http://www.uniaonet.com/mhorizdbotelho.htm
Pr. David Botelho _
Missão Horizontes
www.mhorizontes.org.br
(Textos e Mensagens )
. Yrorrito para David Botelho : December 22,
2003 3:51 . . .Amém Pastor David , aproveito a oportunidade para saber
se já estás a preparar o manifesto de 2004 . . . Amém Pastor David ,
aproveito a oportunidade para saber se já estás a preparar o manifesto
de 2004 . . . bem como solicitar o mesmo ao Pr.Luis Soares do Comin,
Disponibilizar como , servos de Deus que atuam de forma tão intensa
na realização da vontade de Deus , sentiram o ano de 2003 é uma visão
que ajudará em muito a nossa edificação .
Querido Ainda não trabalhei nisto, mas estou escrevendo um novo livro:
Igreja Modelo - Uma idéia Revolucionária. Tem como modelo a idéia de
cada 50 crentes sustentando um missionário. Tive o prazer de Receber
o Luis em minha casa. Ele é fantástico. Eu o admiro muito. Louvo a Deus
pelo seu site. Deus te conduza neste 2004. David
A Grande Omissão - (David Botelho - Missão Horizontes) 04/04/2003
Ser transparente ou abrir o coração implica em muitas vezes nos expormos
para críticas, que na maioria das vezes não são construtivas, mas a
convicção nos leva a nos expormos, portanto queremos abrir o coração...
Deus tem falado ao nosso coração, será que é coração? Mente? Entendimento?
Ou fígado como é pensado em outras culturas? Devido ser um técnico,
um pouco racional, prático e criterioso, tenho dificuldades de me expressar
para as pessoas em geral e vou tentar dizer o que o Senhor está falando
ao coração, mas expressando de forma matemática... Entendo que hoje
a missão a qual estamos comprometidos está 10 vezes mais preparada do
que há 5 anos atrás, isto é, imaginando que estivéssemos no ponto referencial
‘0’ e que passamos pelos pontos 0,1 – 0,2 – 0,3 – 0,4 – 0,5 ... e chegamos
ao ponto ‘1’, mas é como se Ele estivesse nos dizendo que deveríamos
preparar nossas mentes para 100 vezes mais do que o ponto onde estamos,
mas quais são as implicações de tudo isto? Realmente crescemos muito
nestes últimos 5 anos, isto é, em todas as áreas, tais como: mental,
emocional, sentimental, visão, numérica, financeira, estrutural, pessoal,
administrativa, intelectual, liderança, comunicação, conhecimento, treinamento,
unidade, fibra, perseverança, etc., mas tentar esticar tudo isto ou
multiplicar isto por 100 em cada área é inimaginável. Nós somente chegaremos
onde a nossa fé alcança, pensando nisto nos lembramos do texto de II
Rs. 13. 14 a 19 onde fala do profeta Eliseu e do rei Jeoás que ao visitá-lo
recebeu a palavra de que abrisse a Janela do Oriente onde estava o maior
desafio do povo de Israel e parece que estamos vendo o mesmo paralelo
em nossos dias quando olhamos para a Janela do Oriente ou Janela 10-40
do mundo muçulmano árabe. Disse-lhe também Eliseu para que pegasse o
arco e as famosas “flechas do livramento do Senhor” que seriam as flechas
de livramento contra os siros, ele tinha o local determinado e vitória
total decretada pelo Senhor para os consumir e recebeu a ordem de pegá-las
e simbolicamente ferir a terra e ele o fez, somente foram 3 vezes e
isto causou indignação ao moribundo profeta, pois ele poderia ter feito
isto 5 ou 6 vezes e que neste número seria o final do inimigo do povo
de Israel, portanto era somente o dobro do que havia feito e não fez,
mas pensar em 100 vezes é algo estonteante! Cremos piamente que o maior
problema deste novo milênio é o pecado de incredulidade que levou toda
uma geração de uma nação a ser exterminada, mesmo tendo um líder do
calibre de Moisés que não conseguiu dissuadi-los, pois haviam sido influenciados
negativamente pelos 10 espias que deram um mau relatório, mesmo tendo
2 que trouxeram uma palavra alentadora. O mais incrível é que a incredulidade
limita até o poder de Deus, pois o próprio Jesus não pôde fazer muitos
milagres na cidade de Nazaré por causa do espírito de incredulidade
que dominava aquela cidade. Que tristeza! Precisamos estar abertos para
coisas novas do Senhor, Ele é criativo e suas coisas são novas a cada
dia. As lutas nos fazem mais sensíveis e se soubermos superá-las nos
tornamos mais fortes mentalmente; temos que nos preparar para grandes
desafios, pois conduzir o povo de Israel pelo deserto não era tarefa
fácil. Imagine entregar tal tarefa a um presidente do ocidente e lhe
dissesse para levar 3 milhões pelo deserto e dissesse que seria durante
40 anos. Imagine que ele iria dizer que não teria 1.000 hipermercados
para suprir todo o povo, quantos milhões de litros de água seriam necessários,
roupas, etc.. Moisés só teve 5 escusas, mas quantas seriam para os mandatários
ocidentais? O Senhor nos entregou a tarefa de fazer discípulos de todos
os povos e desde que a recebemos já passaram 2 milênios e muita terra
há para conquistar. O Desafio: - Há 24.000 povos no mundo e ainda faltam
8.000 para serem alcançados. - Há 6.287 línguas no mundo e 4.500 delas
não têm nada da Bíblia. - 85.000 morrem a cada dia sem nunca terem ouvido
nada de Cristo. O que temos: - A 3ª maior igreja do mundo que precisa
de 100.000 crentes para sustentar um missionário dentro da Janela 10-40
e que investe em média R$ 1,30 por pessoa por ano para missões transculturais.
Isto é inadmissível e vergonhoso e algo tem que ser feito para mudar
este quadro. Creio que estamos cometendo o mesmo pecado que os filhos
de Israel cometeram nos tempos de Josué, pois 7 tribos foram negligentes
em possuir a terra, isto quando Deus já havia dado a terra, conforme
Js. 18:2 e 3. Creio que podemos chamar este pecado de Grande Omissão,
conforme Tg. 4:17. A apatia, conformismo e a indiferença moderna, são
os maiores desafios dos dias hodiernos e tudo isto está dentro de nossas
igrejas, mas não nos podemos conformar com este mundo, mas renovar as
nossas mentes, conforme Rm. 12:1 e 2. Ainda não consigo entender e muitos
menos aceitar o que Oswald Smith, que pastoreava uma igreja que tinha
mais de 800 missionários e que escreveu muitos livros impactantes, tais
como: Paixão pelas Almas, Evangelizemos o Mundo, Clamor do Mundo, etc.,
afirmou, por experiência e muita coragem, a frase mais triste e chocante
para mim como pastor, que é: “O primeiro e maior obstáculo para missões
são os pastores...” Isto quando deveriam ser os mesmos a ter a incumbência
de descobrir vocacionados, orientá-los, treiná-los, enviá-los aos campos
não alcançados e sustentá-los dignamente, mas na prática são os que
se opõem a tudo isso. Falar em mudanças é fácil, mas na prática a coisa
é bem outra, falar em mudar o outro é uma coisa, mas quando o Senhor
fala para que nós mudemos é bem outra. Creio que precisamos nos preparar
mentalmente para mudanças em nós. O que o Senhor está falando é que
nossa comunidade se prepare para mudanças em nós e que Ele fará o resto.
Isto implica em uma melhor administração, maior unidade, melhor preparação
para receber as pessoas, maior visão, maior dedicação, mente preparada
para o sofrimento, menos sensível emocionalmente com as críticas, mais
perseverança nas provas, lutas, dificuldades, etc., uma unidade mais
forte entre nós, ser mais abertos para ouvir a voz de Deus e mudarmos
o curso da história, ter uma visão clara de ministério para nós e nossa
organização e não invejar o que é bom dos outros, estarmos prontos a
sacrificar nossos anelos, sonhos, visões em bem da equipe e pela expansão
do Reino na face da terra, não gastar recursos, tempo, talentos em vão,
aprendermos a ser pacientes com todos e vermos o melhor para o próximo,
amar o próximo, etc.. Como é difícil, mas é isto que o Senhor está pedindo...
Mudamos muito, tais como fazer um seminário diferente de que o segundo
ano já seria no exterior, pois mais de 97% dos formandos dos seminários
não vão para missões transculturais e nossos alunos vêm com 50% do custo
necessário e o restante é levantado com recursos provenientes de literatura,
vídeos, doação de alimentos, roupas para bazar beneficente, etc. Desenvolvemos
um projeto de fundo comum onde todos vivem no mesmo nível e isto está
levantando uma força missionária latina e tantas outras mudanças foram
introduzidas, mas o que nos implicará as próximas mudanças?... Ficamos
pensando se é coerente fazer um projeto em 2.002 para 300 pessoas, isto
se tivermos os candidatos preparados, mais os candidatos do seminário,
que neste semestre esperávamos 50 e chegaram 65, mais os obreiros, que
precisamos no mínimo uns 30 voluntários, realmente não é coerente, pois
não temos estrutura suficiente para recebê-los, não temos recursos suficientes
para tal empreitada, pessoal suficiente para treiná-los, etc., mas não
temos alternativas, temos que fazê-lo, pois a ordem veio do Senhor que
devemos fazer algo para levantar uma força aos não alcançados. Você
já imaginou se cada igreja brasileira com 100 membros enviasse um missionário
preparado, o sustentasse dignamente e o enviasse para os povos não alcançados?!
Isto seria uma revolução e é algo que o mundo inteiro espera e que é
o desejo do Senhor. Você já imaginou termos bases de treinamento em
todos os paises da América Latina e levantarmos 10.000 missionários?
É isto muito grande para o Senhor? Os textos fortes que têm nos tocado
são: Hab. 1:5 (Vede entre as nações e olhai, e maravilhai-vos, e admirai-vos,
porque realizo em vossos dias uma obra que vós não crereis, quando vos
for contada.); Jr. 33:3 (Clama a mim e responder-te-ei, e anunciarei
coisas grandes e ocultas que não sabes.); Jo. 14:12 (Em verdade, em
verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que
eu faço. E as fará maiores do que estas, porque eu vou para o Pai.);
I Co. 2:9 (Mas como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o
ouvido não ouviram, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus
preparou para os que o amam.); Is. 54:2,3 (Amplia o lugar da tua tenda,
e as cortinas das tuas habitações se estendam, não o impeças; alonga
as tuas cordas, e firmam bem as tuas estacas. Porque transbordarás a
mão direita e à esquerda; a tua posteridade possuirá as nações, e fará
que sejam habitadas as cidades assoladas.); Lc. 1:37 (Pois para Deus
nada é impossível); Joel 2:9-11 (Assaltam a cidade, correm pelos muros,
sobem às casas, entram pelas janelas como o ladrão. Diante deles treme
a terra, abalam-se os céus, enegrecem-se o sol e a lua, e retiram as
estrelas o seu resplendor. O Senhor troveja diante do seu exército;
muito grande é o seu arraial e poderosos são os que executam a sua palavra.
O dia do Senhor é grande e muito terrível, quem o poderá suportar?).
Quais são as áreas que devemos mudar? Qual seria a tua contribuição?
Qual o complemento daquilo que o Senhor está falando para a nossa comunidade
e que Ele está falando contigo e que pode ser parte deste material?
Quais seriam os passos para alcançar o que o Senhor quer de nós? Portanto
nos ajudem, pois esta palavra não é somente para uma pessoa, mas para
uma comunidade... Clamando por misericórdia, sabedoria e graça do Senhor.
d.botelho@uol.com.br
MANIFESTO 2003
"NÃO TEMOS PROBLEMAS, SOMENTE OPORTUNIDADES" LS Costa
Abrindo o coração francamente...
(Carta aberta à igreja brasileira)
Amados irmãos, Ser transparente ou abrir o coração implica muitas vezes
em nos expormos para críticas, mesmo que na maioria das vezes elas não
sejam construtivas. Porém, a convicção faz com que decidamos nos expor.
É por isso que desejo abrir o coração de maneira pública... Deus tem
falado ao meu coração. Mas será que é só ao coração? Também poderíamos
dizer mente, entendimento ou até mesmo fígado, como é pensado em outras
culturas.
Por ser um técnico, uma pessoa bastante racional, prática e criteriosa
tenho dificuldades em me expressar para as pessoas. Mesmo assim vou
tentar dizer de forma matemática o que o Senhor está me dizendo. Entendo
que hoje a missão na qual estamos comprometidos está dez vezes mais
preparada do que há cinco anos atrás.
Ou seja, imaginando que partimos de um ponto referencial ‘0’ e passamos
pelos pontos 0,1 - 0,2 - 0,3 - 0,4 - 0,5 ... até chegarmos ao ponto
‘1’. Isso seria o mesmo que dizer que o Senhor está nos dizendo que
deveríamos preparar nossas mentes para 100 vezes mais do que o ponto
onde estamos. Mas quais são as implicações de tudo isto? Realmente a
Horizontes cresceu muito nestes últimos cinco anos. E isso ocorreu em
todas as áreas: mental, emocional, sentimental, visão, numérica, financeira,
estrutural, pessoal, administrativa, intelectual, liderança, comunicação,
conhecimento, treinamento, unidade, fibra, perseverança, etc. Mas tentar
esticar ou multiplicar cada área por 100 é algo inimaginável. Nós somente
podemos chegar até onde a nossa fé alcança. Pensando nisso, me vem à
mente o texto de II Rs 13.14-19, que fala do encontro de Eliseu e do
rei Jeoás. Quando o profeta foi visitá-lo, recebeu uma palavra para
que abrisse a "Janela do Oriente" - onde estava o maior desafio do povo
de Israel. Parece que temos um paralelo dessa situação em nossos dias.
Quando olhamos para a "Janela do Oriente" ou "Janela 10-40", que abrange
grande parte do mundo muçulmano árabe. Eliseu disse-lhe também para
pegar o arco e as famosas "flechas do livramento do Senhor", que seriam
o livramento dos sírios.
O rei tinha o local determinado e vitória total decretada pelo Senhor
para consumir os seus inimigos. Ele recebeu a ordem de pegar as flechas
e simbolicamente ferir a terra. Jeoás obedeceu, mas deu contra o solo
somente três vezes. Isso causou indignação ao profeta, pois o rei poderia
ter feito aquilo cinco ou seis vezes. Se o fizesse, então este número
indicaria o final do inimigo do povo de Israel. Vemos que era necessário
fazer somente o dobro do que ele havia feito, mas não fez. Entretanto,
pensar em multiplicar nossos esforços por 100 é algo estonteante! Cremos
piamente que o maior problema deste novo milênio é o pecado de incredulidade.
Foi este mesmo pecado que levou toda uma geração da nação de Israel
a ser exterminada. Mesmo tendo um líder do calibre de Moisés, este não
foi capaz de dissuadi-los.
Os israelitas se deixaram influenciar negativamente pelos dez espias
que deram um relatório negativo, mesmo que os outros dois tenham trazido
uma palavra alentadora. O mais incrível é ver que a incredulidade limita
até mesmo o poder de Deus. Afinal, o próprio Jesus não pôde fazer muitos
milagres em Nazaré devido ao espírito de incredulidade que dominava
aquela cidade. Que tristeza! Precisamos estar abertos para coisas novas
da parte do Senhor. Ele é criativo e faz coisas novas a cada dia. As
lutas nos fazem mais sensíveis e, se soubermos superá-las, nos tornamos
mais fortes mentalmente. Temos que nos preparar para grandes desafios,
pois conduzir o povo de Israel pelo deserto não era tarefa fácil. Imagine
entregar tal tarefa hoje em dia a um presidente do Ocidente.
O que ele pensaria se lhe disséssemos que devia levar três milhões
de pessoas pelo deserto e que tal tarefa duraria 40 anos? Imagino que
ele iria dizer que seriam necessários mil hipermercados para suprir
todo o povo, além de milhões de litros de água, roupas para todos, etc.
Moisés só teve cinco escusas. Quantas teriam os mandatários ocidentais?
O Senhor nos entregou a tarefa de fazer discípulos dentre todos os povos.
Desde que a recebemos já passaram mais de dois mil anos e há muita terra
para conquistar. Temos um grande desafio à nossa frente.
Vamos pensar um pouco sobre os dados que dispomos no momento:
Há 24.000 povos no mundo e ainda faltam 8.000 para serem alcançados.
Há 6.809 línguas no mundo e 4.500 delas não têm nenhuma porção da Bíblia
traduzida
.85.000 pessoas morrem a cada dia sem nunca terem ouvido nada sobre
Cristo.
O Brasil tem a 3ª maior igreja do mundo. Infelizmente, hoje são necessários
100.000 crentes para sustentar um missionário dentro da Janela 10-40.
Por que isso ocorre? A média de investimentos por pessoa em missões
transculturais é apenas R$ 1,30 por ano.
Isto é algo inadmissível e vergonhoso. Precisamos fazer alguma coisa
para mudar este quadro. Creio que estamos cometendo o mesmo pecado em
que caíram os filhos de Israel nos tempos de Josué. Lemos na Bíblia
que sete tribos foram negligentes em possuir a terra, mesmo depois de
Deus tê-la entregado em suas mãos (cf. Js 18:2-3). Creio que podemos
chamar este pecado de Grande Omissão (Tg. 4:17). A apatia, o conformismo
e a indiferença moderna são os maiores desafios dos dias hodiernos.
Vemos que tudo isso está presente em nossas igrejas, mas não podemos
nos conformar com este mundo! Devemos renovar as nossas mentes, segundo
nos alerta Paulo em Rm 12:1-2. Ainda não consigo entender, e muitos
menos aceitar, o que Oswald Smith disse por experiência própria e com
muita coragem: "O primeiro e maior obstáculo para missões são os pastores".
Para mim, como pastor, é triste ouvir isso. Lembre-se que ele foi um
grande homem de Deus, que pastoreava uma igreja que possuía mais de
800 missionários e escreveu muitos livros impactantes, como "Paixão
pelas Almas", "Evangelizemos o Mundo" e "O Clamor do Mundo". Sua declaração
é muito chocante. Afinal de contas, são os pastores que deveriam procurar
cumprir sua incumbência ao descobrir vocacionados, orientá-los, treiná-los,
enviá-los aos campos não-alcançados e sustentá-los dignamente.
Infelizmente, na maioria das vezes são eles os que mais se opõem a
tudo isso. Falar em mudanças é fácil, mas sabemos que na prática as
coisas são bem diferentes. Falar em mudar o outro é uma coisa, mas quando
o Senhor mostra que somos nós que precisamos mudar, então tudo muda
de figura. Creio que precisamos nos preparar mentalmente para que as
mudanças tenham início em nós. O Senhor está falando que nossa comunidade
deve se preparar para mudanças, a começar em nós, pois Ele fará o resto.
Isto implica em uma melhor administração, maior unidade, melhor preparação
para receber as pessoas, maior visão, maior dedicação, uma mente preparada
para o sofrimento, sermos menos sensíveis emocionalmente às críticas,
termos mais perseverança nas provas, lutas e dificuldades.
É preciso que haja uma unidade mais forte entre nós. Precisamos ser
mais abertos para ouvir a voz de Deus e mudarmos o curso da história.
Isso ocorrerá se tivermos uma visão clara de ministério para nós e nossa
organização, sem invejarmos o que é bom dos outros. É necessário estarmos
prontos a sacrificar nossos anelos, sonhos e visões em bem da equipe
e pela expansão do Reino na face da terra. Isso tudo sem gastarmos recursos,
tempo, talentos em vão, aprendendo a sermos pacientes com todos e amarmos
o próximo, vendo o que é melhor para ele. Como isso é difícil! Mas é
exatamente isso que o Senhor está nos pedindo. A Missão Horizontes resolveu
inovar. Fizemos um seminário diferente, onde o segundo ano é realizado
no exterior, pois mais de 97% dos formandos dos seminários não vão para
missões transculturais. A maioria dos nossos alunos levanta apenas 50%
do custo necessário. O restante é conseguido com recursos provenientes
da venda de literatura, vídeos, doação de alimentos, roupas para bazar
beneficente, etc. Desenvolvemos um projeto de "fundo comum" onde todos
vivem no mesmo nível. Nosso modelo foi bastante criticado, mas atualmente
já tem uma aceitação maior e inclusive está sendo utilizado por outras
organizações cristãs. Essa iniciativa está levantando uma força missionária
latina. Essas e tantas outras mudanças de paradigmas históricos já foram
introduzidas, mas em que as próximas mudanças implicarão? Ficamos pensando
se é coerente fazer um projeto para 300 pessoas em 2002. Para isso precisamos
que os candidatos estejam preparados. Esperávamos 50 novos alunos no
seminário, mas neste semestre eles chegaram a 65. Além disso, precisamos
de obreiros, no mínimo 30 voluntários. Só que isso atualmente não é
coerente, pois carecemos de estrutura para recebê-los. Hoje não temos
recursos suficientes para tal empreitada, nem pessoal suficiente para
treiná-los. Mas estamos conscientes de que não temos alternativas. Temos
de fazê-lo, pois a ordem veio do Senhor. É preciso que o Brasil faça
algo para levantar uma força que irá até os não-alcançados. Você já
imaginou se cada igreja brasileira que possui pelo menos 100 membros
enviasse um missionário preparado, o sustentasse dignamente e o enviasse
para os povos não-alcançados? Isso seria uma revolução! É algo que o
mundo inteiro espera e este é o desejo do Senhor. Você já imaginou termos
bases de treinamento em todos os países da América Latina e levantarmos
10.000 missionários?
Parece algo muito grande para o Senhor? Alguns textos bíblicos têm
nos tocado e inspirado: "Vede entre as nações e olhai, e maravilhai-vos,
e admirai-vos, porque realizo em vossos dias uma obra que vós não crereis,
quando vos for contada" (Hb 1:5). "Clama a mim e responder-te-ei, e
anunciarei coisas grandes e ocultas que não sabes" (Jr 33:3). "Em verdade,
em verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que
eu faço. E as fará maiores do que estas, porque eu vou para o Pai" (Jo
14:12). "Mas como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido
não ouviram, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou
para os que o amam" (I Co 2:9). "Amplia o lugar da tua tenda, e as cortinas
das tuas habitações se estendam, não o impeças; alonga as tuas cordas,
e firmam bem as tuas estacas. Porque transbordarás a mão direita e à
esquerda; a tua posteridade possuirá as nações, e fará que sejam habitadas
as cidades assoladas" (Is 54:2-3). "Pois para Deus nada é impossível"
(Lc 1:37
). "Assaltam a cidade, correm pelos muros, sobem às casas, entram pelas
janelas como o ladrão. Diante deles treme a terra, abalam-se os céus,
enegrecem-se o sol e a lua, e retiram as estrelas o seu resplendor.
O Senhor troveja diante do seu exército; muito grande é o seu arraial
e poderosos são os que executam a sua palavra. O dia do Senhor é grande
e muito terrível, quem o poderá suportar?" (Jl 2:9-11). Quais são as
áreas que devemos mudar? Qual seria a sua contribuição? Qual o complemento
daquilo que o Senhor está falando para a nossa comunidade? O que Ele
está falando contigo e que pode ser parte deste material? Quais seriam
os passos para alcançarmos o que o Senhor quer de nós? Precisamos de
ajuda. Tanto em oração quanto em sustento e material humano. Esta palavra
não é somente para uma pessoa, mas para uma comunidade. Clamando por
misericórdia, sabedoria e graça do Senhor para fazer a vontade do Mestre:
David Botelho _ Missão Horizontes
América Latina _ Diretor
MANIFESTO 2001
- "Então eu disse aos nobres, aos magistrados e ao resto
do povo: A obra é grande e extensa, e nós estamos separados uns dos
outros ao longo do muro" Ne. 4.19 - Queridos nobres líderes e amantes
de missões: Impossibilitado de expressar-me nos Congressos Brasileiros
de Missões, gostaria de trazer a tona um assunto que tem sido motivo
de minhas orações e preocupações, e creio serem importantes, e que devem
servir para reflexão e discussão da liderança de missões em nossa pátria.
Entendo que estamos batalhando isoladamente e, muitas vezes, competindo
entre nós, procurando trazer a nossa visão própria em vez de avaliarmos
o que o Senhor quer e, então avaliarmos o movimento de missões no Brasil
em todas as áreas.
Isto me faz lembrar de certo atirador que causava admiração àqueles
que viam a precisão de seus tiros: todos eles acertavam o alvo. Um certo
admirador quis surpreendê-lo. Levantou bem cedo e foi observar o atirador.
E escondido viu que ele atirava nas árvores e depois circundava o local
acertado para fazer parecer que havia acertado o alvo.
Quantas vezes agimos da mesma maneira ao acreditarmos que estamos acertando
o alvo porque estamos exportando o modelo brasileiro de missões para
toda a América Latina, usando o exemplo das nossas organizações missionárias,
que infelizmente, na realidade, não estão alcançando o objetivo de levar
as Boas Novas aos não alcançados.
Mostrarei isso no decorrer deste artigo.
O elitismo em missões é preocupante. Somente alguns teóricos têm coordenado
e direcionado o processo missionário em nossa nação, em detrimento de
uma participação mais ampla de uma camada de práticos em missões, ou
seja, os verdadeiros missionários que têm pago um preço muito alto para
desenvolverem seus ministérios.
Vejo que muitos acadêmicos em missões são teóricos alienados da realidade
missionária. A maioria não tem comprometimento com a obra missionária
e outros são verdadeiros críticos de missões transculturais.
Tive contato com um pastor mestrado em missões nos Estados Unidos, que
realiza congressos importantes no Brasil e conta com uma grande participação
de pastores brasileiros. Esse pastor impediu que Frank Dietz, ex-diretor
dos navios Doulos e Logos, cuja experiência em missões transculturais
ultrapassa a marca dos 35 anos, pregasse em sua igreja. Este pastor
tem ainda questionado a Janela 10-40, dizendo que a delimitação desta
área foi inventada por norte americanos, que agora queriam usar os latinos
como buchas de canhão. Uma tremenda aberração!
São necessários, mais do que nunca, crentes nobres como foram os bereanos,
pensadores e questionadores, que checavam os ensinos paulinos com as
Escrituras Sagradas, e assim mesmo foram elogiados pelo Apóstolo.
Steves Saint, filho de Nait Saint, um dos 5 missionários mártires no
Equador cuja história dramática está relatada no livro Piloto das Selvas,
diz em seu livro A Grande Omissão (The Great Omission): "O nosso hábito
de enviar poucas tropas especializadas para lutar contra o inimigo,
e deixarmos a maioria dos cristãos fora desta batalha espiritual é a
nossa Grande Omissão".
Entendo e valorizo a preparação para todo o Corpo, mas também sei que
todos têm que amar a missão de alcançar os perdidos, não esquecendo
os menos alcançados pelo Evangelho. É hora de empreendermos esforços
para alcançar os não alcançados e esquecidos pela igreja evangélica
no mundo.
Observe alguns dados:
O Desafio:
- Há 24.000 povos no mundo dos quais 8.000 precisam ser alcançados;
- Há 6.287 línguas no mundo e 4.500 delas não têm nenhuma parte da Bíblia
traduzida;
- 85.000 morrem a cada dia sem nunca terem ouvido de Cristo.
O que temos:
Somos a terceira maior igreja do mundo e precisamos de 100.000 crentes
para sustentar um missionário dentro da Janela 10-40. Investimos, em
média, somente R$ 1,30 por pessoa por ano para missões transculturais.
Ao ver o grande desafio e o elitismo atual, lembro-me que Martinho Lutero
também viveu tempos críticos. Naquela época, chamada de Idade Negra,
sacerdotes conduziam as cerimônias religiosas numa língua inacessível
ao povo e de costas para a congregação, demonstrando menosprezo pela
sociedade presente. Os religiosos se esconderam nos mosteiros e alienaram-se
do mundo, tentando ser mais santos. Martinho quebrou os paradigmas da
época traduzindo vários textos bíblicos na língua do povo, distribuindo-os
em diversas regiões e causando um tremendo impacto na Europa. Lutero
levantou várias teses contra o sistema religioso, expostas na porta
da sua catedral, revolucionando a sua nação e outras também.
A Missão Horizontes está trabalhando forte para popularizar missões
dentro da igreja brasileira. Para isto está produzindo artigos escritos
por missionários de diversas organizações para distribuí-los indiscriminadamente.
Seus membros são incompreendidos por produzir algo latino a um custo
acessível. A Missão Horizontes tem trabalhado na conscientização missionária
e alertado quanto ao perigo de se investir prioritariamente no ter,
ao invés de no ser.
Por exemplo, investir em estruturas físicas, deixando de investir na
formação de vidas. Temos nos esforçado para produzir literatura, vídeos
missionários, mapas, globos, cartões de oração e cursos de orientação
missionária. Os recursos gerados através de nossas publicações são aplicados
no sustento de nossos estudantes da escola missionária.
O Movimento AD2000 e Além teve um papel preponderante neste processo
de conscientização missionária aos povos não alcançados ao produzir
materiais que ajudaram a igreja no mundo todo. Suas redes de trabalho
tiveram um papel relevante em missões transculturais, e após o encerramento
de suas atividades, em março de 2001, vimos que a rede que permaneceu
e se solidificou em nosso país foi o Brasil 2010. A literatura deste
movimento, como: Maghreb, Janela 35-45 e o respectivo mapa, Chifre da
África, Shalom-Salam, entre outros, não interessaram a nenhuma editora
por não serem comerciais. Luis Bush, ex-diretor do Movimento ofereceu-nos
os direitos autorais e a arte gráfica sem nenhum custo. Publicou esse
material vital para o despertamento da igreja brasileira para regiões
que até então não conhecia . Quantos líderes já leram sobre esses assuntos
e se interessaram por tê-los em nossa língua? Entre os livros está "A
Igreja é Maior do Que Você Pensa", do pesquisador e professor Patrick
Johnstone, um missionário que conhece a história de missões e trata
de assuntos tabus, como a importância da trilogia em missões: unidades
e sincronia das igrejas, organizações missionárias e juntas denominacionais
no recrutamento, treinamento, envio e acompanhamento do missionário
no campo e no retorno à pátria.
Patrick disseca assuntos polêmicos com muita propriedade e base bíblica,
além de fornecer dados da realidade missionária em nossa geração. O
livro "Tochas de Júbilo" não estava sendo reeditado porque suas vendas
eram de somente 150 exemplares por ano.
Falta a líderes e professores de missões conhecimento sobre a importância
dessa literatura do despertamento e na orientação missionária transcultural.
A Editora Vida, detentora dos direitos autorais fez uma parceria com
a Missão Horizontes produzindo uma tiragem especial a um custo especial,
cabendo a nós a divulgação do livro. Essa parceria foi estendida a outros
livros, como: Por Esta Cruz Te Matarei e Véu Rasgado e outros estão
em processo.
Penso que se todas as organizações missionárias unissem seus esforços
para produzir e divulgar materiais sobre missões tudo seria diferente.
O que nos impede de unirmos esforços? Seria o trabalho estafante pela
sobrevivência? A competitividade? O nosso egoísmo? As discriminações?
A Global Conections, ou Aliança Evangélica da Grã Bretanha, ofereceu-nos
5 mapas em cores, com informações sintetizadas de regiões e assuntos
relevantes para missões.
Oferecemos os mapas a AMTB Associação de Missões Transculturais do Brasil
que não os puderam aceitar por falta de estrutura. O primeiro artigo
sobre a Janela 10-40 em português foi produzido somente 4 anos depois
que foi apresentado em inglês e saiu também pela Missão Horizontes.
Glenn Myers, pesquisador da WEC Internacional, Missão Amém no Brasil,
pesquisou 10.000 páginas para produzir um livreto de 70 da série Perspectivas,
que tem livretos como: Crianças em Crise, Pobre Entre Os Pobres, Região
do Sahel Africano, Aro de Fogo região que abrange a Indonésia e Malásia,
Nômades, Índia, Rota da Seda ou Janela 35-45, nova nomenclatura para
esta região.
Mesmo sendo resultado do trabalho de um dos maiores pesquisadores do
mundo, para alguns esta série não é considerada comercialmente viável.
Realmente, nós líderes de missões não temos dado ênfase a estas regiões
do mundo. Não temos incentivado nossos crentes a lerem nem a pesquisarem.
Nossos estudantes de teologia não têm tido uma visão global do mundo
e nossos pastores têm medo de investir em missões. Creio que já chegou
a hora de revermos os nossos currículos escolares para dar a missões
a tônica devida. Missões é a prática da teologia. Toda esta literatura
está sendo publicada pela Missão Horizontes e temos incentivado nossos
estudantes para que as leiam e estudem. Estes livros são leitura obrigatória
para os candidatos que queiram ingressar em nossos centros de treinamento.
Somente assim podemos mudar a história de missões no Brasil e conseqüentemente,
o destino eterno de povos, raças, línguas e nações.
Infelizmente o termo missionário está totalmente deturpado no contexto
brasileiro: um evangelista de televisão é chamado de missionário, o
mesmo título é dado a esposa de pastores e às intercessoras ou líderes
de reuniões ou círculos de oração. Creio que é necessário diferenciarmos
missionários de missionários transculturais. Assim teremos condições
de mostrar a realidade do trabalho transcultural aos não alcançados
que recebem somente 0,5% dos recursos financeiros das igrejas no mundo.
Em nossas pesquisas, realizadas com mais de 15.000 pastores e líderes
de igrejas, não encontramos nenhuma igreja que invista mais de 50% de
suas entradas em missões, enquanto a Igreja dos Povos de Toronto, Canadá,
chegou a investir mais de 75%; os Irmãos Morávios tinham um missionário
para cada 12 membros, segundo Patrick Johnstone em seu livro A Igreja
é maior do que você pensa. Creio que eles podem servir de modelo. Não
é necessário muito esforço para sermos modelo ou transtornarmos o mundo,
como fizeram os crentes primitivos (At. 17.6). Se cada crente brasileiro
investir em média R$ 10,00 mensais em missões transculturais, que seria
100 vezes mais que o investimento atual, poderia multiplicar a força
missionária em 100 e atender a demanda dos 8.000 povos que não conhecem
Jesus... Isto é sacrifício? ...É isto utopia? Somente chegaremos aonde
nossa fé alcançar.
Pensando nisto nos lembramos do texto de II Rs. 13. 14 a 19 que fala
do encontro do profeta Eliseu com o rei Jeoás. Ao visitá-lo Jeoás recebeu
a palavra para que abrisse a Janela do Oriente, onde estava o maior
desafio do povo de Israel. Parece que podemos fazer um paralelo em nossos
dias, quando olhamos para a Janela do Oriente, a Janela 10-40, onde
está o mundo muçulmano árabe. Eliseu disse para Jeoás que pegasse o
arco e as flechas do livramento do Senhor que seriam as flechas de livramento
contra os sírios. Ele tinha o local determinado para a vitória decretada
pelo Senhor. Jeoás recebeu a ordem de pegar as flechas e simbolicamente
ferir a terra. Ele poderia fazê-lo 5 ou 6 vezes e este número seria
o final do inimigo do povo de Israel. Mas Jeoás o fez, somente 3 vezes
e causou indignação no profeta.
Alguns teóricos, considerados experts em missões, têm tido uma preocupação
muito grande e desnecessária com o Islamismo, Hinduísmo, Budismo, Nova
Era etc, considerando um ou outro como o maior perigo para a Igreja.
Creio que o maior perigo para a igreja está dentro da própria igreja:
a apatia, a indiferença, a indolência, o conformismo e o materialismo
modernos, que resultam na Grande Omissão. A Palavra de Deus diz claramente
que se a nossa esperança fosse somente nesta vida, seríamos os mais
miseráveis dos pecadores. Vejo que a egoísta Teologia da Prosperidade
tem afetado tremendamente os crentes brasileiros, pois a Bíblia diz
que o Senhor quer nos abençoar para que sejamos uma bênção para as nações.
A distorção é tão grande, que hoje é normal que cantores e artistas
decadentes converterem-se por causa do grande mercado evangélico. Outros
aproveitam a oportunidade de se apresentarem nas igrejas cobrando cachês
absurdos, às vezes em dólares. Tais somas chegam a alcançar dez mil
dólares. Enquanto isso, missionários desenvolvem trabalhos sacrificiais
e normalmente recebem ofertas de R$ 50.00, quando recebem. Muitos líderes
induzem os crentes a darem uma oferta missionária para o ministério
de um palestrante que chegam a ultrapassar o valor de R$ 1.000,00, mas,
no final, a maior parte fica para a obra local. Outros convidam missionários
e os usam para tirar ofertas para algum obreiro da própria igreja. Creio
que estes que praticam tais aberrações não sejam verdadeiros pastores,
mas sim lobos devoradores.
Isto tem acontecido com freqüência com nossos missionários. Falamos
do que vivemos, pois somente no ano passado visitamos, como organização
missionária, mais de 1.200 igrejas. Cantores e artistas nada cristãos
estão se aventurando no mercado evangélico com o apoio e encorajamento
destes mesmos pastores. Um destes artistas é conhecido na mídia por
mostrar somente as nádegas, mas conta com a simpatia de vários líderes,
pois atrai multidões. Isto é inconcebível. Há algum tempo estive numa
destas igrejas em São Paulo e um jogador de futebol teve a oportunidade
para trazer a Palavra. Foi um Aimaas da vida (II Sm. 18. 23-29) pois
não tinha nenhuma mensagem a trazer àquele povo. Foi só gritaria e perda
de tempo. Após a "mensagem", o pastor trouxe uma profecia dizendo que
Deus o tinha levantado para manifestar Sua Glória e que aquele jogador
de futebol iria tomar o lugar de um outro atleta, que não teria sido
fiel, segundo a "profecia" do pastor. Na realidade este atleta tem dado
um bom testemunho. Alguns meses depois o jogador-palestrante apareceu
na mídia por ter suas fotos publicadas numa famosa revista gay brasileira.
Nas fotos ele estava nu.
O Rev (sic) Moon, propagador de uma seita diabólica, ensina que Cristo
fracassou em Sua missão na terra e que a cruz não tem nenhum valor.
Ele diz que teria sido enviado como substituto de Jesus. Mesmo dizendo
estas coisas conseguiu seduzir e levar ao Uruguai, em uma de suas investidas
no meio evangélico brasileiro, mais de 900 pastores. Homem diabólico
e sedutor Que tipo de liderança representam? Nos Estados Unidos o Projeto
Josué foi levantado para adotar os 1739 povos menos alcançados, com
uma população acima de 10.000 habitantes. Mudou sua liderança e, em
seu último boletim, a ênfase para oração era dada à famosa Universidade
de Boston, que foi fundada por evangélicos. Escrevi aos líderes, lembrando-os
do objetivo da formação do projeto. Até hoje não recebi nenhuma resposta.
Digo isto sem desprezar a necessidade de orar pelos estudantes daquela
universidade, mas por que a finalidade desse projeto era direcionar
esforços para os povos menos alcançados e negligenciados do mundo.
Hoje existem países sem nenhum crente nacional conhecido; há somente
2,8 missionários para atender cada 1 milhão de muçulmanos no mundo;
a população de muçulmanos ultrapassa a casa de 1 bilhão, embora muitos
deles sejam apenas muçulmanos nominais ou sincretistas. A maioria das
escolas brasileiras de ensino religioso tem copiado currículos estrangeiros
e submetido os estudantes a uma realidade diferente da nossa. A Missão
Horizontes fez uma mudança radical em seu treinamento missionário e
tem alcançado resultados extraordinários.
O seminário missionário passou a ser composto pela parte formal, não
formal e informal, a fim de desenvolver o candidato em várias áreas:
caráter cristão, trabalho em equipe, conhecimentos de primeiros socorros,
treinamento bivocacional, inteligência emocional, sentimental, mental,
prática, transcultural prévia, mobilização missionária, lingüística,
visão global etc. Já no segundo ano o candidato deixa o Brasil para
dar continuidade aos seus estudos em um país de língua espanhola, em
uma de suas bases na América Latina. Também desenvolveu um método em
que todos estejam comprometidos com uma visão de despertar a igreja
brasileira para cumprir seu destino de fazer missões.
A Missão Horizontes procurou também baixar os custos. Hoje os estudantes
cobrem 50% do custo básico que é de um salário mínimo vigente no país.
Infelizmente no Brasil, hoje, somente 5% dos que se dispõem para serem
treinados para ir aos campos transculturais têm o apoio parcial de seus
pastores. A parte restante vem de recursos levantados através de literatura,
vídeos, doações de alimentos, roupas para o bazar beneficente da missão
etc. Tudo isto é promovido em parceria com estudantes, voluntários e
obreiros da Missão Horizontes, pois são raríssimas as igrejas brasileiras
que investem em Centros de Treinamento Missionário. Isto tem mais que
dobrado o número de candidatos e também levantado uma força missionária
para os não alcançados.
O custo de treinamento em nossa base no Paraguai, no segundo ano de
treinamento é bem barato: somente 1 salário mínimo. Mesmo assim, 75%
dos candidatos têm problemas com sustento, por causa da falta de prioridade
para o treinamento missionário da igreja brasileira.
Fiquei muito surpreso no Congresso da Sepal de 2.001, que congregou
muitos pastores. O seminário de missões atraiu somente 12 pessoas e
3 delas eram os queridos amigos Ken Kudo, Josué Martins, os preletores
do seminário, e eu, demonstrando que missões transculturais estão enfrentando
uma das maiores crises no meio de liderança brasileira.
Algo radical tem que ser feito com urgência. Oswald Smith, famoso escritor
e pastor de uma igreja com mais de 800 missionários, afirmou com muita
coragem, conhecimento: "O primeiro e maior obstáculo para missões são
os pastores". Ele tinha experiência no assunto. Os pastores têm a incumbência
de descobrir vocacionados, orientá-los, treiná-los, enviá-los aos campos
não alcançados e sustentá-los dignamente. Posso dizer, por experiência,
que, na prática, a maioria se opõe a tudo isso. A frase de George Peters
diz uma verdade incontestável: O mundo está mais preparado para receber
o Evangelho do que os cristãos para propagá-lo.
O filme Jesus é, hoje, o filme mais pirateado no mundo muçulmano. Ele
foi apresentando na época do Natal em duas nações muçulmanas. Vários
muçulmanos tiveram sonhos com Jesus e pedem missionários que os discipulem
nos caminhos do Senhor, mas onde estão? Um presidente de uma nação muçulmana
pobre pediu obreiros brasileiros a Missão Horizontes. Parece que chegou
o tempo em que as pedras estão clamando... Estou vivendo a mesma experiência
de Jeremias e não posso me calar diante de tantos fatos. Fiquei impressionado
e admirado pelo Senhor ter me feito entender que a visão dada a organização
da qual faço parte de conscientizar e despertar a igreja brasileira
de sua letargia para missões transculturais. A princípio isto me trouxe
uma certa decepção, mas compreendi que se a igreja não tem visão missionária,
não adianta preparar obreiros e enviá-los à Fortaleza de Satanás.
Seria como enviar Urias ao front e tirar todo o apoio provocando sua
morte. Se os líderes tiverem visão missionária, os recursos, obreiros,
treinamento, envio e apoio digno aos valentes soldados deste novo milênio,
virão como conseqüência. Gostaria de enfatizar que, com um treinamento
adequado pode-se formar bons obreiros. Líderes da Junta de Richmond,
batistas dos Estados Unidos, têm acompanhado obreiros do Projeto África
Sahel por quase 4 anos e viram que latinos bem preparados podem ajudar
no término da tarefa na evangelização mundial.
Os 95 radicais que entraram na Janela 10-40 estão causando boa impressão
a missionários europeus e norte-americanos e há uma procura por mais
obreiros latinos. O maior desafio é o apoio financeiro de suas igrejas
e líderes. O que devemos fazer diante desses fatos?
1 Levantar um movimento de oração e intercessão pelos pastores brasileiros,
a fim de que tenhamos paixão e compaixão pelos perdidos;
2 Orar pelas nações muçulmanas, budistas, hindus e animistas, e adquirir
conhecimento delas através da literatura disponível;
3 Orar por homens dispostos a servirem aos povos não alcançados. Hoje
nos campos não alcançados há 2 mulheres para 1 homem, pois os homens
estão dizendo: Eis me aqui, envia a minha irmã. Quem envia obreiros
é o Senhor, conforme Mt. 9. 37-38, e a realidade mostrada na igreja
primitiva de Antioquia foi a do Espírito Santo instruindo-os para separarem
a Paulo e Barnabé A igreja e sua liderança estavam abertas para fazer
o envio. Questão de obediência;
4 Orar pelos líderes de missões, para que tenham discernimento do Senhor
para atacar o problema ao invés de gastar tempo com coisas irrelevantes.
Que venhamos gastar mais tempo em oração pedindo projetos, métodos,
idéias e pensamentos ao Senhor. Só assim teremos resultados melhores;
5 Orar para que líderes de missões e organizações missionárias trabalhem
juntos, como também os líderes de igrejas, a fim de que não busquemos
nosso próprio reino, mas sim o expandir o reino do Senhor;
6 Orar para que não sejamos egoístas nem discriminadores; para que existam
boas parcerias que possam multiplicar nossa força sinérgica, a fim de
alcançarmos os perdidos, esquecidos e negligenciados pela igreja evangélica;
e 7 Orar por igrejas que venham a servir de modelo para missões, que
investem mais de 50% de suas entradas em missões transculturais; que
reconhecem as vocações missionárias de adolescentes, jovens e aposentados;
que valorizam o treinamento adequado e necessário; que apóiam os vocacionados
e obreiros no campo; que invistam no acompanhamento no campo e no retorno
de seus missionários à pátria etc.
Envolvido ou comprometido com missões transculturais?
A condição da igreja brasileira é a seguinte: em cada 100 membros, em
média, encontramos 3 crentes que amam missões transculturais. A esses
chamamos de comprometidos.
O general norte americano Norman Scwartzkopof, que atuou na Guerra do
Golfo, explicou a diferença entre os dois principais ingredientes do
típico café da manhã americano: o bacon e os ovos. A galinha envolveu-se,
pois deu os ovos. Mas o porco comprometeu-se, pois teve que dar sua
vida.
E você, como está qualificado: como envolvido ou como comprometido?
Estivemos na França em janeiro de 2001 com os 39 radicais que estavam
aprendendo o francês, preparando-se para irem para o Sahel Africano,
uma das regiões mais pobres do mundo, onde 2 milhões de pessoas morrem
por ano somente vítimas de malária. Tivemos a oportunidade de ir ao
hipódromo nacional e ficamos surpresos ao ver animais de diversos portes;
alguns deles eram gigantescos. Mas o que nos impressionou foi a "lição
dos cavalos": 1 cavalo sozinho puxa 200 quilos. Mas 2 deles multiplicam
a força sinérgica por 10. Fantástico e maravilhoso! Este mesmo paralelo
é encontrado no Antigo Testamento, registrado em Dt 32:30: uma só pessoa
persegue a 1.000, mas duas, a 10.000!
Cremos nessa sinergia cristã e, se conseguirmos unir as nossas forças
poderemos fazer um grande estrago no reino das trevas.
A Bíblia registra em João 17:21 23: "Para que todos sejam um; assim
como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós;
para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu lhes dei a glória que
a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um; Eu neles, e tu
em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, a fim de que o mundo
conheça que tu me enviaste, e que os amaste a eles, assim como amaste
a mim." A oração sacerdotal de Cristo diz que o mundo só vai crer n'Ele
quando nós formos um, assim como o Pai e o Filho são um. Creio que esta
oração do Filho está começando a ser respondida. Não quero estar alienado.
Estou aberto para uma discussão mais ampla.
Vejo a necessidade de unidade para mudarmos o quadro atual de missões
no Brasil. Precisamos estar juntos no esforço de cumprir completamente
a Grande Comissão.
País apodrecido, igreja insípida
Dom Robinson Cavalcanti (*)
Metade dos escândalos que explodiram no Brasil teriam provocado revoluções
em qualquer outra parte do mundo. Apesar do sensacionalismo da imprensa,
dos gritos hipócritas das oposições e da “cara de pau” das situações,
a rotina nacional não sofreu alteração. As opções eleitorais foram na
direção do “rouba, mas faz”. Afinal, ética nunca foi o forte da Terra
de Santa Cruz, desde o seu “descobrimento”. Ninguém está chateado com
a desonestidade dos de cima; o aborrecimento é por não se estar lá também.
Vianna Moog, no capítulo “Ética e Economia”, de seu clássico Bandeirantes
e Pioneiros, mostra que fomos um país sem mecanismos sociais de controle,
sem sacerdotes e sem sogras. A primeira missa foi celebrada, e, depois,
houve duzentos anos de escassos sacerdotes e deficiente catequese, com
uma fé mística, mágica e folclórica. Os varões que deixaram em Portugal
as antigas famílias (sogras, inclusive) se uniam, assimétrica e pluralmente,
com as ameríndias e as africanas, de paternidade ausente, nas entradas
e bandeiras. A motivação colonizadora era o enriquecimento rápido, com
o mínimo de trabalho e por quaisquer meios, pois “além do Equador não
há pecado”. Os benesses reais, a nobreza cartorial, as heranças e as
botijas substituiriam o trabalho orgânico. O Estado surgiu antes da
nação e impôs os governantes e as leis, com os quais o povo não se identificava
nem aos quais se sentia obrigado a obedecer, antes a burlar. Imperavam
o escravismo, a servidão, o capitalismo selvagem, a educação ornamental
e beletrista, o poder, a propriedade, a renda e o saber concentradíssimos.
E hoje queremos, como resultado, um país justo, pacífico e honesto?
No país do pistolão, do nepotismo e do compadrio, as palavras de ordem
são: “Para os parentes e os amigos, tudo; para os inimigos, a lei” e
“Você sabe com quem está falando?”. A “lei” é o levar vantagem em tudo.
No lugar de “Ordem e Progresso”, já se afirmou, deveríamos ter no centro
da nossa bandeira: “Sombra e água fresca”, ou: “Trabalho honesto é como
o crime: não compensa”. Um ilustre membro do Poder Judiciário no Nordeste,
quando questionado por uma jornalista sobre o excesso de parentes lotado
em seu gabinete, saiu-se com esta pérola: “Minha filha, quando Deus
quis salvar o mundo, por acaso mandou um estranho ou um conhecido? Ele
mandou o filho dele”.
Nas campanhas presidenciais de 1989 e 1994, rodando por este Brasil,
ouvi a raiva e a frustração do povão contra essa idéia de “justiça social”.
A natureza das coisas é uma sociedade de privilégios, desde que se esteja
no andar de cima. Algo contrário seria frustrar sonhos, como o de um
dia ganhar na loteria ou no jogo do bicho. Filho de vereador da UDN,
convivi com o lacerdismo. Moralismo por aqui empolga classe média. Os
de cima e os de baixo, em suas respectivas alienações, “não estão nem
aí”. O “homem cordial” ou o “cabra macho”, lúdicos, eróticos e espertos,
estão mais para a ideologia “futebol, cachaça e mulher”. O resto é retórica,
imposição de gringos ou fanatismo, pois, “ninguém é de ferro”. Sem chances,
emigra-se para — suprema ironia e humilhação — fazer faxina.
O protestantismo de imigração, de alemães, suíços, ingleses, fechado
em si, teve escasso impacto na cultura nacional. O protestantismo de
missão aportou com a crença em um “destino manifesto” de trazer uma
fé superior, o progresso e a democracia. A luta pela Abolição e pela
República, pelo Estado laico, pela instrução universal, mista, profissionalizante,
com educação física e esportes, o ensino do valor do trabalho, da sobriedade,
da poupança, a valorização da família, o envolvimento em movimentos
sociais, como o sindicalismo, fazem parte de um rico legado hoje esquecido
e rejeitado. A Guerra Fria, a Ditadura Militar, o neo-fundamentalismo
nos empurraram a heresia “crente não se mete em política”, nos anos
70.
O pentecostalismo que nos chegou não foi o da ala negra da rua Azuza,
com sua visão social, mas o da ala branca, com seu isolacionismo, sua
ascese extra-mundana e sua escatologia pré-milenista pessimista. Com
o passar do tempo, permaneceu apenas o conceito de pecado individual
e de uma ética individual da santidade negativa (não fazer o mal) —
e não da santidade positiva (fazer o bem) — legalista, moralista, sem
os conceitos de pecado social e pecado estrutural, e ética social. A
teologia da libertação, racionalista, enfatizaria esses últimos às custas
dos primeiros, e, por fim, a teologia liberal pós-moderna, relativista,
e amoral, negaria ambos. A “batalha espiritual” reforçaria a alienação
e a teologia da prosperidade seria a face religiosa do neoliberalismo
capitalista. O neo-pós-pseudo-pentecostalismo não prega conversão e
santidade, mas neo-indulgências e sessões de descarrego. Do novo nascimento
ao sabonete de arruda tem sido um longo caminho, por onde passam os
sócios “evangélicos” dos escândalos da República. Uma igreja insípida
não salga nem salva um país enfermo.
Falhou o evangelicalismo? Não. Falta-nos evangelicalismo!
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* Dom Robinson Cavalcanti é bispo Anglicano da Diocese do Recife e autor
de, entre outros, Cristianismo e Política – teoria bíblica e prática
histórica e A Igreja, o País e o Mundo – desafios a uma fé engajada.
www.dar.org.br Secretaria Diocesana
, Escritório Maceió-AL , (81) 9111.7172
"Antes de clamarem, eu responderei; ainda
não estarão falando, e eu os ouvirei" (Is.65:24). (Via_D.Botelho em
10/11/2006)
O perigo de uma Bíblia em nossas casas!
Susana Kramer de Mesquita Oliveira
Comecei a ler a Bíblia aos 12 anos de idade, nos dias em que Deus Se
revelou a mim como um deus pessoal! Eu estava voltando de um acampamento,
onde, através de um gesto simples de dizer “sim” a um convite feito
por um certo missionário, eu decidi que viveria prioritariamente sob
a Palavra de Deus e não sob a minha ou a de homens, quaisquer que fossem!
Ao voltar para casa eu fiz minha primeira leitura do Novo Testamento
a partir de uma maravilhosa e mistériosa motivação e discernimento que
me levaram a conhecer a Palavra, a mente e o coração de Deus para o
mundo e para mim em apenas um mês... Até então a Bíblia era para mim
um livro pra se levar à igreja, mas aquela leitura simplesmente enxertou
a Palavra de Deus em meu mundo interior! Fui guiada por um entendimento
que transcendia em muito a capacidade de uma menina de 12 anos, na década
de 70, pacata, ainda sem gosto por livros, quase sem acesso a quaisquer
formas de mídia... Sim, foi a Palavra de Deus – e não outros livros
ou outros meios de comunicação de massa – que abriu a minha mente!!
Comecei a me tornar alguém questionador; comecei a pensar sobre a vida,
sobre a história, sobre questões de lei e de graça, a criação do homem,
o sentido da vida, sobre a morte, o pecado, a vida abundante, relacionamentos
reconstituídos, sobre a vocação do homem, da família, sobre o mundo
interior, o mundo transcultural, os poderes dos homens e poderes espirituais
na Terra… Enfim, sobre a nossa condição espiritual e humana e os caminhos
de Deus para a destituição dos terríveis enganos que dominam nossas
mentes e tornam homens e instituições poderosos e, momentaneamente,
impedidores de um reino de amor em Deus neste Planeta… Descobri, então,
que eu já podia fazer parte do Seu Reino aqui!! As minhas reflexões
começaram a ser despertadas a partir daquele dia em que li a Bíblia
pela primeira vez. Foram muitas as descobertas na Palavra! Que eu era
filha de Deus, que eu não era filha única do “Papai do Céu”, que Deus
não é brasileiro, que Deus opera na Terra através de parceria com o
homem (Germinação da terra – Gn.2:5; Vinda de Jesus ao mundo - Mt.1:18;
Evangelização da Terra – At 10:44)… Nunca esquecerei do dia em que li
Isaías 1:19 (“Se quiserdes e me ouvirdes comereis o melhor dessa Terra”)
e indaguei ao Senhor: “Querer??!” Eu não sabia que o nosso Deus nos
considerava a esse ponto; não sabia que Ele queria saber o que eu queria!
Que descoberta!! E, hoje, quando penso que Ele diz (Sl. 2:8): “Pede-me,
e eu te darei as Nações”!!!!... Também nunca esquecerei a história da
mulher adúltera (Jo. 8)… Ver a estratégia de Jesus para desmontar um
tribunal que cercava aquela mulher e a Ele também, envolvendo-O no julgamento
e condenação de uma adúltera… Que estratégia!!!... Baixar a cabeça,
escrever na areia… mostrar, como que por um espelho (uma estratégia
típica dos psicólogos psicodramatistas de hoje!), que não é pelo julgar
uns aos outros que o mundo será transformado, mas pelo oferecer-se para
uma relação honesta, em amor… Puxa, como é que se diz, simplesmente,
a uma mulher que foi flagrada em adultério: “Teus acusadores se foram
e eu também não sou teu acusador… vai, e não peques mais”?? Isso é transformação
mesmo: uma relação de confiança para quem tinha traído! Como isso tudo
me influenciou em minha conduta, em minhas escolhas, em minha visão
profissional, de psicóloga…. Quantas vezes, em meu consultório, tenho
desfeito tribunais! Como foi fácil entender que quem trái, tem dificuldades
de estabelecer relações de confiança! Quantos e quantos ensinos eu ganhei
que eram completamente contrários aos de homens, aos da cultura, que
sorrateiramente tentavam me deixar presa em equívocos!! Como a Palavra
tem sido o lugar de provar todas as coisas: as de casa, as da ciência,
as do coração, as da História!… Nestes dias tenho me lembrado muito
de como a Palavra me acompanhou durante toda as principais decisões
de minha vida: casamento, faculdade, nascimento de filhos… pois, Danielle,
a nossa filha mais velha, está prestes a entrar na faculdade… Deus e
Sua Palavra a tem conduzido à sua vocação de médica, de cuidadora, e
temos, dia-a-dia podido compartilhar sobre o Deus da Bíblia que a chama,
que cuida dela, que está acima das instituições: seja para entrarmos
nelas, seja para saírmos delas, seja para passarmos por elas sem que
os seus sofismas, seus enganos, seus poderes nos determinem! Queremos
ser determinados pelo verdadeiro Dono da Terra e não por homens que
investem pesado para se fazerem donos ilegítimos sobre nós!! Como pais,
compreendemos que também estamos debaixo do mesmo princípio. E, tem
sido mais uma vez a Palavra de Deus o lugar de converter corações de
pais a corações de filhos e vice-versa (Ml. 4:5-6); de nos fazer co-participantes
de uma vocação singular que envolve a cada um e a todos. Neste processo
de conversão inter-pessoal, a Bíblia tem sido o palco onde posso “ir
contra” mim sem medo de sofrer e posso “ir contra” aqueles que mais
amo sem medo de os perder! A Bíblia é, portanto, ao mesmo tempo um inigualável
presente para nos libertar de toda e qualquer forma de poder próprio
ou de outrem, nos fazendo convertidos a Deus e uns aos outros, devolvendo-nos
o lugar de onde nunca deveríamos ter saído: o de homens criados por
Deus, presenteados por Ele para a vida… não o de deuses, não o de donos
de nada, mas o de abençoados trabalhadores e desfrutadores de tudo aquilo
que nos foi dado como presente gracioso por nosso Deus! Que presente
incomparável é, portanto, a Palavra!! Por isso, mal os meus filhos começaram
a ler, nós, eu e o meu marido, os presenteamos com Bíblias próprias
para criança. Sabíamos que, nesta geração, os estímulos formatadores
das suas mentes ocorrem muito cedo e de forma muito intensa e diversificada.
Então, fiz um acordo com eles, logo na primeira infância, de que leriam
suas Bíblias duas vezes por dia! Grande era o nosso desejo de que, em
tudo o que fizessem, eles fossem bem sucedidos (Sl.1). Pensei comigo
mesma: se eu pergunto três vezes ao dia aos meus filhos (ainda que eles
não gostem disso!) se escovaram os seus dentes, por que não pergunto
se leram a Bíblia (sendo este um ato muito mais determinante para as
suas vidas do que a melhor arcada dentária que venham a ter)?! E, claro,
houve frutos! Logo-logo comecei a vê-los, diariamente, dormindo com
suas Bíblias ao lado, na cama – as últimas palavras que ouviam antes
de adormecerem!! Buscar ao Deus da Bíblia se tornou uma conseqüência
natural. As portas dos quartos começaram a ser fechadas e eu sabia que
o Pai, que vê em secreto, estava com eles (Mt. 6:6). Posso dizer que
vivemos ao redor de Deus e de Sua Palavra um verdadeiro ninho de amor.
Era tão bom, que às vezes dizíamos uns aos outros: “eu quase te adoro!”…
Ríamos juntos, porque a Palavra tinha nos ensinado que, só ao nosso
Deus, poderíamos adorar!! Fomos vendo através dos ensinos da Palavra
três dimensões que nos revolucionam até hoje, e à nossa compreensão
sobre a nossa vocação de pais e filhos, e de família, em Deus. Percebemos
que, além da adoração, não podíamos tomar à frente naquilo que era primeiramente
de Deus: o ensino e a comunhão! Ou seja, percebemos os três maiores
poderes típicos da relação familiar: 1) passar uma imagem ou receber
elogios como se fôssemos perfeitos ou algo parecido (adoração), 2) nos
apegarmos uns aos outros como se a nossa relação servisse primeiramente
ao nosso prazer e proteção (comunhão), 3) ensinar ao nossos filhos como
se fôssemos donos da verdade e, ainda mais, os únicos (ensino)! A Bíblia
foi instrumento perfeito para quebrar até hoje isso em nós!! Como instrução
de Deus, ela tem sendo reconhecida como um lugar de acordos. Que precioso,
diante da difícil tarefa de educar filhos em um tempo confuso tanto
na área do conhecimento (do que é verdade ou não), como na área do relacionamento
(de quem manda ou não)! Era a Bíblia que resolvia essa questão para
nós! Nós, os pais, não precisávamos estar certos, e nem eles, como filhos!
A gente sabia, que Deus era Quem tinha razão no final das contas!! Sim!
A Bíblia tem sido um lugar de descoberta, de firmar confiança, de ajustar
relacionamentos, de expandir a forma de amar! E esta – a expansão do
amor para além de uma comunhão familiar que tende a ser possessiva e
vaidosa – tem sido uma experiência dos últimos dois anos. Quando os
nossos filhos, Aline e Samuel, tinham 12 e 14 anos de idade, os frutos
da Palavra de Deus neles os chamou a missões. E estas foram exatamente
as idades em que Deus me converteu pela Sua Palavra e em que, mais tarde,
me chamou para ser missionária! Como a Palavra pode mesmo gerar um ciclo
de vida com Deus!!! Naqueles dias, do chamado de Deus para as suas vidas,
eles liam a Bíblia insessantemente! Samuel, por exemplo, leu a Bíblia
inteira duas vezes, em mais ou menos quatro meses, confirmando, assim,
o seu chamado, isto é, o de traduzir a própria Bíblia na linguagem de
povos ainda não alcançados pelo Cristianismo. Ele testemunhou várias
vezes que a Palavra de Deus o fortalecia de modo indescritível. Colaborar
para que existam Bíblias escritas na língua de pessoas que se encontram
destituídas de tudo, e do que há de mais precioso ao homem – a Palavra
de Deus – tem sido, desde então, o principal objetivo da vida de Aline
e Samuel, que passaram a fazer parte do Projeto Revolution Teen (da
Missão Horizontes) através do qual têm sido conduzidos para uma formação
transcultural, onde conhecerão culturas e línguas diversas, organizados,
no entanto, psicólogica e espiritualmente pela Palavra de Deus!! Também
devo dizer que a Bíblia os orientou (assim como a todos em nossa casa)
a todos os outros tipos de leitura: são alunos independêntes e aplicados,
são internautas curiosos, são leitores vorazes de uma literatura diversificada
e transcultural! Agora mesmo tenho completado o meu doutoramento em
psicologia, o que considero como oportunidade para um conhecimento que
me serve principalmente como forma de linguagem no mundo e que me permite
acessar a comunicação entre os homens. Compreendemos, todavia, que é,
prioritariamente, o conhecimento de Deus e de Sua Palavra que nos forma
como pessoas. E que é por falta desse conhecimento que “o meu Povo perece”,
diz o Senhor, em Sua Palavra (Os.4:6)! Lemos, há alguns meses, que uma
pessoa, de um desses povos ainda não-alcançados, declarou: “se o seu
Deus fosse poderoso e bondoso como você diz que Ele é, Ele falaria em
minha própria língua, para que eu O pudesse entender”! É! Enviar meus
filhos ao cumprimento da Palavra, sustentá-los a partir das promessas
dessa Palavra (que não é de homem, que mente e se arrepende!), me orientar
a partir da atualizadíssima Palavra de Deus aos homens dessa geração…
tem sido o presente de Deus para mim que tem feito toda a diferença!!
Presente que não tenho o direito de reter e, por isso, eu quero continuar
buscando-o, pesquisando-o com a mente e o coração para saber a melhor
forma de vê-lo nas mãos dos povos (mais de quatro mil línguas!) que
não possuem sequer um versículo traduzido desse incomparável presente!
Tanto os desafios do Seu Reino como as Suas promessas têm-se tornado
mais do que inscrições bíblicas em nossa família. Sim, a Palava de Deus
é, de fato, viva e eficaz (Hb. 4:12)! Doutra forma, ela nos seria tão-somente
lei condenatória! Essa Palavra nos denuncia, sim (quais os intentos
de nosso coração), mas também nos orienta (quais os intentos do coração
de Deus)! Não há maior legado para nós, para os nossos filhos, para
as próximas gerações e para todos os povos da Terra! E as conseqüências
de o buscarmos e o transmitirmos são inestimáveis!!!
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