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ISLAMISMO 02

Prof Azenilto G. Brito e Clélia R. Scopelite Brito
Ministerio Sola Scriptura Bessemer, Ala., EUA
Basta confirmar o interesse que as matérias indicadas lhe serão remetidas gratuitamente : 
azenilto@yahoo.com.br

ÍNDICE .

04. O Islamismo E O Mundo Ocidental
03. REFLEXÕES SOBRE TERRORISMO E TOLERÂNCIA
02. COMPREENDENDO A FÉ MULÇUMANA-I:
01. Mate um Descrente - garantia do céu .

04. O Islamismo E O Mundo Ocidental
 

     A partir de Maomé, com seu punhado de seguidores iniciais, o islamismo alcançou um total de adeptos que ultrapassa os 800 milhões. Distribuídos especialmente pela Ásia, África e Oriente Médio, os líderes do Islã, financiados pelos exportadores de petróleo, falam de conquistar o mundo para sua fé.
 
 
 
Separar a política da religião nalguns países situados em locais estratégicos do mundo parece tarefa impossível. São as nações muçulmanas, muitas das quais mantêm um governo teocrático, impondo sobre seus cidadãos um regime de férrea disciplina moral, proibindo o jogo, as bebidas alcoólicas, a prostituição e até as músicas ocidentais.
Embora no passado considerada uma religião de indivíduos e nações pobres, restrita aos beduínos do deserto ou povos do terceiro mundo, o maometanismo está a abrir novas mesquitas nas capitais européias para atender aos trabalhadores de nações muçulmanas que para lá imigram em busca de melhores oportunidades profissionais e econômicas.
Na América, por outro lado, os muçulmanos negros dedicam-se a uma constante campanha de propagação de suas idéias e proselitismo entre indivíduos de cor, e seus discursos retumbantes e vendedores de literatura e incenso constituem cenas comuns aos que percorrem ruas centrais de Nova York e Washington.
 
Início e Difusão
 
Tudo começou no dia 16 de julho de 622 da era cristã, quando o mercador árabe Maomé, fugindo dos que combatiam suas idéias em Meca, grande centro religioso e político dos árabes, refugiou-se em Medina, onde teve pronta acolhida de seus moradores. Era a chamada hégira (fuga) e desde então a fé muçulmana passou a ser progressivamente aceita e propagada entre as tribos do deserto árabe e os outros povos do Oriente e África.
Após a morte de Maomé, mediante muitas guerras de conquista, os maometanismo tornou-se poderosa força política e mesmo econômica, logrando dominar vastas regiões, inclusive quase toda a Península Ibérica.
Maomé dizia-se mensageiro de Deus e demonstra em seus pronunciamentos que tivera contato com judeus e cristãos, dos quais extraiu vários conceitos refletidos no credo religioso de sua inspiração. Julgava-se o último de uma sucessão de profetas inspirados a começar com Adão e chega a dizer que ninguém poderá jamais apresentar princípios mais elevados do que os que constam de seu livro, o Corão, onde estão seus ensinos e representa uma espécie de “Bíblia muçulmana”. Logicamente, com isso não concordariam cristãos e judeus que em contestação logo apresentariam alguns dos sublimes pensamentos dos Salmos, Provérbios ou as máximas inigualáveis de Eclesiastes ou do Sermão da Montanha, bem como as exortações e profundidade teológica do apóstolo Paulo.
Seja como for, os princípios da religião muçulmana são simples, apresentando poucas exigências dos fiéis. Tem como princípio básico um monoteísmo sem reserva. Isso provavelmente deriva do combate de Maomé à prevalecente idolatria de seus concidadãos de Meca, então grande centro religioso árabe.
Em Meca fica a Caaba, edifício que abrigava uma pedra de basalto negro tida por sagrada que constituía o ponto de atração religiosa máxima para os árabes. Em torno da Caaba os peregrinos davam sete voltas em antigo culto de características pagãs.
A verdade é que Maomé sentiu dificuldade em tornar sua reforma religiosa tão efetiva a ponto de levar seu povo a abandonar tal prática arraigada. Em resultado, preferiu adaptar o ritual da pedra sagrada numa prática muçulmana que ainda leva milhares de peregrinos a circundá-la em busca das graças celestes.
 
Princípios e Costumes
 
A abstenção total de bebidas alcoólicas, jejuns, abluções rituais e orações constantes estão entre os princípios morais mais destacados da teologia muçulmana. A absoluta submissão feminina é também requisito fundamental, ao ponto de, em alguns países muçulmanos, as mulheres serem obrigadas a só sair em público vestindo pesada túnica que lhes cobre todo o rosto, com exceção duma pequena abertura para apenas um olho. Isso tudo, somado a uma força política e econômica extraordinária, sobretudo após o acúmulo de riquezas dos países muçulmanos com os repetidos aumentos nos preços do petróleo, fazem do islamismo uma poderosa força religiosa, política e social a prevalecer sobre povos e terra em várias nações por todo o mundo.
E que o pensamento muçulmano é expandir-se para novos territórios está claro dos pronunciamentos do líder dos muçulmanos shiitas do Irã, o aiatolá Khomeini: “O mundo será dominado pelo Islã. A República Iraniana será apenas o começo. Depois, trataremos de avançar em direção aos demais povos islâmicos do mundo. E, por fim, lutaremos pela evangelização e conversão que consagrarão a ressurreição da humanidade”.
 
Causas da Expansão
 
Os estudiosos não chegaram a uma conclusão definitiva sobre as causas do grande avanço do islamismo em terras outrora cristãs. O norte da Áfica, donde procedeu, entre outros destacados pensadores cristãos, Santo Agostinho, era região de total domínio cristão. De lá partiram missionários para evangelizar outras terras pagãs. Contudo, hoje dificilmente um missionário cristão consegue autorização para percorrer aquela parte do mundo, outrora sob a influência da cruz.
Segundo um estudioso do problema, “a doutrina de Maomé veio preencher os vazios deixados pelo judaísmo e cristianismo” na medida direta em que tais filosofias religiosas deixaram de desempenhar seu papel, recuando à idolatria, superstição e exclusivismo que os caracterizavam ao tempo do surgimento da nova fé oriental.
Na verdade, a idolatria e animismo dos contemporâneos de Maomé, em sua Meca natal, não eram piores do que as práticas idolátricas e o tradicionalismo da Igreja na Idade Média. Atualmente, também o zelo religioso dos países islâmicos constrasta-se com o materialismo e imoralidade de muitas terras de tradição cristã. Com efeito, muitos muçulmanos se ressentem com a preocupação de entidades cristãs em enviar-lhes missionários, apontando aos problemas de corrupção moral prevalecentes no ocidente. “Por que não convertem seus próprios povos que vivem mergulhados no pecado, materialismo e crime?”perguntam aos que lhes tentam transmitir a mensagem do Salvador.
Conquanto toda generalização seja injusta, a avaliação muçulmana do professo cristianismo hodierno não deixa de ter seu peso e deveria levar os cristãos ocidentais a refletir profundamente sobre o testemunho que dão ao mundo da fé que dizem professar.
 
Justiça Implacável
 
Mas a justiça dos muçulmanos é implacável. A despeito de não contarem com um código de leis claro e objetivo, como os Dez Mandamentos bíblicos, os tribunais muçulmanos aplicam chibatadas em público aos adúlteros, cortam a mão a ladrões, fuzilam exploradores do lenocínio e apedrejam vítimas do alcoolismo, numa campanha de moralizaçao social a todo custo.
O sistema governamental teocrático (com os religiosos como líderes máximos) é muitas vezes imposto em países muçulmanos, embora nenhum deles tenha demonstrado até agora as vantagens de tal sistema em termos de progresso e desenvolvimento econômico sobre os Estados seculares.
Enfim, se há pontos positivos no maometanismo, carecem os seus adeptos de uma visão mais clara do plano divino para a salvação dos pecadores. O maometanismo é basicamente uma religião predestinista e que inspira a salvação pelas obras, impossibilidade a qualquer mortal sobre a Terra. Na falta de um conceito da graça divina e da expiação, como provida pela Bíblia que aponta a Cristo como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, o maometano busca obter paz com Deus e a eterna herança mediante seus freqüentes jejuns e orações, peregrinações e férreo apego às normas legais de sua fé.
As obras não podem conceder a ninguém crédito perante Deus, pois as boas ações atuais não poderão jamais apagar as más ações anteriores. Somente um Substituto imaculado, isento de pecado, poderia pagar o preço da transgressão humana, e esse Substituto foi provido pelo próprio Deus na Pessoa de Seu Filho Jesus Cristo. Esclarece o apóstolo Paulo que “Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a Seu tempo pelos ímpios. Dificilmente alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o Seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”. Romanos 5:6-8.
“Todos pecaram—declara o mesmo apóstolo—e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos 3:23). E pelo fato de sermos pecadores estamos todos condenados à morte, já que “o salário do pecado é a morte” (Rom. 6:23). A solução para este problema, o maior que todo ser humano enfrenta, não é tentar obter o perdão mediante boas obras, mas aceitar humilde e crente a oferta de amor que Deus nos faz, a saber, a dádiva de Seu Filho para que vivesse, morresse e ressuscitasse em nosso favor. Bem especifica o Evangelho: “Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).
Esta é a mensagem que deve ser transmitida ao mundo. Como cristãos, devemos crer nessas boas novas de salvação e compartilhá-las com outros. Sobretudo devemos praticar os princípios do cristianismo. Esta será a melhor maneira de contrarrestar ideologias que, por mais bem intencionadas que sejam, jamais poderão oferecer a solução ao problema do pecado e da morte, nem satisfazer o anelo de vida eterna.
O mundo inteiro há de ser conquistado não mediante a força e com a prédica de princípios implacáveis de justiça, mas mediante o amor, que é a essência do cristianismo e do caráter perfeito de Deus.
 
Azenilto G. Brito
Transcrito de Sinais, (Pacific Press Publ. Assn), de julho de 1981, pags. 3 a 5.
 

 
03. REFLEXÕES SOBRE TERRORISMO E TOLERÂNCIA
 
Samuele Bacchiocchi, Ph. D.
Professor de Teologia jubilado, Universidade Andrews
 
O infame ato terrorista de 11 de setembro último, que causou o colapso das duas torres majestosas do World Trade Center, de Nova York, e a  morte de mais de 3.000 inocentes, além de provocar uma situação de incerteza econômica internacional, tem suscitado sérias indagações quanto à origem, natureza e objetivos do terrorismo. Mentes inquiridoras estão perguntando, “o que esses terroristas muçulmanos estavam tentando realizar? Que motivos têm para decidirem sacrificar suas próprias vidas a fim de atacar o centro financeiro dos Estados Unidos e destruir tantas vidas inocentes? Eram estes terroristas muçulmanos indivíduos mentalmente desequilibrados, controlados por poderes demoníacos? Ou, eram muçulmanos altamente inteligentes, fundamentalistas inteiramente comprometidos em fazer avançar a causa do Islã?”
As questões das raízes e objetivos ideológicos de terroristas muçulmanos são ignoradas pela maior parte da imprensa. O enfoque de rádio, TV, jornais e revistas está primeiramente nas atividades das organizações terroristas de Osama bin Laden e similares. A suposição prevalecente é de que estas organizações estão compostas de fanáticos religiosos que “interpretam incorretamente textos religiosos e encontram argumentos para justificar a guerra santa contra qualquer um ou todo país que se crê esteja a promover “uma agenda voltada a combater o Islã”.  (USA Today, 1o. de outubro de 2001).
Esta suposição popular é falha porque os terroristas muçulmanos não lêem errado o Corão. Ao contrário, como demonstraremos, lêem corretamente o que o Corão ensina sobre o extermínio de indivíduos e de nações anti-Islã. Estudam os ensinos do Corão seriamente e se dispõem a sacrificar suas vidas para obedecer suas diretrizes orientadoras. Isto significa que a guerra contra o terrorismo não pode ser vencida unicamente atacando organizações terroristas selecionadas, porque os que apóiam uma guerra santa (Jihad) especial contra a América são encontrados por todo o mundo muçulmano. Em toda parte há os extremistas muçulmanos que aceitam literalmente os ensinos do Corão sobre a supressão daqueles que se opõem ao Islã. São conhecidos como “fundamentalistas muçulmanos”. Isto significa que o problema do terrorismo muçulmano não pode ser resolvido sem primeiramente atacá-lo em suas raízes expondo a imoralidade, hipocrisia e insensibilidade de seus ensinos sobre extermínio dos infiéis.
 
A Importância das Convicções Religiosas
 
Os americanos não devem subestimar a importância das convicções religiosas profundas que motivam os terroristas muçulmanos. A história ensina-nos que os fanáticos religiosos cometeram muitos massacres inomináveis de pessoas inocentes. Logo iremos fazer referência a alguns exemplos. Veremos que os atos de terrorismo muçulmanos recentes não diferem muito daqueles cometidos por cruzados cristãos contra os muçulmanos, judeus e movimentos reformatórios. Os fundamentalistas muçulmanos estão ansiosos a dar a vida para o que acreditam ser “uma guerra santa” contra o inimigo máximo do Islã, os EUA, porque recebem entrada garantida no Paraíso.
Porque esses terroristas odeiam os EUA mais do que qualquer outro país, apesar da generosidade dos EUA para com todos os países muçulmanos, incluindo o Afeganistão? O Afeganistão recebeu milhões de dólares em ajuda financeira e vem recebendo suprimentos de alimentos lançados por aviões, mesmo durante os bombardeios. A resposta deve ser encontrada em sua visão dos EUA como o inimigo número um do Islã, especialmente devido a seu apoio aberto a Israel. Capturar e matar alguns terroristas dificilmente eliminará a ameaça contra os americanos, porque suas fileiras serão reabastecidas imediatamente por milhares de muçulmanos que querem sacrificar suas vidas pela mesma causa.
Outro fato a se ter em mente é que a guerra contra o terrorismo não é uma clara guerra linear. Não há claros “pontos quentes” a atacar com as armas da alta tecnologia. A superioridade tecnológica americana será útil, mas não é decisiva em eliminar o terrorismo, porque seus líderes compreendem os fundamentos da guerra moderna, a saber, a simplicidade, a segurança, e a surpresa. Atacam em maneiras surpreendentemente inesperadas. Ninguém imaginaria que usariam os aviões carregados com passageiros inocentes como armas letais para atacar os centros financeiros e militares dos EUA.
 
A Necessidade de Expor a Intolerância Religiosa
 
Para resolver o problema do terrorismo, que está causando um medo paralisante à sociedade americana, além de custar bilhões de dólares à comunidade internacional de nações, é vitalmente importante compreender a intolerância religiosa que alimenta tais atos de terrorismo sem sentido, imoral. A intolerância religiosa desenvolve-se não só a partir do preconceito e fanatismo, mas também de um zelo equivocado pela verdade manifestado em intensas convicções religiosas quanto à necessidade de eliminar “infiéis” e “heréticos”.
No caso dos terroristas muçulmanos, a inspiração para seu comportamento destrutivo deriva de seu zelo equivocado pelos ensinos do Corão a respeito do extermínio dos infiéis. Assim, para tratar do problema do terrorismo muçulmano, é imperativo embarcar num programa educacional a nível global projetado para expor a imoralidade daqueles ensinos que apelam à supressão e extermínio dos que praticam uma religião diferente. Tais ensinos são encontrados não somente no Islã, mas também, como veremos, em igrejas cristãs.
Esta estratégia de expor a imoralidade da intolerância religiosa não pode ser política correta porque pode alienar os muçulmanos moderados que vivem nos EUA e no exterior. Para evitar tal perigo é importante distinguir entre os ensinos do Islã sobre o extermínio dos “infiéis” e dos próprios muçulmanos que não podem compreender e/ou aceitar tais ensinos. O mesmo princípio aplica-se a toda religião. Por exemplo, é injusto responsabilizar os católicos pelos ensinos históricos de sua igreja a respeito da supressão dos heréticos, porque a maioria de católicos hoje ignora e/ou rejeita tais ensinos.
Os políticos americanos, inclusive o Presidente Bush, foram induzidos erradamente a acreditar que o Islã é fundamentalmente uma religião tolerante e pacífica. Os atos terroristas de 11 de setembro foram supostamente cometidos por um grupo de fanáticos mentalmente desequilibrados, que entenderam mal os ensinos do Islã. Este ponto de vista é totalmente inverídico.
Contudo, para defender esta opinião sanitizada do Islã, os políticos americanos alistaram a ajuda de líderes muçulmanos moderados que acataram posições democráticas ocidentais. Os muçulmanos moderados, porém, dificilmente representarão os ensinos históricos do Islã, acatados ainda por milhões de muçulmanos devotos. Os muçulmanos moderados podem ser comparados àqueles cristãos liberais que tentam justificar como condicionados ao tempo e à cultura aqueles ensinos da Bíblia  que são impopulares hoje. Um exemplo é o ensino bíblico da exclusão das mulheres do papel de liderança sacerdotal no Velho Testamento e de servirem na liderança pastoral no Novo Testamento. Os cristãos liberais rejeitam este ensino como condicionado culturalmente, e assim, não aplicável a nossa época. Se os políticos convidassem cristãos liberais para explicar à imprensa que o cristianismo não exclui as mulheres de servir no papel de liderança dos pastores, estes estariam deturpando a posição de muitos cristãos evangélicos que aceitam a natureza permanente dos ensinos bíblicos referentes a distinções no desempenho desses papéis.
 
Uma Perspectiva Histórica do Terrorismo
 
Como historiador da igreja por formação e profissão, eu gostaria de refletir sobre o terrorismo muçulmano, primeiro historicamente, depois, escatologicamente. Historicamente, os atos terroristas muçulmanos de hoje podem ser ligados aos ensinos de seu fundador, o próprio Maomé. Um estudo da vida de Maomé indica que esteve determinado a eliminar idólatras, judeus e cristãos, tratados geralmente como “infiéis”. Em 627 com um exército de 305 seguidores entusiásticos, Maomé conquistou diversas tribos de judeus e cristãos, ordenando e assistindo ao massacre de 600 judeus em um dia. Em 630 Maomé entrou triunfantemente na cidade de Meca, destruindo os 360 ídolos da Caaba e massacrando muitos idólatras.
Bem no fim de  sua vida Maomé acreditava fortemente em eliminar os infiéis, isto é, os idólatras, os cristãos, e os judeus que não acatassem o Islã. Entre suas últimas declarações consta esta: “O Senhor destrói os judeus e os cristãos! Deixe sua raiva acesa contra aquelas que transformam os túmulos de seus profetas em lugares de adoração! Que não reste nenhuma fé, mas a do Islã”. (Philip Schaff, A História da Igreja Cristã, vol. 4, p. 166).
A raiz do fanatismo religioso muçulmano deve ser achada nos ensinos do próprio Maomé: “A espada é a chave do céu e do inferno; uma gota de sangue derramado na causa de Alá, uma noite gasta em armas, é de maior proveito do que dois meses de jejum e oração; quem quer que caia em batalha, seus pecados serão perdoados, e no dia do julgamento seus membros serão fornecidos pelas asas dos anjos e querubins”. (Ibid., p. 171)
Esta noção de que morrer para a causa do Islã é o caminho direto ao céu motiva muçulmanos sinceros a sacrificar suas vidas em luta contra os que são percebidos como inimigos de sua religião. Este ensino apela especialmente aos milhões de muçulmanos que vivem em abjeta pobreza. Sacrificar a vida para o triunfo do Islã transforma-se para eles numa maneira certa de trazer a um fim sua vida miserável atual na esperança de participar imediatamente dos gozos do Paraíso. O brado de guerra dos sucessores de Maomé, conhecidos como califas, era: “diante de vós está o Paraíso, atrás estão a morte e o inferno”.
Esse fanatismo religioso intenso foi inspirado pelo livro santo islâmico, o Corão, que ensina claramente o extermínio daqueles que se opõem ao Islã. Por exemplo, na Surata 9:5 lemos: “Lutai e matai os pagãos [aqueles que não acatam o Islã] onde quer que os encontreis, e dominai-os, cercai-os, e ficai à espreita deles em todo estratagema de guerra”. De acordo com o Corão, aqueles que resistem ao Islã: “serão postos à morte ou crucificados ou terão mãos e pés cortados  em lados alternados. . .” (Surata 5:51).  Os muçulmanos são instruídos a não se associarem com os cristãos: “Crentes, não façais nem judeus nem cristãos vossos amigos. Eles são amigos entre si. Quem quer dentre vós que buscar amizade com eles se tornará um deles. Alá não guia os malfeitores”. (Surata 5:51).
Ao longo dos séculos os muçulmanos devotos seguiram as ordens do Corão, sistematicamente eliminando a presença dos pagãos, dos judeus e dos cristãos dos territórios que conquistaram. Aqueles que negam este fato histórico somente necessitam olhar, por exemplo, o mapa do norte da África. Durante os primeiros seis séculos, o norte da África era habitado predominantemente por comunidades cristãs florescentes, que produziram líderes cristãos influentes como Tertuliano, Cipriano e Agostinho. Mas, começando com a conquista muçulmana do século VII, o cristianismo foi suprimido sistematicamente. Hoje, a presença de cristãos é praticamente inexistente nos países norte-africanos muçulmanos como a Líbia, a Tunísia, a Argélia, e o Marrocos. Nesses países os muçulmanos tiveram êxito em erradicar sistematicamente o cristianismo e as outras religiões.
A política muçulmana histórica de erradicar religiões competidoras ajuda-nos a compreender os atos de terrorismo recentes. No exemplo dos EUA, o objetivo desses extremistas muçulmanos não é eliminar a população cristã e judaica. Estão inteiramente cientes de que esta é uma tarefa impossível. Afinal, os muçulmanos nos EUA são somente uma pequena minoria. Sua política, em vez disso, é punir os EUA por suas supostas políticas anti-Islã, batendo americanos em sua “zona de conforto”. Isto envolve forçar os americanos “a pagar mais e jogar menos”, sobrecarregando-os a gastarem bilhões de dólares para lutar contra o terrorismo doméstico e do exterior. Consiste também em afligir os americanos com o medo constante de ataques de surpresa. Ao manterem os americanos na defensiva, solapando, assim, seu tradicional senso de segurança, muitos muçulmanos devotos acreditam que estão obtendo importantes vitórias para a causa do Islã. Pensam que estão mostrando ao mundo que seu Deus, Alá, lhes deu poder para humilhar a nação mais poderosa, os Estados Unidos. Para eles isto representa o triunfo do Islã sobre o cristandade.
 
O Monoteísmo e a Intolerância Religiosa
 
Por que é o Islã uma religião tão intolerante que promove a supressão de todas as demais religiões? A resposta deve ser encontrada sobretudo na natureza monoteística do Islã. Como o cristianismo, o Islã ensina que há somente um deus verdadeiro, que para os muçulmanos é Alá.
As religiões monoteístas tendem a ser mais intolerantes, porque acreditam que o seu deus é o único deus verdadeiro e sua religião é a única religião verdadeira que tem o direito de existir. Em certa extensão, esta cosmovisão é compartilhada pelos movimentos da direita religiosa americana que querem impor seus pontos de vista sobre a nação inteira. As religiões politeístas de Roma antiga não tiveram nenhum problema em aceitar outros deuses e religiões, desde que não desestabilizassem a ordem social e política. De fato, no panteão romano havia um nicho vazio reservado para deuses desconhecidos. Inicialmente o judaísmo era uma religio licita—religião legal, e assim permaneceu por muito tempo porque os judeus eram submissos às autoridades romanas. Transformou-se numa religio illecita—religião ilegal, quando os judeus começaram a rebelar-se contra o governo romano em conseqüência de suas expectativas messiânicas reavivadas.
O mesmo é verdade quanto aos cristãos. Os imperadores romanos toleravam os cristãos na medida em que estes não eram percebidos como uma ameaça à estabilidade da ordem sócio-política. Eles perseguiram os cristãos quando viram nos seus ensinos e estilo de vida—especialmente a recusa cristã de adorar o imperador como Dominus et Deus—(Senhor e Deus)—uma ameaça à estabilidade social e política do império. A triste realidade é que após ter obtido a liberdade religiosa em 313 A.D. pelo famoso Edito de Milão, emitido pelos imperadores Constantino e Licínio, a igreja cristã tornou-se tão intolerante para com as religiões pagãs e movimentos  “heréticos” cristãos, quanto as autoridades romanas tinham sido para com os cristãos. Como exemplo, o imperador Teodósio I em 380 e em 381, emitiu os editos que proibiam religiões pagãs e tornavam o cristianismo a religião exclusiva do império. Gradual e sistematicamente líderes cristãos fanáticos desmontaram e destruíram templos, escolas, e práticas religiosas pagãs.
Os líderes cristãos transformaram-se em arrogantes perseguidores do paganismo tal como as autoridades romanas tinham sido para com o cristianismo. É importante recordar que os cristãos no passado cometeram as mesmas atrocidades contra os dissidentes muçulmanos e cristãos, como esses fundamentalistas muçulmanos fazem hoje. Os perpetradores “cristãos” dessas atrocidades não eram chamados “terroristas”, mas “cruzados”, porque traziam em suas roupas o emblema da “cruz”. Na realidade, porém, os cruzados na maioria dos casos eram declarados criminosos que se deleitavam em matar pessoas inocentes sem misericórdia.
Por mais de dois séculos, a partir de 1095, papas, imperadores, reis, e líderes da igreja convidaram cristãos para participarem em peregrinações armadas a Jerusalém sob a bandeira da cruz. O objetivo dessas cruzadas não era muito diferente do objetivo dos fanáticos muçulmanos hoje. O reconhecimento deste fato pode ajudar-nos a colocar o terrorismo muçulmano dentro da perspectiva histórica mais ampla de intolerância religiosa.
Os cruzados eram chamados “soldados de Jesus Cristo”, sendo comissionados pelo papa para eliminar os muçulmanos infiéis e para capturar os lugares santos em Jerusalém. Para tais façanhas assassinas, os cruzados tinham a promessa de absolvição de seus pecados passados e uma entrada garantida no Paraíso. O Abade Guibert, um cronista da primeira cruzada, declarava que Deus inventou as cruzadas “como uma maneira nova para o laicado expiar os seus pecados, e merecer a salvação”. É evidente que “as guerras santas” conduzidas pelos cruzados cristãos do passado não eram muito diferentes da Jihad realizada por extremistas muçulmanos hoje.
 
As Cruzadas Contra Movimentos Reformatórios
 
As cruzadas contra os infiéis muçulmanos foram somente um prelúdio das cruzadas posteriores contra os movimentos reformatórios dos cristãos como os albigenses, valdenses, huguenotes, etc. O poderoso papa Inocêncio III organizou quatro cruzadas distintas contra os albigenses, um rigoroso movimento cristão reformatório situado especialmente no sul da França. O papa prometeu “com toda certeza . . . o reino celestial”, a todos os que participassem na destruição dos albigenses.
Ler o relato do massacre dos cristãos inocentes que ousaram rejeitar as ordens de um papado corrupto é para mim muito mais revoltante do que ouvir os relatórios sobre o ataque muçulmano contra as torres do WTC e o Pentágono. Afinal de contas, o ataque muçulmano durou somente poucos minutos e afetou um número relativamente menor de pessoas, quando comparado com os incontáveis milhares mortos pelos cruzados e pela Inquisição. As cruzadas contra os movimentos reformatórios duraram séculos e resultaram no extermínio de centenas de milhares de cristãos crentes na Bíblia.
Por exemplo, Beziers, uma cidade do sul da França com um grande número de albigenses, foi tomada de assalto em 1209 por um exército conduzido pelo legado papal, Arnold de Citeaux. Uma horrível carnificina passou-se ali. “A selvagem soldadesca atendeu bem o comando dos legados: 'Derrubem todos ao chão. O Senhor conhece os que são seus'. Não se poupou idade nem sexo. As paredes das igrejas não interpunham proteção alguma e sete mil foram postos à morte somente na igreja de Santa Madalena. Quase vinte mil foram mortos à espada. De acordo com os relatórios dos legados papais, Milo e Arnold, 'a divina vingança rugiu maravilhosamente contra a cidade. Nossos  soldados não pouparam nem sexo nem condição. A cidade inteira foi saqueada e o morticínio foi muito grande”.(Schaff, vol 5, p. 511).
Os anais da história cristã estão repletos de “relatos gloriosos dos massacres de cristãos inocentes que ousaram adorar o seu Deus de acordo com os ditames de sua consciência, antes que seguir as diretrizes de líderes religiosos corruptos. Pense, por exemplo, no massacre dos cristãos calvinistas na França, chamados huguenotes, que ocorreu na noite de 23-24 de agosto de 1572. Estima-se que entre 10.000 a 100.000 foram mortos em Paris e cidades vizinhas.
Outro exemplo, é o massacre em 1655 dos valdenses inocentes que ocorreu nos vales de Piemonte. Seu crime consistia em verter e distribuir partes da Bíblia  e apelar às pessoas para viverem de modo sóbrio, segundo os ensinos da Palavra de Deus. Os horrores desse massacre chocaram o mundo protestante do tempo e inspiraram Milton a compor este soneto: “Vinga, Senhor, teus santos assassinados sobre os elevados e gélidos montes dos Alpes, aqueles que mantiveram a Tua verdade do passado tão pura, quando todos os nossos pais adoravam as pedras e tábuas”.
Estes poucos exemplos de “guerra santa” empreendida no passado por líderes cristãos contra os muçulmanos e, mais tarde, cristãos ajudam-nos a colocar o fanatismo religioso de terroristas muçulmanos na perspectiva histórica. Fazem-nos lembrar que os cristãos também no passado estiveram cegados pelo mesmo ódio e fanatismo religioso revelado pelos terroristas muçulmanos hoje. A exemplo de alguns extremistas muçulmanos em nosso tempo, os cristãos cometeram massacres horríveis e atrozes que desafiam a consciência cristã.
 
A Lição da História
 
A lição da história é clara. Para eliminar a ameaça de terrorismo religioso, é imperativo erradicar do Islã, do catolicismo, do protestantismo, e de todas as demais religiões aqueles ensinos e crenças que fomentam a intolerância religiosa para com os que crêem de modo diferente. Isto pode parecer uma tarefa impossível, mas é uma tarefa que deve ser empreendida, se quisermos resolver o problema básico do terrorismo religioso. Essa tarefa envolve não somente desculpar-se pelos pecados cometidos por nossos antepassados, como também repudiar aqueles textos e ensinos históricos que incentivam o ódio, hostilidade, e destruição dos dissidentes.
Exemplo adequado é o recente pedido de desculpas do papa João Paulo II pelas atrocidades—que se chamariam corretamente “atos terroristas”—cometidas pela Igreja Católica por séculos contra os judeus, muçulmanos, ortodoxos gregos, e protestantes, primeiramente durante as cruzadas, depois, durante a Inquisição. O papa deve ser elogiado pela coragem de desculpar-se por essas atrocidades, mas uma confissão sozinha não é bastante. O papa necessita ter a coragem de rejeitar publicamente ensinos católicos em incontáveis documentos originais oficiais da Igreja que justificam extermínio dos “heréticos”. Por exemplo, Tomás de Aquino, tido como o teólogo católico mais influente que já viveu, indica claramente em sua Summa Theologica que os heréticos não devem ser tolerados, mas eliminados. Disse ele: “No que diz respeito aos heréticos dois pontos devem ser observados: um, em seu próprio lado, o outro, no lado da igreja. Em seu próprio lado há um pecado, por meio de que merecem ser separados não somente da igreja pelo excomunhão, mas serem também desligados do mundo pela morte. Pois é questão muito mais grave para a corrupção da fé que anima a alma, do que forjar dinheiro, que sustenta a vida temporal. Portanto, se os falsificadores de dinheiro e outros malfeitores são por isso condenados à morte pela autoridade secular, muito mais razão há para o heréticos, convictos de heresia, serem não somente excomungados, mas postos mesmo à morte”. (Pergunta 11, Artigo 3).
Este ensino católico fundamental de que os “heréticos”, se não reconsiderarem sua posição, devem ser não só excomungados, mas eliminados também, é encontrado em numerosos originais da Inquisição. A história da Inquisição é provavelmente o capítulo mais revoltante da história cristã. Os líderes da igreja assentavam-se como árbitros do destino humano e em nome da religião aplicavam torturas atrozes às incontáveis vítimas, pronunciando-lhes sentenças de morte realizadas geralmente pelo Estado. É duro acreditar que os líderes da igreja, que devem ser representantes do amor e compaixão de Cristo, preferissem revelar sua fria insensibilidade, infligindo sem misericórdia penalidades sobre pessoas inocentes, cuja única culpa era seguirem os ditames de sua consciência, antes que as diretrizes orientadoras de uma igreja apostatada. A fria indiferença com que os líderes da igreja suprimiam dissidentes pode ser vista também em algumas das pinturas e esculturas da época. Um bom exemplo é a estatuária encontrada na Igreja de Jesus em Roma, que é a igreja da matriz dos jesuítas.
Eu sou muito familiarizado com essa igreja, porque passei cinco anos estudando na Pontifícia Universidade Gregoriana, que é a principal universidade dos jesuítas, fundada por Inácio de Loyola. A Igreja de Jesus situa-se próximo à Universidade Gregoriana, e ambas são dedicadas a seu fundador, Inácio. Na fachada da Igreja de Jesus, acima de sua entrada principal, há um nicho com uma estátua de tamanho real de Inácio de Loyola, a quem a igreja é dedicada. Inácio espezinha a garganta de um “herético” sufocando-o à morte. Dentro da igreja há um estatuário semelhante ao lado do altar de São Inácio. Retrata uma mulher, representando a Igreja Católica, pisando sob o pé Lutero e Huss. A estátua representa a missão dos jesuítas de suprimir o protestantismo. Se o papa e a Igreja Católica verdadeiramente estiverem pesarosos quanto às atrocidades (atos terroristas) que cometeram no passado em nome de Cristo, deveriam cobrir tais monumentos embaraçosos, que são uma testemunha viva da sua intolerância religiosa. O mínimo que poderia fazer seria colocar uma nota explicativa junto a esses monumentos, que poderia dizer algo como:
“Este monumento aqui jaz como uma triste lembrança do pecado da intolerância religiosa cometida pela Igreja Católica. Pedimos que Deus e os cristãos em geral perdoem nossos pecados passados. Podemos todos aprender com nossos terríveis pecados passados ser tolerantes e respeitosos para com as pessoas de todas as religiões”. Uma nota explicativa dessa natureza mostraria a boa fé da parte da Igreja Católica em condenar e renunciar a sua intolerância religiosa passada. Infelizmente, não há nenhuma indicação que tal providência esteja planejada.
 
Intolerância Religiosa Protestante
 
A discussão antecedente pode dar a impressão de que a intolerância religiosa é um problema primeiramente muçulmano e católico. Mas este não é o caso. Protestantes, da tradição luterana e calvinista, foram igualmente culpados de intolerância religiosa. Acreditaram ser seu dever a Deus e a eles mesmos suprimir e punir a heresia, bem como os crimes civis. Reformadores perseguiram católicos em seus territórios, confiscando suas propriedades eclesiásticas, proibindo os seus serviços religiosos, e freqüentemente os exilando.
Calvino destaca-se entre os Reformadores como o exemplo mais embaraçoso de intolerância religiosa. O papel que Calvino desempenhou no julgamento, condenação  e  execução do brilhante  cientista de Serveto—que na época esposava uma visão unitariana de Deus—macula a imagem de Calvino até nosso tempo. Serveto foi preso pela polícia de Genebra uma noite quando estava viajando através da cidade de modo disfarçado a caminho da Itália para praticar medicina. Por Serveto recusar-se a renunciar a sua opinião unitariana de Deus para acatar o ponto de vista trinitariano, foi queimado à morte em Champel no dia 27 de outubro de 1553, com madeira verde e enxofre para melhor representar a fumaça e fogo destrutivos do inferno. Calvino foi primeiramente responsável por essa execução, porque presidiu sobre todo o julgamento. Os fogos acesos pela atrocidade dessa execução estão ainda queimando e moldando suas terríveis faíscas sobre a intolerância religiosa de Calvino. É duro para mim acreditar que um homem como Calvino, que quis fazer de Genebra um abrigo para os oprimidos pela religião, pudesse ser tão intolerante contra o renomado cientista que descobriu a circulação pulmonar do sangue, permitindo que fosse executado de maneira tão cruel.
 
A Necessidade de Proibir a Intolerância Religiosa
 
Os exemplos antecedentes de atrocidades cometidas por muçulmanos, católicos, e protestantes, inspirados por um zelo equivocado pela verdade, serve para destacar a necessidade de lançar-se um programa educacional internacional, designado a expor a imoralidade e vergonha de todas as formas de intolerância religiosa. Após 6.000 anos de derramamento de sangue, causado freqüentemente pela intolerância religiosa, é chegada a hora para muçulmanos, judeus, católicos, protestantes, e todos os demais religiosos, desculparem-se publicamente pelas atrocidades cometidas no passado em nome de sua religião contra as vítimas inocentes. Chegou o tempo de rejeitarem como imoral, escandaloso, vergonhoso e deplorável todos aqueles escritos e ensinos que promovem a supressão e extermínio dos que crêem e vivem diferentemente de nós.
É chegado o tempo para  ajudar pessoas de cada nação a compreender que somos todos  membros de uma família, a família humana—composta de raças, culturas e religiões diferentes. Qualquer religião que ensinar a supressão e extermínio dos membros de outras religiões deve ser condenada pelo que é: uma religião baseada no preconceito e superstição que viola os direitos humanos fundamentais de adorar livremente a Deus de acordo com os ditames da consciência individual.
Os cristãos devem estabelecer o exemplo proclamando e praticando a paternidade de Deus e a fraternidade do homem. Para que nossa proclamação seja crível, precisamos mostrar ao mundo que aceitamos muçulmanos, judeus, budistas, hinduístas e pessoas de todas as religiões como filhos do mesmo Deus, igualmente importantes à Sua vista. É um desafio formidável embarcar num programa educacional mundial visando a atacar as raízes do terrorismo, expondo a imoralidade da intolerância religiosa e promovendo o direito de todas as pessoas de praticar sua própria religião. Ademais, é um desafio que deve ser empreendido, se o problema do terrorismo religioso deve ser resolvido de vez. Este é um desafio que requer o compromisso e recursos de pessoas de boa vontade por toda parte. Seria desejável que parte dos 40 bilhões de dólares votados recentemente pelo congresso para combater o terrorismo, pudessem ser gastos em educar a família humana quanto às raízes e perigos da intolerância religiosa.
 
Terrorismo Numa Perspectiva Escatológica
 
Muitos pediram que eu comentasse o significado profético dos atos terroristas de 11 de setembro de 2001. Alguns querem saber se tal ato poderia ser o cumprimento específico de profecias do tempo do fim. A tentativa de ligar a tragédia de 11 de setembro com uma profecia específica da Bíblia reflete os esforços que os cristãos têm feito ao longo dos séculos para encontrar o cumprimento dos sinais do fim nos acontecimentos de seu tempo. Antes de comentar o significado profético dos eventos recentes, é importante recordar que a função das profecias do fim é apontar para a proximidade do fim, sem localizar seu tempo exato. Para usar uma analogia, nós poderíamos comparar as profecias do tempo do fim aos sinalizadores da estrada que dão o número ou o nome da estrada, mas não a distância exata da cidade mais próxima. Quando eu dirijo de Chicago a Detroit, sei que necessito permanecer na Rodovia Interestadual 94 para alcançar o meu destino. Cada vez que aparece a placa indicando a Rodovia Interestadual 94 fico tranqüilo em saber estar na estrada certa, rumo a meu destino
Do mesmo modo, o freqüente aparecimento de sinais do fim durante a história serve para tranqüilizar os cristãos de estarem viajando no rumo certo para “a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Heb 11:10). Os sinais do fim oferecem ao crente a garantia, não somente de viajar no caminho certo para o Reino, mas também de aproximar-se do fim da viagem. Nunca, porém, é definido em termos de meses ou anos, porque os sinais dados na Bíblia são como marcadores da rodovia e não como os sinais de quilômetros na estrada.
Ao crente que vê o surgimento dos sinais do fim é assegurado constantemente achar-se mais próximo do fim da viagem, embora nunca possa medir a distância exata do fim. Este é segredo que Deus reserva para Si (Mar 13:32). Os sinais do fim permitem aos crentes experimentar um sentido de certeza e da iminência, isto é, a garantia de viajarem pelo caminho certo e de avançarem para o fim da viagem quando se dará  a reunião com o Senhor.
 
O Reconhecimento Contemporâneos dos Sinais do Fim
 
O fato de que os sinais proféticos do fim são de natureza genérica que encontraram um grau de cumprimento em cada era não significa ser errado procurar seu cumprimento contemporâneo nos eventos de nosso tempo, tais como os atos de terrorismo recentes. Pode-se achar no Novo Testamento a justificativa para contemporizar as profecias do fim. Paulo, por exemplo, via em sinais como a proclamação do evangelho ao mundo conhecido (Rom. 15:19-24) e à rebelião e iniqüidade que “já opera” (2 Tess 2:3, 7; 2 Tim 3:1-5) indicações de que “o tempo se abrevia”, “vai alta a noite e vem chegando o dia” (1 Cor. 7:29, 31; Rom. 13:12).
Pedro fala sobre “o fogo ardente que surge no meio de vós” (1 Ped 4:12)—presumivelmente uma alusão ao sinal da perseguição de Nero de que “o fim de todas as coisas está próximo” (1 Ped 4:7).
João percebeu no surgimento de anticristos contemporâneos, falsos mestres que negavam a messianidade e encarnação de Cristo (1 João 4:2-3), o sinal de que “é a última hora” (1 João 2:18). Ele chega a esta conclusão explicitamente, quando diz: “ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos anticristo têm surgido, pelo que conhecemos que é a última hora” (1 João 2:18).
Tiago, considerou como um sinal do fim a injustiça social experimentada pelos trabalhadores cujos salários eram pagos injustamente, ou às vezes nem pagos em absoluto, por latifundiários ricos e ambiciosos (Tiago 5:1-9). Ele incita os cristãos a serem pacientes porque “a vinda do Senhor está próxima” (Tiago 4:8). Durante todos os séculos houve cristãos que, como Paulo, Pedro, João e Tiago, viram em sinais precursores de determinados acontecimentos contemporâneos anúncios do retorno de Cristo. Lutero, por exemplo, trabalhava apressadamente em 1530 para terminar sua tradução alemã da Bíblia  porque temia que Cristo retornaria antes da conclusão de seu trabalho. “Pois é certo pelas Sagradas Escrituras”, escreveu ele, “que não temos mais coisas temporais a esperar. Tudo está feito e cumprido: o Império Romano está no fim; os turcos atingiram o ponto mais alto; a pompa do papado está desabando e se despedaçando inteiramente”.
O fato de que os cristãos no passado viam o cumprimento do fim assinalado em determinados eventos significativos de seu tempo sugere que nenhuma regra rígida pode ser formulada a respeito de que sinais específicos estão sendo cumpridos em qualquer dado tempo ou em diferentes períodos históricos. O que Paulo percebeu como sendo sinal dos tempos pode não ter sido o mesmo evento que impressionou a João ou, mais tarde, a Lutero, você ou eu.
 
Intensificação dos Sinais do Fim
 
Reconhecer o cumprimento dos sinais do fim durante toda a história cristã não significa negar sua intensificação antes do retorno de Cristo. As Escrituras ensinam que o conflito entre as forças de Deus e as forças de Satã se intensificará ao nos aproximarmos do segundo advento. Apostasia, ilegalidade, terrorismo, e a rebelião aumentarão; o sofrimento e a perseguição culminarão “na grande tribulação”; o evangelho pregado como um testemunho a todas as nações. A intensificação dos sinais do fim é sugerida pela declaração de Cristo de que a manifestação das guerras, impiedade, terremotos, fomes e pestilências é “o início das dores “ (Mat 24:8; Mar 13:8). O termos “início” pressupõe que haverá  desastres piores a virem ainda. Estes causarão uma “grande tribulação” que, Jesus disse, “não tivessem aqueles dias sido abreviados, e ninguém seria salvo” (Mat 24:22; cf. Mar 13:20).
A predição de Cristo da intensificação das calamidades antes do Fim acha apoio nos livros proféticos do Velho e Novo Testamentos. Por exemplo, Daniel fala de um “tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo” (Dan 12:1; cf. Dan 8:23-24).
Semelhantemente, no Apocalipse a intensificação das calamidades é dramaticamente retratada em diversas visões. Na visão dos quatro cavaleiros, cada um dos quatro cavalos que aparece na abertura dos primeiros quatro selos descreve num crescendo a intensificação das calamidades e suas conseqüências. A extensão e intensificação da guerra antes da vinda de Cristo está descrita no Apocalipse também juntamente com a sexta praga, que descreve a preparação para uma batalha escatológica final, conhecida  como a batalha do “Armagedom” (Apoc. 16:14-16). “Espíritos de demônios” são apresentados como dirigindo-se “aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande dia do Deus Todo-Poderoso” (Apo 16:14).
Comenta Henry B. Swete: “Tem havido ocasiões em que as nações estiveram dominadas por uma paixão por guerra que o historiador mal consegue explicar. É uma tal ocasião que o Vidente prevê, mas uma em que, diferentemente do que se passou antes, envolverá o mundo todo em guerra”. (Henry B. Swete, The Apocalypse of St. John [Londres, 1951], p. 208).
A preparação para esta guerra mundial ocorre pouco antes da vinda de Cristo, que é descrita claramente no verso seguinte pela metáfora familiar do “ladrão”: “Eis que venho como vem o ladrão!” (Apo 16:15). Essa predição de um conflito mundial de forças armadas antes do fim pode ser traçada desde os profetas do Velho Testamento. Joel prediz a vinda de um grande e terrível do dia do Senhor (Joel 2:11) quando Deus reuniria todas as nações no vale de Josafá e executaria o juízo sobre elas (Joel 3:2). A descrição semelhante de um conflito final que envolve a reunião das nações contra a Israel é encontrada em Zacarias 14:1-5 e Ezequiel 38, 39. Deus intervem nesse conflito global, executando o juízo sobre as nações ímpias do mundo. O aspecto étnico e geográfico dessas profecias do Velho Testamento é transformada por João no Apocalipse em uma perspectiva cristocêntrica.
Para sumariar, a previsão pelos profetas de Israel de um conflito final de nações, que são destruídas pelo Senhor quando Ele vier para estabelecer o Seu reino messiânico, torna-se na Revelação de João o conflito global final (Armagedom), que é trazido a um fim pela vinda do “Rei dos reis e Senhor dos senhores”, que destrói todos os malfeitores (Apo 19: 14-21) e inaugura “novos céus e uma nova terra” (Apo. 21:1).
 
Terrorismo Muçulmano e Armagedom
 
À luz do cenário profético de um conflito global do fim (Armagedom) que nos conduz à vinda gloriosa de Cristo, podemos perguntar se as atividades terroristas muçulmanas dos anos recentes, que culminaram no massacre terrível de 11 de setembro, foram um prelúdio do conflito final global profetizado, conhecido como a batalha de Armagedom. Nenhuma resposta dogmática pode ser dada porque o futuro nos é desconhecido. Tudo o que podemos dizer é que os atos terroristas muçulmanos que testemunhamos durante os poucos anos passados poderiam facilmente arrastar muitas nações a um conflito global. Esse bem pode ser o objetivo de bin Laden. Tal possibilidade é reconhecida por analistas sociais bem atentos.
Um amigo pessoal, Prof. Jarrod Williamson, que leciona na Califórnia, mandou-me uma equilibrada crônica por Tamin Ansary, brilhante autor afegão-americano. Em sua crônica Ansary argumenta que o conflito entre os Estados Unidos e os terroristas muçulmanos bem poderia tornar-se um conflito global entre o Islã e o Ocidente. Se isso vier a ocorrer, a batalha final do Armagedom poderia ter lugar mais cedo do que antecipamos.
Ansary escreveu: “Estamos em vias de uma guerra mundial entre o Islã e o Ocidente. E, adivinhem: essa é a agenda de bin Laden. É exatamente o que ele deseja. Por isso ele fez o que fez. Leiam seus discursos e declarações. Está tudo bem ali. Ele realmente acredita que o Islã venceria o Ocidente. Pode parecer ridículo, mas ele imagina que se puder polarizar o mundo entre Islã e Ocidente, conseguirá um bilhão de soldados. Se o Ocidente aplicar um holocausto nessas terras, são um bilhão de pessoas que não têm nada mais a perder, o que é ainda melhor do ponto de vista de bin Laden. Ele provavelmente está equivocado, no final o Ocidente poderia vencer, seja lá o que isso signifique, mas a guerra duraria anos e milhões morreriam, não apenas dos deles, mas também dos nossos. Quem tem estômago para isso? Bin Laden tem. Quem mais?”
É tranqüilizador saber que não temos que ter estômago para testemunhar a destruição de milhões de vidas porque a Escritura nos diz que Deus terá a palavra final. Não permitirá que bin Laden, o Islã, ou o Ocidente arraste a humanidade para  um conflito global prolongado que dizime a população deste planeta. Cristo tranqüiliza-nos ao dizer que “por causa dos eleitos aqueles dias serão abreviados” (24:22).
Os atos de terrorismo sem precedentes e indescritíveis que se deram recentemente representam um cumprimento claro da intensificação da iniqüidade do fim dos tempos. Jesus predisse que “por aumentar a iniqüidade, o amor esfriará de quase todos” (Mateus 24:12).
Como crentes na Palavra de Deus não temos nenhuma razão de desespero, porque a palavra profética de Cristo nos tranqüiliza: “Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei vossas cabeças porque a vossa redenção está próxima” (Lucas 22:28).
 
Um Apelo ao Arrependimento
 
Um significado mais imediato da tragédia de 11 de setembro é seu efeito de algo grave sobre a mente humana. As imagens chocantes das torres do WTC queimando-se e desmoronando como caixas de papelão, desafiaram muitos americanos complacentes, egocêntricos e auto-suficientes a reconhecer sua finitude e desamparo, levando muitos a buscar a Deus após aquela malfadada data. Subitamente, Deus passou a estar em toda parte, tão percebido quanto as bandeiras americanas. Parece que os ateus desapareceram após 11 de setembro! Nos Estados Unidos estão agora todos voltados para Deus e a nação. O comparecimento às igrejas e sinagogas quase dobrou do dia para a noite. Intrigas políticas e maritais cessaram.
Li um relatório de que na semana seguinte a 11 de setembro, 400 casais na área de Boston retiraram seus papéis de divórcio e decidiram continuar juntos. Parece haver uma nova unidade de propósito nos Estados Unidos, que experimentou uma ressurreição mediante uma tragédia infame. Temos repetidamente testemunhado os dirigentes americanos orando, cantando, fazendo juramentos patrióticos e convidando as pessoas a unirem-se a eles. Estes acontecimentos positivos sugerem que a tragédia de 11 de setembro serviu para um necessário chamado a um despertar. Desafiou as pessoas a reexaminarem suas vidas, humilharem seus corações, e arrependerem-se de seus pecados. As tragédias, entretanto, são usadas por Deus para chamar não somente as pessoas ao arrependimento, mas anunciar também seu julgamento final associado ao dia do Senhor no Velho Testamento, e com o dia de Cristo no Novo Testamento. Por exemplo, Joel viu na seca e no fogo desastres que destruíram a colheita, um sinal de que “o dia do senhor está perto, e vem como assolação do Todo-poderoso “ (Joel 1:15). [N.T.: Dados mais recentes indicam que após algum tempo, quando tudo voltou a relativa normalidade no campo político-militar, também a atitude mais “fervorosa” dos americanos perdeu o vigor inicial e não segue mais a direção como sugerida pelo autor].
De uma perspectiva profética, as tragédias semelhantes à daquela de 11 de setembro, são tomadas como anunciadores do julgamento final. Jesus levantou esta importante questão quando explicou que as dezoito pessoas que morreram pelo colapso da torre de Silo é não eram piores pecadores do que o restante das pessoas em Jerusalém (Luc 13:4). Essa tragédia, entretanto, devia trazer-lhes  uma lição importante que “a menos que vós também vos arrependais, do mesmo modo perecereis” (Luc 13:5). Em muitas maneiras o colapso e a desintegração repentinos pelo fogo das torres mais imponentes do comércio mundial ofereceram uma visão prévia mais realística e mais dramática dos fogos destrutivos que serão inflamados pela vinda de Cristo. Nós lemos que “os céus incendiados serão desfeitos e os elementos abrasados se derreterão” (2 Ped 3:12).
Em vista do fato que tudo o que vemos será destruído como as torres do WTC, necessitamos atentar à exortação de Pedro: “Visto que todas as coisas serão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como sos que vivem em santo procedimento e piedade, esperando e apressando a vinda do dia de Deus” (2 Ped 3:11-12).
 
ADENDO:
 
A Real Agenda do Islã—Guerra Entre as Civilizações
 
Introdução
 
O que me fez decidir apresentar esta conferência do Prof. Moshe Sharon, é simplesmente o fato de que ela nos ajuda a entender o que, em última instância, está em jogo no atual conflito entre Israel e os palestinos. Somos diariamente bombardeados por notícias descrevendo o conflito no Oriente Médio. Lamentavelmente, os repórteres não oferecem quaisquer lampejos de quais são as forças ideológicas em ação por trás desse conflito.
Essa conferência do Prof. Sharon nos desafia a entender um dogma fundamental da fé islamita, qual seja—“O Islã divide o mundo em duas partes: uma parte que já está sob o domínio do Islã, e outra parte que é não-islâmico, mas que deve futuramente integrar esse sistema. Essa divisão do mundo se reflete numa recente declaração divulgada de bin Laden, quando este disse: ‘Esses eventos dividiram o mundo inteiro em dois lados. O lado dos crentes e o lado dos infiéis’”.
Um fato que se percebe viajando pelo mundo é que enquanto o cristianismo está em declínio, a fé muçulmana está crescendo. Enquanto os muçulmanos se infiltram e com êxito propagam sua fé no mundo ocidental, nenhum proselitismo cristão é permitido nos países estritamente muçulmanos. De fato, os muçulmanos tiveram êxito em desarraigar a presença cristã em países como a Líbia, Marrocos, Tunísia, Algéria, Arábia Saudita, etc. Em tempos passados esses países tinham comunidades cristãs florescentes. Alguns dos grandes pensadores cristãos, como Agostinho e Tertuliano, viveram e trabalharam em países do norte africano, que eram predominantemente cristãos. Hoje o número de cristãos nesses países pode ser contado com os dedos de nossas mãos e não há meio possível em mudar essa tendência, pois a fé islâmica é exclusivística. Sua cosmovisão é de molde a ver todo o mundo não-islâmico como hostil a sua fé e como um campo a ser conquistado, ou reconquistado, para a comunidade de terras já dominadas política e ideologicamente pelos seguidores de Maomé.
Para dar uma palavra sobre Prof. Moshe Sharon, ele recebeu o seu doutorado em História Islâmica Medieval da Universidade Hebraica de Jerusalém e serviu como Consultor em Assuntos Árabes para o ex-Primeiro Ministro de Israel Menachem Begin, bem como para o Ministério da Defesa de Israel. Atualmente ele faz conferências como especialista em História Islâmica na Universidade Hebraica. – Dr. Samuele Bacchiocchi, adaptado de seu Boletim “End Time Issues”, no. 84.
 

A AGENDA DO ISLÃ
 
Prof. Moshe Sharon
Professor de Histórica Islâmica da Universidade Hebraica, Jerusalém
 
A guerra já teve início há muito tempo entre duas civilizações—a civilização baseada na Bíblia e a civilização baseada no Corão. E isto deve ficar claro.
Não existe fundamentalismo islâmico. “Fundamentalismo” é uma palavra surgida do seio da religião cristã. Significa fé que toma por base a palavra da Bíblia. O cristianismo fundamentalista, ou de seguir o texto da Bíblia, não significa sair por aí matando gente. Não existe fundamentalismo islâmico. Há somente Islã, e ponto final. A questão   é como o Corão é interpretado.
De repente vemos que os maiores intérpretes do Islã são políticos no mundo ocidental. Eles conhecem melhor do que todos os oradores nas mesquitas, todos quantos proferem terríveis sermões contra qualquer coisa que seja cristã ou judaica. Esses políticos ocidentais sabem que existem o bom Islã e o mau Islã. Sabem até como diferenciar entre ambos, exceto que nenhum deles sabe ler uma palavra em árabe.
 
A Linguagem do Islã
 
Vejam bem, tanto é coberto por linguagem politicamente correta que, de fato, a verdade fica perdida. Porém, quando falamos a respeito do Islã no ocidente, tentamos empregar nossa própria linguagem e terminologia. Falamos sobre o Islã em termos de democracia e fundamentalismo, em termos de parlamentarismo e todos os tipos de termos, que extraímos de nosso próprio dicionário. Um de meus professores e um dos maiores orientalistas do mundo diz que empregar a cultura ocidental para explicar o Islã é como um repórter querer descrever um jogo de críquete com a terminologia do beisebol. Não podemos empregar para uma cultura ou civilização a linguagem de outra. Para o Islã, tem-se que empregar a linguagem do Islã.
 
Princípios Motivadores do Islã
 
Permitam-me explicar os princípios que motivam a religião do Islã. Logicamente, todo muçulmano tem de reconhecer o fato de que só há um único Deus. Mas não é suficiente dizer que somente existe um Deus. Um muçulmano tem de reconhecer o fato de que há um Deus e Maomé é o seu profeta. Estes são os fundamentos da religião, sem os quais  uma pessoa não pode ser mulçumana.
Mas além disso, o Islã é uma civilização. É uma religião que concedeu primeiro e mais destacadamente um amplo e singular sistema legal que abrange o indivíduo, a sociedade e as nações com regras de comportamento. Se você é um muçulmano, terá que comportar-se segundo as regras do Islã que são estabelecidas no Corão e que são bastante diferentes dos ensinos da Bíblia.
 
A Bíblia
 
Deixem-me explicar a diferença. A Bíblia é criação do espírito de uma nação ao longo de um período bastante prolongado, se falarmos segundo o ponto de vista de um erudito, e permitam-me permanecer nessa linha de erudição. Há, contudo, algo importante na Bíblia—ela conduz à salvação. E conduz à salvação em duas maneiras.
No judaísmo, conduz à salvação nacional—não apenas uma nação que deseja ter um estado, mas uma nação que deseja servir a Deus. Esta é a idéia implícita no texto da Bíblia hebraica.
O Novo Testamento, que assumiu a Bíblia hebraica, nos conduz à salvação pessoal. Assim, temos estes dois tipos de salvação que, de tempos em tempos, se encontram. Mas a palavra-chave é salvação. Salvação pessoal significa que cada indivíduo é procurado pelo próprio Deus, que conduz a pessoa mediante Sua palavra à salvação. Esta é a idéia que se acha na Bíblia, estejamos falando do Velho ou Novo Testamento. Todas as leis na Bíblia, mesmo as de menor destaque, na realidade estão dirigidas a este fato da salvação.
Em segundo lugar, há outro ponto na Bíblia que é altamente importante. Trata-se da idéia de que o homem foi criado à imagem de Deus. Portanto, você não simplesmente sai por aí e oblitera a imagem de Deus. Muitas pessoas, logicamente, empregavam regras bíblicas e as puseram de cabeça para baixo. A História, tem visto muitos massacres em nome de Deus e no de Jesus . Mas como religiões, tanto o judaísmo quanto o cristianismo em seus princípios fundamentais falam sobre honrar a imagem de Deus e a esperança da salvação. Esses são os dois fundamentos básicos.
 
A Essência do Islã
 
Agora, permitam que me volva à essência do Islã. O Islã nasceu com a idéia de que deveria dominar o mundo. Consideremos, então, a diferença entre essas três religiões. O judaísmo fala sobre salvação nacional—ou seja, que ao final da história, quando o mundo tornar-se um melhor lugar, Israel estará em sua própria terra, governada por seu próprio rei e servindo a Deus. O cristianismo fala sobre a idéia de que cada indivíduo no mundo pode salvar-se de seus pecados, enquanto o Islã fala sobre governar o mundo. Posso citar aqui em árabe, mas não faz sentido citar o árabe, então permitam-me citar um verso em inglês [N.T.: que traduzimos para o português]: “Alá enviou a Maomé com a verdadeira religião de modo a que possa governar todas as religiões”.
A idéia, portanto, não é que o mundo inteiro se tornará um mundo islâmico neste tempo, mas que o mundo inteiro será subjugado sob o governo do Islã. Quando o império islâmico foi estabelecido em 634 AD, dentro de sete anos (640 AD) o cerne do império estava criado. As regras extraídas do Corão e da tradição atribuída ao profeta Maomé, foram traduzidas num sistema legal real. Os judeus e os cristãos podiam viver sob o Islã, desde que pagassem tributos e aceitassem a superioridade islâmica. Logicamente, eles tinham que ser humilhados. E os judeus e cristãos que vivem sob o Islã são humilhados até nossos dias.
Maomé mantinha que todos os profetas bíblicos eram muçulmanos. Ele aceitava a existência de todos os profetas bíblicos anteriores a ele. Contudo, também dizia que todos esses profetas eram muçulmanos. Abraão era um muçulmano. De fato, o próprio Adão foi o primeiro muçulmano. Isaque e Jacó, e Davi e Salomão, e Moisés e Jesus  foram todos muçulmanos, e todos eles possuíam escritos semelhantes ao Corão. Portanto, a história humana é a história islâmica porque todos os heróis da história foram muçulmanos.
Ademais, os muçulmanos aceitam o fato de que cada um desses profetas trazia consigo algum tipo de revelação. Moisés trouxe o Taurat, que e a Torá, e Jesus trouxe o ingeel, que é o evangelho—em outras palavras, o Novo Testamento.
 
Bíblia Versus Corão
 
Por que, então, a Bíblia não se assemelha ao Corão? Maomé explica que os judeus e cristãos forjaram seus livros. Caso não tivessem sido forjados e alterados, poderiam ser idênticos ao Corão. Sendo, porém, que os cristãos e judeus têm alguma verdade, o Islã concede que eles não podem ser completamente destruídos pela guerra [por enquanto].
Contudo, as leis são bem claras—os judeus e cristãos não têm quaisquer direitos à existência independente. Eles podem viver sob o domínio islâmico, desde que observem as regras que o Islã promulga para eles.
 
O Domínio Islâmico e a Jihad
 
O que acontece se os judeus e cristãos não desejarem viver sob as regras do Islã? Então o Islã tem que combatê-los e essa luta se chama Jihad. Esta palavra denota guerra contra aquelas pessoas que não desejam aceitar a regra islâmica superior. Isso é Jihad. Podem ser judeus; podem ser cristãos; podem ser politeístas. Mas sendo que não temos muitos politeístas deixados, pelo menos não no Oriente Médio—a guerra deles é contra os judeus e cristãos.
Poucos dias atrás recebi um panfleto distribuído pelo mundo por bin Laden. Ele convoca uma jihad contra os Estados Unidos como o líder do mundo cristão, não porque os EUA apóiem Israel, mas porque os americanos estão contaminando a Arábia com  seus pés imundos. Há americanos na Arábia onde nenhum cristão devia ser encontrado. Nesse panfleto não se encontra uma só palavra sobre Israel,  apenas que os americanos estão profanando a terra do profeta.
 
Duas Casas
 
O Corão vê o mundo como dividido em dois—uma parte que já está sob o regime islâmico, e uma parte que deve supostamente vir sob o regime islâmico no futuro. Há uma divisão do mundo que é mt clara. Toda pessoa que começa a estudar o Islã sabe disso.
O mundo é descrito como Dar al-Islam (a casa do Islã)—que corresponde à parte em que o Islã governa—e a outra parte se chama Dar al-Harb—a casa da guerra. Não a “casa dos não-muçulmanos”, mas a “casa da guerra”. É essa casa da guerra que deve ser, ao final dos tempos, conquistada. O mundo continuará a ser a casa da guerra até que venha a estar sob o domínio islâmico.
Esta é a norma. Por quê? Porque Alá diz que assim é no Corão. Deus enviou Maomé com  a verdadeira religião a fim de que a verdade vença todas as demais religiões.
 
Lei Islâmica
 
Dentro da visão islâmica do mundo, há regras que governam a vida dos próprios muçulmanos, e essas regras são muito estritas. No que é fundamental, não há diferença entre escolas de lei. Contudo, há quatro correntes dentro do Islã, com diferenças entre elas concernente a minúcias das leis. Por todo o mundo islâmico, países têm dado preferência a uma ou outra dessas escolas de lei.
A escola mais estrita de lei chama-se Hanbali, originária sobretudo da Arábia Saudita. Não há jogo de palavras aqui. Se o Corão fala sobre guerra, então quer dizer guerra.
Há várias perspectivas no Islã com diferentes interpretações ao longo dos séculos. Houve boa gente que bem ilustrada sobre o Islã, pessoas que tentaram entender as coisas de modo diferente. Até trouxeram tradições da boca do profeta de que as mulheres e crianças não deviam ser mortas na guerra.
Essas correntes mais liberais de fato existem, mas há um fato que é muito importante recordar.  A escola de lei Hanbali é extremamente estrita, e hoje esta é a escola que está por trás da maiorias das potências terroristas. Mesmo que tratemos da existência de outras escolas de legislação islâmica, quando falamos sobre a luta contra os judeus, ou contra os mundo cristão liderado pelos EUA, é a escola Hanbali que está sendo seguida.
 
Islã e Território
 
Esta civilização criou uma regra muito importante, fundamental, sobre território. Qualquer território que chega a estar sob o regime islâmico não pode ser desislamizado. Mesmo que numa ocasião ou outra, o inimigo [não-muçulmano] assuma o território que esteve sob a regra islâmica, é considerado como sendo perpetuamente islâmico. É por isso que toda vez que ouvir sobre conflito árabe-israelense, o que ouve é: território, território, território. Há outros aspectos para o conflito, mas território é altamente importante.
A civilização cristã não tem somente sido vista como um oponente religioso, mas como uma barreira que impede o Islã de realizar sua meta final para o qual foi criado. Todo muçulmano que morre na luta para expandir o Islã é um shaheed (mártir) não importa como morra, porque—e isto é muito importante—esta é uma guerra contínua entre as duas civilizações. Não se trata de uma guerra que pare. Esta guerra existe porque foi criada por Alá. O Islã deve ser o poder dominante. Esta é uma guerra que não cessará.
 
Islã e Paz
 
Paz no Islã só pode existir dentro do mundo islâmico; paz pode somente ocorrer entre muçulmano e muçulmano. Com o mundo não-muçulmano ou oponentes não-muçulmanos, somente resta uma solução—um cessar-fogo até que os muçulmanos possam conseguir mais poder. É uma eterna guerra até o fim dos tempos. Paz somente pode advir quando o lado islâmico vencer.
As duas civilizações só podem ter períodos de cessar-fogo. E essa idéia de cessar-fogo baseia-se num precedente histórico muito importante, ao qual, incidentemente, Yasser Arafat se referiu ao falar em Joanesburgo após ter assinado o Acordo de Oslo com  Israel. Permitam-me lembrá-los que o documento fala de paz—mas vocês não acreditariam no que estão lendo! Pensariam que estará lendo um texto de ficção científica. Quero dizer, quando lê isso você não pode crer que isso foi assinado por israelitas que estão de fato familiarizados com a política e civilização islâmicas.
Poucas semanas após a assinatura do Acordo de Oslo, Arafat foi a Joanesburgo, e numa mesquita ali fez um discurso no qual se desculpava, dizendo: “Acreditam que eu assinei algo com  os judeus que seja contrário às regras do Islã?” (Eu consegui uma cópia do discurso gravado de Arafat, assim, ouvi isto de sua própria boca). Arafat prossegue: “Isto não é assim. Estou fazendo exatamente o que o profeta Maomé fez”.
Qualquer coisa que o profeta supostamente fez ou disse torna-se um precedente. O que Arafat estava dizendo era: “Lembrem-se da história de Hodaybiya”. O profeta havia feito um acordo ali com a tribo Kuraish por 10 anos. Mas daí ele treinou 10.000 soldados e dentro de dois anos marchou sobre a cidade deles, Meca. Ele, logicamente, encontrou algum tipo de pretexto.
Destarte, na jurisprudência islâmica, tornou-se um precedente legal, que declara que você só tem permissão de fazer paz por um máximo de 10 anos. Em segundo lugar, na primeira oportunidade que surgir, deve renovar a jihad [quebrando o acordo de “paz”].
Em Israel, levou mais de 50 anos neste país para nosso povo entender que não podem falar sobre paz [permanente] com os muçulmanos. Levará outros 50 anos para o mundo ocidental entender que está num estado de guerra com a civilização islâmica que é viril e forte. Isso deve ser compreendido: Quando falamos sobre guerra e paz, não estamos tratando em termos belgas, nem franceses, nem ingleses ou alemães. Estamos falando sobre guerra e paz em termos islâmicos.
 
Cessar-fogo Como Opção Tática
 
O que faz o Islã aceitar o cessar-fogo? Somente uma coisa: quando o inimigo é por demais forte. É uma opção tática. Às vezes, ele pode ter que concordar com  um cessar-fogo nas condições mais humilhantes. É permitido porque Maomé aceitou um cessar-fogo sob condições humilhantes. Foi isso o que Arafat declarou em Joanesburgo.
Quando os elaboradores de política do Ocidente ouvem sobre tais coisas, respondem: “Sobre o que está falando? Você está na Idade Média. Você não entende os mecanismos da política”. que mecanismos da política? Não existem mecanismos da política onde prevalece o poder. E desejo dizer-lhes uma coisa: vocês não viram o fim disso, porque no minuto em que uma potência muçulmana radical tiver armas atômicas, químicas e biológicas, eles a empregarão. Não tenho dúvida quanto a isso.
Agora, uma vez defrontemos guerra e saibamos que nada mais podemos obter senão um cessar-fogo temporário, a pessoa tem que se indagar qual é o principal componente de um cessar-fogo árabe-israelita. É que o lado islâmico seja fraco e o lado israelita seja forte. As relações entre Israel e o mundo árabe nos últimos 50 anos desde o estabelecimento de nosso Estado têm-se baseado somente nessa idéia, o poder dissuasório.
 
Onde Quer Que Haja Islã, Haverá Guerra
 
A razão de termos o que temos na Iugoslávia e outros lugares é porque o Islã teve êxito em penetrar nesses países. Onde quer que se tenha o Islã, se terá guerra. Isso se desenvolve a partir da atitude da civilização islâmica. Por que os pobres nas Filipinas estão sendo mortos? O que se passa entre o Paquistão e a Índia?
 
Guerra Islâmica Por Infiltração
 
Por outro lado, existe outro fato que precisa se ter em mente. O mundo islâmico não só tem uma atitude de guerra aberta, como também o método de guerra por infiltração. Uma das coisas que o mundo ocidental não está prestando atenção suficientemente é o tremendo crescimento do poder islâmico no mundo ocidental. O que se passou nos Estados Unidos e as Torres Gêmeas de Nova York não é algo que veio de fora. E se os Estados Unidos não despertarem, um dia os americanos se verão em meio a uma guerra química e mais provavelmente numa guerra atômica—fora dos EUA.
 
O Fim dos Tempos
 
É altamente importante entender como a civilização muçulmana encara o fim dos tempos. No cristianismo e judaísmo, bem sabemos qual é a visão do fim dos tempos.
No judaísmo, será como em Isaías—paz entre as nações, não apenas uma nação, mas entre todas as nações. As pessoas não precisarão mais de armas e a natureza será modificada—um belo fim dos dias e o reino de Deus sobre a Terra.
O cristianismo vai até onde o Apocalipse revela para testemunhar o próprio Satanás sendo destruído. Não haverá mais poderes da maldade. Esta é a visão.
Estou falando agora como um historiador. Tento entender como o Islã vê os dias finais. Nos fim dos tempos, o Islã vê um mundo totalmente muçulmano, completamente muçulmano sob o domínio do Islã. Vitória completa e final. Os cristãos não existirão porque, de acordo com muitas tradições muçulmanas, os muçulmanos que estão no inferno terão que ser substituídos por alguém e esses serão os cristãos.
Os judeus não mais existirão, porque antes da vinda dos dias finais, haverá uma guerra contra os judeus em que todos os judeus serão mortos. Estou citando o agora do próprio cerne da tradição islâmica, de livros que são lidos por toda criança nas escolas muçulmanas. Os judeus serão todos mortos. Estarão em fuga e se esconderão atrás  de árvores e rochas, e nesse dia Alá dará boca às rochas e árvores e dirão: “Oh, muçulmano, venha aqui pois há um judeu atrás de mim, mate-o”. Sem isto, o fim dos tempos não pode ocorrer. Este é um ensino fundamental do Islã.
 
Há Possibilidade do Fim Desta Dança de Guerra?
 
A questão que nós em Israel estamos nos indagando é o que acontecerá com  o nosso país? Há alguma possibilidade do fim desta dança de guerra? A resposta é, “Não num futuro previsível”. O que podemos fazer é atingir uma condição em que podemos ter relativa tranqüilidade por alguns anos.
Quanto ao Islã, o estabelecimento do estado de Israel foi uma reversão da história   islâmica. Primeiro, o território islâmico foi tomado do Islã por judeus. Por estas alturas já sabem que isso nunca pode ser aceito, nem mesmo para um metro. Assim, todos que pensam que Tel Aviv está segura está cometendo um sério erro. Território, que alguma vez foi dominado pelo regime islâmico, agora tornou-se não-islâmico. Os não-muçulmanos são independentes do regime islâmico; os judeus criaram seu próprio estado independente. Isto é anátema.
E, o que é pior, Israel, um estado não-muçulmano, está governando sobre muçulmanos. É impensável que não-muçulmanos governem sobre muçulmanos.
Creio que a civilização ocidental deve manter-se unida e em mútuo apoio. Se isso ocorrerá ou não, ignoro. Israel encontra-se nas linhas de frente dessa guerra. Precisa da ajuda de sua civilização irmã. Precisa do auxílio dos EUA e Europa. Precisa de ajuda do mundo cristão. De uma coisa estou certo, essa ajuda pode ser concedida por cristãos individuais que vêem isto como um caminho para a salvação.
 

Comentário Final do Dr. Samuele Bacchiocchi
 
A conferência do Prof. Moshe Sharon revela sua preocupação como judeu, especialmente em vista da contínua ameaça imposta pela visão muçulmana do fim para a sobrevivência de Israel. O que achei de auxílio em sua conferência é a maneira simples e clara em que Sharon explica a diferença entre a visão muçulmana do fim em comparação com a do judaísmo e cristianismo.
Conquanto tanto o judaísmo quanto o cristianismo vejam o Fim como um novo mundo em que prevalece a paz entre as nações e quando o mal será erradicado, o Islã vê o Fim como um mundo totalmente dominado e governado pelos muçulmanos. Estes últimos crêem que finalmente terão êxito em erradicar a presença de cristãos, judeus, e todos os outros tipos de “infiéis” da face da terra.
Francamente, creio ser assustadora esta visão escatológica muçulmana, exclusivista, intolerante e arrogante, para dizer o mínimo. Tal visão pode levar nações muçulmanas que estão desenvolvendo armas biológicas, químicas ou nucleares, como a Líbia ou o Iraque, a usá-las a fim de fazer avançar a causa islamita e apressar o estabelecimento do Reino Muçulmano sobre a Terra. O que tudo isso significa é que aquilo por que os muçulmanos estão lutando, no final de contas, não é meramente mais território na Palestina, no Oriente Médio, mas por um controle total do território deste planeta.
É imperativo que os líderes políticos e cristãos entendam que a agenda do Islã se estende além da Palestina, para abarcar o mundo inteiro. A resposta cristã à agenda muçulmana é encontrar maneiras criativas de alcançar os muçulmanos com as Boas Novas do Evangelho. Precisamos ajudar nossos amigos muçulmanos a entender e experimentar o Poder do Evangelho, que é paz pessoal com Deus na vida presente, e paz eterna global no mundo por vir. Essa paz é alcançada, não por domínio de qualquer nação em particular, mas pelo estabelecimento do Reino de Deus após a erradicação de todas as formas de  malignidade.
 


Declarou o falecido aiatolá Khomeini, fundador da República Islâmica do Irã: “O mundo será dominado pelo Islã. A República Iraniana será apenas o começo. Depois, trataremos de avançar em direção aos demais povos islâmicos do mundo. E, por fim, lutaremos pela evangelização e conversão que consagrarão a ressurreição da humanidade”-- Citado no Artigo 48a de nosso Catálogo de Temas, “O Islamismo e o Mundo Ocidental” (disponibilizado a quem o solicitar pelo e-mail azenilto@yahoo.com.br).


 

02. COMPREENDENDO A FÉ MULÇUMANA-I:
 
Os Quatro Estágios de Desenvolvimento da Militância Islâmica
 
Introdução
 
Algumas pessoas tentam exonerar os recentes atos de violência apelando a relatos de violência na Bíblia. Alegam que os atos de violência em nome de Alá contra os “infiéis” hostis ao Islã não difeririam de exemplos de violência apresentados na Bíblia contra os inimigos de Deus e de Seu povo. O semanário Newsweek fez referência aos episódios de violência na Bíblia declarando: “A Bíblia também contem relatos de violência em nome do Senhor. O Deus dos primeiros livros bíblicos é de fato feroz em seu apoio aos guerreiros israelitas, afogando os inimigos no mar”.
O argumento de que a violência no Corão não difere da violência que se encontra na Bíblia é amplamente usado para escusar os recentes atos de violência, como se pode ver por este comentário de um especialista em Islã dos EUA, Fareed Zakaria, também escrevendo em Newsweek, num artigo intitulado “Por que  Eles Nos Odeiam: As Raízes da Ira Islâmica—e o Que Podemos Fazer a Respeito”: “O historiador Paul Johnson tem argumentado que o Islã é uma religião intrinsecamente intolerante e violenta. Outros eruditos têm discordado assinalando que o Islã condena a matança de inocentes e proíbe o suicídio. Nada se resolverá por pesquisar o ‘verdadeiro Islã’ ou citar o Corão. O Corão é um livro vastamente vago, cheio de poesia e contradições (nisso muito semelhante à Bíblia). Você pode encontrar nele condenações de guerra e incitamento à luta, belas expressões de tolerância e severos textos contra descrentes. Citações dele geralmente dizem mais sobre a pessoa que seleciona as passagens do que sobre o Islã. Toda religião é compatível com o melhor e o pior da humanidade. Ao longo de sua longa história, o cristianismo tem apoiado inquisições e anti-semitismo, mas também direitos humanos e beneficência social”.
É esta uma avaliação justa dos ensinos do Corão e da Bíblia? Não seriam os ensinos da Bíblia sobre o uso da violência diferentes dos encontrados no Corão? Acaso o Corão ensina paz e guerra, tolerância e intolerância ao mesmo tempo? Para encontrar a resposta gastei considerável tempo lendo os ensinos do Islã com respeito ao uso da violência, como se encontra no Corão e no Hadith. Esta última se refere à  coleção de tradições relativas aos ensinos de Maomé transmitidas por fontes confiáveis. Os nove volumes da coleção de Al-Bukhari são considerados os de maior autoridade.
Nesta dissertação tentarei oferecer um breve sumário do que aprendi a respeito de violência no Corão em comparação com os ensinos bíblicos. Este relatório baseia-se no estudo de livros e artigos relevantes. Há um considerável montante de literatura e levaria meses para um estudo completo. Nas 150 horas que dediquei em preparar este estudo pude apenas ler algumas pesquisas significativas que creio lançarão luz sobre os atos terroristas de violência que estamos testemunhando hoje.
A intenção desta exposição é ajudar todos os amantes da paz pelo mundo, inclusive muçulmanos que assim sejam, a melhor entender o que motiva homens e mulheres muçulmanos a provocarem indescritível dano a pessoas inocentes, inclusive a si próprios, explodindo bombas em lugares públicos. Como podem pessoas sensatas decidir transformar seus corpos em armas para destruir gente inocente? Esta é a indagação que perturba pessoas lúcidas hoje. Buscaremos uma resposta examinando os ensinos do Islã a partir de suas fontes primárias, o Corão e o Hadith (a coleção de ensinos de Maomé). Desejamos assegurar se ensina o Corão a muçulmanos devotos fazerem avançar a causa de Alá por persuasão pacífica ou por militância violenta.
 
Um Novo Entendimento do Anticristo
 
No decurso de minha investigação uma pergunta tem estado emergindo em minha mente: não estaria nossa interpretação sobre o Anticristo, ao referir-se a uma pessoa exclusivamente [para muitos, sendo o papa], necessitando certa revisão para incluir também Maomé e seus ensinos? Afinal de contas, os sucessores de Maomé por mil anos (desde o sétimo até o décimo-sétimo séculos) perseguiram e exterminaram cristãos muito mais extensamente do que o papado! Ademais, a negação islâmica da divindade, encarnação e crucifixão de Cristo claramente se ajusta à descrição de João sobre o espírito do Anticristo em 1 John 4:1-2.
Os Ensinos do Islã Sobre a Jihad ou a Luta Pela Causa de Alá
 
Alguns eruditos vêem como fútil a tentativa de definir os ensinos do Corão e do Hadith com respeito ao uso da guerra para fazer avançar a causa de Alá. A razão oferecida é dada pelo erudito já citado, Fareed Zakaria, e o artigo citado antes, de que o “Corão é um livro vago e, cheio de poesia e contradições (não muito diferente da Bíblia). Poderá encontrar nele condenações de guerra e incitamento à luta, belas expressões de tolerância e severos textos contra descrentes”.
É verdade que o Corão é um livro contraditório que condena a guerra por um lado e a recomenda, por outro? A resposta é “Não!” Demonstraremos abaixo que as contradições do Corão se resolvem reconhecendo a progressão nos ensinos de Maomé da paz para a guerra no decurso de sua vida e experiências.
No início de sua missão, Maomé instava seus seguidores a enfrentarem a oposição com paciência e persuasão. Os eruditos referem-se a esses textos do Corão como “versos de perdão”. Por exemplo, o Corão declara: “Convidai (todos) ao caminho de teu Senhor com sabedoria e bela pregação; e argumentai com eles em maneiras que sejam melhores e mais graciosas: pois o teu Senhor sabe melhor, quem se desviou de Seu caminho, e quem recebe guia (16:125)”. “Nem pode a bondade e o mal ser equiparados. Repeli (o mal) com o que é melhor (41:34)”.
Após consolidar o seu poder, contudo, Maomé explicitamente ordenou o uso de guerra ofensiva contra os descrentes. Os eruditos referem-se a tais textos do Corão como os “Versos da Espada”. Eis dois exemplos: “A luta vos é prescrita, e não a apreciais. Mas é possível não apreciardes algo que vos seja bom, e que ameis uma coisa que vos é má. Mas Deus sabe, e vós não sabeis (2:216)”. “Quando os meses proibidos tiverem passado, então lutai e matai os pagãos onde quer que os achardes, e sitiai-os e cercai-os e permanecei à espreita deles em todo estratagema (de guerra); mas se eles se arrependerem, e estabelecerem orações regulares e praticarem a caridade regular, então dai-lhes passagem: pois Deus é muito longânimo e misericordioso  (9:5).”
 
Solução da Contradição
 
Pessoas como Fareed Zakaria, referido antes, sustentam que a contradição entre esses textos advogando tolerância e os que instam à guerra, simplesmente refletem a natureza contraditória do Corão, que é um “livro vago, cheio de poesia e contradições (não muito diferente da Bíblia)”.
Esta explicação simplista é rejeitada por especialistas em islamismo que examinaram a questão mais de perto. Eles concluíram que as declarações contraditórias refletem a “revelação progressiva” que foi elaborada para ajustar-se às circunstâncias de Maomé. Em seu livro Jihad: The Origin of Holy War in Islam [Jihad: A Origem da Guerra Santa no Islã], publicada pela Oxford University Press em 1999, Reuven Firestone, escreve: “Especialistas em Islã chegaram à conclusão de que os versos escriturísticos concernentes à guerra eram revelados em direta relação com as necessidades históricas de Maomé durante sua missão profética. No início de sua carreira profética em Meca, quando ele era fraco e seus seguidores poucos, as revelações divinas incentivavam a que evitassem conflito físico”.
“Após as intensas perseguições que levaram Maomé e seus seguidores a emigrarem para Medina, contudo, eles tiveram liberdade para se engajar em guerra defensiva. Ao crescer a comunidade muçulmana em força, revelações adicionais ampliaram as condições sob as quais a guerra podia ser empreendida, até que se concluiu que guerra contra os não-muçulmanos podia ser levada a efeito virtualmente em qualquer ocasião, sem pretexto e em qualquer lugar” (p. 50).
Numa dissertação persuasiva intitulada “Jihad: O Ensino do Islã de Suas Fontes Primárias: O Corão e o Hadith”, Richard Bailey traça a evolução do ensino do Corão de tolerância a guerra através de quatro estágios. Ele propicia ampla documentação para cada estágio. Para o propósito deste estudo, simplesmente irei mencionar cada estágio, reproduzindo apenas alguns poucos versos confirmatórios do Corão. Estarei disposto a enviar por e-mail a referida dissertação por inteiro a qualquer interessado em dita documentação.
Alguns leitores podem achar esta breve análise da evolução dos ensinos de Maomé sobre violência um tanto maçante. Por favor, não desanimem. Se o fizer, perderá a segunda metade deste estudo onde eu comparo o Corão com a Bíblia e ofereço uma resposta cristã ao problema do terrorismo. Você há de descobrir que o tempo dedicado à leitura deste estudo será bem gasto.
Tentei simplificar o assunto, mas ler os versos do Corão pode ser entediante. A estrutura das sentenças é arcaica, como nas Bíblias antigas. Contudo, é importante empenhar-se em compreender como os ensinos de Maomé sobre guerra se desenvolveram, pois isso nos ajuda a entender por que os muçulmanos têm usado no passado e ainda utilizam no presente conflitos armados para fazer avançar a causa de Alá por todo o mundo. As referências do Corão são dadas como suratas, que significam capítulos, seguidas dos números dos versos.
 
Estágio 1: Nenhuma Retaliação
 
Quando Maomé começou a pregar o Islã em 610 AD em Meca seus companheiros da tribo dos coraítas tornaram-se crescentemente hostis para com ele por causa de sua condenação à idolatria deles. Os capítulos (suratas) do Corão que se originaram nesses 13 anos em que Maomé viveu em Meca não contêm qualquer instrução sobre luta, a despeito da severa perseguição sofrida por seu pequeno bando de seguidores. Por quê? Simplesmente em razão de que seus poucos seguidores não tinham chance alguma de vencer um conflito físico. Destarte, era uma sábia estratégia de sobrevivência evitar confrontos violentos. Poucos versos servirão para ilustrar este ensino.
Na Surata 73:10, 11 Maomé insta seus seguidores a serem pacientes para com aqueles que negam a verdade: “E tende paciência com o que dizem, e deixai-os com nobre (dignidade). E deixai-me (só para lidar com) os que estão de posse das boas coisas da vida, os quais (porém) negam a verdade, e suportai-os por um pouco mais”. Na Surata 2: 45, 47, 48 o profeta admoesta a deixar os descrentes em paz e a esperarem pacientemente, pois o Senhor os punirá: “Assim, deixai-os em paz até que encontrem os seus dias, quando serão dominados (pelo terror) . . . e verdadeiramente, àqueles que obram o mal, há outra punição além desta . . . Agora aguardai com paciência a ordem do teu Senhor, pois deveras estais em Nossos olhos”.
 
Estágio 2: A Luta Defensiva É Permitida
 
Em 15 de julho de 622, a crescente oposição forçou Maomé e seus seguidores a fugirem de Meca para Medina, distante uns 400 quilômetros ao norte. Esta data é importante e conhecida como Hégira, que assinala o início do calendário muçulmano. Em Medina, Maomé foi reconhecido como profeta, sendo-lhe possível  consolidar o seu poder. Seus seguidores começaram a atacar e pilhar as caravanas de Meca que passavam por Medina. Tal prática por fim provocou várias lutas entre as tribos coraítas de Meca e seus seguidores.
Maomé conseguiu sua primeira vitória na Batalha de Badr em 624 com um exército de 305 homens, na maioria cidadãos de Medina, sobre uma força coraíta duas vezes maior. Ele dominou várias tribos de judeus e cristãos e ordenou o massacre de 600 judeus num dia, assistindo pessoalmente ao episódio. Foi nessa época que instruiu seus seguidores a defenderem-se por lutar e matar.
Um exemplo dessa instrução se acha na Surata 22:39-41 onde é dada permissão para o engajamento em luta defensiva: “Àqueles contra os quais guerra é feita, é dada permissão (para lutar), porque eles estão em erro e, verdadeiramente, Deus é bastante poderoso para seu auxílio”. Novamente na Surata 22:58 recompensas são prometidas àqueles que morrerem em jihad: “Os que deixarem suas casas pela causa de Deus, e forem mortos ou morrerem, sobre eles Deus concede uma mui boa provisão”. A promessa de paraíso àqueles que morrem lutando por Alá tem inspirado inumeráveis muçulmanos ao longo dos séculos a se tornarem mártires para a sua fé. É esta promessa que inspira jovens muçulmanos devotos, de ambos os sexos, a se transformarem em suicidas portadores de bombas pela causa de Alá.
 
Estágio 3: Luta Defensiva É Ordenada
 
Poucos meses após dar permissão à luta em defesa própria, Maomé instruiu seus seguidores a fazerem guerra como uma obrigação religiosa. A princípio os inimigos eram os cultuadores de ídolos da tribo coraíta em Meca, porém mais tarde incluiu os judeus e cristãos que não aceitassem Maomé como profeta.
Richard Bailey enumera 32 passagens das muitas do Corão sobre isso, anotando-as com valiosos comentários. Para ser breve apenas citarei quatro delas. Na Surata 2:190 é dada instrução para lutar até que a perseguição pare e o Islã seja estabelecido. “Lutai na causa de Deus contra aqueles que lutam contra vós, mas não transgredi os limites; porque Deus não ama os transgressores. E matai-os onde quer que os apanheis, e expulsai-os de onde quer que eles vos tenham expulsado; pois tumulto e opressão são piores do que a matança”.
Na Surata 2:216 os muçulmanos recebem ordens de lutar pela causa de Alá, ainda que não gostem, porque Alá sabe o que é melhor para eles: “A luta vos é prescrita, e não a apreciais. Mas é possível que não gosteis de uma coisa que vos é boa, e que ameis uma coisa que vos é má. Deus, porém, sabe e vós não sabeis”. Declarações como estas tornam abundantemente claro que para um muçulmano devoto que segue os ensinos do Corão, lutar para fazer avançar a causa do Islã é uma obrigação divina que dificilmente pode ser ignorada.
Na Surata 8:12,13 os muçulmanos recebem instrução de cortar os pescoços e os dedos dos que se opuserem a Deus e a nunca darem costas a descrentes. “Lembrai-vos que o Senhor inspirou os anjos (com a mensagem): ‘Estou contigo: dai firmeza aos crentes. Instilarei temor nos corações dos descrentes. Feri-os acima do pescoço e cortai fora as pontas de seus dedos. Isso em vista de contenderem contra Deus e Seu Apóstolo. Se alguém contender contra Deus e seu Apóstolo, Deus é estrito na punição. . . . Ó vós os que credes! Quando encontrardes os descrentes em situação hostil, nunca volvei costas para eles. Se alguém lhes volve as costas em tal dia—a não ser num estratagema de guerra, ou para retirar uma tropa (sua)—este atrai sobre si a ira de Deus, e sua habitação será no inferno,—e o refúgio maligno (deveras)! Não fostes vós que os matastes, mas Deus’”.
A instrução é clara: Quando em combate, não há lugar para segundo pensamento. Os soldados muçulmanos devem terminar a obra de ferir a cabeça e cortar os dedos de seus inimigos. A intenção dessas amputações era tornar impossível que as vítimas jamais lutassem outra vez.
A Surata 61:4,11-13 ensina que Deus ama quem luta em Sua causa com determinação. Ele vos dará vitória, perdão dos pecados e admissão ao prazer do paraíso: “Deveras Deus ama aqueles que lutam em Sua causa em veste de batalha, como se fosse uma estrutura solidamente cimentada . . . que creiais em Deus e Seu Apóstolo, e que luteis (no máximo) na causa de Deus, com vossa propriedade e vossas pessoas. Isto vos será o melhor, se apenas soubésseis! Ele vos perdoará os pecados e vos admitirá nos jardins [Paraíso] sob o qual rios fluem, e às belas mansões nos jardins da eternidade. Esta é, de fato, a suprema conquista. E outro (favor Ele concederá), que amais—ajuda de Deus e uma rápida vitória. Assim, transmiti as boas novas aos crentes”.
Um dos benefícios de combater pelo Islã seria capturar mulheres para fazê-las de concubinas, que seriam somadas às esposas legítimas. A Surata 33:50 diz: “Ó Profeta! Fizemos-te legais esposas às quais pagaste seus dotes, e aquelas as quais tua mão direita possui das prisioneiras de guerra, Deus vos tem atribuído. . . . Para  os demais crentes, sabemos que lhes temos designado como suas esposa as cativas que sua mão direita possui. . .”
A concepção de que Deus atribuiria mulheres cativas como concubinas para os crentes muçulmanos que lutassem por Sua causa dificilmente refletirá elevados padrões morais para a fé islâmica. A poligamia e a concubinagem servil têm destruído a dignidade das mulheres e a beleza do lar. Nessa área, a infinita superioridade do cristianismo se revela por demais óbvia.
Por ensinar que os que morrem lutando pela causa de Alá terão seus pecados perdoados e são admitidos nos prazeres do Paraíso, o Corão tem inspirado os muçulmanos através dos séculos a lutarem até a morte pela causa de Alá. Hoje é inspirador a jovens palestinos tornarem-se suicidas portadores de bombas. Para eles a “morte de mártir” é o meio mais seguro e rápido de entrarem para uma vida melhor de conforto, prosperidade, e prazeres no Paraíso. Os “suicidas portadores de bombas” vêem-se a si mesmos como cumpridores dos ensinos do Corão e servidores a suas comunidades, além de assim adquirirem admissão ao Paraíso.
A Surata 55:52-58 descreve o Paraíso como um lugar onde haverá “frutos de todo tipo, dois e dois . . . Eles reclinarão sobre tapetes, cuja tessitura será de rico brocado. Os frutos dos pomares estarão perto (e fáceis de alcançar). . . Neles haverá jovens castas, restringindo seus olhares, nas quais homem algum jamais tocou . . . semelhantes a rubis e coral”.  O elemento sensual polui até mesmo a visão do Paraíso do Islã. Os crentes têm a promessa não só de jardins floridos, alimento abundante, fontes cristalinas, mas também de belas virgens. Setenta e duas belas virgens serão criadas para o desfrute do mais simples crente. Um momento de prazer será prolongado por mil anos. Esse Paraíso orientado ao prazer carnal difere radicalmente da visão bíblica do mundo por vir como sendo este planeta restaurado a sua perfeição original para a habitação dos remidos que se empenharão em atividades produtivas e na mais elevada adoração a Deus.
 
Estágio 4: Guerra Ofensiva É Ordenada Contra os Pagãos, Cristãos e Judeus
 
A fase final do ensino de Maomé sobre guerra desenvolveu-se após ter conquistado Meca em 630 AD. A maioria dos pagãos que viviam na cidade se tornou muçulmana. Nessa época Maomé pôde dominar a cidade e remover da Caaba (o sítio muçulmano sagrado) 360 ídolos ali instalados. Nesse ponto Maomé concluiu que os judeus e cristãos não o aceitariam como profeta e assim passaram a integrar sua lista de inimigos do Islã a serem derrotados. Destarte, a guerra não mais era para ter caráter defensivo, mas uma Jihad agressiva contra todos os descrentes. Este é o ensino final do Corão que ainda vigora hoje e tem inspirado os recentes atos de terrorismo.
Vários textos ordenam a luta ofensiva para matar pagãos, judeus e cristãos. Entre estes a  Surata 9:5 se  destaca por sua explícita injunção a que se matem os infiéis: “Quando os meses proibidos passarem, então lutai e mais os pagãos onde quer que os encontreis, e sitiai-os, cercai-os, e mantende-vos à espreita em todo estratagema (de guerra). Mas se se arrependerem e estabelecerem orações regulares e praticarem caridade regular [tornarem-se muçulmanos], então dai-lhes passagem”. A melhor maneira de as pessoas conquistadas salvarem a vida era renunciar a sua religião e adotar a fé do Islã. Em alguns casos pessoas dominadas poderiam salvar a vida pagando um pesado tributo e tornando-se submissas aos governantes islamitas.
No mesmo capítulo, Surata 9:29-31, os muçulmanos recebem ordens de lutar contra judeus e cristãos até que sejam subjugados. Aqueles que se submeterem aos governantes muçulmanos devem estar sujeitos a um pesado tributo. A razão disso é que a maldição de Deus paira sobre eles. “Lutai contra aqueles que não crêem em Deus nem no dia final, nem consideram proibido aquilo que foi proibido por Deus e Seu Apóstolo, nem reconhecem a religião da verdade, (ainda que eles) sejam o povo do Livro [cristãos e judeus], até que paguem o jizya [tributo] com voluntária submissão, e sintam-se subjugados. Os judeus chamam a Uzair [Esdras] um filho de Deus, e os cristãos chamam a Cristo o Filho de Deus . . . .  A maldição de Deus seja sobre eles”.
A Surata 5:36-38 prescreve quatro tipos de punição para todo que se opuser a Alá e a seu profeta Maomé: “A punição daqueles que se lançam em guerra contra Deus e Seu Apóstolo, e que se insubordinam e praticam o mal na terra é execução, ou crucifixão, ou o corte de mãos e pés em lados opostos, ou o exílio da terra. Essa é sua desgraça neste mundo, e um pesado castigo é o deles no além, exceto àqueles que se arrependerem antes de caírem em vosso poder. Nesse caso, sabei que Deus é longânimo e muito misericordioso. Ó vós que credes! Fazei vosso dever para com Deus. Buscai os meios de aproximar-se Dele, e lutai com força e poder em Sua causa, para que prospereis”.
Os quatro tipos de punição (decapitação, crucifixão, mutilação ou exílio), que deviam ser aplicados segundo as circunstâncias, revelam os métodos brutais empregados pelos invasores muçulmanos para fazer avançar sua religião. Tais métodos apresentam-se em nítido contraste com os ensinos de Jesus sobre ganhar homens e mulheres para o Reino de Deus mediante a proclamação das Boas Novas da graça salvadora de Deus por meio do sacrifício expiatório de Cristo.
 
Os Ensinos Sobre a Guerra Santa Nas Tradições de Maomé (“Hadith”)
 
Os ensinos do Corão sobre o uso da espada para fazer avançar a causa do Islã são corroborados pelas coleções de tradições (“Hadith”) ligadas ao ensino de Maomé. Consideram-se em geral os nove volumes por Iman Bukhari a mais autêntica literatura do Hadith. No vol. 4 somente, Richard Bailey encontrou 283 passagens ensinando a guerra santa (Jihad) para fazer avançar a causa do Islã. Para abreviar citarei somente quatro delas.
Maomé disse: “Um simples esforço (em lutar) na causa de Alá na manhã ou na tarde é melhor do que o mundo e seja o que for que nele houver” (4:50). “Sabei que o Paraíso está sob as sombras das espadas”. (4:73). Para Maomé, lutar pela causa de Alá era um meio de vida. Disse ele: “A minha existência está sob a sombra de minha lança, e aquele que desobedecer as minhas ordens será humilhado pelo pagamento da Jizya” ( 4:162b).
A “Jizya” é um taxa para subjugar as pessoas em troca de seu direito de existir. Maomé declarou: “Tenho ordens de lutar contra as pessoas até que digam, ‘Ninguém tem o direito de ser adorado senão Alá’ e quem quer que diga, ‘Ninguém tem o direito de ser adorado senão Alá’, sua vida e propriedade serão poupadas por mim, exceto pela lei islâmica, e suas contas serão com Alá (seja por puni-lo ou perdoá-lo)” (4:196). A ordem é clara. Os muçulmanos têm que lutar contra as pessoas até que se tornem muçulmanas.
 
Respaldo de Eruditos Para a Evolução da Jihad em Quatro Estágios
 
Esboçamos brevemente os quatros estágios da evolução dos ensinos do Corão sobre “guerra santa” (Jihad) desde nenhuma retaliação, luta defensiva permissível, luta defensiva obrigatória até, finalmente, guerra ofensiva em todos os tempos. Numerosos eruditos reconhecem esse ensino evolucionário sobre o uso de guerra como correspondendo aos estágios de desenvolvimento do pensamento e circunstâncias de Maomé. Duas citações de fontes de elevada reputação são suficientes para comprová-lo.
A primeira citação é do Dr. Muhammad Muhsin Khan, tradutor para o inglês dos nove volumes das tradições (Hadith) de Maomé. Na introdução a esses volumes, o Dr. Muhsin Khan escreve: “Assim, a princípio ‘a luta’ era proibida, depois foi permitida e após isso foi tornada obrigatória (1) contra aqueles que iniciassem ‘a luta’ contra vós (muçulmanos) . . . (2) e contra todos quantos adorassem outros além de Alá . . . “ (p. xxiv).
A segunda cita é do artigo sobre a Jihad da Brill's Encyclopedia of Islam. Diz o autor: “A Jihad é um dever. Este preceito é estabelecido em todas as fontes. É verdade que no Corão se encontrarão textos divergentes, até contraditórios. Estes são classificados pela doutrina, à parte de certa variação em pormenores, em quatro categorias: os que impõem perdão por ofensas e incentivam o convite ao Islã pela persuasão pacífica; os que impõem a luta para evitar a agressão; os que impõem a iniciativa de ataque desde que fora dos quatro meses sagrados; e os que impõem absoluta iniciativa de ataque, em todas as ocasiões e em todos os lugares”.
O artigo prossegue dizendo: “Em suma, essas diferenças correspondem aos estágios de desenvolvimento do pensamento de Maomé e as modificações de política resultantes de circunstâncias particulares; o período de Meca durante o qual Maomé, em geral, se limita ao ensino religioso e moral, e o período de Medina, em que, tendo se tornado o líder de uma comunidade político-religiosa, ele é capaz de levar a cabo, espontaneamente, a luta contra aqueles que não desejam unir-se a essa comunidade ou submeter-se a sua autoridade. A doutrina sustenta que os últimos textos revogam os textos contraditórios anteriores . . . a tal ponto que somente os da última categoria permanecem indubitavelmente válidos” (p. 538).
A doutrina em questão é conhecida como “a lei da revogação” que é aceita pelos eruditos muçulmanos. Segundo essa doutrina, os “últimos versos da espada” superam os “versos do perdão” anteriores. Isso significa que gradualmente Maomé veio a aceitar a Jihad militar como estratégia legítima  e essencial para promover a expansão do Islã. Não importa o que as pessoas possam pensar, Maomé não foi só um líder religioso, mas também um comandante militar que se bateu em guerra contra seus inimigos tão cedo consolidou o seu poder e desenvolveu uma força combatente.
 
A Expansão do Islã Mediante a Guerra
 
Prova decisiva de que Maomé ensinava seus seguidores a fazerem avançar a causa de Alá pelo uso da espada é propiciada pelo exemplo de seus sucessores imediatos, conhecidos como califas. Eles seguiram seu intenso fanatismo em empenhar-se em guerras implacáveis de conquista contra cristãos, judeus e pagãos. Num período relativamente curto, reuniram um enorme império. No auge de seu poder, os territórios muçulmanos se estendiam do norte da África e sul da Europa no Ocidente, às fronteiras da moderna Índia e China no Oriente. Seu grito de batalha era: “Diante de vós está o paraíso, e atrás estão a morte e o inferno”.
Na sua maioria, os povos que os muçulmanos conquistaram eram cristãos nominais que se submeteram a sua fé porque haviam perdido a visão da mensagem e missão cristãs. Uma razão destacada é que os líderes eclesiásticos nesse tempo estavam gastando o tempo discutindo furiosamente sobre questões metafísicas como a natureza divina/humana de Cristo, em lugar de inspirarem os cristãos a proclamar o evangelho às nações pagãs. Os primeiros sete concílios ecumênicos realizados entre 325 e 787 A.D. preocuparam-se em maior medida com definições e relacionamento entre os Seres da Divindade. Ruidosos debates foram empreendidos quanto a questões metafísicas que deviam ser aceitas como um mistério. Por perderem sua visão evangelística, muitos cristãos sucumbiram ao Islã, em lugar de levarem aos muçulmanos um conhecimento salvador de Jesus Cristo.
Durante seu primeiro século de expansão, de 632 a 732, os sucessores de Maomé subjugaram o Egito, Palestina, Síria, parte da Turquia (cercaram Constantinopla duas vezes, em 668 e 717), e todos os países do norte da África. Em 711 cruzaram da África para a Espanha e atravessaram os Pirineus penetrando no sul da França. Gabavam-se de que em breve estacionariam seus cavalos na catedral de São Pedro, em Roma. Mas em 732 o estadista franco, Carlos Martel, derrotou-os na Batalha de Tours e impediu o seu progresso no Ocidente.
No Oriente os muçulmanos prosseguiram sem detença. No nono século subjugaram a Pérsia, o Afeganistão, e uma grande parte da Índia. No século décimo terceiro conquistaram os turcos e os mongóis. A Bulgária, Sérvia e partes da Hungria logo se seguiram. Finalmente, em 1453 a cidade de Constantinopla caiu nas mãos dos muçulmanos turcos, que transformaram a magnífica igreja de Santa Sofia numa mesquita onde o Corão é lido em lugar do evangelho. De Constantinopla, os muçulmanos espalharam pânico pela Europa e ameaçaram o Império Germânico até serem finalmente derrotados nos portões de Viena em 1683.
O Declínio do Poder Muçulmano
 
Por essa época teve início o declínio do poder muçulmano com a elevação das nações européias que gradualmente subdividiram e repartiram entre si muito do território muçulmano conhecido como “Império Otomano”. O desenvolvimento de nações européias fortes e de uma América poderosa, combinado com o agressivo movimento missionário dos séculos 19 e 20, criaram sérios problemas para os muçulmanos. O movimento político-religioso islâmico, que pela Idade Média parecia destinado a governar o mundo, tem sido gradualmente humilhado pelos poderes coloniais do Ocidente que dividiram muitos dos territórios muçulmanos entre si. O que deu fim à expansão do Islã não foi a mudança de crenças, mas a força militar européia.
 
O Ódio Que Motiva o Terrorismo
 
A humilhação que os muçulmanos experimentaram nos últimos dois séculos é um fator que contribuiu para a ira que motiva o terrorismo hoje. Em anos recentes os muçulmanos têm sido humilhados não só pelos judeus na Palestina, mas também pelos cristãos sérvios na Bósnia e Kosovo, por ateus ou cristãos russos na Chechênia, e por hindus na Caxemira e Paquistão. É duro para alguns muçulmanos aceitar a vergonha de seu fracasso internacional. Após serem a superpotência por mais de mil anos, crendo que Alá os havia capacitado a eliminar os cristãos, judeus e pagãos, e governar o mundo inteiro, hoje acham-se governados politicamente ou controlados economicamente por nações constituídas maiormente por “infiéis”. Muitos muçulmanos estão irados com a superioridade dos países do Ocidente, especialmente os EUA, porque ainda crêem na superioridade de sua religião e cultura que desejam impor ao resto do mundo.
Em seu livro Jihad in Classical and Modern Islam [A Jihad no Islã Clássico e Moderno] (Princenton, 1996), Rudolf Peters, Professor de Legislação Islâmica da Universidade de Amsterdam, observa: “O ponto crucial da doutrina é a existência de um único estado islâmico, governando a inteira umma [comunidade muçulmana]. É dever da umma expandir o território de seu estado a fim de trazer tantas pessoas quanto possível para debaixo de seu regime. A meta final é expandir o território desse estado a fim de trazer a terra toda sob o domínio do Islã e para extirpar a descrença” (p. 3).
O fato de que a visão expansionista do Islã de trazer o mundo inteira sob sua tutela tem sofrido constantes impedimentos nos últimos dois séculos, especialmente em anos recentes, está inspirando alguns muçulmanos preocupados a cometerem os atos terroristas divulgados pela imprensa diária. O seu alvo é demonstrar que a despeito de seu estado de humilhação, os muçulmanos ainda são capazes de aterrorizar as potências do Ocidente, como os EUA. Este é outro modo de mostrar que Alá ainda os capacita a cumprirem sua missão.
Muçulmanos preocupados desejam punir os EUA por sua suposta política anti-islâmica, atingindo as pessoas em sua “zona de conforto”. Isso sobrecarrega os americanos com bilhões de dólares de despesas para combate ao terrorismo em seu território e no além-mar levando-os a “pagarem mais e brincarem menos”. Também consiste em angustiar os americanos com constante temor de ataques insuspeitos. Mantendo-os sob risco, solapam o seu tradicional senso de segurança. Assim, muitos muçulmanos devotos acreditam que estão obtendo grande vitória para a causa do Islã. Pensam que estão revelando ao mundo que Alá os capacitou a humilhar a nação mais poderosa, os EUA. Para eles isso representa o triunfo do Islã sobre o cristianismo.
A ameaça é incrementada pelo desenvolvimento de armas nucleares, químicas e biológicas de destruição de massa por certos países árabes, como o Iraque, o Irã e a Líbia. Se um estudante do Instituto de Tecnologia de Massachusetts poderia construir uma bomba nuclear em cinco semanas empregando material disponível descritos em literatura de uma boa biblioteca, é concebível que estes e outros países em desenvolvimento poderiam fabricar armas termonucleares. Quando isso ocorrer, mesmo o uso limitado de armas nucleares por países muçulmanos comprometidos com o avanço da causa de Alá por humilhar superpotências ocidentais, poderia degenerar num conflito internacional de maior monta que traria a ruína a todos e vitória a ninguém.
 
É o Islã Uma Religião Amante da Paz?
 
A pesquisa precedente dos ensinos do Corão e das tradições de Maomé (Hadith) concernentes à guerra desfaz a alegação popular de que o Islã seja uma religião amante da paz. Não há qualquer dúvida de que há muitos muçulmanos amantes da paz que condenam o emprego da violência para promover sua fé, mas isso dificilmente pode ser dito quanto aos ensinos do Corão e do Hadith.
Dizer que o Islã é uma religião de paz significa ignorar o exemplo e ensinos de Maomé. Ele combateu todos os pagãos, judeus e cristãos na Arábia Saudita, até subjugá-los, forçando-os a aceitarem o Islã. O que Maomé fez se reflete no que ele ensinava após combater e matar os infiéis: “Quando os meses proibidos passarem, então combatei e matai os pagãos onde quer que os encontreis, e sitiai-os, cercai-os, e mantende-vos à espreita deles em todo estratagema (de guerra). Mas se se arrependerem e estabelecerem orações regulares e praticarem caridade regular [tornarem-se muçulmanos], então dai-lhes passagem” (Surata 9:5).
A alegação de que o Islã é uma religião amante da paz é claramente contradita pelo Corão, que reza como um manifesto terrorista. Não devemos iludir-nos com os discursos de líderes árabes que condenam os atos de terrorismo quando suas populações estão nas ruas numa atmosfera carnavalesca celebrando a carnificina de pessoas inocentes por suicidas portadores de bombas.
A paz verdadeira com os muçulmanos é impossível enquanto crerem no exemplo e ensinos de Maomé. Para o Profeta, a paz só vem com a submissão ao Islã, que é o próprio significado de “Islã”, ou seja, “submissão”. Mas o conceito islâmico de paz como um mundo dominado pelos muçulmanos é, em última análise, um mandato para guerra.
O desafio que defrontamos hoje em buscar estabelecer relações pacíficas com o mundo muçulmano é ajudar nossos amigos muçulmanos a entenderem as falhas fundamentais dos ensinos do Corão com respeito ao emprego da violência para fazer avançar a causa de Alá. Uma religião que advoga o empenho em “guerra santa” (Jihad) para propagar sua fé é um movimento repressor que viola o direito humano fundamental de escolher a quem adorar. Esse direito fundamental é reconhecido e respeitado pelo Deus da revelação bíblica, que diz: “Escolhei hoje a quem sirvais” (Josué 24:15).
 
A VIOLÊNCIA NA BÍBLIA E NO CORÃO
 
Isto nos conduz à  discussão da violência na Bíblia e no Corão. O debate sobre esta questão tem-se intensificado após os eventos de 11 de setembro [dia do ataque terrorista às torres do WTC, em Nova York, e ao Pentágono, em Washington, nos EUA]. Os que desejam exonerar o emprego de violência pelos muçulmanos, estão prontos para assinalar que o cristianismo não é diferente, porque a Bíblia e a história cristã estão repletas de violência. No início citamos Kenneth Woodward que escreveu na Newsweek: “A Bíblia também contem relatos de violência em nome do Senhor. O Deus dos primeiros livros bíblicos é de fato feroz em seu apoio aos guerreiros israelitas, afogando os inimigos no mar” (Newsweek, 11 de fevereiro de 2002, p. 53).
Como podemos responder a esse argumento popular de que a violência no Corão não difere da violência encontrada nas páginas bíblicas? Para ser breve limitarei minha resposta a três considerações principais.
 
1) Os Cristãos Não Têm Justificativa Para o Emprego da Violência em Nome de Cristo
 
É inquestionável que os cristãos valeram-se de violência, tortura e cruzadas militares para destruir “infiéis” e “heréticos”, mas os que cometeram esses atos vergonhosos traíram a Pessoa e ensinos de Cristo. Eles fizeram da igreja cristã numa organização terrorista agindo contra o ensino de Cristo que condenava o uso da violência como meio de estabelecer o Seu Reino. Ele disse a Pedro que cortara a orelha do servo do Sumo Sacerdote, “Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada, à espada perecerão” (Mat. 26:52).
Enquanto Maomé ordenava seus seguidores a combater os pagãos, judeus e cristãos até que fossem mortos ou subjugados, Cristo ensinou Seus discípulos a suportarem a perseguição e a orarem por seus perseguidores. “Bem-aventurados sois quando, por Minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus. . . . Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste” (Mat. 5:11-12, 44,45).
Os muçulmanos que se valem da violência, guerra e terrorismo para propagar a causa de Alá podem legitimamente reivindicar que seguem o exemplo e ensinos de seu profeta, Maomé. Ele foi tanto um líder político quanto religioso que combateu até subjugar as pessoas de Meca e as comunidades cristãs e judaicas que viviam na Arábia Saudita. Ele ensinava: “Sabei que o Paraíso se acha sob as sombras da espada” (4:73 )
Todavia, os cristãos que recorreram à violência para fazer avançar o Reino de Deus não podem apelar aos ensinos ou exemplo de Cristo. Eles traíram a Seus ensinos. Cristo preferiu ser crucificado a matar Seus inimigos com o simples poder de Sua palavra falada. Ele ensinou Seus seguidores a estabelecerem o Reino de Deus, não mediante confrontação física, mas através da proclamação pacífica da graça salvadora de Deus.
O cristianismo pôs o mundo romano de cabeça para baixo durante os três primeiros séculos pelo simples poder da graça de Deus manifesta nas atitudes amoráveis e perdoadoras dos cristãos, que estavam dispostos a sofrer e morrer por sua fé. Por contraste, o Islã conquistou muito do mundo romano durante o primeiro século de sua expansão (632-732) pela matança de incontáveis números de pessoas inocentes e impondo sua fé sobre os sobreviventes. Que diferença! Cristo condenou o uso da violência para promover a fé cristã, enquanto Maomé ordenou o emprego da espada para fazer avançar a causa do Islã.
 
2) O Extermínio dos Cananeus Foi Punição Divina Por Sua Iniqüidade
 
Alguns apelam às passagens encontradas no livro de Josué com respeito ao extermínio de várias tribos que moravam em Canaã, argumentando que a Bíblia não é diferente do Corão ao sancionar uma “guerra santa” para promover o verdadeiro culto a Deus. Se esta alegação for verdadeira, então os ensinos da Bíblia quanto ao uso da violência se assemelhariam aos do Corão.
O problema com esta alegação é a falha em reconhecer que o extermínio das várias tribos que viviam em Canaã era uma punição divina por sua iniqüidade, e não um método de convertê-los à religião de Israel. Pessoas mortas não podem mudar de religião. A exemplo de Sodoma e Gomorra, destruídas por sua pecaminosidade ter atingido os limites da misericórdia divina, também as tribos que habitavam Canaã foram exterminadas em vista de sua pecaminosidade.
Centenas de anos antes da invasão de Canaã, Deus dissera a Abraão que seus descendentes iriam peregrinar numa terra estrangeira por “quatrocentos anos” (Gên. 15:13), antes de poderem estabelecer-se na terra de Canaã. A razão dada para esse período de espera é claramente exposta: “porque não se encheu ainda a medida da iniqüidade dos amorreus “ (Gên. 15:16). Em outras palavras, Deus estava disposto a esperar por várias gerações antes de exterminar as tribos que habitavam Canaã, porque sua iniqüidade não havia ainda alcançado os limites de Sua misericórdia.
Mais tarde Deus advertiu a nação de Israel a ser cuidadosa de modo a não repetir os pecados dos cananeus, doutro modo sofreriam punição semelhante. A advertência foi em vão. Finalmente, Deus empregou os assírios e babilônios como instrumentalidades de Sua justiça para punir o povo de Israel por sua pecaminosidade, do mesmo modo que empregou Israel como instrumentalidade de Sua justiça para expurgar a terra de Canaã de sua pecaminosidade.
Ocorre uma dramática diferença entre o relato do extermínio dos cananeus e os eventos dos primeiros tempos da história islâmica. O tema primário no relato bíblico é o da santidade de Deus manifestada na punição de pecadores impenitentes. Este tema está ausente dos primeiros episódios de ataque e guerras de Maomé. Em vez disso, a motivação primária que encontramos constantemente nos relatos das guerra maometanas é a expansão do regime islâmico por destruir e saquear os inimigos.
 

3) A Bíblia Não Impõe o Uso da Guerra Para Promover a Adoração ao Verdadeiro Deus
 
Outro importante ponto a considerar é que em parte alguma o Velho ou Novo Testamento ordena que o povo de Deus ataque nações pagãs, seja em defesa própria ou como meio de promover a verdadeira adoração a Deus. A proclamação de salvação na Bíblia é sempre por testemunho e persuasão.
Deus colocou Israel na terra de Canaã dada a sua localização estratégica na encruzilhada do mundo antigo. Os israelitas deviam ser a vitrina de Deus para o mundo antigo, especialmente aos mercadores e exércitos que cruzassem a Palestina. Essa chamada “Estrada Real” era uma rota “interestadual” obrigatória para pessoas que viajavam de sul ao norte ou de norte ao sul do Oriente Médio. Deus desejava estabelecer o Seu povo no eixo do mundo antigo para que ali fosse a luz às nações. “O Senhor te constituirá para si em povo santo, como te tem jurado, quando guardares os mandamentos do Senhor teu Deus, e andares nos seus caminhos. E todos os povos da terra verão que és chamado pelo nome do Senhor, e terão medo de ti” (Deut.  28:9-10).
Os israelitas foram chamados a promover a verdadeira adoração a Deus, não por conquistar nações mediante luta armada, como incentivada no Corão, mas por ser uma luz brilhando para o mundo. “Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor nasce sobre ti. . . . As nações se encaminham para a tua luz, e os reis para o resplendor que te nasceu” (Isa. 60:1, 2). Não houve necessidade para os israelitas de promover sua fé pela espada, porque Deus prometeu lutar por eles e trazer as nações às suas portas a fim de aprenderem sobre a verdadeira adoração a Deus (Zac. 8:20-22).
A previsão do Velho Testamento da proclamação da salvação a todas as nações, torna-se no Novo Testamento a grande comissão de Cristo a Seus seguidores: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações” (Mat. 28:19). Esta grande comissão deve ser cumprida, não pelo uso da espada, mas “ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado” (Mat. 28:20).
 
O Islã É Uma Religião Violenta
 
Uma comparação entre os ensinos do Corão e os da Bíblia sobre o uso da violência mostra a diferença fundamental que existe entre o Islã e o cristianismo. Descobrimos que o Islã é uma religião violenta porque o Corão ensina a guerra santa (Jihad) para forçar as pessoas a submeterem-se a seu sistema religioso/político. Uma religião que recorre à violência para forçar seus ensinos sobre outros dificilmente pode ser chamada uma “religião”, porque uma verdadeira religião pressupõe reverência por Deus e respeito pelos semelhantes. Seria mais apropriado rotular as religiões violentas como “organizações terroristas”.
A designação de “organização terrorista” aplica-se não somente ao Islã, mas também a igrejas cristãs que se tornaram violentas durante certos períodos da história. Por exemplo, durante a Idade Média a Igreja Católica tornou-se uma formidável “organização terrorista” que organizava cruzadas para exterminar muçulmanos, judeus e os assim chamados “heréticos”. A Igreja Católica aterrorizava pessoas na Europa Ocidental, especialmente através da Inquisição. Esta última era um tribunal ambulante que ia de cidade em cidade à busca de “heréticos” para interrogá-los, torturá-los e executá-los caso não abandonassem suas crenças.
Recentemente o papa desculpou-se pelas indizíveis atrocidades cometidas pela Igreja Católica quando se tornou uma organização terrorista comprometida em subjugar muçulmanos, judeus, dissidentes religiosos, cristãos ortodoxos gregos. Apenas desejaríamos que os líderes religiosos muçulmanos seguissem o exemplo do papa por desculpar-se pelos incontáveis números de pessoas inocentes que massacraram durante seu milênio de expansão territorial. Se realmente crêem que o Islã é uma religião amante da paz, então têm uma obrigação moral de revelar seu profundo sofrimento na matança de milhões de pessoas inocentes que recusaram submeter-se à fé e domínio muçulmanos. Também deviam desculpar-se pelos atos terroristas diários cometidos por muçulmanos suicidas, portadores de bombas. Deviam condenar esses atos de violência como uma traição ao Islã. Mas isso é impensável porque não há indicação de que tais pedidos de desculpas e condenações procedam de líderes religiosos islâmicos.
Hoje, 28 de maio de 2002, uma repórter da rede Fox de TV declarou que durante os longos meses que passou no Oriente Médio, cobrindo noticiário dos suicidas portadores de bombas, nunca ouviu um líder religioso muçulmano condenar a matança de pessoas inocentes por esses terroristas. Ela achava difícil de entender por que esses líderes religiosos muçulmanos não se manifestavam, especialmente quando esses suicidas chegavam a matar mães que empurravam carrinhos com seus bebês pela rua.
Por que os líderes muçulmanos mantêm-se silentes? Simplesmente porque acreditam que esses suicidas das bombas são “mártires” que estão agindo de acordo com o exemplo e ensinos de seu profeta, Maomé. Afinal de contas, ele apelou a seus seguidores para lutarem e matarem “os pagãos, onde quer que se encontrem” e para dominá-los, cercá-los e espreitá-los “em todo estratagema (de guerra)” (Surata 9:5).
Maomé praticava o que pregava. Ele empreendeu guerra contra os inimigos tão logo conseguiu consolidar o seu poder em Medina. Usava a espada para forçar as pessoas a aceitarem seu sistema político e religioso. Para ele, lutar era um meio de praticar sua religião. Assim declarou sua convicção: “Minha vida está sob a sombra de minha lança, e aquele que desobedece minhas ordens será humilhado por pagar Jizya [tributo]” (Hadith 4:162b). Uma religião que se vale da violência para promover suas crenças e práticas dificilmente pode ser considerada uma religião amante da paz.
 
 
 
O Cristianismo É Uma Religião Amante da Paz
 
Por contraste, o cristianismo é uma religião amante da paz porque é assim inspirada por seu fundador, Jesus Cristo, que não forçava as pessoas a se submeterem a nada. Ele apelava às pessoas a voluntariamente aceitarem as boas novas de Sua morte substitucionária pelo pecador penitente e o poder de Sua graça transformadora. Ele ensinava Seus seguidores: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mat. 5:44-45).
Cristo é com justiça chamado “O PRÍNCIPE DA PAZ” (Isa. 9:6) porque nos oferece PAZ COM DEUS por carregar sobre Si a penalidade por nossos pecados, PAZ COM NÓS MESMOS por nos oferecer o poder para vencer o pecado em nossa vida, e PAZ COM AS PESSOAS por nos conceder a capacidade de amar mesmo aqueles a quem odiamos.
Por ocasião do nascimento de Jesus os anjos cantaram: “Glória a Deus nas maiores alturas e PAZ na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Luc. 2:14). Trinta e três anos depois, enquanto morria, Ele orou por aqueles que zombaram Dele e O crucificaram: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem” (Luc. 23:34). E a todos quantos confiam Nele e aceitam Sua graciosa provisão de salvação, Cristo promete: “A MINHA PAZ vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14:27).
A paz que Cristo oferece não é territorial, mas interior. Conquista-se, não por tornar o mundo todo muçulmano por meio de expansão territorial, mas por experimentar a serena garantia do divino perdão, proteção e salvação. É uma paz interior que nos capacita a viver num mundo de perturbação sem que nossos corações sejam dominados pelo temor.  Por fim, esta é a paz que pode ajudar os muçulmanos a viverem em paz com Deus, consigo próprios e com as demais pessoas.
 
UMA RESPOSTA CRISTÃ AO ISLÃ
 
Que contribuições podem os cristãos fazer visando a uma solução da ameaça de terrorismo patrocinada pelas organizações muçulmanas? É ingênuo pensar que qualquer pessoa possa oferecer uma solução mágica ao complexo conflito entre o Islã e o cristianismo que se tem arrastado por 14 séculos. O máximo que podemos conseguir é iniciar um processo de pensamento que conduza a uma solução. Com isto em mente estou submetendo três sugestões:
 
1) Os Cristãos Precisam Compreender a Raiz do Terrorismo
 
Para resolver o problema do terrorismo, que está causando um temor paralisante na sociedade americana e muitos países ocidentais, além de custar bilhões de dólares à comunidade internacional de nações, é vitalmente importante compreender que a raiz do terrorismo muçulmano é teológico, não meramente político ou territorial. Com isto quero dizer que os atos de terrorismo que estamos testemunhando diariamente inspiram-se não meramente no desejo de conseguir um maior quinhão de terras controladas por Israel, mas no claro ensino do Corão de “combater e matar” os infiéis até que o mundo inteiro esteja sob a tutela do Islã.
Tenham em mente que 99.9 por cento das terras do Oriente Médio são controladas por muçulmanos hoje. Somente um décimo de um por cento é controlado por Israel. Os muçulmanos, cuja pátria original é a Arábia Saudita, têm tido êxito ao longo dos séculos em sistematicamente submeter todos os países do Oriente Médio por praticamente desarraigar todos os cristãos e judeus que ali viviam.
O que isso significa é que os árabes não estão satisfeitos com 99.9 por cento das terras do Oriente Médio que ocuparam. Estão lutando por um décimo de um por cento da porção de terras sob o controle de Israel. Concessões territoriais da parte de Israel produzirão uma paz duradoura? Absolutamente não, mesmo que os palestinos recebessem todas as terras que reivindicam serem suas! Por quê? Simplesmente porque a história nos ensina que não importa quanto território os muçulmanos conquistem, eles desejam mais. O que tem sido verdadeiro no passado é ainda verdade hoje. Eles desejam toda a terra de Israel.
Estarei sugerindo que a Palestina não pertença aos palestinos? Não resta dúvida que os palestinos têm direito a um lar na Palestina, mas eles dificilmente podem reivindicar que historicamente a Palestina tem sido a sua pátria, governada por palestinos, com uma distinta cultura e língua palestinas. O fato é que os palestinos são árabes que ocuparam o que nos tempos bíblicos era conhecido como terra de Canaã. Eles são indistintos dos jordanianos, sírios, sauditas, libaneses, iraquianos, etc.
Antes da guerra árabe-israelense de 1967, não havia qualquer movimento sério para uma pátria palestina. Os territórios que Israel capturou durante a Guerra dos Seis Dias não pertenciam a Yasser Arafat ou às autoridades palestinas, mas ao Rei Hussein, da Jordânia. Foi somente após Israel vencer a guerra que esses árabes descobriram sua identidade nacional como palestinos.
A verdade é que o termo “palestino” foi cunhado, não por árabes nativos para designarem sua terra natal, mas pelos romanos após terem capturado a Judéia em 70 AD. Depois de cometerem genocídio contra os judeus e demolirem o Templo, os romanos decidiram que a Judéia não mais existiria como terra dos judeus. Para adicionar insulto à  injúria, alteraram o nome de Judéia para Palestina, um nome derivado dos filisteus—povo tribal que vivia na região costeira meridional, conquistada pelos judeus ao tempo de Davi.
 
A Palestina Como Um Estado Nunca Existiu
 
O que isso significa é que a Palestina como um estado, com sua própria língua e cultura, nunca existiu. O seu território foi alternadamente governado por romanos, islamitas e cruzados cristãos, e o Império Otomano brevemente pelos britânicos após a I Guerra Mundial. Os britânicos concordaram em restaurar parte da terra para o povo judeu como sua pátria.
De uma perspectiva histórica, os judeus têm um direito de 4.000 anos à Palestina. É a terra de suas raízes religiosas, étnicas e históricas. O fato de que no passado foram expulsos de sua pátria pelos romanos, cristãos e muçulmanos não significa que devam ser expulsos de sua pátria novamente hoje! Afinal de contas, eles não têm outra terra que possam reclamar legitimamente como sua pátria.
Este não é o caso dos palestinos. De uma perspectiva histórica, podem legitimamente reivindicar vários países árabes como pátria, pois é onde se encontram suas raízes religiosas, culturais, étnicas e lingüísticas. Alguns tentam demonstrar as raízes muçulmanas da Palestina apelando à Mesquita de Al Aqsa e ao Domo da Rocha, em Jerusalém, popularmente considerado o terceiro sítio mais sagrado do Islã. Em minhas leituras nada encontrei no Corão sobre Jerusalém. Ali são mencionados Meca e Medina inúmeras vezes, mas nunca menciona Jerusalém. De fato, não há evidências históricas para sugerir que Maomé jamais haja visitado Jerusalém.
Como Jerusalém se tornou o terceiro sítio mais sagrado do Islã? Em grande medida em resultado de uma interpretação gratuita de vaga passagem encontrada no décimo sétimo capítulo (surata) do Corão, intitulada, “A Jornada da Noite”. Relata que, num sonho, Maomé foi transportado à noite “do templo sagrado ao templo que é o mais remoto, cujo recinto temos abençoado, para que pudéssemos mostrar-lhe nossos sinais. . . .”
No sétimo século, alguns mulçumanos identificaram o “templo que é o mais remoto” como sendo a Mesquita em Jerusalém. É difícil crer que Maomé teria sido transportado num sonho até a Mesquita em Jerusalém que ainda nem existia ao tempo de sua morte em 632 A.D. Em contraste com isso, os judeus podem traçar suas raízes em Jerusalém remontando aos dias de Abraão (Gên. 14:18). Recentemente líderes árabes reuniram-se em Beirute para achar uma solução ao conflito entre Israel e palestinos. Eles adotaram a proposta do príncipe saudita Abdula para persuadir Israel a devolver certos territórios aos palestinos em troca de ser garantido ao Estado de Israel o direito de existir.
 
Por que os Líderes Árabes Não Concedem Alguma Terra aos Palestinos?
 
O que eu acho difícil de entender é por que esses líderes árabes que controlam 99.9 por cento do vasto território do Oriente Médio e têm incríveis recursos econômicos procedentes das exportações de petróleo ao Ocidente não abrem as portas de seus países para a população palestina relativamente pequena, de somente 2.900.000 pessoas, segundo o censo de 1997? Afinal de contas, os palestinos são seus próprios irmãos árabes.
Por que os líderes árabes preferem financiar campos de refugiados na Margem Ocidental em vez de convidar os palestinos, seus irmãos de sangue, para se estabelecer em seus países? Por que os países árabes não seguem o exemplo dos EUA que concedeu asilo político a perseguidos de todas as raças e credos, inclusive árabes? Por que os líderes árabes estão mais interessados em tirar alguma terra de Israel—país extremamente pequeno—do que fornecer uma parcela de suas próprias terras a seus irmãos palestinos muçulmanos?
Creio que a resposta deve ser encontrada no chamamento do Corão para “combater e matar” os infiéis até que todos estejam sob a tutela do Islã. Para os líderes árabes, oferecer asilo aos irmãos palestinos significaria deter o permanente conflito com Israel—um inimigo do Islã que deve ser expulso da terra no final. Ao alimentar o presente conflito, especialmente com subsídios financeiros às famílias dos terroristas suicidas, esperam atingir seus objetivos. Logo, o que está em jogo não é mais terra para os palestinos, mas o controle total do Oriente.
Alguns podem julgar que eu não esteja sendo justo com os muçulmanos. Permitam-me repetir que a questão não é o povo muçulmano como tal, na sua maioria composto de pessoas amantes da paz às quais eu amo e respeito. Antes, a questão são os ensinos do Corão que apelam à supressão e extermínio daqueles que praticam uma religião diferente. Esta é a raiz do problema que carece de ser enfrentado pelos cristãos e pela comunidade internacional de nações.
Os suicidas portadores de bombas inspiram-se nos ensinos do Corão. Os líderes religiosos muçulmanos doutrinam os jovens árabes de ambos os sexos a se tornarem mártires por matar os inimigos do Islã. É-lhes dito que o Corão lhes garante o perdão dos pecados e admissão aos prazeres do Paraíso. Tal ensino, chocantemente  imoral e insensato leva jovens muçulmanos a ansiarem tornar-se suicidas com bombas explosivas. Por matarem inimigos do Islã, seja nas Torres Gêmeas de Nova York ou nos shopping centers de Israel, eles são imortalizados como mártires pela causa do Islã, supostamente adquirindo ingresso aos prazeres do Paraíso.
 
2) Os Cristãos Têm Que Expor a Imoralidade do Ensino do Corão Sobre o Uso da Violência
 
        Para tratar com a raiz do problema do terror muçulmano, é imperativo embarcar num programa educacional mundial destinado a expor a imoralidade dos ensinos do Corão que estimulam a supressão e extermínio daqueles que praticam uma religião diferente.
A estratégia de expor a imoralidade dos ensinos do Corão quanto ao uso da violência para fazer avançar a causa do Islã pode não ser politicamente correta. Pode alienar muçulmanos moderados que vivam nos EUA e outros países. Mas estou persuadido de que a verdade que “machuca” é melhor do que a mentira que “suaviza”.
Para minimizar uma reação negativa é importante distinguir entre os ensinos do Corão a respeito do extermínio dos “infiéis”, e o povo muçulmano que ignora ou abertamente rejeita tais ensinos. O mesmo princípio se aplica a qualquer religião. Por exemplo a maioria dos católicos ficaria chocada em ler o que Tomás de Aquino, o teólogo católico mais influente, ensina na Summa Theologica quanto ao extermínio dos “heréticos”. Escreveu ele: “Com respeito aos heréticos, dois pontos devem ser observados: um, o seu lado, o outro, o lado da Igreja. De seu próprio lado, ocorre um pecado, pelo qual eles merecem não só serem separados da Igreja pela excomunhão, mas também serem apartados do mundo pela morte. Pois é um questão muito mais séria corromper a fé que aquece a alma, do que forjar dinheiro, que dá suporte à vida temporal. Portanto, se os falsificadores de dinheiro e outros malfeitores são por isso condenados à morte pela autoridade secular, muito maior razão há para os heréticos, tão logo sejam convencidos de heresia, serem não só excomungados, mas mesmo postos à morte “ (Questão 11, Artigo 3).
Esse ensino católico fundamental de que os “heréticos”, se não se retratarem, devem não só ser excomungados, mas também exterminados, se acham em numerosos documentos da Inquisição. Quando a imoralidade de tais ensinos é exposta, a maioria dos católicos os rejeita abertamente, preferindo, em vez disso, aceitar os ensinos do Evangelho quando diz: “Amai vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”.
O que é verdadeiro para os católicos o será também para os muçulmanos. Precisamos ajudar nossos amigos muçulmanos a entender que os ensinos do Corão quanto ao uso da violência para fazer avançar a causa do Islã são imorais e devem ser condenados por todas as pessoas amantes da paz. Precisamos ajudá-los a compreender que a espada por si mesma nunca traz paz ao mundo. Acima de tudo, precisamos ajudá-los a descobrir a beleza e poder da mensagem do Evangelho—que é uma mensagem de amor e perdão, uma mensagem de paz mediante a transformação interior, antes que através da supressão exterior dos inimigos e da expansão territorial.
 
3) Os Cristãos Precisam Envolver-se em Dar Assistência aos Muçulmanos Necessitados
 
Expor a imoralidade dos ensinos do Corão quanto ao uso da violência não é suficiente. As ações falam mais alto do que as palavras. As organizações de assistência cristãs precisam fazer-se ativamente envolvidas em aliviar a dor e sofrimento dos muçulmanos que vivem em condições desesperadoras.
Centros de assistência cristãos precisam ser estabelecidos onde muçulmanos estão sofrendo hoje. Os muçulmanos precisam ver amor cristão em ação. Isso deve ocorrer não só nos campos de refugiados palestinos, mas também no Afeganistão—um país que foi devastado por 22 anos de lutas, três anos de fome e cinco anos de governo sob o Talibã. A assistência cristã ao Afeganistão não pode parar com o fim das operações militares. A presença de dedicados médicos, enfermeiras, assistentes sociais, professores e técnicos cristãos envolvidos em programas de desenvolvimento pode fazer grande progresso em dar credibilidade ao testemunho cristão.
Por fim, o exemplo mais vigoroso da diferença entre os ensinos do Corão e o da Bíblia quanto ao uso da violência é o serviço altruísta e compassivo oferecido por dedicados cristãos, mesmo a terroristas muçulmanos. A manifestação de amor cristão em ação, tem o potencial de mudar o mundo muçulmano hoje como mudou o mundo romano vinte séculos atrás.
 
Adendo:
 
Os não-muçulmanos são impuros. Eles não têm permissão de aproximar-se de Meca e da Mesquita Sagrada. “Ó vos que credes! Verdadeiramente os pagãos ‘Mushrekeen’ [não-muçulmanos] são imundos; então não os permitais . . . aproximarem-se da Mesquita Sagrada. . . ” (Surata 9:28). Hoje nenhum cristão pode visitar Meca. A Arábia Saudita construiu uma estrada em torno de Meca para que os cristãos que tenham que passar por ali rumo a outros lugares contornem Meca. Osama Bin Laden começou sua guerra contra os EUA por causa dos descrentes [cristãos] que foram para a Arábia Saudita, assim contaminando a santa terra do profeta Maomé. – Pr. Dr. Saleem Almahdy (pastor evangélico egípcio, em artigo de The Voice of the Martyrs, maio de 2002.
 
 
 
Reflexão Adicional:
 
Uns anos atrás, a imprensa mundial noticiou que o primeiro ministro da Itália fazia visita oficial à Arábia Saudita com um grupo de auxiliares. No domingo ele planejou ter uma missa com sua equipe, possivelmente celebrada por algum sacerdote que participava de sua comitiva. Contudo, as autoridades sauditas lhe comunicaram que isso seria inviável pois a lei do país proibia celebrações religiosas de outras fés no território saudita.
Ao sabermos disso, descobrimos a homepage do governo da Arábia Saudita e enviamos uma mensagem de protesto, lembrando que aquela nação integrava a Organização das Nações Unidas, para o que devia ter assinado a Declaração Universal dos Direitos Humanos promovida por tal entidade internacional, onde o princípio de liberdade religiosa, que inclui o direito de qualquer um crer como lhe convier, mudar de religião ou não professar religião, é a todos assegurado.
Talvez outra sugestão em vista dos confrontos ideológicos com a comunidade muçulmana mundial seria todas as nações democráticas que prezam esses direitos unirem-se para pressionar os líderes políticos muçulmanos a atentarem aos dizeres desse importante documento, indiscutível conquista da sociedade humana, revelando a hipocrisia dessa atitude de proibir com severidade práticas e pregação religiosa de outras fés em seus territórios, enquanto desfrutam ampla liberdade de culto, de edificar suas mesquitas e divulgarem suas convicções nesses países—como se dá no Brasil, EUA, Itália, etc.   Isso conseguem graças a que nelas há respeito aos direitos afirmados pelo mesmo documento que seus representantes assinaram formalmente para poderem fazer parte da importante corporação internacional. – Prof. Azenilto G. Brito
 
Artigos Relacionados:
 
O ISLAMISMO E O MUNDO OCIDENTAL – Prof. Azenilto G. Brito, 3 págs.
 
     A partir de Maomé, com seu punhado de seguidores iniciais, o islamismo alcançou um total de adeptos que ultrapassa os 800 milhões. Distribuídos especialmente pela Ásia, África e Oriente Médio, os líderes do Islã, financiados pelos exportadores de petróleo, falam de conquistar o mundo para sua fé.
 
REFLEXÕES SOBRE TERRORISMO E TOLERÂNCIA – Com a Matéria “A Real Agenda Do Islã—Guerra Entre as Civilizações  -- Estudos do Dr. Samuele Bacchiocchi e outros especialistas, 15 páginas.
 

Para obtê-las gratuitamente basta dirigir o seu pedido ao endereço:  azenilto@yahoo.com.br
 
 

01. Mate um descrente--garantia do céu. . . . (13/01/05)
Olá, amigos da comunidade de internautas cristãos

Graça e paz
Você sabia que a religião muçulmana é a que mais cresce per capita nos EUA, especialmente entre minorias étnicas? E tudo isso a despeito de toda propaganda quanto a terrorismo, os acontecimentos de 11 de setembro de 2001, em Nova York e Washington, e tudo o mais!
Vejam o breve artigo abaixo que merece séria reflexão: 
Alá ou Jesus?
 
Por Rick Mathes 
 
      No mês passado assisti a minha seção anual de treinamento que é requerido para manter minha licença para atuação nas prisões. Durante essa seção de treinamento houve uma apresentação por três oradores que representavam respectivamente a Igreja Católica, o Protestantismo e o Islã. Cada um apresentou as características de sua fé e sistema de crença. Eu estava particularmente interessado em saber o que o Imã muçulmano tinha a dizer. Ele fez uma apresentação impressionante sobre os pontos básicos da fé islâmica, com recurso de vídeo e tudo.
 
     Após as apresentações, foi dado tempo para perguntas e respostas. Quando chegou minha vez eu dirigi minha pergunta ao Imã e indaguei: “Por favor, corrija-me se eu estiver errado, mas entendo que a maioria dos imãs e clérigos do Islã têm declarado uma santa jihad [guerra santa] contra os infiéis do mundo. E que, por matar um infiel, que é uma ordem para todos os muçulmanos, têm assegurado um lugar no céu. Se este for o caso, pode dar-me a definição de que seria um ‘infiel’?
 
      Não houve discordância com as minhas declarações e, sem hesitação, ele respondeu: “Os não-crentes!”
 
      Eu respondi: “Então, vamos deixar as coisas claras--todos os seguidores de Alá receberam ordem de matar a todos que não sejam de sua fé a fim de irem para o céu. É isso correto?
 
      A expressão em sua face mudou de autoridade e comando para a de um garotinho que acabou de ser pego com a mão na jarra de biscoitos. Ele respondeu muito sem graça, “Sim”.
 
      Então, eu declarei: “Bem, senhor, tenho um problema real tentando imaginar o Papa João Paulo ordenando que todos os católicos matem aqueles que pertencem ao islã, ou o Dr. Stantley ordenando que os protestantes façam o mesmo a fim de irem para o céu!”
 
      O Imã ficou sem fala.
 
      Prossegui: “Também tenho um problema para ser seu amigo quando o senhor e seus irmãos do clero islâmico estão dizendo a seus seguidores para me matarem. Permita-me uma pergunta adicional: Preferiria ter o seu Alá que lhe diz para matar-me a fim de ir para o céu, ou o meu Jesus que me diz para amá-lo porque vou para o céu e Ele deseja que esteja lá comigo?”
 
      Podia-se ouvir um alfinete caindo ao chão, enquanto o Imã abaixava a cabeça envergonhado.
 
      É desnecessário dizer que os organizadores e/ou promotores do seminário de treinamento em ‘Diversificação’ não ficaram felizes com a forma como Rick tratou com o Imã islâmico expondo a verdade sobre as crenças muçulmanas.
 
      Creio que todos nos EUA deviam ler isto, mas com o sistema de justiça liberal, imprensa liberal e a ACLU [American Civil Liberty Union] não há meio de que isto seja amplamente divulgado. Por favor, passe isso adiante em todos os seus contatos por e-mail.
 
      Este é um relato verdadeiro e o autor, Rick Mathes, é um bem-conhecido líder de ministério em prisões nos EUA.
 
Texto de Paul W. Stetzel
 
Eis algumas matérias adicionais que disponibilizamos gratuitamente a quem se interessar em aprofundar-se nessas questões.
 
* O ISLAMISMO E O MUNDO OCIDENTAL – Prof. Azenilto G. Brito, 3 págs. 
     A partir de Maomé, com seu punhado de seguidores iniciais, o islamismo alcançou um total de adeptos que ultrapassa os 800 milhões. Distribuídos especialmente pela Ásia, África e Oriente Médio, os líderes do Islã, financiados pelos exportadores de petróleo, falam de conquistar o mundo para sua fé.
 
* REFLEXÕES SOBRE TERRORISMO E TOLERÂNCIA – Estudos do Dr. Samuele Bacchiocchi e outros especialistas, 15 páginas.   
      Com a Matéria “A Real Agenda Do Islã—Guerra Entre as Civilizações”. 
 
* COMPREENDENDO A FÉ MULÇUMANA:
        Saiba quais são Quatro Estágios de Desenvolvimento da Militância Islâmica, o conceito de jihad, a violência no Islã e na Bíblia, etc. 
         Basta confirmar o interesse que as matérias indicadas lhe serão remetidas como anexo de um e-mail de resposta.
 Abraços e feliz fim de semana para todos
Prof Azenilto G. Brito
e Clélia R. Scopelite Brito
Ministerio Sola Scriptura
Bessemer, Ala., EUA
( Muito nos edificaria receber vossos estudos irmão Azenilto ... e assim disponibilizá-los em nosso Portal . Yro )

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