www.uniaonet.com/amsbspluiziania.htm
SÃO PAULO - Cidades

LUIZIÂNIA .
www.uniaonet.com/bnovas.htm _ PÁGINAS SOLTAS 25
LUIZIÂNIA 2
Uma Viagem Sem Igual
Viajar com o coração pesado, triste, e fazer uma tarefa missionária, não é coisa fácil.
Mas às vezes temos que passar por lutas assim.
Foi o que me aconteceu nesses primeiros dias do mês de abril de 2004: o Senhor me convocou para proclamar a Sua Palavra na cidade de Luiziânia, terra de gente boa e fraterna, terra onde o meu amigo Pastor Dionísio Antunes Pereira serve ao Senhor.
Saí no sábado, dia 03, às dez e meia da manhã. Passara a noite em claro, cochilando um pouquinho aqui e ali. Nas lides pastorais somos chamados a servir ao Senhor com lágrimas também.
Às vezes não entendemos o PORQUÊ das situações. Mas, quando isso acontece, devemos procurar saber o PARA QUÊ das mesmas. Deus sempre tem um propósito para cada coisa na vida do crente.
Isso também vale para uma igreja, mormente para a Igreja Batista Boas Novas de Osasco.
Saí "levando a galope, riscando de espora e chicote" o meu velho carro missionário, um ASTRA 95.
Esse carro é um precioso instrumento nas mãos do Senhor!
Às vezes paro para pensar: em quantos lugares ele já me levou para servir a Deus!
Em três anos de posse, já rodei 110 mil quilômetros com ele!
Pouca manutenção (só pela graça, porque o desgaste das peças é natural), bom desempenho, dificilmente me deixa na mão.
Lá fomos nós, dois companheiros, dois amigos confidentes.
Eu, o meu ASTRA, o meu velho e robusto toca-fitas, e Jesus no coração.
O dia estava belo e resolvi apertar o compasso.
Saí de São Paulo pela Castello Branco, e fui rumando a Alta Paulista. Araçariguama, Sorocaba, Boituva, Tatuí, Bofete, Pardinho, e, então, tomei a estrada vicinal para Botucatu.
De Botucatu (220 quilômetros distante), segui pela Marechal Rondon.
Mas aos 300 quilômetros eu já estava pescando, com sono. Para evitar um acidente, parei num posto e tomei um gostoso pingado com coxinha (café com leite).
Refeito do sono, toquei o burro: lá vamos nós de novo.
Lençóis Paulista, Agudos, Bauru, Pirajuí, Guarantâ, Cafelândia, Lins, Promissão, e, enfim, a entrada de Penápolis.
Alí peguei outra rodovia secundária, rumo à Noroeste: Alto Alegre, Jatobá, Luiziânia.
Quinhentos e vinte quilômetros em cinco horas e meia!
O meu amigo Pastor Dionísio já me esperava, juntamente com sua esposa Valéria e suas filhinhas Vivi e Denise.
Que maravilha!
Acomodei-me no quarto das meninas, que foram fazer acampamento em outro quarto.
Depois de boas conversas, bom café e bom banho, fomos todos à Casa do Senhor.
O templo da igreja é lindo, conforme já mostrei em mensagem do ano passado.
O calor foi perceptível: para quem sai da capital paulista, com seus 18 a 20 graus, e chega numa terra onde os termômetros marcam 40 graus às 5 da tarde, realmente sente UM POUCO de calor.
E eu, de terno, gravata, paletó, suava feito um copo de água gelada...
Aos poucos a igreja foi enchendo. Enchendo, enchendo, enchendo...
Meu Deus, quanta gente!
Gente de Braúna, Jatobá, Alto Alegre, Glicério, Lins, Promissão, Penápolis, gente de toda a região, convidada para o aniversário da igreja.
O Conjunto LOUVOR PRESENTE, da Igreja Batista de Promissão, estava presente, para abrilhantar a noite. Uns oito ou nove pastores batistas, e um pastor da Assembléia de Deus do Ministério de Madureira. Duzentas e treze pessoas - a capacidade do templo.
O culto foi magnífico, inesquecível.
O Prefeito da cidade, irmão Nivaldo, estava presente (ele é membro da igreja), bem como o médico da região, Dr. Enéias Soler (também membro da igreja).
Eu disse ao Dionísio: "Deus te abençoe, meu irmão! Você pastoreia a elite da cidade!" Ele respondeu: "Que Deus me ajude!".
O povo sorria, cantava, orava, louvava, enfim, todos estavam felizes.
Preguei sobre A RAPOSA, O FUNERAL E O ARADO.
Enquanto eu pregava, o computador do gabinete gravava a mensagem. Que luxo!
E, durante o louvor do conjunto (é um conjunto masculino), um senhor de cabelos grisalhos cutucou o meu ombro, dizendo: "Pastor Wagner, lembra de mim?"
Eu ouvi a voz, percebi um som conhecido e, ao virar-me, contemplei, no rosto daquele irmão um amigo que não via há mais de 20 anos! Sim, era o Irmão Tonhão!
Êta, irmão Tonhão!
Ambos somos "filhos na fé" do Pastor Timofei Diacov, pastor da Igreja Batista de Guarantâ (o Pr. Timofei que nos evangelizou).
Eu, aos quatorze anos, hospedava-me na casa dele, quando de visita a Lins. Ele enviuvou-se, casou-se recentemente e formou uma linda família.
Como eu me emocionei!
O bebê que eu segurara no colo, o seu filho, agora era um dos homens que cantava no conjunto! Bendito seja Deus! Ou como diz o caboclo, BENZADEUS! Depois do culto fomos à casa do pastor, que fica muito distante do templo (uns 100 metros...). Tomamos um lanche delicioso, de pão com carne, bolos, salgados e, para regar tudo isso, a preciosa e maravilhosa TUBAÍNA!!!
Tubaína Estrela é a tubaína da região.
O conjunto foi embora e ficamos nós, juntos com o Dr. Enéias e o Irmão Marcos, proseando até tarde.
Manhã de domingo.
Não dormi bem, não por desconforto físico, mas pelas notícias que colhi pelo telefone, da amada Boas Novas.
Porém, em tudo dei graças.
Fomos à igreja. Desta feita, preguei sobre A PARÁBOLA DA LARANJEIRA.
E, mais uma vez, depois do culto, o meu apelido foi PASTOR LARANJA.
Assisti à aula da Escola Bíblica Dominical com os adultos, e tive o privilégio de ouvir o Dr. Enéias ensinar.
Que aula preciosa, clara, rica, substanciosa!
Confesso que há muito tempo eu não me sentia tão edificado e abençoado!
Escutei um barulho forte, logo na saída da igreja.
Olhei para o alto, não eram trovoadas.
Olhei para a rua, não era o trânsito (não há semáforos na cidade!).
Olhei para baixo e verifiquei: era a minha barriga, avisando que precisava de um pouco de atenção!
Fui convidado para um almoço especial, o tradicional "JUNTA PANELAS".
Fomos, a família do Pastor Dionísio e a família de um pastor visitante (pastor da Igreja Batista de Braúna) para a casa do irmão Marcos, que possui uma família lindíssima e reside num paraíso na Terra.
Um sítio muito bem montado, com cabritos, gado, e muita mandioca!
Sim, ele está plantando mandioca para industrialização, e está com um campo imenso, muito bem cuidado.
Eu chamei o sítio de FAZENDA.
O tamanho equivale a 32 quarteirões, um bairro inteiro!
Há um outro, mais para baixo, onde ele fará um açude e plantará mais mandioca.
Deu-nos uma aula sobre o cultivo da planta e suas 132 aplicações diferentes!
Enfim, fomos à mesa. Que mesa! Salada rural, macarrão-parafuso, bife, carne à milanesa, feijão, arroz, era tanta coisa! Ah, eu comi! Mas teve quem comeu mais! Estávamos numas vinte pessoas, e havia fartura! Bendito seja Deus por essa bênção! À tarde, retornando à casa pastoral, tentei descansar um pouco (em vão, devido aos motivos já apresentados), e acabei despertando na hora dos pênaltis da semifinal do Campeonato Paulista de Futebol (Palmeiras e Paulista? Acho que esse era o jogo... Não acompanho futebol).
Terminado o show tomei o banho tão abençoado e coloquei o meu último terno. Lá fomos nós à Casa do Senhor. Casa cheia também.
A Assembléia de Deus do Ministério Belém, da cidade, parece ter liberado a membresia para participar do culto.
Tínhamos umas quarenta pessoas de lá, incluindo o presbítero vice-presidente! Muitos visitantes, e duas coisas especiais: apresentação de um bebê de 20 dias e 4 batismos, incluindo o batismo da filhinha do pastor, a Vivi. Que festa!
O culto foi maravilhoso, inesquecível! Boas músicas, calor humano, alegria, orações fervorosas, expressões de gratidão!
Preguei sobre XEQUE-MATE, e exultei com a bênção dos céus.
Por fim, a multidão não queria ir embora, de tão bom que estava na igreja.
O calor era medonho, mas a gente nem ligava.
Mas o Irmão Jaime (zelador) precisava fechar o templo e lá fomos nós, pra casa do pastor.
O Dr. Enéias foi buscar o seu berrante e veio tocar maviosamente.
Ele conhece toques especiais, como o de abrir porteiras e o de juntar a boiada. Tenho que aprender.
Quem sabe tocar na igreja em algum hino, ou para ajuntamento? (acho que não é boa idéia...)
Segunda-feira pela manhã.
Um belíssimo sol de verão nos céus do oeste paulista. Saímos para comprar pão.
No caminho, muitas senhoras nas janelas a saudar o pastor.
Nos comércios, outras tantas saudações. "São ovelhas suas, Pastor Dionísio?"
"Pela graça de Deus, Pastor Wagner".
Fomos observando também algumas casas populares muito bonitas e bem construídas, e as benfeitorias da cidade.
O Pastor Dionísio contou-me que são obras da gestão do Prefeito Irmão Nivaldo.
Chegamos à padaria. A irmã nos atendeu com grande amor.
Eu disse: "Dionísio, aqui o médico é sua ovelha, o prefeito, o padeiro, o dono da papelaria, o cortador de cana, o fazendeiro, que bênção!
Que o Senhor faça de você uma bênção e que o orgulho nunca tome conta do seu coração!"
Chegamos à prefeitura. O Irmão Nivaldo nos recebeu com o mesmo carinho, o mesmo afeto, o mesmo tratamento fraterno, de quando estávamos na igreja.
Alí estávamos porque, à noite, no final do culto, ele perguntara: "Pastor, a que horas o irmão pretende voltar para São Paulo?" "Depois do almoço, irmão".
Então ele me disse: "Por favor, vá até o meu gabinete, orar pela minha vida e pela vida de nossa cidade".
Como rejeitar um pedido desses? Por isso lá estávamos.
Tomamos um gostoso café rural, vimos antigos cartazes, que mostravam o projeto arrojado que o arquiteto e engenheiro tivera para o local antes da Segunda Guerra Mundial, observamos fotos das benfeitorias até então realizadas, e o prefeito contou-nos muitas experiências nesses três mandatos à frente do governo da cidade.
Há coisas que ele faz em Luiziânia, que são inimagináveis em cidades grandes, coisas que os dignificam como crentes, como cidadãos e como governantes!
Louvei a Deus por tantas bênçãos.
Li para ele Josué 1,1-8 e orei.
Ganhei de presente um pote de tomates secos, feitos por pessoas empregadas para esse fim, na cidade.
A cidade já está produzindo até tomates secos! Confesso ter saído dali impressionado!
Mas era preciso ir embora. Era bom estar alí, como aos discípulos de Cristo estarem no Monte da Transfiguração.
Mas eu precisava descer ao meu vale, à Boas Novas de Osasco, e não poderia demorar-me.
Antes de ir, porém, ganhei seis litros de leite de vaca pura, isto é, leite puro de vaca, congelado.
Que presentão!
Na cidade grande nós tomamos chá de leite, se compararmos com o leite da roça. O Pastor Dionísio pediu para que eu lhe desse conselhos e orientações antes de partir. Ele mantém um respeito muito grande pela minha pessoa, devido a ter sido meu seminarista na Boas Novas do Jardim Brasil e ordenado durante o meu ministério.
Compartilhei com ele alguns textos da Palavra de Deus e OS TRÊS CONSELHOS, aquela bonita fábula, tão conhecida na internet.
Depois disso, orei com a família.
Carro ligado, bagagem guardada, restava apenas dizer adeus.
"Se não nos vermos mais na Terra, com a graça do Senhor, ver-nos-emos no Céu, para onde iremos, depois de toda a jornada".
Saí da garagem feliz e triste.
Feliz, por ter tido um final de semana maravilhoso, mas triste, porque nos separamos.
Mas é a vida. E mais uma viagem. E lá fui eu, rumo a São Paulo, pelos estradões paulistas. Eu, o Astra, o toca-fitas, e o Senhor Jesus no coração...
Wagner Antonio de Araújo
bnovas@uol.com.br
ABR 2004 .

Participe! Envie-nos seu comentário : iceuniao@uol.com.br - www.uniaonet.com .