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MISSÃO HORIZONTES AMÉRICA LATINA
EDIÇÃO ON LINE - © 2003

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ÍNDICE .
a) Prefácio ........................................................................................ 04
b) Introdução..................................................................................... 06
c) Terra para Conquistar ...............................................................  11
d) A Igreja Brasileira e Missões ............................................... 18
e) O Ponto Nevrálgico da Questão ............................................. 20
f) Nós já temos a chamada de Deus ........................................... 35
g) Envolvido ou Comprometido ............................................... 43
h) Situação Atual de Missões ....................................................... 47
i) Frases Históricas ....................................................................... 48
j) Mandamentos Paradoxais da Liderança ................................. 60
k) Zona de Conflito .......................................................................... 62
l) Cemtd ........................................................................................... 65
m) Seminário ...................................................................................... 67
n) Fazendo a Sua Parte ................................................................... 70
o) Compromisso de Fé..................................................................... 71
p) Catálogo ........................................................................................ 72

 

 

 

 

 

 
b) Introdução
Quando era ainda bem jovem, um pastor, amigo de infância, vendo meu interesse pela leitura, presenteou-me com 12 livros de Osvaldo Smith. Li-os todos, e um deles, Evangelizamos o Mundo, o qual li 17 vezes. Fui discipulado por esse líder de missões modernas e a leitura daqueles livros mudou o meu estilo de vida e o curso da história da minha família. Afinal, meus três filhos: Marco Leandro, Margareth e Marisleide vivem em três continentes diferentes e todos estão comprometidos com a expansão do Reino.
Conscientizado da necessidade de servir a Jesus onde Ele nunca fora anunciado, e entendendo a necessidade de me preparar para tal tarefa, deixei a função de coordenador técnico de engenharia de produção da General Motors nos anos 70. Com sustento próprio, mudei com minha esposa Cleonice e meu filho recém-nascido Marco Leandro, hoje missionário aos muçulmanos árabes, para Pindamonhangaba – SP. Lá chegando fui estudar no Seminário IBAD. Tomar aquela decisão não foi uma tarefa nada fácil. Só para conseguir a carta de apresentação para o Seminário foram três meses de insistência com meu pastor. Ele achava aquilo uma loucura.
Pensava que no dia seguinte ao término do curso teológico estaria na China. Minha surpresa foi descobrir que naquela época não estávamos preparados para tamanho desafio. Se tivéssemos nos aventurado na China hoje estaríamos engrossando a fileira dos missionários frustrados, amargurados, decepcionados que voltaram do campo, porque foram sem nenhum treinamento adequado e sem estratégia e logística acertada. Naquele período o Senhor nos conduziu à experiência de fundar igrejas em Minas Gerais, depois na selva boliviana junto aos índios aioreos, em Puerto Suárez – na província German Bush – Bolívia. Por fim, fomos ao País de Gales, numa experiência de aprendizado de recrutar, treinar e enviar missionários, conhecendo os desafios de treinamento, logística e estratégia missionária para os não alcançados da Janela 10-40.
Duas décadas e meia depois, a maioria dos pastores da denominação na qual eu trabalhava não haviam mudado muito sua maneira de ver a necessidade de treinamento transcultural e envio de missionários aos povos não alcançados. Como resultado, poucos são os missionários preparados para serem enviados a estes povos.
Nestas últimas duas décadas a Igreja Evangélica Brasileira tem crescido na sua visão missionária transcultural, porém de forma desequilibrada. Enquanto poucas igrejas investem significativas parcelas de seu orçamento, a maioria investe muito pouco, ou mesmo nada.
Quando olho para tantos desafios, imagino que nós somente chegaremos até onde a nossa fé alcançar. Refletindo sobre isso, lembrei-me do texto de II Rs 13:14-19. Essa passagem fala do profeta Eliseu e do rei Jeoás. Quando o rei foi visitar o profeta, recebeu uma palavra para que abrisse a “janela para o oriente”, onde estava o maior desafio do povo de Israel. Parece que estamos vivendo uma situação similar em nossos dias. Quando olhamos para a “janela para o oriente”, ou Janela 10-40, que cobre grande parte do mundo muçulmano árabe. Eliseu também disse ao rei Jeoás que pegasse seu arco e as famosas “flechas do livramento do Senhor”, que representariam o livramento contra os sírios. O rei tinha o local determinado e a vitória total decretada pelo Senhor para consumir seus inimigos. Jeoás recebeu a ordem de pegar as flechas e, simbolicamente, ferir a terra. Mas ele o fez somente três vezes. Eliseu indignou-se. Jeoás poderia tê-lo feito cinco, seis vezes, e acabar com o inimigo de Israel.
Creio que o maior problema deste novo milênio é o pecado da incredulidade que está dentro da Igreja. Essa mesma incredulidade levou toda a geração de uma nação a ser exterminada, mesmo tendo um líder do calibre de Moisés. Aquelas pessoas foram influenciadas negativamente pelos dez espias designados para observar a terra prometida e que deram um ‘’’relatório negativo. Não levaram em conta as palavras dos outros dois que lhes deram uma palavra alentadora. O mais incrível é que a incredulidade parece limitar até mesmo o poder de Deus. O próprio Jesus não pôde fazer muitos milagres na cidade de Nazaré por causa do espírito de incredulidade que a dominava. Que tristeza!
Precisamos estar abertos para coisas novas vindas do Senhor. Fazer missões de uma forma diferente é uma delas. Entrar em nações consideradas “fechadas” é outra. Deus é criativo e Suas coisas são novas a cada dia. Enfrentar tais desafios é uma batalha, mas as lutas nos fazem mais sensíveis. Porém, se soubermos superá-las, iremos nos tornar mentalmente mais fortes. Temos que nos preparar para grandes desafios, pois conduzir o povo de Israel pelo deserto não era uma tarefa fácil. Imagine entregar a um presidente do ocidente a tarefa de levar três milhões de pessoas pelo deserto, durante 40 anos. Ele certamente diria que não haveria hipermercados para suprir todo o povo. Ou talvez argumentasse sobre quantos milhões de litros de água seriam necessários, roupas, etc... Moisés só teve cinco escusas, quantas um líder ocidental apresentaria?
O Senhor nos entregou a tarefa de fazer discípulos de todos os povos, línguas, tribos e nações. Desde que a recebemos, já passaram dois milênios. E ainda há muita terra para conquistar...
Quando olho para o tamanho da Igreja Evangélica Brasileira e seu potencial, sinto-me envergonhado e entendo que algo radical e urgente tem que ser feito para mudar este quadro. Creio que estamos cometendo o mesmo pecado que os filhos de Israel cometeram nos tempos de Josué. Naquela ocasião, sete tribos foram negligentes em possuir a terra que Deus lhes havia dado, conforme o relato de Js 18:2 e 3. Baseando-me em Tg. 4:17, chamo esse pecado de “Grande Omissão”. A apatia, o conformismo e a indiferença moderna são os maiores desafios de nossos dias. E isso também está presente nas nossas igrejas. Não podemos nos conformar com este mundo, mas devemos renovar as nossas mentes, segundo nos alerta Paulo em Rm 12:1,2.
Este livro que você está lendo é fruto de uma mensagem que o Senhor me deu. Eu o escrevi enquanto estava em Boston, Estados Unidos, compartilhando com as igrejas latinas. Meu objetivo é expressar o sofrimento e o desafio dos verdadeiros missionários transculturais. Além de servir como um conscientizador dos desafios missionários, orientador para vocacionados e igrejas, mostrando o processo revolucionário de treinamento missionário colocado em prática pela Missão Horizontes. Meu principal objetivo é trazer uma mensagem profética para os líderes da Igreja Brasileira para que aproveitem esse “momentum”, ou o “kairós” de Deus, dado ao Brasil para ajudar a terminar a tarefa da evangelização mundial em nossa geração.
Meu sonho com a produção deste livro é encontrar os amantes de missões dentro da Igreja Brasileira. Desejo municiá-los com todas as informações possíveis e nos unirmos no propósito único de fazer Jesus conhecido em todos os povos, raças, tribos línguas e nações em nossa geração.
Se alcançarmos o objetivo da unidade sinérgica poderemos ser os radicais deste novo milênio, nos encontrarmos com o Senhor e dizer-Lhe: Mestre, a tarefa foi terminada!
Tenho consciência que essa mensagem poderá soar como uma “bomba” no arraial dos líderes evangélicos que estejam apáticos, indiferentes, omissos e alguns deles contrários à obra missionária de alcançar os não alcançados da Janela 10-40 e povos indígenas brasileiros...
Una-se a mim em oração para que a mensagem deste livro possa alcançar seu objetivo: despertar os líderes para missões, obreiros para os não alcançados, mantenedores generosos para missionários transculturais e intercessores que se coloquem na brecha em prol dos povos que ainda não ouviram que Jesus Cristo é a única salvação.
Clamando por misericórdia, sabedoria e graça do Senhor para fazer a vontade do Mestre.
David Botelho .

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c) Terra para conquistar

 

Entramos no terceiro milênio e ainda temos muita terra para conquistar. E quanta terra! Você consegue imaginar o grande desafio que temos diante de nós? Como em qualquer atividade humana, deixamos a tarefa mais difícil para o fim. Sabemos que as regiões menos alcançadas pelo Evangelho, hoje em dia, são as mais inóspitas e isoladas, cheias de grandes desafios como epidemias, pobreza extrema, fundamentalismo religioso, falta das Escrituras e analfabetismo exagerado. São principados fortes que têm mantido estes povos escravos de Satanás por séculos e alguns deles até por milênios!
Somente para termos uma pequena idéia do grande desafio vejamos alguns fatos:
· Há 24.000 povos no mundo e 8.000 deles para serem alcançados pelo Evangelho.
· Há 6.809 línguas faladas no mundo e 4.500 ainda não possuem uma linha da Bíblia traduzida.
· Cerca de 85.000 pessoas morrem a cada dia sem nunca terem ouvido sobre Cristo.
· Há somente 1 missionário para 360 mil muçulmanos ao redor do mundo.
· 2.3 bilhões de pessoas não têm acesso ao Evangelho.
· Somente 1,0% dos recursos evangélicos do mundo é destinado ao trabalho com povos não alcançados.
· Somente 2% de todos os missionários do mundo estão trabalhando com estes povos.
· Não se tem conhecimento de crentes nacionais em muitas regiões da terra, como Saara Ocidental, Ilhas Maldivas, Catar e Arábia Saudita.
 Quantos de nós temos orado por estes países? Em Salmos 2:8 está escrito “Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão”. Essa é uma promessa para Jesus, mas pode ser aplicada à Igreja, o Corpo de Cristo. Infelizmente, temos sido orientados por nossos pastores e líderes a pedir somente os nossos bairros, isto é, onde os nossos olhos alcançam. É hora de termos olhos de águia e vermos mais longe, até os confins da terra. Como seria maravilhoso entrarmos em nossas igrejas e vermos mapas e globos e todas as pessoas, quer fossem adultos, jovens ou crianças, orando sobre esses mapas, pisando-os, simbolizando o pisar a terra a ser conquistada...
 Quando olhamos para um desafio como este, nos lembramos de Davi, o destemido jovenzinho pastor de ovelhas. Diante do gigante e tarimbado guerreiro Golias, ele não temeu. Talvez tenha pensado consigo mesmo: “Ele é tão grande! Mas tão grande! Mas tão grande mesmo, que é impossível errar o alvo!”
 É inconcebível pensar, e muito menos aceitar, a triste realidade de que os crentes brasileiros gastam mais com Coca-Cola do que com aquilo que dizem acreditar: Missões!
 Dany Novaes, uma de nossas líderes, compartilhou comigo um grande desafio que ela presenciou no Uruguai. É algo estonteante e assustador. A seguir, irei reproduzir o que ela escreveu:
 O Que a Verdade Significa Para Nós?
 Em 1996 trabalhei como missionária em Paso de Los Toros, uma pequena cidade no centro do Uruguai. Enquanto estava naquele país tive uma experiência que marcou minha vida tanto como missionária quanto como cristã.
 Em novembro daquele mesmo ano eu estava na praça principal de Montevidéu, em frente ao Plaza Hotel, quando eu e outra missionária amiga vimos uma grande quantidade de mulheres orientais ocupando a praça e abordando todas as pessoas. Elas eram discípulas do Reverendo (sic) Moon , propagador de uma seita totalmente diabólica. Moon ensina que Cristo fracassou em Sua missão na terra e que a cruz não teve nenhum valor. Por isso ele diz que foi enviado como substituto de Jesus. Ele já investiu 20 bilhões de dólares na divulgação da seita no mundo e 8 milhões de dólares no Brasil, segundo notícias divulgadas pela imprensa brasileira.  
 Não sei dizer o número exato das missionárias do Reverendo Moon que estavam ali no Uruguai, mas foi divulgado que eram aproximadamente 4.200 mulheres. Imagine, ele conseguiu seduzir e levar mais de 900 pastores brasileiros ao Uruguai em uma de suas investidas no meio evangélico. Aquele homem diabólico e sedutor enganou tantos líderes da igreja evangélica brasileira!
 Enquanto contemplava aquela triste cena, meus olhos encheram-se de lágrimas e desejei de todo coração que a Igreja Brasileira pudesse ver através de nossos olhos. Inúmeras mulheres, em um país considerado ateu, divulgando uma mentir, afirmando que Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, falhou em Sua missão de resgatar a humanidade.
 O número de missionários evangélicos naquele país era aproximadamente 350 e reverendo Moon de uma só vez enviou milhares de missionárias. Tal ocorrido me fez refletir bastante. O reino das trevas tem sido muito mais diligente na propagação de uma mentira do que nós na proclamação da Verdade que mudou nossas vidas. Vivemos a verdade como se fosse mentira e eles vivem a mentira como se fosse a verdade. Eles estão investindo tempo, suas vidas e recursos financeiros naquilo que crêem. Mas como nos custa investir na expansão do Reino de Deus!
 Por isso eu me pergunto: o que a verdade significa para nós?
 Chamemos um Auditor
 Depois de lermos esse relato, como você se sente diante do fato de que os filhos das trevas são, muitas vezes, mais aplicados do que os filhos da luz? Isto é realidade.
 Imagine que contratássemos um auditor de planejamento para analisar e dar seu parecer sobre a Igreja e para onde ela deveria ir a fim de cumprir o seu propósito máximo. Ele nos faria algumas perguntas com o objetivo de chegar a uma conclusão.
 Sua primeira pergunta talvez seria: Qual é a tarefa principal da igreja? Responderíamos que é adorar a Deus e fazer discípulos de todas as nações.
 A segunda pergunta seria: Qual é o número de fiéis seguidores de Cristo hoje? Responderíamos que a igreja possui mais de 800 milhões de cristãos verdadeiros. Ele ficaria surpreso!
 A terceira provável pergunta: Quais são os recursos com os quais contamos hoje? Responderíamos que mais de 50% dos cristãos no mundo são classificados como ricos e que somente 13% são verdadeiramente pobres. Sua admiração seria ainda maior.
 Uma última pergunta: Vocês sabem onde estão as pessoas não seguidoras de Cristo, alvos da pregação? Orgulhosos, responderíamos com riquezas de detalhes que estão concentrados numa região do mundo que denominamos Janela 10-40. Lá estão aproximadamente 2.3 bilhões de pessoas. Nosso interlocutor a essa altura estaria em êxtase com grande admiração pelo conhecimento demonstrado.
 A última pergunta: Então é para essa região do mundo que vocês estão enviando o maior número de propagadores da fé cristã e onde estão investindo a maioria dos seus recursos?
 Nossa resposta seria mais uma escusa. Diríamos que estamos enviando somente 1% dos nossos missionários a esses povos não evangelizados, pois são os mais difíceis de serem alcançados. Além disso, somente 1% dos nossos recursos são destinados a eles, pois estão distantes dos nossos olhos, portanto não tocam os nossos corações.
 A conclusão do auditor seria uma resposta clara e enfática: Vocês não são sérios no que dizem e fazem!
 Outros Exemplos
 Imaginem que os mórmons possuem, somente nos Estados Unidos 7.000 pessoas fluentes no árabe esperando pela queda do islamismo. Enquanto isso os evangélicos brasileiros têm somente alguns que podem ser contados nos dedos das mãos. Por falta de sabedoria, muitos crentes têm orado pela queda do islamismo, quando na realidade deveriam orar pedindo que o Senhor envie obreiros para os povos muçulmanos. Estamos sob o risco de incorrermos no mesmo erro cometido na Espanha . Quando as portas para outras religiões além do catolicismo foram abertas, quem pôde aproveitar essa oportunidade por estarem preparado para enviar os seus propagadores foram as Testemunhas de Jeová. Hoje há muito mais seguidores dessa seita naquele país do que evangélicos. Por outro lado, veja o que aconteceu dentre os ciganos que moram na Espanha. Mesmo sendo um pequeno grupo étnico, eles experimentaram um avivamento e hoje são tão numerosos quanto os evangélicos espanhóis.
 
A nossa base central latino-americana está instalada em Monte Verde – Camanducaia, MG. Temos orado, meditado na grandeza do Senhor e também buscado sabedoria dEle para vermos este quadro mudado. Como temos anelado e sonhado ver em nossos meio profetas que façam diferença, assim como fizeram os filhos de Issacar! Eles eram 200 homens entendidos nos tempos , que sabiam o que fazer e o melhor momento para agir. Esses homens estavam com Davi quando ele estava em Hebrom junto com seus soldados treinados para ajudar a fazê-lo rei. Como é necessário termos homens assim hoje. Precisamos de pessoas que saibam qual é prioridade no Reino do Senhor e como entrar em nações onde Cristo ainda não foi anunciado. Assim podermos coroar Jesus como o Rei dos Reis entre todas as Nações e saberemos o melhor momento para fazer isso!
 Nos dias atuais, como nunca na história da Igreja, é crucial a presença de homens estrategistas do Senhor que possam planejar o trabalho de divulgação da mensagem salvadora de Jesus para que venhamos terminar a tarefa de evangelizar todos os povos, línguas, tribos e nações em nossa geração. Temos uma oportunidade ímpar e se nos comprometermos a fazer isto agora, poderemos concluir a tarefa em nosso tempo de vida. Então poderemos encontrar Jesus e dizer-lhe: “Mestre, a obra a nós confiada foi terminada”. Aleluia!
 Hoje temos todos os obreiros necessários para tal empreitada. Sabemos também que não faltam recursos econômicos, tecnológicos, informativos, treinamento adequado, etc. O que falta é comprometimento de investi-los e direcioná-los para aqueles que são esquecidos e preteridos pela igreja mundial, isto é, os povos não alcançados da Janela 10-40 e além.
 Nossa situação chega a ser vergonhosa. Veja o exemplo dos irmãos morávios , que viveram há mais de 200 anos. Mesmo sendo simples camponeses, tinham um missionário transcultural para cada doze membros. Eles formavam o verdadeiro G12.
 Enquanto isso, o Brasil tem a terceira maior Igreja Evangélica do mundo. Somos superados somente pelos EUA e pela China. Temos mais evangélicos no Brasil do que em toda a Europa e Leste Europeu juntos, que totalizam mais de 30 países.
 
Pois nós precisamos mais de 10.000 crentes para sustentar apenas um missionário transcultural! É realmente vergonhoso imaginarmos que somos maiores que esse conglomerado de nações e algumas delas fazem parte do berço da obra missionária. Somos uma raça miscigenada, temos uma mistura de diversas nações. Apenas um exemplo: há mais libaneses no Brasil do que no Líbano! Patrick Johnstone, autor do livro Intercessão Mundial, chama o Brasil de o cadinho das nações’. A seguir, vamos analisar melhor essa realidade.

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d) A Igreja Brasileira e Missões
 O crescimento da Igreja Brasileira é considerado um fenômeno. A cada dia são acrescidos cerca de 5.000 novos convertidos à Igreja. Isso está sendo motivo de estudos para muitos missiólogos estrangeiros.
 Trata-se de uma Igreja com grande potencial humano. Temos muitos jovens comprometidos com o Senhor, com um bom nível escolar, interessados em missões e em condições de serem preparados para trabalhar entre os não alcançados. Milhares deles estão preparados e esperando oportunidade e apoio para ir aos campos não alcançados.
 Nossa Igreja possui um grande potencial financeiro. O Brasil tem a décima economia do mundo, mas são necessários 10.000 crentes para sustentar cada missionário transcultural. E se pensarmos em Janela 10-40, teremos que multiplicar isto por 10. Cada crente brasileiro investe em média apenas R$ 1,30 por ano em missões transculturais. Que absurdo! Se este valor for multiplicado por 100 podemos revolucionar o mundo. E isto não é nenhum exagero ou sacrifício. É somente uma média de R$10,00 mensais por crente.
 Somos parte de uma Igreja com um grande potencial na área de intercessão, um ponto-chave para toda a obra missionária. Se olharmos para a questão da oração em favor das nações, veremos que a falta de informação faz com que a igreja não ore tanto quanto deveria.
 Lembre-se que Salmo 2:8 diz: “Pede-me e te darei as nações por herança e os confins da terra por tua possessão”. A falta de obreiros para os povos não alcançados é resultado da falta de oração direcionada, pois o Senhor diz em Mateus 9:37 e 38: “A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara”. O estudo sobre guerra espiritual tem ajudado a nos conscientizarmos de que nossa batalha não é contra seres humanos, mas contra as hostes espirituais que habitam nas regiões celestes .
 Portanto, os irmãos podem ver que não há falta de obreiros, nem tampouco de recursos. Toda a problemática missionária é uma questão de visão. Parafraseando o sábio escritor Salomão: “Sem visão o povo perece” (Pv. 29:18). A Palavra de Deus diz que “a quem muito foi dado, muito lhe será exigido” (Lc. 12:48). Por isso nós temos uma grande responsabilidade com a questão da evangelização mundial. Isso nos lembra da famosa frase de Hudson Taylor: “A obra de Deus, feita segundo a vontade de Deus, no tempo de Deus, tem os recursos de Deus”.
 Queremos ver a força missionária brasileira em direção à Janela 10-40 dobrar nos primeiros anos deste novo milênio. Em 2001 estimava-se que teríamos 300 missionários brasileiros na Janela 10-40. Infelizmente isso não se cumpriu e a proposta a ser avaliada agora é que devemos enviar cerca de 600.
 
 
e) O ponto nevrálgico da questão
 Muitos palestrantes têm falado sobre missões, mas poucos têm chegado ao ponto nevrálgico da questão, à parte prática. Creio que isso diz respeito aos pastores e líderes. Eles são o carro-chefe no processo de conscientizar a igreja, recrutar os candidatos, ajudar no seu treinamento e envio e sustentá-los adequadamente nos campos. Temos que avaliar como sair da teoria e chegar à prática. Os grandes participantes desse problema são, sem dúvida, os pastores e líderes, que devem ser os formadores de consciência missionária.
 Oswald Smith, famoso escritor e pastor de uma igreja com mais de 800 missionários, afirmou: “O primeiro e maior obstáculo para missões são os pastores”. Russell Shedd, famoso palestrante da Bíblia, disse no Congresso Brasileiro de Missões, em 1993, que não conhece nenhuma igreja brasileira que invista 50% de seu orçamento em missões transculturais. Ele é um dos homens que mais tem palestrado em diversas igrejas e regiões de nossa pátria. È também um dos que mais se envolve no treinamento de candidatos. Por isso tem um profundo conhecimento da Igreja Brasileira, tanto através de informações obtidas ‘in loco’, quanto por experiências de outras pessoas.
 Também é essa a constatação a que a Missão Horizontes chegou após termos enviado cerca de 20.000 formulários de pesquisas aos pastores brasileiros. Oremos pelos pastores brasileiros a fim de que eles se tornem mais amantes do ser do que do ter. Isto é, que passem a amar mais as almas do que mega-catedrais e que tenham uma verdadeira paixão e compaixão pelos perdidos que estão longe de nossos olhos.
 Durante uma de nossas reuniões de planejamento e estudo, meditamos no capítulo 12 de Números:
 Falaram Miriã e Arão contra Moisés, por causa da mulher cuxita que tomara; pois tinha tomado a mulher cuxita. E disseram: Porventura, tem falado o SENHOR somente por Moisés? Não tem falado também por nós? O SENHOR o ouviu. Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra. Logo o SENHOR disse a Moisés, e a Arão, e a Miriã: Vós três saí à tenda da congregação. E saíram eles três. Então, o SENHOR desceu na coluna de nuvem e se pôs à porta da tenda; depois, chamou a Arão e a Miriã, e eles se apresentaram. Então, disse: Ouvi, agora, as minhas palavras; se entre vós há profeta, eu, o SENHOR, em visão a ele, me faço conhecer ou falo com ele em sonhos. Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com ele, claramente e não por enigmas; pois ele vê a forma do SENHOR; como, pois, não temestes falar contra o meu servo, contra Moisés? E a ira do SENHOR contra eles se acendeu; e retirou-se. A nuvem afastou-se de sobre a tenda; e eis que Miriã achou-se leprosa, branca como neve; e olhou Arão para Miriã, e eis que estava leprosa. Então, disse Arão a Moisés: Ai! Senhor meu, não ponhas, te rogo, sobre nós este pecado, pois loucamente procedemos e pecamos. Ora, não seja ela como um aborto, que, saindo do ventre de sua mãe, tenha metade de sua carne já consumida. Moisés clamou ao SENHOR, dizendo: Ó Deus, rogo-te que a cures. Respondeu o SENHOR a Moisés: Se seu pai lhe cuspira no rosto, não seria envergonhada por sete dias? Seja detida sete dias fora do arraial e, depois, recolhida. Assim, Miriã foi detida fora do arraial por sete dias; e o povo não partiu enquanto Miriã não foi recolhida. Porém, depois, o povo partiu de Hazerote e acampou-se no deserto de Parã.
 
 Nós temos um método de estudo onde, para que cada um cresça, é necessário que façamos a leitura bíblica e depois compartilhemos aquilo que aprenderam do texto lido, extraindo lições para a nossa vida. Isso tem nos ajudado muito a ver onde estamos, o que precisamos mudar, que paradigmas precisamos quebrar, tradições que devem ficar de lado e a multiforme graça de Deus na diversidade do corpo de Cristo. Na reunião em que estudamos o texto de Números 12, cada um comentou sobre a questão da desobediência de Miriã e Arão, o arrependimento de Arão por ele e por Miriã, a mansidão e a intercessão de Moisés. Contudo, uma das coisas que o Senhor falou conosco é que não deveríamos enfatizar o levante dos dois, mas sim a enfermidade de Miriã causada por sua desobediência. Aquela atitude atrasou em uma semana a viagem de todo o povo de Israel à terra prometida, que teve que esperar a total restauração de Miriã. A irmã de Moisés era uma líder enferma e leprosa, sua atitude afetou o processo da caminhada de todo o povo.
 A conclusão a que chegamos é que quando o líder ou pastor não tem visão missionária de alcançar a todos os povos, inclusive os não alcançados, está enfermo. Como resultado, isso afeta todo o processo missionário do rebanho que ele está liderando ou pastoreando. Que tremenda lição nos deixa este texto sagrado!
 Veja o que escreveu Edison Queiroz, um líder de visão missionária, quando prefaciou o livro A Chave Para O Problema Missionário, de Andrew Murray, publicado pela Missão Horizontes:
 Durante muito tempo, pensei que o problema missionário fosse a falta de visão de pastores e líderes, mas lendo o livro, concordei com o autor que o problema é espiritual. A Igreja está enferma. A enfermidade é a falta de compromisso, falta de poder do Espírito Santo e falta de consagração. O que chamou minha atenção é o fato do autor mencionar especificamente o problema missionário. Creio que é importante apresentarmos os desafios, as necessidades mundiais, as bases bíblicas de Missões Mundiais, mas este tratamento será superficial. Não adianta fazermos congressos, conferências, etc., se não atingirmos o cerne do problema. Tenho visto que missões, na mente de alguns, é uma idéia do momento, é a visão que Deus deu a alguns pastores, é uma onda. Este livro acaba com esta idéia, pois mostra que missões é algo que deve nascer de um coração totalmente consagrado e comprometido com Deus.
 Isto é uma Vergonha!
 Muitos missionários da Horizontes, quando retornam do campo vão visitar igrejas para compartilhar seus testemunhos. È triste ver que eles não têm encontrado eco em seus desafios para levantar o sustento necessário para voltarem ao campo. Temos visto a grande frustração desses servos de Deus. Mas o texto lido de Números 12 nos trouxe uma lição importante: devemos orar pela cura total da igreja. Na maioria das vezes, um período prolongado no retorno ao país de origem contribui para que esses missionários possam propagar a visão missionária dentro da Igreja Brasileira. Desse modo tentamos corrigir o erro de se investirmos tão pouco em missões transculturais. Deus transforma esse desvio no uso do tempo em bênçãos, mas por causa de sua misericórdia. Concluímos que o avanço lento da mensagem de Salvação é devido à enfermidade da Igreja que faz com que pouco seja investido em missões transculturais. Não é preciso ir muito longe para vermos isso. No Brasil, dentre as 251 tribos indígenas conhecidas, mais de 125 não possui nenhum missionário. E veja que contamos com mais de 175.000 igrejas evangélicas em nosso país conforme mostra o recenseamento do ano 2000. Parafraseando um famoso telejornalista: “Isto é uma vergonha!”
 No capítulo 13 do livro de Neemias , lemos que o governador de Israel soube que o sustento dos levitas não estava sendo suprido. Assim sendo, os levitas e cantores que faziam o serviço acabaram fugindo cada um para o seu campo. Neemias repreendeu os líderes de sua época perguntado-lhes porque haviam negligenciado a obra do Senhor. Então, ajuntou s levitas e os reintegrou a seus postos.
 Algumas igrejas têm permitido que seus candidatos ao campo missionário sejam treinados em alguns Centros de Treinamento Transculturais. Só que muitas delas os têm abandonado ali. Essa atitude é de alguém que está cometendo um pecado similar ao de Davi, que na época em que os reis deveriam ir à guerra, ficou em casa. Por causa dessa decisão ele acabou pecando com Bate-Seba. Para piorar as coisas, chegou a enviar Urias à frente da batalha e ordenou que tirassem toda a retaguarda para que ele morresse ali. Nada parou a sua insanidade. Somente com a intervenção do profeta é que o rei viu o tremendo erro que havia cometido. Como vemos, uma coisa levou a outra.
 Nestes dias Deus está nos conclamando à guerra, inclusive escancarando portas tremendas. Alguns exemplos: um presidente muçulmano pediu obreiros à Missão Horizontes para ajudarem o seu país.
 Além disso, temos muitos relatos de muçulmanos estão tendo visões e sonhos com Jesus e acabam se convertendo. O filme Jesus é o mais pirateado no mundo muçulmano e foi inclusive passado em rede nacional em países de cultura islâmica na época do Natal. Enquanto isso, no Ocidente, celebra Papai Noel, pinheiros, presentes, etc. Parece que as pedras começaram a clamar!
 Testemunho Milagroso
 Tivemos uma experiência digna de registro e vimos o que Deus é capaz de realizar para fazer cumprir a Sua vontade missionária ao enviar os Radicais.  Com essa experiência acabando nos lembrando da famosa frase de Hudson Taylor: “A obra de Deus tem três estágios: começa difícil, torna-se impossível e então é feita”.
 Em dezembro de 1999, reservamos 100 passagens para os Radicais na companhia aérea British Airways. O destino era Londres e a data marcada para o vôo, 25 de setembro de 2000. Pouco menos de quatro meses antes da viagem fomos informados que teríamos que adiantar 10% do valor como sinal de pagamento. E isso foi feito. Mas em julho de 2000 chegamos a pensar que deveríamos adiar a viagem, pois os recursos não estavam entrando como previsto. Havíamos visitado mais de 1.000 igrejas desde fevereiro daquele ano. Fizemos campanhas com Luís Bush no Nordeste do país, compartilhado com muitas pessoas através de cartas, telefonemas, etc. Mas a resposta era lenta. Então todos nós, Radicais e líderes da Missão, fizemos três dias inteiros de jejum e oração clamando ao Senhor por misericórdia. Nos sentíamos como Moisés diante do mar Vermelho, com toda a Igreja Brasileira na expectativa de que algo iria acontecer.
 Em 21 de setembro de 2000, exatamente quatro dias antes da data prevista para a viagem, recebemos um telefonema do diretor da empresa aérea. Ele nos disse que o vôo estava lotado. Seria necessário fazer um remanejamento de passageiros e a equipe iria viajar pela TAM. O vôo seria antecipado da noite para a manhã do dia 25. Como compensação pelo desconforto, eles nos dariam aproximadamente 40.000 dólares na época . Vibramos de alegria! No final pagamos o restante das passagens com cartão de crédito e o Senhor honrou a fé radical. Costumamos dizer que aquele foi o dia em que a British Airways fez missões. Você concorda com isso? Imagine que cada passagem para Londres, via Miami, ficou em somente 36 dólares. Louvado seja o Senhor!
 
 A Influência da Mídia
 Cremos que este é o tempo de testemunharmos mudanças. Um dos nossos sonhos é ver em nossa nação uma igreja que pense, viva, inspire e espire missões o tempo todo e que venha a ser modelo de missões aos não alcançados para outras igrejas. Já tivemos algo similar no passado. A 1ª Igreja Batista de Santo André, São Paulo, quando era pastoreada por Édson Queiroz, influenciou a vida de muitos missionários e pastores. Alguns deles hoje são mobilizadores de missões de nossa pátria.
 A realidade triste é que estamos sendo tremendamente influenciados pelo materialismo e consumismo modernos. Como resultado, nossas igrejas têm investido pouco em missões aos povos não alcançados. Parece a mesma situação que os crentes primitivos de Tessalônica experimentaram (1 Ts. 4:13-18). Por causa da perseguição, eles estavam perdendo vários de seus entes queridos e não sabiam o destino eterno deles, pois ainda não contavam com o evangelho completo. Os demais, por não serem crentes, lancetavam os seus corpos e arrancavam os seus cabelos quando perdiam um ente querido, pois não tinham esperança de vê-lo novamente. Mas o apóstolo Paulo se dirigiu a eles para consolá-los e disse: “não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança” (1 Ts. 4:13b).
 A mídia tem bombardeado e investido muito para que consumamos mais e mais. Com muita sutileza, a cada dia uma nova necessidade é inventada. Lembro de uma história que ilustra bem como isso funciona. Certa fábrica de pasta de dente concluiu que tinha condições de produzir o dobro que estava produzindo. Seguindo a sugestão de um funcionário ampliou o orifício de saída do produto. O resultado? Hoje usamos mais pasta de dente do que o necessário para a nossa higiene bucal. É comum nos comerciais vermos uma escova de dente com uma quantidade exagerada de pasta de dente, sugerindo um padrão de uso. Nem mesmo os dentistas têm conseguido sucesso em mudar este quadro. Que tristeza!
 Em 2001, entramos num hipermercado em São Caetano do Sul, São Paulo, na época da Páscoa. Ficamos tremendamente surpresos com o que vimos. O verdadeiro sentido da páscoa havia sido totalmente deturpado. Hoje em dia até mesmos os crentes estão celebrando a Páscoa com ovos de chocolate caríssimos! Isso ocorre devido ao grande investimento em marketing das fábricas de chocolate. Naquele mesmo ano, uma grande fábrica de cerveja também se aproveitou do marketing da época da páscoa. Foi lançado um ovo cheio de latas de cervejas. O sucesso foi total. Quanto absurdo! O mais triste foi testemunharmos naqueles dias um famoso jogador evangélico comemorando um gol saltando com as mãos dobradas para baixo, representando um coelhinho. Quanta burrice!
 Mas isso não é tudo. Diariamente todos os brasileiros, inclusive muitos evangélicos ficam assistindo as novelas perniciosas da Rede Globo e tantas outras imundícies exibidas nas TVs. Inclusive aos domingos quando parece haver uma seleção do que há de pior para ser exibido. Isso acaba afetando o crescimento intelectual e espiritual dos cristãos evangélicos. Uma pesquisa mostrou o brasileiro assiste televisão, em média, cinco horas diárias. Que absurdo ver que esta é a babá eletrônica do Brasil!
 Essa situação se reflete na Igreja Brasileira como um todo. Ela acaba se revelando muito superficial, faltam-lhe conhecimento bíblico e comprometimento com o Senhor. Prova disso é que vemos muitos jovens vindo estudar no seminário da Missão que nunca leram um livro de missões transculturais sequer. O triste é que outros tantos estudantes jamais leram a Bíblia inteira. Por que os cristãos trocam os valores do Reino por esse tipo de coisa? Temos que parar isso. É preciso orar mais do que nunca para que o Senhor levante profetas na Igreja Brasileira para combaterem tais absurdos.

 A DESTRUIÇÃO DE UMA GERAÇÃO
 Dados recentes de uma pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e de outros institutos de ponta mostram que o brasileiro tem diminuído sua leitura significativamente nos últimos 20 anos.
 Atualmente, uma quantidade muito menor de livros, jornais e revistas é vendida quando comparamos com a proporção de pessoas alfabetizadas. Todas as manhãs e, mais atrevidamente aos domingos, programas dirigidos para crianças e adolescentes que tratam de temas sexuais como se fosse uma seção de terapia de casais. Existe um descontrole e imoralidade quase tão grande quanto os filmes pornográficos e de baixíssimo nível apresentados durante as madrugadas. Basta ligar a televisão para presenciarmos cenas e abordagens impróprias sobre o relacionamento sexual.
 A maioria das apresentadoras desse tipo de programa não tem qualquer formação acadêmica que as habilite para tratar com crianças e muito menos para abordar tais assuntos. Elas acabam vivendo, na verdade, do comércio de produtos licenciados com seus nomes e imagens. Beneficiam-se com a falta de cultura das crianças, jovens e de seus pais.
 Nos anos 60 e 70, meninas e meninos eram educados lendo, conversando e discutindo assuntos. A partir dos anos 80, as crianças passaram a ser criadas vendo televisão. Isso aconteceu porque os pais trabalhavam mais e deixavam o entretenimento de seus filhos a cargo da TV? Ou será que o problema é que essas crianças de livre e espontânea vontade optaram por ficar assistindo TV ao invés de ler revistinhas e livrinhos?
 Apresentadoras ou "Atrasadoras"?
 Os programas matinais mostraram durante quase duas décadas um mundo de fantasia para as crianças, que as cativava, porém não ensinava absolutamente nada de útil. Seu único objetivo parecia ser aumentar o faturamento da emissora, pois nesse período essa “fatia de mercado” infantil e juvenil foi descoberta. Além de engordar, naturalmente, as contas bancárias das apresentadoras. Milhões de horas foram desperdiçadas por essa geração em frente à TV. Loiras e morenas de valores culturais desprezíveis brotavam em todos os canais, sempre destacando brincadeiras e ensinamentos de gosto e utilidade duvidosos.
 Xuxa, a “rainha” dessas apresentadoras tentou a vida com seus programas fora do nosso país. Nos EUA, não funcionou. Ela quase foi expulsa de lá, porque para os padrões infanto-juvenis americanos, sua imagem era vista como sendo completamente indecente, quase pornográfica. No Chile, eles conhecem Xuxa como a “rainha dos grandinhos” pois é sexy demais para os meninos. Na Argentina ela também não deu certo.
 Certamente as apresentadoras não podem ser apontadas como as responsáveis por termos escolas e professores medíocres. Mas elas deram uma contribuição fundamental para a criação de uma geração que vive de fantasia, de sonhos que não serão realizados, que só se interessa por pagode e axé music, sem responsabilidade e sem objetivos sérios.
 O mal que essas apresentadoras e seus programas fizeram a uma geração inteira de tantos que hoje têm entre 14 e 34 anos é irreparável. Elas os tiraram do mundo maravilhoso dos livros, da cultura, da escola para se tornarem verdadeiros fanáticos, adoradores do mundo irreal. É claro que essas crianças iam (e ainda vão) às aulas, mas parece que por um mero cumprimento de dever.
 Influências em Nossa Cultura
 Já é tão difícil para os pais insistirem com seus filhos para que eles estudem, façam a lição de casa e freqüentem a escola regularmente. Imagine eles tendo de lutar contra formadoras de opinião tão poderosas como essas animadoras de programas infantis.
 O leitor duvida disso? Faça uma pesquisa entre seus familiares, amigos ou no seu local de trabalho. Basta perguntar a qualquer pessoa entre 14 a 34 anos quem foi Balzac, Machado de Assis ou Monteiro Lobato. Questione se eles sabem quem foi Mozart, Beethoven ou mesmo Rembrandt, Renoir e Tarsila do Amaral.
 Parece-lhe muito difícil? Vamos facilitar. Pergunte para os membros da geração atual se eles sabem o que é uma paroxítona, quais são os quatro pontos cardeais ou qual é a capital da Bolívia. Garanto que terá uma surpresa ao ouvir suas respostas.
 Recentemente, em um desses programas de auditório vi três artistas-cantores e bailarinas de axé e pagode tentando responder a essas perguntas. Ao ouvir a questão sobre paroxítona, a bailarina, de 25 anos aproximadamente, comentou: “É um remédio novo?” Procurando descrever os quatro pontos cardeais, o sambista, com cerca de 30 anos, disse: “Frente, verso, traseiro e dianteiro”. Procurando apontar a capital da Bolívia, o mesmo músico respondeu: “Venezuela”. O apresentador ficou perplexo.
 Tenho ouvido em pesquisas no rádio, TV e jornais, que adolescentes na faculdade escrevem “profição” ao invés de profissão e “séquiço” ao invés de sexo. O resultado da doutrinação de loiras e morenas sobre os “baixinhos” dos anos 80 e 90 não tem limites. Pessoas na TV respondem os maiores absurdos sobre qualquer assunto. Isso é um reflexo do nível cultural do nosso povo. Não creio que a cultura seja tão importante assim para o bem viver dessas pessoas. Talvez honestidade e boa educação estejam um passinho à frente.
 Porém, a falta de leitura e de uma boa educação cultural prejudica o próprio sujeito. Isso limita suas possibilidades escolares e profissionais, afetando seu desenvolvimento junto à comunidade e retardando o desenvolvimento do país.
 Temos exemplos disso em vários segmentos da sociedade. Você já tentou conversar com alguma dessas meninas e meninos que trabalham em telemarketing de grandes empresas? É um sofrimento. São pessoas despreparadas, arrogantes, que ficam repetindo as mesmas frases independentemente do que lhes é perguntado, como se sempre iniciassem uma gravação.
 Até Quando, Senhor?
 A Bíblia fala sobre restaurar os anos que o gafanhoto comeu (Joel 2:25). Creio que devemos pedir ao Senhor que nos ajude nessa gigantesca tarefa de procurar restaurar os nossos jovens, e não deixar que as crianças entrem pelo mesmo caminho que tantas outras entraram. É hora de investirmos em uma boa literatura evangélica para que leiamos e nos edifiquemos. Assim não seremos uma massa manobrável, mas formadores de opinião e possamos ajudar a influenciar outros. Como precisamos da ajuda do Senhor para mudar este quadro triste!
 Tenho outra preocupação: devemos cuidar para que a festa demoníaca do Halloween não entre em nossos lares. Você já ouviu falar nela, não é? Na América do Norte e na Europa é algo muito popular e tem sido comemorada até em algumas igrejas ditas “evangélicas”. Na França, no ano 2000, ela chegou a ser celebrada com uma “carteira de identidade demoníaca” oficial. As crianças e adolescentes preenchiam os seus dados e até escolhiam um apelido demoníaco, colocavam as suas fotos e no final vinha a assinatura de Lúcifer. Essa “carteira de identidade” foi patrocinada por marcas famosas chocolate, como Mars, Bounty, M&Ms, Snickers e Twix.
 Esses fatos afetaram a formação espiritual do cristão e como conseqüência o conhecimento profundo do propósito eterno de Deus de acalcar todos os povos, nações, raças e línguas.
 Missões ou Omissões?
 Diante disso tudo nos resta a reflexão sobre o papel da Igreja no mundo atual. Parece ser tradição de nosso país nos conformarmos com os problemas. Essa característica dos brasileiros parece não mudar muito depois que eles se convertem.
 Esse triste quadro de indiferença, apatia, indolência e omissão da Igreja Brasileira atinge também a obra missionária. Olhando para o número de missionários brasileiros entre os não alcançados nos fez pensar no profeta Elias. Ele precisou enfrentar a síndrome da solidão, conforme registra 1 Rs 19:10-14:
 
 Respondeu ele: “Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos exércitos; porque os filhos de Israel deixaram o teu pacto, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada; e eu, somente eu, fiquei, e buscam a minha vida para ma tirarem. Ao que Deus lhe disse: Vem cá fora, e põe-te no monte perante o Senhor: E eis que o Senhor passou; e um grande e forte vento fendia os montes e despedaçava as penhas diante do Senhor, porém o Senhor não estava no vento; e depois do vento um terremoto, porém o Senhor não estava no terremoto; E depois do terremoto um fogo, porém o Senhor não estava no fogo; e ainda depois do fogo uma voz mansa e delicada. E ao ouvi-la, Elias cobriu o rosto com a capa e, saindo, pôs-se à entrada da caverna. E eis que lhe veio uma voz, que dizia: Que fazes aqui, Elias? Respondeu ele: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos exércitos; porque os filhos de Israel deixaram o teu pacto, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada; e eu, somente eu, fiquei, e buscam a minha vida para ma tirarem”.
 
 Quando viu o estado caótico do povo de Deus de sua época, disse que todos haviam se corrompido e que ele estava só. Então Elias acabou desenvolvendo uma outra síndrome: a de santidade. Ele achava que era o único zeloso pela causa do Senhor, mas Deus o convidou a sair da caverna e mostrou-lhe um grande e forte vento, um terremoto e um fogo. O Senhor não estava em nenhuma daquelas manifestações. Que tremenda lição para nós. Muitas vezes os cristãos vêem tantos movimentos modernos e correm desesperadamente atrás de cada um deles. Quantas vezes eles se frustram por Deus não estar num movimento que ao invés de ser bênção, serve para gerar divisão no corpo de Cristo. Depois que Elias se recuperou da depressão, o Senhor lhe disse que havia conservado 7.000 judeus que não haviam dobrado os seus joelhos a Baal e tampouco haviam beijado o ídolo.

 Literatura Missionária
 Ainda existem em nossos dias pessoas que não dobram os joelhos a Baal. Luis Bush é um deles. Ao vermos que as grandes editoras evangélicas não estão publicando literatura de teor missionário transcultural por não a considerarem lucrativa. Nenhuma editora se interessou pela publicação do livro de Patrick Johnstone, A Igreja é Maior Do Que Você Pensa, no Brasil. Luís Bush, ex-diretor internacional do hoje extinto Movimento AD2000, interferiu no contato com os líderes dessas editoras. Como ninguém se interessou por esta publicação, vimos que era necessário fazermos algo para disponibilizar em português essa literatura tão importante e vital para ampliar a visão missionária. Por isso fizemos um grande sacrifício para produzi-la e publicamos esse livro pela Missão Horizontes.
 Esta mesma situação ocorreu com todas as revistas do AD2000, tais como Janela 35-45, Magreb, Norte da Índia, Chifre da África, Shalom-Salam e Península Arábica . Todas foram publicadas pela Horizontes.
 O que eu quero dizer com isso?
 Creio, assim como o apóstolo Paulo escreveu em Romanos 15:20, que precisou se esforçar para levar o evangelho aos não alcançados de sua época, hoje precisamos reunir todos os esforços necessários para restaurar essa visão. Esperamos que esta literatura sirva como combustível para o fogo missionário.

f) Nós já temos a chamada de Deus
 
 Imagine um culto em uma igreja no domingo à noite. De repente, o pastor se levanta inspiradíssimo e diz: “Nós temos orado pedindo a Deus que nos envie alguém para atender um trabalho novo da igreja. O local está situado numa grande metrópole brasileira, tem 250 crentes, o salário é de R$ 3.000 e oferecemos carro, casa, gasolina, etc.”. Certamente no final do culto muitos viriam e diriam que são chamados por Deus para tal cidade. Mas se fosse feito um desafio com grande emoção, repleto de informações detalhadas sobre um povo não alcançado, como, por exemplo, os fula veríamos quantos se apresentariam. Só para esclarecer: esse grupo étnico possui 23 milhões de pessoas no Sahel Africano, uma das regiões mais pobres da África. Eles tiveram visões com Jesus e estão pedindo missionários para os atenderem.
 É quase certo que nenhum membro da igreja se canditaria. Essa experiência pode ser feita na maioria dos seminários brasileiros e veremos que são poucos os que se apresentam para servir os povos não alcançados. Isso nos leva a uma reflexão profunda. O que define uma chamada? O dinheiro? A ordem dada por Cristo de irmos a todas as nações inclui os povos esquecidos e negligenciados pela Igreja?
 Muitos teólogos modernos afirmam que é preciso uma chamada específica de Deus para ir a esses lugares. Mas nós já temos a chamada de Deus para ir a todos os lugares! Por isso, cremos piamente que realmente precisamos é de uma chamada específica para ficar, pois já temos a chamada do Senhor para irmos. Ele disse que devemos ir por todo mundo e fazermos discípulos de todas as nações.
 Diante deste grande desafio e do desinteresse dos líderes evangélicos brasileiros para missões transculturais, também nos deparamos com uma “crise existencial” da Igreja. Na língua chinesa, os símbolos usados para escrever “crise” são uma junção de “perigo” aliado à palavra “oportunidade”.
 Usando essa analogia, pudemos ver que o período de crise que estávamos vivendo seria também uma grande oportunidade para fazermos uma revolução em nossa organização missionária.
 Reavaliar para Melhorar
 Decidimos reavaliar nosso trabalho e a forma como trataríamos dos candidatos que se apresentam para missões. Fizemos isso, obviamente, somente depois de muita reflexão e oração. A primeira decisão foi mudarmos o currículo de nosso seminário missionário, que era composto de três partes: formal, não-formal e informal. Com isso, acreditamos que é possível desenvolver o candidato em várias áreas.
 No caráter cristão
 Muitos missionários não têm conseguido manter uma boa convivência com outros missionários, com a liderança local e nacional do campo onde estão trabalhando. Isso tem sido uma das grandes causas do retorno prematuro de muitos missionários. Este é o ponto crucial na área de treinamento, pois está enraizada nos candidatos a idéia de que “quando não se gosta da orientação, pode-se mudar para outra organização de treinamento”. Isso acontece com relação às igrejas, pois quando os candidatos são corrigidos ou admoestados, mudam de igreja. Esta atitude não pode, de maneira nenhuma, ser levada para o campo missionário. Se formos cristãos sérios, temos que mudar esta característica que já está fazendo parte da igreja brasileira e está sendo exportada para as igrejas brasileiras no exterior.
 No trabalho em equipe
 Este foi o método de Jesus e está provado ser o ideal para o bom desenvolvimento dos dons naturais e espirituais. A Bíblia diz que um cordão de três dobras não se quebra facilmente. Trabalho em equipe diminui tremendamente o custo financeiro, o estresse cultural e ajuda muito na área de cuidado missionário, pois, por exemplo, ao invés de visitar um candidato somente, o custo será dividido por toda uma equipe. Vale salientar a importância do encorajamento mútuo nas dificuldades, que são muitas entre os povos não alcançados.
 Na área de conhecimentos de primeiros socorros
 As regiões menos alcançadas são as mais pobres da terra e faz-se necessário ter-se tais conhecimentos que irão ajudar na automedicação, bem como no compartilhar com os da própria cultura na qual se estiver trabalhando. Outros conhecimentos, como na área agricultura e técnica, em outras regiões são sumamente importantes.
 No treinamento bivocacional
  Visa possibilitar ao candidato desenvolver seu ministério sem dependência extrema da base de origem. Lecionar a língua inglesa, a francesa, ou o espanhol, ser representante comercial, esportista ou ter outra profissão pode ser um bom ‘ministério de fazer tendas’. O apóstolo Paulo usou este método em algumas oportunidades. Isto não implica que a igreja possa ser negligente no sustento missionário. Muitos missionários brasileiros têm sofrido tremendamente pela indiferença da liderança evangélica brasileira na área de sustento.
 Na inteligência emocional
  Diante do quadro desolador de nossa sociedade, da pressão materialista e humanista, que já está afetando também a Igreja Evangélica, faz-se necessário preparar o candidato adequadamente antes de enviá-lo ao campo. Um grande número de candidatos a missões vem de lares desestruturados e seus traumas terão um reflexo tremendo no sucesso do missionário. Ressentimento, mágoa, falta de auto-estima, falta ou excesso de autoconfiança, orgulho, falta de humildade, complexos de inferioridade ou de superioridade, o vício da mentira contumaz, falta de submissão às autoridades, preconceitos, falta de autocontrole, autocomiseração, preguiça de ler e, em geral, incredulidade, terão um aumento assustador quando explodirem no campo missionário e terão um reflexo tremendamente negativo no desenvolvimento do processo missionário da igreja envolvida.
 Na área sentimental
  Área muito desprezada pela família evangélica brasileira e que é muito usada por Satanás para tirar o candidato ao ministério missionário em qualquer etapa. A carência afetiva, quando estão longe da família ou pátria, leva muitos candidatos a cometerem vários deslizes e tem tirado muitos dos campos. Por isso estipulamos um tempo mínimo de um ano antes de o candidato solteiro pensar em qualquer envolvimento sentimental, com o objetivo de evitar-se feridas desnecessárias. Após o tempo aprazado, qualquer envolvimento precisará ser autorizado pelos ‘mentores’, também acompanhado por eles.
 Na área mental
 Uma mente bem preparada é fator preponderante do sucesso no campo, pois a batalha mais forte se dá na mente. Muitos candidatos têm uma boa formação teológica, mas quando se defrontam com desafios grandes entregam-se facilmente. Missões aos povos não alcançados, nos impelem a nadar contra a maré, pois estes povos são esquecidos e negligenciados pela igreja evangélica no mundo. É um ministério que não dá projeção e muito, muito sacrificial. Deixa-se a pátria, família, igreja, amigos, conforto, etc. e é importante ter uma mente renovada pelo Espírito Santo, para estar apto para andar por fé.
 Na prática transcultural prévia
 Devido às grandes distâncias culturais entre nossa cultura e a dos povos não alcançados, faz-se necessário uma experiência transcultural prévia (de tempo considerável, num país próximo e de cultura similar) que venha ajudar o candidato a avaliar diferenças culturais antes de ir para o campo propriamente dito. Este processo, além de não ser caro, ajuda muito na seleção de candidatos dispostos a ir aos lugares mais difíceis da terra.
 Na mobilização missionária
 O candidato não pode ir para o campo sem ter boa base de intercessão e do sustento. Sua igreja, líderes, amigos e família, devem ir com ele nas orações, sustento, apoio moral, etc. Para que isto seja uma realidade, o candidato e a agência missionária devem municiar a igreja, família, amigos e líderes, com todas as informações necessárias, tais como: cartas, fotos, estatísticas, vídeos e dar-lhes segurança de que o candidato está bem assessorado e apoiado logisticamente pela organização missionária. O candidato bem preparado nesta área pode vir a complementar o sustento necessário com outras igrejas que venham a trabalhar em parceria neste ministério de alcançar os não alcançados. Andrew Murray disse: “Uma igreja informada é uma igreja transformada. A ignorância é a fonte da fraqueza no esforço missionário. Saiba e crerá. Saiba e orará. Saiba e ajudará na primeira fila”.
 Na área lingüística
 É necessário, para aprendizado de qualquer língua um treinamento com experiência prática numa outra língua. Da segunda para a terceira língua o processo é muito mais fácil e assim sucessivamente. O espanhol é um bom filtro neste processo de seleção de candidatos para os povos não alcançados. Aprender uma língua totalmente diferente da nossa, requer muito esforço e dedicação integral envolvendo de cinco a oito horas de estudo por dia.
 Visão global
  O candidato tem que ser preparado quanto a não duplicar esforços e evitar gastos desnecessários. O apóstolo Paulo tinha esta visão global que o levou a ter uma meta clara de terminar a tarefa em sua geração. Romanos 15:20 ele registrou a sua visão: “Esforcei-me para anunciar o evangelho onde Cristo nunca fora anunciado”. Uma visão global irá levar a um trabalho de interdependência ministerial onde o mais importante é a expansão do Reino e não um projeto denominacional ou de uma agência missionária isoladamente. Um grupo de missionários se reuniu, numa certa região da África, para uma confraternização e depois de alguns momentos de “bate papo” três deles descobriram que estavam trabalhando na tradução da mesma língua e desenvolvendo um trabalho solitário. A tarefa trabalhosa, estafante e minuciosa de tradução da Bíblia naquela língua a partir daquele momento tornou-se três vezes mais rápida.
 Assim, o candidato recebe um treinamento completo para todas as áreas de sua vida. Queremos no futuro evitar o retorno prematuro dos missionários.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

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