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Informações Recebidas que envolvem
diversas Denominações
ASSUNTOS DIVERSOS : pág 02
17_ Igrejas evangélicas e a nova humanidade _ Marcelo Barros
Em uma sociedade pluralista, cada grupo precisa abrir-se ao outro para
dele receber apoio, em função de uma missão comum. Por isso, os que amam
a paz e o diálogo ficam contentes com o fato de que, em várias cidades
brasileiras, 31 de outubro seja feriado. É o Dia da Reforma. Nesta data,
em 1517, Martinho Lutero deu origem ao protestantismo, ou seja, às igrejas
evangélicas. A sociedade leiga é independente de preceitos religiosos.
Mas se foram instituídos feriados em datas que os católicos valorizam,
deve-se garantir o mesmo direito para crentes de outras igrejas e religiões.
A maioria das igrejas evangélicas só penetrou no Brasil no século 19.
Todas tiveram muitas restrições legais para se desenvolver. Do movimento
da Reforma do Século 16, vieram igrejas luteranas, calvinistas e episcopal
anglicana. Mais tarde, vieram também as igrejas congregacionais, batistas
e metodistas, surgidas no século 17. Já as igrejas pentecostais, como
a Assembléia de Deus e a Congregação Cristã do Brasil, foram fundadas
no início do século 20, nos Estados Unidos. Quase imediatamente, seus
profetas vieram ao Brasil como migrantes e missionários. De lá para cá,
surgiram outras igrejas e grupos, como a Igreja da Graça, a Casa da Bênção,
a Igreja Universal do Reino de Deus. Algumas destas novas Igrejas, comumente
chamadas neopentecostais, acreditam em um homem de Deus, valorizam a água
sagrada do Rio Jordão, o óleo de Jericó, rituais de exorcismos, bênçãos
de cura e até procissões. Estes elementos, presentes na matriz religiosa
brasileira, se parecem mais com fenômenos do catolicismo popular do que
com a tradição histórica das igrejas evangélicas. No Concílio Vaticano
II (de 1962 a 1965), a Igreja Católica reconheceu muitos princípios de
fé que Lutero ensinou e pôs fim a tempos nos quais católicos e evangélicos
se agrediam em polêmicas estéreis pela interpretação de um versículo do
Evangelho ou por causa de um costume eclesiástico. De um lado e do outro,
cristãos perceberam que os pontos de união são mais importantes e centrais
para a fé do que os elementos que ainda separam. Hoje, todos valorizam
a justificação pela fé, o sacerdócio comum de todos os batizados e a importância
central da Sagrada Escritura na vida da Igreja. Nos últimos 30 anos, o
diálogo entre as Igrejas aprofundou-se principalmente através do compromisso
com os mais empobrecidos e com o serviço solidário à sociedade. As Igrejas
perceberam que nenhum discípulo de Jesus Cristo e, mais ainda, nenhuma
Igreja inspirada no Evangelho pode viver em função de si mesma. A missão
evangelizadora não é agregar mais fiéis para o seu rebanho e sim testemunhar
o reino de Deus e colaborar para a paz, a justiça e a defesa da natureza.
Essa nova compreensão da missão levou as Igrejas a uma mais clara e eficaz
atuação política. Houve épocas em que as Igrejas consideravam este mundo
como mera sala de espera para o além. A realidade social e política não
tinha, então, importância em si mesma. Contraditoriamente, este discurso
sobre a não importância das coisas materiais era acompanhado pela aliança
com impérios que garantiam através da força do braço secular riqueza e
poder para Igreja. No século 20, tanto a Igreja Católica, no Concílio
Vaticano II, como algumas Igrejas evangélicas, através das assembléias
do Conselho Mundial de Igrejas, aprofundaram que missão cristã tem uma
dimensão social e política. Por isso, só podemos nos alegrar com o fato
de que, nos últimos anos, Igrejas evangélicas, pentecostais e neopentecostais,
que antes consideravam a participação dos cristãos na política como um
desvio na fé, tenham passado a incentivar a entrada de pastores e crentes
nas diversas instâncias da política. Entretanto, é importante que se compreenda
a prática política como atuação em função do bem comum da sociedade e
não como instrumento para garantir privilégios para um grupo religioso
qualquer. Um cristão que entra na arena parlamentar tem como missão defender
a causa dos mais pobres e o bem da humanidade. Não tem o direito de usar
o mandato parlamentar para servir a interesses paroquiais de um grupo,
interessado na concessão de uma rádio ou ou televisão ou em ver anistiadas
suas dívidas fiscais. Se existem parlamentares que se chamam "evangélicos"
e se ocupam em fazer lobbies para aprovar projetos corporativos de interesses
do seu grupo eclesiástico, este não deve ser o testemunho da maioria dos
cristãos. Ninguém pode reagir a isso julgando que a forma de agir destes
grupos sectários justificaria como resposta uma atitude semelhante. Se
entrasse neste tipo de política, a Igreja Católica, ou outra qualquer,
agiria como se fosse uma empresa capitalista, de forma pouco transparente
e no interesse de seus negócios particulares. No Evangelho, Jesus ensinou
que o poder deve ser usado a serviço dos outros. É importante que as igrejas
todas se recordem de um princípio fundamental do ensinamento dos reformadores:
"A igreja reformada - podemos dizer: toda igreja cristã - deve reformar-se
permanentemente". Marcelo Barros é monge beneditino, teólogo católico
e autor de 26 livros dos quais o mais recente é O Espírito Vem pelas Águas
(Ed. Rede-Loyola, 2003) - mostecum@cultura.com.br
ÍNDICE Matéria Publicada, em 29/10/2003, no Jornal o Popular (opopular.com.br)
Li esta Opnião no Jornal o Popular , e achei muito interessante o que
disse este Teólogo Católico _ Marcos
07 - AS IGREJAS DE 1950 ERAM MAIS "PODEROSAS" QUE HOJE???
Dizer que chegou o fim das igrejas legalistas, eu não digo, pois no interior
das grandes cidades ainda há muitas igrejas com estes manuais doutrinários,
que tem em algumas mais valor que a Bíblia. Porém, muita coisa mudou,
e eles
mesmo admitem isso. Alguns tipos de proibições nem existem mais, mas outros
ainda permanecem, como censurar uma jovem de outra denominação, por ela
usar
brincos, ou um batom leve, e ser taxada de "jezabel".
O problema é que muitos costumam a atribuir ao passado (50 anos atrás)
uma
imagem que as igrejas legalistas eram mais "santas", "cheias de poder",
que
eram "homens e mulheres exemplares", que "fizeram a igreja crescer", etc.
Os
que defendem os legalismos do passado costumam ler os versículos que falam
do fim dos tempos, atribuindo a HOJE (2003) a visão escatológica do homem
moderno (usando bermuda, camiseta) como o sinal dos falsos mestres, ou
seja,
que o fato de não estarmos debaixo daquele jugo doutrinário de 1950 é
sinal
dos tempos. Ora, porque atribuir a uma igreja que está a 1950 anos depois
de
Cristo um perfil de igreja primitiva, como se fosse nos tempos de Cristo?!
Porque os versículos citados que "no final surgirão falsos mestres" não
serve também para 50 ou 100 anos atrás?! Afinal, um dia para Deus é como
mil
anos, e mil anos como um dia. Estamos no fim dos tempos, e qual a diferença
desta expressão para cem anos atrás?! Logo, podemos também atribuir a
estes
versículos sobre os falsos mestres da seguinte maneira:
"Porque surgirão falsos mestres....(continuando na pregação nossa) proibindo
e criando leis, excluindo por preceitos de homens, condenando shampoo,
perfume, sandálias, obrigando o uso do chapéu, etc..."
Porque não pode ser assim interpretado?! Porque temos a mania de redimir
o
passado? Os problemas sempre estiveram presentes em igreja de nosso século,
como nas dos séculos passados. Se lemos a Bíblia, vemos casos de adultérios,
fornicações, homicídios, traições, com homens que nem sonhavam o que era
paletó e gravata, nem imaginavam um dia existir aparelho de TV.
Então conclui-se que a época e os avanços tecnológicos são amorais. Quem
peca é o ser humano! Dizer que em 1950 os crentes eram mais "poderosos"
e
hoje está todo mundo mais moderno e por isso "mais pecador" é conversa
de
legalista que quer justificar trapalhadas de sua igreja no passado. Basta
ler a história destas igrejas, suas datas de fundação, e descobrirmos
onde
começou estas doutrinas.
Denis de Oliveira
Pastor
Assembléia de Deus, RJ
www.portaldosevangelicos.cjb.net
06 - MINHA EXPERIÊNCIA INDO VISITAR ONTEM UMA IGREJA LEGALISTA Ontem,
segunda-feira, a convite de um irmão, fui a um culto de libertação numa
determinada igreja, que prefiro não citar o nome por uma questão de
ética. Este irmão é um homem de Deus, e sua igreja ainda mantém usos
e costumes como tradição em seu corpo doutrinário. Para quem não sabe,
são as "doutrinas" da igreja, em que o homem não pode usar bermuda,
camiseta, a mulher não pode usar calça-comprida, mesmo que decente,
pois não é permitido pela igreja. Assim como batons, brincos, cordões,
pulseiras, etc... Pensei muito antes de ir. Aqui no Rio de Janeiro muitos
pastores sabem da minha opinião sobre usos e costumes. E também não
gostaria que a minha visita fosse interpretada como algum tipo de afronta.
Mas tomei coragem e fui. E lá estava eu. Na porta entreguei a credencial
ao diácono, que quase sempre é o porteiro, e uma irmã me encaminhou
até ao lado do púlpito. Quem dirigia o "trabalho de libertação" era
uma missionária, atrás de uma mesa na frente do púlpito, com uma voz
bem rouca, que caracterizava o perfil das irmãs de círculo de oração.
Mesmo trajando paletó e gravata, o que eu esperava seria no máximo uma
apresentação, seguida do corinho "visitante seja bem vindo..." Quando
entrei na igreja alguns me olharam assustados. E eu disse "-Pronto...no
final do culto, quando o pastor der a bênção apostólica, vou sumir!"
Imaginava não estar sendo bem vindo até o momento. Após ler o nome dos
visitantes, para minha surpresa, o pastor me chamou para cima do púlpito.
"-Seja bem vindo, pastor...", me recebeu o pastor-dirigente com um sorriso
simpático. A igreja estava lotada. O culto estava mesmo abençoado. A
missionária entregava visões e revelações, e uma onda de glórias e aleluias
incendiavam a igreja. Alguns do ministério me olhavam de canto de olho,
e eu notava uma certa expressão naqueles olhares, como quem se perguntava:
"-O que esse 'garotão' está fazendo aqui em cima do púlpito?" Mas como
eu já estava ali, chamado pelo próprio pastor, eles podiam me olhar
a vontade. O microfone estava mais baixo que o comum, devido a reclamações
de vizinhos. "-Já deu até polícia aqui", me disse um irmão. A certeza
que minha ida aquele lugar não era em vão veio quando a missionária
se dirigiu a mim e disse: "-O rôlo está com o irmão..." E isso na língua
"pentecostês" significa que você é o pregador da noite. Eu nem acreditei!
Preguei e foi uma bênção mesmo. Até os que me olhavam um tanto atravessado
me convidavam a uma nova visita e a pregar numa vigília. Jamais posso
culpar aquele povo abençoado pelo que outros líderes ensinam de usos
e costumes, dogmas de roupas, a que chamam de "sã doutrina", e classificam
roupas sociais como referencial de santidade. A visita a esta igreja
ontem só foi para reforçar mais ainda a minha fé, que não sou nenhum
"libertino do inferno", nenhum "mundano da igreja", que anda "de qualquer
maneira". Mesmo usando bermuda e camiseta, mesmo gostando de jogar bola
nas horas vagas, ontem não recebi nenhuma revelação que eu precisasse
me "consertar", andar no "prumo", ou que Deus estava "requerendo mais"
da minha vida espiritual. E ontem foi dia de revelações diversas, em
que não escapa principalmente quem é o pregador da noite. A missionária,
que dirigia o culto, me convidou para ir lá pregar de novo. "E rasgai
o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso
Deus". (Joel 2:13) _ Denis
de Oliveira Pastor Assembléia de Deus, RJ www.portaldosevangelicos.cjb.net
05- Nossa denominação tem origem na missão de Örebro da Suécia, em
1912 os colonos suécos que moravam no município de Guarani das Missões/RS
solicitaram um missionário para a Suécia que enviou o Missionário Erik
Jansson, e Deus abençoou de uma maneira extraordinária que se expandiu
em todo o estado do Rio Grande do Sul e posteriormente a nível nacional,
em 1952 se formou como convenção a CIBI (Convenção das Igrejas Batistas
Independentes) e depois se formaram as convenções regionais (por estado),
hoje temos trabalho Batista Independente praticamente em todos os estados
brasileiros, Paraguai, Uruguai, Peru, Portugal e Senegal. Nossa sede
(Convenção) nacional esta estabelecida na cidade de Campinas/SP e nosso
presidente é o Pastor José Machado da Igreja Batista Independente de
Sorocaba/SP. Que Deus abençõe. Atenciosamente. _
Pr. Fabiano Sábio Rodrigues U.M.B.I. 0947 ( Cachoerinha/RS )
04 - http://revistaepoca.globo.com
Na onda de Cristo - CRISTIANE SEGATTO Afiada na linguagem dos jovens,
a igreja evangélica Bola de Neve Church cresce pregando curas milagrosas
e sexo somente depois do casamento Fotos: Fabiano Accorsi/ÉPOCA ÍCONES
Com a Bíblia na mão e a prancha de surfe à vista, o pastor Rina prega
o Evangelho com os métodos dos neopentecostais Volta e meia uma mãe
desconfiada invade os domínios do pastor evangélico Rinaldo de Seixas
Pereira, de 31 anos, louca para desmascarar a balada que o filho anda
curtindo com a desculpa de freqüentar uma igreja. Mal consegue disfarçar
a surpresa quando avista o pranchão de longboard colocado sobre o púlpito
da Bola de Neve Church, um templo onde reggae, surfe e pregação se confundem.
A igreja da galera cresce no Brasil de carona na tendência de especialização
das agremiações evangélicas, conforme explica o pastor batista Ariovaldo
Ramos, diretor da Faculdade Latino-Americana de Teologia Integral. Em
um esforço de diferenciação, igrejas emergentes procuram públicos cada
vez mais específicos. A Bola de Neve Church cresceu 1.100% nos últimos
2 anos e já está presente em 8 cidades brasileiras Criada por um surfista
formado em propaganda e marketing, a Bola de Neve pretende converter
espíritos indomáveis - surfistas, skatistas, drogados, malhadões e gatinhas
- em tranqüilos servos de Deus (e da igreja), dispostos a abandonar
vícios e abrir mão do sexo antes do casamento. A receita: música, telões
que exibem cenas de esportes radicais, festas em casas noturnas (regadas
a refrigerante), cultos superemocionados e linguagem para lá de informal.
'Vocês já viram uma igreja com tanta balada?', pergunta à platéia o
pastor Rinaldo, vestido de calça jeans e tênis. A maioria do rebanho
de 'Rina', como é chamado, tem entre 15 e 30 anos. Os 1.200 fiéis lotam
o maior dos templos, inaugurado no início de julho em Perdizes, bairro
paulistano de classe média. Nascida de uma reunião de amigos há dez
anos, já com ambição de virar avalanche, a Bola de Neve avolumou-se.
Nos últimos dois anos, o número de membros da igreja pulou de 250 para
3 mil em todo o país. Eles se cadastram formalmente e pagam o dízimo
(10% da renda mensal). Freqüentadores esporádicos estão fora dessa conta.
Já existem sedes em Boiçucanga e Peruíbe, no litoral paulista; Florianópolis,
em Santa Catarina; e Itacaré, na Bahia. Na cidade baiana de 20 mil habitantes,
a Bola de Neve ocupa um casarão antigo, ao lado da igreja católica.
Pastor e padre vivem às turras, e a fama da evangélica se espalha. Grupos
menores funcionam em Itanhaém e Santos, São Paulo; em Laguna, Santa
Catarina; em Niterói, Rio de Janeiro; e em Salvador, Bahia. Osurfista
Dadá Figueiredo, um dos mais importantes nomes do esporte nos anos 80,
está prestes a inaugurar uma célula na Barra da Tijuca, no Rio. Embriões
da igreja brotarão em breve em Huntington Beach, na Califórnia, e até
mesmo no Havaí. Fotos: Fabiano Accorsi/ÉPOCA ''Alguém aqui ainda escuta
os Beatles? Não. Mas Jesus continua sendo capa de revista'' Pastor Rinaldo
de Seixas Pereira Arrastar adeptos em potencial para os cultos em que
decotes e bíceps à mostra são aceitos é tarefa de gente como o fisiculturista
Enzo Perondini Filho, de 40 anos, vencedor do Campeonato Brasileiro
de Musculação Atlética no ano passado. Vítima de anabolizantes que lhe
provocaram um câncer no fígado, Perondini recebeu uma previsão de três
meses de vida em 1998. Mas a doença estacionou. O fiel, que se considera
curado por Deus, percorre o circuito das academias de ginástica em busca
de ovelhas como a modelo Cida Marques, conhecida pelos seios fartos
exibidos nas revistas masculinas, e Monique Evans, apresentadora do
apimentado Noite Afora, da RedeTV!, um mosaico de cenas de sexo com
depoimentos de strippers e garotos de programa.
03 _ Nota: Uma palavra extraída da BARSA sobre o pentecostalismo:
o "neo" e o "tradicional". O neopentecostalismo
aqui é representado com exclusividade pela Igreja Universal.
O artigo faz comentário importante sobre a importância
do corpo nas duas correntes ideológicas. A matéria é
útil para pesquisadores e estudiosos em geral.
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Pentecostalismo: entre o desprezo e a recuperação do corpo
Leonildo Silveira Campos
Enquanto o chamado pentecostalismo clássico, herdeiro do movimento
puritano, impõe regras severas sobre o corpo, os neopentecostais
o ressituam, fazendo das reações dele o centro de uma
liturgia ágil e viva, na perspectiva de encará-lo como
um templo do Espírito Santo
Podemos colocar todos os pentecostais clássicos ou neopentecostais
na mesma vala comum da ojeriza ao corpo e da negação
dos prazeres corporais? Proceder dessa forma é uma temeridade,
pois o pentecostalismo é um fenômeno religioso complexo
e nem sempre apresenta unanimidade em suas cosmovisões, teologias
e formas de culto. Observemos, contudo, que o pentecostalismo desde
o seu início tem valorizado, embora de uma forma relativa, o
corpo, especialmente na prática da cura e do exorcismo. Mas quase
nunca esse aspecto tem sido enfatizado pelos analistas e, muitos deles,
consideram os pentecostais apenas mais uma modalidade de neoplatonismo
no que se relaciona ao corpo.
Neopentecostais revalorizam o corpo
Há duas vertentes no pentecostalismo: a primeira valoriza o corpo
e as sensações e o faz até de uma forma exacerbada,
como por exemplo a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD); a outra,
aqui chamada de "pentecostalismo clássico", é
herdeira dos grandes avivamentos norte-americanos e da tradição
das igrejas de santidade de origem metodista, que enfatiza mais a alma,
os valores espirituais e a necessidade de se imporem regras severas
sobre o corpo.
Acreditamos ser esta última postura o reflexo de antigas teorias
platônicas e gnósticas para as quais o corpo é a
morada má e perversa da alma. Tais origens levaram a discutida
teóloga alemã, Uta Ranke-Heinemann, em seu livro Eunucos
pelo reino de Deus: Mulheres, sexualidade e Igreja Católica (Ed.
Rosa dos Tempos), a afirmar que esse desprezo e pessimismo pelo corpo
é de origem pagã e que só secundariamente influenciou
o judaísmo e o cristianismo.
Essa tradição filosófica de desprezo ao corpo tem
menor influência sobre parcelas do pentecostalismo brasileiro
e quase nenhuma sobre os cultos afro-brasileiros. Para eles o corpo
é importante base para o espírito, na linguagem de alguns
o "cavalo", no qual espíritos "desencarnados"
tomam forma para a prática de boas ou más ações.
Nesse sentido, o corpo não tem valor em si mesmo e pode receber
espíritos bons, o Espírito Santo, ou maus, os demônios.
O corpo, portanto, se relaciona com uma dimensão transcendental,
captando dela, tal como um pára-raios, energias espirituais que
dão sentido à vida.
A teoria da possessão se encaixa dentro desse raciocínio
e pressupõe uma matriz que explica a origem de todos os infortúnios
que atingem o ser humano. Assim, como observou Ioan M. Lewis (1977):
"O sofrimento é interpretado como possessão (...)
invasão do corpo humano, que é usurpado como veículo
para o espírito. No transe a personalidade do receptor se apaga
e é substituída pelo poder da entidade possessora (...)
superando o assalto espiritual forja-se um novo relacionamento com o
espírito que faz da vítima dessa experiência um
xamã com a conseqüente mudança de status" (Ioan
M. Lewis. Êxtase religioso. São Paulo, Perspectiva, 1977).
A teologia neopentecostal não desvaloriza o corpo da mesma forma
que o catolicismo e protestantes tradicionais, especialmente os de tradição
puritana, cuja associação do corpo à matéria
decaída praticamente baniu do culto ao "Deus espiritual"
os movimentos corporais. O resultado foi a eliminação
das emoções e da espontaneidade do culto, consagrando-se
no lugar delas tão-somente o racional e o previsível.
A IURD, porém, ressitua o corpo e faz de suas reações
o centro de uma liturgia ágil e viva. Afinal de contas, para
ela o corpo tem a possibilidade de deixar de ser morada de demônios
e se tornar um templo do Espírito Santo, desde que seja submetido
a uma limpeza específica o exorcismo.
Essa valorização do corpo no neopentecostalismo também
se faz presente na insistência em embelezá-lo, torná-lo
atraente, oferecer-lhe conforto, bem-estar, recuperar a saúde,
coisas extremamente desejáveis na atual sociedade de consumo.
Sobre isso é significativo observar que o jornal oficial da IURD,
Folha Universal, tem colunas permanentes sobre beleza feminina, ginástica,
as modas mais apropriadas para as várias estações
do ano, aconselhamento sobre as novas descobertas em termos de cosméticos,
formas de rejuvenescimento, higiene e outras mais. Estimula-se também
a apreciação do belo feminino, reproduzindo-se, em cada
edição, uma fotografia, aparentemente retocada, com legendas
do tipo: "H.C., esta bela morena de olhos verdes, com todo esse
sorriso, é obreira da Igreja da Abolição".
Torna-se óbvio, portanto, que essa postura neopentecostal está
muito distante do recato do "pentecostalismo clássico",
no que se refere à fala sobre o corpo feminino, aliás
um discurso constituído muito mais de silêncios e interditos.
Porém, quando manifesto, o discurso desse pentecostalismo tradicional
é moralizante e ressalta sempre a necessidade de se cobrir o
corpo e de se reprimirem os "prazeres da carne".
Por tais motivos, a postura da Igreja Universal é criticada por
grupos pentecostais tais como Assembléia de Deus (Convenção
Nacional), Congregação Cristã no Brasil ou Igreja
Pentecostal "Deus é Amor", levando até mesmo
alguém da academia (Universidade de São Paulo) a considerar
a IURD, embora de forma inadequada, uma "igreja dos prazeres"
(Folha de S. Paulo, 2/1/96).
A revalorização do corpo e a pós-modernidade
Atribuímos essa "conversão" neopentecostal ao
corpo às influências da pós-modernidade e ao surgimento
de uma sociedade de consumo. Esses conceitos, trabalhados por Gilles
Lipovetsky (La era del vacío: Ensaios sobre el individualismo
contemporaneo. Barcelona, Anagrauna, 1993) e Mike Featherstone (The
Body in Consumer Culture, in Featherstone & B. Turner, The Body.
London, Lage, 1991), podem nos auxiliar no entendimento dessa ênfase
no corpo, tanto na cultura de um modo geral, como também na religião.
Para Lipovetsky "hoje vivemos para nós mesmos, sem preocupação
com nossas tradições e posteridade", em um contexto
em que o Eu se converteu "num espaço 'flutuante', sem fixação
nem referência, uma disponibilidade pura, adaptada à aceleração
das combinações, à fluidez de nossos sistemas".
Esse novo contexto cultural traz consigo um culto à intimidade
e um processo de reconstrução narcisista da personalidade,
que "desmonta as referências do Eu" ao esvaziá-lo
"de qualquer conteúdo definitivo." Daí o temor
do envelhecimento, da morte e a preocupação com "a
funcionalidade ótima" do corpo, ênfases que desarticulam
"as resistências 'tradicionais' e fazem o corpo se tornar
disponível para qualquer experimentação",
menos para pensar no seu próprio desaparecimento. Assim, a tendência
pós-moderna é de "liberar o corpo dos tabus e sujeições
arcaicas e fazê-lo desse modo permeável às normas
sociais", acrescenta Lipovetsky.
É justamente nessa cultura narcisista que o corpo assume um lugar
importante como instrumento de comunicação e de expressão
das pessoas entre si e destas com o sagrado. Mas, ao ressituá-lo
e atribuir-lhe uma dimensão espiritual, tal cultura acaba por
provocar o surgimento de outra visão de doença e cura.
A doença, que na medicina científica ocidental é
tratada como algo em si, desvinculada da consciência do "Eu",
começou a ser encarada de uma maneira "holística",
inserindo o ser humano no todo, ligando-o até mesmo às
forças vivas do cosmos, ênfases mais próprias da
filosofia e medicina oriental.
Assim, no bojo dessa cultura ressurge um processo de "desmedicalização"
da doença e das terapias, ao lado de uma "espiritualização"
do corpo, fazendo com que as medicinas "holística",
"espiritual", "alternativa", "terapia de possessão"
e outras atraiam cada vez mais um enorme número de pessoas. Esse
sucesso se deve talvez à existência de uma descrença
na capacidade da medicina científica em resolver todos os problemas,
ao alto custo econômico em se lidar cientificamente com a doença
ou simplesmente por causa da falência dos sistemas estatais de
assistência médica. Entretanto a medicina tradicional reage
e, por esse motivo, quase todos os líderes carismáticos
e taumatúrgicos, devotados à cura no Brasil, enfrentaram
acusações ou processos por "curandeirismo",
termo que se tornou um estigma do qual todos os que praticam as terapias
alternativas procuram se desvencilhar.
O pentecostalismo recupera uma visão sacramental de mundo e inclui
o corpo como ponto de interseção entre o macro e o microcosmo,
tal como fazem terapias e crenças orientais, entre elas as chakras
indianas, também usadas para "comprovar" a existência
de uma circulação de energia entre o cosmos e o corpo.
O Espírito Santo é a energia, quase impessoal, que cura
e transforma até mesmo o corpo.
Sobre as ligações entre corpo e sociedade, na discussão
dos processos de cura divina, há um texto muito desafiante de
Meredith B. McGuirre "Religion and Healing: the Mind, Body,
Self", in Social Compass, 43(1), 1996 no qual o autor chama
a atenção para a necessidade de se ir além da constatação
da ligação entre os aspectos cognitivos da mente humana,
as doenças e os rituais de cura, para também se enfocar
o que ele chama de "emotional minds" do ser humano; isto é,
a experiência da doença e da cura como algo que atinge
o ser humano de maneira integral e não apenas a parte racional
do Eu.
Concluímos que a prática de uma maior tolerância
para com as maneiras pentecostais de tratar o corpo pode, nesse sentido,
ser incluída sem grandes problemas no rol de nossos procedimentos
ecumênicos. Basta para isso uma perspectiva mais "holística"
da vida humana. Isso será possível, quem sabe, se deixarmos
de ser uma irmandade "em Platão" para nos tornarmos
irmãos "em Cristo", cuja preocupação
incidia sobre a saúde, a libertação, a alimentação
e a ressurreição do corpo.
In: Tempo e Presença Publicação KOINONIA.
Rio de Janeiro, nº 296, ano 19, nov/dez 1997, pp. 14-16.
Leonildo Silveira Campos é doutor em ciências da religião,
professor da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP)e autor
de Teatro, templo e mercado: organização e marketing de
um empreendimento neopentecostal. Petrópolis, Vozes, 1997
02 _ Globo teme expansão de TVs religiosas
A "voracidade de ocupação das TVs religiosas",
o crescimento das emissoras tradicionais (como SBT), o surgimento de
novas redes, as TVs educativas e comunitárias, além de
uma eventual legislação "engessadora" e restrições
à propaganda, são as principais preocupações
da TV Globo.
É o que afirma a emissora em "business plan" (plano
comercial) em que detalha seu projeto de criar uma segunda rede nacional,
em UHF, já batizada de Rede Dois e SuperTV, com parceiros regionais.
A Folha obteve cópia do documento, que prevê gastos de
R$ 209,8 milhões e o início das operações
90 dias após sua aprovação pela cúpula da
Globo. "Há que se ter velocidade nos projetos de expansão",
afirma o documento, prevendo escassez de novos canais no futuro.
"Diversos grupos religiosos estão adquirindo emissoras
e obtendo rapidamente dezenas de autorizações para retransmitir
em todo o país. Centenas de geradoras educativas foram outorgadas
nos dois últimos anos. A maioria não tem propósitos
educacionais e irá concorrer deslealmente. Têm forte atuação
e vantagens políticas, podendo até nos atrapalhar",
alerta.
O temor dessa concorrência justifica a necessidade da segunda
rede, com programação local e de canais da Globosat. Ocupando
novas concessões e retransmissoras, a Globo "reduz as chances
de crescimento de bandeiras concorrentes" e amplia receitas.
(Fonte: Daniel Castro - Folha de São Paulo)
01 _ Missionário Onésimo Martins de Castro - Missão Novas Tribos do
Brasil (MNTB) e Missão Evangélica da Amazônia (MEVA) - mntb@mntb.org.br
- mevager@tecnet.com.br Resposta à Rede Bandeirantes - Amados, No final
do ano passado e início deste, foi veiculado por quatro vezes, no programa,
Brasil Urgente, da Rede Bandeirantes de Televisão uma matéria sobre
a tribo yanomâmi, com sérias acusações contra os missionários da Missão
Novas Tribos do Brasil (MNTB) e Missão Evangélica da Amazônia (MEVA).
Portanto, segue abaixo um artigo com as devidas explicações para que
os usuários do COMIN possam fazer o seu julgamento sobre a referida
matéria. Por favor, divulguem este para o maior número possivel de endereços
e, caso alguém queira se pronunciar junto á Emissora e ao Repórter Roberto
Cabrini, pode fazê-lo no seguinte endereço: brasilurgente@band.com.br
Se fizerem isso, por favor, enviem um cópia para: mntb@mntb.org.br e
mevager@tecnet.com.br - O nosso muito obrigado!
22/05/2003
EM DEFESA DA VERDADE E DA JUSTIÇA A Missão Novas Tribos do Brasil (MNTB)
e a Missão Evangélica da Amazônia (MEVA), vêm a público esclarecer o
povo brasileiro sobre as dúvidas causadas pela matéria apresentada no
programa, Brasil Urgente, do dia 28/09/2002, pela Rede Bandeirantes
de Televisão e repetida por mais três vezes, no mesmo programa, até
dia 08/03/2003. Nessa matéria, seus missionários foram acusados de estar
atuando ilegalmente nas aldeias e extraindo minérios e plantas das terras
indígenas, com o pretexto de cuidar da saúde, educação e pregar o evangelho.
Para o bem da verdade e em respeito à dignidade dos missionários acusados,
apresentamos os seguintes dados informativos e documentais para que
o leitor faça o seu julgamento: As imagens foram gravadas no mês de
julho de 1999, quando o repórter se apresentou como enviado da Rede
Globo e que estava preparando um documentário para os 500 anos do descobrimento
do Brasil. Não se sabe por que, só agora foram exibidas e repetidas
com insistência e, em outra Emissora. As cenas foram gravadas em lugares
diferentes, com informações diversas e montadas de forma que representasse
o local onde os missionários trabalham. (Vale aqui informar que a reserva
yanomâmi é de 8,2 milhões de ha, quase do tamanho de Portugal e acomoda
mais de 135 comunidades indígenas.) As declarações dada por um índio
sobre a coleta de plantas, terra e pedras refere-se a uma equipe de
pesquisadores que chegou ao antigo posto Tototobi onde ele morava e
aconteceu há mais de 20 anos atrás. Portanto, não tem nada a ver com
os missionários, como foi insinuado na matéria. Na gravação de um suposto
garimpeiro, da tribo Macuxi, dizendo que os índios garimpavam para a
MEVA, percebe-se que a imagem e a voz estão indecifráveis, não dando
para distinguir se era mesmo um índio que estava garimpando. Também,
percebe-se que as declarações dadas pelo "garimpeiro" eram induzidas
pelo interlocutor. A cerimônia de pajelança (xapori) apresentada com
a declaração de que os missionários proíbem os indígenas de realizá-la,
foi feita em lugar público, ou seja, na própria maloca, onde quase que
diariamente realizam esse ritual e não em lugar secreto e escondido
dos missionários. Também não foi o pajé que chamou o repórter à parte
para falar do missionário, mas foi sugestionado pelo jornalista a realizá-la
para filmagem, conforme declaração encontrada na revista Planeta: "Finalmente,
o repórter pede que seja realizado um ritual do xabori (...) O pajé
aceita e o que se vê a seguir na telinha é uma impressionante seqüência
de imagens do rito xabori, executado no interior da grande cabana do
pajé...". Além do mais, quem afirmou que os missionários proíbem os
rituais indígenas foi apenas um índio de uma aldeia muito distante dali
e que não representa o povo daquela aldeia. Segundo testemunhas ali
presentes, o próprio pajé, quando confirmou essa acusação, foi duramente
repreendido por outros yanomâmi, para que não mentisse. Também, o líder
de uma das malocas queria falar, mas foi-lhe negado esse direito. Não
é curioso que nenhum dos índios que se expressaram como crentes foi
entrevistado? Sobre a declaração do repórter de que: "... a gentileza
inicial desaparece, seu olhar é tenso..." usada para dizer que o missionário
reagiu contra a gravação do ritual, nem seria necessário explicação,
pois todos sabem que essa não é a postura daqueles quem estão servindo
fielmente ao Senhor. Porém, em respeito ao irmão acusado, informamos
que ele, juntamente com seus colegas, hospedaram dignamente o Sr. Cabrini
e sua equipe. Inclusive, após aquela entrevista, serviram-lhe um jantar
e o café do próximo dia e até o sabonete, que haviam esquecido de levar,
o que não combina com a apresentação de um close distorcido do seu rosto
e a declaração de falta de generosidade. Mesmo tendo visitado equipes
composta por maioria brasileira, focalizaram apenas o missionário canadense,
para induzir o público a acreditar que os estrangeiros estariam agindo
ilegalmente no Brasil. Brian Wardlaw, é um dos dedicados e fiéis missionários
da MNTB e atua também como professor no Instituto Missionário Shekinah.
Foi criado entre os yanomâmi. Seus pais gastaram toda a sua vida como
missionários entre esse povo. Depois de ter feito treinamento específico
para trabalho transcultural, ingressou na MNTB e conseguiu autorização
da Funai, em 25 de setembro de 1989, nos termos da Portaria no 0745
- FUNAI, 06/07/88, com base no convênio 008/88 de 21/09/88 entre MNTB
e FUNAI, para ingressar e permanecer com sua família na área. Assim
como os demais missionários da MNTB, da MEVA e de outras missões, não
entrou ilegalmente na área indígena, como afirmou o repórter. Quanto
à acusação de atividades clandestinas, é importante frisar que a MNTB
e a MEVA enviam à Funai e à Funasa relatórios anuais de todas as suas
atividades em áreas indígenas. Inclusive, a construção das pistas de
pouso e as entradas e saídas de missionários nas aldeias são devidamente
informadas à Funai, à Aeronáutica e aos demais órgãos competentes. Portanto
não há nenhuma clandestinidade dos missionários nessas aldeias. Sobre
a acusação de exploração de riquezas na Amazônia, vale também informar
que várias investigações já foram feitas pelas autoridades competentes
e nenhuma prática ilegal das missões evangélicas que atuam em área indígena
foi encontrada. Em 1991 foi instaurada Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) focalizando principalmente as missões MEVA e MNTB, da qual destacamos
alguns importantes pronunciamentos: "Em nenhum momento eu retirei o
caráter meritório dessas missões. Acho que, desde que desenvolvam os
trabalhos dentro do escopo religioso a que se propõem, sem dúvida, contribuem...Para
resumir, louvo a ação dessas missões quando ela se dá dentro do papel
que lhes cabe um papel evangélico, de integração social, de prestação
de assistência social àquelas comunidades carentes, etc. Nesse sentido,
não temos outro adjetivo senão o positivo em relação a essas ações."
Sr. Pedro Paulo Bergamaschi Leoni Ramos, Secretário de Assuntos Estratégicos,
na 11a Reunião - Brasília, 05.09.91. "Eu já manifestei que no limite
que eu sei, do que eu vi ao longo desses vinte anos de Amazônia, eu
nunca consegui visualizar nenhuma atuação criminosa de missões religiosas
(...)Nas minhas andanças e paranças por aqui, eu não posso, sinceramente,
dar o testemunho de que essas missões evangélicas pratique mineração
em área indígena (...) tive a oportunidade de visitar missões evangélicas
no meio dos índios (...) e tantas outras. Na realidade, nas missões
evangélicas, eu encontrei pastores ou dirigentes vocacionados para prestar
assistência médico-social aos índios (...) A preocupação com o idioma
escrito. Perenizar a cultura através do idioma escrito. Tradução de
textos bíblicos no idioma dos próprios índios, sempre uma preocupação
com o religioso." Sr. Otomar de Souza Pinto, Governador do Estado de
Roraima, na 12a Reunião Boa Vista - RR - 10.09.91. "(...) Repetindo
o que disse em Roraima, eu me vejo sempre, parece que é destino, eu
sou ateu e sou agnóstico, e estou sempre tendo que defender a ação de
religiosos. É uma contradição que eu vivo sistematicamente, porque é
o seguinte, Secretário. O problema é que do lado dos índios lá naquela
região os únicos que se colocam são os missionários." Dr. Tuga Angerani,
Deputado Federal - 13a Reunião - 18.09.91 "...Temos os índios contatados
e que estão com missionários. Aí eu lhe dou 100% razão, o missionário
é hoje talvez, o único fator de proteção dessa pobre espécie. Os únicos
que estão lutando para preservar fisicamente essas pessoas e ultimamente
eu tenho notado que a maioria dos missionários que tenho conhecido,
inclusive, já não faz mais tanta questão do que eles chamavam evangelização,
eles procuram muito mais entender o índio dentro da sua própria cultura."
Secretário José Antônio Lutzenberger, Secretário Nacional do Meio Ambiente
- 13a Reunião - 18.09.91 "...Eu não posso concordar (...) que depois
de quarenta anos, haja ainda alguns brasileiros que duvidam da seriedade
dessas missões (...) As missões estrangeiras são bem mais regularizadas
que as nossas nacionais..." Dr Ruben Bento, Deputado Federal - 12a Reunião
- Boa Vista - RR - 18.09.91 "...Eu realmente, depois do depoimento de
cada um dos missionários, até porque não tenho provas contra, me convenci
e fiquei satisfeito também, e louvo a Deus, como católico que sou, que
continuem com esse trabalho, porque esse trabalho vai ser sempre bem-vindo..."
Dr. Júlio Cabral, Deputado Federal - 12a Reunião - Boa Vista - RR -
18.09.91 "...O que eu tenho a dizer é parabenizar a missão evangélica,
o trabalho que ela vem fazendo no território não tem nada a desejar,
é completo, é perfeito..." Sr. Benedito José Magalhães, Secretário de
Segurança Pública de Roraima - 12a Reunião - Boa Vista - RR - 18.09.91
"(...) Outro fator a ser considerado nessa questão é que nenhuma das
organizações missionárias, leigas ou religiosas, atuantes na Região
Amazônica o faz clandestinamente (...) A atuação em área indígena, em
regra é precedida de celebração de convênios com o organismo tutelar,
que as autorizam a desenvolver ações assistenciais junto aos silvícolas
(...) Todas são entidades cujos estatutos acham-se devidamente registrados
em cartórios..." "... Não conheço fato relativo a alguém que tivesse,
em missão religiosa, participando de uma ação de contrabando (...) não
existe conotação de contrabando de ouro por missões legalmente instaladas
na Região Amazônica." Sr Romeu Tuma, Diretor geral da Polícia Federal
-16a Reunião - 01.10.91 Portanto, cremos que isso é suficiente para
que cada um possa tirar suas conclusões e optarem por acreditar nos
fatos apresentados ou numa matéria sensacionalista e anti-missionária
em detrimento do direito da justiça.
Participe!
Envie-nos seu comentário : iceuniao@uol.com.br - www.uniaonet.com
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