papa para intervir e arbitrar contra a revelação divina? Ele manda no universo e decreta novas normas ao Todo-Poderoso?
 
Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira. (Ap 22:15)
Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira. (Ap 22:15)
E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. (Ap 20:12)
Se as obras estão ESCRITAS, quem será o papa para RISCÁ-LAS?
 
6. Muitos católicos romanos, incluindo sacerdotes, defenderam ao longo de séculos a condenação do crime de aborto. O que será deles? Serão excomungados? Edos condenados, serão todos absolvidos? Sairão do inferno e caminharão para o céu porque o decreto do papa é infalível?
Será que as instituções aceitarão a armadilha que este papa preparou para a sua igreja? Um decreto papal pode mudar a moralidade e o conceito de certo ou errado da mente da maioria dos católicos?
 
7. Será que os institutos católicos contrários ao aborto irão adotar a prédica de Francisco em seus tratamentos públicos? Porque, com a decisão do papa, tornou-se simples abortar: a mulher aborta, vai ao sacerdote, recebe a absolvição e continua a vida como se nada tivesse acontecido. E se quiser abortar novamente, a absolvição estará ali disponível como um sacramento, como um bem inesgotável, onde o Todo-Poderoso se torna refém do poder da feitiçaria religiosa dos Seus sacerdotes. A institucionalização da ABSOLVIÇÃO é apenas uma forma camuflada de agredir a própria fé católica, e, muito mais, a fé cristã dos que não trocam a Bíblia Sagrada pelo Sagrado Magistério de um suposto substituto de Cristo na Terra!
Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; (Ap 22:18)
O que o papa fez foi AGREDIR a Palavra de Deus!
 
O que a Bíblia fala sobre o aborto?Algo muito simples. Não matarás. (Ex 20:13). E quem matar a alguém certamente morrerá. (Lv 24:17).
Há esperança para quem praticou o aborto? Somente uma: a conversão a Cristo. E por que? Porque Cristo, na cruz do Calvário, fez-se sacerdote e sacrifício, assumindo sobre Ele a culpa pelo pecado de toda a humanidade; isto inclui a todos, até as que abortaram. Somente Ele pode PAGAR pelo pecado; pecados não são ABOLIDOS. Eles custaram o sangue do Cordeiro de Deus.
E somente a conversão genuína poderá APAGAR os pecados de cada um de nós, colocando-os em Cristo, que, por graça e amor, nos redime, nos salva e nos purifica:
Seja-vos, pois, notório, homens irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados. (At 13:38)
Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça, (Ef 1:7)
Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus; a fim de que recebam a remissão de pecados, e herança entre os que são santificados pela fé em mim. (At E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa. (At 16:31)26:18)
Para isso não há nenhum intermediário humano. Cristo proveu perdão PELA FÉ EM SEU NOME.
 
E um detalhe sobremodo importante: quem for PERDOADO por Cristo através da conversão NÃO ANDARÁ MAIS NA PRÁTICA DO PECADO, pois, do contrário, não houve perdão ou regeneração real.
Depois Jesus encontrou-o no templo, e disse-lhe: Eis que já estás são; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior. (Jo 5:14)
E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais. (Jo 8:11)
Qualquer que permanece nele não vive pecando; qualquer que vive pecando não o viu nem o conheceu. (1Jo 3:6)
 
INFELIZMENTE ROMA É SEMPRE A MESMA!
 
O EX-PADRE ANÍBAL PEREIRA DOS REIS CONTINUA ATUAL EM SUA LITERATURA APOLOGÉTICA. INFELIZMENTE ROMA NÃO MUDA!
 
Como cristão, como evangélico e como batista clássico, eu digo: ANÁTEMA aos dizeres do papa! ANÁTEMA a quem toma o lugar de Deus no mundo! ANÁTEMA aos inimigos do Calvário! ANÁTEMA a quem quer sentar-se no Trono de Deus e tomar o Seu lugar!
 
Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. (Gl 1:8)Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema. (Gl 1:9)
 
Wagner Antonio de Araújo
21/11/2016
367 NEM SÓ DE PÃO
02/10/2016
367
Fernando e Carlos ao telefone:
 
- Carlos, não tem erro! Só que eu tenho urgência. Tem que decidir-se hoje sem falta!
 
- Não sei, Fernando, a coisa não fecha aqui na minha mente. Parece fácil, mas não estou sentindo paz!
 
- Carlos, paz não enche barriga! DINHEIRO enche! E uma oportunidade destas você nunca mais verá!
 
- Eu sei, Fernando, mas...
 
- Chega de mas,  mas, mas. Não quero ouvir mais nada. Vou te ligar daqui a uma hora. E quero a sua decisão. Só falta você para fechar o grupo. Tchau.
 
Carlos era um gráfico. Gráfica pequenina, de bairro. Fazia blocos de nota fiscal, encadernava livros, fazia cartazes, panfletos, até imprimir livros ele já imprimira. E em época de propaganda eleitoral, fazia muitos santinhos.
 
Fernando era um velho amigo. Um líder no bairro onde crescera. Estudou na PUC com Carlos, mas seguiu por uma linha política; falava de reformas sociais. Porém, com os rumos que o país tomara, entrara em negócios escusos. E agora propunha a Carlos uma oportunidade ímpar. Segundo Fernando, nada poderia dar errado. E a proposta era muito simples.
 
Na próxima eleição o Partido Justo, do qual Fernando era agremiado, mandaria imprimir cem mil santinhos. Contudo, para efeitos de financiamento eleitoral, para conseguir mais verbas, Fernando solicitaria aos empresários o valor de dois milhões de santinhos. Carlos só imprimiria cem mil. O valor do restante, de um milhão e novecentos mil santinhos, seria apenas registrado na nota fiscal. Carlos receberia o valor integral e teria que distribui-lo. Entregaria o valor de seiscentos mil para o partido, outros seiscentos mil para o Fernando e o restante do valor poderia embolsar. Era uma boa quantia. Fernando estava terminando de compor o time de dez gráficas com a mesma proposta.
 
Para Carlos essa quantia viria em boa hora. Ele tinha impostos atrasados. Tinha obrigações trabalhistas não recolhidas. Tinha contas de casa para pagar. O valor seria tão bom que, após pagar todas estas contas, ainda trocaria de carro. E daria para tirar férias no exterior ou pagar dois anos de faculdade dos meninos. Como não aceitar? Afinal, todo o sistema gira assim! Todos sairiam ganhando!
 
Por outro lado, Carlos era um homem que temia a Deus. A situação de ser devedor não lhe era normal; a crise ceifou os clientes e não houve caixa para quitar as dívidas. Com muita luta mantinha a porta aberta, esperando que o futuro trouxesse dias melhores, dias em que o mercado novamente viesse a funcionar.  Por ser um crente fiel era muito visado e diversos jovens olhavam para o seu comportamento, buscando um referencial para seguir.
 
Em sua mente ocorria uma guerra de pensamentos:
 
" Carlos, não seja bobo! Abrace a causa! Todos ficarão felizes! O dinheiro não é roubado, é doado; e todos se beneficiarão!"
 
" Carlos, tomar esse dinheiro é mentir, é lavar dinheiro! Imprimir cinco por cento do que a nota declara é crime, é mentira! E, mesmo que ninguém venha a saber, há um Deus nos céus e um Cristo em meu coração; Ele saberá!"
 
"Meu Deus, o que farei?"
 
O tempo passou depressa demais. Conforme Fernando avisara, ligou novamente, e incisivo na voz:
 
- Carlos, quero uma posição sua. Fechei com nove gráficas, agora quero fechar com você. E faço uma proposta melhor. Você fica com o valor de oitocentos mil santinhos; eu retiro a diferença da distribuição. Posso fechar?
 
- Fernando, eu declino. Não vou aceitar. Declarar uma quantia maior numa nota fiscal e receber um dinheiro pelo qual eu não trabalhei é mentira. Eu tenho um compromisso com os meus filhos e com a minha esposa; acima de tudo, porém, com o meu Deus. Eu não poderia ter paz no coração recebendo recursos da mentira. Eu não aceito.
 
- Carlos, você é um louco, é um idiota, um otário. Você está quebrando as minha pernas. Você não pode fazer isso comigo!
 
- Não, Fernando, eu não aceito. Eu tenho valores cristãos.E não estou fazendo isso com você. Estou fazendo isso comigo. Eu tenho temor de Deus.
 
- TEMOR DE DEUS NÃO ENCHE BARRIGA, Carlos!
 
- Pode ser, Fernando, mas NEM SÓ DE BARRIGA CHEIA VIVE O HOMEM, MAS DE TODA A PALAVRA DE DEUS!
 
- Vá para o Inferno, Carlos! Adeus!
 
.................
 
E desligou o telefone.
 
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Passam-se três anos...
 
"PLANTÃO DO JORNAL BRASILEIRO - Foi preso hoje, em Campinas, Fernando de Tal, do Partido Justo. Ele e mais dez donos de gráfica foram levados para Curitiba, denunciados, acusados e com prisão temporária decretada. Foi descoberto um grande esquema de lavagem de dinheiro através da impressão de materiais de propaganda política..."
 
- Pai - pergunta Flávio, filho de Carlos -, o senhor conhece esse homem?
 
- Sim, filho. Conheço-o.
 
- Então eu quero te agradecer, paizão.
 
- Por que, Flávio?
 
- Porque o senhor não entrou nessa. Sendo do mesmo ramo, certamente que esse cara lhe propôs algo. Mas o senhor provou ser praticante do que me ensina. Eu te amo, paizão!
 
Carlos sorriu e saiu da sala, indo ao quarto agradecer a bênção de ter esperado no Senhor o suprimento das necessidades, e por ter recusado o banquete de Satanás. Além disto, ouvir um elogio sincero de um filho que não encontra hipocrisia na vida do pai é algo que não tem preço!
 
FIM.
 
Ofereço este texto a todos que não se deixam corromper por nada.
 
Wagner Antonio de Araújo
02/10/2016

374 A MINHA ALÇADA 11/11/2016
 
Sei tudo o que acontece no Supremo Tribunal Federal, na Câmara, no Senado, na prefeitura, na operação Lava-Jato. Mas não sei o que o meu filho pensa, nem o que faz, nem o que escolhe.
 
Sei de todas as manchetes que a Folha de São Paulo trouxe hoje. Também o que o Estadão e a Veja anunciaram. Conheço todos os vídeos da Joice e tudo o que os comentaristas políticos e econômicos dizem sobre a crise com o novo presidente dos Estados Unidos. Mas nada sei sobre os pensamentos de minha esposa, sobre suas lutas, seus conflitos, seus desejos e seus dilemas. Nada sei sobre a pessoa que dorme do meu lado, ainda que saiba o cardápio da refeição oferecida ao prefeito eleito.
 
Conheço todas as traições dos casais chamados de celebridades. Sei sobre quem fica, quem sai, quem entra, quem trai, conheço todas as fofocas e já vi todas as fotos comprometedoras dos artistas. Estou antenado sobre quais os programas que entram ou que saem da grade dos canais. Já vi todas os deslizes e falhas de gravação. Mas não faço a mínima idéia do que acontece em minha família, do que a minha filha enfrentou no ENEM ou de quem desejou estragar o meu casamento.
 
Estou com o celular plugado nas últimas notícias e conheço tudo o que acontece no mundo. Mas não sei de nada da minha alçada, da minha casa, da minha família, da minha igreja, da minha própria vida. Sou mais íntimo da mídia do que de mim mesmo! Enquanto acompanho o crescimento da árvore da rua esqueço-me do mato que cresce sem controle no meu próprio jardim!
 
O grande trunfo de Satanás nos dias de hoje é tornar-nos íntimos de estranhos e estranhos dos íntimos. Ele cega a nossa vista de tal forma que priorizamos o supérfluo e desvalorizamos o essencial. Tornamo-nos especialistas em banalidades e analfabetos nas prioridades. Somos conhecidos do mundo e desconhecidos em casa. Ao invés de sermos geradores de vida transformamo-nos em terminais obtusos de uma rede distante que sequer sabe de nossa existência.
 
"Olhai por vós mesmos" (1 Jo 2.8). Os países do mundo atravessam uma onda crescente de revolta, buscando líderes que falem menos dos outros e mais de si próprios. As nações se preocuparam tanto com a globalização que esqueceram-se de se seus próprios cidadãos. A história cobra a fatura e a humanidade reclama o abandono de si própria. Clamam para que se cuide do quintal interno ao invés de se cuidar da casa alheia.
 
Temos a solução para a crise econômica do país, mas não conseguimos administrar as nossas próprias finanças. Sabemos como aquele casal poderá se dar bem, mas não conseguimos avançar na reconciliação com o nosso cônjuge. Sabemos como resolver o problema da delinquência juvenil, mas não nos relacionamos adequadamente com os filhos rebeldes que geramos. Cobiçamos o bem alheio e não valorizamos o bem próprio. Cuidamos da vida dos outros e não zelamos da vida que temos.
 
É preciso voltar à nossa alçada! É preciso desligar o farol alto e ligar o farol baixo, para olhar a estrada de perto e o seu arredor. Antes de analisarmos o mundo precisamos analisar a nossa própria existência e cuidar para que ela tenha alguma relevância. Antes de concluir qoe o mundo precisa de Deus é necessário concluir que nós precisamos muito mais, e que precisamos tê-lo em nós, em casa e na vida! A sensação de tortura e de ansiedade constante está mais ligada à linha direta com tudo e a linha desligada com a minha própria vida. O mundo era mais mundo quando as noites eram feitas de famílias aos pés de si mesmas e em comunhão consigo proópria do que hoje, quando jantamos ao lado do noticiário infinito de novidades requentadas.
 
Chega! Vamos cuidar de nossa alçada! Vamos voltar ao nosso mundo e à nossa responsabilidade! Será que nos lembramos do quanto quisemos orar e não encontramos tempo? Lembramo-nos do compromisso de ler toda a Bíblia em um ano e que não passamos de Gênesis 10? Lembramo-nos do culto doméstico com o qual nos comprometemos realizar algumas vezes por semana? Tudo isso está por fazer, desde que cuidemos de nossa alçada!
 
Há um bairro em Osasco chamado São Vitor. Uma senhora e um senhor, aposentados, compraram uma casa para terminarem a vida bem instalados. A frente era coberta por mato e lama, ainda que a casa fosse boa. Eram idosos, mas ainda andavam e podiam fazer coisas. Então, devagarinho, sem pressa, reviraram a terra, adubaram, compraram mudas de grama, rosas e flores diversas, e trabalharam naquele terreno. Dia após dia faziam um quadradinho de jardim. Com o tempo o gramado se estendeu, as roseiras floriram, as margaridas desabrocharam, as folhagens multicores cobriram as beiras. Tornou-se o mais lindo jardim do bairro. Alguém perguntou àquela senhora: "por que fez isso?", ao que respondeu: "porque era da minha alçada". Sim, somente eles poderiam fazer isso. E fizeram.
 
Que tal fazermos o mesmo? Nossa esposa, nossos filhos, nossa fé, nossa igreja, nossa rua, nossa missão, nosso destino, aguardam uma resposta nossa. Qual será?
 
Wagner Antonio de Araújo
11/11/2016

376 ESCREVA POUCO 14/11/2016
 
 
"Wagner, não escreva textos longos; ninguém lê. Escreva pouco, poucas idéias, algo bem simples; serão muitos os leitores".
 
Um escritor que tenha mensagem não se pauta pela quantidade de letras, de linhas, de espaço; não se guia pelo que fará mais sucesso ou o que receberá melhor acolhida. Isso fará se estiver escravizado por alguma editora que lhe exija compromisso com nichos, com temas e com tamanhos. Um escritor independente, que não vive da literatura, não.
 
Há textos curtos e pequenos, que se expressam com poucas palavras. Outros, porém, são extensos, informativos, históricos, analíticos. Reduzi-los seria torná-los aleijados e incompletos. Cada texto tem o seu tamanho, a sua idéia e o seu público.
 
Há textos fictícios, baseados em fatos reais. Há outros que são ficção pura, objetivando ensinamentos morais e espirituais. Há textos cômicos e há textos trágicos. Eu confesso que alguns dos textos que escrevi provocam-me lágrimas até hoje. Alguns são práticos; outros, teóricos. Uns são otimistas, cheios de atitudes altruistas. Outros são realistas, denunciadores, grandes lamentos diante de um mundo sem Cristo.
 
Já fui procurado por uns para permitir a filmagem e a apresentação de algum texto como filme ou peça. Nunca disse "não". Já fui procurado por outros para ceder direitos de uso. Nunca vi dificuldade. Já perdi a paternidade virtual de textos (eles são publicados sem a devida autoria). Já fui questionado sobre a vida de personagens que inventei, se estão bem e onde encontrá-los.
 
Textos são vivos, são reais. Eu dou à luz constantemente ao que escrevo. Às vezes levanto-me pela madrugada atônito, carente de um teclado e de um computador, pois um texto está sendo parido naquele instante. Enquanto não escrevê-lo não consigo sossegar. Outros, mais complexos, ficam na estufa, aguardando o devido amadurecimento para a sua publicação.
 
Em alguns eu profetizei, mesmo não sendo um profeta nos ideais do velho testamento. Em outros eu desejei e vi o desejo tornar-se realidade. Houve textos que me trouxeram dificuldades, pois a perseguição tornou-se acirrada; outros, contudo, foram considerados elogiosos, e também recebi manifestações.
 
Estou na beira dos 400 textos. Com a ajuda de minha esposa e de meu irmão publiquei um livro, PÁGINAS SOLTAS, ainda não divulgado oficialmente, pois não quero confundir este período de construção da igreja com promoção de algo pessoal. Foram quase duas dezenas de textos, selecionados por minha esposa, que compõem uma coletânea em papel, editada pelo meu amigo Pr. Jonas Sommer, com a produção inteiramente sob meus cuidados.
 
Desejo publicar outros. Há sermões pregados, redigidos e esboçados que podem ser úteis aos pregadores, tanto quanto são úteis os livros deste gênero para o meu ministério. Almejo outro volume de ficções, pois há outras seis dezenas escritas e publicadas que certamente poderão ser úteis para alguém que com elas se identifique. Enfim, há textos de todas as espécies. Até poesias me arrisquei a escrever!
 
Eu escrevo porque decidi que não esperaria a perfeição chegar. Ela só virá na eternidade. Sou limitado e cheio de imperfeições; contudo, no temor do Senhor e na responsabilidade da vocação resolvi utilizar o que recebi para glorificar Àquele que me capacitou. Se alguma virtude houve, o nome dEle é  que deve ser glorificado. Se defeitos surgiram (e como surgem!), são de minha responsabilidade e por eles me escuso.
 
Escreva pouco! Pouco? Não. Escreverei o suficiente. Enquanto o Senhor me permitir pensar. E sei que há leitores que lêem não pelo tamanho dos textos, mas pelo conteúdo que lhes interessa.
 
Se leu este artigo até aqui, é porque houve interesse. E eu lhe agradeço a deferência.
 
Escrevi pouco ou muito?
 
Wagner Antonio de Araújo
14/11/2016


377 - HUMOR GOSPEL - 15/11/2016
 
A comédia explora os nossos próprios erros e faz-nos rir de nós mesmos. O problema surge quando deixamos de rir de nós e passamos a rir dos valores que norteiam a nossa vida. Rir de nossos erros é uma coisa; rir de nossa fé é outra. E o que vemos atualmente é o riso dos nossos erros e da nossa própria fé.
 
Antigamente, antes da existência da internet, havia gente que ousava contar piadas envolvendo o Senhor Jesus, os apóstolos, os profetas e o próprio Deus. Falavam inverdades sobre o Senhor, dizendo coisas que Ele não disse; contavam estórias bíblicas que nunca aconteceram. E envolviam Deus nestas anedotas. Resultado: tomavam o nome do Senhor em vão, deixando os verdadeiros tementes sem graça e desconfortáveis.
 
Depois, com o desenvolvimento do youtube, surgiu o chamado HUMOR GOSPEL. Aqui no Brasil vários blogueiros e youtubers criaram canais e sites, levando risos e divertimentos a muitos cristãos que se viam estressados demais. Contudo, todos eles (dos que conheço), infelizmente, abandonaram a simplicidade e a singeleza das brincadeiras sem maldade para a crítica e a zombaria da fé alheia, dos conceitos e valores da sociedade evangélica. E, por fim, quebraram o mandamento do Senhor, que diz: "NÃO TOMARÁS O NOME DO SENHOR TEU DEUS EM VÃO".
 
Um rapaz do interior do Brasil lançou-se na internet com vídeos muito engraçados. Ele fazia esquetes e pequenas cenas do quotidiano da vida na igreja e da vida dos crentes. Ganhou fama e certamente recursos, pois incrementou seus vídeos com atores e muita propaganda. Aos poucos, porém, seduziu-se com o próprio sucesso. Passou a usar o nome do Senhor, a brincar com textos bíblicos, a imitar orações esdrúxulas e, por fim, incluiu palavrões e expressões chulas nas suas peças. Entrou para a moda dos "stand ups", dos contadores de piadas ao microfone. Tornou-se sucesso. Ocupou o púlpito de grandes igrejas e reuniões de crentes. Hoje é figura garantida nos auditórios dos programas das manhãs ou tardes dos canais que cativam os que não tem nada melhor para fazer. Encheu-se de si e zomba da fé que dizia ter. Sob o pretexto de fazer humor inteligente, secularizou-se. Hoje seus vídeos não podem mais serem assistidos com a família unida, pois não há limite para palavras e expressões. São frases tão mundanas quanto as dos mundo sem Cristo.
 
Um outro, de uma capital brasileira, apresentou-se num reality show que explorava o regime alimentar e ganhou o concurso. Criou uma personagem gospel e passou a fazer humor em seu canal. Muito menos ácido do que o mencionado anteriormente, produziu coisas muito engraçadas e com grandes lições. Contudo, seguindo a mesma senda, deixou-se levar pela vaidade. Tornou-se popular internacionalmente. E extrapolou o quotidiano narrado, fazendo apologia do neopentecostalismo, dizendo que podemos conquistar tudo. Recentemente fez um vídeo mostrando pastores pobres e pastores ricos, qualificando o rico e deixando o pobre mais pobre. É muito popular nos meio pentecostal, mas já soa hipócrita entre o ensino e a prática. Seus atores zombam do próprio pentecostalismo que adotam.
 
O humor adentrou também na teologia. Esta geração consegue o absurdo: fazer humor com conceitos teológicos! Um jovem rapaz iniciou sua carreira nos vídeos pregando contra o neopentecostalismo. Tornou-se popular nos meios reformados das igrejas e, após estudar teologia e ser consagrado pastor envaideceu-se. Resolveu mostrar todo o seu conhecimento em vídeos com um parceiro, onde, à semelhança de ciriemas, intercalam suas falas, onde um afirma e o outro derruba o argumento, seguido de ironias e críticas com caras e bocas. Zombam dos que não crêem como eles e se acham "a cereja do bolo", os crânios da fé. Consideram-se especialistas e artistas, pois fazem da teologia o material para um canal cheio de humor e ironias, citações e críticas. Com o humor arrancam a sacralidade da fé, debocham dos que pensam divergentemente e criam o estereótipo dos pastores antenados e sem reverência pessoal. Atraem os zombeteiros, mas afastam gente séria que até crê como eles. Possuem a mensagem certa com o padrão errado, do tipo "jóia de ouro no focinho de porca".
 
HUMOR GOSPEL - Se entendermos por GOSPEL o que o termo deveria definir, PALAVRA DE DEUS, concluiremos que não é possível haver humor com a fé. A fé deve gerar reverência, temor, obediência, crença, e não risos, piadas, deboches, contrastes do ridículo, brincadeiras de mau gosto. Enquanto rimos de nós mesmos e de nossas práticas, ainda estamos no terreno do aceitável. No instante em que usamos o nome de Deus, as expressões da fé, a simulação de orações falsas ou do exercício do culto, quando adulteramos hinos de louvor pelo prazer de fazer piadas, atravessamos a tênue linha divisória do aceitável e partimos para a areia movediça que beira a blasfêmia. Lembremo-nos do complemento do versículo citado no início: NÃO TOMARÁS O NOME DO SENHOR TEU DEUS EM VÃO, PORQUE O SENHOR NÃO TERÁ POR INOCENTE O QUE ISTO FIZER... Êxodo 20.7
 
Muito cuidado! Podemos rir de nossas bobagens, de nossos erros, de nossas mazelas, de nossos absurdos, mesmo enquanto crentes. Mas no instante em que citamos a Palavra de Deus, o nome de Jesus, o poder do Espírito Santo, a Bíblia Sagrada em nossas paródias e brincadeiras, abandonaremos a comédia e entraremos na tragédia do pecado. Praticaremos o desserviço ao Senhor, promovendo publicamente a banalização do evangelho, do culto, da doutrina que confessamos e da fé que esposamos. Moisés teve que tirar as sandálias diante da sarça ardente; Josué também o fez, diante do Príncipe dos Exércitos do Senhor; Isaías pensou que seria fulminado por ter olhado para Deus e Daniel chegou a desfalecer. Como escaparemos nós, se brincarmos e zombarmos da fé cristã, sob o pretexto de fazer humor sadio e alternativo?
 
Se não houver segurança sobre onde fica o limite entre o que é lícito e o que não é em algum humor que desejamos desenvolver, o melhor é não fazer. Ouça conselhos dos crentes mais consagrados (e não necessariamente mais escolados). Eles, que andam com Deus e em comunhão, darão um parecer bastante apropriado e lhe ajudarão a avaliar o seu humor. Além disto, estude a Palavra de Deus, pois ela, que é lâmpada para os pés e luz para os caminhos, sempre apontará o caminho que glorifica a Deus.
 
Wagner Antonio de Araújo
15/11/2016

O MEU MILAGRE - 378
Naquela igreja do casal "mauricinho":
- E aí, irmã, como aconteceu?
- Eu vim aqui e o apóstolo orou por mim. O meu marido, que me abandonara, voltou para casa.
- E agora?
- Faz uma semana que estamos em lua-de-mel!
- Aleluias! Glórias! Amém, querida? Vai na paz e eu te abençoo!
 
Na Santa Vó Rosa:
- E então, irmã, como aconteceu?
- Eu vim aqui e o santo primaz orou por mim. O meu marido, que me abandonara, voltou para casa.
- E agora?
- Faz uma semana que estamos em lua-de-mel!
- Glória a Santa Vó Rosa! Que ela lhe cubra com seu manto sagrado!
 
Na igreja carismática:
- E então, irmã, como aconteceu?
- Eu vim na novena e o padre orou por mim. O meu marido, que me abandonara, voltou para casa.
- E agora?
- Faz uma semana que estamos em lua-de-mel!
- Graças a Deus! Salve Maria! Que Nossa Senhora do Bom Parto lhe abençoe!
 
Naquela igreja do apóstolo:
- E então, mulher, o que aconteceu?
- Eu vim na campanha e o apóstolo orou por mim...
- Sem resenha. E aí?
- Daí o meu marido voltou pra casa.
- Voltou, é? E aí?
- Lua-de -mel de novo!
- Eita! Quer dizer que o marido voltou e tá um doce? Isso é forte, igreja!
- Amém, apóstolo!
- Vai, filhinha, eu te abençoo.
 
E na igreja do missionário:
- O que aconteceu, irmã? Tinha um caroço e sumiu?
- Não, missionário, o meu marido me abandonara, mas depois que o missionário orou ele voltou.
- E agora?
- Agora é lua-de-mel!
- Uma salva de palmas para Jesus...
 
E assim caminha a fé popular. Não importa o deus adorado, a doutrina ensinada, a decência e a moralidade do líder; o que as pessoas procuram são os resultados. Uma fé pragmática, cosmética, que funcione para as suas demandas do dia a dia. Os líderes que exploram estas necessidades ou praticam a hipnose ou ludibriam os fiéis por algum tempo. Eles são chamados pastores; e os aglomerados de gente são denominados igrejas.
 
Nada mais distante do que Cristo ensinou e fundou. Aliás, para que se deixe claro: Ele fundou a Igreja. E jamais objetivou fazer dela uma mesa de restaurante onde os fiéis solicitam ao garçom divino o pedido desejado. Cristo não fundou um centro de distribuição de caridade divina, um posto avançado de atendimento de demandas diversas. Cristo fundou um exército de serviços, que se doa ao Reino e serve ao próximo, ainda que seja necessário dar a própria vida.
 
Para Ele igreja é gente chamada para fora do mundo e reunida em Seu Nome para a adoração fundamentada na Bíblia e o serviço pela fé. Igreja é o estender de Seu grupo apostólico em todas as nações e entre todos os povos, fundamentados em arrependimento de pecados e fé integral em Cristo como único Senhor e Salvador. Igreja é a reunião dos convertidos que em santo amor servem ao Senhor, amam o próximo e resgatam o pecador de seus pecados. Ela não existe para ser servida, mas para servir.
 
Hoje a maioria das chamadas igrejas nem sabe que o Seu fundador mandou tomar a cruz após Ele, dia após dia, negando-se a si mesmo e perseverando na fé e no amor. Falou que era preciso não ajuntar tesouros nesta Terra, mas ajuntá-los no Céu. Disse que precisávamos amar os inimigos e orar pelos que nos fazem mal. Afirmou que quem o amasse guardaria os Seus mandamentos. Ensinou que o Céu é um lugar maravilhoso, mas que para se chegar lá era necessário passar por uma porta estreita e por um caminho apertado, difícil. Mostrou ser necessário crer para poder servir bem. E prometeu voltar para levar o Seu povo.
 
Mas não é isso que o povo quer e não é nisso que o povo crê. Influenciados pelo esquerdismo em vigência, esquecem-se de seus deveres e exigem os seus direitos de "filhos", de "remidos", de "filhos do Rei":
 
"Deus vai curar". E se não curar, não será Deus?
"Deus é fiel e vai cumprir Sua palavra". E se não for do jeito que se está pedindo, Ele terá sido infiel?
"Deus está no controle". Isto se diz quando se alcança o desejado. E se não se alcançar, significará que Ele perdeu o controle?
"Eu determino cura, vitória e libertação". E se não acontecer, Deus falhou?
"Já liguei na Terra e está ligado no Céu". E se as coisas saírem erradas? A culpa será de Deus?
"Será curado em nome de Jesus". E se não for?
"Sairá do hospital curado, pois Deus promete responder às orações". E se sair morto, Deus deixou de responder e não provou ser quem é?
 
Para estes Deus só será Deus se agir como um super-homem celeste, socorrendo quem precisa; Se não forem atendidas ou abandonam aquele grupo e procuram outro, ou então abandonam a fé, Aliás, fé na fé em qualquer coisa, não no Senhor. Por isso qualquer coisa serve: Deus, Jesus, Santa Vó Rosa, Maria, a Mente Universal, Buda, o Nosso Lar ou a Paz Universal. Os migrantes da fé não fazem questão de conceituar o deus em quem crêem.
 
Deus não se agrada disso. Deus não criou estas igrejas. Ele não enviou esses apóstolos, missionários ou padres. Seus ministros verdadeiros pregam a Bíblia e não a fé curandeira. Seus pregadores anunciam o evangelho, o pecado humano, a redenção divina, a vida eterna e o Céu. Eles também proclamam a realidade do inferno, as consequências do pecado, a necessidade da santificação. Eles não prometem milagres ou determinam vitórias; eles sabem que não possuem poderes miraculosos. Eles proclamam a existência de um Deus soberano que trabalha na vida das pessoas e pode até atender às suas demandas quando estas glorificam o Seu Nome ou conduzem alguém para o fortalecimento da fé. Em suma, eles pregam todo o conselho de Deus. E quem desejar manter-se na fé terá que conscientizar-se de que cristianismo é renúncia e amor, resignação e empenho, fé e serviço, consagração e perseverança. Na porta de entrada há uma cruz para cada fiel. Ao longo do caminho há toalhas e bacias, para lavar os pés empoeirados do próximo. E no fim da jornada uma coroa de glória na salvação conquistada por Jesus.
 
Se o marido da mulher testemunhante não voltasse para casa será que ela seguiria uma das igrejas mencionadas? Sua fé era no Deus de toda a vida ou no Deus que satisfaz os seus desejos? Será que alguém que me lê não abandonou a fé quando a sua demanda não foi atendida? Lembre-se da oração do fundador da Igreja: "Não se faça o que eu quero, mas o que Tu queres". Se Ele assim portou-Se diante de Seu Pai, assim os Seus fiéis também devem compreender a própria vida. Não a minha vontade, mas a vontade de Deus, que é boa, agradável e perfeita. E se o que me acontece não é agradável à primeira vista, devo lembrar-me destas palavras: "o que eu faço não o sabes agora; compreenderás depois". E, por fim, "Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam." (Tg 1:12)
 
Pensemos nisto.
 
Wagner Antonio de Araújo

= =

400 textos publicados. 03/02/2017
Escritos ao longo de 30 anos de ministério. Alguns ficcionais; outros testemunhais; outros como sermões; outros como estudos. Todos, sem exceção, para a glória de Deus. A Ele eu agradeço. E ao meu leitor, o muito obrigado pelo carinho e pela atenção, dispensando tempo para ler a minha literatura. Pastor Wagner Antonio de Araújo. obs: Mantenho-os num blog. Ficaria feliz com sua visita com o seu ingresso ou com algum comentário ali publicado.
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