www.uniaonet.com/euitavaticano02.htm


www.dialogo-cristao.com O papa unificador
Contra o liberalismo, o marxismo, o relativismo, o materialismo, o capitalismo, o socialismo e a modernidade.
 
Comentários:
E contra o Nazismo?
 

Estou mesmo muito desiludido, como católico praticante e acima de tudo como cidadão que pretende continuar a ser livre.
 
Lá vamos ter uns livritos queimados daqui a uns tempos.
Já faltou mais...
 
Nazismo?
Ratzinger foi membro da Juventude Hitleriana e do Exército alemão.
Se condena o nazismo hoje, não o combateu quando o podia fazer.
 
- que o Sr. Jesus dele, o receba em seus braços tão rápido, como o bondoso J. Paulo II
- já chamar irmãos aos que comem na cúria o dinheiro dos pobres e doentes...
- desde a morte de JP II que andava em bicos de pés para ser visto
- esperemos para descobrir, se deixarem..., qual a ligação ao nazi louco. Saudá-lo-ia com Heil Hitler?
Que desilusão para os Católicos Apósticos Romanos!...
 
Longe vão os tempos em que os conclaves duravam dias e dias. "A vida não espera", "Tempo é dinheiro". A pressa foi tanta que a montanha pariu um Ratzinger.
 
 
O processo foi absolutamente democrático, tal como afirma o Luís Delgado:
 
"Príncipes elegem um rei
Não há, numa Igreja, processo mais democrático do que aquele que decorre na Capela Sistina, onde 115 príncipes escolhem o seu rei e chefe universal.
É, aparentemente, o mais contraditório de todos os preceitos - porque de uma eleição normal se trata, com todas as características de um sistema político democrático, mas os dogmas da Igreja transformaram o conclave numa reunião presidida pelo Espírito Santo, que ilumina e escreve o escolhido pela mão dos cardeais.
Até a maioria de dois terços é uma unidade terrena, em nada transcendente. Mas o escolhido assume um poder que nenhum outro chefe de Igreja tem, tanto a nível divino como humano.
Até agora, no século XX, nenhum conclave durou mais do que cinco dias, e essa rapidez pode repetir-se na primeira eleição do novo século.
Porquê tanto interesse neste conclave? Uma das razões deriva do facto de existir, como não acontecia há 26 anos, uma informação maciça, global, permanente, que nasceu com as estações de televisão puramente noticiosas, e a Internet. Hoje o fluxo informativo é um imperativo de transparência, e isso percebeu João Paulo II.
 
A outra tem a ver com a escolha anterior de um polaco para a cadeira de Pedro, interrompendo assim uma predominância italiana, e mostrando que a Igreja Católica pode ser universal, aberta, e respeitada, qualquer que seja o escolhido pelos cardeais.
 
Nisso reside, afinal, todo o interesse que rodeia este conclave, cujas regras de clausura foram abrandadas, permitindo-se que os 115 cardeais já não estejam confinados a pequenos cubículos montados na Capela Sistina, como sempre aconteceu.
A convicção generalizada dos vaticanólogos (que tentam aplicar regras comuns a cânones ancestrais e divinos) é que até ao fim-de-semana haverá um novo Papa. Tudo indica que assim será, mas só Deus saberá.
E nessa escolha que transcende o comuns dos mortais, a verdade é que 115 estão em condições de serem escolhidos, sem campanhas, comícios ou programas de Governo."
 
Pelo que sei ele teve de fazer parte da Juventude Hitleriana como em Portugal muitos foram forçados a ingressar na Mocidade Portuguesa. Além disso, o homem ainda não "entrou em funções", ainda não queimou nenhum livro nem ninguém, por isso deixem de lado esse ódio nojento que sentem pela IC e não ataquem as pessoas de forma gratuíta.
 
Bento XVI é um grande teólogo e um grande servidor da Igreja. O combate ao relativismo moral (herança do maio 68 e de toda a tralha pós-moderna) é a tarefa principal da Igreja. Os valores, os eternos e bons valores são, devem ser, o principal objectivo dos católicos. Aqui o muçulmano Saladino saúda o novo Papa !
Tá bonito tá...
 
Oh sagrada desilusão saber que o novo papa foi membro da Juventude Hitleriana e do Exército alemão.
 
Continuará portanto a ser um homem bom, cumpridor dos cânones da igreja católica.
 
Ratzinger , prefeito da Congregação da Doutrina da Fé.
O que é isto? É o antigo Santo Ofício !
... trocado em miúdos , falamos da INQUISIÇÃO !
 

Cardeal Ratzinger ataca música rock. O cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, atacou severamente a música rock e pop e manifestou reservas em relação à ópera, num ensaio consagrado à liturgia divulgado hoje em Itália.
 
O prelado, encarregado oficialmente de guardar a pureza da doutrina, descreve o rock como «expressão de paixões elementares que, nos grandes concertos musicais, assumiu carácter de culto, ou melhor de contra-culto que se opõe ao culto cristão».
 
Acusa o rock de querer falsamente «libertar o homem por um fenómeno de massa, perturbando os espíritos pelo ritmo, o barulho e os efeitos luminosos».
 
Quanto à música pop, «ela já não é mais apoiada pelo povo». «Trata-se na minha opinião, de um fenómeno de massa, de uma música produzida com métodos e a uma escala industrial e que se pode qualificar desde já de culto da banalidade», afirma.
 
O prelado acusa ainda a música de ópera de ter «corroído o sagrado» no século passado e cita a esse propósito o papa Pio X que, no início do século, «tentou afastar a música de ópera da liturgia». (Via_Orlando)
= = =
www.leonardoboff.com página de Frei Leonardo Boff ... Aconselho a leitura do artigo “Castigo para quem pensa”, escrito em Fevereiro, que considero oportuno nesta altura em que o catolicismo escolheu um novo Papa. Camilo – Abril de 2005
= = =
www.igrejadafamilia.org.br/vila A MORTE E RESSURREIÇÃO DE UM PAPA
“Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso, não consultará o povo ao seu Deus?  A favor dos vivos se consultarão os mortos?” – Isaias 8:19.
 
     O funeral e sepultamento do papa João Paulo II foi um fato marcante, jamais visto e que provavelmente não se repetirá.   Grandes líderes mundiais e presidentes de países ricos não receberam tanto destaque e veneração por ocasião de sua morte.  Um papa da mídia, como foi reconhecido pelo próprio Vaticano soube usá-la como poucos, utilizando-se para isso, inclusive, dos seus dotes de ator.  
 
     O que estamos vendo, porém, ultrapassa a homenagem e a veneração que grandes personalidades costumam receber.  Por se tratar de um líder religioso incomum, antes mesmo do seu sepultamento já se pedia a sua canonização.   Segundo o arcebispo Edward Nowak, que é secretário da Congregação das Causas dos Santos do Vaticano, o papa João Paulo 2º pode ser proclamado santo já em outubro.  Ele confirmou a possibilidade do novo papa declará-lo santo “em tempo rápido”, em virtude da aclamação popular recebida pelo papa por ocasião do seu funeral.  Ele lembra que, no caso de Madre Teresa de Calcutá, o próprio João Paulo 2º autorizou que o processo começasse antes dos cinco anos após a morte, que se exigem normalmente.
 
      As regras da Igreja prevêem que, para uma pessoa ser proclamada santa, é preciso documentar dois milagres feitos por ela depois de sua morte, um para iniciar o processo de beatificação, e outro, para o de canonização.
 
      Alguns jornais noticiaram que já estão começando a aparecer relatos de "curas milagrosas" que teriam sido realizadas pelo papa João Paulo 2º quando ainda estava vivo:  "Tumores que desapareceram, cegos e inválidos de nascimento que se recuperaram e vozes que voltaram são alguns dos milagres que já apareceram". 
 
      Os jornais observam, porém, que essas "curas milagrosas documentadas clinicamente" não poderão ser usadas em um eventual processo de beatificação de João Paulo 2º, uma vez que, para este fim, só valem os milagres realizados após a morte do candidato a santo.  Para ser beato é preciso comprovar um milagre depois da morte, o que deixa sem valor todos os atribuídos até agora a João Paulo II.   Um outro milagre, ocorrido após a beatificação, é necessário para a canonização.
 
      O critério de canonização da igreja católica é interessante: só valem os milagres após a morte do candidato a “santo”.   Exatamente o oposto da visão bíblica, onde qualquer dom ou serviço a Deus deve ser para esta vida.  Vale a pena confrontar esse critério com a Palavra de Deus para se perceber o erro que a religião institucionalizada pode cometer quando prefere seguir a tradição em prejuízo da revelação de Deus.
 
      A palavra é clara em afirmar que ao subir aos céus Jesus levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens (Efésios 4:8), inclusive o dom de curar.  Isso quer dizer que enquanto está vivo o cristão pode ser usado por Deus como instrumento de cura para outras pessoas, sejam elas cristãs ou não.   O critério católico ensina justamente o contrário: não valem os milagres em vida, só os realizados após a morte do candidato, quando nenhum dom é mais exercido.  Aquele que morreu está esperando o julgamento de Deus.
 
 
 
     Algumas conclusões que podemos tirar desse principio são tremendamente reveladoras do perigo da idolatria:
 
 
 
·         No princípio bíblico o homem é instrumento, quem cura é Jesus.   Na tradição o santo cura ou intermedia a cura depois de morto, o que a bíblia proíbe.
 
·         Na bíblia o homem não tem glória, ela deve ser dada a Deus.  Na tradição a glória não é dada a Deus, mas ao “santo”.  Ele tem um dia no calendário da igreja, são feitas imagens dele e é colocado em um altar. 
 
Milagres realizados após a morte implicam não em instrumentalidade mas em intercessão; a cura é atribuída ao “santo” e não a Deus; de outra forma, valeriam os milagres em vida.
·         A invocação ou intermediação de alguém após a sua morte pressupõe mediunidade, consulta a mortos, assunto fartamente proibido e condenado por Deus na sua Palavra:  “Não se achará entre ti adivinhador.... nem agoureiro, nem feiticeiro, nem necromante, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor” -  Deuteronômio 18:10-12.
 
    Não há nenhuma passagem nas Escrituras que autorize um ser humano, por mais santo que tivesse sido em vida, a se tornar um intercessor ou operar milagres depois de morto.  A determinação de Deus para o seu povo é de que não haja em seu meio quem “consulte os mortos” e não há consulta mais efetiva aos mortos do que esperar deles intercessão ou graça.  Isso é atribuição exclusiva de Jesus através do Espírito Santo.   Ele é o único que por causa da sua morte e ressurreição pode interceder ou abençoar os homens.  Para se habilitar a intercessor direto junto ao Pai o papa precisaria ter, pelo menos, ressuscitado.  Parece não ter sido esse o caso.
 
“Por meio da ressurreição de Jesus Cristo; o qual, depois de ir para o céu, está à destra de Deus, ficando-lhe subordinados anjos, e potestades, e poderes” – I Pedro 3:21-22.
 
                                                           Oswaldo Chirov

16/4/05 Como nos últimos dias, muito se tem falado do Papa João Paulo II, recentemente falecido e alguns visitantes da minha página têm perguntado a minha opinião, resolvi abordar o assunto no meu artigo “Papa João Paulo II” http://www.estudos-biblicos.com/papa.html que vos convido a ler.
Camilo 
Perguntas a minha opinião sobre o Papa João Paulo II, recentemente falecido.
 
Tenho ouvido nos últimos dias as mais diversas opiniões, e não podemos ignorar que são opiniões dadas num momento de grande emoção, pois ainda vivemos na época do funeral de João Paulo II.
 
Não sendo católico, entendo que não me compete pronunciar-me, por minha iniciativa, sobre o Papa. Mas se os visitantes da minha página me perguntam, também não me importo de dar a minha opinião.
 
Quero no entanto dizer, que se trata da opinião dum leigo e dum crente em Cristo e só em Cristo. Não sou católico por não aceitar a infalibilidade do Papa e alguns outros dogmas do catolicismo Romano, assim como, também não sou membro de nenhuma igreja evangélica ou protestante. Mas, como crente em Cristo, não posso ficar indiferente com o que se passa com as igrejas cristãs, nomeadamente a Igreja Católica a maior igreja cristã.
 
Não estou minimamente interessado em que protestantes se tornem católicos ou que católicos se tornem protestantes, pois isso seria, em ambos os casos (se possível), andar de mal para pior. O que uns e outros necessitam é de substituir a “conversão” às suas igrejas pela genuína conversão a Cristo.
 
Penso que, devido à grande máquina de propaganda do catolicismo, sempre que morre algum Papa, o povo católico fica com a sensação de que morreu o melhor dos papas, morreu o grande homem do nosso século, morreu alguém insubstituível. Seria necessário que o Papa fosse muito mau Papa, para que o povo católico em geral, notasse alguma coisa.
 
Em minha opinião, com o distanciamento possível na época em que vivemos, penso que João Paulo II não foi nem uma coisa nem outra.
 
Não foi o Papa do século, pois na minha modesta opinião, esse lugar é de João XXIII, o Papa do Concílio Vaticano II, cuja influencia ainda está a transformar o catolicismo romano.
 
Não nos compete julgar seja quem for, mas penso que João Paulo II teve os seus aspectos negativos e positivos. Julgo que ele fez o que sabia e o que lhe foi possível.
 
Entre os aspectos negativos está a forma como lidou com as outras igrejas cristãs na altura do Jubileu 2000, realçando precisamente os aspectos que dividem os cristãos. Tenho alguns artigos sobre o assunto na minha página. Apesar de toda a propaganda em contrário, penso que houve um certo retrocesso no movimento ecuménico durante o seu pontificado. 
 
Este assunto já foi abordado em alguns artigos da minha página, a “Estudos bíblicos sem fronteiras teológicas” http://www.estudos-biblicos.com/index.html 
 
Poderá entrar directamente na secção http://www.estudos-biblicos.com/alfabetico.html onde estão todos os artigos por ordem alfabética, para ler:
 
Jubileu 2000 «Incarnationis mysterium»
 
Contributos do Jubileu para o Ecumenismo 
 
Ainda sobre os aspectos negativos está a condenação e marginalização de vários eminentes Professores e teólogos católicos. Fala-se num total de 140 que foram silenciados durante o pontificado de João Paulo II, pela “Congregação Romana de Doutrina da Fé” presidida pelo cardeal Ratzinger. Entre os Professores de teologia silenciados estão os “nossos”, (digo “nossos” por serem de língua portuguesa) Frei Marcelo Barros, Frei Carlos Mesters e Frei Leonardo Boff, que já foi Professor de teologia em várias Faculdades europeias, inclusive em Lisboa. Temos também o caso recente do sacerdote jesuíta americano Roger Haight, ex-presidente da Sociedade Teológica Católica da América, que foi silenciado e dispensado dos seus cargos devido ao seu livro “Jesus, símbolo de Deus” que foi traduzido para português e impresso pela Paulus de São Paulo em 2003. O mais grave é que o referido livro reúne o pensamento de diversos teólogos de todas as denominações, para apresentar a fé cristã de maneira compreensível a pessoas de certa cultura de dentro e de fora das igrejas.
 
Parece que as religiões, principalmente as monoteístas, não têm grandes tradições de liberdade de expressão. Talvez de teologia tenha a aprender com as outras ciências. Se algum técnico ou cientista tiver uma nova descoberta ou nova ideia, todos o ouvem com atenção, nas se for um teólogo, logo o acusam de heresia, com toda a carga semântica que tal palavra adquiriu em ambiente religioso. Afinal, heresia vem do grego “hairesis” que significa escolha, preferência, gosto particular, escolha filosófica etc. No entanto, onde não houver liberdade de pensamento e liberdade de expressão, esta palavra adquire uma semântica bem negativa. No passado, já muitos foram torturados e mortes por terem opiniões diferentes, a tal heresia, certamente com fundamento bíblico, não na mensagem de Cristo que não aprovou estes métodos (João 8:1/11), mas no Velho Testamento que manifesta pouca consideração pela vida humana e aplica muitas vezes a pena de morte num contexto cultural em que não havia liberdade religiosa nem liberdade de pensamento.
 
Temos de ser realistas. No passado, muitos que discordaram da posição oficial da Igreja Católica foram mortos. Nos nossos dias, quem discordar da posição oficial da sua igreja, se for evangélico é excluído e se for católico é dispensado das suas obrigações profissionais, principalmente de for Professor de teologia.
 
Como aspectos positivos do Papa João Paulo II, registo o simbolismo das visitas a mesquitas e sinagogas, o que demonstra uma certa abertura que me parece estar em contradição com o falta de liberdade de expressão que manteve em relação aos próprios teólogos católicos cuja pesquisa teológica não foi incentivada mas sim abafada.
 
Mas o aspecto mais positivo de João Paulo II, foi sem dúvida a sua corajosa e intransigente defesa da paz. Refiro-me à sua posição em relação ao imperialismo norte-americano quando este atacou o mundo árabe.
 
Quanto a essa polémica levantada na tua página sobre a eventual salvação eterna de João Paulo II, examinando com o distanciamento de crente em Cristo, que não é católico nem protestante nem ortodoxo, mas procura meditar na mensagem de Cristo, que não era católico nem protestante, pois Ele é a Palavra de Deus e nem sequer foi judeu, pois nasceu como Filho de Deus, por intervenção do Espírito Santo, penso que, de acordo com Mateus 5:9 “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.”, João Paulo II, na sua defesa da paz, ganhou o título de “filho de Deus”.
 
Eu concordo com a posição do Pastor Caio Fábio. O importante é pregar a Cristo e viver segundo os seus ensinos, em vez de pregar o catolicismo ou o evangelicanismo. Por vezes, chama-se de pregação do Evangelho, ao que não passa de simples propaganda das igrejas, que nenhum fruto produz.
 
Teologia e convicções doutrinárias são importantes, mas não é o rigor teológico que nos salva. Satanás conhece mais teologia do que todos nós. Também, não são as igrejas que salvam. Antigamente, o catolicismo afirmava arrogantemente que “fora da Igreja não há salvação”. Graças a Deus que já abandonou essa posição teológica. Mas não posso deixar de ficar horrorizado por ver que agora são algumas igrejas que se dizem evangélicas que estão assumindo essa posição que os católicos rejeitaram.
 
Por vezes, temos de estabelecer uma certa hierarquia nos nossos valores e penso que no nosso contexto histórico, a maior ênfase deve ser dada ao versículo que citamos em Mateus 5:9. A defesa da paz é mais importante do que todo o rigor teológico.
 
Vejo um Papa que cometeu os seus erros, que silenciou eminentes teólogos católicos ecuménicos, mas que na devida altura soube manter uma defesa intransigente da paz, quando o imperialismo norte-americano bombardeou populações indefesas no Afeganistão e no Iraque. E vejo também, algumas igrejas que se apresentam como evangélicas (felizmente poucas) a orar pelas forças invasoras. Vejo eminentes teólogos como Billy Graham a apoiar a guerra como forma de “evangelismo” (ver artigo Cruzada americano/batista na minha página).
 
Filhos de Deus, são os que defendem a Paz. Os outros, não digo que sejam filhos de Satanás, pois este talvez não os aceite como tal… mas pelo menos serão abortos de Satanás.
 
Camilo – Abril de 2005

. .


www.jmmitalia.com   Pr. Fabiano & Anne Nicodemo _ Via Salvatore Quasimodo, 240 Cesena 47023 FC- ITÁLIA _ ITÁLIA .  MISSOES NA ITALIA JMM


 
07/04/2005 DOBRE SEUS JOELHOS E ORE PELA ITALIA!
. . .
Os olhos de todo o mundo estão mirados para a Itália, e em especial para
Roma onde se encontra o Estado do Vaticano. Representantes e delegações dos
quatro cantos do planeta, dentre eles os mais poderosos já chegaram, e
outros estão à caminho. Centenas de milhares de pessoas da Itália e do
mundo, viajaram longas distâncias, para enfrentarem a fila que leva 15 a 20
horas, no calor do dia e no frio das noites, dormindo pelas calçadas, outros
em alojamentos, enfim, un sacrificio tremendo para ver o corpo do
 "pontefice" exposto na basílica de San Pietro.

 Enquanto tudo isso acontece, talvez nos esquecemos, e deixamos de
reconhecer que este país chamado Itália, onde nós ja vivemos a quase 7 anos,
e o temos conhecido, principalmente o seu povo, que apesar desta gigantesca
demonstração de "aparente religiosidade", os 57 milhões de italianos de
norte a sul, na grande maioria AINDA vivem nas trevas. Meu querido irmão e
amada igreja, a Itália, é ainda um campo missionário a ser conquistado! E
quando nós pensamos a esta "brava gente" (povo bom), o nosso coração fica
apertado, em saber que se eles continuarem na condição em que se encontram
hoje, esta grande maioria irá perecer no inferno.

 Dobrem seus joelhos e orem por esta nação! Peçam por um avivamento, uma
verdadeira consagração e santidade por parte dos crentes já existentes à
Deus e à evangelização. Orem para que o Espírito do Senhor tire este "véu"
que impede de ver a verdade em Cristo. No passado homens como Savonarola
(1452 a 1498), pregaram contra a tradição religiosa e a um retorno da igreja
ao modêlo do Novo Testamento. Nauqele período, existiu na cidade de Firenze,
um início de avivamento,... mas Savonarola terminou por ser enforcado.

 Ao contrário de virem ao Senhor, as multidões vão procurando os "santos", os quais o papa João Paulo segundo, durante o tempo em que foi chefe da igreja católica por 25 anos, proclamou 1337 beatos e 482 santos. Muitos já acreditam que o próximo "santo" reconhecido pela igreja de Roma, deverá ser ele mesmo.

 Saibam que nós continuaremos firmes no Senhor, certos que a vitória Ele já
no deu. Mas não iremos lutar sozinhos, pois além de Cristo, temos também
você e sua igreja que nos sustenta com suas orações e com suas ofertas
através do Pam. Louvem ao Senhor pela conversão de Mário Prevete, que
aceitou o Senhor no último dia 27 de Março. E orem para que muitas outras
vidas possam se achegar à Ele. Rogamos também suas orações pelos
preparativos da Campanha Evangelística Cesena in Piazza no mês de Junho,
para que seja um grande oportunidade para semear e colher vidas para Jesus
Cristo.

Pr. Fabiano, Anne, Fabíola, Fernando, Fabrizio Nicodemo

OREM POR NÓS!

 
LEIA NOSSAS NOTICIAS!
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Boletim Informativo Semanal  - nº 171  - 10/04/2005


LARANJA MADURA



"Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do
inferno não prevalecerão contra ela" - Mateus 16:18.



       O clima de superprodução dado à morte do Papa João Paulo II pelas
redes de televisão chama a atenção do espectador; até do menos avisado.  O
espetáculo da morte de João Paulo II emocionou o mais duro dos ateus.   Um
jornal da Colômbia está lançando histórias em quadrinhos do papa como um
super-herói e alguns relatos já dão conta de possíveis "milagres" atribuídos
a ele.  Flashes e retrospectivas de sua vida pessoal e religiosa desde a sua
infância deixam a pergunta se esse homem é o mesmo que era considerado
conservador demais para o mundo moderno e liberal.

      De repente, a mídia global, totalmente avessa à religião, suas
exigências, dogmas e postulados - tidos como retrógrados e medievais, para
se dizer o mínimo - se transforma em atalaia da fé, exaltando as qualidades
e predicados espirituais de líderes cujas idéias nunca foram aceitas ou
digeridas a contento.



      O que está por trás disso?  Ibope?  Oportunidade de tentar conter o
avanço evangélico que ano após ano vem atropelando a igreja de Roma?
Reconhecimento de um líder carismático que teve papel influente no último
quarto do século XX?



      A despeito da idolatria característica da igreja de Roma e dos graves
problemas em suas doutrinas, João Paulo II sempre manteve posições firmes
com respeito às questões da moralidade e da ética, sendo, portanto,
intrigante se assistir a suspensão e atraso na veiculação de programas,
filmes e principalmente novelas, que pregam reiteradamente a dissolução da
família, o aborto, a homossexualidade, o sexo livre para se exaltar um líder
religioso que sempre deixou clara a sua posição contra tudo isso.



     Qual a diferença entre esse evangelho que há mais de uma semana vem
ocupando o horário nobre das emissoras de tevê, capas de revistas e
manchetes de jornais em todo o mundo e o evangelho "evangélico" que quando
faz uma marcha pela cidade recebe dez segundos na imprensa, geralmente para
se reclamar do transtorno no trânsito?



     Porque o Cristo do Papa dá Ibope e o Cristo dos evangélicos não?



Das possíveis alternativas, duas se destacam:



1.    Está se homenageando o estadista político que influenciou países e
governos tendo se envolvido na queda do bloco comunista e numa reviravolta
sem precedentes na Polônia, seu país de origem.



2.    O evangelho pregado por sua igreja não está interferindo de forma
efetiva na sociedade.  Permite-se propagandeá-lo à vontade sem o risco de
haver um grande incremento no número de pessoas "nascidas de novo".



     A realidade da mídia, pelo menos no Brasil, é que há um tipo de
evangelho que pode ser propagado sem medo, enquanto outro deve ser abafado,
ou, se necessário, combatido com todas as armas possíveis.



     Parece que a poesia de Ataulfo Alves, antigo compositor da música
popular brasileira, continua atual: "Laranja madura na beira da estrada, tá
bichada Zé, ou tem marimbondo no pé".


                                                           Oswaldo _ Chirov


BENÇÃOS DO PAPA SE TRANSFORMAM EM MALDIÇÕES

Figuras públicas que foram "abençoadas" são atingidas por doenças e
desgraças

Recentemente o brasileiro Rubens Barrichello, piloto de fórmula 1 da equipe
Ferrari foi com uma comitiva esportiva até o Vaticano presentear o Papa com
uma réplica do carro F2004. E em troca deste generoso presente o Papa
abençoou o piloto brasileiro.
Rubens que já possui fama de azarado na fórmula 1 tem motivos para ficar
ainda mais preocupado. É que os fatos que vamos mostrar aqui, podem não
passar de desastrosas coincidências, mas são capazes de arrepiar qualquer
cristão: as "bênçãos" do papa vêm se transformando mesmo é em maldição.
Afora os inúmeros casos publicados até pela imprensa secular, atuais ou
centenários, salta aos olhos a quantidade de personalidades do meio
artístico e político, que de uma hora para outra, viram suas vidas
profissional e pessoal destruídas e lançadas no fundo do poço, após um
encontro com o papa.


A lista é imensa

A escritora e pesquisadora de religiões Mary Schultze, autora do livro "A
Deusa do Terceiro Milênio", deu uma lista destas personalidades e a
influência das "bênçãos" do Papa na vida delas.
Quando analisamos tantas "coincidências", não podemos deixar de alertar as
pessoas no sentido de buscarem somente as bênçãos de Cristo, pois os fatos
têm demonstrado que receber bênção do papa parece não ser um bom negócio.
De acordo com a pesquisadora, é extensa a lista de figuras e personalidades
da história que foram brindadas com a bênção papal e em seguida foram
atingidas por algum infortúnio:

Brasileiros

Na lista de Mary, não faltam figuras brasileiras atingidas pela "bênção do
papa", como por exemplo:

O ex-presidente Washington Luiz, foi deposto do cargo, em 1930, logo após
ser abençoado pelo Papa.
Já a princesa Isabel foi "abençoada" com a sua expulsão do Brasil, depois de
um encontro pessoal com o papa.
O presidente brasileiro Campos Salles - foi assassinado poucos dias depois.
O Presidente brasileiro Afonso Pena - morreu um mês depois.

Dos tempos atuais, duas figuras queridas dos brasileiros também passaram por
tribulações e, coincidência ou não,tinham recebido a bênção do papa:


O cantor Roberto Carlos, católico declarado, e sua esposa, Maria Rita,
estiveram com João Paulo II em sua última visita ao Brasil, em 97. Pouco
mais que um ano depois, ela estava com câncer.
Já o craque Ronaldinho pediu para o papa abençoar, em 98, as alianças de
noivado
com a modelo Suzana Wemer, antes da Copa da França. Resultado: além de ver
terminado o seu noivado com a modelo, aconteceu o pior: o Brasil perdeu a
Copa. E como se não bastasse, Ronaldinho passou as últimas semanas
resistindo a uma campanha de difamação por parte da imprensa secular, que
tentava envolvê-lo em um escândalo junto a uma agência de prostituição, na
Itália. Sem falar do problema no joelho que quase o colocou de vez fora dos
gramados.
Outras figuras importantes

O evangelista Billy Graam, mesmo conhecendo a fundo a Palavra de Deus, foi a
Roma pedir a bênção do papa e, estranhamente, foi acometido do Mal de
Parkinson (doença degenerativa do sistema nervoso que provoca tremores
incontroláveis).
O papa abençoou Carlota de Bourbon e quando voltou de Roma, enlouqueceu.
O príncipe Napoleão IV morreu logo após ter sido abençoado pelo papa, antes
de seguir para Zuzulândia.
Já o príncipe Rodolfo, da Àustria, se suicidou, em 1889, depois de um
encontro com o papa.
O jogador Maradona amargou a derrocada de sua brilhante carreira de outrora.
Ele também pediu a bênção do papa, e recebeu. Coincidência ou não, perdeu o
título do mais famoso campeão argentino e a sua imagem nunca mais foi a
mesma, pois não conseguiu se livrar das drogas até hoje.
Afonso XII - morreu prematuramente.
Princesa Lady Diana - Em 1997, morreu em violento acidente auto mobilístico
algum tempo antes havia ido a Roma pedir a bênção do papa.
O Imperador da Áustria, Francisco José - sofreu a terrível derrota de
Sadowa.
Napoleão III - foi preso na Prússia e morreu exilado e destronado.
Os navios "Santa Maria"e "América" - naufragaram com perda total.

Diz o ex-padre veneziano, Joseph Zachello que serviu o Papa por 34 anos:
Em 1851
Pio IX concedeu a "Rosa de Ouro" ao Rei das Duas Sicilias. Em menos de um
ano ele perdeu a coroa e o reino.
Em 1866
Ele abençoou o Kaiser da Áustria. Em menos de um ano este imperador perdeu
Veneza e a guerra seguinte.
Em 1867
o Papa abençoou Maximiliano. Imperador do México. Logo em seguida ele foi
destronado e morto a tiros.
Em 1895
O Arcebispo de Damasco deu a bênção papal às tropas e frota espanholas. Logo
em seguida a Espanha perdeu ambas.
Em 1897
O Núncio Apostólico abençoou o grande "Bazar da Caridade", em Paris. Cinco
minutos mais tarde o prédio ardia em chamas e 150 pessoas da aristocracia
pereceram, inclusive a filha da Imperatriz da Áustria.
Em 1906
Fugene Victoria (Ena), filha do Príncipe Henrique, casou com Afonso XIII,
Rei da Espanha. sob a bênção papal. Ela havia sido obrigada a renunciar sua
fé protestante e por isso foi abençoada. Embora, uma quinzena mais tarde,
tenha escapado milagrosamente de um atentado, no qual 13 pessoas pereceram,
seu vestido de noiva ficou todo respingado de sangue.
Em 1923
O Papa lhe mandou a "Rosa de Ouro". Em 1931. ela e o marido foram exilados,
quando a Itália se transformou em República, por determinação do Papa. que
precisava colocar no Governo daquele país o seu protegido General Franco,
para a II Guerra Mundial.
Em 1924
Um rico proprietário de terras nos Estados Unidos - Mr. Edwards -
converteu-se ao Catolicismo Romano. Dois anos depois foi a Roma receber a
bênção do Papa. tendo morrido 4 dias após e deixou uma rica herança para o
Vaticano.
Parece coincidência... Mas é bom não arriscar. Quando Mussolini invadiu a
Abissínia e varreu os pobres negros do mapa, o Papa o abençoou nessa
"cruzada santa". Só que, pouco tempo depois, Mussolini e sua amante Clara
Petacci foram linchados pelo povo.
Já Winston Churchill, o Leão da II Guerra Mundial, foi a Roma receber a
bênção do Papa. Perdeu logo o prestígio em seu país, mesmo tendo ganho essa
Guerra para os Aliados.
Quanto a Roosevelt, mandou um representante ao Vaticano "apanhar" a bênção.
Perdeu o respeito do povo americano e morreu logo em seguida, sem contemplar
a vitória para os Estados Unidos.
Em 1951
A futura Rainha da Inglaterra foi pedir a bênção do Papa. Pouco tempo depois
a Inglaterra perdeu os poços petrolíferos no Irã, o Canal de Suez e a guerra
contra o Egito.
E para encerrar, em 1958 o Cardeal Stritch. de Chicago, ao ser nomeado
Representante no Vaticano, para lá se dirigiu. Adoeceu gravemente e o Papa,
que havia abençoado sua viagem, não foi capaz de visitá-lo, quando ele teve
de amputar um braço e morrer a poucas quadras da Catedral de São Pedro.

Diante do exposto acima só nos resta orar para que Deus proteja a vida e a
carreira de Rubinho e que as "bençãos" do Papa não o alcance também, de modo
que possa nos dar novamente a alegria e as vitórias que tanto nos brindava
Airton Senna.

A Palavra de Deus é muito clara quanto à origem da bênção, que só pode vir
do Senhor; e de nenhum homem ou imagem, mas o catolicismo insiste em
transferir para a figura do papa poderes que só pertencem a Deus. A leitura
da Bíblia e a observância de seus mandamentos são capazes de atrair bênçãos
sem medida sobre a vida do cristão, conforme diz a Palavra "O Senhor
determinará que a bênção esteja nos teus celeiros, e em tudo o que puser a
tua mão: e te abençoará na tenda que te dá o Senhor teu Deus" (Deuteronômio
28.8).

Comentário do Pr. Hermes:
Precisamos orar muito pelo Brasil e pelos governantes, pois as principais
autoriadades do país hoje, Presidente da República, Presidente da Câmara dos
Deputados, Presidente do Senado, além de muitas outras, receberam a tal
benção papal e ainda como se não bastasse, seguiram em uma caravana para
Roma, hoje pela manhã, no Airbus da Presidência, pago com recursos públicos.
São mais de 60 pessoas.
Com certeza se ajolhearão em sinal de adoração ao falecido Papa João Paulo
II, esquecendo-se de que só existe um só Deus, um só Senhor, um só Espírito
e uma só Fé, a quem devem se ajoelhar e prestar cultos.
Esperamos que o único "pastor" da caravana, luterano, não se ajoelhe também.
Vamos despertar nossa nação, mostrando que só temos que prestar cultos e
adorar ao único que é digno de receber a honra, poder, majestade e adoração,
ao NOSSO DEUS, que se assenta no trono.
Deus abençoe a todos vocês. _ Pr. Hermes Carvalho


Especial PAPA
 
 
ORIGEM DO PAPADO
 
O Sistema Católico Romano começou a tomar forma quando o Imperador Constantino, convertido ao Cristianismo presidiu o l.o Concílio das Igrejas no ano 313. No Século IV construíram a primeira basílica em Roma.
 
As Igrejas eram livres, mas começaram a perder autonomia com  Inocéncio I, ano 402 que, dizendo-se "Governante das Igrejas de Deus exigia que todas as controvérsias fossem levadas a ele."Leão I, ano 440, aumentou sua autoridade; alguns historiadores viram nele o primeiro papa. Naqueles tempos ninguém supunha que "S. Pedro foi papa", fora casado e não teve ambições temporais.
 
O poder dos pretensos papas cresceu ainda mais quando o Imperador Romano Valentiniano III, ano 445, bajulado, reconheceu oficialmente a pretensão do papa de exercer autoridade sobre as Igrejas. O papado surgiu das rumas do Império Romano desintegrado no ano 476, herdando dele o autoritarismo e o latim como língua, embora o primeiro papa, oficialmente falando, foi Gregório no ano 600 d.C.
 
A palavra "papa" significa pae, até o ano 500 todos os bispos ocidentais foram chamados assim: aos poucos, restringiram esse tratamento aos bispos de Roma, que valorizados, entenderam que a Capital do império desfeito deveria ser Sede da Igreja.
 
Nicolau l, ano 858, foi o primeiro papa a usar Coroa. Usou um "Documento Conciliar falso (espúrio) dos Séculos 2.o e 3.o que exaltava o poder do papa e impôs autoridade plena r Assim, o "Papado que era recente, tomou-se coisa antiga." Quando a farsa foi descoberta Nicolau já não existia!
 
O Vaticano projetou-se quando recebeu de Pepino, o Breve, ano 756, vastos territórios; essa doação foi confirmada pôr Carlos Magno, ano 774, quando ocupava o trono papal Adriano I. (Taglialatela, II pág. 44).
 
Carlos Magno elevou o papado a posição de poder mundial, surgindo o "Santo Império Romano" que durou 1.100 anos. Mais tarde, Carlos Magno arrependeu-se pôr doar terras aos papas. No seu leito de morte sofreu "horríveis pesadelos". Agonizando, lastimava-se assim: "Como me justificarei diante de Deus pelas guerras que irão devastar a Itália, pois os papas serão ambiciosos, eis porque se me apresentam imagens horríveis e monstruosas que me apavoram devo merecer de Deus um severo castigo" (Piliati, Tomo I, ano 1776, Edson Thompson, Londres).
 
O Vaticano derramou muito sangue, até ser invadido pôr Napoleão Bonaparte, em 1806. O papa foi preso e perdeu suas terras; tentou reagir mais tarde, mas Vítor Emanuelli, ano 1870. derrotou novamente as "tropas do papa" tomando-se o primeiro Rei da Itália.
 
Assim caiu o "Santo Império Romano"! O Papa vencido advertia: "Não somos simples mortais"  Ocupamos na terra o lugar de Deus, estamos acima dos anjos e somos superiores a Maria, mãe de Deus, porque ela deu a luz a um Cristo somente, mas nós, podemos fazer quantos Cristos Referia-se a transubstanciação. (Gazzeta da Alemanha n.o 21 ano 1870).
 
Até 1929, os papas ficaram confinados no Vaticano quando Mussoline e Pio XI legalizaram com o tratado de Latrão esse pequeno Estado religioso que atualmente é "controlado pela Cúria Romana, mas governado pôr 18 velhos Cordiais, que controlam a carreira dos bispos e monsenhores, o papa fica fora dessa pirâmide". (Est. S. Paulo 28-3-82).
 
No Brasil a liderança Católica está nas mãos de 240 bispos mais conhecidos pelas suas posições políticas do que pela religiosidade. Estão divididos entre Conservadores, Progressistas e não Alinhados. (Dom Luciano Cabral. Rev. Veja 30-1-80).
 
 
A ÚLTIMA NOITE DO PAPA SORRISO
 
      Quantos papas, no curso da história, terão morrido envenenados? A pergunta é formulada por John Cornwell, em seu livro Um Ladrão na Noite, que a Viking lançou recentemente, na Inglaterra(1989), e cujo tema é a morte, até hoje não convenientemente esclarecida, do Papa João Paulo I. E o autor cita um número muito maior de pontífices assassinados do que se poderia esperar.
 
João VIII, o primeiro papa a ser morto, foi envenenado em 882 por membros de sua própria corte. A poção demorou tanto a agir, que ele foi eliminado a pancada. Aproximada­mente dez anos mais tarde, o corpo do Papa Formoso, envenenado por uma facção dissidente do seu séqüito, foi exumado pelo seu sucessor, Estevão VII, solenemente excomungado, mutilado, arrastado pelas ruas de Roma e lançado às águas do Tíbre.
 
No século dez, João X foi envenenado no cárcere por Marozia, filha de sua amante e mãe de João XI. Ainda no mesmo século, foram envenenados Benedito VI e João XIV.
 
O novo milênio não se mostrou mais benévolo para os santos padres: o primeiro a ser envenenado foi Silvestre II, conhecido como O Mago, por suas alegadas transações com o diabo, e, poucas décadas depois, Clemente II e seu sucessor Dâmaso II — embora não se exclua a hipótese de este último ter sucumbido à malária. No apagar das luzes do século 13, Celestino V foi envenenado pelo seu sucessor, Bonifácio VIII. Nos primeiros anos do século 14, Benedito XI teria morrido por ter ingerido vidro moído misturado com figos. Cerca de 150 anos se passaram, até a morte de Paulo II, depois de comer “dois grandes melões”. Embora a causa da morte possa ter sido o pecado mortal da gula, suspeitou-se de veneno. E em 1503, Alexandre VI, o famigerado papa da família Borgia, morreu provavelmente envenenado de uma poção destinada à outra pessoa. A maneira de sua morte sugere arsênico: sua carne enegreceu; em torno de sua língua, monstruosamente aumentada, formou-se espuma, e seu corpo ficou inchado de gases, tão intumescido que os encarregados do seu sepultamento foram obrigados a pular em cima do seu estômago para que a tampa do caixão pudesse ser fechada.
 
Nem todas as tramas tiveram êxito. Cerca de dez anos após a morte de Alexandre VI, o colégio elegeu Leão X, que o autor descreve como “um homem tão ávido por dinheiro, que leiloava chapéus cardinalícios”. Cinco cardeais contrataram um cirurgião florentino para assassiná-lo pela introdução de veneno no ânus, ostensivamente para tratar das hemorróidas papais, mas a conspiração foi descoberta.
 
Teriam cessado os assassinatos pontifícios com o advento dos tempos modernos? Comwell não responde à pergunta, mas, segundo o que ele descreve como “um livrinho infame intitulado Os Documentos do Vaticano”, de um certo Nino Lo Bello, um assassinato dessa natureza havia ocorrido em 1939. No princípio de fevereiro daquele ano, Pio XI, de 82 anos, planejava um discurso especial contra o fascismo e o anti-semitismo e denunciaria a concordata firmada com Mussolini. II Duce tinha, pois, motivo forte para dar cabo do idoso papa. Conta-se que 24 horas antes de Pio ler o seu discurso para uma reunião especial de bispos, recebeu uma injeção de um Dr. Francesco Petacci. Além de suas funções médicas dentro do Vaticano, Petacci era o pai de Clara Petaccí, amante de Mussolini. Os defensores da teoria da conspiração acreditam que Petacci tenha injetado veneno no papa, pois ele morreu na manhã seguinte, antes de poder ler o seu discurso, cujo texto nunca foi encontrado”.
 
E agora surge o caso de Albino Luciani, eleito no dia 26 de agosto de 1978, no quarto escrutínio, numa das eleições mais rápidas da história do Vaticano, e morto no dia 28 de setembro do mesmo ano, um dos reinados mais curtos da história do papado. Mas não o mais curto de todos. Este triste privilégio coube a Urbano VII, que, em 1590, ocupou o trono de São Pedro durante 13 dias, morrendo de morte natural, assim como Celestino III, que, em 1045, foi papa por 22 dias e Marcelo II, que reinou 23 dias, em 1555. O único que teve morte violenta foi o já citado Dâmaso II, cujo papado, em 1048, durou 24 dias.
 
No prefácio de Um Ladrão na Noite, John Cornwell escreve: “Esta é a história de uma investigação das circunstâncias da morte súbita do Papa João Paulo I(...) e as alegações de que teria sido assassinado por altos prelados da Igreja Católica Romana”.O Vaticano esperava que o autor obtivesse provas conclusivas da falsidade dessas teorias. Cornwell se confessa um católico relapso. Passou sete anos estudando em seminários ingleses, mas deixou a Igreja em conseqüência de uma decisão cons­ciente de rejeitar tanto a vocação como a fé em Deus. Não obstante, dedicou-se a um projeto de investigação de fenômenos “sobrenaturais”, como a história de Padre Pio, o Estigmático; as mais recentes provas a respeito do Santo Sudário de Turím, e as aparições de Maria às crianças de Medjugorje, na Iugoslávia. Foram essas últimas que levaram o escritor a Roma, em outubro de 1987. e ali foi súbita e surpreendentemente estimulado pelo Vaticano a considerar um projeto inteiramente diferente: a verdadeira história da morte de João Paulo I.
 
O primeiro encontro de Cornwell foi com o Arcebispo John Foley, presidente da Comissão de Comunicação Social, “um homem grande e calvo (...) o rosto inocente e redondo como uma bolacha”. Depois de uma troca de amenidades, Foley surpreendeu o autor, dizendo: “Há quem diga que o Papa João Paulo 1 foi envenenado por um de nós, aqui, no Vaticano. Um de nós esta sendo apontado como ~ suspeito principal. E pena que alguém como você não escreve a verdade sobre o que real­mente aconteceu (...) Estou certo de que seria mais interessante do que toda essa ficção sensacionalista.’
 
Desnecessário dizer que john Cornwell aceitou a missão e acabou produzindo Um Ladrão na Noite, um trabalho minucioso e, supõe-se fiel a verdade, o que lhe falta em emoção e drama sobra lhe em precisão e inteireza. É, na verdade, mais um relatório do  que uma obra de leitura   e como relatório deve ser lido.
 
Cabe, aqui, uma Biografia  de Albino Lucíani. Nasceu em I7 de Outubro de 1912. Filho de um operário francamente socialista.
Freqüentou o seminário locais e foi ordenado em 1935, sendo nomeado vigário – geral de  Belluno, sua terra ttata!, Em 1948. Em 1958 foi designado bispo de Vittoria Vencto. A partir de 1969, quando já era Patriarca de Roma, passou a adotar um ponto vista mais de direita. Sua eleição como papa causou quase tanta estupefação com a sua morte    33 dias depois. Como podia o “candidato de Deus” escolhido com tal entusiasmo por cardeais orientados pelo “Espírito Santo” já estar morto?
Como causa mortis, infarto do miocárdio. O papa que tinha 66 anos incompletos e goza de boa saúde. Não morrera dormindo, dizia o comunicado, mas sentado na cama lendo, com os ósculos sobre o nariz.
Na quinzena que se seguiu a morte  do papa choveram declarações porta-vozes do Vaticano, de membros da  papal, e de importantes testemunhas, oficiais ou não. Nessas declarações, Cornwell detectou dez contradições que persistem até hoje e que envolvem um grave desacordo a respeito dos seguintes pontos:
 
1o Quem encontrou o corpo?
 
2o onde o corpo foi encontrado?
 
3o A causa oficial da morte.
 
4o A estimativa da hora da morte.
 
5o A  hora e a  legalidade do embalsama­mento.
 
6o O que o papa tinha nas mãos no momento da morte.
 
7o O verdadeiro estado de sua saúde nos meses anteriores à sua morte.
 
8o O paradeiro dos objetos pessoais do papa que estavam na alcova papal.
 
9o Se a Cória havia ou não ordenado e realizado uma    autópsia secreta.
 
10 Se os embalsamadores haviam ou não sido chamados antes de o corpo ser oficial­mente encontrado.
 
Os boatos de que João Paulo I teria sido assassinado começaram a circular no dia mesmo de sua morte. Uma das primeiras sus­peitas foi levantada por uma organização ligada ao ultratradicionalista Arcebispo Lefebvre: o papa fora assassinado por “liberais” da igreja católica, porque planejava abolir as modificações introduzidas pelo Concilio Vaticano. Algumas das discrepâncias acima citadas não haviam escapado à atenção do grupo.
 
  A Rádio Vaticano anunciou no dia 29 de setembro que ao morrer, o papa lia A Imitação de Cristo, popular obra de devoção dos católicos. Outras fontes disseram que se tratava de sermões e discursos ou, alternativa­mente de um discurso que iria proferir ante uma assembléia de jesuítas.
 
A agência noticiosa italiana ANSA por sua vez, afirmou que o corpo não fora encontrado pelo secretário papal. Padre John Magee, mas por uma irmã. Vincenza, que trazia o desjejum do pontífice, e que seus restos mortais foram descobertos. não às 5h3Omin, mas às 4h3Omin. Que teria acontecido nessa hora crucial?
 
Mas o despacho mais estranho, também divulgado pela ANSA dizia que os embalsama­dores, os irmãos Ernesto e Renato Signoracci, foram apanhados em suas casas por um carro do Vaticano às cinco horas da manhã e levados diretamente à morgue da pequena cidade-estado, onde começaram o seu trabalho. Em outras palavras, os irmãos haviam sido chama­dos antes da descoberta oficial do corpo. O Vaticano nunca se pronunciou a respeito.
 
A teoria da conspiração dos tradicionalistas continuava a vir à tona, até atingir um bizarro auge em 1983, no livro de Jean-Jacques Thierry, A Verdadeira Morte de João Paulo I segundo o qual o secretário de Estado, Cardeal Jean Villot, teria colocado um sósia no lugar de Paulo VI e de ter planejado o assassinato de João Paulo 1, depois de o infeliz papa ter descoberto um ninho de maçons no Vaticano.
 
No mesmo ano foi publicado Pontífice, de Max Morgan-Witts e Gordon Thomas, que também defendia a teoria do assassinato, sugerindo que se tratava de um boato circulado pela KGB para desacreditar o Vaticano.
 
Também em 1983 surgiu um roman-à-clef, intitulado A Batina Vermelha, do francês Ro­ger Peyrefitte, que combinava uma trama da KGB com uma conspiração da Máfia, os maçons e o Banco do Vaticano. Usando para os seus personagens pseudônimos mal disfarça­dos (o Arcebispo Paul Marcinkus, por exemplo, chama-se Larvenkus), Peyrefitte sugere uma reviravolta na motivação: o papa não era um reacionário morto por liberais. Ao contrário: era um reformador liberal decidido a acabar com a corrupção. O pano de fundo da intriga era baseado em fatos bem conhecidos. O Banco do Vaticano tinha de fato fortes elos com Roberto Calvi, o ambicioso presidente do Banco Ambrosiano de Milão. Calvi, por sua vez, estava ligado a Michele Sindona, um ad­vogado e financista siciliano, que estivera preso nos Estados Unidos e na Itália por estelionato. Ambos eram amigos do presidente do Banco do Vaticano, o notório Arcebispo Paul Marcinkus, e estavam associados a Licio GeIli, um financista italiano que controlava a loja pseudomaçônica P-2.
 
No dia 17 de junho de 1982, após o colapso do Banco Ambrosiano, Calvi foi encontrado enforcado debaixo de uma ponte em Londres. Até hoje não se sabe se foi suicídio ou assassinato, e, em 1986, Sindona morria envenenado numa prisão italiana. Em fins de 1987, Gellífora extraditado da Suíça para Itália, onde era procurado pela Justiça.
 
No romance de Peyrefitte, Marcinkus e Vil­lot assassinam o papa com veneno injetado. Ao crime estão associados Calvi, Sindona e Gelli. O motivo imediato dos prelados era evitar a sua demissão. No caso de Marcinkus, sua exoneração teria posto a descoberto o envolvi­mento maior do Banco do Vaticano em extensas negociatas com a Máfia e os maçons.
 
Em 1984, o assunto ressurgiu num livro de David Yallop, Em Nome de Deus, com a volta de todos os personagens centrais. Assim como os autores que o precederam, Yallop, na opinião de Cornwell, é forte em motivação e mistérios circunstanciais e fraco em provas conclusivas que ligassem os prelados ao assassinato. E os teóricos da conspiração, fictícios ou reais, o  que poderiam atribuir a esses homens de Deus para trair a sua vocação e correr o risco da excomunhão e danação eterna, sem falar nos castigos no mundo dos vivos? Na verdade, o único com um passado não imaculado era Marcinkus, que, segundo revela Cornwell, es­teve envolvido em escândalos financeiros já em 1972, quando foi investigado pelo FBI por envolvimento na falsificação de bônus no valor de um bilhão de dólares. Sua amizade com Síndona e Calvi era conhecida. Os quatros autores são unânimes em afirmar que o novo papa estava de olho nele e a ponto de expô-lo. As repercussões no mundo financeiro e as implicações para as finanças do Vaticano teriam sido incalculáveis. Até onde iria Marcinkus para evitar o desastre?
 
Foi enfrentando esse labirinto de contradições que John Cornwell iniciou a sua investigação. Avistou-se com Deus (no sentido figura­do, é claro) e todo mundo. Entrevistou o próprio Marcinkus, que, entre outras coisas, afirmou jamais se ter envolvido nas finanças do Vaticano. Esteve com Don Diego Lorenzo, o secretário italiano do papa morto. Compareceu a uma missa rezada por João Paulo II e dele ouviu palavras de encorajamento: “Quero que você saiba que tem o meu apoio e a minha bênção neste seu trabalho.”
 
 
Em janeiro, Cornwell procurou David YalLlop. que entrevistara a irmã Vincenza e os irmãos Signoracci. A primeira havia morrido em junho de 1983 e os embalsamadores se mostraram tão confusos em seu depoimento a YaIlop, e mais tarde a Cornwell, que a hipótese de uma esclerose avançada não podia ser afastada.
 
Antes de voltar a Roma, Cornwell se avistou com um cardiologista Americano que passava as férias em Londres. O médico foi taxativo:
 
“Os cadáveres não ficam sentados, sorridentes e lendo”.
 
De regresso ao Vaticano, o autor voltou a se encontrar com o Bispo John Magee, que lhe narrou um episódio ocorrido um dia antes da morte de João Paulo I.  O papa acusou dores e mandou chamar a irmã Vincenza, recusando-se a ver um médico. Sentindo-se melhor, jantou bem, e Magee perguntou: “Santo Padre, já escolheu a pessoa que vai promover o retiro da próxima Quaresma?” Respondeu afirmativamente e acrescentou logo: “O tipo de retiro de que gostaria neste momento seria uma boa morte”.A morte, segundo Magee era um dos assuntos constantes de suas conversas. Seu papado seria de curta duração e ele seria substituído “pelo estrangeiro”. E citou uma prece:
 
Senhor, concede-me a graça de aceitar a morte que me abaterá. No dia seguinte, Deus atendeu o pedido daquele homem modesto e bondoso, cujo mais constante pedido, formulado milhares de vezes durante o seu curto reinado, era: “Senhor, por favor, leva-me”.A magnitude de sua missão o assustava.
 
Num dos últimos parágrafos de Um Ladrão na Noite, John Cornwell diz, mas não assegura:
 
“João Paulo, quase com certeza, morreu de embolia pulmonar, devido a uma condição de coagulabilidade anormal do sangue. Necessitava de descanso e medicação monitorada. Se estes tivessem sido receitados, ele quase sem dúvida teria sobrevivido. As advertências de uma doença mortal estavam claras, à vista de  todos. Pouco ou nada foi feito para socorrê-lo ou salvá-lo.”
 
Como sempre, as doenças, vistas em retrospecto, são bem mais fáceis de diagnosticar e de curar.
 
(Extraído da Revista “Manchete” ano de 1989, Número 1942, Ano 38, p.30-34; Pedimos desculpas caso haja alguma falha, pois esta matéria foi scaneada de uma revista muito velha. O proprietário nos informou que a Revista Manchete queria pagar-lhe uma nota para que fosse recolhida do mercado. Se isso é verdade não podemos afirmar, mas a matéria é contundente).
 
 
 
 
SUCESSÃO APOSTÓLICA
por Paulo Cristiano da Silva
 
 
 
        Todos conhecem o vocábulo “Papa” e designam-no ao supremo chefe da Igreja Católica Apostólica Romana. Este termo vem do grego e significa “Pai”. Já em latim ele é formado pela junção da primeira sílaba das duas palavras latinas: “Pater Patrum”, que quer dizer “Pai dos Pais”. Mas o significado que os católicos mais gostam é: “Petri Apostoli Potestatem Accipiens”, isto é, “aquele que recebe autoridade do apóstolo Pedro”. Segundo a doutrina católica, o papa é o sucessor de São Pedro no governo da Igreja Universal e o Vigário de Cristo na terra. Tem autoridade sobre todos os fiéis e sobre toda a hierarquia eclesiástica. Além da autoridade espiritual exerce uma territorial (interrompida de 1870 a 1929), que, a partir de 1929, é limitada ao Estado da cidade do Vaticano. É infalível quando fala “ex-cathedra” em assuntos de fé e moral. Alguns títulos que o papa ostenta  dão uma amostra deste desvario descomunal, são eles:  Bispo de Roma, Primaz da Itália, Patriarca do Ocidente, Vigário de Jesus Cristo, Servo dos Servos de Deus, Sumo-Pontífice da Igreja Universal, Sucessor do Príncipe dos Apóstolos, Soberano do Estado da Cidade do Vaticano, Arcebispo e Metropolita da Província Romana e Santo Padre.
 
O papado teve durante a história de sua existência seus altos e baixos. Recentemente, o atual papa teve de pedir desculpas aos judeus pelo seu antecessor o papa Pio XII e se vê em palpos de aranha com a questão do celibato. Apesar de toda esta imponência de chefe de Estado, líder espiritual da maior parcela de cristãos do mundo (1 bilhão) e administrador de um império financeiro que a cada ano acumula bilhões de dólares; algumas perguntas entretanto precisam ser feitas, tais como: existem provas bíblicas e históricas que indiquem ser o papa o sucessor do apóstolo Pedro? E Pedro, foi o primeiro papa e gozou de supremacia sobre os demais apóstolos? Teria Pedro fundado a igreja de Roma e tornado ela a sede de seu trono episcopal? O escopo de nossa matéria é apresentar respostas adequadas a perguntas cruciais como estas, haja vista, a internet estar cheia de sites de cunho apologético católico com o fito de refutar as verdades claras das escrituras sagradas apresentadas pelos evangélicos.
 
    “TU ES PETRUS ET SUPER HANC PETRAM AEDIFICABO ECCLESIAM MEAM !”
 
Esta perícope de Mateus 16:18 é tão especial para a cúria romana, que mandaram grava-la em enormes letras douradas na cúpula da Basílica de São Pedro em Roma. Destarte ela é a fonte primacial de toda a dogmática católica. O “Tu es Petrus”, carrega atrás de si um séqüito de outras heresias erigidas em cima dos sofismas, dos textos deslocados de seus respectivos contextos, interpretados de modo arbitrário pelos teólogos e doutores papistas. É ele o genitor da infalibilidade papal, do poder temporal, e das demais aberrações teológicas, ilogismos e invencionices dessa igreja. Portanto, desmontar à luz da Bíblia todo este disparate teológico é desmoralizar a base em que se firma a eclesiologia do catolicismo.
 
A tese católica se firma em três questionáveis pressupostos principais a saber:
 
1.      A primeira é a que diz que Cristo edificou a Igreja sobre Pedro, numa interpretação toda tendenciosa e arbitrária de Mateus 16:18,19.
 
2.      A segunda é a que afirma que Pedro fundou e dirigiu a Igreja de Roma sendo martirizado também lá.
 
3.      A terceira se firma na suposta sucessão apostólica numa cadeia ininterrupta até nossos dias; de Pedro à Karol Wojtyla (João Paulo II ).
 
Outrossim, há ainda outros argumentos apresentados por nossos antagonistas que se firmam nessa trilogia e não poderão ser analisados de modo minucioso nesta matéria devido ao espaço limitado. Todavia, poderão ser encontrados em nosso site. 
 
 
I - EM QUE PEDRA A IGREJA ESTÁ EDIFICADA?
 
 
O site católico
http://www.lepanto.org.br/ApIgreja.html#Fund  da “Frente Universitária Lepanto” é um site antiprotestante, e na página sobre a Igreja Católica, interpretando Mat. 16:18, traz a seguinte declaração: “Esse ponto é muito importante, pois a interpretação truncada dos protestantes quer admitir o absurdo de que Nosso Senhor não sabia se exprimir corretamente. Eles dizem que Cristo queria dizer: "Simão, tu és pedra, mas não edificarei sobre ti a minha Igreja, por que não és pedra, senão sobre mim." Ora, é uma contradição, pois Nosso Senhor alterou o nome de Simão para "Kephas", deixando claro quem seria a "pedra" visível de Sua Igreja.”
 
Essa bombástica assertiva nada mais é do que o ecoar das conjeturas conciliares pontificais. A princípio pode até impressionar, mas carece totalmente de fundamentos. Se não, vejamos: Jesus ao proferir  a frase “E eu te digo que tu és Pedro,(Petrus) e sobre esta pedra(Petra) edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; e eu te darei as chaves do reino dos Céus: e tudo o que desatares sobre a terra, será desatado também nos céus.” estava afirmando que realmente era ele a “PEDRA” a qual seria edificada sua igreja. Para isto temos razões à saciedade:
 
1.      Jesus ao se referir a Pedro usa o termo grego “Petros” que significa um “seixo”, “pedregulho”, mas ao se referir à edificação da Igreja diz ser edificada não sobre o “Petros” (Pedro), mas sobre a “Petra”, um rochedo inabalável. Ora, Jesus fez nítida diferença semasiológica entre “Petra” e “Petros”: um é substantivo feminino singular e está na terceira pessoa; o outro  masculino plural e se encontra na segunda pessoa. Demais disso, nunca o termo “Petra” é usado na Bíblia em relação a homem algum, mas somente em relação a Deus. Outrossim, tal verso nem de longe insinua alguma coisa sobre Roma, sucessão apostólica e congênere. Os católicos conseguem ver o que não existe no texto!
 
2.      A frase “Tu és o Cristo filho do Deus vivo” é a chave para entendermos toda a problemática. Jesus perguntou a “TODOS”, e não somente a Pedro, Quem Ele era. A ele foi revelado confessar que Cristo era o Messias, o Filho de Deus, daí a frase: “Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja...”, ou seja, sobre a confissão de que Ele era o Filho de Deus. A bem da verdade, a Igreja nunca poderia estar solidamente edificada sobre homem algum pois Pedro apesar de ter sido um grande apóstolo, foi no entanto, falível e passível de erro como demonstra de maneira sobeja o contexto imediato (Mat16: 23) e os demais escritos neotestamentario.
 
3.      O significado de “Petros” e “Petra” está de perfeito acordo com o contexto doutrinário e teológico do N.T. Sendo “Petros” um fragmento tirado da grande rocha, há de se ver uma conotação com todos os cristãos como petros, e isto é descrito pelo próprio Pedro: “vós também, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual...” I Pedro 2:5 (ênfase acrescentada). Por sua vez todas elas estão edificadas sobre a grande Petra que é Jesus Efésios 2.20. Agora compare estes dois versos: “E quem cair sobre ESTA PEDRA será despedaçado; mas aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó...” “E eu te digo que tu és Pedro, e sobre ESTA PEDRA edificarei a minha Igreja...” (ênfase acrescentada). Indubitavelmente, na primeira e na segunda sentença Jesus é a pedra. Desde a época do salmista (Sl. 118:22), passando pelo profeta Isaias, a palavra profética já anunciava o Messias, como a PEDRA DE ESQUINA (Is. 28:16). Jesus afirmou ser ele mesmo essa Pedra, Mateus 21:42,44. Outrossim, é bom rememorar que na narrativa de Marcos a frase de Cristo: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”, é omitida (Mc 8.27-30). Isto não é de pouca relevância, pois Marcos por muito tempo foi companheiro de Pedro (I Pe 5.13) e segundo Eusébio, foi deste que Marcos coletou suas informações para redigir seu evangelho. Pedro em nenhum momento disse de si mesmo como a rocha ou pedra da igreja, se não, Marcos teria confirmado de modo enfático. Se porventura o dogma da superioridade de Pedro é verdadeiro e de tamanha importância, como a Igreja Católica ensina, não parece praticamente inconcebível que os registros de Marcos e de Lucas se silenciem a respeito?
 
4.      Kephas significa pedra ou Pedro? João nos dá a resposta: “E o levou a Jesus. Jesus, fixando nele o olhar, disse: Tu és Simão, filho de João, tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro).” João 1:42. Veja que Cefas ou Kephas, significa Pedro e não pedra! Para fazer jus à coerência e a lógica, Jesus deveria ter dito mais ou menos assim: “Tu és Kephas e sobre esta kephas edificarei...” ou “Tu és Pedro e sobre este Pedro edificarei...” se não houvesse nenhuma diferença. 
 
5.      Teria Jesus mudado o nome de Simão Barjonas para Pedro ou apenas acrescentado? Ora, quando se muda um nome faz-se necessariamente uma substituição. O nome anterior não é mais mencionado como no caso de Abrão para Abraão. Já no caso de Pedro apenas foi acrescentado como bem atesta Lucas “agora, pois, envia homens a Jope e manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro” Atos 10:5,18,32 – 11:13 (ênfase acrescentada). Veja que é um nome acrescentado  e não mudado como querem os teólogos do Vaticano. Veja ainda que ele continuou sendo chamado de Simão (Atos 15:19) ou Simão Pedro (João 21:2,3,7) algo que no mínimo seria estranho se o antigo nome tivesse sido trocado. Querer ver nisto uma ligação da suposta supremacia petrina com relação ao papado é ir longe demais!
 
6.      Alardeia os católicos em ver na simbologia das chaves (v.19) uma supremacia jurisdicional sobre toda a cristandade. Conquanto sabemos ser a chave outorgada realmente a Pedro para “abrir” e “fechar”, no entanto cabe salientar que foram as chaves do Reino do  Céu e não da Igreja que foram dadas...e Reino do Céu não é a Igreja! O uso dessas chaves estavam antes nas mãos dos fariseus (cf. Lucas 11:52). Essas chaves representam a propagação do evangelho de arrependimento de pecados, pelo qual todos os cristãos, e não Pedro apenas, podem abrir as portas dos céus para os pecadores que desejam ser salvos. Tanto é, que em Mateus 18:18 Jesus a confia aos demais apóstolos; Pedro portanto foi o primeiro a usa-la em Pentecostes, onde quase três mil almas foram salvas, depois a usou para pregar ao primeiro gentio Cornélio. É  esta a chave que abre a porta, e não é prerrogativa exclusiva do hierarca católico. Ninguém tem poder de monopoliza-la como querem os Católicos Romanos. 
 
Certo site Ortodoxo comentando sobre o assunto em lide, disse com muita propriedade: “Para a Igreja una e indivisa a interpretação desta passagem do Evangelho é toda outra. Como disse Orígenes (fonte comum da Tradição patrística da exêgese), Jesus responde com estas palavras à confissão de Pedro: este torna-se a pedra sobre a qual será fundada a Igreja porque exprimiu a Fé verdadeira na divindade de Cristo. E Orígenes comenta: "Se nós dissermos também: 'Tu és o Cristo, Filho de Deus Vivo', então tornamo-nos também Pedro (...)  porque quem quer que seja que se una a Cristo torna-se pedra. Cristo daria as chaves do Reino apenas a Pedro, enquanto as outras pessoas abençoadas não as poderiam receber?".  Pedro é, então, o primeiro "crente" e se os outros o quiserem seguir podem "imitar" Pedro e receber também as mesmas chaves. Jesus, com as Suas palavras relatadas no Evangelho, sublinha o sentido da Fé como fundamento da Igreja, mais do que funda a Igreja sobre Pedro, como a Igreja Romana pretende. Tudo se resume, portanto, em saber se a Fé depende de Pedro, ou se Pedro depende da Fé...  Por isso mesmo, São Cipriano de Cartago pôde afirmar que a Sé de Pedro pertence ao Bispo de cada Igreja Local, enquanto São Gregório de Nissa escrevia que Jesus "deu aos Bispos, através de Pedro, as chaves das honras do Céu". A sucessão de Pedro existe onde a Fé justa (ortodoxa) é preservada e não pode, então, ser localizada geograficamente, nem monopolizada por uma só Igreja nem por um só indivíduo.  Levando a teoria da primazia de Roma às últimas conseqüências, seríamos obrigados a concluir que somente Roma possui essa Fé de Pedro - e, nesse caso, teríamos o fim da Igreja una, santa, católica e apostólica que proclamamos no Credo: atributos dados por Deus a todas as comunidades sacramentais centradas sobre a Eucaristia.” E mais “Afirma, depois, a Igreja de Roma que é ela a Igreja fundada por Pedro e que essa fundação apostólica especial lhe dá direito a um lugar soberano sobre todo o universo. Ora a verdade é que, para além do fato de não sabermos realmente se São Pedro foi o fundador dessa Igreja Local e o seu primeiro Papa (aliás, terão os Apóstolos sido Bispos de qualquer Igreja Local...?), temos conhecimento que outras cidades ou outras localidades mais pequenas podiam, igualmente, atribuir a si mesmas essa distinção, por terem sido fundadas por Pedro, Paulo, João, André ou outros Apóstolos. Assim, o Cânone do 6º Concílio de Nicéia reconhece um prestígio excepcional às Igrejas de Alexandria, Antioquia e Roma, não pelo fato de terem sido fundadas por Apóstolos, mas porque eram na altura as cidades mais importantes do Império Romano e, sendo assim, deram origem a importantes Igrejas Locais...” 
 
                                                        ONDE A PRIMAZIA DE PEDRO?
 
A dialética vaticana ávida por achar um nepotismo em Pedro em detrimento aos demais apóstolos, esquiva-se em seus sofismas teológicos. Procuram a qualquer preço encontrar nas sagradas escrituras um elo de ligação entre a “protagonização” de Pedro e a alegada supremacia do papa. Os argumentos apresentados são quase sempre furtados de seus contextos a fim de fortalecer essa cadeia de quimeras teológicas. Para justificar tal devaneio, saem pela tangente arrazoando que:
 
a)      A Pedro foi conferida com exclusividade a chave dos céus (Mat. 16:19).
 
b)      A Pedro foi dado por duas vezes, cuidar com exclusividade do rebanho de Cristo (Lc. 22:31,32 – Jo 21:15,17).
 
c)      Pedro foi o primeiro a pregar um sermão em Pentecostes. (At. 2:14)
 
d)      Pedro foi o primeiro a evangelizar um gentio. (At. 10:25)
 
e)      Testemunha, diante do Sinédrio, a mensagem de Cristo. (At. 4:8)
 
f)        No catálogo dos apóstolos (Mt 10:2-4; Mc 3:16-19; Lc 6:13-16; At 1:13), o nome de Pedro sempre é colocado em primeiro lugar.
 
g)      Escolhe Matias para suceder Judas. (At. 1:15)
 
 
A pessoa que analisar o assunto pelas lentes papistas, tende a ficar impressionada com a avalanche de textos que colocam Pedro no topo da lista de exclusividades. A primeira vista, a abundância de primeiro, primeiro, primeiro tende a sustentar essa corrente. Entrementes, vamos expurgar do engodo romanista tais textos e veremos que não são tão pujantes quanto parecem.
 
a)      A questão correspondente já está respondida de maneira sobeja neste opúsculo.
 
b)      Os católicos frisam nestes textos a palavra “confirmar e apascentar” e vêem neles uma suposta primazia jurisdicional petrina. A falácia deste argumento está em não mostrar que o apóstolo Paulo também “confirmava” as igrejas (cf. At. 14:22 – 15:32,41). Quanto ao “apascentar”, esta também não era uma exclusividade de Pedro pois todos os bispos consoante At. 20:28 deveriam ter esta incumbência. Para sermos coerentes deveríamos dar este “status” de primazia aos demais, pois não só apascentavam como confirmavam as igrejas.
 
c)       Ora, Pedro ao pregar em pentecostes estava apenas fazendo uso das chaves para abrir a porta da salvação. Demais disso, alguém tinha de tomar a palavra e coube a Pedro o mais velho e intrépido. Mas... ao terminar a mensagem, ninguém o teve por especial, mas dirigiram-se a todos (At. 2:37) com a expressão: “Que faremos varões IRMÃOS?” (ênfase acrescentada). Dirigiram-se a toda a igreja e não apenas a Pedro.
 
d)     Ao contrário do que pensam os católicos, o caso de Cornélio é um contragolpe no argumento romanista pois Pedro teve de dar explicações perante a Igreja por ter se misturado e comido com um gentio. Raciocinemos, onde a primazia de Pedro neste episódio? Se a tivesse, porventura daria explicações perante seus supostos comandados? Certamente que não! Mas Pedro teve de se explicar, por que não possuía nenhum governo sobre os demais.
 
e)      A refutação segue o mesmo parâmetro da anterior.
 
f)        É bom frisarmos que este primeiro lugar na lista de nomes é apenas de caráter cronológico e não funcional. Percebe-se que os quatro primeiros nomes da lista dos sinópticos são: Simão, André, João e Tiago são os primeiros a serem chamados para seguir o mestre e dentre eles coube a Pedro ter uma prioridade cronológica. Não obstante em outros lugares como em Gálatas 2:9 seu nome não aparece nesta posição.
 
g)      A miopia exegética é um mal constante na cúpula romana e leva-a a ver o que não está no texto! Lendo cuidadosamente At. 1:15-26 vemos que Pedro apenas expôs o problema, qual seja, a falta de um sucessor para o cargo de Judas, no entanto Matias foi eleito pela igreja por voto comum, e não por decisão de Pedro. 
 
Os sofismas destes textos são flagrantes, contudo, a derrocada teológica peremptória destes argumentos, está nas atitudes de Cristo – o ÚNICO Sumo Pastor, Chefe Supremo, Cabeça e Fundamento da Igreja – em não titubear e corrigir algumas precoces ambições de supremacia entre eles. Certa feita tal idéia foi sugerida ao mestre (Mateus 20:18-27) que no mesmo instante a rechaçou dizendo: “...Sabeis que os governadores dos gentios os dominam, e os seus grandes exercem autoridades sobre eles.Não será assim entre vós; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva; e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será vosso servo;...” (ênfase acrescentada). Noutra feita essa questão foi novamente levantada. (cf. Lucas 22:24) Veja que se os apóstolos tivessem cientes desta utópica promessa, de maneira alguma teriam levantado esta questão e o próprio pescador Galileu, ou mesmo Jesus, haveriam de esclarecer-lhes o primado de Simão Pedro sobre eles, a recordar a alegada promessa em Mateus 16:18. Mas não o fez, simplesmente por não existir.
 
O próprio Pedro desfaz essa lenda ao dizer que: “ninguém tenha DOMÍNIO sobre o rebanho...” (cf. I Pd. 5:1-3) Não se pode ver aí nenhum vestígio de superioridade, supremacia ou destaque sobre os demais, pois ele mesmo se igualava aos outros dizendo: “...que sou também presbítero com eles...” Pedro jamais mandou! Pelo contrário, foi mandado...e obedeceu (Atos 8:14) fazendo jus às palavras de Jesus “Não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou.” (Jo. 13:16)
 
 
II - PEDRO ESTEVE EM ROMA?
 
Não obstante a Bíblia trazer um silêncio sepulcral sobre o assunto, os católicos afirmam ser fato incontestável ter sido o apóstolo Pedro o fundador da igreja em Roma. Atribuem-lhe ainda um pontificado de 25 anos na capital do império e conseqüente morte neste lugar. É claro que estas ligações são a-priori de valor inestimável, pois entrelaçadas vão  robustecer a tese vaticana da primazia do papado. Contudo, não deixam de ser argumentos gratuitos! Há de se frisar que somente a chamada “(con) tradição”, vem em socorro da causa romanistas nestas horas e mesmo assim de maneira dúbia. Vejamos:
 
Pedro não pode ter sido papa durante 25 anos, pois foi martirizado no reinado do Imperador Nero, por volta de 67/68. Subtraindo vinte cinco anos,  retrocederemos ao ano de 42 ou 43. Nessa época não havia se realizado o Concílio de Jerusalém (Atos 15), que se  deu por volta  de  48-49, Pedro participou  (mas não deveria pois segundo a tradição, nesta época, ele estava em Roma), no entanto, foi Tiago quem o presidiu (Atos 15;13,19).  Em  58, Paulo  escreveu  a  epístola  aos Romanos. E no capítulo 16 mandou uma saudação para  muitos irmãos, mas Pedro sequer é mencionado. Paulo chegou a Roma no ano 62 e foi visitado por muitos irmãos (Atos 28;30 e 31). Todavia, nesse período, não há nenhuma menção de Pedro. O Apóstolo Paulo escreveu quatro cartas de Roma: Efésios, Colossensses, Filemon(62) e Filipenses(entre 67 e 68) mas  Pedro não é mencionado em nenhuma delas. Se Pedro estava em Roma no ano 60, como se deve entender a revelação referida nos Atos dos Apóstolos 23:11, em que Jesus disse a Paulo: “Importa que dês testemunho de mim também em Roma?” Cadê o papa de Roma na ocasião?
 
É por estas e outras que não acreditamos que Pedro tenha fundado ou presidido a Igreja de Roma como afirmam os católicos!
 
III - O INSUSTENTÁVEL SUPORTE DA TRADIÇÃO
 
A tradição é um dos pilares nos quais se assenta a teologia romanista. O principal órgão desta tradição é a chamada “Patrística” que são os escritos dos primitivos cristãos. Essa tradição é de relevante valor à causa católica, pois dela advem toda a sofismática da tal “Sucessão Apostólica”. É dela que é extraída a má interpretação de Mateus 16:18, da primazia de Roma, da corrente sucessória de S. Pedro etc. Na verdade as coisas são bem diferentes quando analisadas de maneira honesta.
 
Dos inúmeros “pais da Igreja”, somente 77 opinaram a respeito do assunto de Mateus 16:18, sendo que 44 reconheceram ser a fé de Pedro a rocha. 16 deles julgaram ser o próprio Cristo  e somente 17 concordaram com a tese vaticana. Nenhum deles afirmavam a infalibilidade de Pedro e tão pouco o tinham como papa. Exemplo disso é S. Agostinho que em seu Livro I, Capítulo 21 das Retratações (Livro escrito no fim da sua vida, para retratar-se de seus escritos anteriores) expressamente afirma que sempre, salvo uma vez, ele havia explicado as palavras Sobre esta pedra - não como se referissem à pessoa de Pedro, mas sim a Cristo, cuja Divindade Pedro havia reconhecido e proclamado.
 
          Diz certa fonte católica que:  “Se a corrente da sucessão apostólica por alguma razão encontra-se interrompida, então as ordenações seguintes não são consideradas válidas, e as missas e os mistérios, realizados por pessoas ilegalmente ordenadas — desprovidos da graça divina. Essa condição é tão séria que a ausência de sucessão dos bispos em uma ou outra denominação cristã despoja-a da qualidade de Igreja verdadeira, mesmo que o bensino dogmático presente nela não esteja deturpado. Esse foi o entendimento da Igreja desde o seu início.”
 
Pois bem, procurarei não ser prolixo ao historiar sobre essa questão. Todos sabem que o trono dos papas teve seus momentos de vacância, muitos papas conquistaram este título por dinheiro, alguns papas considerados legítimos  foram condenados como hereges, outros pela ganância do cargo foram envenenados por seus rivais, ainda outros foram nomeados por imperadores; quando não, havia três ou mais papas se excomungando mutuamente pela disputa da cadeira de São Pedro. Sem falar é claro, da época negra da pornocracia. Não é debalde que na “Divina Comédia”, Dante Alighieri, coloca vários papas no inferno! Há ainda uma tremenda contradição nas muitas listas dos pontífices romanos expostas por historiadores católicos, nas quais os nomes de tais sucessores aparecem trocados ou faltando. Não creio que estes homens sejam os verdadeiros sucessores da cátedra de Pedro! A bem da verdade, essa tal sucessão ininterrupta e contínua dos papas é totalmente arrebentada e falsa. É por demais ultrajante mesmo para uma mente mediana suportar tamanha incongruência!
 
       Pelo que foi resumidamente exposto acima, podemos concluir serenamente que: PEDRO NUNCA FOI PAPA E NEM O PAPA É O VIGÁRIO DE CRISTO.
 
                                                                                                                       
 
OBRAS CONSULTADAS
 
NOITES COM OS ROMANISTAS; M.H. Seymour –Edições Cristãs
DOZE HOMENS, UMA MISSÃO; ARAMIS C. DE BARROS – EDITORA LUZ E VIDA
 
O CRISTIANISMO ATRAVÉS DOS SÉCULOS; EARLE E. CAIRNS – EDICÇOES VIDA NOVA
 
PEDRO NUNCA FOI PAPA NEM O PAPA É VIGÁRIO DE CRISTO; ANIBAL P. REIS – EDIÇÕES CAMINHO DE DAMASCO
 
QUEM FUNDOU SUA IGREJA; Pe. ALBERTO LUIZ GAMBARINI – EDITORA ÁGAPE (católico)
 
OS PAPAS ; AQUILES PINTONELLO – EDIÇÕES PAULINAS
 
A HIERARQUIA; Pe. JOSÉ COMBLIN – PAULUS
 
 
 
 
 
TRADIÇÃO: SUPORTE DO PAPADO?
por Paulo Cristiano da Silva
 
 
“ NÃO REFUTAREI APENAS AS ACUSAÇÕES LEVANTADAS CONTRA NÓS; FAREI COM QUE ELAS SE VOLTEM CONTRA SEUS PRÓPRIOS AUTORES ” (Tertuliano, 220 d. C.)
 
 
A IMPORTÂNCIA DA TRADIÇÃO NO CATOLICISMO
 
 
O Concilio de Trento define a tradição como o “conjunto de doutrinas reveladas referentes à fé e a moral, não consignadas nas Escrituras Sagradas, mas oralmente transmitidas por Deus à Igreja” (Sessão IV, de 8 de Abril de 1546)
 
 
“A Sagrada Tradição”, afirma O Concílio Ecumênico Vaticano II através de sua Constituição Dogmática Dei Verbum  “a Sagrada Tradição...transmite integralmente aos sucessores dos apóstolos a Palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos apóstolos...”     
 
A teologia da idade Média escampada pelos Concílios Ecumênicos de Trento, do Vaticano I e do Vaticano II, impingiu a tese de que o consenso unânime dos pais da Igreja se constitui em legitima revelação. Ele é imprescindível e fundamental na Tradição.
 
A tradição é a fonte primordial de todas as doutrinas extrabíblica encontrada no bojo dogmático do catolicismo e o papado é uma delas. Por isso que somente após o concílio tridentino da contra-reforma, foi que apareceram as primeiras coleções de obras patrísticas - o primeiro órgão da Tradição - fazendo frente à reforma protestante levada a cabo por Martinho Lutero. Era necessário dar um status de autoridade à tradição a fim de dar suporte às heresias papais. O teólogo católico Van Iersel, em seu artigo: “O uso da Bíblia na Igreja Católica”, inserido no vol. V, de Temas Conciliares na página 17, confessa: “...em oposição à reforma deu-se um lugar à Tradição ao lado da Escritura, o que tornava muito relativo o valor da Bíblia”.(ênfase acrescentada)
 
Foi assim que a tradição ganhou força junto às Escrituras, sendo até mesmo superior a esta pois, “Pela mesma Tradição...as próprias escrituras são nela cada vez melhor compreendidas...” sublinha o Concílio Vaticano II.  
 
 
MALOGRO ROMANISTA
 
A assertiva da cúria papal de que havia unanimidade e consenso de opinião entre os pais da igreja, tornou-se um tanto utópica, quando se constatou que só numa coisa êles concordavam: - é que discordavam em quase tudo.
 
Forjar a necessária concordância unânime era preciso!
 
Com esse propósito, o papa Leão X, em 28 de Abril de 1515, como produto da 10ª Sessão do 5º Concílio de Latrão, emitiu a Bula “Inter Multiplices”, estabelecendo os Índices Expurgatórios, cujo objetivo consistia em examinar as obras patrísticas existentes. Muitas obras dos seis primeiros séculos dos pais da igreja foram repudiadas.
 
Em 8 de Abril de 1546, na 4ª Sessão do Concílio de Trento, foi levado a cabo o trabalho de “expurgo”, anteriormente estabelecido pelo papa Leão X no Concilio de Latrão. Trechos inteiros contra as pretensões (doutrinárias) romanistas refutadas pelos reformadores, foram extraídos e houve muito enxerto...muitas frases e palavras foram interpoladas no intuito de se transformar o significado dos textos ao sabor das interpretações desejadas. Como disse certo professor de seminário (católico) a um de nossos apologistas: “a interpretação dessas obras depende muito de quem as traduzem!”.  
 
Todavia é importante salientar que nem mesmo as passagens que são amiúde invocadas pelos apologistas católicos com o fito de angariar apoio ás pretensões da origem e desenvolvimento do papado, não são tão relevantes assim, e muitas são até mesmo distorcidas e deslocadas do seu contexto. Muita dessa tradição entra em contradição não só com a Bíblia mas mesmo entre si como veremos.  
 
A IGREJA PRIMITIVA
 
Ao contrário do que afirma a Igreja Católica, o cristianismo primitivo não estava dividido hierarquicamente. Ademais, é um fato incontestável que não houve episcopado monárquico no primeiro século. As igrejas eram governadas por colegiados de bispos ou presbíteros que eram termos usados de modo intercambiável (ver Atos 20.17 e 28; Tito 1.5 e 7). O teólogo católico José Comblin, em seu livrete intitulado “Hierarquia”, na página 18 é concorde em dizer que: “No meio deles, Pedro tem um papel de porta-voz.”, entretanto, alerta: “Mas ele não é como o superior. São todos iguais.(ênfase acrescentada). Afirma ainda que nas primeiras comunidades cristãs não havia hierarquia, pois todos estavam unidos no colegiado apostólico e “cada igreja agia de modo independente” (pág. 19).
 
Portanto, a tal supremacia de Pedro sobre os demais são argumentos inconsistentes, pueris que veio à tona apenas 200 anos depois da morte de Cristo, e que posteriormente foi usado para promover a doutrina do papado. Há de se ressaltar que em meados do século II, borbulhavam,  muitas obras apócrifas contendo histórias sobre este apóstolo, tais como: Os Atos de Pedro, Evangelho de Pedro, Apocalipse de Pedro e outras. Isto posto, declaramos que não há indício algum de que Cristo tenha feito de Pedro o chefe, ou como costuma dizer o hierarca romano: o príncipe dos apóstolos. Tudo isto é argumento gratuito.
 
ENTÃO COMO SE DEU A ORIGEM DO PAPADO ?
 
Seja como for, uma coisa é certa: ela não se deu da noite para o dia. O desenvolvimento da sé romana e a supremacia de seu líder se deram paulatinamente. A primeira menção desta igreja aparece na epístola do apóstolo Paulo dirigida aos cristãos ali congregados. Algo que merece nossa atenção é que nesta epístola, Paulo manda saudações a diversos irmãos, mas em nenhum momento menciona o suposto papa “São Pedro” ou sua primazia. Contudo, muitos fatores contribuíram para dar vida ao papado no cenário mundial; eis alguns deles:
 
AS TRADIÇÕES: No segundo século surgiu uma tradição propalada por Irineu de que tanto Paulo como Pedro, haviam fundado e dirigido àquela igreja, posteriormente diz outra “tradição” levada a cabo por Orígenes de que os dois haviam sido martirizados naquela cidade. Jerônimo chega a dizer que Pedro governou esta igreja durante 25 anos. Assim, mais e mais foi se solidificando a lenda de que Pedro havia fundado a igreja em Roma e transferido para lá o seu pontificado, sem ter contudo  apoio bíblico. Este foi apenas o embrião da supremacia da igreja de Roma. Outrossim, visto à grosso modo, muitos pais da igreja como Cipriano e Irineu deram a entender que a sé romana tinha algum tipo de supremacia sobre as demais, ainda que limitada.
 
AUMENTO DO PODER: Além disso, já numa época remota, a igreja de Roma tornou-se a maior, a mais rica e a mais respeitada de toda a cristandade ocidental. Outro fator que contribuiu para a ascendência da igreja romana e do seu líder foi a própria centralidade e importância da capital do Império Romano. Logo apareceram cinco cidades que se destacaram como metrópoles: Roma, Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém, os bispos destas regiões receberam o título de “Patriarcas”. Apesar dos bispos das igrejas serem iguais uns aos outros na administração dos ritos litúrgicos e na doutrina, eles começaram a distinguir-se em dignidade de acordo com a importância dos lugares onde estavam localizadas suas dioceses. Ao Bispo de Roma foi concedida a precedência honorária simplesmente porque Roma era então a capital política do mundo, ele foi considerado “o primeiro entre os iguais”.
 
PREDOMINÂNCIA DO BISPO ROMANO (I) : Outro elemento importante é que desde cedo a igreja romana e os seus líderes reivindicaram direta ou indiretamente, certas prerrogativas especiais.. No fim do segundo século, o bispo Vítor (189-198) exerceu considerável influência na fixação de uma data comum para a Páscoa, algo muito importante face à centralidade da liturgia na vida da igreja. Relevante também foi o alvitre de S. Irineu (202) o qual, como ele mesmo confessa, procurou conscienciosamente um bispo que pudesse ser aceito pela maioria do episcopado, para desempenhar a missão de árbitro nas questões disciplinares e nas dúvidas e controvérsias doutrinárias, que surgiam freqüentemente entre os bispos das várias igrejas.
Esta proposta foi aceita quase imediatamente pela quase totalidade das igrejas, e fez que o Bispo de Roma começasse a ser consultado com freqüência, o que muito contribuiu para aumentar a sua autoridade,
embora a primeira decretal oficial (carta normativa de um bispo de Roma em resposta formal à consulta de outro bispo) só tenha surgido em 385, com Sirício. Por volta de 255, o bispo Estêvão utilizou a passagem de Mateus 16.18 para defender as suas idéias numa disputa com Cipriano de Cartago. E Dâmaso I (366-84) tentou oferecer uma definição formal da superioridade do bispo romano sobre todos os demais.
 
Essas raízes da supremacia eclesiástica romana foram alimentadas pelas atividades capazes de muitos papas. No quinto século destaca-se sobremaneira a figura de Leão I (440-61), considerado por muitos na verdade"o primeiro papa". Leão exerceu um papel estratégico na defesa de Roma contra as invasões bárbaras e escreveu um importante documento teológico sobre a pessoa de Cristo (o Tomo) que exerceu influência decisiva nas resoluções do Concílio de Calcedônia (451). Além disso, ele defendeu explicitamente a autoridade papal e usou muito o titulo “papa” (mais tarde Gregório VII, reivindicou para a sé romana este título com exclusividade) articulando mais plenamente o texto de Mateus 16.18 como fundamento da autoridade dos bispos de Roma como sucessores de Pedro. Seu sucessor Gelásio I (492-96) expôs a teoria das duas espadas: dos dois poderes legítimos que Deus criou para governar no mundo, o poder espiritual – representado pelo papa – tinha supremacia sobre o poder secular sempre que os dois entravam em conflito.O Sínodo de Sárdica declarava que se um bispo fosse deposto pelo sínodo de sua província, este poderia apelar para o bispo de Roma. Já o Sínodo de Palma declarava que o bispo de Roma não estava submisso a nenhum tribunal humano. O máximo de pretensão papal de supremacia se encontra no artigo 22 do Dictatus  do papa Gregório VII em que se afirma que jamais houve erro na Igreja Romana. Já Inocêncio III cria ser o papa, o verdadeiro “Vigário de Cristo” na terra. O imperador Valentiniano III num edito de 445, reconhece a supremacia do bispo de Roma: “Para que uma tola perturbação não venha a atingir as igrejas ou ameace a paz religiosa, decretamos - de forma permanente - que não apenas os bispos da Gália mas também os das outras províncias, não venham a atentar contra o antigo costume [de submeter-se à] autoridade do venerável padre (papa) da Cidade Eterna. Assim, tudo o que for sancionado pela autoridade da Sé Apostólica será considerado lei por todos, sem exceção. Logo, se qualquer um dos bispos for intimado a comparecer perante o bispo romano, para julgamento, e, por negligência, não comparecer, o moderador da sua província deverá obrigá-lo a se apresentar.” 
 
PREDOMINANCIA DO BISPO ROMANO (2) : Comitantemente às reivindicações eclesiásticas cresceu também o poder temporal dos papas devido ao declínio dos principais rivais de Roma. O bispo de Jerusalém perdeu o poder após a destruição pelos romanos. O bispo de Éfeso perdeu o poder quando foi sacudida pelo cisma montanista. Alexandria e Antioquia declinaram logo também, deixando Roma e Constantinopla como as maiores sedes do cristianismo primitivo. Todavia as guerras teológicas e os inúmeros cismas juntamente com as invasões dos mulçumanos, aos poucos foram minando a unidade dos orientais, deixando isolado o bispo de Roma. Este foi se solidificando cada vez mais no Ocidente como o “pai” dos cristãos. Coube a ele defender Roma dos ataques bárbaros. Muito ajudou, a conversão destes povos para o cristianismo romano; no que mais tarde iria desembocar no famigerado poder temporal.
 
FALSOS DOCUMENTOS : Essas teorias fictícias, que foram destinadas a ser reconhecidas como verdadeiras por alguns séculos - entretanto mais tarde identificadas claramente como as fraudes mais habilmente forjadas - são duas: as Pseudo-Clementinas e os Decretos do Pseudo-Isidoro.
 
Os Escritos Pseudo-Clementinos - A Tentativa de Promover Pedro e a Sé de Roma ao Poder Supremo. Os escritos Pseudo-Clementinos eram "Homílias" (discursos) espúrios erroneamente atribuídos ao Bispo Clemente de Roma (93-101), que tentavam relatar a vida do Apóstolo Pedro. O objetivo era um só: a elevação de Pedro acima dos outros Apóstolos, particularmente o Apóstolo Paulo, e a elevação da Sé de Roma diante de qualquer outra Sé episcopal. "Pedro", era alegado, "que foi o mais hábil de todos (os outros), foi escolhido para iluminar o Ocidente, o lugar mais escuro do Universo".
 
As "Homilias" foram escritas para amoldar a interpretação equivocada de Mateus 16:18-19, que "tu és Pedro, e sobre esta rocha edificarei minha igreja . . . e dar-te-ei as chaves do reino do céu". É equivocada porque a palavra "rocha" não se refere a Pedro, mas à fé em que "Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo" (v. 16). Não há mencionado na Bíblia um só sinal da primazia de Pedro sobre os outros Apóstolos e, se uma primazia era pretendida, uma decisão de tal importância e magnitude certamente teria sido mencionada na Bíblia em linguagem inequívoca. Em muitos casos o contrário é verdadeiro; Paulo escreveu aos Gálatas, "eu me opus a ele (Pedro) em rosto, porque ele estava sendo censurável" (2,11); além disso, é bem sabido que Pedro negou Cristo por três vezes. Pedro não fundou a Igreja de Roma; ele efetivamente permaneceu em Antioquia por vários anos antes de chegar a Roma. Dizer que, assim como Cristo reina no Céu, Pedro e seus sucessores os papas governam a Terra, é uma afirmação contrária ao espírito do Evangelho e ao entendimento da Igreja antiga. Cristo era e é a pedra angular e a Cabeça da Igreja, que consiste de todos os membros de Seu Corpo (cf. Col.1:24).
 
As Pseudo-decretais ou decretais pseudo-isidorianas (754 – 852). Eram falsificações entre as quais se encontrava a tal “doação de Constantino”. Neste documento constava uma suposta dádiva que o imperador fizera ao bispo de Roma, doando-lhe todas as terras do império em recompensa de uma cura recebida. Colocava o bispo de Roma como”caput totius orbis”  (cabeça de toda a terra), tanto sobre a igreja (poder espiritual) como sobre os territórios (poder temporal). Esta falsificação foi considerada autentica até o século XV, e ajudou muito o bispo romano reforçar o primado papal, dando um aparente fundamento jurídico às pretensões dos papas. Os papas usaram e abusaram destes falsos documentos!
 
ELEVAÇÃO DO BISPO
 
Se existe algo que a história da Igreja ensina, este algo é que às vezes um forte zelo pela doutrina ou ênfase demasiada em certos aspectos da vida desta que fora esquecido e tornou a ser resgatado, pode levar uma pessoa ou igreja voluntariamente ao erro. Um exemplo registrado nos anais da história é de Sabélio, que chegou a negar a Trindade ao tentar salvaguardar a unidade de Deus, Ário descambou para uma interpretação anti-biblica do relacionamento de Cristo com o Pai em sua tentativa de evitar aquilo que ele considerava ser o perigo do politeísmo.
 
A doutrina romana da “Sucessão Apostólica” e da elevação do poder do bispo sai igualmente deste molde. Tentando defender a fé ortodoxa das heresias vigentes da época, alguns pais da igreja criaram um mecanismo de defesa contra os hereges (gnósticos) centralizado no poder dos bispos e a elevação deste sobre os presbíteros. Isto mais tarde foi deturpado e alargado pelo bispo de Roma. Por volta do ano 110, Inácio bispo de Antioquia na Síria escreve sobre a importância do bispo na igreja, diz ele: “ Cuidado para que todos obedeçam ao bispo, como Jesus Cristo ao Pai, e o presbiterato como aos apóstolos, e prestem reverência aos diáconos como sendo instituição de Deus. Que os homens não façam nada relacionado à Igreja sem o bispo. Que seja considerada uma apropriada Eucaristia àquela que é (celebrada) seja pelo bispo, seja por alguém a quem ele a confiou. Onde o bispo estiver, ali esteja também a comunidade (dos fiéis); assim como onde Jesus Cristo está, ali está a Igreja Católica. Não é legal sem o bispo batizar ou celebrar festa de casamento; mas tudo o que ele aprovar, isso será aprovado por Deus, de modo que qualquer coisa que seja feita, seja segura e válida" (Inácio de Antioquia, Epístola à igreja em  Esmirna 8). Nesta mesma época Clemente de Roma escreve sua carta aos Coríntios para corrigir os cismas que estava havendo entre eles, pois estes haviam chegado a ponto de expulsarem os presbíteros da igreja. Clemente escreve-lhes para impor a importância da hierarquia dos bispos. Mais tarde, Irineu, em sua obra apologética, “Contra Heresias”, uma refutação aos argumentos gnósticos, que haviam apelado para a tradição, desenvolve uma linhagem histórica de sucessão episcopal desde os apóstolos até os bispos atuais, tomando como exemplo a Igreja de Roma, por ser a mais conhecida entre todas.
 
Já no ano 200 existe um bispo em cada cidade se declarando cada qual sucessores dos apóstolos. Cada um procura mostrar que o primeiro da lista foi um apóstolo, assim temos as listas das principais igrejas da época:
 
Jerusalém: 1. Tiago, irmão de Jesus 2. Simeão 3. Justo 4.Zaqueu 5. Tobias...
 
Antioquia: 1. Pedro Evódio 2. Inácio 3. Heros 4. Cornélio 5. Eros...
 
Alexandria: 1. Marcos (evangelista) 2. Aniano 3. Abílio 4. Cerdo 5. Primo...
 
Roma: 1. Pedro e Paulo (?) 2. Lino 3. Anacleto ou Cleto 4. Clemente 5. Evaristo... 
 
Nesta época a hierarquia já era constituída por 1º- Bispo, 2º- Presbítero, 3º Diáconos. Mais tarde o Concílio de Nicéia estabelece um bispo para cada cidade. No entanto, apesar desta gradual elevação do cargo do bispo, ainda  não se fala em supremacia do Bispo de Roma sobre os demais, nem de papa, pois todos eram iguais e independentes, havendo uma união fraternal entre as várias igrejas. Se às vezes a sé romana parece elogiada em demasia é devido à sua posição política e territorial; é devido unicamente ao seu status de capital do Império.
 
ALEGAÇÕES CATÓLICAS
 
Os católicos quando são pressionados pelos argumentos bíblicos esposados pelos evangélicos contra o primado do papa, não conseguindo dar uma resposta bíblica satisfatória, vão se socorrer na chamada “Tradição”. É preciso lembrar que a “Tradição” para o católico é a junção das obras patrísticas e o moderno “Magistério Eclesiástico” que é uma decorrência da infalibilidade da igreja, estabilizada na pessoa do romano pontífice através do Concílio Vaticano I. Desde já, rejeitamos totalmente o “Magistério Eclesiástico” por ser este muito posterior aos pais da igreja, produto do catolicismo estruturado e organizado. Ficamos entretanto, com a “Patrística”, todavia, somente com os escritos dos pais pré-nicenos, pois ainda a igreja de Roma não havia ainda se tornado Igreja estatal, tendo sua riqueza e autoridade multiplicada pelas concessões de Constantino o que a tornou mais corrupta ainda. Os ditos pais pós-nicenos não possui a mínima autoridade em matéria de fé pois muitos deles já estavam contaminados com as heresias romanas.    
 
A primeira alegação é a que aponta a suposta autoridade do bispo de Roma nos escritos dos pais da igreja, querendo dar uma certa autoridade à tese do primado do bispo de Roma. Dizem nossos antagonistas:
 
“As citações seguintes testemunham o que os primeiros cristãos pensavam sobre a primazia da Igreja de Roma (e, conseqüentemente, a primazia do papa, sucessor direto de São Pedro) sobre as demais.” (Fonte: Agnus Dei)
 
Clemente de Roma
 
"Se, porém, alguns não obedecerem ao que foi dito por nós, saibam que se envolverão em pecado e perigo não pequeno" (Clemente de Roma, +100, Carta aos Coríntios 59,1).
 
Eles pretendem que a frase acima é alguma imposição de Clemente aos Coríntios. Nada mais longe da verdade! O teor da carta não deixa tal conclusão. O que Clemente fez foi ajudar aquela igreja que estava sem líderes, já que a igreja de Roma, era nesta época, bem estruturada e podia auxiliar a sua co-irmã na fé. Tanto é que ele prossegue dizendo: 2“Contudo, nós seremos inocentes deste pecado e pediremos em súplica e oração constante para que o Criador de tudo conserve intacto o número dos que foram contados entre Seus escolhidos em todo o mundo, por seu Filho mui amado, Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual nos chamou das trevas para a luz, da ignorância para o conhecimento da glória de seu nome.” Não há nenhuma imposição ou supremacia papal ! Teoricamente, nesta época, o apóstolo João ainda estava vivo e se Clemente estivesse impondo algo sobre a igreja, certamente João o teria repreendido como fez com certo Diótrefes, que gostava de exercer a primazia na igreja (III João 9).
 
Inácio de Antioquia
 
"Inácio... à Igreja que preside na região dos romanos, digna de Deus, digna de honra, digna de ser chamada 'feliz', digna de louvor, digna de sucesso, digna de pureza, que preside ao amor, que porta a lei de Cristo, que porta o nome do Pai, eu a saúdo em nome de Jesus Cristo, o Filho do Pai" (Inácio de Antioquia, +107, Carta aos Romanos [Prólogo]).
 
"Nunca tiveste inveja de ninguém; ensinastes a outros. Quanto a mim, desejo guardar aquilo que ensinais e preceituais" (Inácio de Antioquia, +107, Carta aos Romanos 3,1).
 
"Em vossa oração, lembrai-vos da Igreja da Síria que, em meu lugar, tem Deus por pastor. Somente Jesus Cristo e o vosso amor serão nela o bispo" (Inácio de Antioquia, +107, Carta aos Romanos 9,1).
 
Novamente perguntamos: onde está a supremacia do papa nesta carta? Ora, o prólogo é um elogio ardoroso de Inácio. Ele também usou estes mesmos elogios aos Magnésios: “Inácio, também chamado Teóforo, à Igreja abençoada na graça de Deus Pai, em Jesus Cristo nosso Salvador, com quem eu saúdo a Igreja que está na Magnésia, próxima ao [rio] Meandro, e desejo a ela grande alegria em Deus Pai e em Jesus Cristo, nosso Senhor, em quem vocês poderão encontrar grande alegria.” E mais, “Que eu possa alegrar-me convosco em todas as coisas, se o merecer! Mesmo acorrentado, não sou digno de ser comparado a qualquer de vós que estais em liberdade.” ou aos efésios : “Inácio, também chamado Teóforo, àquela que é bendita em grandeza na plenitude de Deus Pai, predestinada antes dos séculos a existir em todo o tempo, unida para uma glória imperecível e imutável, e eleita na Paixão verdadeira, pela vontade do Pai e de Jesus Cristo nosso Deus à Igreja digna de bem-aventurança, que vive em Éfeso da Ásia, todos os bens em Jesus Cristo e os cumprimentos numa alegria impoluta.” Se seguirmos esta linha de pensamento, não é justo também colocarmos os Magnésios e os efésios em pé de igualdade aos Romanos ? Demais disso, Inácio diz algo que vai ao encontro do argumento da primazia jurisdicional, pois no início de suas saudações ele põe a igreja de Roma em sua devida jurisdição quando diz: “à Igreja que preside na região dos romanos”  (ênfase acrescentada) mostrando que esta igreja tinha sua própria jurisdição territorial e não possuía nenhum poder sobre as demais igrejas como querem os romanistas.
 
IRENEU
. "Já que seria demasiado longo enumerar os sucessores dos Apóstolos em todas as comunidades, nos ocuparemos somente com uma destas: a maior e a mais antiga, conhecida por todos, fundada e constituída pelos dois gloriosíssimos apóstolos Pedro e Paulo. Mostraremos que a tradição apostólica que ela guarda e a fé que ela comunicou aos homens chegaram até nós através da sucessão regular dos bispos, confundindo assim todos aqueles que querem procurar a verdade onde ela não pode ser encontrada. Com esta comunidade, de fato, dada a sua autoridade superior, é necessário que esteja de acordo toda comunidade, isto é, os fiéis do mundo inteiro; nela sempre foi conservada a tradição dos apóstolos" (Ireneu de Lião, +202, Contra as Heresias III,3,2).
 
Este trecho de Ireneu é muito usado pelos católicos como prova de que a igreja de Roma tinha a primazia entre as outras. Entretanto é preciso escoimar tal alegação. Alarmado pelo pulular de heresias e de interpretações absurdas da Bíblia propaladas pelos seitários da época como Valentino, Marcião, Menander, Cerinto, Basílio e outros, procurava ele pôr um dique a tamanha calamidade, propondo uma Igreja que pudesse tornar-se como que o padrão, seguindo meticulosamente, a sucessão apostólica das mais importantes dioceses então existentes, pesquisando ao mesmo tempo a conservação da Doutrina e das tradições apostólicas, em cada uma delas. E conclui propondo como exemplar a Igreja de Roma, por ser de maior autoridade, isto é, por ser a da Capital do Império. É necessário salientar que esta questão de sucessões apostólica juntamente com a tradição foi um arranjo levantado como alternativa para combater os Gnósticos de então. Como diz Ireneu “Quando estes são argüidos a partir das Escrituras, põem-se a acusar as próprias escrituras...”. Os gnósticos com o fito de defenderam suas heresias em relação a Deus e a Cristo como Demiurgo (criador), apelavam para as escrituras. Todavia quando eram refutados pelos apologistas através das próprias escrituras, apelavam para a chamada “tradição”. Prosseguindo Ireneu diz: “...é impossível achar neles (nos textos bíblicos) a verdade se se ignora a tradição. Porque – (prosseguem dizendo) – essa verdade não foi transmitida por escrito e sim de viva voz...”, o principal texto dos gnósticos era o de  ICo. 2.6. Ireneu deixou-se levar pelo mesmo raciocínio inventando uma defesa de modo inverso, “Quando”, afirma ele, “...então passamos a apelar para a tradição que vem dos apóstolos e se conserva nas igrejas pelas sucessões dos presbíteros, opõem-se à tradição.”
 
Os gnósticos diziam que sua doutrina era muito antiga e que havia recebido do próprio Jesus Cristo. Ireneu por sua vez repele tal asseveração dizendo que se havia uma doutrina pura e perfeita, esta forçosamente tinha que estar com as igrejas fundadas pelos apóstolos as quais (pelo menos em teoria) foram transmitidas aos seus sucessores. Desta maneira Roma entrou de contra golpe por vários motivos que nem de longe tem a ver com a tal primazia do papa. Vejamos:
 
1.      Ireneu apela para o elo de sucessão de TODAS as igrejas e não somente de Roma. A razão ele mesmo da ao dizer que “...seria demasiadamente longo, num volume como este, enumerar as sucessões de todas as igrejas...” , tanto é que mais adiante ele cita como exemplo Policarpo, bispo de Esmirna, e seus sucessores.
 
2.      Irineu escolheu Roma justamente, por que como já dissemos, era a principal Igreja do Império, a mais rica e por isso a mais conhecida.
 
3.      Outra razão era que muitos apócrifos petrinos (principalmente de origem gnóstica) circulavam em sua época, haja vista que os líderes hereges mencionados acima espalharam suas heresias em Roma no ministério de bispos como Higino, Pio e Aniceto; Ireneu apela (mesmo contra o depoimento das escrituras) para tais tradições e arbitrariamente atribui a fundação desta Igreja a Pedro e Paulo, lançando o prestígio que Pedro possuía entre eles contra os mesmos, tentando assim, um contra golpe nos argumentos gnósticos.  
 
Vale a pena  ressaltar que a frase do trecho acima recolhido no site católico é deveras tendenciosa quando traduz, “Com esta comunidade, de fato, dada a sua autoridade superior, é necessário que esteja de acordo toda comunidade...” No livro “Antologia dos Santos Padres” de Cirilo Folch Gomes, OSB – ed. Paulinas, traduz “ Porque é com esta igreja (de Roma), em razão de sua mais poderosa autoridade de fundação, que deve...” (ênfase acrescentada) Não há nenhum indício de superioridade devido a um suposto papa nela residente. Outrossim, Ireneu apela não para a igreja de Roma como autoridade final, mas para a igreja “Católica”, ou seja, UNIVERSAL espalhada pelo mundo todo, a comunidade de cristãos. Se de fato o apologista reconhecesse alguma superioridade, primazia jurisdicional, temporal ou espiritual no bispo de Roma; e neste como o sucessor de São Pedro com todas as regalias e autoridade que os papas modernos se auto intitulam, teria no livro III 24:1 de “Contra as Heresias”, a preciosa oportunidade de afirmar que eles (os gnósticos) estavam separados da ROCHA que é Pedro. Entretanto, observe o que ele diz:  “Porque não estão fundados sobre a única rocha, mas sobre a areia, a areia dos muitos saibros”, com certeza uma referencia à passagem de Mateus 7:24-26.
 
Infelizmente todo o silogismo de Ireneu acabou numa apagogia! 
 
CIPRIANO
 
"O Senhor diz a Pedro: "Eu te digo que és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus... O Senhor edifica a sua Igreja sobre um só, embora conceda igual poder a todos os apóstolos depois de sua ressurreição, dizendo: "Assim como o Pai me enviou, eu os envio. Recebei o Espírito Santo, se perdoardes os pecados de alguém, ser-lhes-ão perdoados, se os retiverdes, ser-lhes-ão retidos. No entanto, para manifestar a unidade, dispõe por sua autoridade a origem desta mesma unidade partindo de um só. Sem dúvida, os demais apóstolos eram, como Pedro, dotados de igual participação na honra e no poder; mas o princípio parte da unidade para que se demonstre ser única a Igreja de Cristo... Julga conservar a fé quem não conserva esta unidade da Igreja? Confia estar na Igreja quem se opõe e resiste à Igreja? Confia estar na Igreja, quem abandona a cátedra de Pedro sobre a qual está fundada a Igreja?" (São Cipriano, +258, bispo de Cartago, Sobre a Unidade da Igreja).
 
 
À princípio devemos admitir que Cipriano cria que Roma era a cátedra de Pedro e assegurava naquela época a unidade das igrejas, pois havia um vinculo de fraternidade entre todas elas como bem atesta Tertuliano, " ... Foi inicialmente na Judéia que [os apóstolos] estabeleceram a fé em Jesus Cristo e fundaram igrejas, partindo em seguida para o mundo inteiro a fim de anunciarem a mesma doutrina e a mesma fé. Em todas as cidades iam fundando igrejas das quais, desde esse momento, as outras receberam o enxerto da fé, semente da doutrina, e ainda recebem cada dia, para serem igrejas. É por isso mesmo que serão consideradas como apostólicas, na medida em que forem rebentos das igrejas apostólicas. É necessário que tudo se caracterize segundo a sua origem. Assim, essas igrejas, por numerosas e grandes que pareçam, não são outra coisa que a primitiva Igreja apostólica da qual procedem. São todas primitivas, todas apostólicas e todas uma só. Para atestarem a sua unidade, comunicam-se reciprocamente na paz, trocam entre si o nome de irmãs, prestam-se mutuamente os deveres da hospitalidade: direitos todos esses regulados exclusivamente pela tradição de um mesmo sacramento” ( Da Prescrição dos Hereges XIII-XX ).Contudo, cada igreja era autônoma e possuía seus próprios patriarcas, o bispo de Roma não era o cabeça da cristandade como mais tarde veio a ser cada vez mais reivindicado pelos papas. Seja como for, uma coisa é certa, “Ele admitia a seu modo o primado romano” ( A. Hamman, “Os Padres da Igreja” – Ed. Paulinas). Ainda dizia Cipriano que a Sé de Pedro pertence ao Bispo de cada igreja local.
 
 Algo que vem a corroborar para a derrocada romanista é o fato de que este trecho em outras versões não deixa tanto em relevo o primado de Roma. Onde uma traz, “Confia estar na Igreja, quem abandona a cátedra de Pedro sobre a qual está fundada a Igreja?”, a outra se reserva aos dizeres: “ Confia estar na Igreja quem se opõe e resiste à Igreja?” (ibdem)
 
Deve-se notar ainda que Cipriano escreveu esta carta para combater e rechaçar o cisma promovido por Felicíssimo em Cartago e concomitantemente enviou-a a Roma para combater o cisma que Novato criara na disputa do episcopado com Cornélio. O motivo principal do contraste entre Cornélio e Novato foi a atitude oposta em relação aos "lapsos", isto é, os cristãos que, por temor das perseguições, tinham renunciado a própria fé e que, passadas as perseguições, pediam para ser
readmitidos na comunhão da Igreja. Norteando-nos por este contexto podemos compreender o “porque” de Cipriano insistir na unidade da Igreja. Ele não estava exaltando o bispo de Roma, mas combatendo os cismas em Roma e em Cartago, onde era bispo. 
 
SUJEIÇÃO AO BISPO DE ROMA, ONDE ?
 
Não obstante a história mostrar  muitos bispos de outras igrejas estarem unidos a Roma e considerar de algum modo sua preeminência, no entanto eles não titubeavam em repreende-lo quando necessário. Posto que se trata de questões de primazia, é cabível acreditarmos que o Bispo romano apesar de reivindicar uma posição privilegiada não possuía nenhum poder maior sobre as demais igrejas. Algumas querelas que ficaram nos anais da história mostram isto de forma inequívoca. Na verdade muitos bispos romanos se curvaram perante a posição de alguns pais.
 
TERTULIANO
 
Não se sabe ao certo quando se estabeleceu essa presunçosa aspiração do bispo de Roma. Entretanto, já em 220 A.D, Tertuliano em sua obra De Pudicitia, emprega o termo (papa) de maneira sarcástica – como era seu estilo – ao referir-se a vários bispos da Igreja primitiva, com a qual rompera anos antes.  Já nesta época por exemplo, Tertuliano acusava o bispo Calixto de querer ser o bispo dos bispos. Este título ao contrário do que muitos pensam, não era monopólio do bispo romano, muitos como Policarpo, Cipriano, Heraclas, Atanásio de Alexandria foram denominados de “ PAPAS ”.  Tertuliano acabou rompendo por final com a Igreja de Roma.
 
POLICARPO E IRENEU
 
No ano 155 o Bispo Policarpo de Esmirna visitou o Bispo Aniceto de Roma e teve com ele algumas desavenças sobre algumas questões, e também a fim de persuadi-lo a aceitar a tradição estipulada pelo Apóstolo João de observar a Páscoa (Pascha), no dia judaico 14 de Nissan ou Passover, seja qual fosse o dia da semana. O bispo romano havia recebido uma tradição diferente através de Pedro e dos evangelhos sinópticos, de acordo com a qual a Páscoa deve ser sempre celebrada no Domingo, o primeiro (ou oitavo), dia da semana judaica após Nissan 14. Diz Eusébio citando Ireneu em sua História Eclesiástica (Livro V cap. XXIV) que nem Policarpo conseguiu persuadir Aniceto e nem este a Policarpo. No final ele acrescenta que “Aniceto cedeu a Policarpo”. Mais tarde porém, o bispo Victor de Roma sofreu severas criticas por parte de Ireneu e outros bispos quando arbitrariamente quis impor sua autoridade desligando as Igrejas da Ásia por causa da tão chamada controvérsia “Quartodécima”. Prossegue Eusébio relatando que o bispo romano foi, por muitos, duramente repreendido, “Também restam as expressões que empregaram para pressionar com grande severidade a Vitor. Entre eles também estava Ireneu...”(ibdem).
 
CIPRIANO
 
Estêvão I (254-357), romano, sucedeu a Lúcio I depois de uma vacância de dois meses. Afirmou insistentemente o primado, sobretudo nos contrastes com Cipriano, o influente bispo de Cartago, por problemas que se relacionavam com a disciplina eclesiástica ou questões teológicas, como a da validade do batismo administrado por heréticos. Estêvão, que representava a tradição de Roma, Alexandria e Palestina, acreditava que esse batismo era válido, contrastado nisso também pelo bispo Cipriano que seguia a mesma linha de Tertuliano e juntamente com os bispos da Ásia Menor,  havia convocado dois sínodos para afirmar a não validade do batismo dos heréticos.
Naquela ocasião, Estevão recusou-se até mesmo a receber os enviados de Cipriano. Rebatizar segundo ele era contrário à tradição e isso não podia ser tolerado. Por sua vez Cipriano retrucou com a igreja romana apelando para a tradição de sua igreja. Convocando um novo Sínodo Cipriano pediu aos bispos que manifestassem suas opiniões, dizia ele: “Vamos, cada um por sua vez, declarar nosso sentimento em face deste problema, sem pretender julgar ninguém NEM EXCOMUNGAR os que forem de parecer diferente” (ênfase acrescentada). Duas coisas ficam evidentes nesta questão: A alusão ao autoritarismo de Estevão; e o mesmo direito que o bispo romano possuía para “excomungar”, Cartago o tinha igualmente. Também pela mesma época, dois bispos espanhóis depostos por um sínodo espanhol, apelaram para Estevão e foram reintegrados a comunhão. Mas um sínodo, reunido por Cipriano na Metrópole da África, anulou o ato de Estevão, confirmando o sínodo espanhol.  Ao que parece a unidade da Igreja Católica (Universal) , tão propalada pelo bispo Africano em sua “De Unitate Catholicae Ecclesiae”  estava sendo rompida.
 
No ano de 418, reuniu-se em Cartago um Concílio de todos os bispos africanos, no qual foi sancionado o seguinte Cânon:
“Igualmente decidimos que os Presbíteros, Diáconos e outros Clérigos inferiores, nas causas que surgirem, se não quiserem se conformar com a sentença dos bispos locais, recorram aos bispos vizinhos, e com eles terminem qualquer questão... E que, se ainda não se julgarem satisfeitos e quiserem apelar, não apelem se não para os Concílios Africanos, ou para os Primazes das próprias Províncias: - e que, se alguém apelar para a Sé Transmarina (de Roma) não seja mais recebido na comunhão...”
Por esta Regra Conciliar se vê que os Bispos Africanos não aceitavam e não admitiam que fosse aceita a jurisdição do bispo de Roma!
 
AS CONTRADIÇÕES DAS TRADIÇÕES
 
Dizia Gregório de Nissa : “Se um problema é desproporcional ao nosso raciocínio, o nosso dever é permanecer bem firmes e irremovíveis na Tradição que recebemos dos Pais" Contudo, Deus não confiou na chamada “tradição oral”, tanto é que mandou seus servos escreverem seu verbum sacrum em livros. A tradição com o passar do tempo corrompe o significado real das coisas. Muitas tradições aceita pelas igrejas entravam em flagrante contradição quando confrontadas umas com as outras, a titulo de ilustração temos o celebre caso da grande controvérsia sobre a páscoa já citada neste estudo. De um lado estava as igrejas da Ásia sustentada por certa tradição recebida segundo eles pelo apostolo João de que a páscoa tinha de ser celebrada no 14 Nisan, já as do Ocidente alegavam que haviam recebido uma tradição diferente  dada pelo apostolo Pedro e Paulo de que deveria ser no domingo. Cada qual defendia ardorosamente sua posição. Será que Pedro e João transmitiram “tradições” diferentes a estas igrejas ? Quem estava certo ?
 
Veja que tais tradições não passam de meras contradições! As interpretações equivocadas e muitas vezes forçadas de alguns dos pais e escritores da igreja primitiva, começaram a ser transformadas em regras de fé pelos Concílios através dos séculos. Estes dogmas que existem hoje em dia na igreja Católica, foi apenas outrora a interpretação particular de alguns dos pais da igreja e não a regra de fé e prática de toda a igreja cristã, prova disso é que não havia unanimidade entre eles sobre vários assuntos. Por exemplo, Tertuliano era radicalmente contra o batismo infantil, já Orígenes era a favor, Anselmo afirmava que Maria nasceu com a mancha do pecado original, Jerônimo era ao que parece contra a chamada “tradição oral”, Hegesipo e Ireneu e Tertuliano afirmavam que Maria teve filhos com José, Jerônimo defendia arduamente a virgindade perpétua de Maria, muitos eram a favor de que Pedro era o fundamento da igreja em Mateus 16:18, mas um número maior ainda era contra essa interpretação, como por exemplo, Agostinho, bispo de Hipona,  o decreto Gelasiano afirmava que o livro intitulado “o pastor de Hermas” era apócrifo e promulgava que não deveria meramente ser rejeitados mas também “eliminados de toda a Igreja Católica e Apostólica romana, sendo que os autores e seguidores desses autores devem ser amaldiçoados com a corrente inquebrável do anátema eterno.” Já Atanásio admoestava que era útil para a leitura não havendo menção a ele como apócrifo. Muitas posições teológicas defendidas por uns, eram rejeitadas por outros, não havia um consenso geral como querem nos fazer crer os estudiosos católicos! A igreja começou a transformar essas incongruências em dogmas somente após o século IV, por isso o Padre Benhard  em 1929 escreveu: “...A Bíblia em si mesma, não é mais do que letra morta, esperando por um intérprete divino... Certo número de verdades reveladas têm chegado a nós, somente por meio da tradição divina.” Ora, Jesus afirmou que a palavra de Deus é que é a verdade! Se há outras verdades que não são reveladas pelas escrituras que é a depositária de toda a verdade, então não são verdades, mas tão somente inverdades!  
 
MAIS CONTRADIÇÕES
 
Vejamos ainda o “Decreto Gelasiano” que ao se referir sobre a morte de Pedro e Paulo afirma que os dois foram martirizados ao mesmo tempo: “Acrescente-se também a presença do bem-aventurado apóstolo Paulo, "o vaso escolhido", que não em oposição - como afirmam as heresias dos tolos - mas na mesma data e no mesmo dia, foi coroado com a morte gloriosa juntamente com Pedro, na cidade de Roma, padecendo sob Nero César; e igualmente eles fizeram a supra mencionada Santa Igreja romana especial para Cristo, o Senhor, e deram preferência de suas presenças e triunfos dignos de veneração perante todas as demais cidades existentes sobre a Terra.” Dionísio é concorde com isto pois afirma: “ Tendo vindo ambos a Corinto, os dois apóstolos Pedro e Paulo nos formaram na doutrina evangélica. A seguir, indo para a Itália, eles vos transmitiram os mesmos ensinamentos e, por fim, sofreram o martírio simultaneamente" (Dionísio de Corinto, ano 170, extrato de uma de suas cartas aos Romanos conforme fragmento conservado na "História Eclesiástica" de Eusébio, II,25,8). Entretanto Paulo diz o contrário, “Só Lucas está comigo. Toma a Marcos e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério.” A tradição diz que Pedro estava com ele mas Paulo desmente afirmando que só Lucas permanecia junto a ele antes de sua morte!
 
 
PERGUNTAS QUE OS CATÓLICOS PRECISAM RESPONDER
 
Mostraremos aqui algumas perguntas que são barreiras insuperáveis à tese católica da fundação, estadia, governo e a morte de Pedro em Roma.
 
 
1.      Se Pedro esteve em Roma, então por que a Bíblia não diz nada sobre isto, já que menciona muitas cidades por onde passou como Jerusalém, Samaria, Lida, Jope, Cesaréia, Coríntios, Antioquia... mas sobre Roma no entanto, não diz nada?!
 
2.      Porque Lucas “o historiador” não se preocupou em registrar nada sobre o “príncipe dos apóstolos” e seu episcopado em Roma, pelo contrário voltando-se quase exclusivamente ao ministério de Paulo?!
 
3.       Paulo escreveu sua epistola aos Romanos (56-58) enviando saudações a 26 pessoas mas o nome do “Papa São Pedro” se quer é mencionado. Porventura deixaria Paulo de mencionar Pedro, caso estivesse ele em Roma e ai fosse bispo? Outrossim, Paulo ao enviar as “cartas do cativeiro”, escritas em Roma envia saudações citando nominalmente 11 irmãos. Se Pedro estivesse em Roma teria Paulo omitido seu nome em todas as quatro cartas ? Creio que não!
 
4.      Demais disso, não teria Paulo invadido o território jurisdicional de Pedro ao enviar uma carta de instruções corretivas àquela Igreja ? Onde estava Pedro que não instruía os romanos sobre a justificação pela fé ?
 
5.      Entre os anos 60-61 Paulo chega preso em Roma (At. 28:11,31), Lucas registra que os irmãos foram vê-lo (At. 28:15). Mas onde estava Pedro que não foi receber seu colega de ministério?
 
6.       Suetonius Tranquillus, pagão, na Biografia do Imperador Cláudio, diz: “Judacos, impulsore Cresto, assidue tumultuantes Roma expulit”. Quer dizer: - O Imperador Cláudio expulsou de Roma os Judeus que viviam em contínuas desavenças por causa de um certo Cresto (Cristo). Ora, Cláudio foi Imperador desde o ano de 41 até 54. Logo, durante esses treze anos não era possível que S. Pedro residisse em Roma.
 No Capítulo 18 dos Atos dos Apóstolos, lemos que Paulo, depois do célebre discurso no Areópago, seguiu para Corinto, onde se encontrou com Áquila e sua esposa Priscila, recentemente chegados de Itália, pelo motivo de Cláudio Imperador ter mandado sair de Roma a todos os judeus. Ora, este encontro do Apóstolo deu-se no correr da sua segunda viagem apostólica, isto é, entre os anos de 52 a 54. Logo, ainda nesses anos Cláudio não permitia a permanência de judeus em Roma. Como ficaria lá São Pedro, que, como Apóstolo, devia necessariamente chamar a atenção geral sobre sua pessoa?
 
7.      Se Pedro estivesse em Roma no ano 60 como se afirma a tradição, como então deve se entender as palavras de Jesus a Paulo em Atos 23:11 que diz: “Importa que dês testemunho de Mim também em Roma.” Ora, onde estava Pedro “o Papa” da cristandade que não tornava conhecido o nome de Jesus nesta cidade ?
 
8.      Paulo foi a Roma a primeira vez prisioneiro, em virtude de haver apelado para o Tribunal de César, pelos anos de 60 ou 61, lá não encontrando cristãos entre os judeus. Ora, se S. Pedro estivesse em Roma pregando exclusivamente aos judeus como nos garante Eusébio, como se pode explicar a ignorância dos principias judeus de Roma, que disseram a Paulo: “Quereríamos ouvir da tua boca o que pensas, porque o que nós sabemos desta Seita (dos Cristãos) é que em toda parte a combatem”. Então Pedro, durante dezoito anos, poderia permanecer desconhecido dos principais judeus de Roma? Ele, a quem fora confiado o Ministério aos circuncidados no dizer de Paulo (Gal. 3,7-10) e de Eusébio Pámphili?
 
9.       Ora, mas se Pedro estivesse preso, não seria esta a razão de sua omissão? Neste caso Paulo seria relapso em não registrar este fato como fez com seus demais companheiros de prisão (cf. Colossenses 4:10 – Filemon 23).
 
10.   Diz os estudiosos católicos que Pedro morreu no reinado de Nero em 69 d.c, outros coloca o ano de 67, e ainda outros 64. A tradição diz que ele exerceu o episcopado durante 25 anos. Subtraindo 25 de 69 chegamos ao ano de 44 onde afirma a tradição que Pedro chegou a Roma (Hist. Ecl. II – XIV) Esta tese encontra duas grandes dificuldades: A primeira é que o edito de Nero expulsando os judeus durou de 42 até 54, motivo também da expulsão de Áquila e Priscila. Pedro não seria exceção tampouco! A segunda é que no ano 45, Pedro escreve sua primeira epistola, e que por sinal não era de Roma mas de “Babilônia”, cidade existente naqueles dias (I Pedro 5:13).
 
11.  Se Roma tem a primazia por ser supostamente considerada a cidade em que Pedro alegadamente exerceu seu ministério, então razão maior deveria ser dada a Antioquia pois diz a mesma tradição que antes de Pedro ir para Roma exerceu primeiro seu episcopado em Antioquia deixando lá seus sucessores: Evódio e Inácio.
 
12.  Porque estudiosos católicos como Rivaux, Fank, Hughes e Daniel Rops se contradizeram ao fazer as listas dos bispos de Roma já que usaram a mesma tradição como fonte?
 
 
DESLIZES DOS SUPOSTOS PAPAS
 
O papa Marcelino entrou no  templo de Vesta e ofereceu incenso à deusa do paganismo Foi, portanto, idólatra; ou,pior ainda; foi apóstata! Libório consentiu  na condenação  de  Atanásio; depois,  passou-se  para  o  arianismo fato este confirmado até por Jerônimo.  Honório aderiu ao maniqueísmo. Gregório I chamava Anticristo  ao  que  se  impunha  como  Bispo Universal; e, entretanto, Bonifácio III conseguiu obter do parricida imperador Focas  este  título  em 607. Pascoal II e Eugênio III autorizavam os duelos, condenados pelo Cristo; enquanto que Júlio II e Pio IV os proibiram. Adciano II,em 872, declarou válido o casamento civil; entretanto,Pio VII, em 1823, condenou-o.Xisto V  publicou  uma  edição da Bíblia e, com uma, recomendou a sua leitura; e aquele Pio VII excomungou a edição. Clemente XIV  aboliu  a  Companhia  de  Jesus,  permitida  por  Paulo III;  e  o mesmo Pio VII a restabeleceu.
 
Vergílio comprou o papado de Belisário, tenente do imperador Justiniano. Por isso, foi condenado no segundo concílio de Calcedônia, que estabeleceu este cânone:O bispo que se eleve por dinheiro será degradado. Sem respeito àquele cânone, Eugênio III, seis séculos depois, fez o  mesmo  que  Vergílio,  e  foi repreendido por São Bernardo. Deveis conhecer a história  do  papa  Formoso: Estêvão XI fez exumar o seu corpo, com as vestes pontificais; mandou cortar-lhes os dedos e o arrojou ao Tibre. Estêvão foi envenenado; e tanto Romano como João, seus sucessores, reabilitaram a memória de Formoso. Barônio o Cardeal chega a dizer que as poderosas cortesãs vendiam, trocavam e até se apoderavam dos bispados; e, horrível é dizê-lo, faziam papas aos seus amantes!  Genebrardo sustenta que, durante 150 anos, os papas, em vez de apóstolos, foram apóstatas.  Deveis saber que o papa João XII foi eleito com a idade de  dezoito  anos  tão-somente, e que o seu antecessor era filho do papa Sérgio com Marózzia. Que Alexandre XI era... nem me  atrevo a dizer o que ele era de Lucrécia; e que João, o XXII, negou a imortalidade da alma, sendo deposto pelo concílio de  Constança. 
 
O papado continuou tendo seus períodos sombrios, marcados por imoralidade e corrupção. Um desses períodos ocorreu entre o final do século IX e o início do século XI, quando a instituição papal foi controlada por poderosas famílias italianas. A história revela que um terço dos papas dessa época morreu de forma violenta: João VIII (872-882) foi espancado até a morte por seu próprio séquito; Estêvão VI (885-891), estrangulado; Leão V (903-904), assassinado pelo sucessor, Sérgio III (904-911); João X (914-928), asfixiado; e Estêvão VIII (928-931), horrivelmente mutilado, para não citar outros fatos deploráveis. Parte desse período é tradicionalmente conhecida pelos historiadores como "pornocracia", numa referência a certas práticas que predominavam na corte papal.
 
HISTÓRIAS QUE OS CATÓLICOS NÃO SABEM
 
Ora, a sucessão do bispado de Roma foi interrompida por mais de uma vez, como se convencerá o Leitor pela narração da História Eclesiástica do Cardeal Hergenroeter, completada pelo Mons. J P Kirsch e traduzida para italiano pelo P. Enrico Rosa, jesuíta. Eis quanto nos contam esses conspícuos personagens, romanos como os que mais o sejam. No Terceiro Volume da Soterrai dela Cheias, edição da Liberaria Fiorentina, de 1905, páginas 247 e seguintes:
Com a morte do papa Formoso, a 4 de abril de 896, começou uma era de profunda depressão para a Sé romana, como nenhuma houve antes, nem depois... As facções políticas dela se apossaram, ameaçando de arrastá-la a barbárie dos tempos. Dentro de oito anos (896-904) sucederam-se nove Pontífices, BONIFÁCIO VI, eleito tumultuariamente, só reinou por quinze dias, pois que o partido Spoletano entronizou um dos seus - ESTEVÃO VI (propriamente VII). Este ultrajou a memória de Formoso com cego furor... Mandou desenterrar seu cadáver e apresentá-lo perante um Tribunal Eclesiástico, que o declarou papa ilegítimo, e nula sua eleição! Em seguida atiraram o cadáver no Rio Tibre... Em uma arruaça, Estevão foi apanhado e estrangulado no cárcere, em Junho ou Julho de 897*
Sucedeu-lhe um sacerdote ancião de nome Romano, o qual só pontificou quatro meses. Assumiu então o papado THEODORO II. que só durou vinte dias. JOÃO IX ficou até o estio de 900. BENTO IV até 903. LEÃO V foi, antes de um mês de pontificado precipitado por CRISTÓVÃO, e este. no fim de Maio de 904, teve o mesmo fim às mãos de SÉRGIO III.
Este (Sérgio) já desde o reinado de Teodoro II havia tentado apoderar-se do trono pontifício, sendo, porém, expulso e exilado. Depois de sete anos de exílio, chegou finalmente ao termo de suas ambições. Ele havia sido sagrado bispo de Cere pelo papa formoso, o qual assim tentara afastá-lo da Corte romana, por ser elemento indesejável. Entretanto, tão logo assentado na curia pontifícia, declarou ilegítimas todas as ordenações conferidas por Formoso (portanto também a própria sagração episcopal!) perseguindo com ódio feroz a quantos daquele houvessem recebido a imposição das mãos. Sérgio III faleceu em Agosto de 911.
Paremos um momento para... respirar. Estes senhores que se sucederam mediante o assassinato uns dos outros; estes senhores que foram eleitos (?) à força de traições, de violências inqualificáveis; estes serão sucessores legítimos dos santos mártires Lino, Cleto e clemente? OH! NÃO! O bispado de Roma vagou nesse tempo, e os bispos posteriores já não podem ser considerados sucessores de aqueles aos quais os Apóstolos Pedro e Paulo confiaram a cura espiritual da Igreja Romana.
A Sérgio III sucedeu Anastácio III de Agosto de 911 a Outubro de 913; depois veio LANDÃO, até Abril de 914, e JOÃO X , filho da DITADORA MARÓCIA e do papa SÉRGIO III, primo do primeiro marido dela, o Príncipe ALBERICO, Marócia casara-se no ano de 905 em primeiras núpcias com este Príncipe da linhagem dos Condes de Túsculo, liquidando-o no mesmo ano, para se casar com GUIDO, Marquês de Toscana, JOÃO X, que passava por filho do primeiro leito de Marócia, não podia ter mais de dez anos de idade, quando recebeu a sagração suprema, em 914. Durante 14 anos empunhou o Báculo Pastoral, até que, tendo veleidades de independizar-se, foi metido no cárcere, onde expirou em Junho de 928. No ano seguinte Marócia liquidou o segundo marido, e se fez reconhecer como SENADORA E PATRICIA, imperando sozinha.
A João x sucedeu LEÃO VI, e, sete meses depois, ESTEVÃO VII. Em 931, outro filho de Marócia subiu ao trono, com o nome de JOÃO XI. Em 932, Marócia casou-se com o Rei Hugo, irmão de seu segundo marido. João XI foi liquidado em 936, sucedendo-lhe LEÃO VII (936-939). ESTEVÃO VIII (propriamente IX), de 939-942; MARINO II, de 943-946; AGAPITO II, de 946-956; e finalmente OTAVIANO, neto de Marócia, e que foi o primeiro a mudar de nome ao galgar o trono papal. Tinha ele 18 anos de idade, e tomou o nome de JOÃO XII.
Em toda primeira metade do Século X, tudo parecia fora dos eixos; a corrupção do século inundará a igreja (romana) e nesta não mais existia disciplina... Roma, então envelhecida como Capital de um pequeno Principado, devia retornar pouco a pouco à sua antiga dignidade de Capital do Mundo e à sua sublime Missão - É o que se lê à página 252 do Volume acima citado da STORIA DELLA CHIESA. Pois bem, assim com o OTÃO I, (Imperador desde o ano de 936) não se pode considerar sucessor de Constatino o Grande, e nem mesmo de Carlos Magno; assim, os bispos que se seguiram a estes, não podem razoavelmente ser tidos e havidos como legítimos sucessores dos Bispos de Roma dos tempos apostólicos.
 Leiamos agora a página 271 do mesmo Volume da STORIA: - *JOÃO XIX, acusado de negligente e de avaro, reinou até 1032. A maior desgraça da igreja (romana) era que a sua família (dos Condes de Túsculo) mostrava-se convencida de que para sempre o pontificado (romano) era um bem hereditário de sua propriedade. E sem atender ao mérito de quem o ocupasse, esforçava-se por conservá-lo. Desta progênie haviam já saído seis papas, e agora o sétimo, rapaz ainda não de vinte anos, filho de Alberico, e irmão dos papas anteriores, chamava-se TEOFILACTO. Não foram ouvidos os Cardeais, e o povo (que então tinha voz ativa nas eleições) foi comprado por bom dinheiro, sendo assim eleito em modo totalmente tumultuário, esse jovem licencioso, que com o nome de BENTO IX, devia por onze anos (desde 1033 a 1044) ser o vitupério da igreja (romana) *. Até aqui os nossos Autores (os parênteses são nossos). Agora vamos resumir a história.
TEOFILACTO que, ao ser eleito (?) papa em 1033, contava apenas 12 anos de idade, só veio a morrer em 1065, com 44 anos. Em 1044, rebentou uma revolta geral contra ele, BENTO IX se escapuliu, e em seu lugar foi coroado papa, JOÃO, bispo de Sabina, que tomou o nome de SILVESTRE III. Mas, em Abril do mesmo ano, BENTO IX conseguiu voltar ao trono e excomungou todos os rebeldes, mandando muitos deles para o outro mundo. Vendo-se, porém, em perigos contínuos, renunciou, no dia 1 de Maio de 1045, deixando a Cátedra de S. Pedro (incrível, mas verdadeiro!) a um Arcipreste chamado João Graciano, o qual tomou o título de GREGÓRIO VI, e gratificou com *Grossa somma di dinaro* ao seu abnegado e digno Antecessor! (Graciano era um consumado jurista, e conhecia perfeitamente o valor dos argumentos áureos!)*
BENTO IX, com a bolsa bem recheada, se retirou para um dos Castelos de sua nobre família, depois de assinar renúncia formal da Santa Sé, Pouco depois, porém, se arrependeu do mau passo e, apoiado pelos seus poderosos parentes, pretendeu voltar ao Trono. Nada mais natural! Rapaz de 22 anos, cheio de vida e de santidade papal, que renunciara ao seu sublime Cargo não tanto pelo dinheiro (que lhe sobrava), quanto pelo amor de uma filha do Conde Gerardo de Sasso (que lhe fazia muita falta) nada mais natural, digo, - que pretendesse reassumir a Tiara, para repartir os graves encargos da mesma com a sua direitíssima e digníssima Amásia, com a qual tentara se casar quando ainda era papa. Mas os cardeais o impediram.
Assim ficou a Cátedra de S. Pedro com três Titulares: BENTO IX, que retirara a renúncia; SILVESTRE III, que recusava renunciar; e GREGÓRIO VI, que havendo adquirido por *grossa soma di dinaro* o Sólio Pontificio, julgava-se de pleno direito senhor do mesmo.
A ÁGUIA DA GERMANIA (o Rei Henrique III) olfatando fácil e pingue presa, desceu em amplo remigio até a Itália, e se fez coroar Rei da Lombardia a 25 de Outubro de 1046, em Pavia, solicitando de Gregório VI uma entrevista em Placência. Desta cidade seguiram ambos com grande pompa para Sutri, onde se reuniu um Concílio sob a Alta Direção de Henrique III. Neste Concílio, Gregório VI renunciou ( espontaneamente, já se vê!); de Bento IX não se disse palavra (para não magoar sua nobre família, certamente!); e Silvestre III foi aprisionado e recolhido ao aljube de um Mosteiro, em castigo do seu pecado de simonia. Henrique III mandou então a Suidgero de Bamberga, que subiu a Cátedra de S. Pedro com o título de CLEMENTE II. Este foi o segundo papa alemão. No mesmo dia da sua Coroação, 25 de Dezembro de 1046, CLEMENTE II, coroou a Henrique III e sua esposa Inês Imperadores do restaurado Sacro Romano Impero.
Reflitamos um momento. Ou a venda da Cátedra de S. Pedro, feita por bento IX a Graciano foi válida, ou não foi. Se foi válida, já ninguém pode falar em pecado de simonia; e ficam plenamente justificadas as compras de bispados e as vendas das melhores Paróquias e dos Santuários (Aparecida do Norte, Bom-Fim de Salvador, etc) a frades estrangeiros, que se negociam em vários países (menos no Brasil!) Se aquela negociata de Bento IX não foi válida, segue-se que BENTO IX continuou papa legítimo, havendo sido injustamente esbulhado por seis papas intrusos, postos na Sé Romana pelo Imperador Henrique III, durante a vida de Bento IX.
Mais outra: - Ou o Imperador tinha direito de nomear os papas, ou não! Se sim! Então houve ocasião em que muitos eram papas legítimos ao mesmo tempo. Se não! Houve tempos em que a Cátedra de S. Pedro ficou vacante, não obstante estar ocupada por vários apaziguados do Imperador. Com Henrique III viera o MONGE BENEDITINO ainda simples HILDEBRANDO, o qual desde então foi o verdadeiro Chefe da igreja Romana manobrando a seu bel-prazer meia dúzia de papas-titeres, e fazendo-se aclamar papa somente em 1078. Foi o celebérrimo GREGÓRIO VII, santo canonizado romano.
HILDEBRANDO, porém, não obstante dotado de notável senso político e de admirável audácia, não possuia o poder de afugentar a MORTE! Bento IX, Conde de Túsculo, fazia desaparecer a todos os alemães indicados por Hildebrando e entronizados por ordem de Henrique III, na Cátedra de S. Pedro.
CLEMENTE II morreu a 9-10-47. Bento IX se prontificou para reassumir o Pontificado, mas os romanos, depois de terem conhecimento dos desejos de Henrique III, de reservar o Pontificado a seus súditos alemães, lhe pediram que houvesse por bem mandar sagrar um novo papa por ele escolhido livremente, Henrique III enviou da Alemanha a POPPONE, bispo de Brixen. Depois de muitas peripécias suscitadas pela oposição da família de Bento IX, Poppone foi entronizado em Julho de 1048, com o nome de DAMÁSIO II. Mas... faleceu repentinamente, por esse tempo, na Alemanha.
Henrique III viu-se então em talas para encontrar um novo papa... Nenhum alemão queria aceitar a honra de ser Sucessor de S. Pedro!... O Imperador nomeou então a BRUNO, bispo de Toul, e seu parente (da família dos Condes de NORDGAU, na Alsácia). Este só se resignou a ser papa, com a condição de ser aceito pelos romanos em eleição popular, livre e pacífica. De Toul, seguiu ele para Besanón, onde recebeu a guarda toda poderosa de Hildebrando, que se lhe fez companheiro de viagens desde Cluny até Roma. Entrou ele na Cidade a pé, descalço e com túnica de peregrino, sendo muito bem recebido, e coroando-se Sumo Pontífice com o nome de LEÃO IX.
Em Maio de 1053, São Leão IX, Papa, envergando a farda de General, pôs-se a testa de aguerrido exército para combater os Normandos, que haviam invadido o Sul da Itália. A 18 de Junho seu exército foi totalmente derrotado e desbaratado, e o Sumo Pontífice, a-pesar-de santo e general, caiu prisioneiro. Nessa condição ficou detido em Benevento até que cedesse a todas as imposições dos seus vencedores. Depois de completa Capitulação, foi posto em liberdade a 12-8-1054, reentrando no Palácio do Latrão a 3 de Abril. A 18 do mesmo mês pontificou solenemente na Basílica de S. Pedro, mas... no dia seguinte faleceu misteriosamente!... Assim foi-se São Leão IX, Patrono dos Generais derrotados!
Bastem estes fatos. Não é aqui o lugar de rememorar todos os casos em que a Sede Romana esteve em desordem; por exemplo, no começo do século 15, em que quatro papas legítimos excomungavam; cada um deles excomungava três papas legítimos, e era declarado excomungado por cada um de seus três colegas Sucessores de São Pedro, infalíveis, Vigários de Cristo, etc, etc... (Veja o II Apêndice).
Responda agora o Leitor: - Será o papa Pio XII legítimo Sucessor de S. Pedro? (Poderá ser legitimamente eleito papa, quem se acha incurso na excomunhão fulminada pelo Canon 2335?
 
DIVERGÊNCIAS E CONTRADIÇÕES
 
Se os papas não ambicionassem a "infalibilidade" não haveria razão para citações de suas contradições e divergências; como pôr exemplo o Papa Gregório I que condenava a idéia de um "Sacerdócio Universal nas mãos de um só homem”. Mas foi o que fizeram.
 
Sobre o cisma do ocidente, vejam o que nos diz certo livro católico:
 
RETORNO DOS PAPAS A ROMA
 
O  retorno dós papas a Roma não foi suficiente para que a paz fosse alcançada. Uma dura luta, incentivada pelo clero e pelos mesmos cardeais, criara graves dificuldades no seio da Igreja, levando-a ao grande Cisma do Ocidente (de 1378 a 1418). Nesses quarenta anos a história do papado atravessara um período obscuro, marcado por lutas entre papas e antipapas que se excomungavam mutuamente, usando qualquer subterfúgio para derrotar o adversário, chegando até ao emprego da guerra e do crime político. O poder papal, nessa época, está assim representado:
 
Em Roma :
 
— Urbano VI (1378-1389)
— Bonifácío IX(1389-1404)
— Inocêncio VII (1404-1406)
— Gregório XII (1406-1417) (destituído no Concílio de Pisa, em 1409, abdicou no Concílio de Constança, em 1415)
 
Em Avinhão :
 
—   Clemente VII (1378-1394)
—   Bento XIII     (1394-1424) — (destituído no Concílio de Pisa, em 1409, e novamente em Costança em 1415)
 
Antipapas:
 
_Clemente VIII (1423-1429)
— Bento X1V (1425-1430)
 
Em Pisa
 
- Alexandre V: (14O9-141O)
- João XXIII (1410 – 1419)
(Destituído no Concílio de Constança em 1415).
 
Para se ter uma idéia da confusão que reinava na época entre os cristãos, basta lembrar que vários santos apoiaram papas considerados ilegítimos. S. Catarina de Sena, por exemplo, apoiava o papa de Roma, enquanto S. Vicente Ferrer e o Beato Pedro de Luxemburgo defendiam o papa de Avinhão.
A Igreja acabou considerando legítimos somente os quatro papas romanos e antipapas os de Avinhão e Pisa.
O Concílio de Constança (1414-1418) pôs fim ao grande Cisma com a eleição de Martinho V.
 
(EXTRAÍDO DO LIVRO CATÓLICO: OS PAPAS, A. PINTONELLO, EDIÇÕES PAULINAS.
 
 Tivemos também o Papa Leão X contemporâneo de Lutero que não cria na eternidade...
 
Os Papas S Clemente e Gelasio I nunca aceitaram a Transubstanciação, diziam que "A natureza do pão e do vinho não se alteram". Mas o Papa Inocêncio III, ano 1198, forçou e "decretou' a transubstanciação!
 
Como não é possível acarear esses papas os padres de hoje deveriam estudar a Bíblia pôr si mesmos. Entre centenas de teólogos católicos que discordaram da transubstanciação temos o Abade de Fulda, Rubano Mauro e o Monge Ratramno do mosteiro de S. Pedro que diziam "A benção não altera a substância." Também S. João Crisóstomo resistia e Santo Agostinho parecia zombar quando escreveu. "Não se pode engolir Aquele que subiu vivo para o Céu". Mas a ignorância tomou-se moléstia geral
 
Muitos bispos e padres divergem de muitos dogmas que se fossem abolidos aplaudiriam, ensinam pôr Ofício. Necessitam da transubstanciação. Do Culto às imagens, do Purgatório e outras crendices para manter o sistema em pé. Se forem removidas, o catolicismo cai!
 
Divorciada dos Evangelhos a Igreja não consegue gerar seus próprios sacerdotes. "No Brasil a metade dos padres são estrangeiros" informa dom Luciano na Revista Veja de 30 de janeiro de 1980.
 
O Estado do Vaticano é contra o divórcio, ficam "angustiados" quando ele é votado nos países católicos mas mantém o "Tribunal de Rota" que anula casamentos de casais ilustres pôr grandes somas de dinheiro.
 
Induzem consciências sensíveis escravizando-as. Ha centenas talvez milhares de moças e senhoras, sem identidade, envelhecendo enclausuradas em lúgubres conventos devido a fé falsa que receberam. Ninguém sabe que tipo de tratamento recebem. O Catolicismo deveria recuperar suas mentes distorcidas, abrir os portões, devolvendo-as à sociedade. Cristo nunca propôs uma instituição assim. Ele disse que "Não se deve esconder uma luz". (Evangelho de Lucas 11:33)
 
Também o Vaticano não está em condições de falar sobre "Direitos Humanos" pôr conflitar com a história da Igreja. Falta espaço para comentar esse assunto, mas presentemente estão bloqueando o pedido insistente de 6 mil padres que desejam deixar a batina. (Est.S. Paulo 13-2-80). Mesmo assim, 1.264 padres deixaram a batina em 1982 e nos últimos 8 anos em todo mundo 34.144 padres desertaram. (Inf. o Vaticano, Est. S. Paulo de 11-9-84).
 
O afã de apresentarem-se como Estado político e religioso os tem levado a contradições:
 
Temendo o Comunismo abrigam-se no Ocidente, mas pôr desgraça, se houver uma reviravolta na política, esperam sobreviver porque "jogam nos dois times... "
 
Nunca se ajeitaram com Democracia e Liberdade. Reclamam esse direito somente nos países onde não dominam. Pio IX disse que "A Liberdade de Consciência foi o mais pestilento de todos os erros". (Encic. de 15-8-1954).
 
...
 
VEJA ESSA:
 
 
BENÇÃOS DO PAPA SE TRANSFORMAM EM MALDIÇÕES
 
Figuras públicas que foram "abençoadas" são atingidas por doenças e desgraças
 
Recentemente o brasileiro Rubens Barrichello, piloto de fórmula 1 da equipe Ferrari foi com uma comitiva esportiva até o Vaticano presentear o Papa com uma réplica do carro F2004. E em troca deste generoso presente o Papa abençoou o piloto brasileiro.
Rubens que já possui fama de azarado na fórmula 1 tem motivos para ficar ainda mais preocupado. É que os fatos que vamos mostrar aqui, podem não passar de desastrosas coincidências, mas são capazes de arrepiar qualquer cristão: as "bênçãos" do papa vêm se transformando mesmo é em maldição. Afora os inúmeros casos publicados até pela imprensa secular, atuais ou centenários, salta aos olhos a quantidade de personalidades do meio artístico e político, que de uma hora para outra, viram suas vidas profissional e pessoal destruídas e lançadas no fundo do poço, após um encontro com o papa.
 
 
A lista é imensa...
 
A escritora e pesquisadora de religiões Mary Schultze, autora do livro "A Deusa do Terceiro Milênio", deu uma lista destas personalidades e a influência das "bênçãos" do Papa na vida delas.
Quando analisamos tantas "coincidências", não podemos deixar de alertar as pessoas no sentido de buscarem somente as bênçãos de Cristo, pois os fatos têm demonstrado que receber bênção do papa parece não ser um bom negócio.
De acordo com a pesquisadora, é extensa a lista de figuras e personalidades da história que foram brindadas com a bênção papal e em seguida foram atingidas por algum infortúnio:
 
Brasileiros:
 
Na lista de Mary, não faltam figuras brasileiras atingidas pela "bênção do papa", como por exemplo:
 
O ex-presidente Washington Luiz, foi deposto do cargo, em 1930, logo após ser abençoado pelo Papa.
Já a princesa Isabel foi "abençoada" com a sua expulsão do Brasil, depois de um encontro pessoal com o papa.
O presidente brasileiro Campos Salles - foi assassinado poucos dias depois.
O Presidente brasileiro Afonso Pena - morreu um mês depois.
 
Dos tempos atuais, duas figuras queridas dos brasileiros também passaram por tribulações e, coincidência ou não,tinham recebido a bênção do papa:
 
 
O cantor Roberto Carlos, católico declarado, e sua esposa, Maria Rita, estiveram com João Paulo II em sua última visita ao Brasil, em 97. Pouco mais que um ano depois, ela estava com câncer.
Já o craque Ronaldinho pediu para o papa abençoar, em 98, as alianças de noivado
com a modelo Suzana Wemer, antes da Copa da França. Resultado: além de ver terminado o seu noivado com a modelo, aconteceu o pior: o Brasil perdeu a Copa. E como se não bastasse, Ronaldinho passou as últimas semanas resistindo a uma campanha de difamação por parte da imprensa secular, que tentava envolvê-lo em um escândalo junto a uma agência de prostituição, na Itália. Sem falar do problema no joelho que quase o colocou de vez fora dos gramados.
 
Outras figuras importantes:
 
O evangelista Billy Graam, mesmo conhecendo a fundo a Palavra de Deus, foi a Roma pedir a bênção do papa e, estranhamente, foi acometido do Mal de Parkinson (doença degenerativa do sistema nervoso que provoca tremores incontroláveis).
O papa abençoou Carlota de Bourbon e quando voltou de Roma, enlouqueceu.
O príncipe Napoleão IV morreu logo após ter sido abençoado pelo papa, antes de seguir para Zuzulândia.
Já o príncipe Rodolfo, da Àustria, se suicidou, em 1889, depois de um encontro com o papa.
O jogador Maradona amargou a derrocada de sua brilhante carreira de outrora. Ele também pediu a bênção do papa, e recebeu. Coincidência ou não, perdeu o título do mais famoso campeão argentino e a sua imagem nunca mais foi a mesma, pois não conseguiu se livrar das drogas até hoje.
Afonso XII - morreu prematuramente.
Princesa Lady Diana - Em 1997, morreu em violento acidente auto mobilístico algum tempo antes havia ido a Roma pedir a bênção do papa.
O Imperador da Áustria, Francisco José - sofreu a terrível derrota de Sadowa.
Napoleão III - foi preso na Prússia e morreu exilado e destronado.
Os navios "Santa Maria"e "América" - naufragaram com perda total.
 
Diz o ex-padre veneziano, Joseph Zachello que serviu o Papa por 34 anos:
Em 1851 Pio IX concedeu a "Rosa de Ouro" ao Rei das Duas Sicilias. Em menos de um ano ele perdeu a coroa e o reino.
Em 1866 Ele abençoou o Kaiser da Áustria. Em menos de um ano este imperador perdeu Veneza e a guerra seguinte.
Em 1867 o Papa abençoou Maximiliano. Imperador do México. Logo em seguida ele foi destronado e morto a tiros.
Em 1895 O Arcebispo de Damasco deu a bênção papal às tropas e frota espanholas. Logo em seguida a Espanha perdeu ambas.
Em 1897 O Núncio Apostólico abençoou o grande "Bazar da Caridade", em Paris. Cinco minutos mais tarde o prédio ardia em chamas e 150 pessoas da aristocracia pereceram, inclusive a filha da Imperatriz da Áustria.
Em 1906 Fugene Victoria (Ena), filha do Príncipe Henrique, casou com Afonso XIII, Rei da Espanha. sob a bênção papal. Ela havia sido obrigada a renunciar sua fé protestante e por isso foi abençoada. Embora, uma quinzena mais tarde, tenha escapado milagrosamente de um atentado, no qual 13 pessoas pereceram, seu vestido de noiva ficou todo respingado de sangue.
Em 1923 O Papa lhe mandou a "Rosa de Ouro". Em 1931. ela e o marido foram exilados, quando a Itália se transformou em República, por determinação do Papa. que precisava colocar no Governo daquele país o seu protegido General Franco, para a II Guerra Mundial.
Em 1924 Um rico proprietário de terras nos Estados Unidos - Mr. Edwards - converteu-se ao Catolicismo Romano. Dois anos depois foi a Roma receber a bênção do Papa. tendo morrido 4 dias após e deixou uma rica herança para o Vaticano.
Parece coincidência... Mas é bom não arriscar. Quando Mussolini invadiu a Abissínia e varreu os pobres negros do mapa, o Papa o abençoou nessa "cruzada santa". Só que, pouco tempo depois, Mussolini e sua amante Clara Petacci foram linchados pelo povo.
Já Winston Churchill, o Leão da II Guerra Mundial, foi a Roma receber a bênção do Papa. Perdeu logo o prestígio em seu país, mesmo tendo ganho essa Guerra para os Aliados.
Quanto a Roosevelt, mandou um representante ao Vaticano "apanhar" a bênção. Perdeu o respeito do povo americano e morreu logo em seguida, sem contemplar a vitória para os Estados Unidos.
Em 1951 A futura Rainha da Inglaterra foi pedir a bênção do Papa. Pouco tempo depois a Inglaterra perdeu os poços petrolíferos no Irã, o Canal de Suez e a guerra contra o Egito.
E para encerrar, em 1958 o Cardeal Stritch. de Chicago, ao ser nomeado Representante no Vaticano, para lá se dirigiu. Adoeceu gravemente e o Papa, que havia abençoado sua viagem, não foi capaz de visitá-lo, quando ele teve de amputar um braço e morrer a poucas quadras da Catedral de São Pedro.
 
Diante do exposto acima só nos resta orar para que Deus proteja a vida e a carreira de Rubinho e que as "bençãos" do Papa não o alcance também, de modo que possa nos dar novamente a alegria e as vitórias que tanto nos brindava Airton Senna.
 
A Palavra de Deus é muito clara quanto à origem da bênção, que só pode vir do Senhor; e de nenhum homem ou imagem, mas o catolicismo insiste em transferir para a figura do papa poderes que só pertencem a Deus. A leitura da Bíblia e a observância de seus mandamentos são capazes de atrair bênçãos sem medida sobre a vida do cristão, conforme diz a Palavra "O Senhor determinará que a bênção esteja nos teus celeiros, e em tudo o que puser a tua mão: e te abençoará na tenda que te dá o Senhor teu Deus" (Deuteronômio 28.8).
 
Fonte:
Livro A Deusa do 3º Milénio - Mary Sshultze - Ed. Gráfica Universal Ltda.
Jornal Folha Universal 15/08/99 pág. 9b
Artigos compilados pela redação do CACP
 
 
Extras:
 
 

PEDRADAS NO ARI: não disse que o Papa foi pro inferno!
Por Caio Fábio
 
O Papa morreu, e, por incrível que pareça, ainda tem muito evangélico que deseja vê-lo no inferno.
 
Malignos são esses!
 
No domingo anterior à morte do Papa, enquanto ele ainda agonizava, o meu amigo Ariovaldo Ramos deu uma brevíssima declaração para o Fantástico a respeito do Papa, e, perguntado pela repórter o que ele desejava ao Pontífice naquele momento de dor, ele disse: "...desejo que ele desfrute da paz prometida aos que dedicaram a vida a Cristo e a sua honra".
 
Pronto!
 
Estava armado o circo. Recebeu uma chuva de e-mails execrando-o por dizer que o Papa foi salvo, embora a declaração feita tenha sido: “...desejo que ele desfrute da paz prometida aos que dedicaram a vida a Cristo e a sua honra".
 
Acabo de saber que um seminário de São Paulo fez circular entre os alunos (não sei se oficial ou informalmente) uma "Carta Repúdio" por ele ter dito que o Papa “foi para o céu...”
 
O Novo Testamento fala algumas poucas vezes de uma certa categoria humana que pode ser designada como ‘filhos do diabo’, ou como ‘filhos do inferno’, ou mesmo ainda como ‘filhos do maligno’.
 
À exceção de uma citação na boca de Paulo, em Atos, confrontando um bruxo que tentava corromper o que ele dizia, na tentativa de mexer com o entendimento de Sérgio Paulo, uma autoridade romana importante, e que se interessara em ouvir o que Paulo tinha a dizer—, todas as demais vezes em que tais designações aparecem, são relacionadas a Jesus, e têm a ver com os religiosos, exceto a alusão aos filhos do maligno na parábola do Joio e do Trigo, na qual não há nenhuma designação especifica de quem eles possam ser.
 
Mas é em João, do capitulo 8 em diante, que Jesus escancara e diz que os “filhos do diabo”, ali, diante Dele, não eram aos pagãos, mas sim os que se diziam filhos de Abraão, os quais se orgulhavam de uma suposta superioridade moral e acerca de sua sapiência da verdade como Lei; sendo, porém, seres do ódio, da torcida contra, da incapacidade de se alegrar com a misericórdia; mas ao contrário, amando o juízo, o julgamento, e a morte de todo herege; cegos, porém, para discernir o amor de Deus; tão enredados que haviam ficado pelo diabo, que neles agia como dogma, doutrina, superioridade moral, e escolha deles como gente superior.
 
Ora, era por tais sentimentos de ‘Espiritualidade Ariana’ que eles eram chamados por Jesus de “filhos do diabo”.
 
Eu espero ver o Papa no céu. Espero encontrar com ele em Cristo. Espero ver como a Graça é maior do que a Tradição da Religião. Espero ver como aquele menino polaco ficará quando virar homem em Cristo, isto depois de ter vivido a sua infância espiritual como Papa João Paulo II.
 
Mas tem gente que quer vê-lo no inferno. A tal ponto que o Ariovaldo não pode nem mesmo expressar o "...desejo que ele desfrute da paz prometida aos que dedicaram a vida a Cristo e a sua honra”.
 
Pelo amor de Deus!
 
Quem pode dizer que tem em si o amor de Deus e ser capaz de desejar que um outro homem, qualquer outro, de qualquer credo, de qualquer tempo, possa não ter encontrado a Graça de Deus?
 
Esses, segundo Jesus, são filhos do espírito do diabo. Pois é o diabo quem quer ver pessoas no inferno. E quem destina pessoas ao inferno, filho do inferno é; posto que no amor de Deus sempre se espera que o Deus que teve misericórdia de nós e do rei Manasses, seja também misericordioso com todos os homens, incluindo papas, e, sobretudo, evangélicos, e, mais profundamente ainda, os pastores e os professores de seminário que tornam o Papa inelegível para os céus.
 
Cuidado! Jesus disse: “Eis que virão muitos... de todas as direções... mas vocês vão ficar fora...”
 
Quem odeia, não conhece a Deus; não o viu, e jamais teve seu amor no coração!
 
E quem tem a coragem de imaginar um homem no inferno, é sempre porque é habitante do lugar, e não quer ficar sozinho!
 
Temor e Tremor perante o Deus da Graça!
 
É crer ou apodrecer!
 
 
 
Nele,
 
 
Caio
 
 
...
  
O PAPA PREGOU. EU BATIZEI!
 
 
São dez e meia da noite. Estava assistindo com Adriana uma missa que acontece enquanto o povo visita, fotografa, e homenageia o Papa.
 
Então passei a ouvir o que se falava em língua italiana, pois, confesso, estava desatento, e apenas observando o processual em si mesmo.
 
Havia alguém lendo Atos 3, indo até o capitulo 4, verso 3. Em seguida passou a falar sobre o Papa, mas, de tempo em tempo, lia ou citava uma passagem da Escritura.
 
Fiquei pensando naquele nível de exposição mundial que a leitura da Escritura estava tendo, e, também, no que o Espírito Santo estava fazendo no momento em que um sacerdote lia, em italiano, para toda a Terra, o texto de João 3:16, como foi o caso, entre tantos outros textos e confissões de que Cristo é Senhor e Salvador. O homem chegou mesmo a dizer que por que cria em Jesus o Papa estava na glória. E por aí foi o sacerdote.
 
De súbito lembrei de algo que eu presenciei em 1982. Eu pastoreava a Igreja Presbiteriana Betânia. Um dia me apareceu para conversar uma moça que era filha de um senhora convertida fazia pouco tempo. A história que ela me contou me era completamente incomum.
 
“Eu estava deprimida. Estava morando em Roma. Era passagem de ano. Fui andar sozinha. Fiquei angustiada. Acabei sentindo vontade de ir até a Basílica de São Pedro. O Papa estava lendo o Evangelho. Era sobre o Cordeiro de Deus. Depois ele falou que Jesus era o Cordeiro de Deus que tirava o pecado do mundo. E disse que Jesus tirava o pecado do mundo naquela noite. Então ele disse que isso dava paz aos homens. Eu comecei a chorar. Senti vontade de pedir perdão pelos meus pecados. Pedi. Pedi. Fui ficando em paz. E fui embora querendo voltar pro Brasil. Cheguei aqui e minha mãe me trouxe pra ouvir você pregar. Eu ouvi que vai ter batismo, e eu quero me batizar”, me contou ela, fazendo-me ver a liberdade de Deus, e, mais que isto: a bobagem de minha mente meio religiosa e preconceituosa, por mais que minha tese de ordenação ao ministério tivesse sido sobre a Ordem de Melquizedeque, a qual reina sobre todas as diferenças, e, da qual Jesus é o Único Sumo Sacerdote.
 
Entretanto, eu me lembrei que eu mesmo havia assistido pela televisão aquela fala do Papa, e que, durante o sermão, eu me apanhei lamentando que não fosse uma pessoa que falasse o Evangelho por inteiro aquele que ali estivesse falando para o mundo. Cheguei até em pensar no Billy Graham.
 
Também me recordei enquanto ela me contava aquela história, que eu mesmo tinha me sentido repreendido em meu interior por achar que Deus só poderia estar em melhor posição se um bom evangelista evangélico ali estivesse pregando.
 
Lembrei... contei a Adriana o que tinha lembrado. E disse que depois viria aqui registrar essa lembrança no site.
 
Continuei a ver e ouvir a transmissão, e, ao mesmo tempo, fiquei pedindo ao Espírito Santo que fizesse toda semente do Evangelho que ali fosse lida ou anunciada, mesmo que, algumas vezes, entremeadas de tolices, germinar no coração de muitos à volta da Terra.
 
Sim, que a semente de toda Palavra que saia da boca de Deus, mesmo que pela via de certas infantilidades e ignorâncias, produza bom fruto, e faça o amor de Deus conhecido dos homens.
 
E isso tem a ver com a Religião apenas no que concerne ao interesse político religioso que a morte do Papa desperta. Quanto ao mais, qualquer outra coisa, é obra do Espírito, que sopra onde quer, e, cujo caminho, ninguém sabe de onde vem e nem para onde vai.
 
Desse modo, que me importa, se por Papa ou por meio de nenhum Papa, ou apesar dele, o Evangelho for lido, e, muitos corações nele crerem—sendo assim e desse modo Cristo anunciado, e crido por muitos ou alguns!?
 
Mas somente os que estiverem com a mente completamente liberta do espírito religioso é que entenderão o que estou escrevendo.
 
Assim, o Papa pregou e eu batizei. Quem não gostar, reclame com o Espírito Santo!
 
Eu, porém, creio. Por isto é que escrevi.
 
 
 
Nele, em Quem a Palavra é livre como o vento,
 
 
 
Caio Fábio
 
 
 
Fontes:
 
http://www.cacp.org.br
 
http://www.caiofabio.com/
( VIa_Davi/Gyn)

... estava analisando a demonstração de força que a igreja Católica promove de tempos em tempos , uma mistura de clima de comoção com monopolização da mídia mundial . Foi uma forma muito bem planejada de demonstrar sutilmente o seu poder , sem criar nenhum tipo de barreira . e a cada eleição de um novo Papa o clima emotivo mundial faz com que o mesmo seja aceito como "O representante divino aqui na terra " sem nenhuma objeção . Fazer o quê ? além de parabenizar quem desenvolveu esta estratégia . Yrorrito



http://www.uniaonet.com/msgjairleal.htm Aprendendo com a adversidade*

        Já em 1990 os Engenheiros do Hawai (um grupo de Rock nacional),
profetizavam: "O Papa é pop". Muitos não lhes deram crédito, outros ficaram
à margem do significado da tal profecia.

        Foi somente nestes últimos dias que todos nós descobrimos, pela
mídia, o real significado da profecia... o Papa é mesmo "pop".

        Pop, é para nós brasileiros, uma pequena palavra, talvez importada
dos América, talvez abreviada do português, que significa popular.

        Ninguém em sã consciência pode negar a popularidade do polonês Karol
Wojtila. Se ele já tinha tal popularidade ou se a adquiriu em seus últimos e
sofridos dias não sei, mas ela se mostra real e quase palpável.

        Mesmo sendo cristão de linhagem evangélica, cuja direção doutrinária
é meio que oposta ao cristianismo católico, onde o Papa é o líder supremo (o
sumo pontífice), recoheco que sua vida, carreira, e mesmo sua morte trás a
todos nós bons ensinamentos.

        Ainda que não compartilhe de grande parte dos dogmas defendidos, não
nego minha admiração por ele, como pessoa e como líder, que certamente faz
qualquer religioso, do rebanho dele ou não, aprender. Sobre isto quero
falar.

        Sentimo-nos desafiados frente à morte, especialmente quando esta
atinge alguém que de alguma forma está ligada a nós, e nos é querida. Embora
seja algo esperado por todos, e que todos temos ciência de que mais dia,
menos dia, vai acontecer, quando este dia chega, é doloroso, e por mais que
venhamos a nos sentir preparados, quando acontece, é difícil, muito difícil
agüentar.

        Sentimo-nos impotentes, pequenos, e percebemos que não temos
controle absoluto sobre todas as coisas. Sentimos que há algo que vai além
do nosso controle e possibilidades, apesar de todo avanço e arrogância da
ciência de querer explicar e resolver tudo. Este momento, sem palavras,
mostra toda a nossa pequenez. E por mais influente, poderoso, bondoso,
religioso que sejamos, todos temos um fim, mesmo um homem de Deus.

        O que fazer neste momento? Como encará-lo? Como aliviá-lo? Como não
sentir tanta dor? Penso que a maioria de nós já passou por tal situação, e
sabemos o que se sente pela ausência e perda de alguém que nos é caro.

        Mas, se não podemos mudar o fato, podemos ao menos encará-lo de
forma diferente: com coragem, e aproveitar para repensar e refletir na nossa
caminhada - nós os que ficamos. Que tipo de lembrança deixaremos? Tem valido
a pena a nossa vida? Tem contribuído para alguém ou, para alguma coisa?

        Constantemente ouvimos ou pronunciamos a expressão: "Para morrer,
basta estar vivo". Mas, viver, é simplesmente o mero existir? Apenas um
respirar? Somente uma caminhada para o fim que é comum a todos? Se para
morrer basta estar vivo, para viver não basta ter nascido, é preciso algo
mais.

        Aproveitemos então este momento que por si nos leva a pensar, para
relembrar algumas coisas que talvez nos console, ou,  ao menos, alivie um
pouco a dor que possa arder no peito:

        a)      O nascimento e a morte, são uma das únicas coisas que torna
igual a todos nós, e independe da posição social, política, econômica,
religiosa. Aqui não há distinção de sexo, cor, idade, nacionalidade. As
coisas que nos distanciam uns dos outros, só acontecem enquanto em vida, no
intervalo.

        b)      É neste instante que percebemos o valor das pessoas. Fica
pois uma crítica: Quantas vezes só valorizamos as pessoas quando não as
temos mais?

        c)      Todos são importantes para alguém. Por mais vil, desprezado
ou desconhecido que você seja, sempre haverá alguém para te lamentar. Você
pode não ser importante ou reconhecido por todo mundo, mas neste mundo,
haverá sempre alguém para quem você é muito importante.

        d)      Nosso choro deve ser pela ausência e perda, não pelo
arrependimento de ter feito ou deixado de fazer algo e que agora é tarde
demais, não há mais como reparar.

        e)      Este momento nos torna mais "religiosos", e nos leva a
pensar: "ele foi para um bom lugar", mas será que no seu momento, da forma
como tem administrado a sua vida, você vai encontrar com ele, no mesmo "bom
lugar"?

        f)      Você que despreza e não valoriza os outros, vê que seu
princípio e fim são o mesmo,  o que faz a diferença nas pessoas é a maneira
como vivem no intervalo, entre estes dois momentos que chamamos de vida. É
nele que deixamos nossa marca, nossa lembrança, nossas contribuições, sejam
elas boas ou más.

        Não é este um momento de solidariedade? Onde os nobres sentimentos
por vezes enferrujados afloram? Não é este o momento oportuno de querer ser
diferente? De querer viver de tal forma que a morte seja apenas a consumação
de todas as boas coisas que oferecemos ao mundo?

        Tenho pensado muito, e cheguei a uma conclusão: Eu não quero passar
pela vida, sem deixar a minha nobre contribuição. Quero que as pessoas, de
mim, tenham boas lembranças. Nas palavras de outro digo: Quero servir para
viver, vivendo para servir, e você?

*Jair Souza Leal é autor do livro "4 Homens e Um Segredo" e auxiliar na 1ª
Igreja Batista no Balneário no bairro Ressaca - Contagem/MG.



http://portugues.www.alcnoticias.org _ Hans Küng propõe eleição de um "papa da Reforma"

Por Esteban Cuya

NÜREMBERG, Abr 7 (alc). O teólogo suíço Hans Küng, de 77 anos, disse que
depois da morte de João Paulo II a Igreja Católica precisa de um "papa da
Reforma". A Agência Reuters divulgou declarações de Küng em Tübingen,
Alemanha, onde o teólogo ensinou Dogmática e Ecumenismo entre 1960 e 1996.

Küng preside a Fundação "Weltethos" da Suíça e assessora o secretário geral
da Organização das Nações Unidas (ONU) em assuntos de religião e ética. O
teólogo disse que João Paulo II deixou uma herança pesada.

"Aos sacerdotes ele proibiu o matrimônio, às mulheres ele proibiu a pílula
anticoncepcional, aos homens ele proibiu os preservativos, aos teólogos
leigos ele proibiu as pregações, e aos cristãos ele proibiu a celebração da
eucaristia comum", arrolou Küng.

O teólogo católico suíço acrescentou que muitas pessoas no mundo têm a
esperança de que um novo papa consiga realizar reformas internas no
catolicismo. Küng demandou a descentralização da autoridade da igreja, o fim
do celibato, uma maior participação dos leigos nas decisões transcendentes
da igreja, e igualdade para as mulheres.

Para Küng, é uma contradição que João Paulo II tenha proposto grandes
postulados que não existem nas estruturas internas das igrejas.

Entre 1962 e 1965, Küng foi assessor oficial do Concílio Vaticano II. Ele
publicou mais de 50 obras teológicas, destacando-se entre elas a trilogia
sobre as grande religiões mundiais, o cristianismo, o judaísmo e o
islamismo. Em 1979, o Vaticano desautorizou Küng de lecionar teologia
católica.

Ele recebeu numerosas condecorações, tanto de universidade e organizações
sociais dos Estados Unidos, da Irlanda, da Alemanha, da Suíça, da Itália.

A Igreja Evangélica Unida da Alemanha concedeu-lhe em Berlim o Prêmio
Karl-Barth, em 1992. A cidade de Eisenach, onde o reformador Martim Lutero
foi à escola, condecorou Küng, em 1999, por sua mensagem sincera, e a cidade
de Göttingen conferiu-lhe o Prêmio da Paz, em 2002.
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Apartado 14-225 Lima 14 Perú
Telefax (51 1) 446-5219
 

http://www.uniaonet.com/noticias.htm João Carlos Barreto _ Dc Assembléia de Deus – CIAD/SPL - Goiânia _ Jornalista e Publicitário .
Evangélicos: Oremos pelo Papa.
 
João Paulo II está vivendo seus últimos momentos de vida como único Papa que não  italiano desde 1523. Está sofrendo e muito. Por isso, nós irmãos em Cristo Jesus, devemos estar intercedendo ao Pai por esta vida que apesar dos enganos religiosos, como adorar a irmã Maria mais que a Jesus e usar os santos como despachantes para conseguir as graças do pai, teve um passado honrado entre nós.
 
Vamos orar, sim, pelo polonês Karol Wojtyla (1920), o poeta, filósofo, alpinista, ator, lingüista e dramaturgo. Vamos orar principalmente ao homem que com coragem e determinação lutou durante a Segunda Guerra Mundial, na Polônia, para salvar a vida de inúmeros judeus das câmaras de gás do nazismo. Vamos orar para que o Pai tenha compaixão dele, apesar do engano de fé em que vive, mas que se cumpra a Sua vontade nele evitando esse tamanho sofrimento de um herói.
João Carlos Barreto
 
RG4124518 SSP/GO
 
Fone: (062)99095517
 
 
 


Foi hoje assinada a nova Constituição Europeia em Roma pelos chefes de Estado ou de governo dos 25 países membros.
O "chefe da diplomacia" do Vaticano, arcebispo Giovanni Lajolo, qualificou de "miopia cultural" o facto de não terem sido mencionadas as raízes cristãs da Europa na Constituição Europeia.
 Esta e outras críticas à não inclusão das "raízes cristãs" foram publicados num artigo publicado pelo diário La Stampa intitulado "A nova Europa nasce sem alma".
 Apesar de o Vaticano não esconder a sua desilusão, João Paulo II, durante a audiência que concedeu quinta-feira ao presidente cessante da Comissão Europeia, Romano Prodi, formulou o voto de que a União Europeia "possa expressar sempre o melhor das grandes tradições dos seus Estados". O papa sublinhou que "ninguém pode negar a contribuição do cristianismo para a formação europeia". O Sumo Pontífice católico, de 84 anos, destacou que a Santa Sé sempre favoreceu a UE e sempre sentiu o dever de expressar abertamente "as justas esperanças de um grande número de cidadãos cristãos da Europa, que pediam a sua intercessão".
 Diário de Notícias, 29.Out.2004 ( Orlando )

- O posicionamento da Igreja Católica sobre liberdade religiosa e contra a intolerância foi apresentado às Nações Unidas pelo observador permanente do Vaticano, arcebispo Celestino Migliore.
  Ao falar para a comissão da Assembléia Geral da ONU que analisa o tema da eliminação de todas as formas de intolerância religiosa, monsenhor Migliore disse, na terça-feira passada, que a Santa Sé defende energicamente a liberdade de consciência e de religião.
  Migliori advertiu, no entanto, que considera paradoxal que em tempos de globalização tenham surgido novas formas de intolerância religiosa, e anotou que as autoridades públicas têm a responsabilidade de favorecer a convivência pacífica entre os grupos religiosos, jamais impondo-lhes restrições ou sufocando sua identidade.
  O arcebispo disse que a liberdade religiosa é condição necessária para a busca do bem comum e a autêntica felicidade, além de permitir a procura das "realidades últimas", que respondem às exigências mais profundas, interiores e autênticas do espírito humano.
  Os líderes religiosos, frisou, têm a particular responsabilidade de rechaçar qualquer uso errôneo ou compreensão inadequada de crenças e da liberdade religiosa, e estão convocados a difundir uma sensibilidade religiosa, cultural e social que nunca se transformará em atos de terror.
  O prelado advertiu que nesta era de globalização um maior exercício das
liberdades individuais pode produzir uma maior intolerância e restrições jurídicas à expressão pública da fé.
  Essa atitude, disse, põe em dúvida, na maioria dos casos, o direito das comunidades religiosas de participar de debate público democrático da maneira que é permitido às demais forças sociais, sublinhou.
  No espírito da Declaração sobre a Eliminação de todas as Formas de Intolerância e Discriminação, baseada na liberdade religiosa e de crenças, as regulamentações governamentais deveriam promover a contribuição dos crentes ao bem comum da sociedade, e permitir-lhes manter as apropriadas instituições caritativas ou humanitárias, sustentou Migliori.
  O representante do Vaticano advertiu que os objetivos de secularizar ou interferir nos assuntos internos das instituições religiosas arruinariam sua razão de ser.
  Pelo contrário, disse, acolher a diversidade religiosa, à exceção, obviamente, daquelas circunstâncias nas quais ocorre uma ameaça direta à saúde e à segurança pública, significa respeitar uma específica faceta do direito à liberdade religiosa e enriquecer uma autêntica cultura pluralista.
  O reconhecimento da primazia da consciência individual é fundamental para a dignidade da pessoa humana. A Santa Sé defende energicamente a liberdade de consciência e de religião, tanto em nível individual como social, destacou monsenhor Migliore.
  Essa defesa segue sendo necessária hoje por causa dos episódios de violência que causam trágicos sofrimentos, da destruição de lugares religiosos, dos maus tratos e assassinatos de religiosos, das perseguições contra as comunidades de fé, concluiu o prelado. _ Pr.Gilson

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