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PARÁ - CIDADES

JURUTI VELHO .

Boletim Informativo FÓRUM ON LINE _ é uma publicação da Secretaria Executiva do Fórum Carajás.
“Articulação de entidades do Maranhão, Pará e Tocantins, na área de influência da Estrada de Ferro Carajás, que acompanha os impactos sociais e ambientais dos grandes projetos e propõe alternativas"
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1 - Opinião : A Propósito de Juruti Velho
2 - Informe Especial 1 : Carta de São Luís
3 - Informe Especial 2 : Xingu
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A PROPÓSITO DE JURUTI VELHO
Falemos sobre Juruti Velho. Que as pessoas passem a conhecer Juruti Velho. Que perguntem sobre Juruti Velho. O povo de lá vem se perguntando sobre seu destino: “Nós da região podemos e devemos contentar-nos com isso?”. E esta pergunta, tal como foi feita, não ficou e nem fica restrita a Juruti Velho. Ela vai se infiltrando pela cabeça das pessoas; Juruti Velho deixou de ser, apenas, estado do Pará, para estar em vários lugares que responderam e que vem respondendo ao seu chamado, ao seu clamor.
 Pois sim, Juruti Velho fica no município de Juruti, estado do Pará, região do Baixo Amazonas. Ele está presente na Enciclopédia Amazônica por ter um dos mais belos lagos da Amazônia. Assim, desconhecido para a grande maioria da população, a não ser que você tenha a enciclopédia em sua casa, Juruti Velho e o lago de Juruti Velho vêm sendo cobiçados por grandes interesses econômicos nacionais e internacionais.
Um desses muitos interesses tem a ver com a mineração da bauxita, que é de interesse da Alcoa, empresa norte-americana de alumínio. Desde 2001, vêm sendo feitas pesquisas que confirmaram a presença de bauxita na região próxima do lago de Juruti Velho. Outras áreas, já na proximidade com Santarém, vêm sendo pesquisadas.
Para a Alcoa, cerca de cinqüenta mil hectares, da área de Juruti Velho, lhe pertencem. Desse total, a metade está prevista para a extração de bauxita. Serão desmatados 8 mil hectares na lavra do primeiro platô.
Voltamos a pergunta inicial. Ela foi feita pelos movimentos sociais e ela, em parte, foi direcionada à Alcoa. O município de Juruti apresenta uma população de 30.000 habitantes com cerca de 6.600 ao redor do lago de Juruti. Essa população sobrevive da agricultura familiar, da caça e da pesca. Um projeto como o da Alcoa que se julgaria benéfico para uma população tão carente pode justamente ser o contrário.
A carta-clamor, produzida e enviada pelos movimentos sociais, deixa bem claro as preocupações com relação a um projeto como esse: “Receamos que toda área vire um deserto depois do desmatamento. Os resíduos da lavagem da bauxita e uma futura refinaria de bauxita na região causarão a contaminação do lago, da água do subsolo e do ar...”. Tais preocupações se espelham em projetos de mineração e de beneficiamento de bauxita que se estabeleceram em várias regiões da Amazônia como os são a Mineração Rio Norte, em Oriximiná/PA, e Alumar, São Luís/MA.
Segundo alguns dados obtidos, a mina de bauxita de Juruti possui 350 milhões de toneladas e uma unidade de produção de alumina produzirá 2 milhões de toneladas por ano. Para garantir essa refinaria, a Alcoa pretende investir na construção da UHE de Belo Monte no rio Xingu.
 Mayron Régis, jornalista 

Boletim Informativo Fórum On Line - ANO 03 Nº 18
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