FACULDADES
INTEGRADAS
APARÍCIO
CARVALHO
–
FIMCA PROJETO BELMONT RELATÓRIO
DO
1º
SEMESTRE
2005
PORTO
VELHO
-
RO
Aparício
Carvalho
de
Moraes
Diretor
geral
da
FIMCA
Fábio
Luiz
Brito
de
Souza
Liliane
Ibaro
Coordenadores
do
curso
de
Odontologia
da
FIMCA
Roberta
Francisca
Martins
de
Castro
Wagner
Lima
Afonso
de
Carvalho
Professores
das
Disciplinas
de
Odontologia
Social
e
Preventiva
Responsáveis
pelo
projeto
INTITUIÇÕES
PARCEIRAS
Instituto
de
Ciências
Biomédicas
5
da
Universidade
de
São
Paulo
Núcleo
Avançado
de
Pesquisas
de
Monte
Negro
Luis
Marcelo
Aranha
Camargo
Coordenador
geral
do
ICB5-USP
Roberta
Francisca
Martins
de
Castro
Coordenadora
de
área
da
Odontologia
do
ICB5-USP
E.M.E.F.
Profª
Maria
do
Carmo
Ribeiro
Marlene
Furtado
de
Tarabillo
Nilto
Corrêa
Cavalheiro
Diretores
da
E.M.E.F.
Profª
Mª
do
Carmo
Ribeiro
Jovens
com
uma
Missão
–
JOCUM
Reinaldo
Ribeiro
Bráulia
Ribeiro
Diretores
da
JOCUM
“Quando
um
indivíduo
fere
mortalmente
alguém,
o
seu
ato
é
chamado
de
assassinato;
mas
quando
a
sociedade
coloca
centenas
de
pessoas
em
tal
situação
que
por
não
poderem
sobreviver
adequadamente,
morrem
prematuramente
e
ainda
permite
que
essas
condições
assim
permaneçam,
isso
também
é
assassinato.
Entretanto,
ninguém
pode
ver
o
assassino
porque
a
morte
parece
natural”.
(Engels, 1973) = = = 1 Introdução
.........................................................................................................................
2 2 Contextualização
...............................................................................................................
4 3 Justificativa
.........................................................................................................................
5 4 Objetivos
............................................................................................................................
6 5 Metodologia
.......................................................................................................................
7 6 Resultados
.........................................................................................................................
12 7 Considerações
finais
........................................................................................................
14 8 Bibliografia
........................................................................................................................
15 1 INTRODUÇÃO A
percepção
e
o
conceito
de
saúde
variaram
muito
ao
longo
da
história
e
ainda
divergem
entre
populações
com
diferentes
culturas.
Saúde
e
doença
são
situações
tão
dinâmicas
quanto
contraditórias
envolvidas
em
um
mesmo
processo
de
desenvolvimento;
a
vida.
Analisar
saúde
isolada
da
doença
ou
vice
versa
tenderia
a
nos
direcionar
a
um
grande
desvio
teórico
que
pouco
mostraria
da
realidade
ao
mesmo
tempo
em
que
desviaria
atenções
a
uma
prática
médica
sofisticada
e
por
vezes
inacessível
à
sociedade
e
descomprometida
com
ela.
O
enfoque
exclusivo
na
doença
pode
nos
impedir
de
observar
que
algumas
vezes
ela
é
apenas
um
sinal
de
um
descontrole
sócio-ambiental
maior;
e
enquanto
não
se
alcançar
o
equilíbrio,
não
haverá
sociedade
saudável
2. Em
1954
a
Organização
Mundial
de
Saúde
(OMS)
classificou
a
cárie
dentária
e
a
doença
periodontal
como
os
problemas
prioritários
em
saúde
bucal.
E
hoje,
com
todo
a
avanço
de
conhecimento
e
tecnologia,
ainda
essa
é
realidade
nacional:
duas
doenças,
salvo
raríssimas
exceções,
infecciosas
e
com
métodos
de
prevenção
simples,
de
baixo
custo
e
associados
a
ações
de
higiene
pessoal
ocorrem
em
um
grau
tão
elevado
em
algumas
sociedades
que
a
população
chega
a
acreditar
que
o
"normal"
é
manifestá-las
7.
É
verdade
que
a
cárie
dentária
sofreu
um
declínio
grande
a
partir
da
década
de
70
na
Europa
e
Estado
Unidos
e
da
década
de
90
no
Brasil.
O
índice
nacional
médio
de
dentes
com
história
de
cárie
(dentes
cariados,
perdidos
ou
obturados
-
CPOD)
avaliado
nas
crianças
de
12
anos
era
7,25
em
1980,
passando
para
6.66
em
1986,
3,06
em
1996
e
2,78
no
último
levantamento
de
saúde
bucal
do
Ministério
da
Saúde,
em
2002/2003.
Mas
também
é
verdade
que
esse
declínio
tem
sido
mais
lento
nas
populações
com
menor
poder
socioeconômico.
Por
exemplo,
enquanto
na
região
sul
e
sudeste
o
CPOD
médio
aos
12
anos
foi
2,3,
na
região
norte
e
nordeste
foi,
respectivamente,
3,1
e
3,2.
Além
disso,
enquanto
no
sudeste,
por
exemplo,
o
componente
cariado
representava
42,17%
do
índice
contra
3,04%
de
dentes
perdidos
por
cárie
e
52,17%
de
dentes
satisfatoriamente
restaurados,
a
situação
no
norte
era
inversa,
com
75,52%
dos
dentes
examinados
cariados,
11,50%
já
perdidos
e
apenas
14,38%
restaurados.
E
esses
dados
se
referem
à
faixa
etária
de
12
anos,
sendo
que
há
uma
tendência
nacional
se
aumentar
o
CPOD
proporcionalmente
a
idade.
Há
indícios,
portanto,
de
que
não
somente
a
média
de
dentes
acometidos
pela
doença
é
maior
em
regiões
menos
favorecidas
socioeconomicamente,
mas
também
o
acesso
ao
tratamento
é
menor1,3-9.
E,
apesar
dos
índices
serem
mais
baixos,
há
uma
tendência
em
se
acumular
a
doença
em
determinadas
pessoas,
em
um
fenômeno
chamado
de
polarização
da
cárie,
em
que
cerca
de
20%
da
população
concentra
80%
da
doença.
TAPIAS
et
al
(2001)
9,
em
concordância
com
SWEENEY;
NUGENT;
PITTS
(1999)
8,
sugeriram
que
as
crianças
provenientes
de
áreas
carentes
apresentam
risco
aproximadamente
três
vezes
maior
de
serem
acometidas
pela
cárie
quando
comparadas
com
crianças
residentes
em
áreas
economicamente
mais
favorecidas.
Há
poucos
estudos
referentes
a
populações
adultas,
mas
estima-se
que
o
mesmo
padrão
seja
seguido. Mas
a
cárie
é
uma
doença
causada
pela
ocorrência
simultânea
de
diversos
fatores.
Ela
é
a
desmineralização
das
estruturas
dentárias
provocada
pela
ação
de
ácidos
secretados
por
bactérias
durante
o
metabolismo
de
açúcares.
Então,
é
necessário
que
haja
bactérias
no
ambiente
bucal
do
indivíduo,
é
necessário
que
ele
consuma
açúcares
e/ou
carboidratos
em
uma
quantia
e
freqüência
tal
que
proporcione
o
desenvolvimento
das
colônias
bacterianas
e
sua
aderência
às
estruturas
dentárias
(placa
bacteriana),
é
necessário
que
ele
não
promova
a
remoção
da
placa
bacteriana...
Enfim,
o
conjunto
de
fatores
da
microbiota,
do
hospedeiro
e
da
dieta,
aliados
ao
tempo,
é
que
atua
para
o
desenvolvimento
de
uma
lesão
de
cárie,
bem
como
para
o
desenrolar
da
maior
parte
das
alterações
de
gengiva
e
conseqüentemente
de
tecidos
de
suporte.
E
se
em
nenhum
momento
aqui
foi
citada
a
situação
financeira
ou
social
do
indivíduo,
entramos
no
ponto
de
que,
atualmente,
cárie
e
doença
periodontal
são
apenas
sinal
de
que
a
sociedade
que
as
manifesta
está
em
desequilíbrio,
e
que
mais
do
que
controlar
o
consumo
de
açúcar
ou
usar
soluções
medicamentosas
para
o
controle
das
bactérias,
há
que
se
retirar
o
enfoque
na
doença
e
começar
a
transmitir
à
comunidade
informações
sobre
saúde,
motivando-a
a
prática
de
cuidados
e
desenvolvimento
de
responsabilidades
pessoais. 2 CONTEXTUALIZAÇÃO Os
bairros
Belmont
e
Nacional
são
localizados
no
limite
urbano
da
região
oeste
do
município
de
Porto
Velho.
O
Nacional
é
um
bairro
periférico,
distante
aproximadamente
15
km
da
região
central
da
cidade,
e
o
Belmont
é
uma
comunidade
ribeirinha
localizada
ainda
mais
adiante.
A
renda
aproximada
da
população
é
de
menos
de
um
salário
mínimo
por
família,
sendo
que
em
média
as
famílias
são
compostas
por
6
pessoas.
O
único
Posto
de
Saúde
fica
localizado
no
Nacional
e
dista
cerca
de
30
km
das
últimas
residências
do
Belmont.
O
atendimento
odontológico
no
Posto
é
eventual
e
o
principal
procedimento
é
o
cirúrgico
(exodontias). Na
comunidade
do
Belmont
está
localizada
a
Escola
Municipal
de
Ensino
Fundamental
Professora
Maria
do
Carmo
Ribeiro.
Mais
especificamente,
no
quilômetro
8
da
Estrada
do
Belmont,
dentro
da
base
da
JOCUM
(Jovens
com
uma
Missão)
de
Rondônia,
entidade
de
caráter
filantrópico
e
fundo
religioso
que
tem
prestado
assistência
a
população
em
diversos
aspectos,
entre
eles
saúde
e
educação
(figura
1).
A
escola
tem
95
alunos
regularmente
matriculados,
distribuídos
de
alfabetização
a
quarta
série,
com
turmas
apenas
no
período
matutino.
Através
de
parceria
entre
a
escola,
o
Instituto
de
Ciências
Biomédicas
5
da
Universidade
de
São
Paulo
(ICB5-USP)
e
as
Faculdades
Integradas
Aparício
Carvalho
(FIMCA)
se
iniciou
um
programa
odontológico
de
cunho
educativo,
preventivo
e
curativo
para
as
crianças
matriculadas
na
escola
e
seus
familiares,
envolvendo
os
profissionais
da
escola,
professores
e
pós
graduandos
do
ICB5-USP
e
professores
e
acadêmicos
da
disciplina
de
Odontologia
Social
e
Preventiva
III
e
VII
da
FIMCA. Acadêmicos
do
terceiro
período
de
odontologia
da
FIMCA
ficaram
responsáveis
por
realizar
escovação
supervisionada
com
as
crianças
em
periodicidade
quinzenal,
sempre
motivando
alunos
e
professores
a
realizarem
a
higiene
bucal
diariamente
na
escola.
Professores
receberam
informações
em
saúde
bucal
e
foram
envolvidos
com
as
atividades,
seja
cobrando
das
crianças
a
escovação
diária,
seja
providenciando
maneiras
criativas
e
baratas
de
armazenamento
das
escovas.
A
FIMCA
doou
todos
os
kits
de
escovas
de
dente
e
dentifrício
necessários
para
a
viabilização
do
trabalho.
A
eficiência
da
técnica
utilizada
e
a
capacidade
motora
da
criança
estão
sendo
monitoradas
através
da
coloração
de
placa
bacteriana
aferida
pelo
índice
de
performance
de
higiene
do
paciente
(PHP),
conforme
descrito
no
capítulo
referente
à
metodologia.
Entendendo
que
não
adianta
apenas
a
criança
estar
motivada
se
o
ambiente
em
que
vive
não
colabora
para
a
manutenção
permanente
dos
hábitos
adquiridos
na
escola,
o
programa
abrangeu
também
as
famílias
dos
alunos.
Acadêmicos
do
sétimo
período
visitaram
algumas
casas
realizando
um
levantamento
das
condições
de
saúde
bucal
e
conhecendo
a
realidade
de
cada
uma
das
crianças
sorteadas.
As
pessoas
com
necessidade
de
tratamento
foram
convidadas
ao
atendimento
odontológico. Figura
1
E.ME.F.
Profª.
Maria
do
Carmo
Ribeiro.
Porto
Velho,
2005. 3 JUSTIFICATIVA Apesar
de
o
Brasil
ter
um
número
relativamente
alto
de
cirurgiões
dentistas
em
proporção
à
população,
ainda
apresenta
índices
de
cárie
e
de
doença
periodontal
bastante
elevados
e
quase
sempre
distantes
do
que
a
Organização
Mundial
de
Saúde
consideraria
ideal.
Sendo
a
cárie
e
a
doença
periodontal
moléstias
infecciosas
passíveis
de
prevenção
com
bons
hábitos
de
higiene,
esse
quadro
apenas
pode
ser
justificado
pelo
caráter
curativista
que
a
Odontologia
tem
apresentado,
com
foco
no
atendimento
voltado
para
o
consultório
particular
e
com
pouca
ênfase
na
saúde
pública.
Para
mudar
esse
paradigma
é
que
se
propôs
a
execução
desse
programa
preventivo,
mostrando
aos
alunos
e
a
sociedade
a
importância
de
se
pensar
em
termos
de
coletividade
para
buscar
a
melhoria
das
condições
de
saúde
de
cada
indivíduo
da
sociedade. 4 OBJETIVOS 4.1
OBJETIVO
GERAL Observar
a
melhoria
das
condições
de
saúde
de
uma
comunidade
na
medida
em
que
incute
no
acadêmico
a
habilidade
social
no
manejo
com
as
populações
e
facilita
o
desenvolvimento
da
capacidade
de
elaborar,
executar
e
administrar
programas
de
saúde
coletiva. 4.2
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS § mostrar
ao
acadêmico
a
importância
de
atividades
preventivas
e
educativas
para
a
comunidade
ao
mesmo
tempo
em
que
se
ocupa
de
melhorar
o
padrão
de
saúde
da
comunidade;
§ despertar
no
acadêmico
o
interesse
por
ações
coletivas,
trabalhando
dentro
dos
princípios
preconizados
pelo
Ministério
da
Saúde
e
buscando
tanto
o
aprimoramento
técnico
quanto
o
desenvolvimento
de
senso
crítico
mais
apurado
e
realista
frente
às
desigualdades
sociais; § possibilitar
ao
acadêmico
observar
a
evolução
da
melhoria
da
saúde
da
população
através
de
ações
preventivas
contínuas
em
uma
mesma
comunidade;
§ trabalhar
a
adequação
de
linguagem
perante
pessoas
de
diferentes
culturas
e
classes
sociais; § oferecer
ao
acadêmico
a
chance
de
trabalhar
com
indicadores
de
saúde
bucal,
observando
as
dificuldades
de
coleta
de
dados
e
de
pesquisa
de
campo;
§ observar
a
diferença
na
saúde
bucal
de
pessoas
inseridas
dentro
de
um
programa
odontológico
e
de
pessoas
sem
assistência
preventiva; § mostrar
a
necessidade
de
adequação
de
programas
de
saúde
bucal
para
diferentes
realidades
sócio-culturais;
§ possibilitar
ao
acadêmico
o
contato
direto
com
comunidades
ribeirinhas
e
comunidades
de
baixa
renda,
que
respondem
pela
grande
maioria
dos
moradores
desse
Estado;
§ estimular
a
pesquisa
odontológica
dentro
dos
padrões
éticos;
e § oferecer
contra-partida
da
faculdade
à
sociedade
que
a
incorpora. 5 METODOLOGIA A
técnica
de
escovação
ensinada
às
crianças
é
a
de
Fones,
com
movimentos
circulares
na
região
vestibular
e
lingual
dos
dentes
e
movimentos
de
vai-e-vem
na
região
oclusão.
Inicialmente,
uma
breve
palestra
foi
conferida
a
todos
os
alunos,
explicando
sobre
o
trabalho.
Em
seguida,
cada
turma
de
alunos,
da
alfabetização
a
4ª
série,
receberam
orientações
sobre
como
realizar
a
escovação
(figura
2)
e
os
kits
contendo
escova
dental
e
dentifrício
foram
distribuídos.
Na
terceira
visita,
os
acadêmicos
realizaram
a
tomada
do
índice
PHP.
As
seguintes
faces
dos
dentes
dessas
crianças
foram
coradas
com
corante
verde
Malaquita
e
hastes
flexíveis
com
pontas
de
algodão,
sempre
nessa
ordem:
vestibular
do
primeiro
molar
superior
direito,
vestibular
do
incisivo
central
superior
direito,
vestibular
do
primeiro
molar
superior
esquerdo,
lingual
do
primeiro
molar
inferior
esquerdo,
vestibular
do
incisivo
centra
inferior
esquerdo
e
lingual
do
molar
inferior
direito.
Quando
a
criança
já
tinha
os
primeiros
molares
extraídos
e
os
segundos
molares
estavam
presentes,
eles
eram
corados.
Nas
crianças
que
apresentavam
apenas
dentição
decídua,
os
segundos
molares
decíduos
eram
corados
no
lugar
dos
primeiros
molares
permanentes
e
os
incisivos
decíduos
no
lugar
dos
incisivos
permanentes
(16/17/55V,
11/51V,
26/27/65V,
36/37/75L,
31/71V,
46/47/85L).
Como
o
objetivo
é
mensurar,
ao
longo
do
programa,
o
quanto
a
criança
melhorou
na
execução
de
sua
própria
higiene
bucal,
após
a
aplicação
do
corante,
cada
criança
realizava
a
escovação
dos
dentes
do
modo
como
estavam
habituadas
e
voltava
para
a
tomada
do
índice
PHP
(figura
3).
Cada
superfície
corada
era
examinada
e
recebia
um
escore
que
poderia
variar
de
0
a
5,
sendo
que
0
indicava
que
todo
o
corante,
e
conseqüentemente
toda
a
placa
bacteriana,
havia
sido
removido,
1
significava
que
1/5
da
superfície
dentária
em
questão
estava
corada
e
assim
por
diante,
de
modo
que
no
escore
5
a
superfície
estaria
completamente
recoberta
por
corante,
como
pode
ser
melhor
compreendido
através
da
figura
4
(PINTO,
2000).
No
momento
da
avaliação
do
PHP,
as
crianças
passavam
por
uma
breve
entrevista,
na
qual
eram
questionadas
sobre
já
ter
visitado
ou
não
um
cirurgião-dentista
e
local
dessa
visita.
Sucedia-se
a
entrevista
uma
inspeção
visual
na
boca
das
crianças,
onde
era
anotado
se
havia
ou
não
presença
de
cárie,
restauração,
alterações
gengivais
ou
outras. A
partir
de
então,
as
todas
as
crianças
matriculadas
realizaram
escovação
dos
dentes
com
dentifrício
fluoretado
quinzenalmente.
Os
professores
participaram
das
palestras
para
as
crianças
e
também
foram
convidados
a
uma
reunião
com
os
acadêmicos
para
informações
mais
aprofundadas
sobre
saúde
bucal
e
também
para
retirar
eventuais
dúvidas
e
oferecer
sugestões.
No
final
do
período,
uma
nova
aferição
do
índice
PHP
foi
feita,
seguindo
os
mesmos
critérios
descritos
acima.
A
cada
grupo
de
acadêmicos
correspondia
um
grupo
de
crianças,
que
não
sofreu
modificações
ao
longo
do
semestre.
Para
o
levantamento
das
condições
de
saúde
bucal
das
famílias
dessas
crianças,
23%
dos
alunos
matriculados
foram
escolhidos
de
forma
aleatória
e
receberam
visita
dos
acadêmicos
do
sétimo
período
em
suas
residências,
no
período
da
tarde.
As
pessoas
eram
convidadas
a
participar
de
um
exame
físico
e
visual.
Além
do
equipamento
de
proteção
individual
dos
examinadores,
o
único
material
utilizado
durante
o
exame
foi
espátulas
de
madeira
(figura
5).
As
pessoas
foram
avaliadas
em
suas
residências
e
sob
luz
natural
quanto
a
alterações
físicas
ou
sensíveis
a
palpação
na
região
de
cabeça
e
pescoço
e
quanto
à
situação
de
saúde
bucal,
especificamente
cárie
e
doença
periodontal.
Os
critérios
de
diagnóstico
de
cárie
seguiram
a
metodologia
utilizada
no
levantamento
nacional
e
preconizada
pela
OMS
(BRASIL,
2002;
PINTO,
2000).
Em
relação
à
doença
periodontal,
era
anotado
apenas
se
visualmente
a
gengiva
apresentava
aspecto
sadio
(escore
0),
se
estava
edemaciada
e/ou
sangrante
(escore
1)
ou
ainda
se
havia
presença
de
cálculo
(escore
2).
As
regiões
avaliadas
para
a
doença
periodontal
foram
molares
superiores
e
inferiores,
incisivos
centrais
superior
direito
e
inferior
esquerdo.
As
pessoas
com
necessidades
de
tratamento
receberam
assistência
odontológica
em
um
posto
improvisado
para
atendimento
com
cadeiras
e
com
um
equipo
odontológico
portátil
cedido
pelo
ICB5-USP
montado
nas
salas
da
escola
no
período
da
tarde
(figura
6
e
7).
Casos
mais
graves
foram
encaminhados
para
tratamento
e
atendidos
na
FIMCA.
As
atividades
realizadas
pelos
acadêmicos
matriculados
nas
disciplinas
de
OSP
III
e
OSP
VII
da
FIMCA
estão
relacionadas
na
tabela
1. Tabela
1
Atividades
desenvolvidas
pelos
acadêmicos
da
FIMCA
no
projeto
Belmont,
2005.
6 RESULTADOS A
escola
abrange
crianças
de
6
a
16
anos.
Embora
todas
as
crianças
participem
das
atividades
de
escovação
supervisionada,
dentre
as
95
crianças
regularmente
matriculadas,
56
(58,9%)
participaram
da
avaliação
do
PHP.
Foi
respeitada
a
vontade
da
criança
em
não
querer
corar
os
seus
dentes.
Os
índices
médios
de
PHP
obtidos
para
a
primeira
avaliação
(abril)
e
a
segunda
(junho)
foram,
respectivamente,
1,36
(dp=1,22)
e
0,75
(dp=0,64),
representando
um
decréscimo
de
55,1%
na
presença
de
placa
após
a
escovação
em
três
meses,
o
que,
em
outras
palavras,
significa
melhoria
considerável
na
coordenação
motora
das
crianças
(Figura
8).
Entre
as
crianças
que
participaram
da
entrevista,
26
afirmaram
já
terem
ido
ao
dentista
(46,4%),
25
afirmaram
nunca
terem
ido
(44,6%)
e
3
não
souberam
responder.
Quando
a
criança
afirmava
que
já
havia
freqüentado
o
cirurgião-dentista,
ela
era
questionada
sobre
o
local
em
que
recebeu
o
atendimento
odontológico.
Apenas
19,2%
dessas
crianças
foram
atendidas
no
posto
de
saúde,
15,4%
foram
atendidas
em
consultório
particular
e
38,5%
foram
atendidas
na
própria
Escola/JOCUM;
o
restante
não
soube
responder. Na
inspeção
visual
das
crianças,
observou-se
que
apenas
3
(5,4%)
não
tinham
nenhuma
lesão
de
cárie;
5
(8,9%)
apresentavam
lesões
em
fase
inicial
de
desmineralização,
ou
seja,
lesões
de
mancha
branca,
e
40
(71,4%)
apresentavam
lesões
já
cavitadas
de
cárie.
Contrastando
com
tamanha
necessidade
de
assistência,
apenas
19,6%
das
crianças
apresentavam
dentes
restaurados,
enquanto
outros
51,8%
não
apresentavam
nenhum
tipo
de
restauração.
Alterações
gengivais
foram
encontradas
em
7,1%
das
crianças
avaliadas.
Dados
ausentes
se
referem
ao
preenchimento
incorreto
das
fichas
e/ou
dados
não
informados.
Participaram
do
levantamento
as
famílias
de
23,2%
dos
alunos
da
escola,
totalizando
125
pessoas.
A
idade
média
e
a
mediana
da
amostra
foram,
respectivamente,
25
(dp=19,7)
e
23
anos.
A
amplitude
de
variação
da
idade
esteve
entre
1
e
80
anos.
Em
relação
a
doença
periodontal,
foram
avaliados
apenas
os
indivíduos
com
idade
acima
de
15
anos,
o
que
gerou
uma
amostra
de
76
indivíduos.
O
escore
médio
obtido
foi
de
0,91.
Apenas
27,6%
(n=21)
dos
indivíduos
avaliados
apresentaram
escore
0,
ou
seja,
eram
indivíduos
com
periodonto
aparentemente
sadios. Quanto
à
cárie
dentária,
o
CPOD
médio
foi
de
11,83
(dp=10,80).
Na
estratificação
por
faixa
etária,
tem-se
que
o
índice
de
dentes
decíduos
com
história
de
cárie,
ceod,
médio
de
1
a
5
anos
(n=13)
foi
de
1,69
(dp=2,46)
e
de
6
a
11
anos
(n=28)
foi
de
1,71
(dp=3,21).
As
médias
e
desvio
padrão
do
CPOD
encontrado
para
as
faixas
etárias
de
12
a
18
anos
(n=17),
18
a
45
anos
(n=43)
e
de
46
a
80
anos
(n=14)
foram,
respectivamente,
5,65
(dp=3,76);
14,81
(dp=8,45);
e
26,04
(dp=7,37). Dentre
todos
os
examinados,
apenas
10,4%
eram
livres
de
cárie
(n=13),
das
quais
8
crianças
tem
entre
1
e
12
anos,
representando
19,5%
dessa
faixa
etária
e
os
5
restantes
que
não
têm
cárie
têm
idade
entre
13
e
26
anos,
o
que
significa
6,2%
desse
grupo.
O
atendimento
curativo
abrangeu
82
pessoas
da
comunidade
do
bairro
Balmont
e
do
final
do
bairro
Nacional,
além
das
pessoas
encaminhadas
para
atendimento
na
FIMCA.
Todos
eles
receberam
informações
sobre
cuidados
em
saúde. 7
CONSIDERAÇÕES
FINAIS Observadas
sob
o
ângulo
da
doença,
nada
pode
haver
de
animador
em
termos
de
saúde
nas
comunidades
do
Belmont
e
do
Nacional.
Enquanto
se
pensa,
grosseiramente,
que
uma
doença
possa
ser
considerada
como
problema
prioritário
de
saúde
pública
se
acomete
mais
de
10%
da
população
mesmo
se
tendo
conhecimento
de
métodos
eficazes
e
acessíveis
de
prevenção,
nas
referidas
comunidades
tem-se
o
quadro
inverso:
por
volta
de
apenas
10%
dos
indivíduos
sadios
em
termos
de
saúde
bucal.
O
relatório
técnico
do
levantamento
nacional
de
saúde
bucal
aponta
que
as
desigualdades
mais
significantes
entre
macrorregiões
no
que
diz
respeito
ao
acesso
ao
tratamento
estão
de
fato
na
região
Norte³.
E
os
dados
que
encontramos
estão
extremamente
distantes
do
que
seria
considerado
aceitável
pela
OMS
para
o
nosso
tempo.
Barreiras
financeiras
e
mesmo
geográficas
dificultam
o
acesso
da
população
ao
profissional
de
saúde.
E
o
que
se
tem
é
uma
miscelânea
na
qual
educação
e
saúde
confundem
seus
limites.
Entretanto,
ver
apenas
sob
o
ângulo
da
doença
é
fadar-se
a
observância
incrédula
de
burocratas
e
teóricos.
É
preciso
ver
além.
E
atinar
ao
fato
de
que
sociedade,
comunidade,
escola
e
universidade
estão
juntas
a
procura
de
um
equilíbrio
social,
cultural
e
ambiental,
de
maneira
que,
embora
a
doença
não
tenha
se
acabado,
o
processo
de
cura
já
se
iniciou. BIBLIOGRAFIA 1. BALDANI,
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epidemiológico
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cárie
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Brasília.
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6. MALTZ,
M.;
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E
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Relação
entre
cárie,
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São
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Ed.
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p.440-446.
Nov.
2001 PLANEJAMENTO
DE
ATIVIDADES
PRÁTICAS
DAS
DISCIPLINAS
DE
ODONTOLOGIA
SOCIAL
E
PREVENTIVA
1º
e
2º
período
Objetivo:
Incutir
no
aluno
a
importância
da
higiene
bucal
e
da
prevenção
das
principais
doenças
de
origem
bucal,
adequando
a
linguagem
de
acordo
com
o
público
alvo.
Ação:
desenvolvimento
de
atividades
de
caráter
pedagógico,
visando
transmitir
informação
e
promover
de
saúde
a
pessoas
de
diferentes
faixas
etárias
e
distintas
realidades
sociais,
com
atenção
especial
às
crianças
em
idade
escolar.
Desenvolvimento:
atividades
em
sala
de
aula
incluindo
aulas
expositivas,
dinâmicas
e
seminários,
entre
outras,
de
modo
a
preparar
o
aluno
para
atividades
educativas
realizadas
extra-muro,
em
escolas
parceiras
ou
outras
instituições
e
em
ações
sociais
esporádicas,
e
em
datas
previamente
programadas
e
agendadas.
3º
e
4º
período
Objetivo:
desenvolver
habilidade
motora
no
aluno
para
supervisionar
escovação
e
habilidade
social
no
manejo
com
as
populações.
Ação:
escovação
supervisionada
em
escolares
e
transmissão
de
informação
em
saúde
bucal
a
agentes
multiplicadores
(pais,
professores,
agentes
de
saúde
e
pessoas
da
comunidade).
Desenvolvimento:
atividades
quinzenais
em
escolas
parceiras.
7º
período
Objetivo:
despertar
no
aluno
a
importância
da
atuação
em
comunidades
e
programas
sociais,
como
sanitarista,
dentro
dos
princípios
preconizados
pela
Organização
Mundial
de
Saúde
(OMS)
e
seguidos
pelo
Ministério
da
Saúde
(MS)
através
de
programas
como
o
Sistema
Único
de
Saúde
(SUS)
e
subprogramas,
como
o
Programa
de
Saúde
da
Família.
Ação:
planejamento
e
execução
de
levantamento
epidemiológico
em
saúde
bucal
visando
a
elaboração
de
estratégia
de
ação
na
comunidade.
Prática
dos
conhecimentos
adquiridos
em
metodologia
de
pesquisa
(elaboração
do
projeto,
escolha
da
amostra,
testes
de
calibração),
sociologia
(manejo
de
pacientes/sujeitos
da
pesquisa),
semiologia
(diagnóstico)
e
bioestatística
(análise
dos
dados).
Desenvolvimento:
preparação
do
levantamento
epidemiológico
será
feita
através
de
aulas
expositivas.
Os
testes
de
calibração
e
os
exames
serão
feitos
na
comunidade
ribeirinha
do
baixo
rio
Madeira,
com
duração
aproximada
de
5
semanas.
A
análise
dos
dados
será
feita
pelos
alunos,
sob
devida
orientação
e
discussão
para
estratégia
de
programa
será
feita
em
sala
de
aula.
8º
período
Objetivo:
despertar
no
aluno
a
importância
da
atuação
em
comunidades
e
programas
sociais,
como
sanitarista,
dentro
dos
princípios
preconizados
pela
Organização
Mundial
de
Saúde
(OMS)
e
seguidos
pelo
Ministério
da
Saúde
(MS)
através
de
programas
como
o
Sistema
Único
de
Saúde
(SUS)
e
subprogramas,
como
o
Programa
de
Saúde
da
Família.
Ação:
Execução
da
estratégia
planejada
no
período
anterior
e
reavaliação
periódica
do
programa.
Desenvolvimento:
atividades
de
educação,
prevenção,
promoção
de
saúde
e
atendimento
clínico
da
comunidade,
dentro
do
padrão
seguido
pelo
PSF-SUS.
Avaliação
do
programa
e
discussão
de
casos
e
situações
em
aulas
teóricas.
Parcerias
Serão
parceiras
nessas
atividades
as
escolas
de
ensino
fundamental
Prof.
Maria
do
Carmo
Ribeiro
da
JOCUM,
Ministério
Eurico
Nelson,
bairro
do
Belmont
e
da
Vila
Princesa,
COBARO
(Convenção
Batista
do
Estado
de
Rondônia),
JMN
(Junta
de
Missões
Nacionais)
e
ICB5-USP
(Instituto
de
Ciências
Biomédicas
da
Universidade
de
São
Paulo).
= = = Ribeirinhos e Universitários: uma parceria que dá certo As
Faculdades
Integradas
“Aparício
Carvalho”,
FIMCA,
mostrando
mais
uma
vez
seu
comprometimento
a
sociedade,
vem
desenvolvendo
um
projeto
pioneiro
de
saúde
bucal
no
bairro
Nacional
e
na
comunidade
ribeirinha
do
bairro
Belmont,
do
município
de
Porto
Velho.
A
base
do
projeto
é
a
educação
e
promoção
de
saúde
e
a
prevenção
de
doenças
bucais,
principalmente
a
cárie
e
as
doenças
de
gengiva
e
osso,
conhecidas
como
doenças
periodontais.
De
acordo
com
a
professora
da
FIMCA
e
pesquisadora
da
USP
(Universidade
de
São
Paulo),
Roberta
Francisca
Martins
de
Castro,
a
manutenção
da
saúde
bucal
é
importante
porque
os
dentes,
além
da
função
de
mastigação
dos
alimentos,
atuam
na
fala
e
respiração
da
pessoa.
Sem
os
dentes,
há
alteração
no
posicionamento
da
língua,
provocando
alteração
na
voz,
no
modo
de
pronunciar
as
palavras
e
no
trajeto
usado
pelo
ar
durante
a
respiração.
Os
dentes
são
importantes
também
para
manter
o
formato
do
rosto
da
pessoa:
quando
há
perda
dos
dentes,
o
rosto
fica
mais
curto
e
os
lábios
mais
finos,
deixando
a
pessoa
com
um
aspecto
envelhecido.
As
dores
de
dente
e
a
perda
precoce
dos
mesmos
são
causadas
em
mais
de
90%
dos
casos
por
cárie
e
por
doença
periodontal,
que
são
doenças
provocadas
por
bactérias
mas
que
podem
ser
prevenidas
com
um
nível
razoável
de
higiene
bucal.
Ressalta-se
também
o
fato
de
que
as
mesmas
bactérias
que
causam
doenças
bucais
estão
relacionadas
a
outras
doenças,
como
gastrites,
endocardite
bacteriana
(doença
cardíaca),
alopécia
(perda
de
pelos
em
determinadas
regiões
do
corpo)
e
nascimento
de
bebês
prematuros
e
de
baixo
peso,
entre
outras.
Como
a
maior
parte
dos
hábitos
de
um
indivíduo
é
adquirida
durante
a
infância,
essa
é
a
fase
ideal
para
promover
a
incorporação
de
bons
hábitos
de
saúde.
Por
isso,
alunos
do
terceiro
período
de
Odontologia
orientam
os
professores
e
os
quase
140
alunos
de
pré-escola
a
quarta
série
do
ensino
básico
da
Escola
Municipal
de
Ensino
Fundamental
Profª.
Maria
do
Carmo
Ribeiro
em
questões
como
importância
e
técnicas
de
higiene
bucal
e
influência
da
dieta
na
ocorrência
de
doenças
bucais,
além
de
realizarem
quinzenalmente
escovação
supervisionada
nas
crianças.
A
FIMCA
doou
kits
compostos
por
uma
escova
de
dente
e
um
creme
dental
para
cada
criança.
A
escovação
supervisionada
em
escolas
é
um
método
eficaz
e
comprovado
no
controle
da
doença
cárie.
A
diretora
da
escola,
Profª
Marlene
Furtado
de
Tarabillo
e
os
professores,
motivados
pela
perspectiva
de
manutenção
da
saúde
das
crianças,
observam
a
realização
da
higiene
bucal
relas
crianças
após
o
intervalo
da
merenda.
Com
ações
parecidas
em
âmbito
municipal,
cidades
como
Piracicaba
e
Bauru
(SP)
conseguiram
reduzir
pela
metade
o
índice
de
cárie
mensurado
em
crianças
de
12
anos
e
aumentar
em
mais
de
20%
o
número
de
crianças
sem
nenhuma
lesão
de
cárie
em
menos
de
3
anos.
Espera-se
encontrar
resultados
semelhantes
nos
bairros
Nacional
e
Belmont.
E
para
avaliar
se
está
havendo
realmente
uma
melhora
no
nível
de
saúde
dessa
população
é
que
alunos
do
sétimo
período
estão
percorrendo
as
casas
dos
familiares
de
cada
um
dos
alunos
da
escola
e
fazendo
um
levantamento
sobre
as
condições
de
saúde
bucal
dessas
pessoas.
Segundo
o
Prof.
Wagner,
o
trabalho
de
campo
oferece
ao
acadêmico
a
oportunidade
de
ter
contato
com
distintos
núcleos
sócio-culturais
e
de
ter
uma
visão
mais
global
da
realidade
da
saúde
familiar
na
nossa
região,
além
de
uma
melhor
qualificação
para
atuação
no
sistema
de
saúde
pública.
Por
exemplo,
a
acadêmica
Paula,
do
sétimo
período,
relatou
que
se
conscientizou
da
importância
de
se
realizar
o
trabalho
de
prevenção
de
cárie
em
escolas
quando,
ao
notar
durante
os
exames
que
uma
menina
tinha
condição
de
saúde
bucal
mais
favorável
que
seus
irmãos,
perguntou
a
criança
porque
ela
tinha
os
dentes
mais
“limpos”
que
os
dentes
dos
irmãos
e
obteve
a
seguinte
resposta:
“porque
na
minha
escola
(Maria
do
Carmo
Ribeiro)
tem
dentista
que
ensina
a
gente
a
cuidar
dos
dentes
e
eu
aprendi,
mas
meus
irmãos
ainda
não
estudam
(...)”.
O
trabalho,
que
conta
com
apoio
técnico
da
USP,
é
desenvolvido
em
parceria
com
o
Ministério
Eurico
Nelson
da
Convenção
Batista
do
Estado
de
Rondônia,
Teen
Missions
do
Brasil
e
JOCUM
(Jovens
com
uma
missão),
entidades
que
assistem
essa
população
e
nos
disponibilizaram
estrutura
física
(auditório,
barco,
laboratório
e
consultório
odontológico)
e
pessoal
para
auxiliar
a
realização
do
projeto.
O
coordenador
do
Ministério
Eurico
Nelson
e
vice-diretor
da
escola,
Sr.
Nilto
Corrêa
Cavalheiro
acompanha,
juntamente
com
os
professores
Wagner
e
Roberta,
da
FIMCA,
as
visitas
aos
familiares
das
crianças.
A
coordenação
de
odontologia
da
FIMCA
aprova
e
elogia
o
trabalho
por
que,
em
referência
às
palavras
da
coordenadora
Profª.
Drª.
Andressa
Carvalho
Cezar,
ele
traz
grande
benefício
ao
oferecer
ao
acadêmico
uma
formação
integral
e
mais
socialmente
inserida,
mas
funciona
também
como
uma
resposta
da
faculdade
à
nossa
sociedade.
PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
CONTINUADA
2005
(JOCUM) Objetivo
Geral: Cadastramento das comunidades
ribeirinhas
do
Baixo
Madeira:
Maravilha;
Niterói;
Remanso
grande;
Belmont;
Amparo*.
Objetivos
Específicos:
§
Cadastrar
a
população
alvo
(
residentes
de
Niterói,
Maravilha,
Belmont,
Amparo
e
Remanso
Grande) para a assistência de saúde a ser realizada
durante
a
Extensão
Universitária. ·
Levantar dados sobre as doenças mais freqüentes ·
Conhecer
um
pouco
da
realidade
sociocultural
das
comunidades
ribeirinhas
desta
região
(
Rio
Madeira) Metodologia: A metodologia utilizada
foi
o
método
quantitativo
de
entrevista
Uso de questionário com
abordagem
direta
de
casa
em
casa
e
um
posto
fixo
as
margens
do
Rio
Madeira. Obs
:
Devido
a
geografia
e
a
falta
de
transporte
adequado
não
foi
possível
cadastrar
a
comunidade
de
Amparo
neste
período.
Cadastramento
agendado
para
a
próxima
terça
feira
21/12/2004. Período: 15 a 18/12/2004 Cronograma: 15/12- Cadastramento
da
população
ribeirinha(
Maravilha,
Niterói
e
Belmont); 16/12 –Cadastramento
da
comunidade
de
Belmont; 17/12-Cadastramento
das
comunidades
de
Maravilha,
Niterói,
Remanso
Grande
e
Belmont;
18/12 – Coleta de dados, e relatório parcial .
Equipe:ICB5, USP e JOCUM: JOCUMJorge Dias Sergio Rosa Cleonice Barbosa da Silva Alessandra de oliveira Lívia Sandra Barbosa de mores Ana Catariana Ananias Aníbal Júnior Alunos
de
Enfermagem Adriana de Lourdes Loures Albenizia Santos Rodrigues Mota Márcio Gil Moisés Monteiro Natália Diniz das Silva Ronaldo Vital Meneses Apoio: Universidade
de
São
Paulo JOCUM Número de
cadastramento
Maravilha
=
26
Famílias
109
Pessoas Niterói =
20
Famílias
98 Pessoas Remanso Grande
=
08
Famílias
40
Pessoas
Belmont =
114
Famílias
437
Pessoas
Total Parcial
=
168
Famílias
683 Pessoas PLANILHA COM DADOS DO PROJETO VER : www.uniaonet.com/niltobelmontxls.htm Participe! Envie-nos seu comentário : iceuniao@uol.com.br - www.uniaonet.com |