www.uniaonet.com/msgjairleal52a62.htm

Jair Souza Leal _ é bacharel em teologia, autor do livro 'Quatro Homens e Um Segredo', professor no Instituto Teológico Quadrangular e auxiliar na Igreja Batista Memorial do Industrial. Contagem/MG - Contatos - jairsouzaleal@ig.com.br   
Veja o resumo no www.uniaonet.com/msgjair4homens.pdf

Artigos
52 a 89 :
52_ Um toque
53_ HOMENAGEM AO ÍNDIO .
54_ A Adoração => "Venha a nós o teu reino..."
55_ A Gordura e o Pecado
56_ A Adoração
  => "Seja feita a tua vontade...
57_ As Petições
=>  "O Pão nosso de cada dia..
58_ "E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como..."
59 _ Independência ou morte
60 _ As Petições
61 _ Importância da Visitação
62 _ Deus está perdendo?
63. Retirando o Combustível da Violência
64. A História da humanidade sem história
65. Porque temos a prática de presentear no Natal?
66. Ele nasceu para nós, para que pudéssemos renascer para Ele .

67. Ver a sua estrela é muito bonito, mas ver a sua face é muito melhor.
68. Uma nota de esclarecimento sobre o natal
69. Ciladas - Introdução*
70. CONSELHO
71. Filhos pecadores
72. A PÁSCOA*

73.Estar e não ser ( March 29, 2005 )
74. Aprendendo com a adversidade* ( 10/4/05 )
75. Atração Fatal*

76.
 Dia do trabalhador

77. O Pernilongo (30/4/05)
78. Experiência Espiritual
79 . Jesus está feliz com você? (2/5/05)
80. Melô do Baby Fortão (4/5/05)
81.  O Amor é como uma flor (5/5/05)
82. Confissões de um pecador (17/8/05)
83. "E não nos deixe cair em tentação ... ( 17/9/05)
84. O que fazer quando estiver diante do impossível
85. Relacionamento e Doutrina - os dois pilares da Igreja ( 10/10/05)
86. Tipos de Crentes ( 14/10/2005)
87. INVERSÕES ( 23/10/05)
88. Cabral e a Besta do Apocalipse ( 2/11/05)
89. Contabilizando os Resultados (15/12/05)



89. Contabilizando os Resultados (15/12/05)
 
(Jair Souza Leal*)
 
        Comumente, a cada início de ano, as empresas apuram os resultados auferidos no decorrer do exercício anterior, isto é, no decurso do ano que passou. Desta forma, através dos números apontados, elas identificam o seu desempenho. Se alcançaram ou não os alvos e objetivos previstos, onde e porque falharam.
 
        Assim, podem traçar as diretrizes que nortearão o rumo a ser seguido no ano que se inicia, fazer o seu planejamento e se reorganizar. E, para se tornarem mais competitivas, adotam diversas medidas, que podem ser de investimento ou de contenção. Sabe-se que só assim terão as condições necessárias para enfrentar com êxito os novos desafios que se agigantam.
 
        Cada igreja, e cada cristão em particular, deviam adotar as mesmas medidas e agir com a sabedoria econômica das empresas, fazendo um balanço e uma avaliação da própria vida e ações no decurso do ano que findou. Isto é bíblico. "Examine-se, pois, o homem a si mesmo" (1 Coríntios 11:28).
 
        Precisamos apurar os resultados obtidos, pois só assim podemos ver se alcançamos os alvos divinos e identificar onde e porque falhamos, para, assim, não seguir na mesma direção e cometer os mesmos erros. 
 
        Identificar as omissões e fraquezas para tomar medidas que possam sanear toda falta. Planejar, perseguir alvos cada vez maiores, mais nobres, mais espirituais, e que estimulem a excelência, para sermos cada vez mais competitivos contra o reino das trevas, que se torna a cada dia mais arrojado em suas táticas, artimanhas e propostas.
 
        Precisamos apurar se alcançamos para o Reino de Deus, lucro ou prejuízo. Fazer nova declaração de fidelidade ao Senhor. Conter o pecado, o materialismo e o mundanismo, que tão de perto nos assola, e investir mais em oração, em meditação na Palavra de Deus, em santidade, em evangelismo; pois só assim não conheceremos falência, fracassos ou derrotas.
 
        Nosso alvo deve ser a perfeição. "Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial" (Mateus 5:48). Nada menos que isto pode mover e nortear a nossa caminhada cristã. Devemos sempre "prosseguir para o alvo" e, "na medida de perfeição a que já chegamos, nela prosseguir" (Filipenses 3:14,16). 
 
        Qual o resultado do seu balanço; lucro ou prejuízo? Quais são os seus planos e alvos para o novo ano. Deus está em primeiro lugar nestes planos? A santidade, a busca por maior intimidade com o Pai, o chegar "à medida da estatura da plenitude de Cristo" também?
 
        Lembre-se: Deus não é sócio da sua Igreja nem da sua vida. Ele é o dono! Mormente somos mordomos que Lhe prestaremos contas, tendo a incumbência de multiplicar aquilo que nos foi confiado; seja muito ou pouco.
 
        "Porque é assim como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes entregou os seus bens: a um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade; e seguiu viagem.
 
        O que recebera cinco talentos foi imediatamente negociar com eles, e ganhou outros cinco; da mesma sorte, o que recebera dois ganhou outros dois; mas o que recebera um foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.
 
        Ora, depois de muito tempo veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles. Então chegando o que recebera cinco talentos, apresentou-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco que ganhei. Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
 
        Chegando também o que recebera dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis aqui outros dois que ganhei. Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
 
        Chegando por fim o que recebera um talento, disse: Senhor, eu te conhecia, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste, e recolhes onde não joeiraste; e, atemorizado, fui esconder na terra o teu talento; eis aqui tens o que é teu.
 
        Ao que lhe respondeu o seu senhor: Servo mau e preguiçoso, sabias que ceifo onde não semeei, e recolho onde não joeirei? Devias então entregar o meu dinheiro aos banqueiros e, vindo eu, tê-lo-ia recebido com juros. Tirai-lhe, pois, o talento e dai ao que tem os dez talentos. Porque a todo o que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem ser-lhe-á tirado. E lançai o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes" (Mateus 25:14-30).
 

 

88. Cabral e a Besta do Apocalipse ( 2/11/05)
 
(Jair Souza Leal*)
 
        Eu sou um nativo das terras brasileiras, do tempo em que andar nú, não era sinônimo de comércio nem de pornografia. Certo dia, enquanto curtia tranqüilamente as praias do Atlântico, após degustar um delicioso assado de javali, o qual acabara de caçar, decidi aproveitar o sossego do lugar para tentar decifrar um velho pedaço de manuscrito que achara recentemente, imagino que tenha sido trazido pelo vento, de terras longínquas.
 
        Ele não estava escrito em minha língua nativa. Mas, como toda a minha vida sempre gostei de observar os sinais e tentar decifrá-los, tentar entender o que era dito por meio deles, acabei me tornando meio perito nesta arte. Decidi tentar interpretar estes sinais que agora tanto me intrigava. Estava decidido a descobri-lhe o sentido.
 
        Assim, andando de um lado para o outro pela praia, que hoje chamam de Porto Seguro, esforcei-me para entender os dizeres cabulosos daqueles símbolos. Seu conteúdo dizia algo mais ou menos assim, se é que estava entendendo corretamente. "E eu pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas... todos a adoraram... Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?"
 
        De repente, estupefato pela descoberta do que parecia ser uma antiga profecia, lanço meu olhar em direção ao infinito oceano e, qual não é o meu espanto, vejo surgindo, ao longe, algo que jamais meus olhos contemplaram.
 
        Me sinto invadido por um estranho medo e ao mesmo tempo por uma incontrolável emoção e curiosidade. Algo me faz pressentir que a velha profecia começara a se cumprir. Aparentemente tudo começou a fazer algum sentindo. Besta... areia... mar... chifre...
 
        O que seria este imenso monstro que lentamente começa a se aproximar do lugar aonde estou!? Devo fugir ou permanecer esperando para ver o que vai acontecer? Estou confuso, atônito, perplexo...
 
       
        O velho nativo, vendo o objeto vindo do mar após analisar detalhadamente aquelas profecias que havia decifrado, logo associou o que viu ao que acabara de ler e começou a percorrer a pequena aldeia a gritar: "Está se cumprindo! Está se cumprindo!".
 
        Há tempos que a maioria das pessoas de sua tribo achavam que ele estava ficando meio biruta, louco talvez. Porém, ele permanecia firme naquilo que entendia ser profecias que mostravam ser o futuro do seu povo.
 
        Certo dia, quando chamou os de sua tribo para provar através do pedaço de manuscrito que achara na praia, coisas que pareciam ser a comunicação de outros povos existentes no mundo, eles riram e caçoaram dele, achavam-no um pobre desmiolado. Agora, todos ficaram assustados.      
 
        Ele finalmente seria compreendido? Poderia se tornar uma pessoa especial entre os de sua tribo? Ou estaria sendo o canal para atrair a maldição dos deuses e deveria ser sacrificado por ter enfurecido os deuses com a sua loucura?
 
        Os nativos da pequena aldeia a beira mar se dirige para o local onde o "louco" gritava. Qual não foi a surpresa de todos, ele tinha razão. Eles começam a vislumbrar as três "bestas" que se aproximavam deles. E agora, o que dizer? Como reagir, o que vai acontecer?
 
        As três "bestas" atracam na praia. O nativo consegue decifrar algo escrito parecendo ser o nome das bestas: a da primeira "Santa Cruz"; da segunda "Pinta", e da terceira, "Nina".
 
        Antes os olhos estupefatos de todos, começam a sair seres parecendo humanos, embora pussem perceber que eles tinham a pele diferente e usavam uns panos esquisitas em volta do corpo.
 
        O que seriam eles? Seriam filhos dos deuses? Vieram em paz? Seriam mesmo o cumprimento das velhas profecias? Será que levarão algo que é nosso ou apenas nos visitam para trazer a mensagem dos deuses?
 
       
 
*Autor do livro "4 Homens e 1 Segredo" e auxiliar na Igreja Batista no Balneário, bairro Ressaca, Contagem (MG).

87. INVERSÕES ( 23/10/05)

 
(Jair Souza Leal*)
 
"E voltaram os setenta com alegria, dizendo: Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam. E disse-lhes: Eu via Satanás, como raio, cair do céu. Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda a força do inimigo, e nada vos fará dano algum. Mas, não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus. Naquela mesma hora se alegrou Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te aprouve" (Lucas 10:17-21).
 
        No retorno da missão dos setenta os discípulos relatam à Jesus tudo o que ocorrera. Aquele mutirão evangelístico fora um sucesso total. Eles voltaram eufóricos e entusiasmados, pois nunca tinham visto tantos milagres nem tantos demônios sendo expulsos por meio da sua instrumentalidade, na autoridade e poder de Jesus. Estavam maravilhados! Era simplesmente espantoso!
 
        Tão abismados com o poder, eles não relataram a Cristo quantas pessoas haviam aceitado a mensagem. Na linguagem de hoje, não relataram quantos "se converteram" à Cristo. Eles se alegravam porque o poder de Cristo funciona. Focados no poder, não compreendiam o propósito do mesmo.
 
        Havia um objetivo naquela missão, o poder era somente um meio de tornar bem sucedida a missão. Eles não haviam percebido isso. Falar quantas pessoas receberam a mensagem de Cristo e foram transformadas não alegra tanto os discípulos quanto falar quantos demônios foram expulsos. Este é um entusiasmo de discípulos obedientes, porém, imaturos.
 
        Sua euforia era semelhante a de alguns crentes de hoje que andam longe e pagam caro para ir a algum congresso e, quando voltam, estão estupefatos: com o pregador, com a mensagem, com as maravilhas que lá aconteceram. É como se tivessem experimentado um Deus que não é aquele que servem no dia-a-dia medíocre das suas igrejas locais. Passada a euforia, continuam a ser os mesmos crentes inúteis e infrutíferos de sempre, alimentados pelas migalhas.
 
        Os setenta que Jesus enviou foram anunciar boas-novas aos perdidos, enquanto a maioria dos crentes de hoje vão se reunir em congressos onde só tem crente falando para crente. Os setenta fizeram os milagres acontecer, enquanto os crentes de hoje vão em busca dos milagres.
 
        Jesus havia enviado aqueles discípulos. Eles foram cumprindo a Sua vontade, obedecendo a Sua ordem. Sendo assim, é mister perceber que quando cumprimos a vontade do Senhor e obedecemos a Sua ordem de anunciar boas-novas aos perdidos, milagres acontecem por meio da nossa instrumentalidade. Na autoridade e poder de Jesus - os demônios se nos submetem.
 
        Falando assim, parece quase óbvio que nós não deveríamos correr atrás dos milagres, eles é que deveriam nos acompanhar. Os milagres acompanharam os discípulos na sua missão entre os perdidos, não em encontro de salvos.
 
        Jesus muda o foco da alegria daqueles discípulos. Eles não deveriam se alegrar no que faziam, mas no que tinha sido feito por eles. Eles não deveriam se alegrar pela obra que realizaram na autoridade do nome de Jesus, mas, sim, na obra que Jesus realizava por eles. Não deveriam se alegrar pelo que eram capazes de fazer no poder de Jesus mas, se alegrar em terem sido salvos por este poder.
 
        É tentador especular se Judas, aquele que posteriormente iria ser desmascarado como o traidor, estava entre aqueles enviados. Se fez os mesmos sinais e maravilhas. Se pregou boas-novas aos perdidos. Em caso afirmativo, ele poderia se alegrar pelas obras realizadas como qualquer um dos outros, não é verdade? Mas jamais poderia se alegrar por ter seu nome escrito nos céus!
 
        O que mais alegra você? Porventura é ter o seu nome escrito nos céus? É ver o nome de outros sendo escrito nos céus, ou testemunhar certos homens amarrando demônios, fazendo maravilhas, ao usar o poder disponível e real que há no nome de Jesus, não importando se estes tais sejam como Judas?
 
        Não deveríamos em obediência à ordem de Jesus, estar levando as boas novas aos perdidos? Não fomos todos enviados com esta missão? Não deveríamos estar usando o poder que Cristo disponibilizou a cada um de nós para que os perdidos experimentem a libertação e vejam as maravilhas que confirmam a mensagem anunciada e crida?
 
        Jesus se alegra no Espírito Santo e adora ao Pai, pois a Sua vontade estava sendo cumprida, de modo espantoso, não por intermédio de intelectuais, dos grandes e poderosos, nem mesmo por líderes da religião judaica, mas, tão somente, por meio de gente simples, desconhecida, pelos inexpressivos do mundo e da sociedade - os pequeninos.
 
        Aqui aparece uma outra inversão. Nos dias atuais, os pequeninos, as pessoas simples, têm corrido atrás dos "grandes" homens de Deus, dos ícones espirituais. Parece que Cristo mudou Seus planos, e já não se alegra mais em cumprir a vontade do Pai usando esta gente simples.
 
        Um último detalhe marcante é a alegria de Jesus no Espírito Santo. Tão pleno do Espírito, Jesus começa a agradecer, e por este seu gesto edifica e ensina aos discípulos. Parece notável neste momento a ausência do êxtase, das tremedeiras, dos estrimeliques. "Estranhamente" Ele parece falar, e não gritar. E fala de um modo que todos compreendem, não fala de uma maneira ininteligível. Assim, numa atitude simples e sábia, desvenda a sabedoria do Pai, aquela que se contrapõe à sabedoria deste mundo.
 
        O que anda acontecendo hoje com as pessoas que se "alegram" no Espírito Santo? Elas não se regozijam com a sabedoria de Deus, não entendem melhor os mistérios do Reino que antes lhes estavam encobertos. Não percebem o astuto Satanás sendo derrotado por um Deus eternamente sábio, através de seres humanos muito infinitamente menores em poder. Diferentemente de Cristo, vemos muito êxtase, pulo, gargalhadas, tremedeira, gritaria, desmaios, socos e pontapés, uivos, linguagem ininteligível, e nada de edificação. Quando muito, esta é uma "alegria" que só beneficia o "usuário".
 
        Uma análise bíblica acurada sobre a finalidade pela qual Deus nos concede poder, nos leva a concluir que é para que o mesmo seja usado: na evangelização, na edificação, para derrotar o império das trevas e trazer glória ao próprio Deus, em todas e qualquer circunstância. O mesmo não se presta a promoção individual, ministerial, denominacional, à auto-glorificação e, muito menos, à satisfação pessoal.
 
*Jair Souza Leal - autor do livro "4 Homens e 1 Segredo" e auxiliar na Igreja Batista do Balneário, no bairro Ressaca, em Contagem/MG.


86. Tipos de Crentes ( 14/10/2005)
  Espécies Raras
 
(Jair Souza Leal*)
 
        O cristianismo, ao longo dos séculos, tem produzido as mais variadas espécies raras de cristãos. Veja aqui algumas delas e descubra qual te identifica melhor:
 
O crente microondas - é aquele que na mesma intensidade com que esquenta, também esfria.
O crente maionese - mistura tudo.
O crente Romeu e Julieta - sacrifica a sua vida espiritual em função do amor que sente pelo mundo e o pecado.
O crente frieira - vive pegando no pé dos outros.
O crente elevador - no mesmo instante que está no alto, desce... sobe e desce... entra e sai da igreja.
O crente sola - sempre é pisado.
O crente bola - leva chute prá todo lado.
O crente saliva - está na boca de todos.
O crente Raimundo - está com um pé na igreja e outro no mundo.
O crente foca - não faz outra coisa que não fô foca.
O crente Tiradentes - vive na forca.
O crente metralhadora - dá tiro prá todo lado, num acerta um.
O crente chinês - tem os olhos fechados.
O crente pipoca - tá sempre pulando... até ser devorado.
O crente pipa - é levado pelos ventos de doutrina; está sempre por um fio.
O crente pá - tudo que ouve aplica para os outros; isto foi pá Fulano, isto pá Sicrano, aquilo pá Beltrano e nada fica para si.
 
O crente enxada - tudo que ouve puxa para si mesmo.
O crente exame de sangue - recomenda o jejum.
O crente açougueiro - vive da carne.
O crente árvore frutífera - sempre leva pedradas... todo mundo monta em cima.
O crente jiló - está sempre amargo
O crente psiquiatra - vive entre loucos.
O crente sol quente - ninguém suporta.
O crente freezer - por dentro é gelado.
O crente dinamite - detona tudo que estiver a sua volta.
O crente limão - é azedo.
O crente binóculo - este enxerga longe.
O crente agente secreto - ninguém sabe que ele é
O crente artista - sua vida é uma novela.
O crente barbante - vive todo enrolado.
O crente macaco - vive pulando de galho em galho.
O crente Pelé - vive da glória do passado.
O crente bombeiro - está sempre salvando os outros.
O crente militar - é disciplinado.
O crente marmita - temos de agüentar todo dia.
O crente vaivém - pode esperar que ele volta.
O crente Indiana Jones - é um aventureiro da fé.
O crente Titanic - se gaba da sua grandeza sem perceber que está afundando.
O crente internet grátis - cai toda hora.
O crente manivela - é fácil de enrolar.
O crente pandeiro - só faz barulho.
O crente ginecologista - vive mexendo com a mulher do outro.
O crente saci pererê - falta alguma coisa nele.
O crente celular - está sempre fora de área e nunca está disponível.
O crente Gugú - é o que só aparece no domingo legal.
O crente a voz do Brasil - fala, fala, mas ninguém escuta.
O crente Martinho da Vila, meio Rubinho Barrichello - é devagar, é devagar, é devagar, é devagar, devagarinho...
O crente Guga - nunca mais foi o mesmo.
O crente Pinóquio - é mentiroso.
O crente mecânico - vive procurando defeito.
O crente carteiro - é o que leva e trás notícias.
O crente lixo - é o que enche o saco.
O crente cofrinho arrombado - não consegue guardar segredos.
O crente pião - é o que roda, roda e não chega a lugar algum.
O crente ortopedista - é o que vive de joelhos.
O crente dente dolorido - é extremamente sensível.
O crente côco - este é casca grossa.
O crente correio - manda e desmanda.
O crente sabonete - é escorregadio.
O crente a Praça é Nossa - não tem graça... só lei
O crente jacaré - tem uma bocona enorme.
O crente pingüim - tá sempre frio
O crente denorex - parece mas não é.
O crente Noé - Nunca as coisas são com ele... "Noé comigo irmão"
O crente Homem-Aranha - por qualquer coisa ele sobe pelas paredes.
O crente 6 horas - Sempre dependendo da oração dos irmãos: "seis" ora por mim?"
O crente Zagalo - os irmãos tem de engolir
O crente Chacrinha - só dá abacaxi.
O crente pão de fôrma - é miolo mole, casca grossa, chato e quadrado.
O crente cabelereiro - trabalha fazendo a cabeça dos outros.
O crente bule - é de pô ca fé
O crente escoteiro - só vai em acampamento.
O crente rocambole - é todo enrolado.
O crente Kodak -  vive de revelação.
O crente avião - vive nas nuvens.
O crente astronauta - vive no mundo da lua.
O crente bucha de canhão - mantenha distância para sua segurança
O crente carne de pescoço - este é pior que osso, para engolir tem que mastigar bem
O crente incendiário - tá queimado
O crente cachorro - tá amarrado.
 
Obs.: Existem milhares de outras, aqui, apenas apontamos algumas, descubra você também novas espécies.
 
 
 
*Autor do livro "4 Homens e 1 Segredo" e auxiliar na Igreja Batista Balneário, bairro Ressaca, Contagem (MG).

85. Relacionamento e Doutrina - os dois pilares da Igreja ( 10/10/05)

 
(Jair Souza Leal*)
 
        A Igreja de Cristo está edificada sobre dois pilares: o pilar dos relacionamentos e o pilar da doutrina. Estes dois valores são de vital importância para a fé cristã. Juntos, formam um trilho pelo qual segue o trem Igreja rumo à eternidade. São as pernas que permitem à Igreja prosseguir até os confins da terra.
 
        Ser cristão significa crer corretamente e estar num relacionamento adequado com Deus e com o semelhante. A doutrina delineia o relacionamento; o relacionamento dá vida à doutrina. É preciso crer e se relacionar.
 
        Relacionamentos são eternos! Quando pensamos na forma de existência de Deus em três pessoas distintas, reconhecemos o valor desta afirmação.
 
        Refletindo sobre esta eternidade passada, é possível perceber que antes de ser criado o universo, os anjos e o homem, já havia relacionamento - entre as três pessoas da Trindade. Como expôs alguém muito apropriadamente. "Por que uma trindade? Se Deus fosse uma pessoa, poderia haver poder... Se Deus fosse duas pessoas, poderia haver amor... Mas Deus é três... e com a Trindade, agora há comunidade." Esta é uma afirmação cristã de conteúdo doutrinário.
 
        Refletindo sobre a eternidade futura, após a Segunda vinda de Cristo, é possível perceber que a doutrina passará mas os relacionamentos permanecerão. Obviamente, a doutrina é essencial para nos indicar o modo correto e seguro pelo qual podemos vir a fazer parte do povo escolhido, das pessoas que permanecerão para sempre em um relacionamento íntimo, pessoal e eterno com o Deus trino, e umas com as outras.
 
        As Escrituras não revelam a razão pela qual Deus criou o homem. É certo que não foi pela solidão eterna e cósmica em que Ele se encontrava. Como dissemos, a forma de existir em três pessoas leva-nos a rejeitar esta possibilidade, além de apresentar Deus num estado de perfeição e plenitude, em que nada Lhe pode ser acrescentado. Entretanto, sabemos que tão logo Deus criou o homem, passou a se relacionar pessoalmente com ele. Os primeiros capítulos de Gênesis registra a vinda de Deus ao jardim do Éden, na virada da tarde, em busca do homem, para se relacionar com ele.
 
        Só uma coisa pode impedir, destruir e romper relacionamentos - o pecado. Ao pecar, o homem rompeu o relacionamento que tinha com Deus. Observamos que logo que desobedece a Deus, o homem passa a se esconder dEle, a Lhe evitar, a se sentir desconfortável em sua presença.
 
        O pecado comprometeu o relacionamento do homem com Deus e, consequentemente, comprometeu os relacionamentos humanos, que se tornaram atrofiados e doentios. Vertical e horizontalmente, os relacionamentos foram afetados.
 
        Com este rompimento, esta separação, este distanciamento, passou a haver inimizade: "porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus" (Romanos 8:7), "qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus" (Tiago 4:4). O mesmo ocorreu nos relacionamentos humanos. Conflitos, inimizade, desavença, ódio, traição, passaram a existir. No mesmo relato de Gênesis, lemos sobre o primeiro homicídio, quando Caim, por inveja e ódio, mata a seu irmão Abel.
 
        Por si só, o homem jamais seria capaz, uma vez envenenada a sua natureza, de voltar-se para Deus, arrependido, em busca de perdão e reconciliação. Deus, o ofendido, toma a iniciativa de procurar o ofensor, na pessoa de Jesus, para sobrepor esta distância, e assim reconciliar e restabelecer o relacionamento perdido entre Ele e o homem.
 
        Você se lembra quando o Bill Clinton era presidente dos EUA? Ele aparecia na tv, ao lado dos líderes de Israel e da Palestina, países em constantes conflitos. Ele procurava restabelecer a paz no Oriente Médio. Ele era o mediador entre as partes conflitantes. Ficava sempre entre eles, no meio, tentando costurar uma reconciliação.
 
        Semelhantemente, este foi o papel e a missão de Jesus quando ele veio a este mundo. Veio para mediar a paz, fazer a reconciliação, restabelecer o relacionamento do homem com Deus, por conseguinte, sanar o relacionamento do homem com seu semelhante. A Bíblia diz que Jesus é o mediador entre Deus e o homem (1Timóteo 2:5).
 
        Veja como a Escritura confirma este fato. "Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida" (Romanos 5:10). "E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus" (2 Corintios 5:18-20).
 
        Interessante notar que todos quanto foram reconciliados com Deus por meio de Jesus, tem o ministério da reconciliação. Todos os que voltaram a se relacionar com Deus, tem a missão de reconciliar outros com Ele.
 
        É oportuno dizer que, até o relacionamento eterno da Trindade, que abordamos no início deste texto, foi interrompido por causa do pecado. Isso se deu quando Cristo recebeu sobre si os pecados da humanidade. Naquele momento, houve uma interrupção. Não sabemos por quanto tempo, mas ainda que por um milésimo de segundos, houve esta interrupção, quando Jesus clamou: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mateus 27:46). Então, "o único momento em toda a eternidade quando a Divindade não viveu em comunidade foi quando o meu pecado - o seu pecado, quebrou aquela comunhão!
 
        Portanto, podemos afirmar com grande grau de certeza que a missão de Cristo foi destruir o pecado e desfazer as suas conseqüências, restaurar o relacionamento do homem com Deus e entre os semelhantes.
 
        Quando esteve neste mundo Jesus relacionou-se a cada instante. Ora ele estava se relacionando com a multidão, ora com os seus discípulos, ora estava sozinho se relacionando com o Pai. Ele viveu uma vida de relacionamentos; com o Pai e com os homens - vertical e horizontalmente.
 
        Até a cruz aponta isto. Ela tem uma haste vertical e uma haste horizontal. O relacionamento horizontal (com o semelhante), só se encontra e é sustentado no relacionamento vertical (com Deus), tendo Cristo como a razão do vínculo de ambos.
 
        Não é sem razão que o maior mandamento é amar a Deus, e a seguir, amar ao próximo, porque o primeiro relacionamento rompido foi do homem com Deus, depois com o semelhante. Assim, o mandamento segue esta ordem de restauração.
 
        Portanto, os dois pilares, os dois grandes valores do cristianismo são: relacionamento e doutrina. Um não subsiste sem o outro. Há uma maneira adequada de se relacionar com Deus e com o semelhante - a maneira ensinada por Jesus.
 
        Ele ordena: "Fazei discípulos", e mostrou como: vivendo junto, caminhando junto, se relacionando... discipulado é relacional. Mas, qualquer relacionamento é discipulado? Não! Ele disse: "Ensinando a obedecer tudo o que vos tenho ensinado", mostrando qual deve ser o conteúdo do discipulado.
 
        No livro de Atos, encontramos a nascente Igreja vivendo estes dois valores. Eles "perseveravam na doutrina dos apóstolos" - o conteúdo; na "comunhão, e no partir do pão" - o relacionamento. Então, não pode haver Igreja verdadeira sem que haja doutrina verdadeira; assim como não pode haver Igreja verdadeira sem que haja relacionamento - com Deus e uns com os outros.
 
        Podemos inquirir: qual é a missão da Igreja? Sendo ela o corpo de Cristo, sua missão é dar continuidade aquilo que Ele fez quando esteve neste mundo. Cristo continua a sua obra por meio do seu novo corpo - a Igreja. E, como disse, Ele ensinava e se relacionava.
 
        Então, há um conteúdo correto no qual devemos crer (a sã doutrina); há um relacionamento adequado no qual devemos estar envolvidos. Já nos tempos do Novo Testamento doutrinas erradas começaram a surgir (as heresias), também surgiram conflitos nos relacionamentos. Assim, muito das cartas escritas, endereçada a nós cristãos, foram, parte para ensinar o certo e combater os erros doutrinários, parte para ensinar como devemos nos relacionar mutuamente (marido/mulher, pai/filho, cidadão/governo, patrão/empregado, pastor/ovelha e, principalmente, uns aos outros).
 
        Alguém colocou muito bem que "a Igreja não é uma religião: ela começa e continua como um relacionamento com Deus. Os relacionamentos são o maior valor da Bíblia. Toda a palavra de Deus é uma história de relacionamentos: o desejo de Deus de se relacionar com o homem, a quebra desse relacionamento pelo pecado e a restauração do relacionamento por Jesus".
 
        Assim sendo, relacionamento sem o conteúdo correto é sinônimo de clube social, não se constitui igreja. Há muitos grupos de pessoas que se ajuntam e se relacionam de forma íntima e profunda, e isso não faz deles cristãos (a maçonaria é um exemplo disto). Por sua vez, crer e ensinar o conteúdo correto sem que isto leve aos relacionamentos, é sinônimo de religiosidade. É possível que uma comunidade local pregue a doutrina correta e seus membros não tenham relacionamentos uns com os outros, são meros religiosos.
 
        Muitas pessoas não gostam de congregar em pequenas comunidades, eles preferem as grandes, pois lá se tornam crentes anônimos. Ouvem boas mensagens, cantam boas músicas, entram e saem sem que ninguém os percebam, sem que ninguém "pegue no pé", sem que ninguém saiba como está a sua vida. Isto é um grande engano, não basta acreditar nas coisas certas e viver de modo errado, isso é religiosidade vazia.
 
        Portanto, a Igreja cristã neotestamentária deve caminhar com as duas pernas (a perna dos relacionamentos e a perna da doutrina). A Igreja deve pregar a verdade tanto quanto deve viver a verdade. Vida eterna, conforme ensinada pelo Senhor, constitui-se em um relacionamento íntimo e profundo com Deus, semelhante ao ato conjugal de um casal. Em (João 17:3), Jesus define a vida eterna como sendo "conhecer" a Deus, e esta é exatamente a mesma palavra usada para definir a intimidade do casal no ato sexual.
 
        A Igreja não é saci-pererê que vive pulando numa perna só, ela deve caminhar com as duas pernas, só assim chegará aos lugares ainda não alcançados.
 
        Invariavelmente é assim, os apóstolos ao escreverem as cartas do Novo Testamento expunham a doutrina, a seguir apresentava as implicações da mesma na vida. Este trilho é que faz a Igreja andar.
 
        Só, que, para que pudesse viver estes dois valores, a Igreja do Novo Testamento era uma igreja de "duas asas", isto é, uma igreja que se reunia no templo para a grande celebração - onde aprendiam a doutrina dos apóstolos; e de casa em casa - onde experimentavam a comunhão, os relacionamentos.
 
        Nosso desafio é restaurar a asa do grupo pequeno, para podermos viver os relacionamentos do uns aos outros, e assim, com estas "duas asas", alçar vôo.
 
*Autor do livro "4 Homens e Um Segredo" e auxiliar na Igreja Batista Balneário, no bairro Ressaca, em Contagem (MG).


84. O que fazer quando estiver diante do impossível (1/10/05)
 
(Jair Souza Leal)
 
"Depois chegaram à Jericó. E, ao sair ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, estava sentado junto do caminho um mendigo cego, Bartimeu filho de Timeu. Este, quando ouviu que era Jesus, o nazareno, começou a clamar, dizendo: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim! E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava ainda mais: Filho de Davi, tem compaixão de mim. Parou, pois, Jesus e disse: Chamai-o. E chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama. Nisto, lançando de si a sua capa, de um salto se levantou e foi ter com Jesus. Perguntou ele ao cego: Que queres que te faça? Respondeu-lhe o cego: Mestre, que eu veja. Disse-lhe Jesus: Vai, a tua fé te salvou. E imediatamente recuperou a vista, e foi seguindo pelo caminho."  (Marcos 10:48-52)
 
        Temos diante de nós um relato que, mais do que narrar a história real de um milagre, retrata a postura, a atitude a ser tomada por todos quantos se encontram frente a situações da vida que precisam mudar, mas que são impossíveis de se alterar.
 
        Este relato apresenta um homem, mendigo e cego, social e fisicamente perante uma impossibilidade da vida. Por mais desejoso que estivesse, por mais que quisesse, jamais poderia mudar sua própria situação.
 
        Voltar a enxergar, voltar a ter dignidade social era extremamente necessário, porém, impossível. Eis o homem que precisava de um milagre.
 
        Porém, mesmo não podendo mudar sua própria situação, este homem fez algo que determinou o milagre que mudaria para sempre a sua vida.
 
        Se captarmos estes princípios, nos tornaremos aptos a experimentar os milagres do Senhor. Para Deus não há impossíveis, ele é um Deus de milagres. Mas nós precisamos aprender como nos apropriar deste impossível, deste milagre. Precisamos aprender o que fazer diante do impossível.
 
        Você está neste momento diante de alguma situação que precisamos desesperadamente mudar mas por conta própria é impossível? Aprenda o que fazer para, também, experimentar um milagre do Senhor.
 
1. Esteja no lugar certo
        Este mendigo cego estava ciente da própria situação, ciente da impossibilidade de por si mesmo tornar a ver e ser restaurado à sociedade e à dignidade. Entretanto, ele ouvira falar de Jesus. Sabia que Jesus era poderoso o suficiente para curá-lo. Então, precisava conhecê-lo.
 
        Ele então soube que Jesus estava na cidade de Jericó, e que para sair de lá só havia um caminho, e era no que ele se encontrava. Então, ele se colocou no lugar certo. No lugar por onde Jesus iria passar. Eis um princípio.
 
        Há algo em sua vida que precisa se concretizar, mas que lhe é impossível? Você precisa conhecer Jesus! Conhecemos Jesus por meio dou ouvir a Palavra. Conhecendo Jesus, você vai crer que ele é poderoso o suficiente para realizar o milagre?
 
        Uma vez que você ouviu a respeito de Jesus, e creu nEle. A próxima atitude a ser tomada é se colocar no lugar certo. E qual é o lugar certo? O lugar onde Jesus está!
 
        Mas... onde Jesus está? Estará porventura nos lugares que você freqüenta? Estará porventura com as pessoas com quem você anda? A Bíblia nos diz onde Jesus está. "Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles" (Mateus 18:20). "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém" (Mateus 28:18-20). Ele está na Igreja, está entre os discípulos. Está com aqueles que lhe obedecem e que se reúnem para cultuá-lo e proclamá-lo.
 
        Eis o primeiro passo. Se o mendigo cego estivesse em outra estrada, desanimado da vida, lamentando e chorando, não teria experimentado o milagre. O primeiro passo para a derrota é o desânimo e a murmuração. Coragem, bom ânimo e determinação é o primeiro para a vitória. Então, pare de se lamentar e corra para estar no lugar certo, no lugar onde Jesus está.
 
2. Certifique-se de que Jesus o ouvirá
        Jesus sai da cidade de Jericó. Ele se aproxima. Porém, vem acompanhado de uma grande multidão. E multidão faz barulho, tira a atenção. Como aquele homem poderia ser notado? Era possível estar no lugar certo mas Jesus passar de largo e ele não obter o tão esperado milagre. Então o homem dá o segundo passo, que é também o nosso segundo princípio.
 
        Ele começa a gritar, a clamar em alta voz. Neste momento, acontece algo inusitado. Dos que seguiam a Jesus, houve um grupo que começou a desanimar o homem, repreendo-o e pedindo para que se calasse.
 
        Ele não deu ouvidos aos conselhos desanimadores destas pessoas pois estava determinado a ser curado. E passou a clamar ainda mais alto. E enquanto não teve certeza que Jesus o ouvira não parou de clamar.
 
        Interessante pensar que entre os que seguem a Jesus, há os que, ao invés de serem usados para trazer os necessitados e pecadores até a presença de Jesus, são usados para impedi-los de se aproximarem. Ao invés de incentivar, desanima-os. Não entram no reino e impedem os que querem entrar. São pedra de tropeço.
 
        Jesus ouviu o clamor do homem e mandou chamá-lo. Ele poderia tão somente num gesto, ou numa palavra, ter curado o homem de onde estava e ido embora, mas assim não fez.
 
        Disto podemos inferir que Jesus não faz milagres para os que estão longe dele. Antes de realizar o milagre ele manda o homem se aproximar dele. Ele mesmo não foi chamar o homem, mandou que o chamassem e o trouxessem até a sua presença. Jesus usa a mim e a você para trazer os pecadores e necessitados até a sua presença.
 
        Interessante pensar que entre os que seguem a Jesus, há os que, são usados para trazer os necessitados e pecadores até a presença de Jesus. São cheios de misericórdia e compaixão. Que anima, levanta, guia.          
 
        Aprendemos de tudo isto que não basta estar no lugar certo. É preciso clamar, e clamar com intensidade, com a alma, com convicção. Imagine aquele homem tentando furar o bloqueio da multidão (com licença, com licença), ele jamais conseguiria. Jesus admira a coragem, a convicção e a determinação das pessoas, é isto que lhe chama a atenção. Certamente ele não se importaria com uma pessoa indecisa, tímida, medrosa.
 
        Aprendemos também que não devemos dar ouvido aos conselhos desanimadores daqueles que tentam nos fazer calar, daqueles que não têm fé, daqueles que não se interessam por nossos problemas. Se tentarem te desanimar, se tentarem te fazer calar, clame ainda mais intensamente.
 
        É mister ainda apontar que muitas pessoas ficam dependente das orações alheias, das orações de terceiros. No entanto, aqui está uma indicação de que o melhor clamor, o mais poderoso, não é o dos "gurus" espirituais, mas o seu próprio clamor. Podemos até ter pessoas orando por nós, mas não podemos depender apenas das orações de terceiros. Estar no lugar certo e clamar você pode fazer, ou melhor, é você quem deve fazer.
 
        Se você é um seguidor de Jesus, não esteja entre aqueles que não trazem e ainda impedem os pecadores de se aproximarem de Jesus. talvez por meio do seu mau testemunho, das suas palavras que mais afundam que edificam. Procure estar entre aqueles que são usados com amor e misericórdia para animar, para conduzir os pecadores e necessitados até a presença de Jesus.
 
3. Saiba exatamente o que quer de Jesus
        Estando no certo, o lugar onde Jesus estava. Tendo clamado com intensidade e incessantemente. O homem foi convidado por Jesus para estar em sua presença.
 
        Mas uma última coisa aconteceu antes do milagre. Uma pregunta de Jesus dirigida ao mendigo cego que lhe clamara: O que você quer de mim?
 
        Meu amado, não lhe parece estranha esta pergunta? O que poderia estar querendo um mendigo cego na presença de Jesus? Esta pergunta era necessária? Acaso Jesus não sabia? Qualquer um de nós saberia dizer o que o homem queria.
 
        Penso que esta pergunta foi proposital. Cito pelo menos três algumas razões para isto.
        Primeiro - Jesus estava dando ao homem a oportunidade de refletir se realmente ele queria o milagre. Pense comigo: A vida inteira ele dependeu de esmolas. Vivia disso, era sua fonte de renda. Como cego podia contar com a misericórdia alheia. Vindo a enxergar, teria que trabalhar e se virar pois as pessoas não mais o ajudariam. Ele não estava acostumado ao trabalho, não tinha profissão, pensão do INSS, nem família. Isto poderia se transformar para ele em um outro problema. Estava realmente disposto a ser curado?
 
        Que maravilha gloriosa. Até neste momento vemos a grande misericórdia de Jesus. Ele nos dá a oportunidade de decidir. Porque não quer que futuramente acusemos a Deus: "Éh! Jesus me curou, mas agora estou passando fome!" Pois bem amado, este é um princípio importante: milagres envolvem responsabilidade. Jesus jamais fará algo por nós para, no futuro, acusarmos a Deus. Ele deixa sobre nós a responsabilidade.
 
        Segundo - Jesus não quer só fazer milagres, ele quer ter comunhão com o homem, quer nos "olhar nos olhos". Como disse, Jesus não realiza milagres para os que estão longe dele. Para que o milagre ocorra, precisamos nos aproximar dele.
 
        Terceiro - Embora saiba todas as coisas, ele quer ouvir dos nossos próprios lábios o que temos a pedir. Embora saiba tudo quanto precisamos, Ele quer te ouvir pedir, quer conversar com você. Ele não realiza milagres para pessoas com quem não mantenha algum relacionamento. Isto seria muito vazio. Imagine um filho que recebe tudo que precisa de seu pai, apenas não sabe que é!
 
        Assim, não bastava a fé. Jesus já percebera que o homem tinha fé, ele já havia demonstrado pelo seu clamor. Mas a fé não era suficiente.  O homem precisava assumir a responsabilidade pelo milagre.
 
        Como o mendigo cego estava determinado e sabia muito bem o que queria, não titubeou diante de Jesus. Esta última ação determinou o milagre.
 
4. Esteja disposto a seguir a Jesus
        Jesus opera o milagre ao dizer:"Vai, a tua fé te salvou" Em outras palavras, era o milagre que você queria? Então pode ir embora, já o recebeu.
 
        Mas isto era um teste, Jesus experimentou o homem para saber se ele só queria o milagre. Mas, veja, ele não se foi. Ele "foi seguindo Jesus pelo caminho".
 
        Isto se chama gratidão. Muitos só querem os milagres de Deus, e depois que o recebe, não têm mais razão para permanecer com ele. Mas este homem nos ensina que devemos ter gratidão no coração, que devemos buscar não só os milagres, mas o próprio Senhor dos milagres.
 
       
        Então meu amado, você tem se colocado no lugar certo? Tem clamado com perseverança, ainda que muitos o estejam desencorajando? Sente que Ele está te ouvindo, que te olha com compaixão? Está disposto a assumir a responsabilidade por aquilo que tem pedido a Deus? É isso mesmo que você quer? Já avaliou as conseqüências do seu pedido? Está disposto a andar com Jesus ou só está buscando milagres?
 
        Faça como este homem, prepare-se para experimentar o milagre do Senhor. Jesus não apenas operou o milagre, mas salvou o homem. Ele sempre faz mais do que pedimos ou pensamos.
 
*Autor do livro "4 Homens e Um Segredo" e pastor na 1ª Igreja Batista do Balneário no bairro Ressaca, em Contagem (MG)

83. "E não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal" ( 17/9/05)

Querid acho que você se lembra, lhe mandava regularmente a exposição da oração do Pai nosso... ficou faltando esta última sentença que só hoje tive oportunidade de terminar (depois de quase 1 ano sem nenhuma inspiração rsrsrsr)... e mesmo assim, após analisar as suas contribuições... costurei e remendei prá todo lado e acho que ficou bom... agora preciso que você leia e me diga se ficou sensato e claro os comentários, faça criticas ou dê sugestões de melhoria. Ufa!!! Enfim, acabou.
 
"E não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal"
 
(Jair Souza Leal)
 
        Esta é a petição final. Nela, não há como fugir das diversas e naturais perguntas que surgem quando a estudamos. Temos de encará-las, temos que tentar responde-las. Só assim entenderemos o sentido daquilo que Jesus ensinou.
 
        Ser tentado é pecado? A resposta óbvia é, não! O próprio Jesus foi tentado por satanás, e a Bíblia afirma que Ele jamais pecou (Hebreus 4:15). Portanto, a tentação em si não é pecado, ela é um incentivo para o pecado. Ser tentado não é pecado, pecado será acolher, será ceder à tentação.
 
        Qual a diferença entre tentação e provação? A palavra "tentação" traduz a palavra grega "peirazo". Este termo aparece cerca de 50 vezes nas Escrituras e dá a idéia de um teste, de uma prova. Biblicamente ela tem duplo sentido: provar  afim de que desenvolvamos a fé e a virtude; instigar para o mal.
 
        Tentação é um apelo para algo que já esta dentro de nós, na tentativa de forçar-nos, de dentro pra fora, a deixar de obedecer a vontade de Deus, a cumprir uma vontade carnal. Tentação indica um esforço do reino das trevas para nos levar por um caminho que culminará na quebra de nossa aliança com Deus. É o esforço no sentido de levar alguém que está em aliança com Deus e, por conseguinte, sob a proteção divina, a cometer algum ato que quebre a aliança com o Criador, tornando a pessoa, assim, vulnerável aos ataques e estratégias do maligno.
 
        Balaão fez isso, ensinando Balaque a enviar prostitutas que seduzissem o povo de Israel ao adultério (=quebra da aliança) e, ato contínuo, a adorar os seus deuses. A tentação leva para fora da aliança, onde não há a proteção divina e onde, por conseguinte, a vítima pode ser atacada e destruída.
 
        Provação, é aquilo que nos atinge de fora pra dentro. São situações impostas, circunstanciais, que vão avaliar a nossa fé e nos levar a depender totalmente de Deus. A provação é a oportunidade dada por Deus para que o homem conheça o seu próprio coração. Somos provados para sermos aprovados. Somos tentados para sermos derrotados.
 
        É Deus ou o diabo quem tenta o homem? A instigação para o mal não pode vir de Deus. Ela vem, ou de nossa natureza caída, ou do próprio diabo (Tiago 1:13-14). Deus prova, porém não tenta - o teste de Deus é sempre para o nosso crescimento. O diabo não prova; ele tenta - ele não quer deixar-nos crescer.
 
        Fazendo assim esta distinção, podemos afirmar: A tentação vem do diabo enquanto a provação vem de Deus. Podemos confirmar esta distinção de duas maneiras: Na fonte - a provação origina-se em Deus enquanto a tentação pode ser maligna ou carnal; No objetivo - enquanto a provação objetiva crescimento, amadurecimento, fortalecimento, a tentação objetiva a nossa queda e separação de Deus. Em uma, temos o perigo da queda, na outra, a oportunidade de vitória.
 
        Portanto, é mister que fique claro que Deus não nos induz ao pecado. Ele prova a nossa fé e caráter. Deus prova para extrair o melhor de mim, para me levar ao amadurecimento, para me fazer ver os erros ocultos no meu coração e me fazer voltar para Ele. A provação dada por Deus tem por objetivo me remeter a uma dependência maior, uma rendição maior ao Senhorio de Cristo.
 
        O diabo tenta para nos afastar da aliança e da proteção divina, de modo que possa nos alcançar, nos subjugar e nos destruir. A única forma de faze-lo é nos distanciando de Deus. Para isso nos oferece inúmeras oportunidades de prazer e lucros, que sempre implicam em quebra da aliança com Deus.
 
        O que tem sido a principal fonte de tentação em sua vida? A de Eva, foi uma serpente, que a induziu a cobiçar e comer o fruto proibido, desobedecendo a Deus. A de José, foi uma mulher, que tentou seduzi-lo com prazeres carnais, ele fugiu da tentação. A de Balaão, o dinheiro, que o induziu a usar o seu ministério de modo indevido. A de Davi, foi uma linda mulher. A de Simão o mago, o desejo de poder. A de Herodes, o de glória, de querer ser como Deus. A de Jesus, o próprio diabo. E a sua amado irmão? 
 
        Como saber se Deus está me provando, o diabo está me tentando, ou se eu estou sendo seduzido por meus próprios desejos? Basta saber que Deus jamais me levará a cometer pecados. Ele sempre procura formar o caráter de Cristo em nós. Quando o diabo tenta, ele busca a nossa derrota, busca afrontar a Deus através da nossa queda. Quanto aos nossos desejos, eles geralmente trazem consigo uma forte inclinação emocional para o pecado, trás confusão na mente, escurecimento no julgamento e enfraquecimento da vontade.
 
        Nos dois últimos casos, sempre seremos levados a pecar contra Deus. Portanto, a pergunta a ser feita nestes momentos será: Isto me afastará de Deus ou me aproximará mais dele?
 
        Qual a relação que há entre o mal causado por satanás, o mal causado pela maldade que há no mundo em geral, e o mal causado por aquilo que está em mim? Se o mal for entendido como sendo a transgressão da Lei de Deus, rebelião contra  ele e desafio à  Sua autoridade, então não há realmente diferença entre estas coisas, a não ser quanto à origem, e mesmo assim, estão interligadas.
 
        Qual o mal causado por satanás? Investir contra a humanidade no sentido de distanciá-la de Deus. Qual o mal causado pela maldade que há no mundo em geral? A oposição ao governo de Deus e a degradação da natureza. Qual o mal causado por aquilo que está em mim? A insubmissão a Deus, optar em não submeter-me à Sua vontade.
 
        O mal que há no mundo, minha maldade pessoal e o mal das trevas cooperam para um mal maior. A primeira destruição das obras das trevas começa dentro de nós, nos apropriando do caráter de Cristo, através do Espírito Santo.
 
        Qual a diferença entre o mal e o pecado? Pecado é uma materialização do mal. É tudo que é feito e pensado pelo homem que não condiz com a vontade de Deus. Poderíamos talvez dizer que o mal é o princípio atuante  enquanto que o pecado é o ato prático, quer por pensamento, palavras ou obras.
 
        Entendendo que o diabo seja a personificação do mal, podemos dizer que o pecado é fruto do mal introduzido na humanidade após a queda. Então o homem, enganado por satanás, praticou o mal e em seu caminho enveredou rebelando-se contra a vontade do Senhor Deus, tornando-se pecador.
 
        De que mal Jesus está nos ensinando a pedir livramento nesta oração? Poderíamos dizer que o "Não nos deixe cair em tentação"... refere-se ao mal que esta dentro de mim, mas o "livra-nos do mal" ... refere-se ao mal que pode me acometer. Ou seja, aqui há uma dupla preocupação, pelas quais o Senhor Jesus ensina-nos a Buscar numa única fonte, que é DEUS,  o socorro para dois problemas diversos, o mal interno e o mal externo... aquele que pode ser despertado de dentro pra fora e aquele que pode ser infligido de fora pra dentro.
 
        Inclui não somente o mal causado por satanás, como também todas as formas e variedades de mal, inclusive as que estão ocultas em nosso interior, pois em nosso próprio coração, está oculta muita maldade. Certamente, também, o mal que reside no mundo em geral. Precisamos ser livrados de todos estes aspectos do mal.
 
        Literalmente no grego Jesus usou "ho poneros"  que poderia, em outros contextos, ser traduzido como "do Maligno", uma referência a satanás. Portanto, Jesus se refere ao mal em geral,  o que naturalmente inclui todas as nuanças já mencionadas.
 
        Porque deveríamos pedir a Deus para nos resguardar do mal? Para que nossa comunhão não sofra interrupções, e assim continuar desfrutando de companheirismo e comunhão ininterruptos com Ele. Eis a razão desta petição, que nada venha interpor-se entre nós e o nosso Deus.
 
        Satanás nada pode fazer sem a permissão divina, por isso o pedido de Jesus é dirigido a Deus, ou seja, apelamos para Aquele que tudo pode.
 
        O homem natural arrisca comprovar a sua força e se aventura em meio à tentação. Alguns até oram: "conduz-me à tentação, para que eu prove o quanto sou forte." O homem espiritual pede para que nem entre nela, pois sabe que não resistirá.
 
        Não podemos ser incoerentes pedindo a Deus, por exemplo, que nos livre de cair na tentação da cobiça, e assistir filmes de provocação sexual; pedir a Deus que nos livre dos pensamentos impuros, e ler literatura profana e imoral. Não se pode buscar a liderança de Deus e conservar hábitos que ofendam ao Espírito Santo. Deus está pronto a nos guiar; nós precisamos estar prontos a seguir.     
 
        Por que pedir para livrar-nos do mal, e não para que Ele extermine o mal da face da terra? Simples, porque ele já revelou que só exterminará o mal da face da terra na vinda de Jesus Cristo, com a ressurreição dos mortos, julgamento final e condenação eterna de satanás e dos ímpios.
 
        O Senhor Jesus já venceu o mal, e a Bíblia afirma que o pecado não nos domina mais, entretanto, o Senhor ainda não arrancou o mal da nossa existência, por sua própria e soberana vontade. Haverá o momento certo de fazê-lo.
 
        E se eu cair em tentação? Deus não me livrou, a oração não foi feita com fé, ou tem alguma outra razão? Certa vez li o seguinte: o sacrifício de Jesus nos libertou do poder do pecado, obedecê-lo nos livra da influência do pecado, e Sua volta nos livrará da presença do pecado, o que significa que, embora salvos, já experimentando um pouco do céu, já gozando amostras do que Ele tem reservado à nós, ainda convivemos com o eixo do mal: o diabo, o pecado e a natureza  caída.
 
        Um alcoólatra, por exemplo, Leva pelo menos um mês para ser liberto da dependência química do álcool, mas leva anos para ser livre da dependência psicossocial embutida no processo do alcoolismo. Assim, quedas momentâneas podem ser parte de um processo de afastamento.
 
        Precisamos estar cientes que "não há paraíso sem serpente"; que "a carne não se expulsa... crucifica-se diariamente", e também que, "Satanás seduz, mas, nós fazemos a escolha." Portanto, faça como aquela menina que, quando se converteu, alguém lhe perguntou, "O que você vai fazer, quando o diabo vier bater à porta?", ao que ela respondeu, "Vou pedir a Jesus que atenda!"  Esta é a verdadeira atitude quanto à tentação. Aqueles que têm Jesus no coração e confiam nEle, sabem que podem pedir a Jesus para que atenda à porta, pois tem intimidade com Ele.

82. Confissões de um pecador (17/8/05)

 
(Jair Souza Leal*)
 
        "Tudo o que o homem semear, isso também ceifará" (Gálatas 6:7). Muitas vezes, e de várias maneiras, escolhemos as sementes erradas para semear em nossa existência. Com isso, amargamos colheitas que nos arruinam.
 
        Tenho aprendido nesta minha caminhada que uma ovelha branquinha pode se tornar bem semelhante a um porco; isso se dá, quando ambos estão mergulhados na lama. Desta forma, ficam igualmente sujos e, aparentemente, entre eles, há bem pouca diferença.
 
        Mas conquanto seja assim por algum tempo, a natureza distinta deles logo fará sobressair as diferenças. O porco se sentirá em casa, estará à vontade, enquanto a ovelha, estará desesperada, inquieta, e não vai se sentir bem até que esteja totalmente limpa. Você tem a natureza do porco ou da ovelha?
 
        Há períodos em nossa vida que somos a ovelha suja. Não podemos sentir medo nem receio de nos expor por confessar isso, mesmo porque, de quem gostaríamos de esconder não podemos, isto é, de Deus. Como Ele sabe tudo, não precisamos querer esconder das pessoas. 
 
        "E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras" (Apocalipse 20:12).
 
        Precisamos estar cônscios de que haverá o dia quando os livros de Deus se abrirão e todos os nossos atos, pensamentos e palavras serão manifestos, e com base neles seremos julgados. Por que não antecipar este dia abrindo a parte que nos toca? Confessando os nossos erros e fracassos ocultos às pessoas que precisam saber, para que sejamos curados, como sugere Tiago? "Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis" (5:16).
 
        Aprendi que confessar a Deus me trás perdão, mas confessar a uma pessoa nos trás a cura, além do que, é uma forma de mostrar a vileza do nosso coração e o engano que pode redundar das aparências, como diz a Escritura: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jeremias 17:9).
 
        É também uma forma de mostrar que embora todos sejamos pecadores, parte destes se diferenciam por seu arrependimento profundo, sincero e abandono das práticas pecaminosas (como Pedro mostrou ser diferente de Judas, ainda que cometendo pecado semelhante; de traição).
 
        Por fim, é uma forma de mostrar o poder transformador de Deus, a Sua grande misericórdia e a Sua graça, capaz de levar um condenado a herdar o paraíso. Graça esta que não é diferente nos dias de hoje. Eu mesmo, muitas vezes e de varias maneiras já fui alcançado por esta graça, que poderá alcançar você; por mais vil, imundo e desgraçado que sejas, ou estejas se sentindo.
 
        Sei que muitos dos que me conhecem pessoalmente, já se espantaram ou se escandalizaram com as confissões que já fiz dos inúmeros pecados que cometi. Eles jamais imaginaram os abomináveis atos de que fui capaz. Devo somente alertá-los: "aquele que estiver sem pecado, atire a primeira pedra."
 
        Pude aprender que a sinceridade e transparência tem um preço alto. Você pode perder o emprego, os amigos, a família, o casamento, o status, o ministério. Mas nada é mais valioso para um filho de Deus do que poder andar de cabeça erguida, sem medo das acusações de satanás, que tenta nos envergonhar com os pecados que, no caso de já terem sido confessados, foram perdoados, tratados e abandonados.
 
        Experimente amado!!! Eu sei do que estou falando.
 
*Autor do livro "4 Homens e Um Segredo" e auxiliar da Igreja Batista no Balneário - Contagem-MG.
 
"Se achar que vale a pena, divulgue esta mensagem aos seus amigos".
       
                                                    Jair Souza Leal

81.  O Amor é como uma flor

(Jair Souza Leal)

O amor é como uma flor, pode ser artificial

Sendo assim, ele é fabricado e não precisa ser cultivado

Engana por sua aparência, mas não tem vida na essência

Parece muito perfeito, não apresenta defeito

Não nasce, não cresce e não morre, já vem pré-fabricado

pode ser reproduzido, em qualquer lugar encontrado

Sua existência é falsa

não possui o aroma, a beleza, que emana da natureza

Eu não quero um amor fabricado, que não exija cuidado

Homem nenhum poderá, o verdadeiro amor duplicar

O amor é como uma flor, pode ser verdadeiro

Sendo assim, vem da natureza

invenção de Deus, com certeza

extasia por sua beleza, irradia a sua grandeza

Eu quero o amor deste jeito, ainda que tenha defeito

mas não engana a vista ou o peito

e por seu risco de acabar, me leva a cultivar

Um trabalho assim vale a pena, e enche de emoção

exala suave fragrância, que goteja no coração

Amor que arde no peito,

num doce desabrochar

que sempre trás nova beleza,

surpresas não hão de faltar

Na brisa refresca suave,

oferece o néctar pro mel

o fulgor da esperança,

luzente resplendor do céu

Doce harmonia provoca,

equilíbrio na diversidade

espanta o medo, a maldade,

que golpeia a humanidade

Inspira a bela poesia,

compõe a linda canção

alivia a dor, o cansaço

traz ternura ao mais rude coração

Presente dos namorados, na celebração do amor

desencadeia a primavera, a estação do amor

Presente na vida e na morte,

adoça a mais amarga alma

humaniza o mais cruel coração

Tão elevado sentimento, ainda que esmagado

reage com perfume na mão

Eterniza as metáforas

adjetivos não o podem descrever

Quem tem um amor deste jeito, palavras não precisa dizer

Por mais espinhoso que seja, e chegue a me ferir

prefiro o amor de verdade, que não se pode reproduzir

Ainda que venha a murchar, suas folhas venham a cair

morrendo, perdemos tudo, nada pode lhe substituir

Nos vastos campos, na praça

na imensidão do universo

este amor está presente

ainda aqui nestes versos

Que possa sempre abundar

no solo do seu coração

o amor, como a flor de verdade

um salto para a eternidade

80. Melô do Baby Fortão
 
(Jair Souza Leal)
 
Eu sou o Baby... sou o Baby fortão
 
já vou na padaria com mamãe prá comprar pão
 
Tava dormindo, alguém me acordou
 
que gente de mau gosto o meu sono atrapalhou
 
Não choro à toa, só choro com razão
 
quando sinto frio, fome, dor ou solidão
 
Por ser mamãe poeta, fez uma musiquinha
 
me homenageando, ficou tão bonitinha
 
Sou forte assim, porque gosto de mamar
 
afinal, prá ser fortão, tenho que me alimentar
 
Só tomo leite, do peito da maezinha
 
ele é suficiente prá encher minha barriguinha
 
Durmo um soninho, e acordo prá mamar
 
a barriguinha dói, não dá prá continuar
 
Se estou sujinho, mamãe vem me limpar
 
fico cheirozinho e um colinho a reclamar
 
Eu sou o Baby... sou o Baby fortão
 
tenho Deus, meu pai, mamãe sempre no coração
 
Agora que narrei esta minha aventura
 
preciso repousar, pois a vida é muito dura 
 
Uaaahhh, tchaau!!!
 
* * * * *

79 . Jesus está feliz com você? (2/5/05)
 
(Jair Souza Leal)
 
       
        É interessante pensar que em boa parte das reuniões entre cristãos, alguém sempre pergunta à congregação: Quem está feliz com Jesus diz: Amém! E todos a uma respondem em coro: Amém! É comum repetir-se a pergunta, e exigir uma maior veemência e euforia na resposta, e esta vêm na dose em que se é exigida: AMÉÉÉM!!! O interlocutor então, se dá por satisfeito com seu público e segue dando prosseguimento ao programa eclesiástico, ciente de que tem diante de si pessoas satisfeitas e felizes com Jesus.
 
        Mas eu sempre me questionei, porque uma segunda pergunta nunca é feita, aliás, a única pergunta que deveria ser feita, a pergunta realmente vital e crucial: Se Jesus está feliz com você diz: Amém! 
 
        Imagine esta pergunta sendo feita, qual não seria a reação do público? Cairia como uma bomba no meio do povo de Deus. Mas, pense comigo: Existe alguma razão para alguém não estar feliz com Jesus, especialmente um filho de Deus? Existe um mínimo de bom senso nesta questão?
 
        Alguém que nunca mentiu e jamais mentirá para nós, embora sejamos capazes de mentir para Ele; alguém que nunca nos enganou e jamais nos enganará, embora tentemos por vezes enganá-Lo com nossas desculpas e meias verdades; alguém que nunca nos traiu e jamais trairá, embora muitas vezes seja por nós traído; alguém que sempre atendeu e atenderá às nossas súplicas, embora nem sempre poderá contar com a nossa disposição de atender as suas; alguém que salvou os que se haviam perdido.
 
        Alguém que se sacrificou por nós e que por nós deu a própria vida, embora tenhamos grande resistência em fazer algum sacrifício por Ele; alguém que nos amou, ainda quando o odiávamos; alguém que sempre se importou conosco, ainda quando nem o conhecíamos; alguém que abençoa aqueles que amaldiçoam; alguém que perdoa os que resistem em dar perdão; alguém que nunca abandona mesmo aqueles que insistem em deixá-Lo; alguém que nos respeita e honra, mesmo quando o difamamos e desonramos.
 
        Alguém que é santo, mas insiste em viver entre os pecadores; alguém que nos oferece coisas que jamais seriamos merecedores; alguém que não se envergonha de nos apresentar e confessar diante do Pai, ainda quando nós mesmos nos envergonhamos de apresentá-Lo e confessá-Lo diante dos homens; alguém que vem ao nosso encontro, mesmo quando nos escondemos e fugimos dEle; alguém que sempre cumpriu e cumpre o que promete, ainda que estejamos sempre falhando naquilo que prometemos.
 
        Então, haveria alguma razão para não estar feliz com Jesus? Este amigo que nos ama, que deu a vida por nós, que nos perdoa, que atende às nossas súplicas, que cuida de nós, que nunca nos trai, nem engana ou, jamais nos abandona, que nos dá o que não merecemos, que nos respeita, que nos honra, que vem ao nosso encontro, que nos resgata e redime, que nos salva, que nos exalta, que nos transforma, que nos dá a alegria, a paz e a vida eterna?
 
        Não seria mais real e sensato fazer um auto exame e pensar se verdadeiramente Ele está feliz comigo? Se tenho trazido alegria ou desgosto ao Seu coração? Se o lugar que tenho freqüentado, se as pessoas com quem tenho andado, se as festas que tenho participado, se as palavras que tenho proferido, se os pensamentos que tenho tido, se os desejos que tenho alimentado, se o que ando vendo e ouvindo, se a maneira como tenho me comportado, tem alegrado ou entristecido o coração do meu Senhor.
 
        Tenho recebido com alegria o quinhão que Ele me deu, ou vivo a murmurar, declarando assim que estou insatisfeito com a maneira como Ele tem cuidado de mim? Nos momentos difíceis por que passo, tenho recorrido a Ele e confiado que Ele é suficiente para me dar a vitória, ou recorro a outros meios e pessoas, declarando assim que não confio muito que Ele seja capaz de reverter a minha sorte?
 
        Então, posso declarar com segurança: Eu estou feliz com Jesus, e você? Mas, talvez, seja um pouco mais difícil inverter esta declaração e afirmar com a mesma segurança: Jesus está feliz comigo, e com você? Mas é desta certeza que precisamos, Jesus fez e continua a fazer a parte dEle. Tem alegrado, confortado, trazido segurança e confiança aos nossos corações, cabe a nós agora, fazer a nossa parte, e trazer alegria ao coração do nosso Senhor.
 
        Portanto, viva de tal modo que, quando te perguntarem: Se Jesus está feliz com você diz: Amém! Você possa dizer com veemência, segurança, euforia e em alto e bom som: AMÉÉÉM!!!   Na certeza de que Ele testificará favoravelmente.
 
Atenção: Autorizo você a usar ou divulgar esta mensagem. A única condição é que você ore por mim, por minha família e por minha igreja Batista Balneário.
 
            "No Brasil, empresário é herói, trabalhador é super-herói"
                                                    Jair Souza Leal
 
= = =
78. Experiência Espiritual
 
(Jair Souza Leal)
 
"Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte, E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés, e um para Elias. E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o. E os discípulos, ouvindo isto, caíram sobre os seus rostos, e tiveram grande medo. E, aproximando-se Jesus, tocou-lhes, e disse: Levantai-vos, e não tenhais medo. E, erguendo eles os olhos, ninguém viram senão unicamente a Jesus. E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado dentre os mortos. E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas; Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do homem. Então entenderam os discípulos que lhes falara de João o Batista.  (Mateus 17:1-13)
 
        Experiência espiritual é algo real, verdadeiro, importante e bíblico. É impossível ser cristão e não crer nesta verdade. É impossível ser cristão, sem ter tido uma viva e real experiência espiritual com Deus, através de Jesus.
 
        Quando o homem morto em delitos e pecados, separado de Deus, alienado das realidades espirituais, vem a receber a vida de Deus e o impacto da sua graça salvadora, vivificadora, passando a ter comunhão com Ele, esta é sem dúvida a mais nobre e vital experiência que um homem pode ter.
 
        Mas ao longo da nossa caminhada com Deus, desfrutamos de outros destes momentos solenes e especiais da graça divina. E são as interpretações equivocadas destas experiências, posteriores à conversão, que tem gerado grande confusão na Igreja no decorrer dos séculos, e mui especialmente, nos dia atuais.
 
        Portanto, talvez mais do que nunca, precisamos de orientações a respeito deste tema, orientações estas que sejam extraídas exclusivamente da Palavra de Deus, e que poderá vir a nos livrar de muitas ciladas, infortúnios, e mal entendidos.
 
        Creio que muitos de nós já passamos por momentos difíceis, por causa desta questão, então, tendo a direção segura que vem da Palavra de Deus, poderemos por fim às dúvidas e controvérsias que tem sua origem no homem. E nenhum texto é tão glorioso e central ao assunto como o da transfiguração, que está descrito nos três evangelhos (Mateus 17:1-13; Marcos 9:1-13 e Lucas 9:28-36, e também é mencionado em 2 Pedro 1:16-19). Este é o que podemos chamar de "locus classicus" do assunto.
 
        Se esta não é maior, é uma das mais tremendas experiências espirituais que um ser humano já pode experimentar. Por isto vale a pena estudá-la, entendê-la, pois certamente não foi em vão inspirada por Deus seu registro, antes, é para que possa nos esclarecer e ensinar princípios eternos que devemos aplicar as nossas vidas.
 
        Vamos pensar, então, em algumas questões gerais que despontam no texto, antes de olharmos as questões particulares pertinentes a experiência espiritual.
 
        Primeiro, devemos destacar a importância deste texto e deste acontecimento. Ele é tão central e importante que é narrado de modo idêntico, e dentro dum mesmo contexto, pelos três evangelistas. Esta é um daquelas raras passagens que tem unanimidade nos evangelhos. Somente textos absolutamente essenciais, são narrados  assim com unanimidade, e este é o caso do texto que estamos estudando.
 
        Segundo, o contexto em que o texto aparece é muito sugestivo e também nos ensina. Este texto está inserindo exatamente nos momentos finais do ministério de  Jesus, antecedendo a Sua crucificação, ápice e consumação da obra que traria salvação à humanidade.
 
        Portanto, estes momentos aqui foram cruciais para Jesus e para os discípulos. Ele é o marco central da história da redenção. Nele se encontram os que foram usados por Deus no passado, o que estava sendo usado no presente e os que seriam usados no futuro, para proclamar a consumada revelação de Deus. Era, sem dúvida, um momento decisivo, de crise, de ansiedade. Todo o futuro da humanidade estava aqui sendo traçado.
 
        Terceiro, há aqui um resplandecente e glorioso encontro entre o representante da lei, dos profetas e da graça. Entre os representantes da antiga e da nova aliança.
 
        Quarto, visualizamos aqui um pouco da glória que nos espera no porvir. Um forte argumento contra a reencarnação, uma prova de que a ressurreição será uma realidade.
 
        Quinto, temos aqui o cumprimento de uma promessa que Jesus fez a seus discípulos (Mateus 16:28). Isto nos fortalece por lembrar, mais uma vez que, Ele sempre cumpre as promessas que faz, e isto nos renova a esperança.
 
        Sexto, não poderia deixar de mencionar o maravilhoso encontro entre Pai e Filho. A linda declaração de amor, e a infinita e eterna comunhão entre eles.
 
        Uma vez apresentadas as lições gerais, voltemos a nossa atenção para as lições particulares que o texto trás, a respeito das experiências espirituais.
 
        Primeiro, somente os que são discípulos de Jesus podem ter experiências espirituais com Ele. Somente estes são convidados a tal. Porém, não terão experiências espirituais semelhantes. Alguns, talvez, nem as tenha. É Jesus quem chama e quem toma a iniciativa (v 1). Os outros, embora discípulos de Jesus salvos e participantes do seu amor, não tiveram esta experiência, não foram convidados. A  soberania de Deus é quem determina a experiência que vamos ter.
 
        Mas nós sabemos que estes três discípulos faziam parte de um círculo mais íntimo de Jesus, e teriam uma missão importante pela frente, eles seriam colunas da Igreja, e para isto, precisavam estar mais fortalecidos. Podemos então afirmar que, aqueles que estão em intimidade com Jesus, que são chamados para uma missão, serão também convidados por Ele para um momento particular de doce e graciosa experiência com Deus.
 
        Afirmamos ainda que há um grande equivoco na atualidade por parte de muitos, que pensam que todos devem ter as mesmas experiências espirituais, ou que existam "passos" e "regras" para que as possa experimentar.
 
        Segundo, toda experiência espiritual visa glorificar, honrar e testificar de Jesus, não a pessoa. É Jesus quem se transfigura. É dele que o Pai testifica e incentiva a confiança em Sua palavra.
 
        Este principio serve para corrigir dois erros que entre nós tem sido comuns. Primeiramente, livrar-nos do orgulho de nos sentir superiores aos demais irmãos devido as experiência que tivemos. É Jesus, e não nós, que deve ser glorificado. Podemos até nos sentir fortalecidos, mas nunca jamais devemos nos sentir superiores aos demais irmãos, e jamais devemos nos exaltar sobre eles.
 
        Em seguida, servir de teste para comprovarmos se a experiência espiritual que tivemos é genuína. Basta que façamos a pergunta: Jesus foi glorificado? Eu agora o conheço melhor que antes? Tenho mais fé e segurança na Sua pessoa, na Sua palavra, na Sua obra que tinha antes? Este é o resultado natural de uma genuína experiência espiritual, e devemos sempre nos certificar de que realmente tivemos uma experiência com Deus.
 
        Terceiro, a importância da Palavra sobre a experiência. Para Jesus, esta experiência significava fortalecimento para o final que estava prestes a se desenrolar. Para os discípulos visava, exclusivamente, despertar fé no que Jesus lhes falava. Eles precisavam crer que o que Jesus dizia iria acontecer, pois seriam os arautos desta palavra. Como poderiam proclamar algo se ainda tivessem dúvidas?
 
        O próprio Pai confirma: "Este é meu filho amado... escutai-o". Pedro, alguns anos depois, pregando à igreja, afirmou que não pregava fábulas inventadas (2 Pedro 1:16-21), mas uma realidade que ele experimentara, entretanto, os irmãos não precisavam crer na sua experiência, pois, tinham as escrituras do Antigo Testamento. Ele submeteu a autoridade da Palavra sobre a sua experiência. O objetivo pois, da experiência que tiveram, foi para que cressem na Palavra de Jesus.
 
        "Escutai-o", é a ordem de Deus. Como poderia os pregadores da verdade, as testemunha vivas de Jesus duvidar dele? Precisavam acima de tudo crer na Palavra, por isto tiveram esta experiência. Este não é um princípio fundamental? Precisamos aprendê-lo urgentemente.
 
        Quarto, a experiência espiritual, não eqüivale à santificação. Santificação é um processo, não um ato. Também não elimina as falhas, os equívocos, os pecados, não é imunidade contra o pecado.
 
        Os três erraram em sua teologia, comparando e igualando Jesus a Moisés e Elias. Erraram feio durante e depois da experiência que tiveram. Lá mesmo falharam. Tiveram sentimentos egoístas, querendo acampar, esquecendo que os outros colegas, e a multidão, estava ao pé do monte e precisavam de Jesus e deles.
 
        Posterior à experiência, um deles estava requerendo posição de destaque sobre os demais (Mateus 18:1; 20:30-36); agindo com carnalidade sem discernimento espiritual (Mateus 26:6-13); andando armado e cortando orelhas alheias (Mateus 26:51-53);  abandonando Jesus por medo (Mateus 026:56); traindo Jesus, negando, mentindo, praguejando (Mateus 26:69-75).
 
        Um grande erro é este de se sentir santo e imune ao pecado após a experiência espiritual. Qual não é surpresa e decepção quando, logo à frente, tropeçam e caem nos mais bestiais tipos de pecados e engano. Por isto, o orgulho, o sentimento de superioridade e de separatismo é condenável.
 
        Quinto, Jesus ensina seus discípulos a serem discretos. As vezes é importante compartilhar as nossas experiências para edificação e fortalecimento mútua dos irmãos, mas na maior parte das vezes em que as compartilhamos, tendemos a falar com o intuito de nos envaidecer e engrandecer sobre os demais, mostrando o quanto somos espirituais, abençoados e queridos por Deus, e isto é um perigo e uma cilada.
 
        Então, aprenda com Jesus. Até que o momento seja oportuno, use sempre o princípio da discrição. "A ninguém conteis a visão, até que..." Seja discreto, não busque a glória e elogio dos homens.
 
        Sexto, as experiências espirituais existem para nos tornar úteis. É triste pensar que aquilo que deveria nos tornar úteis à humanidade tem nos deixado mais inúteis. Quantos se afastam e se separam dos demais "pecadores" e não conseguem mais conviver com eles após uma experiência espiritual. Que grande erro.
 
        Agimos como os discípulos: "É bom estarmos aqui". Que egoísmo, que falta de amor ao próximo. Queremos fincar estacas, fazer barracas em nossas igrejas, nos acampamentos, encontros, montes, congressos, enfim, nos lugares que experimentamos Deus em maior medida, esquecendo que o mundo precisa de nós.
 
        É bom estarmos aqui, mas, e o mundo? Há pessoas ao pé do monte precisando de libertação, precisando de Jesus, precisando de nós.
 
        Então, não podemos fazer nossas tendas no monte da transfiguração, pois ao pé do monte há uma multidão que clama por libertação, que precisa também experimentar Deus. Nada de tendas, nada de acampar, após a experiência precisamos descer e ser úteis ao mundo.
 
        Oitavo, após a experiência espiritual seremos provado. É bom saber disto antes que seja tarde. Sempre que você experimentar Deus em maior medida, sempre que Ele se manifeste a você, seguir-se-á uma prova, talvez um demônio a ser expulso logo após. É um princípio: A prova sempre se seguirá à experiência para torná-la parte de nós.
 
        Finalmente, a experiência espiritual jamais vai gerar fé. Ela poderá fortalecer a fé, avivá-la, despertá-la, mas nunca gerar. Jamais terá primazia sobre a Palavra, antes, virá para confirmá-la e para ampliar o nosso entendimento e confiança. Não virá para nos trazer glória, mas para glorificar Jesus. Não virá para nos santificar nem separar do mundo, dos pecadores ou dos irmãos, antes, para nos criar o desejo de ter uma vida santa, para nos capacitar a estar no mundo sem fazer parte dele, para dar intrepidez de proclamar com maior autoridade o Jesus glorioso que se transfigurou diante de nós.
 
        Ela vem para nos fazer úteis ao mundo que precisa urgentemente experimentar Deus, e isto só acontecerá através das nossas vidas. Então, é hora de descer do monte da transfiguração, desfazer a nossa barraca e vir libertar as almas do poder do diabo. Há uma multidão ao pé do monte que clama por libertação.
 
Atenção: Autorizo você a usar e divulgar esta mensagem, a única condição é que você ore por mim, por minha familia e Igreja Batista Balneário.

77. O Pernilongo (30/4/05)
 
(Jair Souza Leal)
 
Bem de noitinha
 
quando me deito para repousar
 
o pernilongo acorda
 
e começa a trabalhar.
 
Num instante sente cheiro
 
de um suculento manjar
 
É meu sangue, que, quentinho
 
Ele vem se alimentar
 
Apressado e faminto
 
começa a cantarolar
 
A aguda sinfonia
 
 que vai me atazanar.
 
Ele faz a maior festa
 
quando é hora de jantar
 
E só com a barriga cheia
 
voltará a descansar.
 
Com extrema precisão
 
introduz o seu ferrão
 
Me deixando a sensação
 
de ter tomado uma injeção
 
Sua marca registrada
 
faz questão de imprimir
 
por quase todo meu corpo
 
sempre, antes de partir.
 
Como não me irritar
 
com sua música erudita
 
que não é samba, bolero
 
rock, pop ou forró
 
É um canto infernizante
 
que tem uma nota só
 
Ah! Que bom se ele pudesse
 
ser por mim domesticado
 
se tornaria muito útil,
 
o melhor encarregado
 
do grande banco de sangue
 
falido do meu Estado
 
que pela primeira vez
 
teria o estoque abastado
 
Me valeria até o sono perdido
 
as picadas empolantes
 
o sangue subtraído 
 
pelo inseto transformado
 
no herói dos desvalidos
 
* * * * *
 
Jair Leal


76.  Dia do trabalhador*

Governo quer tributo!

Empresário quer lucro!

Trabalhador quer salário!

São interdependentes

São rivais combatentes

De interesses divergentes

Imposto, lucro e suor;

poder, capital e comida

são a causa final

duma batalha renhida

Do filão das riquezas

cada um abocanha

o que mais produziu

     é o que menos ganha

Paradoxo brutal

Quem o entenderia?

Se a maior parte da renda vai prá minoria

que se impõe e domina sobre a maioria

Que são muitos, mas poucos, se arriscam a lutar

Assim tornam-se fracos, nada podem mudar

Não é dia de folga o que nos empolga

Mera lembrança, não finda a discrepância

Não queremos ganhar e sim conquistar

com nosso suor, o que tem de melhor

Mas se bolso e panela, permanecer vazia

promessas não bastam. É só hipocrisia

Quem gerou as riquezas?

Quem a desfrutará?

A realidade indica:

O trabalhador não será

A tal distribuição

só beneficia governo e patrão

Temos uma grande força

usamos no trabalho

Nunca em pressão, ou em persuasão

Derrotados aprendei:

Desunião não produz solução

Ainda somos escravos

com liberdade e direito

Apanhamos da vida

da falta de respeito

Prisioneiros da miséria

rotina, exploração

que rouba nossas vidas

ferem as nossas mãos

Entretanto uma coisa

não poderão retirar

Por mais que vivam a nos explorar

É que a produção

mesmo não desfrutando

provém das nossas mãos

E, se pode servir

para consolar;

eles jamais poderão nos dispensar

Por nós, contra nós...

mas, nunca sem nós!

* * * * *

*Poema extraído do livro "A Vida - Noite e Dia, Uma Poesia" de Jair Souza Leal
= = =


75. Atração Fatal*
 
        Há alguns anos atrás o cristianismo evangélico no Brasil, possuía uma conotação negativa para a sociedade. Ser "crente" (como era conhecido o cristão evangélico), na visão do povo, era equivalente a ser analfabeto, doido, inculto, pobre, ignorante, entre outros adjetivos que nos era atribuído.
 
        Parte desta imagem negativa nós mesmos passamos, outra parte, vem da imaginação fértil de quem está de fora, e, certa parcela, deve ser atribuída à satanás, em seu afã de sempre querer depreciar a obra de Deus.
 
        Vivíamos meio que na defensiva, cheios de suspeita e desconfiança por tudo que era novo. O rádio, a TV, a política, a cultura, a tecnologia e até o avanço da ciência, eram vistos com maus olhos por alguns e considerados inimigos que deviam ser combatidos a ferro e fogo por serem armas de satanás.
 
        Os pobres, e quase somente eles, eram o alvo na evangelização. A igreja, na sua maioria, era composta de pessoas das classes menos favorecidas da população brasileira. Muita coisa era importada de outras culturas e países (músicas, instrumentos, estilo e até alguns costumes).
 
        A liturgia, usos e costumes, e as práticas, eram por vezes rígidas e experimentavam mui pouca variação. Algumas chegavam a ser bizarras, outras incompreensíveis, não faltavam as que eram inexplicáveis.
 
        Mesmo os seminários não eram bem vistos por alguns. De literatura, havia grande escassez. Os poucos livros que tínhamos eram de autores estrangeiros (infelizmente, esta é uma área em que não avançamos muito até o presente, esta tendência ainda insiste em permanecer).
 
        Visivelmente, não havia grandes atrativos na fé evangélica. Mas foi justamente neste contexto que a igreja mais cresceu, avançou, desbravou e se estabeleceu no país como a maior força religiosa do mundo.
 
        Apesar da aparente "falta de atrativos", as pessoas afluíam aos pés de Cristo. Foi uma época de grande fervor e fortes convicções. Nos tornamos o celeiro do mundo, a maior parcela evangélica dele (até então os EUA podiam ser assim considerados - antes recebíamos missionários, hoje enviamos).
 
        Atingimos camadas antes inalcançadas. Entramos na política, no rádio, na TV, nas faculdades, na internet (o mais recente e avançado meio de comunicação do mundo). Temos arrebanhado pessoas dos mais variados meios, como: artistas, músicos, empresários, intelectuais, universitários, homens e mulheres da alta sociedade... já se pensa até num possível presidente evangélico.
 
        Temos atuado em áreas sociais como um dos principais parceiros do país na recuperação de pessoas, e cooperado ativamente em tragédias de cunho nacional que por vezes assolam a nação.
 
        O quadro mudou, a liderança, a mentalidade, o número. Muito do que importávamos, hoje exportamos. Temos agora estilo próprio, cantamos nossas músicas, adoramos e cultuamos a Deus de maneira toda nossa.
 
        Temos nos tornado relevantes, fortes e atrativos. Hoje dá até status ser evangélico. Temos atraído multidões. Todos nos apreciam ou admiram com respeito. Alguns interpretam isto como o mundo entrando na igreja para corrompê-la, outros, mais otimistas, pensam que enfim, a igreja entrou no mundo para transformá-lo.
 
        Em meio a todo este entusiasmo e euforia, devido ao incrível poder de atração da igreja, é preciso algum cuidado. Há sem dúvida elementos que devem ser preservados e outros substituídos, então, não vale a pena questionar se o passado era melhor que o presente, mas devemos questionar: O que temos atraído para as nossas igrejas? Espectadores ou discípulos?
 
        Espectadores são atraídos pela visão, pelo belo, confortável, agradável e admirável; entretanto, os discípulos são atraídos pela Palavra pregada e vivida, que entra na mente, desce ao coração e atua na vontade, chamando a um compromisso real e à mudança de vida. Enquanto houver shows, ali estarão os espectadores, mas eles se tornam cada vez mais exigentes e volúveis; somente com discípulos se pode contar. Os espectadores formam as grandes multidões; discípulos por vezes são em pequeno número.
 
        Espectadores dão resultados rápidos, mas superficiais (como folhas em uma frondosa árvore); discípulo dá trabalho para formar, leva tempo, mas no fim dá frutos porque tem raízes profundas, o resultado é seguro. Espectador espera; discípulo faz. Espectador gosta de ser servido; discípulo serve.
 
        Nem sempre Jesus se animou muito com as multidões, embora nunca as desprezasse. Ele falou algo do seu poder de atração: "e eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim." (João 12:32).
 
        É preciso muito cuidado, se nosso principal alvo for números, estatística, grandeza ou honra, pois nem sempre indicam resultados reais ou frutos dignos. Além do que, é Jesus quem deve atrair, não as coisas, nem as pessoas, nem as formas. Então, todo cuidado é pouco pois a atração pode ser fatal.
 
* Jair Souza Leal é autor do livro "4 Homens e Um Segredo" e auxiliar na 1ª Igreja Batista do Balneário, em Contagem/MG.


74. Aprendendo com a adversidade*

        Já em 1990 os Engenheiros do Hawai (um grupo de Rock nacional),
profetizavam: "O Papa é pop". Muitos não lhes deram crédito, outros ficaram
à margem do significado da tal profecia.

        Foi somente nestes últimos dias que todos nós descobrimos, pela
mídia, o real significado da profecia... o Papa é mesmo "pop".

        Pop, é para nós brasileiros, uma pequena palavra, talvez importada
dos América, talvez abreviada do português, que significa popular.

        Ninguém em sã consciência pode negar a popularidade do polonês Karol
Wojtila. Se ele já tinha tal popularidade ou se a adquiriu em seus últimos e
sofridos dias não sei, mas ela se mostra real e quase palpável.

        Mesmo sendo cristão de linhagem evangélica, cuja direção doutrinária
é meio que oposta ao cristianismo católico, onde o Papa é o líder supremo (o
sumo pontífice), recoheco que sua vida, carreira, e mesmo sua morte trás a
todos nós bons ensinamentos.

        Ainda que não compartilhe de grande parte dos dogmas defendidos, não
nego minha admiração por ele, como pessoa e como líder, que certamente faz
qualquer religioso, do rebanho dele ou não, aprender. Sobre isto quero
falar.

        Sentimo-nos desafiados frente à morte, especialmente quando esta
atinge alguém que de alguma forma está ligada a nós, e nos é querida. Embora
seja algo esperado por todos, e que todos temos ciência de que mais dia,
menos dia, vai acontecer, quando este dia chega, é doloroso, e por mais que
venhamos a nos sentir preparados, quando acontece, é difícil, muito difícil
agüentar.

        Sentimo-nos impotentes, pequenos, e percebemos que não temos
controle absoluto sobre todas as coisas. Sentimos que há algo que vai além
do nosso controle e possibilidades, apesar de todo avanço e arrogância da
ciência de querer explicar e resolver tudo. Este momento, sem palavras,
mostra toda a nossa pequenez. E por mais influente, poderoso, bondoso,
religioso que sejamos, todos temos um fim, mesmo um homem de Deus.

        O que fazer neste momento? Como encará-lo? Como aliviá-lo? Como não
sentir tanta dor? Penso que a maioria de nós já passou por tal situação, e
sabemos o que se sente pela ausência e perda de alguém que nos é caro.

        Mas, se não podemos mudar o fato, podemos ao menos encará-lo de
forma diferente: com coragem, e aproveitar para repensar e refletir na nossa
caminhada - nós os que ficamos. Que tipo de lembrança deixaremos? Tem valido
a pena a nossa vida? Tem contribuído para alguém ou, para alguma coisa?

        Constantemente ouvimos ou pronunciamos a expressão: "Para morrer,
basta estar vivo". Mas, viver, é simplesmente o mero existir? Apenas um
respirar? Somente uma caminhada para o fim que é comum a todos? Se para
morrer basta estar vivo, para viver não basta ter nascido, é preciso algo
mais.

        Aproveitemos então este momento que por si nos leva a pensar, para
relembrar algumas coisas que talvez nos console, ou,  ao menos, alivie um
pouco a dor que possa arder no peito:

        a)      O nascimento e a morte, são uma das únicas coisas que torna
igual a todos nós, e independe da posição social, política, econômica,
religiosa. Aqui não há distinção de sexo, cor, idade, nacionalidade. As
coisas que nos distanciam uns dos outros, só acontecem enquanto em vida, no
intervalo.

        b)      É neste instante que percebemos o valor das pessoas. Fica
pois uma crítica: Quantas vezes só valorizamos as pessoas quando não as
temos mais?

        c)      Todos são importantes para alguém. Por mais vil, desprezado
ou desconhecido que você seja, sempre haverá alguém para te lamentar. Você
pode não ser importante ou reconhecido por todo mundo, mas neste mundo,
haverá sempre alguém para quem você é muito importante.

        d)      Nosso choro deve ser pela ausência e perda, não pelo
arrependimento de ter feito ou deixado de fazer algo e que agora é tarde
demais, não há mais como reparar.

        e)      Este momento nos torna mais "religiosos", e nos leva a
pensar: "ele foi para um bom lugar", mas será que no seu momento, da forma
como tem administrado a sua vida, você vai encontrar com ele, no mesmo "bom
lugar"?

        f)      Você que despreza e não valoriza os outros, vê que seu
princípio e fim são o mesmo,  o que faz a diferença nas pessoas é a maneira
como vivem no intervalo, entre estes dois momentos que chamamos de vida. É
nele que deixamos nossa marca, nossa lembrança, nossas contribuições, sejam
elas boas ou más.

        Não é este um momento de solidariedade? Onde os nobres sentimentos
por vezes enferrujados afloram? Não é este o momento oportuno de querer ser
diferente? De querer viver de tal forma que a morte seja apenas a consumação
de todas as boas coisas que oferecemos ao mundo?

        Tenho pensado muito, e cheguei a uma conclusão: Eu não quero passar
pela vida, sem deixar a minha nobre contribuição. Quero que as pessoas, de
mim, tenham boas lembranças. Nas palavras de outro digo: Quero servir para
viver, vivendo para servir, e você?

*Jair Souza Leal é autor do livro "4 Homens e Um Segredo" e auxiliar na 1ª
Igreja Batista no Balneário no bairro Ressaca - Contagem/MG.

73.Estar e não ser
 
 POEMA

Estar e não ser *

Diz-se que há tempo de sonhar, planejar, realizar

ter grande esperança, logo desacreditar

amar intensamente e, a uma, odiar

manter-se em silêncio, a seguir, dialogar

viver em solidão, depois se relacionar

ser intransigente, e poder relevar.

Nem toda a alma é de poeta

Mesmo a este, falta inspiração

Um dia acorda bem humorado

no outro, sem disposição

agindo de modo agressivo

ou, totalmente passivo

Chorar, sofrer, sorrir, encher-se de emoção

contrapõe a harmonia entre a mente e o coração.

Como entender insólita variação?

Quem não tem uma história de derrota e de glória?

Porventura é constante a vitória?

Perder é matéria que podemos aprender

Na dicotomia humana, ajuda perceber

que são neutros os sentimentos

que pairam à volta do ser

O indivíduo decide, por si, qual há de prevalecer.

O perigo iminente, é se tomar decisão

apoiado nos instáveis sentimentos que vêm-se, e vão

Toda sensatez do momento, é pura distorção

tal qual a miragem no deserto é fruto da imaginação

Sábio é se valer do tempo, fazê-lo Senhor da razão

Árbitro do que não deseja colecionar decepção

Estar, e não ser, decerto, ajuda a prevalecer

corroborando o bom senso de quem procura vencer.

*Jair Souza Leal 

                         


72. A PÁSCOA*
 
(Êxodo 11 e 12)
 
       
        Quando Deus chamou a Abraão, para fazer dele uma grande nação, um povo escolhido, de antemão informou-lhe que antes da concretização da promessa, haveria muitos anos de sofrimento, de escravidão. Mas Ele não apontou apenas a desgraça, mostrou como pretendia abençoar seu povo (Gênesis 15:13-14; Êxodo 12:41).
 
        Conhecemos a história de José, da grande fome, e de como Israel foi parar no Egito. Um Faraó que não conhecia a história da sua nação subiu ao trono e começou a oprimir o povo que um dia os salvou. Ele mandou matar todos os meninos recém-nascidos. Deus salva milagrosamente um destes meninos, Moisés, e mais tarde o usa para ser o libertador deste povo.
 
        Percebemos que em todo o tempo Deus está na gestão da história, e zela pelos seus, mesmo quando tudo parece perdido.
 
        Estava nos planos de Deus libertar Seu povo, Ele já havia prometido! E quando Deus decide agir, nenhum homem ou demônio pode Lhe impedir. Pode até se opor, e neste caso, Deus aproveita para demonstrar o Seu poder, que tem uma dupla função: ensinar ao seu povo preciosas lições enquanto administra juízo sobre seus opositores.
 
        Deus já havia enviado nove pragas, agora a última e decisiva estava por vir. Mas Ele não faz nada sem avisar, mesmo a incrédulos, para que tenham oportunidade de arrependimento e não tenham o que argumentar contra a justiça de Deus.
 
        Nesta décima praga, morreriam todos os filhos mais velhos (os primogênitos), da casa de Faraó ao mais humilde servo e também dos animais. À meia noite, o "anjo da morte" passaria por todas as casas do Egito. Somente a casa que tivesse aspergido sangue nos umbrais e nas vergas das portas é que seria poupada, e o anjo não entraria para executar a sua missão. Esta "passagem" do anjo (no hebraico 'pesah'), originou o nome da festa - páscoa.
 
        Por não dar crédito aos avisos de Deus é que o incrédulo é punido e castigado. Vale lembrar dos tempos de Noé, e dos dias que antecederão o juízo final.
 
1.      Deus faz distinção (11:7)
        Deus faz distinção entre aqueles que são seu povo e os que não são. Mesmo estando entre os egípcios, o povo de Deus não era egípcio. Mesmo estando no mundo, o povo de Deus não é do mundo (João 17:17-16). Estão, mas não são; há algo que os diferencia. É igualmente verdade que há muitos que estão na igreja mas não são do reino; estão entre os salvos mas são perdidos; lobos no meio das ovelhas.
 
        A bênção de um significa maldição para o outro. A prosperidade de um é o despojo do outro. O livramento de um trás castigo para o outro. O que para um é motivo de adoração para o outro é motivo de blasfêmia. Enquanto um se alegra e celebra, o outro geme e amaldiçoa.
 
        Acreditar na palavra de Deus e obedecer suas ordenanças é a marca do povo de Deus, enquanto a incredulidade, a obstinação e a rebeldia é a marca dos que não são. Os que temem ao Senhor são abençoados e protegidos na mesma proporção em que os desobedientes e rebeldes são punidos.
 
        Primeiro foi o povo de Deus quem gemeu debaixo da opressão dos seus adversários, e clamava pedindo livramento, a Deus (2:23), e a Faraó (5:15). Agora serão os egípcios quem clamarão e gemerão diante do juízo divino (11:6).
 
        Deus ouve o clamor do seu povo. Deus é o vingador do seu povo. Não se pode afrontar seu povo sem que esteja afrontando a Ele próprio. E quando Deus ou seu povo é afrontado, o juízo se torna iminente (1 Samuel 17; 2 Reis 19; Salmo 74:10).
 
2.      O livramento (12:23)
        Ao seu povo Deus providencia o escape, a saída, porque zela por ele. O sangue nas vergas e umbrais da porta era o sinal de que naquela casa havia uma família que pertencia a Deus, ouvia sua voz, cria em sua palavra e lhe obedecia, sendo assim, era uma família que estava segura, debaixo da proteção e da cobertura da graça.
 
        A cobertura do sangue não levava em conta os pecados pessoais, mas o fato de que aquelas pessoas estavam em aliança com Deus e pertenciam a Ele.
 
        Passar o sangue era um ato de obediência, era um ato que indicava fé. Crer que Deus promete e cumpre. Crer que Ele honraria a sua palavra de proteger aos seus enquanto o juízo era executado. Crer, a ponto de não deixar a proteção do sangue, e não sair de casa, senão pela manhã.
 
        A páscoa por si mesma não era a redenção, mas o despertar da redenção, a indicação de que esta se aproximava. O povo de Deus deixaria o Egito como um exército vitorioso, carregando os despojos do inimigo (12:35-36).
 
3. O rico simbolismo
        Somos enriquecidos com o simbolismo que a páscoa apresenta. Um cordeiro morreu no lugar de um filho na casa de Israel. Uma vida inocente foi sacrificada para que outra pudesse se salvar. Isto aponta para o sacrifício vicário de Cristo, o inocente morrendo no lugar do pecador. A morte de Cristo na cruz seria a vida da humanidade.
 
        O cordeiro tinha que ser um macho de um ano, sem defeito, sem mancha, e não poderia ter nem um osso partido (12:46). Não é em vão que o Novo Testamento aponta para Cristo, nosso cordeiro, nossa páscoa, inclusive cumprindo este detalhe (João 19:36; 1 Coríntios 5:7).
 
        As ervas amargas serviam para lhes lembrar o amargor da escravidão. A escravidão é algo que deve ser amargamente relembrada. A liberdade é algo precioso. O Espírito de Deus dá liberdade, enquanto as forças das trevas escravizam (João 8:36;  2 Coríntios 3:17). Israel jamais teria se libertado sozinho.
 
        Deveriam fazer os pães sem fermento e jogar fora todo o fermento que tivessem em casa. A ausência do fermento indicava pressa (não daria tempo à massa crescer), eles deviam estar preparados e prontos para a liberdade. O fermento, símbolo da corrupção, ensinava que eles precisavam romper com a cultura, a idolatria e os pecados do Egito (Mateus 16:12; Lucas 12:1; 1 Coríntios 5:6-8). Eles deveriam deixar para trás, abandonar, jogar fora.
 
        A páscoa marcaria para eles o inicio de um novo ano. Seu calendário religioso teria início com a páscoa. Sendo assim, a páscoa marca o começo da vida de Israel como nação e indica nova vida.
 
        A páscoa é uma festa histórica que lembra os atos salvíficos de Deus. É uma festa de educação religiosa, que visava instruir as gerações futuras a crerem em Deus, a serem gratos e fieis a quem os libertou, a quem zela por eles, abençoa e protege. A páscoa fazia os judeus relembrarem o maravilhoso livramento que Deus operou ao tirar da terra do Egito os seus antepassados após ter Ele matado os primogênitos dos egípcios. Mas tinha o propósito de servir de sinal daquela muito maior redenção e livramento da servidão ao pecado, que foi realizada por Jesus.
 
        A páscoa relembrava aos judeus que a aspersão do sangue, nas vergas das portas das casas de seus antepassados, livrou-os da espada do anjo destruidor. Tinha por objetivo ensinar que o sangue de Cristo, aspergido sobre a consciência do pecador arrependido, purifica-o de toda mácula do pecado e livra o pecador da ira vindoura.
 
        A páscoa fazia os judeus rememorarem o fato de que nenhum dos seus antepassados esteve isento de ser destruído pelo anjo, na noite em que ele matou os primogênitos egípcios, a menos que tivessem comido do cordeiro que fora morto. Todos que quiserem receber o benefício eterno da expiação efetuada por Cristo precisam alimentar-se dEle, pela fé, acolhendo-o em seus corações.
 
        No início, a páscoa era uma comemoração doméstica e familiar, sem templo, altar, sacerdote. O chefe da família era o sacerdote. Isto mostra a importância que a família e o lar tem nos planos de Deus. Ele incentiva a celebração e a adoração no lar.
 
        Com o tempo, a páscoa passou a ser comemorada no templo, oficializada por um sacerdote profissional, e se tornou mais pública e formal (grupos se reuniam por consentimento, como Jesus e os seus discípulos, como uma família, para celebrar a páscoa). Este fato representa a igreja institucional de hoje em contraposição à igreja menos formal do passado, que se reunia nos lares para celebrar a Deus.
 
        O grande ajuntamento do povo de Deus, a grande assembléia (hb. qahal), já era uma figura do ajuntamento da igreja (gr. ekklesia).
 
        Houve uma guerra espiritual. Os poderes espirituais que estavam por trás dos símbolos adorados seriam derrotados e julgados como os egípcios (12:12). Então, a páscoa foi uma derrota não só para os inimigos humanos do povo de Deus, mas também do inimigo espiritual.         
 
4.      A última páscoa - a páscoa cristã (Lucas 22:7-23)
        Um acontecimento tão importante como a páscoa, que deu origem a nação de Israel, não poderia ser ignorada pelo Novo Testamento. Pelo menos cinco idéias estão claramente implícitas e podem ser aplicada aos cristãos.
 
        A morte de Cristo ocorreu exatamente no período da páscoa. A páscoa é uma festa exclusivamente judaica, os gentios foram excluídos da comemoração (12:43-49), mas a Ceia substitui a páscoa judaica. Assim, festejamos e relembramos a morte e ressurreição de Cristo. Nossa páscoa se chama Ceia do Senhor, ou como alguns preferem, "santa Ceia".
 
        Houve uma conexão intencional entre o tempo da páscoa judaica e o tempo da morte de Cristo. Não foi por acaso, mas pela determinação providencial de Deus, que nosso Senhor foi crucificado na semana da páscoa e no dia exato em que o cordeiro pascoal costumava ser imolado. O intuito disso foi o de chamar a atenção da nação judaica para Aquele que é o verdadeiro cordeiro de Deus.
 
        O cristão, tal como os antigos israelitas, devem pôr de lado o fermento do pecado, da corrupção, da malícia, da desobediência, substituindo pelos pães asmos da sinceridade e da verdade (1 Coríntios 5:7).
 
        A última ceia foi inicialmente uma refeição pascoal (João 18:28; 19:14). Após a refeição pascoal, o Senhor instituiu o seu equivalente, ou seu substituto cristão. Ele é a nossa páscoa. Nos celebramos a ceia que relembra Cristo, o nosso cordeiro pascoal.
 
        A idéia de uma aliança e do início de uma nova nação estão presentes. Cristo fez uma nova aliança e por meio da sua Igreja, dá inicio a uma nova nação, uma nova humanidade, composta de pessoas de todas tribos, línguas e raças, uma nação sem fronteiras.
 
        Quanto ao êxodo cristão, certamente que éramos escravos do pecado, mas fomos libertos da escravidão para viver uma nova vida. Cristo é o que nos liberta da escravidão do pecado.
 
        Portanto, se o cordeiro assado, os pães sem fermento as ervas amargas eram os símbolos da páscoa do judeu, o pão e o vinho é o símbolo da páscoa do cristão. Quanto aos coelinhos e aos ovos de chocolate, são apenas símbolo de um comércio espertalhão e aproveitador, e de uma religiosidade sincretista.
 
        Pense na páscoa sobre a perspectiva dos egípcios. Você acha que este é para eles um dia de festa? Certamente que não! É um dia de luto, de tristeza.
 
        Portanto, a páscoa só pode ser comemorada por aquele que pertence a Deus, aquele que lhe obedece, que nele crê. Só estes têm razões para celebrar.
 
        Se você pertence a Deus, deve celebrar. Deus quer que seu povo celebre, adore, comemore, festeje. Então, alegria, pois a sua redenção chegou. Celebração continua ajuda na lembrança continua, na ação de graça contínua, caso contrário, corremos o risco de esquecer os grandes atos salvíficos de Deus a nosso favor (1 Coríntios 11:23-26).
 
        Se você não pertence a Deus, deve se preocupar pois o juízo de Deus é iminente, como pretendes escapar? "E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo" (Hebreus 9:27). "Eis que o juiz está à porta" (Tiago 5:9).
 
        "Bem-aventurados os que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro" (Apocalipse 22:14).
 
* Jair Souza Leal - Autor do livro "4 Homens e Um Segredo" e auxiliar na Igreja Batista do Balneário no bairro Ressaca - Contagem/MG.

71. Filhos pecadores * (16/3/05)

 
(Lucas 15:11-32)
 
        Dois irmãos, criados na mesma família, tendo a mesma educação, o mesmo pai, as mesmas oportunidades; têm desejos, temperamento, reações e experiências diferentes.
 
        Um é alegre, o outro é sério. Um tem espírito aventureiro, o outro é responsável. Um é esbanjador, consumista; o outro econômico, comedido. Um pensa no presente, o outro no futuro. Só uma coisa é igual entre eles; a herança, e o amor que o pai tem por eles.
 
        Encontramos a sabedoria naquele que vê dois extremos e tenta harmonizá-los, busca o equilíbrio, colocando-se como ponte, como mediador. Encontramos egoísmo naqueles que enxergam apenas a própria situação.
 
        Alivia saber que nem tudo é perfeito, nem tudo são flores; na vida, nos relacionamentos. Isto não depende de nós, e por mais que se tente, nem sempre as coisas saem do jeito que planejamos.
 
        Alivia saber que mesmo perdendo tudo o que amamos e possuímos, jamais devemos perder a fé e a esperança, as quais nem nada nem ninguém poderá nos tirar.
 
        Alivia saber que a fé vale a pena, que a esperança não é em vão; que por mais tenebrosos e tristes que sejam certos dias em nossas vidas, outros melhores virão.
 
        Aprendemos que todos têm seus defeitos, alguns são mais visíveis e escandalosos do que outros que estão mais internalizados dentro de nós, e por vezes nem percebemos.
 
        Aprendemos que há em cada um de nós virtudes a serem imitadas, e mazelas a serem evitadas.
        Fuja das mazelas do pródigo. Elas não precisam ser citadas por serem sempre bem cogitadas. Quanto ao que dele podemos aprender, está o fato de que, por pior que seja um homem, há nele coisas a serem seguidas:
 
        Que só quando perdemos o que temos é que passamos a perceber o seu real valor. Você vai esperar perder tudo o que tem, as pessoas que o amam, para começar a valorizar-lhes?
 
        Que por pior que seja a situação em que nos encontramos, se houver humildade suficiente no seu coração, haverá a possibilidade de voltar atrás, de reconsiderar, recomeçar.
 
        Que mesmo sujo, com o orgulho ferido, decepcionado e com medo, devemos arriscar voltar. Para acertar, o pródigo precisou da mesma coragem que teve para errar.
 
        Que surpresas estão no caminho do pecador arrependido que volta atrás: o abraço, o amor e o consolo do Pai, a compreensão e uma grande festa de quem enxerga a sensatez.
 
        O arrependimento deve ser sempre desejado, e festejado. Ninguém que seja sensato pode ver um pecador arrependido querendo recomeçar, e não se alegrar, não festejar. O que passou ficou para trás, serve apenas de alerta, não martírio.
 
        Grande é o homem que não lança ao rosto aquilo que é evidente, que sabe que o amor é suficiente para recompor os buracos que o erro deixou. Grande é o homem que não permanece no erro, e que não volta à lama que um dia deixou.
 
        Imite as virtudes do filho mais velho, mas fuja das suas mazelas. Elas precisam ser citadas por não serem tão cogitadas.
 
        Por estar sempre perto, ele não se alegra com a presença do Pai, não vai ao seu encontro, para entender o que se passa, ouve a voz do criado, e com isso, deixa brotar a amargura em seu coração.
 
        Como um bom homem pode ter amargura, ciúme e inveja no coração? Estas coisas são boas viseiras para impedir e compreender o amor.
 
        Com tais sentimentos, ele não consegue suportar o som da alegria, das músicas, das danças, o cheiro de uma grande festa.
 
        A amargura, o ciúme, a inveja, o ódio, a falta de perdão, impede qualquer um de nós de conhecer o coração perdoador do Pai, e nos afasta da família.
 
        Irmãos que não entendem o coração perdoador do pai, julgam a seus irmãos. E por mais certo que pareçam estar, são motivados por egoísmo.
 
        Querer um bezerro para festejar com os amigos sem estar disposto a se alegrar com a família é uma contradição. O sentimento do pai não lhe importa, recuperar um irmão não lhe interessa. Isto se chama valorizar o que não tem valor, dar o valor errado as coisas certas.
 
        O santo reage com atitudes pecaminosas e hostis. O pecador, que não tem nada a perder, tem mais facilidade para mostrar atitudes santas e humildes.
 
        O mundo lá fora é um inferno, o lar precisa ser um paraíso e acolher aquele que experimentou frustrações, está ferido e se sente abandonado.
 
        Você que erra, está disposto a voltar atrás e recomeçar? Você que observa o erro alheio, está disposto a perdoar? Quem não quer ter um Pai como este? Quem quer ser um pai como este?
 
        Pai, se seu filho quer ir, deixe-o ir, só não feche as portas caso ele decida voltar. Pode ser que ele se vá para sempre, pode ser que um dia ele queira voltar.
 
Amor é tudo que uma pessoa e um lar precisa, dinheiro, nem tanto.
 
* JAIR SOUZA LEAL é autor do livro "4 Homens e Um Segredo" e auxiliar na PIB Balneário, no bairro Ressaca - Contagem/MG.
 
                          "A esperança adiada desfalece o coração,
                            mas o desejo atendido é árvore de vida"                           
                                                    Jair Souza Leal

70. CONSELHO . (15/02/05)
Caro amigo
        Apesar de não sentir nem ver nada das coisas espirituais, eu consigo crer e confiar no Senhor Jesus. Penso que, como no Antigo Testamento a nação de Israel passava por longos períodos de fome e seca (quer por estar sitiada pelos inimigos, quer por castigo divino, quer pelo tempo e local em que habitavam), e com isso, o povo passava fome, e muitos morriam.
 
        Por vezes, profetas como Elias e Eliseu eram usados nestes períodos para realizar alguns milagre como: ressucitar uma pessoa, multiplicar o azeite de uma vasilha (como mostrou o próprio Jesus: "Em verdade vos digo que muitas viúvas havia em Israel nos dias de Elias, quando céu se fechou por três anos e seis meses, de sorte que houve grande fome por toda a terra; e a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva em Serepta de Sidom. Também muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi purificado senão Naamã, o sírio" - Lucas 4:25-27).
 
        Entendo que Israel simbolizou de modo físico e literal no Antigo Testamento (anterior aliança) o que a Igreja é de modo espiritual no Novo Testamento (nova aliança). Desta forma, a guerra, o templo, o sacrifício, o reinado, a Jerusalém, etc. é espiritual. Enfrentamos períodos de fome e seca, em que não há sinais da presença de Deus, não há milagres (senão esporadicamente), a fé se torna árida e difícil, e o Senhor continua sendo Deus do povo, exigindo fé.
 
        Posteriormente, Ele envia períodos de avivamento e abundância, onde as coisas acontecem mais facilmente, com maior intensidade e constância.
 
        Então, há esta semelhança entre o A.T. e o N.T. ou entre Israel como nação e Israel como sendo a Igreja de Jesus. Tudo o que era material e físico para eles, é equivalente espiritual para nós. Se pensar que Elias, o profeta poderoso, realizou sete milagres em toda a sua vida de pelo menos quarenta anos, poderíamos dizer, ou pensar que os milagres para ele também foram raros, ainda que lendo a Bíblia narrando de modo sequencial os principais acontecimentos na vida do profeta, somos levados a concluír que as coisas aconteciam sempre, que milagres eram uma constante. 
 
        Mas uma coisa tem me incomodado e intrincado de verdade. É o que Paulo fala, que a sua pregação não consistia em Palavras mas em demonstração do Espírito e do poder.
 
        Romanos 15:17-19 "Tenho, portanto, motivo para me gloriar em Cristo Jesus, nas coisas concernentes a Deus; porque não ousarei falar de coisa alguma senão daquilo que Cristo por meu intermédio tem feito, para obediência da parte dos gentios, por palavra e por obras, pelo poder de sinais e prodígios, no poder do Espírito Santo; de modo que desde Jerusalém e arredores, até a Ilíria, tenho divulgado o evangelho de Cristo"
 
        1Corintios 2:4-5 "A minha linguagem e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito de poder; para que a vossa fé não se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus"
 
        1Corintios 4:19-20 "Em breve, porém, irei ter convosco, se o Senhor quiser, e então conhecerei, não as palavras dos que andam inchados, mas o poder. Porque o reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder.
 
        1Tessalonicenses 1:5 "porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo e em plena convicção, como bem sabeis quais fomos entre vós por amor de vós.
 
        2 Timóteo 3:5 "tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder. Afasta-te também desses"
 
        Porque eu, e a maioria dos pregadores que ouço (por melhores que sejam), têm somente as palavras e não "demonstram" ter o Espirito nem o poder? Isso era válido somente para Paulo, ou é também para mim? Se é para mim, porque não percebo isto em minha vida? Paulo falava que "sempre" havia demonstração de poder, não só palavras, o que quer ele dizer com este poder, estes sinais e prodigios?
 
        Me aconselhe a este respeito !!!

69. Ciladas - Introdução* (5/1/05)

 
(Mateus 22:15-46)
 
        Tudo não passava de um terrível e arquitetado plano. Era uma astuta e perfeita cilada, uma verdadeira armadilha da qual era impossível escapar. Desta vez ele não sairá ileso, desta vez ele não terá chance, e finalmente será aniquilado de uma vez por todas. Agora era só lhe encontrar para o encurralar e desmoralizar.
 
        Eles não estão indo até o Mestre para aprender, pois já são "doutores", já ensinam, ainda que não sejam ensináveis. Só o que procuravam era ter uma pequena chance para manchar a reputação, ter um único motivo de que lhe acusar, e para isto arquitetaram este infalível plano.
 
        Eles começam a execução do plano. Primeiro foram os discípulos dos fariseus, orientados e enviados por seus mestres, acompanhados de uns herodianos, para propor uma questão legal que o deixaria entre César e o povo. A seguir foram os saduceus para propor uma questão religiosa que o desmoralizaria. Por fim, os doutores da lei para propor uma questão escriturística e provar ao povo que ele era um falso profeta e negava a lei de Deus.
 
        As questões em si não lhes importava; eram somente questões embaraçosas com duas respostas possíveis onde qualquer delas o deixaria num beco sem saída. Ou ele seria acusado de estar contra o povo, ou seria acusado de estar contra as autoridades, ou seria acusado de estar contra a lei. Ele não teria escolha, não teria saída, não poderia escapar; desta vez o pegariam... ao menos assim pensavam.
 
        E foram três tentativas; todas frustradas, pois se esqueceram que jamais devemos tentar a Deus; que jamais poderemos surpreendê-lo em ciladas ou contradições; que jamais a nossa sabedoria e astúcia sobrepujará a onisciência e sabedoria divina, que sonda a profundeza do ser e conhece as intenções do coração. Se esqueceram que ao humilde Ele exalta, mas ao orgulhoso abate; que ao simples, contrito e sincero Ele recompensa e ama, mas ao arrogante, incrédulo e blasfemo, retribui, na medida do seu pleito, em repreensão e castigo.
 
        Como lobos vestidos de ovelhas foram aqueles homens, em bajulação e falsidade a dizer: "Mestre, sabemos que és verdadeiro, e que ensinas segundo a verdade o caminho de Deus, e de ninguém se te dá, porque não olhas a aparência dos homens". Eles diziam verdades a respeito de Jesus; verdades que eles não criam; verdades que, inconscientemente, decretavam juízo sobre eles.
 
        Portanto, toda verdade conhecida que não é verdade crida, é verdade inútil para o que a possui, verdade que torna seu possuidor um hipócrita, blasfemo e passível de juízo, juízo que vem na medida exata do teor desta verdade que é conhecida porém não é crida. Então, é melhor não conhecer nada sobre Deus, do que, conhecendo, negar este conhecimento por meio da incredulidade e dureza de coração. A verdade não pode estar somente na mente, é preciso que esteja também no coração, é preciso que faça parte da vida do que a detém, é preciso ser aplicada.
 
        Quantos possuem um conhecimento da pessoa de Jesus que não afeta o seu viver, não transforma, não o faz reconhecê-lo como Salvador e Senhor? Esta era a trágica situação vivida por estes homens. Foi a respeito de pessoas tais que escreveu Tiago: "Crês tu que Deus é um só? Fazes bem; os demônios também o crêem, e estremecem" (Tiago 2:19). Conhecer não é o bastante, é preciso crer e encarnar o conhecimento, tornando-o parte da vida.
 
        Como vimos, conquanto os demônios conheçam a Deus, não o obedecem. "Ora, estava na sinagoga um homem possesso dum espírito imundo, o qual gritou: Que temos nós contigo, Jesus, nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus... e ele curou muitos doentes atacados de diversas moléstias, e expulsou muitos demônios; mas não permitia que os demônios falassem, porque o conheciam" (Marcos 1:23,24,34); "E os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e clamavam, dizendo: Tu és o Filho de Deus" (Marcos 3:11).
 
        Quantos homens cairiam nesta armadilha? Quantos homens neste mundo já foram, ou estão sendo seduzidos pela bajulação e pela falsidade humana, ao deixarem ser exaltados, ao deixarem ou desejarem ser colocados numa perigosa posição de semideuses, recebendo veneração e glórias humanas. Não sabem os tais o perigo que correm, pois os mesmos que, maliciosamente, os eleva às alturas, sem piedade os afundarão no pó e pisarão sobre eles.
 
        Foi por meio da sedução que Satanás levou a humanidade à Queda. Balaão, o profeta, contratado para destruir o povo de Deus, amaldiçoando-os, não o pode, mas usou de astúcia e acabou levando muitos à destruição, ao aconselhar seus contratantes a não enfrentá-los diretamente, mas procurar pervertê-los, seduzindo-os à idolatria e adultério (Números 31:16). Satanás causou mais estragos na Igreja pela sutileza do que pela tentativa de destruí-la diretamente. Já que não podia vencê-la, "uniu-se a ela".
 
        É triste dizer mas, a maioria dos líderes cristãos caem mais facilmente pela sedução do que pela perseguição. O próprio diabo tentou pessoalmente a Jesus usando de malícia, astúcia e sedução, visto não ter sido bem sucedido, mudou de tática, e fê-lo indiretamente usando seus instrumentos. Aqueles que deveriam estar servindo a Deus e seus propósitos, acabaram se deixando usar por Satanás para servir aos seus propósitos. Assim, toda vez que estes instrumentos de Satanás vinham abordar Jesus, usavam de dolo e má fé.
 
        Foram inúmeras as ocasiões, além destas três que estamos considerando, em que eles procuraram Jesus, com malícia, para o experimentar. "Partindo dali, entrou Jesus na sinagoga deles. E eis que estava ali um homem que tinha uma das mãos atrofiadas; e eles, para poderem acusar a Jesus, o interrogaram, dizendo: É lícito curar nos sábados?" (Mateus 12:9-10). "E eis que se levantou certo doutor da lei e, para o experimentar, disse: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?" (Lucas 10:25).
 
        "Então chegaram a ele os fariseus e os saduceus e, para o experimentarem, pediram-lhe que lhes mostrasse algum sinal do céu. Mas ele respondeu, e disse-lhes: Ao cair da tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro. E pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Ora, sabeis discernir o aspecto do céu, e não podeis discernir os sinais dos tempos? Uma geração má e adúltera pede um sinal, e nenhum sinal lhe será dado, senão o de Jonas. E, deixando-os, retirou-se" (Mateus 16:1).
 
        "Aproximaram-se dele alguns fariseus que o experimentavam, dizendo: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?" (Mateus 19:3). "Então os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério; e pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. Ora, Moisés nos ordena na lei que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? Isto diziam eles, tentando-o, para terem de que o acusar. Jesus, porém, inclinando-se, começou a escrever no chão com o dedo" (João 8:3-6).
 
        Como nos lembra bem o bispo Ryle. "O que levou Sansão à derrota? Não foram os exércitos dos filisteus, e, sim, o amor fingido de uma mulher filistéia. O que levou Salomão a desviar-se? Não foi a força de inimigos externos, e, sim, a adulação de suas numerosas esposas. Qual foi a causa maior do erro do rei Ezequias? Não foi a espada de Senaqueribe nem as ameaças de Rabsaqué, e, sim, as lisonjas dos embaixadores da Babilônia. Quando Judas traiu ao Senhor, fê-lo com um beijo. Com freqüência, a paz arruina mais as nações do que a guerra."
 
        Como Jesus não aceitava glória humana, antes, recebia somente a glória que vem de Deus, Ele pôde detectar a cilada e não cair nela. Se você não quiser sucumbir na armadilha da falsidade e bajulação humana, faça como Jesus, não busque a glória que vem de homens, busque a glória e exaltação que vem de Deus. Pois não poderão prevalecer os "que recebem glória uns dos outros e não buscam a glória que vem do único Deus" (João 5:44); e ao receber glória humana, você já recebeu a sua recompensa e nada mais há que receber de Deus (Mateus 6:1-5). 
 
        Aqui vemos encarnado o princípio expresso de modo claro nas palavras: "o mundo é mais perigoso quando sorri do que quando ataca". Mas estejamos certos de que toda bajulação e falsidade será sempre detectada no coração dos que de Deus se aproximam. A sinceridade é, indubitavelmente, o melhor caminho para os que comparecem perante Deus.
 
        Estes homens ensinavam ao povo mas eles mesmos não aprendiam. Não aprenderam que não se pode ensinar sobre Deus visando autopromoção ou vanglória; que não se pode ensinar sobre Deus e lutar contra Ele; que todos os que ensinam as coisas de Deus não devem fazer por inveja; que não se pode ensinar sobre Deus sem conhecer o amor, pois a apreensão intelectual de informações espirituais ou religiosas, quaisquer que sejam, serão inúteis se não emanarem da fonte divina do amor para jorrar genuína.
 
        Portanto, o primeiro aprendizado dos que querem ensinar sobre Deus deve ser amar. O amor precisa ser a fonte de todo saber. "E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria" (1 Corintios 13:2). Se tivermos o mais algo grau de informações, a maior gama de conhecimentos, mas não tivermos amor, tudo será inócuo; nada aproveita a quem o possui ou a quem o recebe.
 
        É mister aprender também, por meio desta passagem que, há uma correspondência entre aquilo que vamos buscar de Deus com o que vamos receber dEle. Quem vai a Jesus em busca de salvação, recebe a salvação; quem busca perdão, recebe o perdão; quem busca a cura, recebe a cura; quem busca respostas, terá as respostas; quem busca a destruição do próximo, encontra a própria destruição; quem se achega a Deus, tentando-o, cai na própria armadilha, encontra a própria ruína.
 
        Esta seqüência de ciladas no entanto, tem algo precioso a nos ensinar de modo particular. Cada uma das questões levantadas e cada uma das respostas de Jesus às mesmas, nos proporcionam ricos e instrutivos ensinamentos. É sábio considerar separadamente cada uma delas.
 
* Esta Introdução é parte integrante do novo livro de Jair Souza Leal - "Ciladas" (Capítulo 1 - O Quinhão de César e o de Deus; Capítulo 2 - Sete casamentos e oito funerais; Capítulo 3 - O maior mandamento; Capítulo 4 - Agora é a vez de Jesus). Dê sua opinião a respeito do mesmo...
 
                          "A esperança adiada desfalece o coração,
                            mas o desejo atendido é árvore de vida"                           
                                                    Jair Souza Leal

68. Uma nota de esclarecimento sobre o natal. (Repasso!!! Jair Leal )

 
O Natal tem sido combatido por estranhos cristãos. Alegam que o Natal é a
festa pagã do culto ao Sol. Conclusão precipitada. Tendo que escolher uma
data, escolheu-se aquela porque se considera que Cristo é o sol da justiça
(Ml 4.6). Combatem a árvore de natal, dizendo-a resquício do culto pagão às
árvores. Esquecem que a Bíblia se abre e fecha com a presença de uma árvore
(Gn 3.9 e Ap 22.14). Mas o estranho é guardarem festas judaicas, que se
tornaram festas pagãs, com o advento de Cristo, sendo coisas passadas, à luz
de Colossenses 2.16-17.
O cristianismo e a Bíblia expressam as verdades de Deus na cultura do povo,
não em uma cultura angelical. Os quatro títulos duplos que aplicamos a
Jesus, em Isaías 9.6 ("Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da
Eternidade, Príncipe da Paz"), eram usados na sagração do novo Faraó, no
Egito. O profeta os aplicou a Jesus. O domingo, dia do Senhor, era o dia do
culto ao Sol, na mitologia de alguns povos europeus. Mas foi o dia em que
Cristo ressuscitou.
Não é preciso negar ou modificar tudo porque se descobriu um aspecto que não
corresponde ao que pensávamos. Isto é insensatez: jogar tudo fora por causa
de uma parte. Meio entendimento é pior que nenhum entendimento.
Principalmente se produz estabanamento intelectual.
Natal não é festa pagã. Isto soa como falta de inteligência. É a comemoração
do nascimento de Jesus. Se a data não foi 25 de dezembro, qual é o problema?
A Páscoa, quando se comemora a morte de Cristo, cada ano cai num dia. Mas
não invalida a morte vicária de Cristo.
O legalismo e a postura de alguns em reinventar e redescobrir o evangelho
são atitudes negativas. Pergunte-se a um cristão sincero, não desses cheios
de empáfia que descobriram que todo mundo fez tudo errado até hoje, o que
ele comemora no dia 25 de dezembro. Ele dirá: "O nascimento de Jesus". Na
falta de data específica, ficou-se com esta. Qualquer outra suscitaria uma
crítica de alguém. Que critiquem.
O erro não é comemorar o nascimento de Jesus. O erro é trocá-lo por Papai
Noel, é olhar o aspecto apenas humano e sentimental da ocasião e esquecer o
aspecto espiritual. Por isto, comemore o Natal. Com gratidão a Deus. Louve-o
por seu Filho, Jesus Cristo, nosso Salvador.
Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho


67. Ver a sua estrela é muito bonito, mas ver a sua face é muito melhor." Dwight L. Moody

O nascimento do Salvador da humanidade apresenta um belo quadro, poético e por vezes contraditório:
A simplicidade dos pastores; a ciência dos magos; a sanha dos poderosos.
Ele sendo procurado para ser adorado, presenteado e, assassinado.
Ele sendo motivo de alegria, esperança, mas também de ódio e inveja.
Cumprimento de profecias, marco na história da humanidade.
A luz nascendo em meio às trevas. O Criador se fazendo criatura.
A mesma dificuldade para achar um lugar onde nascer, nas estalagens, nos corações.
"Deus abalando o mundo com um bebê, e não com uma bomba." Charles Grant
"O Filho de Deus se tornando filho do homem, para que os filhos do homem se tornassem filhos de Deus." João Calvino
"Deus em Cristo participando de nossa humanidade, a fim de que nós possamos também participar de sua divindade" Walter B.Knight

 
Aproveite a data especial, junte sua família, seus amigos, e comemorem.
Há! E não se esqueça do aniversariante... não se esqueça que Ele gosta de ganhar presentes...
Que tal dar a Ele a sua vida, o seu coração??? É uma boa opção!
Deus abençoe, a você e a sua família.
Jair Souza Leal

66. Ele nasceu para nós, para que pudéssemos renascer para Ele
 
(Jair Souza Leal*)
 
        O pecado fez o homem morrer para Deus; "no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gênesis 2:17). É isto o que a traição faz; faz com que os grandes amigos morram um para o outro e vivam em inimizade. O pecado fez Deus romper com o homem, e este com Deus; tornou impossível seu relacionamento, distanciando e separando-os. Com isto, o homem foi expulso por Deus do paraíso, e por sua vez, expulsou Deus da sua vida e do seu coração.
 
        Com esta inimizade que passou a existir entre o homem e Deus; "porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus" (Romanos 8:7); "qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus" (Tiago 4:4); os relacionamentos humanos também foram abalados e se tornaram doentios; passou a haver inimizade mútua, desavenças, ódio, traições, rompimentos.
 
        Conquanto o amor divino desejasse reatar o relacionamento e perdoar, a justiça impedia exigindo julgamento e punição; afinal, o homem foi quem tomou a iniciativa de desobedecer a Deus, de ofendê-lo, de rebelar-se contra Ele, transgredir sua lei, tornando-se assim passível de juízo.
 
        Da sua parte, porém, o homem jamais seria capaz, uma vez envenenada a sua natureza, de voltar-se para Deus arrependido em busca de perdão e reconciliação. Foi Deus - o ofendido,  quem tomou a iniciativa de vir até o ofensor, na pessoa de Jesus, para acabar com a distância que os separava, reconciliar e restabelecer a comunhão perdida, oferecer o perdão e, consequentemente, a volta ao paraíso, com a única condição de que o homem lhe devolvesse o coração. É isto o que nos anuncia o natal - a chegada do perdão, da reconciliação, da salvação. Ele nasceu para nós, para que pudéssemos renascer para Ele.
 
        Mas como satisfazer o amor - que desejava perdoar; e a justiça - que exigia juízo, concomitantemente, sem pender para um ou para o outro lado? Sem que Deus se tornasse injusto ou cruel? Houve um plano, estabelecido pelo próprio Deus, onde Ele receberia em si mesmo a punição devida ao pecado humano para satisfazer assim sua justiça e demonstrar seu amor.
 
        Então, na pessoa de Jesus, veio Deus, por seu infinito amor, estabelecer a sua justiça; veio para, em si mesmo, receber a punição que era devida ao homem, pois "o salário do pecado é a morte" (Romanos 6:23). Destarte, foi satisfeita a justiça e o amor divino. Este é o sentido da vinda e morte de Cristo na cruz; Ele estava demonstrando sua justiça e seu amor. Ele se propôs receber o castigo que nos era devido para satisfazer a justiça, e em amor, poder nos oferecer perdão. É isto o que nos anuncia o natal - a chegada do amor e da justiça divina. Ele veio para morrer por nós, para que pudéssemos viver com Ele.
 
        Mas o homem precisava ser informado de que a justiça de Deus fora satisfeita; de que Ele continuava a amá-lo; de que havia sido mediado o perdão, a reconciliação. Não bastava realizar a propiciação; era necessário fazer chegar ao homem esta boa nova; era preciso procurar o ofensor para dizer-lhe que o perdoava, que o aceitava de volta; era mister proclamar este ato divino. Este é o sentido do Evangelho - a proclamação das boas novas de Deus ao homem informando que já não precisa mais haver inimizade e separação. O natal nos anuncia o Evangelho.
 
        "E um anjo do Senhor apareceu-lhes, e a glória do Senhor os cercou de resplendor; pelo que se encheram de grande temor. O anjo, porém, lhes disse: Não temais, porquanto vos trago novas de grande alegria que o será para todo o povo: É que vos nasceu hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lucas 2:9-11).
 
        "Pois que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões; e nos encarregou da palavra da reconciliação" (2 Coríntios 5:19). "Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade... e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um só corpo, tendo por ela matado a inimizade; e, vindo, ele evangelizou paz a vós que estáveis longe, e paz aos que estavam perto" (Efésios 2: 14,16,17).
 
        "Levando ele mesmo os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro, para que mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados" (1 Pedro 2:24). "Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida" (Romanos 5:10). "Havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus" (Colossenses 1:20).       
 
        Se a vinda de Jesus a este mundo anuncia e mostra que Deus procurou o homem, seu ofensor, para possibilitar e oferecer-lhe perdão, reconciliá-lo consigo, trazê-lo de volta, desfazer a inimizade existente, reatar o relacionamento e a comunhão rompida pelo pecado, e sem que este merecesse ou desejasse; este é o sentido da graça. O natal nos anuncia e declara a graça divina.
 
        Então, se o natal significa, declara e anuncia tudo isto; amor, justiça, perdão, reconciliação, renascimento, evangelho e graça; deveria ser assim comemorado e festejado. Aliás, a oferta do perdão de Deus a nós, por meio de Jesus, exige da nossa parte que ofereçamos perdão aos nossos ofensores. Jesus nos ensinou a perdoar; perdoando, para que pudéssemos aprender a perdoar; perdoando. Seu perdão nos capacita a perdoar.
 
        Natal deveria ser assim entendido e comemorado, pois, uma vez que fui procurado por Aquele que eu ofendi para ser perdoado sem que merecesse ou desejasse, não posso me omitir de procurar aqueles que me ofenderam para oferecer-lhes perdão, ainda que não mereçam ou desejem. Deveria ser o momento de anunciar boas novas, que decidi, da minha parte, pôr fim às inimizades, restaurar os relacionamentos quebrados, reconciliar-me.
 
        Natal fala da chegada do perdão de Deus ao homem, consequentemente, deste ao próximo. Fala de ofendidos que tomam a iniciativa de perdoar; fala de graça; fala de justiça; fala de amor. Jamais deveria ser comemorado pelos que ainda abrigam ódio no coração, desejo de vingança, inimizades; que ainda têm relacionamentos rompidos e não reatados, mesmo que seja por iniciativa do ofendido, e apesar do ofensor e da ofensa cometida.
 
        Natal fala de nascimento e de renascimento; nascimento da esperança, do perdão, da restauração, da reconciliação, da alegria, da comunhão; renascimento das amizades e relacionamentos que um dia tiveram fim, renascimento daqueles que um dia morreram para nós.
 
        Permita portanto, nesta data, que aqueles que um dia morreram para você, que aqueles que um dia foram expulsos da sua vida, que aqueles que um dia se separaram de você, renasçam e recebam o perdão. Deixe Aquele que nasceu para os que estavam mortos para Ele, viver em seu coração.
 
        Saiba que a maior prova de que Jesus nasceu para você está na capacidade que tens de perdoar. Ninguém que tenha recebido dEle perdão será capaz de negar perdão. Se negamos o perdão, não temos direito de sermos perdoados. Perdão, é a principal característica do pecador regenerado; falta de perdão, é a principal característica do pecador não regenerado. Se Deus nos perdoa, não temos porque negar perdão, caso contrário, jamais poderemos orar dizendo: "e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores" (Mateus 6:12).
 
        Aquele que veio para nos oferecer perdão foi quem afirmou categoricamente: "Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas" (Mateus 6:14-15).
 
        "Então Pedro, aproximando-se dele, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu hei de perdoar? Até sete? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete; mas até setenta vezes sete. Por isso o reino dos céus é comparado a um rei que quis tomar contas a seus servos; e, tendo começado a tomá-las, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos; mas não tendo ele com que pagar, ordenou seu senhor que fossem vendidos, ele, sua mulher, seus filhos, e tudo o que tinha, e que se pagasse a dívida.
 
        Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, tem paciência comigo, que tudo te pagarei. O senhor daquele servo, pois, movido de compaixão, soltou-o, e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem denários; e, segurando-o, o sufocava, dizendo: Paga o que me deves.
 
        Então o seu companheiro, caindo-lhe aos pés, rogava-lhe, dizendo: Tem paciência comigo, que te pagarei. Ele, porém, não quis; antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Vendo, pois, os seus conservos o que acontecera, contristaram-se grandemente, e foram revelar tudo isso ao seu senhor.
 
        Então o seu senhor, chamando-o á sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste; não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, assim como eu tive compaixão de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe devia. Assim vos fará meu Pai celestial, se de coração não perdoardes, cada um a seu irmão." (Mateus 18:21-35)  
 
        Perdão, é o maior presente que podemos receber. Perdão, é o maior presente que podemos oferecer. Então, você espera receber algum presente neste natal? Pretende oferecer algum? Como vai comemorá-lo neste ano? Não se esqueça do aniversariante; não se esqueça de incluí-lo nos seus planos!
 
        Lembre-se: "O verdadeiro dia de Natal, para qualquer homem, é quando Jesus nasce em seu coração" (Walter H. Armstrong). "Deus em Cristo participa de nossa humanidade, a fim de que, nós possamos também participar de sua divindade" (Walter B. Knight).
 
        Feliz dia do nascimento de Cristo neste mundão; feliz dia do nascimento de Cristo em seu coração!!!
 
 
 
*Jair Souza Leal é autor do livro "4 Homens e Um Segredo" e auxiliar na PIB Balneário, no bairro Ressaca em Contagem-MG.
 
 
 
                          "A esperança adiada desfalece o coração,
                            mas o desejo atendido é árvore de vida"                           
                                                    Jair Souza Leal 

65. Porque temos a prática de presentear no Natal?

Leia o texto abaixo e responda:
Porque temos a prática de presentear no Natal?
A quem deveríamos presentear?
Por que chamamos os magos de Reis Magos?
Porque dizemos que são TRÊS REIS MAGOS, e até damos nome a eles?
Porque as decorações sempre mostram eles indo num presépio (com cavalo, galinha, palha), se estes magos encontraram o menino Jesus já com +- dois anos de idade na casa em que ele morava?
 
O que você acha que os "pobrezinhos" fizeram com o ouro ganho de presente?
Tem alguma coisa que você aprendeu errado porque nunca leu a Bíblia?
Então.... segue o texto para você
 
»MATEUS 2
1 E, TENDO nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos (uns são quantos???) vieram do oriente a Jerusalém (leva-se aproximadamente 2 anos nesta viagem a pé do Iraque até Belém).
 
2 Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo (eles eram astônomos ou astrólogos como preferir, mas não reis - REI ERA HERODES... eles foram em Herodes porque esperavam encontrar o menino num palácio "o rei dos judeus"... por isto Herodes ficou enciumado e bufando de raiva).
 
3 E o rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e toda Jerusalém com ele.
4 E, congregados todos os príncipes dos sacerdotes, e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Cristo (isto ainda levou mais um ou alguns dias depois que os magos procuraram Herodes).
 
5 E eles lhe disseram: Em Belém de Judéia; porque assim está escrito pelo profeta:
6 E tu, Belém, terra de Judá,  De modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá;  Porque de ti sairá o Guia  Que há de apascentar o meu povo de Israel (Esta profecia foi predita no Antigo Testamento por Miquéias (5:2) há +- 600 anos antes - eles puderam responder a Herodes porque conheciam esta profecia e sabiam que o Cristo predito nasceria em Belém... veja Deus cumpre o que promete).
 
7 Então Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu exatamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera (viu??? ele vai tomar a decisão baseada nestes cálculos, e chega a conclusão que o menino Jesus já estava com +- dois anos de idade... veja no versículo 13 abaixo).
 
8 E, enviando-os a Belém, disse: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore (MENTIROSO TRAPACEIRO... parece alguém que eu conheço???).
 
9 E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que tinham visto no oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino (NO PRESÉPIO???)
 
10 E, vendo eles a estrela, regozijaram-se muito com grande alegria.
11 E, entrando na casa (VEJA!!! NA CASA... NÃO NA MANJEDOURA QUE FOI USADA COMO O PRIMEIRO BERÇO DE JESUS... ELE NÃO FICOU LÁ O RESTO DA VIDA), acharam o menino com Maria sua mãe (JOSÉ NEM ESTAVA LÁ NA HORA) e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra (SERÁ QUE CADA UM DEU UM PRESENTE POR ISSO VOCÊ CONCLUI QUE FORAM "TRÊS" "REIS"???  E SE FOI DOIS... CADA UM DANDO TRÊS PRESENTES??? E SE FORAM 10 CADA UM DANDO TRÊS PRESENTES... como saber quantos foram com base nos presentes dados??? eles abriram os seus tesouros... era mais de um mago e todos tinham tesouros, ou seja, parece que cada um destes magos deu das três coisas a Jesus... não foi cada um dando um presente de cada).
 
12 E, sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra por outro caminho.
 
13 E, tendo eles se retirado, eis que o anjo do Senhor apareceu a José em sonhos, dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu te diga; porque Herodes há de procurar o menino para o matar.
 
14 E, levantando-se ele, tomou o menino e sua mãe, de noite, e foi para o Egito.
15 E esteve lá, até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito chamei o meu Filho.
 
16 Então Herodes, vendo que tinha sido iludido pelos magos, irritou-se muito, e mandou matar todos os meninos que havia em Belém, e em todos os seus contornos, de dois anos para baixo, segundo o tempo que diligentemente inquirira dos magos.
 
17 Então se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias, que diz:
18 Em Ramá se ouviu uma voz, Lamentação, choro e grande pranto: Raquel chorando os seus filhos, E não querendo ser consolada, porque já não existem.
 
VOCÊ SABIA QUE O TAL DE NICOLAU ERA UM CRISTÃO RICO E POR CAUSA DA SUA FÉ EM JESUS ELE RESOLVEU DOAR A SUA GRANA PARA OS POBRES? E NO NATAL VOCÊ SÓ SE LEMBRA DELE NÃO É MESMO??? JESUS QUE LEVOU ELE A FAZER ISTO VOCÊ NÃO LEMBRA!!!
 
TEM ALGUMA COISA ERRADA NESTE NEGÓCIO...
IMITE O SERVO DE CRISTO SR. NICOLAU (O BOM VELINHO) DOE TAMBÉM TODO SEU DINHEIRO AOS POBRES NESTE NATAL E SEJA FELIZ!!!  

64. A História da humanidade sem história
 
(Jair Souza Leal*)
 
        Temos tornado a vida um ciclo interminável de erros, de falhas humanas e de repetições, e isto por não aprendermos com a história, nem atentar para ela. Cada nova geração deveria vir acrescida do saber anterior, vir fortalecida e vacinada contra os erros e falhas dantes cometidas.
 
        Desta forma, é certo que cometeríamos erros novos, mas faríamos também novas descobertas. Em ciclos sucessivos de gerações, haveria desenvolvimento e aperfeiçoamento. Cada nova fase da vida humana deveria ser melhor.
 
        Esta deveria ser uma lógica plausível. Entretanto, não é isto o que se observa. Os mesmos erros cometidos por nossos antepassados, ainda que os mais longínquos, são os erros da modernidade. Os mesmos problemas enfrentados por eles continuam a existir.
 
        As dificuldades e problemas enfrentados pelos mais rudes e primitivos, são os mesmos enfrentados por homens mais civilizados, cultos, nobres e educados. Então não se trata de uma questão cultural ou de civilização.
 
        Cada nova geração parece ser a primeira a existir, e tudo se reinicia. Quando está começando aprender a viver, chega ao fim e nasce outra, que vai iniciar o processo. É certo que algumas coisas são acrescidas no decorrer da vida, mas geralmente são coisas e fatores externos que mudam muito pouco a humanidade, tome por exemplo a tecnologia, as formas políticas, os costumes, os tabus e tradições, etc., e o homem continua o mesmo.
 
        Muitas coisas que já foram comprovadas como destruidoras e inerentemente más aos seres humanos, ainda permanecem. A guerra, por exemplo, nunca trouxe benefícios, somente destruição sofrimento e perda às partes envolvidas, e tem sido sempre o meio usado para resolver os conflitos; há milhares de anos atrás ou nos dias atuais. Neste caso, ao que parece, a única coisa que se aperfeiçoa são as armas.
 
        Poderíamos citar milhares de outros exemplos destas fraquezas humanas, que só trazem dor e sofrimento mas que insistem em permanecer a cada nova geração, como ódio, exploração, escravidão, pobreza, miséria, orgulho, infidelidade, corrupção, depravação, vício, mentira, ciúme, cobiça, vingança, enfim. Faça você mesmo uma reflexão sobre cada item citado e descobrirá que nada mudou, senão externamente. Seria o homem o mesmo ontem, hoje e sempre?
 
        Isto não se aplica somente à humanidade, mas também a nós como indivíduos. Cada ano que passa deveria acrescentar algo às nossas vidas, nos aperfeiçoar e nos tornar melhores, mais justos, nobres, compreensivos, pacientes, virtuosos, prudentes, competentes, sábios, cheios de fé e esperança, e, certamente, deveria nos levar a não cometer os mesmos erros. O fim da vida seria o auge do saber, da perfeição, do amadurecimento.
 
        Infelizmente, o que observamos ser  real em se tratando da raça humana, o é também em se tratando do indivíduo. Afinal, o que é a raça humana senão o conjunto de indivíduos? Analise a sua própria vida e veja os erros e falhas que tem cometido, descubra o quanto cresceu no decorrer dos anos.
 
        Faça uma comparação entre o seu comportamento e dificuldade com o comportamento e dificuldade de seus pais, avós, bisavós. Certamente vais descobrir, estarrecido, o quanto terias sido poupado tão somente tivesses ouvido seus conselhos, seguido os seus passos nas virtudes e desviado nos erros.  Assim, a história aperfeiçoaria a história
 
        Penso ser esta a razão por que Deus sempre deixou os sinais e marcos como memorial a seu povo, a fim de nunca esquecerem da Sua pessoa nem da Sua atuação na história. Temos no Antigo Testamento o arco-íris; "O meu arco tenho posto nas nuvens, e ele será por sinal de haver um pacto entre mim e a terra" (Gênesis 9:13). A circuncisão; "Circuncidar-vos-eis na carne do prepúcio; e isto será por sinal de pacto entre mim e vós" (Gênesis 17:11). O sábado; "Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando-o nas suas gerações como pacto perpétuo. Entre mim e os filhos de Israel será ele um sinal para sempre; porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, e ao sétimo dia descansou, e achou refrigério. E deu a Moisés, quando acabou de falar com ele no monte Sinai, as duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus" (Êxodo 31:16-18).
 
        A páscoa; "E este dia vos será por memorial, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; através das vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo" (Êxodo 12:14). As tábuas da lei, a arca da aliança, o monte Sinai; Respondeu-lhe Deus: "Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te enviei: Quando houveres tirado do Egito o meu povo, servireis a Deus neste monte" (Êxodo 3:12). O maná; "E disse Moisés: Isto é o que o Senhor ordenou: Dele enchereis um gômer, o qual se guardará para as vossas gerações, para que elas vejam o pão que vos dei a comer no deserto, quando eu vos tirei da terra do Egito" (Êxodo 16:32). As pedras, quando Deus fez seu povo atravessar o Jordão; "e estas pedras serão para sempre por memorial aos filhos de Israel" (Josué 4:7).
 
        No Novo Testamento encontramos o batismo, os elementos da ceia (pão e vinho) símbolos da nova aliança; "Isto é o meu corpo que é por vós; fazei isto em memória de mim... Este cálice é o novo pacto no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim" (1 Coríntios 11:24-25). Serviriam como memorial, para que a humanidade jamais esqueça o mais importante evento ocorrido na história - o sacrifício do filho de Deus na cruz em nosso lugar. Posteriormente a cruz e o peixe também se tornaram símbolos históricos da fé cristã.
 
        A própria Bíblia, que é o registro da revelação de Deus e da Sua atuação na história humana, veio à existência, e foi também preservada no decorrer dos séculos, por Deus, com este mesmo objetivo.
 
        Tão somente o povo de Israel atentasse para este fato, observando a sua própria história, procurando conhecer o Deus de seus pais e viver conforme as Suas alianças históricas e mandamentos, haveriam sido poupados de intensos sofrimentos no decorrer da sua história como nação.
 
        Igualmente, se a Igreja cristã atentasse em conhecer e aprender com a sua história, estaria seguindo um rumo diferente do atual, e teria sido poupado de muitos infortúnios. Os erros que ela vem cometendo no decurso da sua existência são quase sempre os mesmos.   
 
        Então, é tempo de refletir, de planejar, de avaliar, de rever, de recomeçar. É tempo de crescer, de se aperfeiçoar. É tempo de mudar a história. É tempo de mudar a nossa história. É tempo de viver o presente, sonhando e planejando o futuro, sem nunca desprezar o passado. Lembrando sempre que, um dia, o Senhor da história a adentrou para transformá-la e dar-lhe um novo rumo. Ele se tornou parte dela. Ela se dividiu. Ele veio para mudar a nossa história, para nos dar uma história, para não sermos uma humanidade sem história e, para que esta história não tenha fim.
 
        Deixe o Senhor da história mudar e aperfeiçoar a sua história. Quando Ele veio, teve dificuldades para encontrar lugar onde nascer. Que Ele não ache também dificuldades para encontrar lugar em seu coração. E quando Ele voltar, iniciará um novo momento na história da humanidade, e você estará inserido nesta história.
 
*Jair Souza Leal é autor do livro "4 Homens e Um Segredo" e auxiliar na PIB Balneário em Contagem-MG.

63. Retirando o Combustível da Violência
 
(Jair Souza Leal*)
 
        Como nunca antes, esta reflexão se mostra essencial e relevante. Vale a pena gastar alguns momentos para considerá-la, devido ao momento ímpar que atravessamos em nosso país. Momento este de grande violência urbana e de profundos distúrbios sociais. Aquilo que antes conhecíamos somente dos filmes de Hollywood, e que parecia tão irreal e distante, agora está muito perto. Hoje o perigo mora ao lado; e, para alguns é ainda pior pois, o perigo mora dentro de casa.
 
        Quando vemos a violência e seus acessórios assumindo proporções alarmantes a ponto de já se falar, com certa naturalidade, num poder paralelo ao estabelecido por vias normais, civilizadas e democráticas. Quando os jornais e noticiários absorvem grande parte do seu conteúdo na apresentação da violência. Quando, apesar de todo esforço, a justiça e a polícia, principais responsáveis pela proteção e combate às forças do mal, estão impotentes e se mostram ineficazes, e as forças do mal predominam, impondo as suas próprias leis e exterminando sem piedade aqueles que se colocam em seu caminho.
 
        Quando nem mesmo os países que vivem em constantes conflitos bélicos matam tantos inocentes. Quando a frouxidão dos magistrados e das leis, o desinteresse parlamentar, as pressões dos poderosos, os interesses das grandes corporações e dos especuladores internacionais predominam, fazendo pressão sobre a economia da nação, gerando miséria e sofrimento ao seu povo, e sendo grandes responsáveis pelo quadro caótico em que nos encontramos.
 
        Quando estamos bem perto do caos, e tanto a impunidade, como as drogas e a falta de Deus na vida das pessoas, tem potencializado e agravado a situação. Quando ninguém mais pode se gabar de nunca ter sido assaltado, ameaçado ou abordado de modo violento, de nunca ter tido uma arma apontada para a cabeça, um bem roubado, ou pior, perdido alguém que lhe era caro. Quando vidas são ceifadas de forma cruel e trágica, e ninguém está imune, seja nos grandes centros urbanos ou interior. Quando em lugar algum há segurança e todos sofrem com a violência, de modo direto ou indireto, e se vêem impotentes e indefesos para proteger suas vidas, patrimônios, empresas e igrejas (pois nem estas estão escapando).
 
        Quando todos os setores da sociedade tiveram oportunidade de dar o seu parecer e falharam, mostrando-se ineficientes e fracos para combater e mudar a situação, chegou o momento de chamar a atenção desta sociedade para encarar e analisar a situação dum ponto de vista cristão.
 
        Não deixamos de afirmar que, também a Igreja e os cristãos em geral, são co-responsáveis pela situação e têm grande parcela de culpa, ainda que por indiferença. Precisamos deixar de lado nossas diferenças e preconceitos e juntar forças para batalhar, e nada melhor do que pensar que há uma solução, há uma saída.
 
        Certamente, como cristãos, temos em nossas mãos a mais forte e poderosa arma que poderá ajudar o nosso país a sair deste infortúnio, esta arma se chama: evangelização, que transforma e resgata vidas, tirando o combustível da violência e das drogas. Se conseguirmos nos conscientizar da importância da evangelização, do valor social de uma conversão e da grandeza do cristianismo para uma nação, poderemos e revolucionaremos este imenso país, mudando a sua realidade.     
 
        Posso afirmar, com grande convicção que, mesmo se não houvesse nenhuma vantagem espiritual na fé cristã, nenhuma promessa divina como a promessa do céu, da salvação, da vida eterna, do perdão, da eterna felicidade, entre outras, ainda assim haveriam as vantagens sociais e os benefícios pessoais desta fé. Ela é tão superior que, mesmo eliminando tudo quanto dissemos acima, continua sendo vantajoso ser um cristão, e isto não só para o indivíduo como para toda uma sociedade. Veja alguns destes benefícios.
 
1. Benefícios do cristianismo para a vida pessoal
        Posso falar, com base na Bíblia, na minha experiência pessoal, e em observações de fatos reais, quantos são os benefícios da fé cristã para a vida pessoal.
 
        As companias são diferentes, livrando-nos das más influências, de locais indesejáveis e de situações embaraçosas. Somos libertos e preservados de vícios, envolvimentos sexuais amorais, indevidos, pervertidos ou danosos à saúde e à família. A conversação é saudável, a moral elevada. Há integridade, alegria de viver, disposição para o trabalho, harmonia no lar e equilíbrio nos relacionamentos.
 
        Há paz, ainda que em meio a situações adversas, esperança que nunca desvanece, ações e atitudes que enobrecem a humanidade, uma irmandade que forma uma grande família, comunhão, fé, oração, o desejo pelo bem do próximo. Tudo isto já seriam motivos mais que suficientes para se investir no cristianismo. 
 
2. Benefícios do cristianismo para  a sociedade
        Toda conversão envolve uma transformação. Só se converte e vem a Jesus, aquele que se reconheceu pecador. E nas fileiras cristãs, todos têm consciência disto, e, se vieram a Cristo, é porque buscam o perdão e a libertação.
 
        O próprio Jesus andou entre os pecadores. Ele mesmo afirmou que veio para chamá-los ao arrependimento, como um médico, que só é procurado por doentes (Mateus 9:9-13). Aquele que não se reconhece pecador, não precisa de Cristo, como os que pensam não estar doentes, não precisam de médico. Todos os que buscam a Jesus, vêm porque são pecadores, mas pecadores arrependidos que buscam transformação em suas vidas.
 
        Socialmente falando, cada conversão significa: menos ódio entre as pessoas, menos um ladrão, menos um alcoólatra, menos um drogado, menos um marginalizado, menos um morimbundo, menos uma família desestruturada. Menos um assassino, menos um fanfarrão, menos um trapaceiro, menos um egoísta, menos um explorador, menos uma prostituta, menos um chantagista, menos um estuprador, menos um murmurador, menos um cidadão revoltoso, menos um vagabundo, menos um sonegador, menos um traficante, menos um marginal, menos um pivete, menos um racista. Menos um na cadeia, menos um nos botecos, menos um nas sarjetas, menos um nos antros de prostituição, menos um nos confrontos com a polícia, menos um no cemitério.
 
        Aliás, aos que gostam de criticar e zombar dos cristãos e das igrejas próximas de sua casa, ou criticar e zombar ao ver alguém carregando uma Bíblia ou de joelhos orando, eu pergunto: O que é melhor ter próximo da sua casa - uma igreja ou uma penitenciária? Uma igreja ou um ponto de tráfico de drogas? Uma igreja ou uma boca de fumo? Uma igreja ou um bordel? O que é melhor - ver alguém carregando uma Bíblia ou uma arma? De joelhos orando ou nas ruas cometendo crimes e ceifando vidas? Ver alguém que fala do amor de Deus ou alguém que fica na porta das escolas convencendo nossas crianças a usar drogas? Pense bem nisto.
 
        Certamente amigo, você há de convir que cada conversão, é menos uma preocupação para o governo, para a sociedade, para os patrões, professores, juizes, para os maridos e esposas, para as pessoas de bem.
 
        Você percebe como e quanto todos são beneficiados por uma conversão? Então deve concordar que, são nossas igrejas que devem se encher, não as delegacias ou prisões, nem tampouco os cemitérios.
 
        Precisamos de pessoas que sirvam a Deus, não aos traficantes; pessoas que oram, abençoam e sirvam ao país, não as que amaldiçoam, torcem contra e tentam destruí-lo; de pessoas que vivam padrões morais elevados, não as que vivam culturas animalescas e exaltam os prazeres incontidos e irrefreados buscando somente a satisfação dos seus instintos insaciáveis; de pessoas que marchem para Jesus, não para a morte.
 
        Mais do que nunca, este é um incentivo aos cristãos para buscar se despertar para uma evangelização mais efetiva, eficaz e consciente, para não se esconder, cruzar os braços e calar-se. Como cidadãos, devemos exigir e fazer cumprir os nossos direitos, cobrar dos políticos e governantes atitudes mais positivas, elevadas, severas e eficientes, e a criação de leis mais justas e firmes que eleve o nível moral do país. Mas, como cristãos, não devemos esperar somente do governo nem da policia. Devemos levar a mensagem de Jesus às pessoas, evangelizar, resgatar vidas, antes que a nossa seja ceifada.
 
        Mobilizemo-nos nesta santa tarefa de libertar nosso país pelo poder magnífico e transformador do evangelho de Cristo e pelo poder da graça do nosso Deus. É hora de ação, de oração, de evangelização. Todos com Cristo, por Cristo, para Cristo, levando o evangelho da paz, colhendo o fruto de almas que se rendam aos pés do Senhor não de corpos que caem aos pés de bandidos.
 
        Você aceita o desafio? Ele pode ser a única solução, mas é uma solução, e tudo que precisamos nestes dias é de solução. Sei que é "difícil limpar toda a rua, mas é fácil varrer a nossa calçada." Então, se não permitirmos que nós, ou nossos filhos, sejam usados como o combustível da violência e das drogas, e ainda retirar os que já estão sendo usados, este mal poderá diminuir ou vir a se apagar. A possibilidade de mudança agora está em suas mãos e depende de você. Experimente e colha os resultados.
 
*Autor do livro "4 Homens e Um Segredo" e auxiliar na PIB Balneário.
 
                             "Crê no Senhor Jesus e serás salvo"                                         
                                                    Jair Souza Leal

COMENTÁRIOS DIVERSOS .
Jair Souza Leal Para: Data: 07/02/2004 13:05 Assunto: ARTIGOS/COLUNA Arquivos Anexos: Enchendo as Vasilhas.doc (Série de 21a36) . . .Genesis.doc . . .Porçoes Evangelisticas.doc . . .Segue mais alguns arquivos contendo várias msgs. para serem utilizadas. Abraços.

 

Yrorrito : irmão Jair, muitos de seus textos são assuntos solicitados pelos contatos do uniaonet. . . tenho visto que eles não estão arquivados em nenhum lugar na internet para que sejam acessados. . . podemos criar o www.unianet.com/msgjairleal.htm para arquivá-los , se nos autorizar podemos fazer isso 30/01/2004

Jair Souza Leal _ January 30, 2004 Amado irmão, claro que autorizo. Aproveito para parabenizá-lo pela brilhante iniciativa. E para enriquecer o espaço a ser criado, envio-te um arquivo com 18 outros artigos. Abraços

Amado irmão, claro que autorizo. Aproveito para parabenizá-lo pela brilhante iniciativa. E para enriquecer o espaço a ser criado, envio-te um arquivo com 18 outros artigos. Abraços
 
A minha pequenina e infante congregação fica em Contagem-MG (é ainda um núcleo de estudos, trabalhamos com evangelismo pessoal pioneiro e discipulado, hoje agregamos cerca de 20 pessoas e 20 crianças) temos +- um ano e o nome já é uma projeção de como nossa congregação se chamará quando vir a ser tornar Igreja, e cremos que brevemente.
 
Aproveito para convidá-lo a conhecer nosso recente trabalho. Você poderia nos ajudar a divulgar???? É uma benção de Deus a nós e tem contribuido com o Reino, mas precisa de um pouco de divulgação e apoio para ir adiante. Leia e veja o que pode fazer para nos apoiar. Forte abraço.
 
Ajude o Ministério Compartilhando Fé a restaurar uma vida adiquirindo o livro 'Quatro Homens e Um Segredo'. Seja edificado sendo abençoador. Veja o resumo no www.uniaonet.com/msgjair4homens.pdf
A ciência, o cristianismo e o leite
        Quando observamos a ciência e os inventos humanos, percebemos que há uma tendência natural à evolução; destarte, quanto mais distante vai ficando da sua origem, mais aperfeicoado e eficiente se torna. 
        Em contrapartida, se observarmos o cristianismo, vamos perceber que ocorre exatamente o oposto. Podemos assemelhá-lo ao leite. E quanto mais próximo e fiel à sua origem, mais nutritivo, saudável, consistente; quanto mais distante, mais cheio de outros elementos introduzidos por mãos humanas, mais pré-fabricado, quase artificial e bastante comercial. 12/8/04

Amigo irmão... senti que sua participação no meu entendimento daquela questão a respeito do perdão (lembra-se?) foi tão singular que não me atrevi a divulgar a última parte da oração sem considerar a sua opinião a respeito das questões abaixo...  se você quiser e puder respondê-las estaria me ajudando a contrabalancear meus argumentos e ver se estou no bom caminho...
        "Não nos deixe cair em tentação mas livra nos do mal..."
Qual a diferença entre tentação e provação?
              Qual a diferença entre, Deus estar me provando, o diabo estar me tentando, e eu estar sendo seduzido por meus próprios desejos?      
        Qual a relação que há entre o mal causado por satanás, o mal causado pela maldade que há no mundo em geral, e o mal causado por aquilo que está em mim?
        De que mal Jesus nos ensina a pedir livramento nesta oração?
        Qual a diferença entre o mal e o pecado?        
        Por que pedir para livrar-nos do mal, e não para que Ele extermine o mal da face da terra?
 
        E se eu cair em tentação? Deus não me livrou, a oração não foi feita com fé, ou tem alguma outra razão??? Como sair da mesma?
                               "A alegria do Senhor é a nossa força."                                         
                                                    Jair Souza Leal 22/10/04


62. Deus está perdendo?
 
(Jair Souza Leal)
 
       
        Porque, meu Deus, sinto que tens se tornado cada vez menos atrativo para as pessoas do que as drogas, os vícios, as bebidas, as farras. Teus louvores tem atraído menos do que as músicas irracionais promotoras da incultura e dos desejos bestiais. O desejo por Ti tem sido menor do que o desejo por sexo, que está sendo exaltado, e hoje anda livre e descompromissado, alcançando mais e mais discípulos, cada vez mais jovens, e lançando-os na vida sem qualquer preparo.
 
        Estas coisas tem sido mais divulgadas, exploradas, procuradas e experimentadas do que Tu, oh Deus. Elas trazem algum prazer momentâneo e aparente, mas são destrutivas, físico e emocionalmente, enquanto Tu edificas, ofereces uma vida abundante, cheia de felicidade e amor verdadeiro, e trazes benefícios eternos para o corpo, alma e espírito. Porque então tens sido preterido a estas coisas? Tu estas perdendo?
 
        Porque, meu Deus, vejo mais pessoas servindo ao capitalismo, aos poderosos do mundo, aos traficantes, à corrupção, aos próprios interesses, aos prazeres insanos e pervertidos, do que a Tua nobre, santa, amorosa e exaltada pessoa. Tu estás perdendo?
 
        Porque, meu Deus, vejo mais pessoas buscando dinheiro, satisfazer a qualquer preço os seus insaciáveis desejos, a fama, a auto promoção, do que buscando conhecer-Te, saber a Tua vontade e em como poderão agradar-Te. Tu estás perdendo?
 
        Porque, meu Deus, vejo mais pessoas em boates, nas mesas de bar, em discotecas, nas festas. Mais pessoas em locais que desonram o Teu nome. Mais pessoas desafiando os Teus preceitos. Mais até do que nos locais de adoração, onde se presta culto a Ti. Mais até do que nos locais onde és honrado, ensinado e crido. Tu estás perdendo?
 
        Porque, meu Deus, ouço mais pessoas contando piadas imorais, falando de futebol, de mulher, de carro, de efemeridades, do que falando de Ti. Elas falam de tudo, com grande satisfação, até dos seus erros e pecados, mas não tem a mesma disposição e coragem para falar do Teu amor, do Teu nome, da Tua  pessoa, das Tuas obras. Tu estás perdendo?
 
        Porque, meu Deus, percebo que há mais ódio do que amor entre as pessoas; mais tristeza do que alegria; mais egoísmo do que altruísmo; mais infidelidade e traição do que sinceridade e fidelidade; mais incredulidade do que fé; mais orgulho do que humildade; mais individualismo do que solidariedade; mais destruição do que milagres; mais males do que bem; mais pecado do que piedade. Tu estás perdendo?       
 
        Se és a fonte de todo bem, de todo amor, da felicidade e da paz. Se és o único capaz de preencher o vazio que há em nós e os anseios do coração. Então, onde as pessoas têm buscado a paz? Onde têm buscado a felicidade? Que amor é este que dizem ter? Como tem preenchido as suas vidas? Quais são as suas motivações, esperança e futuro? O que esperam alcançar?
 
        Será isto a razão do aumento da violência? Da guerra iminente? Da fome e exploração de seres humanos? Da falta de amor que impera no mundo? Da corrupção cada vez maior? Do individualismo?
 
        Será isto a razão de pais que matam filhos e filhos que matam pais? De famílias desajustadas, desestruturadas e destruídas? Do aumento do divórcio, da solidão e de todos os males que assolam a humanidade?
 
        Mas, parte desta inversão, não seria culpa dos teus atalaias que se calaram, ou não falam o suficiente de Ti? Dos teus embaixadores que não demonstram que a pátria celeste é superior à terrestre? Dos teus representantes que não Te apresentam à altura? Dos responsáveis em mostrar Sua imagem entre os homens, mas, que, da forma como vivem, e pelos atos que praticam, tem trazido uma imagem distorcida da Tua pessoa? Dos teus servos, que não tem te servido como convém?
 
        Até quando isto permanecerá? Até quando os filhos comerão as bolotas que pertencem aos porcos sem se lembrar que na casa do Pai há abundância, e tudo é muito melhor? Quem está perdendo? Porventura és Tu oh Deus? Ou somos nós que estamos perdendo, e se perdendo, sem Ti? 
 

61.Importância da Visitação .
De volta ao Lar
 
(Jair Souza Leal)
 
        Tenho me convencido cada dia mais que a prática da visitação é para o cristão o que a prática da evangelização é para o não cristão. Como dizemos que missões nasceu e está no coração de Deus, igualmente devíamos dizer da visitação, que é criação e invenção dEle. Deus foi o primeiro a nos ensinar com o Seu exemplo e pela Sua palavra.
 
        Nosso Deus é visitador
        Deus, sentiu grande prazer ao criar o homem e queria estar diariamente em contato com ele, para isto, visitava-o em seu lar - o jardim do Éden (Gênesis 3:8), e tinha imenso prazer nesta visita. Ele chamava o homem, pelo nome, esperando encontrá-lo para estarem juntos. Foi o homem que, devido ao pecado, começou a se esconder de Deus, já não sentindo mais prazer pela Sua presença em seu lar. Passou assim, a rejeitar o hóspede ilustre.
 
        Por toda a Bíblia, aprendemos e descobrimos que, sempre foi Deus quem veio ao encontro do homem, sempre foi Deus quem o visitou. Ele veio a Caim, a Noé, a Abraão, a Isaque, a Jacó. Veio ao seu povo Israel. "Depois disse José a seus irmãos: Eu morro; mas Deus certamente vos visitará, e vos fará subir desta terra para a terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó. E José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará, e fareis transportar daqui os meus ossos" (Gênesis 50:24-25)
 
        "Vai, ajunta os anciãos de Israel e dize-lhes: O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, apareceu-me, dizendo: certamente vos tenho visitado e visto o que vos tem sido feito no Egito" (Êxodo 3:16); "E o povo creu; e quando ouviram que o Senhor havia visitado os filhos de Israel e que tinha visto a sua aflição, inclinaram-se, e adoraram" (Êxodo 4:31).
 
        "Então se levantou ela com as suas noras, para voltar do país de Moabe, porquanto nessa terra tinha ouvido que e Senhor havia visitado o seu povo, dando-lhe pão" (Rute 1:6); "Para Babilônia serão levados, e ali ficarão até o dia em que eu os visitar, diz o Senhor; então os farei subir, e os restituirei a este lugar" (Jeremias 27:22); "Porque assim diz o Senhor: Certamente que passados setenta anos em Babilônia, eu vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este lugar" (Jeremias 29:10)
 
        "Bendito, seja o Senhor Deus de Israel, porque visitou e remiu o seu povo" (Lucas 1:68); "O medo se apoderou de todos, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós; e: Deus visitou o seu povo" (Lucas 7:16).
 
        Veio aos gentios para tornar dentre eles um povo para o seu Nome. "Simão relatou como primeiramente Deus visitou os gentios para tomar dentre eles um povo para o seu Nome" (Atos 15:14). Deus nos visita particularmente. "Provas-me o coração, visitas-me de noite; examinas-me e não achas iniqüidade; a minha boca não transgride" (Salmo 17:3); "Tu, ó Senhor, me conheces; lembra-te de mim, visita-me, e vinga-me dos meus perseguidores; não me arrebates, por tua longanimidade. Sabe que por amor de ti tenho sofrido afronta" (Jeremias 15:15). Deus visita a terra. "Tu visitas a terra, e a regas; grandemente e enriqueces; o rio de Deus está cheio d'água; tu lhe dás o trigo quando assim a tens preparado" (Salmo 65:9).
 
        Os anjos visitam
        A oração do Pai nosso, ensinada por Jesus, diz: "seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu," mostrando que devemos fazer a vontade de Deus como fazem os anjos no céu. E uma das formas como os anjos de Deus faziam a Sua vontade, era visitando constantemente os Seus servos. "Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, sem o saberem, hospedaram anjos" (Hebreus13:2).
 
        Jesus e o Espírito Santo visitam
        Emanuel, é Deus conosco, Deus entre nós, Deus que visitou a nossa morada, que deixou o céu e veio ao mundo (Lucas 7:16; João 1:11). Grande parte do ministério de Jesus foi em visita ao lar das pessoas, Ele foi até acusado por isto. "Ao verem isso, todos murmuravam, dizendo: Entrou para ser hóspede de um homem pecador" (Lucas 19:7). O Espírito Santo, é o Deus que vive em nós (Efésios 3:17), que está sempre presente, que visita a Igreja do Senhor e as pessoas. 
 
        Visitar é parte da verdadeira Religião
        Se esta é uma prática divina, onde a Trindade e os anjos participam, não deveria ser também a nossa? Isto é tão importante para Deus que, Ele não somente praticou, como declarou que, a visitação, é a verdadeira e agradável religião. "A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo" (Tiago 1:27).
 
        Visitar é base para Recompensas ou Castigos
        É tanto que receberemos galardão ou castigo com base nesta prática. "Estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me. Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? Quando te vimos forasteiro, e te acolhemos? ou nu, e te vestimos? Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-te? E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes. Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos; porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; era forasteiro, e não me acolhestes; estava nu, e não me vestistes; enfermo, e na prisão, e não me visitastes. Então também estes perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou forasteiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Ao que lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixaste de fazer a um destes mais pequeninos, deixastes de o fazer a mim. E irão eles para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna" (Mateus 25.36-43).
 
        Pastores e líderes serão julgados por abandonar as suas ovelhas e não as visitarem. "Portanto assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes. Eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor" (Jeremias 23.2).
 
        Visitar era pratica comum para os crentes do Novo Testamento
        O Novo Testamento mostra que a visitação era uma prática comum na sua época. Os magos e os pastores visitam a Jesus; Maria visita Isabel; os apóstolos e cristãos visitavam constantemente (Atos 15:36; 28:30; Romanos 1:13; 15:23; 15:29; Gálatas 1:18; 2 João 1:12).
 
        Concomitantemente, a hospitalidade (que diz respeito ao que recebe visitas), também era uma prática comum (Atos 10:6; 21:16; 28:7; Romanos 16:23; 1 Timóteo 5:10). Foi dado ordenança a respeito da hospitalidade. "Exercei a hospitalidade" (Romanos 12:13); "Não vos esqueçais da hospitalidade" (Hebreus 13:2); "Sendo hospitaleiros uns para com os outros, sem murmuração" (1 Pedro 4:9). Sinal da importância da prática de se visitar e de se receber visitas. Aliás, como a maioria das igrejas existiam no lar, visitar uma igreja, era visitar um lar.
 
        Quem deve fazer visitas?
        Visitação, é ministério que deve ser praticado por todos os cristãos, e dos pastores, exige-se que este ministério seja praticado de modo ainda mais intenso e regular. É uma das obrigações de um ministro. A hospitalidade figura na lista de recomendações ao que quer ser pastor (1 Timóteo 3:2; Tito 1:8). O pastor deve ser então um visitador e alguém apto para receber visitas em sua casa.
 
        Porque visitar é tão importante?
        Família significa isto - relacionamento. Deus nos chamou para sermos seus filhos, e como pai, Ele nos visita, deixando o exemplo a ser seguido. Ele sempre visitou seu povo. Jesus, que criou a Igreja, fazendo dela uma família, quer que tenhamos relacionamentos maduros e profundos consigo e uns com os outros, e os relacionamentos entre irmãos acontecem no lar.
 
       
        Portanto, visitar é bíblico, necessário e urgente. Queira Deus, seja esta uma prática restaurada no seio da igreja que professa o seu nome. E o que a Reforma protestante foi para a Idade Média, o pentecostalismo para o século passado, seja a visitação para o século da mídia, das telecomunicações e da informática, que tem diminuído as distâncias geográficas e criado outras distâncias, como as do relacionamento interpessoal, onde posso, por exemplo, me comunicar com pessoas do mundo inteiro, e não conhecer pessoalmente nenhuma.
 
        Que não sejamos uma comunidade de espectadores desconhecidos, mas uma família onde os irmãos se conhecem. Que nossos lares sejam a base de sustentação da igreja de Cristo. Todo avivamento é uma volta às origens, e voltar às origens, é voltar ao lar.

60.As Petições => "Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como..."
 
(Jair Souza Leal)
 
        Há outra questão intrigante e por vezes complexa, em relação ao perdão, que precisa ser tratada, pois gera algum mal entendido em muitos de nós, que é: O perdão é incoerente com a lei e a justiça? Não seria exatamente o oposto da justiça que pede a condenação do ofensor? O perdão não é um incentivo para que o outro permaneça no erro sem correção? O transgressor não precisa responder por seus atos a lei e a justiça? Mas, como denunciar um criminoso se somos ensinados a perdoar? Não deveríamos também perdoar os nossos filhos quando errassem ao invés de puni-los?
 
        Há momentos em que nos faltam algumas respostas. Afinal, somos finitos, e não temos todo o conhecimento. Por isso Deus estabeleceu mestres e doutores na Igreja, para nos capacitar, e num processo progressivo, eliminarmos dúvidas e crescermos. Daí a importância de estarmos sempre sendo ensinados, para sabermos enfrentar de modo agradável a Deus os problemas que nos sobrevêm, e para que saibamos ajudar outros.
 
        Primeiramente, devemos saber que incorremos em erro se pensarmos na justiça como algo ruim e mal, este conceito está equivocado. "Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer as autoridades? Faze o bem, e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal" (Romanos 13:3-4). Também não devemos pensar que amor e justiça sejam opostos. O amor na Bíblia, é visto não como um fechar de olhos para o erro, mas como a ansiosa busca pela recuperação do faltoso por meio da justiça.
 
        O Aurélio define justiça como sendo a "virtude de dar a cada um o que é seu". A lei existe para impor limites aos seres humanos, para ordenar o relacionamento da sociedade e nortear o convívio social. Num mundo de amor e paz, não haveria necessidade de leis e, naturalmente, ele seria um mundo plenamente justo.
 
        Então, com a Queda, foi preciso imputar à humanidade alguns limites de convivência, e estes são demarcados pela lei. Deus mesmo as ordenou, para manter o pecado dentro de certos limites. Ela defende o bem. Os magistrados e autoridades humanas, devidamente constituídas, são ministros que Deus usa para aplicar a lei. Ao homem cabe o julgamento como medida disciplinar. "Se houver contenda entre alguns, e vierem a juízo para serem julgados, justificar-se-á ao inocente, e ao culpado condenar-se-á" (Deuteronômio 25:1); "Não farás injustiça no juízo; não farás acepção da pessoa do pobre, nem honrarás o poderoso; mas com justiça julgarás o teu próximo" (Levítico 19:15).
 
        O mesmo Deus que ordena o perdão, ordena também a lei e a justiça, e não há incoerência da Sua parte. Eis uma célebre frase que diz: "Nunca a alma humana surge tão forte e nobre como quando renuncia a vingança e ousa perdoar uma ofensa." Este é o cerne da questão, na verdade, toda a aparente complexidade das asserções acima se dissipam neste simples princípio: o perdão é contra a vingança, não contra a lei e a justiça.
 
        Portanto, perdoar não significa aprovar o que é errado, não significa isentar o criminoso das conseqüências do seu ato; significa, sim, não pagar com a mesma moeda, não acolher o ódio no coração, não fazer justiça com as próprias mãos. Sendo assim, a justiça não se confunde com a vingança.
 
        O transgressor tem que responder por seu ato à justiça, ainda que a pessoa lesada o tenha perdoado. Ao cometer uma transgressão, ele se torna devedor a lei e a justiça, tanto quanto ao ofendido. Mesmo arrependido, para que seu caráter seja trabalhado, para que seja tirado dele o prazer pelo pecado, deve colher os frutos amargos do erro praticado
 
        Destarte, se uma ofensa é ao mesmo tempo transgressão da lei, perdoamos a ofensa e denunciamos a transgressão; perdoamos o criminoso e denunciamos o crime. O transgressor tem que ser corrigido para que outros não venham a sofrer. Somos proibidos de compactuar com o erro, de ser complacentes com o pecado, e impelidos a zelar pela justiça.
 
        Deus é o nosso padrão em todas as questões morais, inclusive na do perdão. Seu perdão a nós, embora imerecido, não é incondicional. Ele perdoa mediante a condição de arrependimento sincero. O perdão, ainda que livre o pecador da condenação, não o isenta das conseqüências do seu pecado. A concessão de perdão só se tornou possível porque Jesus cumpriu a pena no lugar dos pecadores. Jesus nos substituiu. Nossos pecados foram nEle castigados.
 
        Deus perdoa o pecador, porque imputa a ele a justiça que Cristo conquistou. Jesus tomou sobre si os nossos pecados, e em seu corpo recebeu o castigo que nos era devido, pagando o preço por nós. Ele conquistou e tornou possível a nós o perdão e a reconciliação. Esta entrega voluntária de Cristo pelos pecadores destacou Seu grande amor e a seriedade da justiça.
 
        Então, quando recebemos o perdão de Deus, não devemos entender que Ele esteja simplesmente dizendo: "Tudo bem, vamos fingir que nada aconteceu..." Não é assim que Ele faz; se nos perdoa, é porque Jesus foi punido em nosso lugar. Como pecadores, somos perdoados, mas nosso pecado teve que ser punido.
 
        Isto posto, podemos concluir que, não deve haver oferta de perdão sem que haja arrependimento sincero. Não precisamos perdoar o criminoso que não se arrependeu, se o fizermos, estaremos indo além do próprio Deus. Podemos e devemos sim, ao invés de dar lugar a mágoa, ser movidos de compaixão; ao invés de dar lugar ao ódio, orar pelo nosso inimigo, para que haja lugar de arrependimento em seu coração. Lembrando que nada isenta das conseqüências cíveis um ato criminoso.
 
        Bem diferente da justiça aplicada a um ato criminoso, está  o dever de disciplinar aqueles por quem  somos responsáveis. "E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor" (Efésios 6:4). Cabe então separar a justiça (aplicada para corrigir o transgressor), da disciplina (aplicada para ensinar nossos filhos). O castigo dos filhos é algo didático, não deveríamos chamar de castigo, e, sim, de correção.
 
        Esta correção deve ser vista como treinamento. Deve ser efetuada com amor. Jamais devemos livrar nossos filhos da disciplina: "Livrá-los da disciplina é matá-los!" Disciplina, segundo Hebreus, serve para que se produza neles o "fruto da justiça". Esta disciplina nunca deve ser levada a efeito tendo por base o estresse ou a raiva.
 
Continua...
Faça seu comentário... há nesta meditação a sua participação

59.Independência ou morte

(Jair Souza Leal)

        A cento e oitenta e dois anos atrás, ouviram, às margens plácidas do rio Ipiranga, o brado retumbante de um povo heróico. Eram aqueles que acompanhavam D. Pedro I no grito nacional:  "Independência ou morte".

        Poeticamente até se declarou que, em raios fulgidos, o sol da liberdade brilhou no céu da pátria nesse instante.

        A história nos relata que foram muitas as lutas pela libertação do Brasil. Inúmeros brasileiros deram a sua vida nestas lutas. Os que morreram, fizeram por achar que valia a pena sacrificar-se para que nós, hoje, pudéssemos ter uma pátria livre para viver.

        Era forte o controle que Portugal exercia sobre o Brasil. O Brasil era explorado ao máximo e Portugal não se importava com a situação dos brasileiros.

        Por isso, houve muitas revoltas neste período. Índios e negros se revoltaram contra o governo, igualmente os colonos, mineiros, padres, poetas, militares e até os senhores de engenho.

        Os brasileiros clamavam por liberdade e independência. Lutavam contra o domínio português e contra os governantes que o rei de Portugal nomeava para controlar o Brasil.

        Em todas as principais colônias e províncias brasileiras houve guerras e revoltas. Muitos mártires despontaram. Um deles, e talvez o mais conhecido (Joaquim José da Silva Xavier - o Tiradentes), declarou: "Se dez vidas eu tivesse, dez vidas eu daria".

        Este ideal de liberdade era tão forte que, hoje, podemos vê-lo estampado na bandeira de Minas Gerais: "Liberdade ainda que tarde".

        O penhor dessa igualdade, conseguimos conquistar com braço forte. Para que vivêssemos no seio da liberdade, nossos antepassados entregaram o peito a própria morte. Derramando o seu sangue para que você e eu pudéssemos declarar a flâmula: "Paz no futuro e glória no passado".

        Esta é a pátria amada. O gigante pela própria natureza. O florão da América, de sonho intenso e raio vívido. Com céu formoso, risonho e límpido, onde resplandece a imagem do Cruzeiro. Forte impávido colosso, cujo futuro espelha grandeza. 

        Mas não foi sem muita luta e sangue derramado, ó pátria amada, que esta brava gente brasileira conquistou a liberdade e independência para podermos hoje declarar:

 

"Já podeis, da Pátria filhos, ver contente a mãe gentil; Já raiou a Liberdade   no horizonte do Brasil. Brava gente brasileira! Longe vá temor servil! Ou ficar a Pátria livre, Ou morrer pelo Brasil. Os grilhões que nos forjava, da perfídia astuto ardil...  Houve mão mais poderosa: zombou deles o Brasil. Revoavam tristes sombras, da cruel guerra civil, mas fugiam apressadas, vendo o anjo do Brasil. Mal soou na serra ao longe, nosso grito varonil, nos imensos ombros logo, a cabeça ergue o Brasil."

          Nunca houve, jamais, em toda a história da humanidade, liberdade e independência sem que sangue fosse derramado, sem que muita luta a precedesse, sem que pessoas dessem a sua vida.

          O impressionante desta afirmação é que ela também é verdadeira em relação a liberdade e independência espiritual. É gratificante relacionar a luta pela liberdade e independência do Brasil com a luta que ocorreu pela liberdade e independência espiritual da humanidade.

          A Bíblia afirma que todos os homens são pecadores (Romanos 3:23), e que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado (João 8:34). Logo, se todos somos pecadores, todos somos também escravos do pecado. Mas Jesus afirmou: "Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (João 8:36).

          Como ele pode nos oferecer esta liberdade? A dois mil anos atrás, ouviu-se o maior brado retumbante, às margens do monte Calvário. Era o grito de Jesus: "está consumado". Esta era a declaração de que, pela sua morte e sangue derramado, a independência e liberdade da humanidade havia sido conquistada.

          Ali estava Jesus, nosso rei e salvador, derramando o seu sangue, entregando a sua vida, lutando por nós, para que pudéssemos receber a liberdade da escravidão do pecado em que nos encontrávamos, e poder declarar independência de Satanás.

          E hoje Ele oferece, a todos, e de graça, a libertação do engano, da mentira, do pecado, do mundo, da condenação eterna, de Satanás e de você mesmo. Bastando para isto que você creia nEle, recebendo-o como seu único salvador e senhor.

          É independência ou morte. Ou você é libertado de todas estas coisas, ou morrerá em seus delitos e pecados. Sendo assim, sua sentença será a eterna separação de Deus.  

          Então, não espere mais tempo. Declare hoje mesmo, em Jesus Cristo, a sua independência espiritual, e viva a liberdade que só um filho de Deus pode experimentar. Torne-se um cidadão do reino de Deus, onde prevalece a justiça, a paz, o amor e a felicidade suprema.

          Que cada um de nós possamos comemorar o nosso setembro espiritual, a cada ano, por toda a eternidade. A vitória já foi conquistada na cruz, basta apropriar-se dela.

          Deus te abençoe...



                               "A alegria do Senhor é a nossa força."                                         
                                                    Jair Souza Leal

58 .As Petições => "Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como..."
Continuação do Capítulo 10
 
(Jair Souza Leal)
 
        ...
        Cabe-nos agora elucidar algumas questões que surgem quando tratamos desta sentença. Se Jesus já morreu em nosso lugar, e levou sobre si todas as nossas transgressões, e pela fé, nós já fomos perdoados e justificados por Deus, porque ainda precisamos arrepender e confessar a Ele diariamente os nossos pecados buscando perdão? E mais, o fato de Jesus dizer que só sou perdoado se perdoar, não anula a graça? Se o perdão de Deus é inteiramente pela graça como Ele pode impor condições?
 
        Deixe-me apresentar uma ilustração que acredito ser perfeita para nos capacitar a responder esta questão, nos fazendo perceber a diferença que há entre a remissão dos pecados (uma vez por todas), e o perdão diário.
 
        Imagine um dente estragado, cheio de cárie, furado, empretecido e cheirando mal; sendo restaurado, limpo, tratado e reconstruído pelo dentista. Este dente estragado, representa a nossa vida; como pecadores que somos, esta é a nossa situação diante de Deus. Entretanto, como o dentista, Ele restaura, limpa e faz de nós novas criaturas; justificando e remindo de todos os pecados, isto é inteiramente pela graça, independente de quaisquer méritos ou condições, com base exclusivamente no sacrifício vicário de Jesus Cristo.
 
        Este mesmo dente, mesmo após ser restaurado, vai precisar de escovações diárias, para mantê-lo saudável e higienicamente limpo, pois ainda que a sua estrutura esteja perfeita, externamente vai se sujar. Conquanto a restauração só possa ser efetivada pelo dentista, manter o dente limpo compete ao dono do dente. Obviamente ele não precisará de nova cirurgia cada vez que se sujar, apenas de uma boa limpeza.
 
        Assim acontece com aqueles que foram regenerados, e tiveram todos os seus pecados tratados quando da justificação. Agora o que precisa é manter a saúde e higiene espiritual, tratar das sujeiras que se apegam enquanto caminha neste mundo.
 
        O texto de João 13:5-10 nos orienta a este respeito. "Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim? Respondeu Jesus, e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois.
 
        Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo. Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça. Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos."
 
        Jesus fala aqui de uma lavagem do corpo inteiro - a justificação. Justificação, é uma declaração de Deus de que Ele cuidou plenamente de nossos pecados, na pessoa do Senhor Jesus Cristo, incluindo os pecados que já cometemos e aqueles que ainda iremos cometer, tendo-nos imputado a retidão do Senhor Jesus Cristo, considerando-nos e declarando-nos justos, porque estamos em Cristo.
 
        Porém, Ele diz, que, uma vez justificados, enquanto caminhamos por este mundo, ficamos com os pés sujos e maculados pelo pecado. Sabemos que fomos perdoados e justificados, mas, precisamos de perdão, por nossas falhas e fracassos diários, e para manter um relacionamento de comunhão com Deus.
 
        Então, Jesus não está aqui nesta oração falando da justificação. Ele não está falando àqueles que precisam receber a salvação, até porque esta é uma oração diária, e não poderíamos ir todos os dias a Deus pedir perdão para a salvação. Jesus fala àqueles que já foram justificados, que se tornaram filhos, que são discípulos; para que mantenham a comunhão, para que permaneçam limpos, e neste caso, há uma condição. Afinal, uma vez que já experimentaram o perdão em sua essência, não podem negar perdão. Ele não diz aqui: "perdoa-nos porque perdoamos", nem, "perdoa-nos com base no fato de que perdoamos". Ele diz; "assim como".
 
        Como eu não guardo amargura, não guardo rancor, não deixo de reatar as boas relações rompidas pela ofensa de alguém, não quero que Deus deixe de ratar comigo as boas relações rompidas depois que Lhe desagradei. Não quero que a nossa comunhão fique interrompida, obstruída.
 
        Isto é algo que só pode acontecer entre pai e filho. Eu, depois de lhe desagradar, me arrependo e peço para que nossa ralação diária seja restaurada. Este perdão de pecados tem a ver com a comunhão, com a restauração das relações. Nós já fomos declarados justos, agora, nossos atos precisam ser perdoados. O perdão estendido a outros é um resultado, e não uma causa do perdão que recebemos da parte de Deus.
 
        Ademais, uma das coisas que Deus faz conosco é libertar da escravidão do pecado, e o ressentimento produz escravidão. A falta de perdão nos mantém escravo do que nos ofendeu. Nossa mente e ações estão sempre em função do ofensor. Ficamos amargurados, ressentidos, cheios de ódio, ira e desejo de vingança, e isto não condiz com um filho de Deus, além de que, produz enfermidades físicas.
 
        Portanto, o perdão nos torna livres, corta a corda que nos prendia ao outro, e também nos dá liberdade para com Deus, além é claro de dar confiança no poder da oração, certeza da salvação e de livrar de enfermidades físicas e emocionais. Enfim, o prejuízo é muito maior quando retemos o perdão.
 
        "Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas" (Mateus 7:12).
 
        Só os pecadores perdoados aprendem a perdoar. Só os que foram perdoados sabem o valor que tem o perdão. A capacidade de perdoar é o que diferencia os filhos de Deus dos que não são. Foram os nossos pecados que levaram Jesus à cruz, e Ele nos perdoou. Como filhos que somos, devemos seguir o seu exemplo. O verdadeiro filho não terá dificuldade em imitar seu pai. Ele sabe que perdoar não é uma opção, é um mandamento!
 
        Continua...
 
                               "A alegria do Senhor é a nossa força."                                         
                                                    Jair Souza Leal



        Nas petições desta oração, somos ensinados a ter uma total
dependência de Deus. Para manter a vida, precisamos do alimento, mas a vida
não é somente alimento, é também comunhão com Deus. Para ter comunhão com
Deus, precisamos ser perdoados, e para que esta comunhão seja mantida,
precisamos ser resguardados do pecado.

        De forma lógica, abrangente e progressiva, Jesus ensina seus
discípulos a pedirem a Deus: em benefício do corpo (pão); em benefício da
alma (perdão); em benefício do espírito (ser resguardado da tentação).
Portanto, logo após a petição material que engloba as necessidades do corpo,
o Senhor ensina a pedir em benefício da alma. Chegou a hora de confessar os
pecados e de buscar perdão. Confissão é um importante elemento da oração.

        A quem devemos confessar os nossos pecados? Se estamos falando com o
nosso Pai, é a Ele que devemos confessar os nossos pecados e solicitar
perdão. Com qual freqüência devemos assim proceder? Com a mesma freqüência
com que buscamos de Deus o sustento, isto é, todos os dias. Precisamos
confessar diariamente a Deus os nossos pecados e buscar dEle o perdão, do
mesmo modo com que diariamente precisamos adorá-lo, diariamente precisamos
viver de modo tal que o Seu nome seja honrado e diariamente precisamos lutar
para que o Seu reino se expanda.

        Algumas versões usam nesta oração a palavra "dívida", só que a mesma
refere-se a pecados, ou ofensas, e não a dinheiro. Não temos ficar devendo
dinheiro a Deus. Devemos a Ele satisfação pelos nossos atos, pela maneira
como administramos a nossa vida. Sendo nosso criador e Pai, Ele tem total
autoridade sobre as nossas vidas e, consequentemente, direito de exigir de
nós obediência. Ao infringirmos as Suas leis, Lhe ofendemos e nos tornamos
culpados, devedores, passíveis de castigo e de punição. O reconhecimento,
arrependimento, confissão e abandono do erro, nos dá o direito de acertar as
contas, por meio da solicitação de perdão.

        Quem sente necessidade de buscar perdão a não ser aquele que está
arrependido? Aquele em quem há verdadeiro arrependimento e desejo de
mudança? Que tem sensibilidade espiritual para perceber que aborreceu ao seu
Pai, e por isto mesmo quer restabelecer com Ele a comunhão perdida?

        Como dissemos, oração é comunhão com Deus. Não precisaríamos ir a
Ele em busca de perdão, se não tivéssemos certeza de que o pecado interrompe
esta comunhão. "Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o
vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não
vos ouça" (Isaías 59:2).

        É a compreensão da santidade de Deus que nos leva a buscar perdão.
Quanto maior for a compreensão da santidade de Deus, maior será o anseio por
perdão. Se nos compararmos a outras pessoas, poderemos nos orgulhar de
sermos melhores, mas se fixarmos os olhos no Deus santo, só poderemos
exclamar como Isaías: "Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de
lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos
viram o Rei, o Senhor dos Exércitos" (Isaías 6:5). Nós não precisamos tentar
impressionar Deus com a nossa "piedade", pois Ele nos conhece no íntimo.
Precisamos ser humildes para reconhecer a necessidade de confessar os
pecados e buscar perdão. Se cremos na santidade de Deus não podemos
continuar a viver em nossos pecados.

        A busca de perdão fala de confissão. Como Jesus estava aqui dando um
modelo de oração no coletivo, precisamos entender que ao confessarmos
individualmente os nossos pecados, não podemos fazer de forma generalizada.
É necessário especificar cada pecado cometido, dar nome a eles. Se
diariamente "entramos no quarto", fechamos a porta e falamos com o nosso Pai
que vê em secreto, não há porque dizer: "perdoa as minhas ofensas".
Precisamos dizer quais ofensas.

        É preciso entender que ao aplicar esta oração à nossa
individualidade, devemos transformar tudo o que está no plural e coletivo
para o individual e particular. Ou seja, cada pecado cometido deve ser
especificamente confessado diante de Deus para que seja perdoado. Se
diariamente confesso e sei que Deus perdoa, cada novo dia de confissão,
levará consigo as cargas de apenas um dia ainda não confessado. Se não
entendermos assim, estaremos usando de vãs repetições, demonstrando com isto
que Deus não está nos perdoando, pois sempre vamos repetir o pedido de
perdão de todos os pecados.

        Alguns perguntam: Jesus já morreu em nosso lugar e levou sobre si
todas as nossas transgressões, e pela fé, nós já fomos perdoados e
justificados por Deus, porque ainda precisamos confessar a Deus diariamente
os nossos pecados buscando o perdão? João 13:5-10 nos orienta a este
respeito.

        "Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos
discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.
Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os
pés a mim? Respondeu Jesus, e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora,
mas tu o saberás depois. Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés.
Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo. Disse-lhe
Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça.
Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés,
pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos."

        Aqui Jesus fala de uma lavagem do corpo inteiro - a justificação,
mas diz que, uma vez justificados, enquanto caminhamos por este mundo,
ficamos com os pés sujos e maculados pelo pecado. Sabemos que fomos
perdoados e justificados mas, precisamos de perdão, por nossas falhas e
fracassos diários, e para manter a comunhão com Deus.

        Como no pedido anterior, embora Deus saiba tudo o que precisamos,
Ele quer que peçamos. O apóstolo João, falando a cristãos, também deixa
claro que os filhos de Deus devem confessar seus pecados, buscando perdão e
purificação. "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos
perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça" (1João 1:9).

        Mas nesta sentença o Senhor deixa claro não somente a necessidade
que temos de perdão, como condiciona o perdão ao perdoar. Podemos inferir
que a prova que temos de que fomos perdoados por Deus, é o fato de que
perdoamos aos que nos ofendem. Esta idéia está contida na parábola de
(Mateus 18:23-35).

        "Por isso o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis
fazer contas com os seus servos; e, começando a fazer contas, foi-lhe
apresentado um que lhe devia dez mil talentos; e, não tendo ele com que
pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher e seus filhos fossem
vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse.

        Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor,
sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Então o senhor daquele servo,
movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém,
aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem dinheiros,
e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves.

        Então o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe,
dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Ele, porém, não quis,
antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Vendo, pois, os
seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito, e foram declarar ao
seu senhor tudo o que se passara.

        Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo
malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu,
igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive
misericórdia de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos
atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim vos fará, também,
meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as
suas ofensas."

        O não querer perdoar, é prova muito forte do não ter sido perdoado,
pois aquele que foi perdoado por Deus jamais negará perdão. O perdão, é um
dos principais ensinos cristãos, e mesmo nesta oração, é tão essencial, que
o Senhor o repete logo adiante. "Porque, se perdoardes aos homens as suas
ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não
perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as
vossas ofensas" (Mateus 6:14-15).

        Aqui está um dos maiores testes da genuinidade e sinceridade da
nossa oração, consequentemente, a maior certeza e confiança de que a mesma
será atendida. Peço para ser perdoado do mesmo modo como tenho perdoado, se
há verdade no pedido, sei que serei atendido.

        A capacidade de perdoar é o que diferencia os filhos de Deus dos que
não são. Foram os nossos pecados que levaram Jesus à cruz, e Ele nos
perdoou. Como filhos que somos, devemos seguir o seu exemplo. Perdoar não é
uma opção, é um mandamento.

        Saiba filho de Deus: Se você ofendeu alguém, deve buscar deste
alguém o perdão; se foi ofendido, deve oferecer ao ofensor o perdão; se
pecar contra Deus, deve buscar dEle o perdão, mas não vá a Ele buscar perdão
se ainda não foi capaz de oferecer perdão ao seu ofensor.

        Se você tinha ainda alguma dúvida de que esta não é uma oração para
todas as pessoas, antes, é uma oração exclusiva dos verdadeiros filhos de
Deus, aqui se dissipou toda a dúvida. Basta responder à pergunta: Qualquer
pessoa pode fazer esta oração com sinceridade, clamando, me perdoa Senhor,
do mesmo jeito que eu tenho perdoado ao meu ofensor?

        "Você quer ser feliz por um instante? Vingue-se! Você quer ser feliz
para sempre? Perdoe!" (Maria Trommershausen).

        Continua...
 

57_ As Petições =>  "O Pão nosso de cada dia nos dá hoje..."
 
(Jair Souza Leal)
 
        Chegamos agora à terceira divisão da oração ensinada por Jesus, e que nos ensina a pedir aquilo que nos diz respeito. Há nela uma síntese de todas as nossas necessidades: físicas, mentais e espirituais. Nada foi esquecido por Jesus, que numa pequena sentença, sumariou toda a vida humana sendo colocada diante de Deus.
 
        É bom começar refletindo sobre a sentença acima, a partir de algumas questões que lhe são pertinentes, como: O que pensar a respeito das dívidas face a esta súplica que ensina sobre dependência de Deus (onde peço e confio que vou receber)? Seria dogmático e insensato afirmar com base nela, que uma pessoa que confia em Deus e vive na dependência dEle, a cada dia, quanto ao suprimento das necessidades, não pode ser uma pessoa endividada? Seria provável alguém se endividar adquirindo as coisas que lhe são estritamente necessárias?
 
        Há diferença entre necessidades e desejos. Deus prometeu que todas as nossas necessidades serão supridas, e esta oração é a prova cabal da mesma. É improvável alguém que está sendo suprido por Deus ficar endividado, não é mesmo?
 
        Há uma relação muito íntima entre esta petição e o maná diário recebido pelo povo de Israel durante quarenta anos, enquanto eram guiados por Deus no deserto, rumo à Terra Prometida. Neste tempo eles foram alimentados, seus calçados e roupas não se envelheceram nem se desgastaram, e no caso das crianças, os mesmos até acompanharam seu crescimento. Eles habitaram em tendas, tendo a proteção do Senhor contra os inimigos, doenças e animais selvagens. O Deus da provisão e da cura era por eles.
 
        Mas eles não tomavam as próprias decisões, dependiam diariamente e exclusivamente de Deus. Jamais foram desamparados, e nunca tiveram falta. Todas as suas necessidades eram supridas. Não dependiam dos próprios recursos, não viviam regalados em luxo, também não sabiam o que era dívidas nem escassez. Aliás, dinheiro, na situação em que se encontravam, caminhando num deserto, era o que menos importava. Não tinham no que nem onde utilizá-lo. A dependência diária no cuidado e provisão divina era a moeda que falava alto. Sozinhos não sobreviveriam!
 
        Porventura esta oração não nos leva a pensar que o mesmo Deus que cuidou no passado do seu povo, é o que está sendo invocado, e que está recebendo a nossa súplica em favor do Seu cuidado e provisão diária para conosco? Como é possível confiar e depender de Deus e viver escravizado pelas dívidas e problemas financeiros?
 
        Uma vez que confiamos em Deus, e sabemos ser Ele fiel no cumprimento da Sua palavra, solícito em atender a nossa súplica. Uma vez crendo e confiando nEle, ainda precisaremos fazer alguma coisa ou tudo que temos a fazer é pedir e esperar?
 
        Aqui nos deparamos com outro erro, muitos pensam que dependência significa ociosidade. Mas Jesus ensina: "Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?" (Mateus 6:25-26).
 
        Obviamente não deve haver guarida em nossos corações para a ansiedade ou incredulidade. Quando Jesus disse que Deus cuida e alimenta os pássaros, não foi para concluirmos que eles ficam parados nas árvores esperando comida no bico. Eles fazem a sua parte no processo, e este esforço e labor é possível pela benção divina. Jesus não está nos incitando a sermos relapsos para com o trabalho. O que ele ensina é que não há nos pássaros ansiedade para com o amanhã. Eles não estocam, não têm seguro de acidentes, seguro saúde, aposentadoria, e nem por isso vivem apreensivos quanto ao amanhã.
 
        Um dos maiores desafios para nós homens modernos chama-se dependência. Gostamos de tomar as próprias decisões, de contar com aquilo que temos em mãos, aquilo que podemos tocar, ver, controlar. Depender e contar com o invisível, o subjetivo, o incerto, desafia e prova mais do que qualquer outra coisa, a nossa fé.
 
        Aqui mais uma vez podemos reafirmar que não é qualquer pessoa que pode fazer esta oração. Somente um filho de Deus está mesmo disposto a depender dEle a cada dia. Labuta arduamente sem deixar a ansiedade dominar, sem deixar que seus desejos o levem a querer além do que convém. Desta forma, não sabe o que é divida ou padecimento. E sua fé e labor incessante, é agraciado com a bênção de Deus.
 
        Há um grande perigo de confundirmos os nossos desejos consumistas com aquilo que são verdadeiras necessidades. Portanto, avalie o que você possui: diria que são coisas absolutamente essenciais e necessárias? Como pode clamar pelo cuidado divino e viver ansioso quanto ao amanhã? Não permitindo que Ele dirija sua vida? Sendo controlado por seus desejos consumistas? Ou vivendo ocioso, e com isto levando as pessoas a blasfemarem o bom nome de Deus?
 
        Observe como após a adoração espiritual nos voltamos para as petições materiais. Isto é significativo, pois na perspectiva divina, corpo, alma e espírito não são esquecidos. O homem é um ser integral, por isto o seu relacionamento consigo, com seus semelhantes e com Deus são muito relevantes. Mesmo a ordem é interessante. Primeiro vem o espiritual, depois o físico, sempre nesta ordem, mas nunca um sem o outro.
 
        "Dá-nos neste dia aquilo que nos é necessário", aqui nos é dado a idéia de alguém que está buscando de Deus, pela manhã, o suprimento necessário e suficiente para aquele dia. O pão, é símbolo de "todas as coisas necessárias para a preservação desta vida, como o alimento, a saúde do corpo, o bom tempo, a casa, o lar, a esposa, os filhos, um bom governo e a paz" (Lutero). Simboliza, portanto, todas as nossas necessidades materiais. Sendo assim, nesta sentença, podemos aprender que:
 
        a) O extraordinário Deus, Criador e Sustentador do universo, leva em conta até as nossas mais íntimas necessidades, como o sustento diário, e cada detalhe das nossas vidas são conhecidas por Ele e lhe são importantes. "E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados" (Mateus 10:30); "Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos" (Isaías 57:15).
 
        b) Devemos orar pelas necessidades, não pelo luxo, pois isso não está aqui prometido. O suficiente nos foi prometido, e as promessas de Deus não falham, mas, elas referem-se a necessidades verdadeiras. Será que a nossa idéia de necessidade tem correspondido à de Deus? "Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua semente a mendigar o pão" (Salmo 37:25)
 
        c) Se Deus já sabe o que necessito ("...porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes - Mateus 6:8), porque precisamos pedir? Certamente não é porque Ele não conheça, mas, porque quer ter comunhão conosco, e quer nos manter em constante contato consigo, esta é a razão, a essência da oração. Por isso Jesus condenou a oração mecânica. Vamos imaginar que Ele nos deu tudo o que precisamos para a vida inteira, mas, cada vez que precisar, tenho de preencher um cheque e ir até Ele para que possa assinar. Não é admirável que o Deus auto-existente, que de nada depende, gosta da nossa companhia, e tem grande prazer quando nos vê se aproximando dEle com fé e confiança para buscar o sustento diário?
 
        d) Todos dependemos inteiramente de Deus até para o nosso sustento diário. Se Ele não desse mais a chuva, o sol, a fertilidade, a saúde, estaríamos perdidos. Portanto, todos estamos à Sua mercê. Tudo está nas mãos de Deus.
 
        Pedir a Deus, é claro, não impede que ganhemos a nossa própria vida, ou que trabalhemos; nem mesmo impede a ação social. Deus usa os meios humanos para realizar seus propósitos. "Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me" (Mateus 25:35). Pedir a Deus, indica dependência.
 
        Somos aqui ensinados a viver o presente, um dia de cada vez. Ensinados também que Deus não financia o que não é da Sua vontade. Se vamos viver pela provisão de Deus, precisamos viver segundo a Sua vontade. Se a provisão não chega quando dela precisamos, a falta não está em Deus.
 
        Lembre-se: Deus é fiel, Ele nunca falha, e sempre supre as nossas necessidades. Ele é Jheova-Jireh - o Deus que provê. Precisamos aprender a reconhecer a diferença entre necessidades e desejos, pois Deus prometeu suprir as necessidades de seus filhos. "Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade" (Filipenses 4:11-12).
 
        Portanto, não somente peça, ajunte a isto a fé de que Ele atenderá ao seu clamor. Aleluia, pois Ele é também o pão da vida que sacia diariamente as nossas almas.
 
        Continua...

56 _ A Adoração  => "Seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus..."
 
(Jair Souza Leal)
 
        Esta terceira petição é uma conseqüência lógica da segunda, a qual, por sua vez, é uma conseqüência lógica da primeira. O resultado da vinda do reino de Deus entre os homens será o perfeito cumprimento da vontade do Senhor entre eles.
 
        Mas quem faz a vontade de Deus no céu? Devemos saber, afinal, nesta sentença estamos pedindo que, entre nós, a vontade de Deus seja cumprida, ao mesmo tempo, e de modo semelhante ao que ocorre no céu.
 
        A conclusão é que são os seres celestiais, os anjos do Senhor, e também os santos que já estão com o Senhor Jesus na glória. Lá sempre se cumpre de modo perfeito e pleno a vontade de Deus. Certamente que o supremo desejo de todos no céu é fazer a vontade de Deus, e assim, honrá-lo e adorá-lo. Este também deveria ser o supremo desejo de todo cristão autêntico enquanto vive neste mundo.
 
        Para submeter-se à vontade de Deus, é preciso primeiramente conhecê-la. Se Jesus ensinou-nos a orar pedindo que a vontade de Deus fosse feita entre nós, como é feita pelos anjos, é porque é possível conhecer e fazer a vontade de Deus.
 
        O salmista pediu a Deus: "Ensina-me a fazer a tua vontade, pois és o meu Deus" (Salmo 143:10). Se não conhecemos esta vontade, ou conhecemos e não a estamos praticando, precisamos fazer o pedido do salmista.
 
        Não devemos ser insensatos, mas "entender qual seja a vontade do Senhor" (Efésios 5:17). Precisamos ser "cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual" (Colossenses 1:9). Pois precisamos praticá-la e ensinar outros a fazerem o mesmo.
 
        Não podemos só orar, precisamos estar dispostos a submeter-se a vontade de Deus. Devemos estar prontos a dizer: "Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração" (Salmo 40:8). Deus nos permite conhecer Sua vontade quando estamos dispostos a executá-la, sendo Ele mesmo quem nos capacita.
 
        Somente por meio da vontade de Deus é possível: nascer espiritualmente (Tiago 1:18; João 1:12-13), e participar da família divina (Mateus 12:48-50). E isso é absolutamente essencial, pois a vontade de Deus será sempre contrária às paixões humanas (1 Pedro 4:2-3; Romanos 8:7-8), e exige perseverança e fé (Hebreus 11:6).
 
        A Bíblia diz que a vontade de Deus é "boa, perfeita e agradável" (Romanos 12:2), pois Ele é infinito em conhecimento amor e poder. Quem conhece o que é melhor para nós do que o próprio Deus? Existe então algo mais seguro, prazeroso e sublime do que conformar a nossa vontade à vontade de Deus?
 
        Será que a sua vida tem sido dirigida por Deus? A vontade dEle tem achado guarida em você? Saiba que resistir a vontade de Deus demonstra loucura, discernir e praticá-la, demonstra sabedoria. Vale lembrar que ela trás recompensa aos que a obedecem (Hebreus 10:36; 1João 2:17), e castigo aos que a desobedecem (Lucas 12:47-48).
 
        Mas será que Deus pediria de nós algo que fosse impossível de se praticar? Certamente que não! Portanto, não existe razão alguma para não obedecermos a Sua vontade. Aliás, como é possível ser filho de Deus e não fazer a Sua vontade? Como podemos dizer que o amamos se não Lhe obedecemos?
 
        Não é bastante orar pedindo que a vontade de Deus seja feita. É preciso conhecer e submeter-se a esta vontade, caso contrário, não passará de vã repetição.
 
        A Bíblia nos permite saber algumas coisas a respeito da vontade de Deus. Ele quer salvar e dar a vida eterna (João 6:40; Gálatas 1:4); quer que creiamos em Jesus (João 6:29-30); quer um coração sincero para com Ele (Salmo 51:6); quer uma vida completamente dedicada a Ele (1Tessalonicenses 4:1-8); quer sinceridade nos relacionamentos (Efésios 6:1-9; Colossenses 3:18-23); honestidade (Provérbios 11:1); quer que façamos o bem mesmo padecendo por isto (Salmo 5:4-5; 1Pedro 2:15,19-21; 3:17; 4:19); quer que sejamos gratos a Ele em tudo (1Tessalonicenses 5:18); e, quer que obedeçamos aos seus mandamentos.
 
        Certamente que, quando fazemos esta petição, estamos aguardando a vinda do reino de Deus, porque a vontade de Deus jamais será cumprida por aqueles em quem Deus não reina.
 
        É este mesmo o seu desejo? que as leis de Deus sejam obedecidas tão perfeitas, pronta e incessantemente, como o são pelos anjos no céu? Você conhece a vontade de Deus? Obedece e se submete a ela? É seu desejo expandir este conhecimento, esta obediência, esta submissão, aos que agora não a conhecem nem a obedecem?
 
        Vivemos constantemente sob muita pressão, para nos conformar ao egocentrismo da cultura secular. Quando isso acontece, ficamos preocupados com nosso pequeno nome, gostamos de vê-lo gravado em relevo sobre nossos papéis de carta, convites de formatura, cartões de visita, jornais, etc.
 
        Nos preocupa o nosso pequeno império (quer chefiando, quer influenciando, quer  manipulando), e também, a nossa própria vontade (pois sempre desejamos que as coisas aconteçam ao nosso modo, e nos aborrecemos quando contrariados). Todavia, aprendemos aqui que nosso desejo máximo não está no nosso nome, no nosso reino ou em nossa vontade, mas, em Deus.
 
        Então, faça-se a tua vontade significa, que as pessoas obedeçam as leis divinas, que sigam os princípios divinos (Mateus 12:50 e 18:14).
 
        Como seres criados à semelhança de Deus, somos livres e podemos exercer nossa vontade. Devemos usar essa nossa vontade e liberdade para tomar decisões agradáveis a Deus, refletindo assim o caráter de Deus em nossas vidas, e dando-lhe glória. Se não temos poder infinitos nem liberdade infinita, estamos nas mãos daquele que tudo pode pois Ele é soberano.
 
        Nesta oração, somos instruídos acerca de como devemos começar a orar. Qual deve ser o nosso mais íntimo e profundo desejo. O desejo profundo pela honra e pela glória de Deus. Este desejo deve ser mesmo até maior do que o desejo pela salvação de almas e pela expansão do reino.
 
        Mesmo antes de começarmos a orar pela conversão das almas, e pela expansão do reino, deveria haver esse desejo avassalador pela manifestação da glória divina, esse desejo de que todos os seres humanos se humilhem diante da presença de Deus.
 
        Quão admirável é esta oração, não é mesmo? O Senhor nos ensina de modo tão claro que agora tudo o que precisamos é por em prática os princípios aqui aprendidos.
 
        Adore a Deus, honre-o, e leve outros a fazer o mesmo. Deseje a Deus, deseje a Sua presença, deseje ter uma íntima comunhão com Ele, e leve outros a fazer o mesmo. Obedeça a Deus, e leve outros a fazer o mesmo. Viva de tal forma que as pessoas vejam na sua vida que você honra e obedece a Deus, e queiram fazer o mesmo. A oração não envolve apenas a repetição de palavras, envolve ação, emoção, sentimento, verdade. Você pode dizer amém!
 
        Continua...

55_ A Gordura e o Pecado
 
(Jair Souza Leal)
 
        Recentemente, por ter ampliado um pouco minha casa, precisei mudar a cozinha de lugar, e, consequentemente, a pia não poderia mais continuar onde estava. Fui então desativar o cano por onde descia os resíduos e a água.
 
        Pude notar que apesar do grande cuidado envidado por minha esposa para não entupi-la; usando produtos de limpeza, sempre tirando os resíduos de tudo quanto era lavado, e nunca esquecendo de usar um ralinho, não adiantou. Com o tempo, o cano, que era de grande diâmetro criou uma espécie de nervo em todo o seu percurso. Mais um tempo e... ploft... entupiria.
 
        Assim, nem a água nem a sujeira conseguiriam descer. Poderia até acontecer de voltar toda a sujeira, fazendo uma fétida lambança, que só renderia à minha esposa trabalho forçado.
 
        Necessário se faria chamar uma desentupidora especializada para desobstruir a passagem interrompida pela sujeira. Ou dar aquele jeitinho brasileiro de enfiar um ferro e ir cutucando, jogar água quente, ácido, até abrir alguma passagem.
 
        É que com o passar do tempo e do uso diário, a gordura se prega nas paredes do cano e vai acumulando os diversos resíduos provenientes das vasilhas lavadas, de forma lenta e imperceptivel, até culminar na obstrução total. Muito semelhante ao que acontece em nossas veias; o colesterol, que na verdade é a gordura que se vai acumulando, obstrui a circulação do sangue podendo culminar em enfarto e morte.
 
        Tudo isto acabou me ensinando uma preciosa lição. Temos livre acesso à Deus através de Jesus, que abriu, por meio do seu sangue derramado e sacrifício na cruz, um caminho, um canal espiritual de comunicação com os céus.
 
        Estamos, por meio dEle, interligados. Sobem as nossas orações, a adoração, o louvor, as riquezas que lá podemos acumular através dos frutos e do testemunho cristão. Descem as respostas, a graça abundante, as bênçãos e as consolações do Espírito. Somos envolvidos por uma rica realidade celeste.
 
        Se o canal está limpo, no dia a dia da nossa caminhada e nos solenes momentos em que cultuamos a Deus, somos capazes de sentir a Sua presença de forma quase palpável, ouvir Sua doce voz falando, ensinando, corrigindo, orientando. Assim, mantemos comunhão e sentimos a reciprocidade nas realidades espirituais.
 
        Como a gordura, há algo que lhe corresponde no mundo espiritual - o pecado. Geralmente, as pequenas coisas que vão lento e imperceptivelmente bloqueando o canal.  Quando damos conta, não estamos mais sentido a presença de Deus, não ouvimos mais a sua doce voz, o coração fica endurecido, os ouvidos e olhos vendados para as coisas do Espirito.
 
        Não temos mais tanto prazer ou ansiedade de procurá-lo em oração, não desejamos mais ler a Bíblia, e, ainda que estando no ambiente mais espiritual, nos sentimos frios e apáticos. Este estado pode culminar num rompimento total, num afastamento e abandono da fé.
 
        Não deixe o cano entupir, não deixe a pia transbordar e exalar sua sujeira, não deixe a veia se obstruir e causar a má circulação do sangue de Cristo em seu espírito, pois isto pode culminar numa fatídica morte.
 
        Evite a gordura; cuidado com o  pecado! Especialmente os "pequeninos", estes são mais comuns, por serem mais aceitáveis, mais racionalizáveis, e não lhe damos a devida atenção e cuidado, mas são tão ou mais fatais do que os "grandes" pecados.
 
        É preciso cuidados preventivos como: evitar, fugir da aparência do mal, vigiar e conscientemente ter uma vida santa pela força da graça. Se contudo não conseguir evitar, não espere a bomba explodir, chame imediatamente o especialista.
 
        "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça (1 João 1:9). Abandone-os, arrependa-se, confesse os seus pecados a Deus e clame por perdão, e então, aproprie-se e creia na promessa que Ele fez de que vai te perdoar. Esta é a melhor forma de desbloquear o canal e voltar a ficar bem de novo.
 

54_ A Adoração => "Venha a nós o teu reino..."
 
(Jair Souza Leal*)
 
        A primeira petição alude à principal necessidade do homem que é, reconhecer Deus, honrá-lo e adorá-lo. Ela é feita pelo profundo desejo de ver o caráter santo de Deus ser respeitado e reconhecido entre os homens, e pela consciência de que isso se dará através da própria vida. A segunda petição é uma seqüência lógica da primeira.
 
        Há uma ordem lógica nestas petições; uma segue após a outra. Começamos pedindo que o nome de Deus seja reverenciado entre os homens, mas sabemos que o nome do Senhor não é assim reverenciado, e somos levados a se perguntar: Por que razão não se prostram todos os homens diante do nome sagrado de Deus? Porque nem todos adoram nem honram a sua pessoa?
 
        Há um reino do mal que faz oposição a Deus e a sua honra, por isso o Senhor instou seus discípulos a orarem a fim de que o reino se manifeste de modo crescente. Esta oração é apropriada para nós hoje e será até que este reino seja consumado.
 
        Deus decidiu que, nós, como filhos seus, fôssemos responsáveis pela reivindicação, expansão e consumação do seu reino. Ele vinculou o estabelecimento definitivo do reino à proclamação do evangelho e nos entregou esta responsabilidade. "E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim" (Mateus 24:14).
 
        Em algum grau, somos co-responsáveis pelo sucesso do reino, não como os zelotes do tempo de Jesus, que por conta das armas, queriam, à força, implantar o reino, mas como cooperadores de Deus que tem a responsabilidade de orar, testemunhar, defender, reivindicar, preservar e ampliar este reino.
 
        Afinal, se tudo já estivesse determinado, ou sob a exclusiva responsabilidade divina, que sentido faria a oposição do reino das trevas e de satanás a este reino? Por que orar se independente da oração seu progresso fosse contínuo? 
 
        Já nos tempos de Jesus a vinda do reino era uma questão que ocupava o primeiro plano no pensamento de muitos. Havia uma iminente pregação sobre ele. Esta foi a pregação de João Batista: "Naqueles dias, apareceu João o Batista pregando no deserto da Judéia, e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus" (Mateus 3:1-2). Esta era a pregação de Jesus: "Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus" (Mateus 4:17).
 
        Mas afinal, o que é o reino de Deus?  o que significa? O reino de Deus deve ser entendido como algo que está sob o Seu governo e é regido por suas leis. Ele se manifesta em três tempos distintos; pode ser considerado de três maneiras diferentes.
 
        O tempo passado - Em certo sentido o reino de Deus já veio. É o reino histórico. Veio quando Jesus desceu a este mundo. "Mas, se eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente a vós é chegado o reino de Deus" (Lucas 11:20). Jesus introduziu o reino de Deus no mundo; introduziu-o no coração das pessoas.
 
        O tempo presente - O reino de Deus já está aqui neste momento, no coração e vida de todos os que se submetem a Cristo, de todos quanto nEle confiam.
 
        O tempo futuro - O reino culminará com a segunda vinda do rei Jesus. Quando ele reinará de modo físico, visível e pessoal. Ele estabelecerá seu reino sobre a terra.
 
        Então, quando oramos pela vinda do reino, estamos essencialmente clamando: pelo domínio de Deus nos corações das pessoas e, pela volta de Cristo. Isso revela que estamos prontos para esta vinda, ansiosos pela volta de nosso rei e, desejosos de que outros conheçam este rei e entreguem o controle das suas vidas a Ele.
 
        Será este realmente o desejo do seu coração? Deus é o seu rei? Ele governa você? Seu coração Lhe pertence? Ele reina em sua vida? Você deseja que outros o conheçam e se submetam a Ele? O que tem feito para que isso se efetive? O que tem feito para expandir o reino do seu Pai? Você anseia pela volta dEle? Quando vier, você receberá dEle castigo, repreensão e condenação ou, elogios, galardão e salvação?
 
        Saiba que "o Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se" (2 Pedro 3:9). 
 
        Saiba também que "quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. Então dirá o rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me.
 
        Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? e quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes.
 
        Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna" (Mateus 25:31-46).
 
        Você realmente quer que o nome de Deus seja honrado? Então precisa orar com sinceridade e com a consciência de que isso só se dará nos corações em que Ele reinar, e você será o instrumento usado para a expansão deste reino. "Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui" (João 18:36).
 
        Esta é na verdade uma oração intercessória pelo sucesso do Evangelho, pela conversão de homens e mulheres. É uma oração missionária, que demonstra que, não só eu estou sob o domínio de Deus como faço de tudo para que este se expanda.
 
        Certo é que haverá um dia em que todo o pecado e toda a maldade serão destruídos, bem como tudo o que faz oposição a Deus, e Ele será o supremo Rei deste mundo. "Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas. E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos" (1Coríntios 15:24-28).
 
        Portanto, Jesus esta ressaltando aqui que, antes de começarmos a pensar em nossas necessidades e desejos, devemos ter este ardente anelo pela vinda do reino, a fim de que o nome de Deus seja glorificado e honrado acima de tudo.
 
        Que possamos dizer juntamente com João em Apocalipse 22:20:  "Amém, ora vem Senhor Jesus".
        Continua...

53_  HOMENAGEM AO ÍNDIO

Cabral e a Besta do Apocalipse

(Jair Souza Leal)

        Eu sou um nativo das terras brasileiras, do tempo em que andar nu não era sinônimo de comércio nem de pornografia. Certo dia, enquanto curtia tranqüilamente as praias do Atlântico, após degustar um delicioso assado de javali, o qual acabara de caçar, decidi aproveitar o sossego do lugar para tentar decifrar um velho pedaço de manuscrito que achara recentemente, imagino que tenha sido trazido pelo vento de terras longínquas.

        Ele não estava em minha língua nativa. Mas, como toda minha vida sempre gostei de observar os sinais e tentar entender o que era dito por meio deles, e acabei assim me tornando meio perito nesta arte, decidi tentar interpretar estes que agora tanto me intrigava. Estava decidido a descobri-lhe o sentido.

        Assim, andando de um lado para o outro pela praia que hoje chamam de Porto Seguro, esforcei-me para entender os dizeres cabulosos daqueles símbolos.

        Seu conteúdo dizia algo mais ou menos assim, se é que estava entendendo corretamente. "E eu pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas... todos a adoraram... Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?"

        De repente, estupefato pela descoberta, do que parecia ser uma antiga profecia, lanço meu olhar em direção ao infinito oceano e, qual não é o meu espanto, vejo surgindo ao longe, algo que jamais meus olhos contemplaram.

        Me sinto invadido por um estranho medo e ao mesmo tempo por uma incontrolável emoção e curiosidade. Algo me faz pressentir que a velha profecia começara a se cumprir. Aparentemente tudo começou a fazer algum sentindo. Besta... areia... mar... chifre...

        O que seria este imenso monstro que lentamente começa a se aproximar do lugar aonde estou!? Devo fugir ou permanecer esperando para ver no que vai dar? Estou confuso, atônito, perplexo...

       
        OLÁ AMIGO... ESTOU TE CONVIDANDO PARA ME AJUDAR A CONTINUAR ESREVENDO ESTA CRÔNICA... SE VOCÊ GOSTOU, PARTICIPE!!! MANDE-ME A SUA CONTRIBUIÇÃO... CONTO COM SUA CRIATIVIDADE...

        VAMOS FAZER UMA HOMENAGEM AO ÍNDIO CONTANDO A HISTÓRIA DO BRASIL SOBRE SUA PERSPECTIVA, AO MESMO TEMPO QUE FAZEMOS UMA DIVERTIDA APRESENTAÇÃO DA PROFECIA DO APOCALIPSE.

        ABRAÇOS
        JAIR


52 _ Um toque
 
(Jair Souza Leal)
 
As vezes sinto minh'alma doente
 
Penso estar como certa mulher
 
que há doze anos tinha um fluxo de sangue
 
gastou tudo que era seu, mas não resolveu
 
Até o dia em que com Jesus se encontrou
 
e em seu manto com fé ela tocou
 
uma descarga de poder lhe inundou
 
e da doença curada ficou.
 
Senhor desejo tocar teu manto
 
Sentir teu poder adentrar o meu ser
 
E energizado por tua glória,
 
a cura vou receber
 
Senhor teu manto quero tocar
 
se preciso a multidão enfrentar
 
quando impedirem de me aproximar
 
Assim entenderás
 
que não sou mais um na multidão
 
Sou aquele que toca o teu manto
 
com grande fé no coração
 
Certamente não vais me repreender
 
por usufruir deste teu poder
 
Tanto esforço apliquei buscando solução
 
És a minha única saída
 
Quando em teu manto puder tocar
 
sei que curado vou ficar
 
Não há outro que possa me ajudar
 
Se ao menos puder aproximar...
 
Quero tocar-te oh! Senhor,
 
não distancies deste sofredor
 
Minh'alma não subsistiria,
 
Tua ausência a despedaçaria
 
Com meiga voz tu perguntas
 
'Quem me tocou, de mim saiu virtude'.
 
Toquei-te com fé, não posso esconder
 
Estou curado pelo teu poder
 
Um leve toque livrou-me de todo mal
 
      Posso contigo ser feliz afinal.  


Participe! Envie-nos seu comentário : iceuniao@uol.com.br - www.uniaonet.com

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

.