DICIONÁRIO TEOLÓGICO BRASILEIRO- LÁZARO
SOARES DE ASSIS
Dicionário de Bolso, compilado
para responder às perguntas mais freqüentes de alunos e membros de EBD sobre TEOLOGIA
LÁZARO SOARES DE ASSIS
Doutor em Teologia, em Ciências da Religião,
em
Filosofia da Religião e em Divindade.
Direitos Reservados, na forma da
Lei.
Dr. LÁZARO SOARES DE ASSIS,
ThD, PhD, DD
Rua Orlandina Sathler, 58 - Centro
36985-000 - CHALÉ/MG
Telefones.:
{(33)3345-1308 e 3345-1520} Atual: 31-3826-6042
E-mail: prlazaro@terra.com.br ou geralgjs@terra.com.br
Citações desta obra
poderão ser livremente utilizadas, desde que mencionada a fonte.
ABREVIATURAS E SIGLAS:
a.C. - antes de Cristo
ARA - Bíblia Sagrada, Edição
Almeida Revista e Atualizada
ARC - Bíblia Sagrada, Edição
Almeida Revista e Corrigida
AT - Antigo Testamento
BEP - Bíblia de Estudo
Pentecostal
BLH - Bíblia na Linguagem de Hoje
cf. - confere, confronte (do
lat. conferre)
d.C. - depois de Cristo
e.g. - por exemplo (lat. exempli gratia)
gr. - grego
heb. - hebraico
JPS
- Jewish Publication Society Old Testament
lat.
- latim
NKJV
- New King James Version
NT - Novo Testamento
RV - Versão Reina-Valera
(Espanhol)
As palavras que aparecem
repetidas entre parêntesis, correspondem à pronúncia correta do respectivo
vocábulo.
APRESENTAÇÃO
A presente obra é, por
assim dizer, uma extensão ou continuação de nosso trabalho anterior, Dicionário Bíblico de Bolso.
Diferentemente da obra
anterior, o presente trabalho se propõe a ser um instrumento de pesquisa para
aqueles que se interessam pela Teologia, mas que em virtude de fatores os mais
variados, não têm acesso a grandes Dicionários ou a
conceituadas Enciclopédias, que às vezes, custam caro.
De forma muito especial o salmista,
expressando-se acerca do homem "bem aventurado", diz, que ele não
apenas foge de circunstâncias que desagradam a Deus, mas também "...na Lei de
Jeová está sua delícia, e em Sua Lei medita de dia e de noite." (Sl 1:2,
na RV).
Este Dicionário, portanto, pretende ser
instrumento de Deus para você possa deliciar-se, deleitar-se cada vez em
conhecer e em prosseguir em conhecer o Senhor (cf. Os 6:3).
Nossa oração e o desejo
sincero de nosso coração, é que o Senhor da Igreja possa tornar este pequeno
Dicionário um grande veículo para abençoar sua vida no
conhecimentos de Sua vontade. Que Ele, em Cristo, lhe abençoe!
Seu
irmão e amigo,
Rev. Lázaro Soares de Assis
lsassis@aol.com.br
PREFÁCIO
Demóstenes dizia muito
bem, quando afirmava que conhecimento começa com definição. Todo professor,
todo aquele que ensina ou todo aquele que estuda precisa se lembrar disto e ter
cuidado para definir bem as Doutrinas. A Bíblia abunda em grandes palavras de
tremenda importância e nós devemos exercitar muito cuidado
definindo estas palavras.
Por mais desagradável
que possa ser, precisamos reconhecer que, infelizmente, nossa
Igrejas estão cheias de líderes sem nenhum conhecimento
bíblico-teológico. Muitas vezes, são Igrejas pequenas. Mas, nem sempre. Algumas
vezes, são líderes de grandes rebanhos, pessoas investidas no ministério de
"pastor" (poimen),
ou seja, provedores de pasto, quando eles mesmos estão morrendo de inanição,
morrendo de fome, ou, pelo menos, evidenciando desnutrição bíblico-teológica.
Este livro, não se
propõe a ser um "mantra", uma palavra mágica para solucionar tal
problema. Na realidade, este livro é um desafio para que "conheçamos e
prossigamos em conhecer o Senhor..." (Os 6:3). É também um eco ao apelo de
Paulo à Timóteo (2Tm 2:15): "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que
se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade".
Que
Deus, em Cristo abençoe sua vida e que você aceite o desafio!
Chalé(MG), outubro de 2001.
Rev. Lázaro Soares de Assis
lsassis@aol.com.br
ABENÇOAR - Este termo vem do verbo
grego eulogeo,
cujo significado básico é dar prosperidade e bondade, tendo Deus como Fonte
destas graças. Portanto, quando Deus abençoa, os abençoados são contemplados
pelo favor divino (cf. Gn 24:48). Quando alguém é contemplado pela bênção do
Senhor, diz-se que esta pessoa é makarios, que pode significar
simplesmente "feliz", mas que segundo a opinião de alguns eruditos de
renome, na verdade é um superlativo: "felicíssimo"! Quanto à bênção
de Deus, ainda vale lembrar aquelas maravilhosas palavras: "A bênção do
Senhor é que enriquece; e Ele não a faz seguir de dor alguma."
(Pv 10:22). Finalmente, é preciso ressaltar que a bênção do Senhor é
resultado de nossa fidelidade: "Vede que hoje eu ponho diante de vós a
bênção e a maldição: a bênção, se obedecerdes aos mandamentos do Senhor vosso
Deus, que eu hoje vos ordeno" (Dt 11:26,27).
ABLUÇÃO - Na religião judaica
havia quatro tipos diferentes de lavagem cerimonial: 1) a lavagem das mãos, não
explicitadamante requerida no A.T., embora inferida com base em Lv 15:11, que
nos dias do N.T. tornara-se prática generalizada e séria (Mc 7:6; Mt 15:2); uma
outra prática similar era a lavagem dos pés (cf. Jo 13:5); 2) a lavagem dos pés
e das mãos, em preparação para o serviço sacerdotal (Êx 30:19; 40:31),
lembrando que o Tabernáculo e mais tarde, o Templo tinham uma bacia para esse
fim; 3) a imersão do corpo, a fim de participar apropriadamente do serviço do
Senhor (Lv 8:6; 16:24); e 4) a lavagem de vasos, casas, vestes e outros itens
usados para propósitos religiosos (Êx 19:14; Lv 14:52; 15:6-8; Mc 7:4).
ABRAÃO, SEIO DE -
Termo metafórico usado para referir-se ao Céu. Nos tempos bíblicos, existia o
costume das pessoas se reclinarem em sofás para as refeições, ficando próximas
umas das outras. Estar no "seio de Abraão" é exatamente uma metáfora
tomada deste costume. Ela significa, então "tomar parte no banquete
celestial" (Lc
16.22-23).
ACESSO - Inicialmente, podemos definir
acesso como permissão ou liberdade de chegar perto e comunicar-se com
alguém (cf. Ef 2:18). Ao analisarmos o
vocábulo grego que ocorre no texto de Ef 2:18, prosagoge, certamente nosso entendimento do termo
se amplia. Este substantivo possui vários significados, dentre os quais podemos
destacar: "acesso", "aproximação", "relação através da
qual somos aceitáveis diante de Deus e temos garantia de que Ele nos é
favorável". Deriva-se do verbo prosago, que significa "conduzir",
"trazer", "abrir um acesso para Deus",
"aproximação".
ADIVINHAÇÃO -
O termo hebraico mais comum é qasam. Na Bíblia, este termo é
empregado para designar toda e qualquer forma de magia que se proponha a
predizer o futuro e aconselhar quanto a ele (2Rs 17:17), prática
terminantemente proibida ao povo de Israel, qualquer que fosse sua modalidade (Lv 19:26,31). Na
língua grega, o termo mais comum para adivinhação é manteia, cujos
sentidos básicos são: "adivinhação" e "predição". É com manteia, em sua forma
aportuguesada, mancia, que se
formaram os vocábulos que designam a maioria das formas de adivinhação, tais
como: cartomancia, rabdomancia, hidromancia,
hepatomancia, etc. Neste Dicionário, você encontrará verbetes com algumas
formas de adivinhação que estão relacionadas com a Bíblia: Astrologia,
Bibliomancia, Feitiçaria, Necromancia e Rabdomancia.
ADOÇÃO - Costuma-se definir Adoção como
o ato de tornar legalmente filho aquele que não é filho por natureza. Pela
adoção Deus aceita como membros da Sua família os pecadores que se voltam para
Ele com arrependimento e fé
(Rm 8:15-18; Gl 3:26-28; 4:5). O termo Adoção vem do grego huiothesia, cuja gama
de significações é muitíssimo vasta, como por exemplo:
"adoção", "adoção de crianças", "adoção de
filhos", " adoção como filhos"; por extensão, também denota a
"natureza e condição dos verdadeiros discípulos de Cristo, que recebendo o
Espírito de Deus em suas vidas, se tornam filhos de Deus".
ADOPCIONISMO - Nome de uma heresia baseada em
interpretações errôneas de textos como Rm 1:4; Hb 2:10 e Hb 5:8,9,
entre outros. Em síntese, esta doutrina herética afirma que Jesus não nasceu
Filho de Deus, mas que em determinado momento na Sua vida, Ele se tornou
Filho de Deus, isto é, teria sido "adotado" como Filho. Segundo
alguns que defendem essa heresia, essa
"adoção" ter-se-ia dado por ocasião do Batismo de Jesus.
Outras correntes dentro dessa heresia, afirmam que essa
"adoção" não ocorreu, enquanto Jesus não ressuscitou. Essa
doutrina herética, foi radicalmente combatida
no Concílio de Nicéia (325 d.C.).
ADORAÇÃO -
Nas páginas das Escrituras Sagradas, o termo Adoração pode significar:
"culto", "honra", "reverência" e
"homenagem" prestados a poderes superiores, sejam seres humanos,
anjos ou Deus (cf.
Sl 96:9). Como a Bíblia é um descortinamento progressivo da Revelação, ela nos
revela quatro etapas de desenvolvimento da adoração a Deus: 1) os Patriarcas
adoravam, construindo altares e oferecendo sacrifícios (Gn 12:7-8; 13:4); 2) posteriormente,
veio a adoração no Tabernáculo e mais tarde no Templo, com um sistema completo
de Sacrifícios; 3) a adoração nas Sinagogas, que teve início durante o
Cativeiro; e 4) a adoração cristã, que inclui a pregação (At 20:7), leitura das
Escrituras (1Tm 4:13), oração (1Tm 2:8), louvor (Ef 5:19) e ofertas (1Co 16:1-2), além de
Batismos (At 2:37-41) e da Ceia do
Senhor (1Co 11:23-29).
ADULTÉRIO -
Termo que designa uma relação sexual que um homem casado tem com uma mulher que
não é sua esposa ou vice-versa (cf. Jr 23:10; Jo 8:3). No texto de Jo
8:3, aparece o substantivo grego moicheia, cujo significado básico é
"adultério". Sua origem é o verbo grego moicheuo, "cometer adultério",
"ser um adúltero", "cometer adultério com", "ter
relacionamento ilícito com outra pessoa que não seja o esposo ou a
esposa". Num sentido metafórico, a idolatria era chamada de
"adultério" (cf. Jr 3:8; Ez 23:37).
ÁGAPE - Vocábulo de origem grega, agape, cujos significados principais são:
"amor", "caridade"; deriva-se do verbo agapao. Este termo,
ágape, era usado para denotar o "banquete de caridade", ou
"festa de amor fraternal", ou ainda, "banquete entre
amados". Seja qual for o significado escolhido, este termo denotava de
fato aquela reunião de fraternidade e amor cristão, que comumente
era encerrada com a celebração da Ceia do Senhor (1Co 11:20-34; 2Pe 2:13; Jd
1:12).
AGNOSTICISMO - Termo que designa uma das formas de negação
da existência de Deus. A palavra Agnosticismo, é de origem grega, a, "não" e gnosis,
"conhecimento". Ou seja, "não saber". O Agnosticismo
crê que nem a criação, e nem mesmo os alegados fatos quanto à existência
de Deus podem fazê-lO conhecido. O adepto do
Agnosticismo diz crer unicamente no que pode ver e tocar. Assim, todas as
demais coisas, incluindo a fé em Deus são relativas. Isto é, o homem não
pode saber qualquer coisa sobre Deus, haja vista que as
alegadas provas de Sua existência estão fora do
domínio das coisas materiais.
AGRICULTURA - Termo designativo do cultivo do
campo. É mencionada na Bíblia pela primeira vez em Gn 4:2, onde se diz que Caim
foi "lavrador da terra"; no heb. "lavrador"
é 'abad.
Na Palestina eram cultivados cereais, além de figueiras, oliveiras e vinhas.
Para não desgastar o solo, observava-se o "Ano Sabático" (o ano de
descanso da Terra). Na preparação do solo usava-se o arado. A colheita dos
cereais era feita com foices, e o produto era amarrado em feixes. Depois, os
cereais eram trilhados (isto é, debulhados, cf. Is 28:27) e padejados (ou seja,
separados os grãos da palha, depois de debulhados, jogando-os no ar com pás; os
grãos do cereal caíam na eira e o vento espalhava a palha ,
cf. Is 41:16). Em seguida, os grãos eram recolhidos em celeiros.
ÁGUA - Termo que ocorre 299 vezes na
Bíblia, versão ARC e 278 na ARA. No hebraico, é mayim; no grego, hidros. Ambos os
termos significam "água", "águas"; designa
"água", num sentido genérico: de rios, fontes, piscinas, do dilúvio,
ondas do mar, etc. Nas páginas das Escrituras Sagradas, a água é vista como
líquido essencial à vida; assim, em virtude da escassez de água na Palestina, a
água é extremamente valorizada. Para ter água, muitas vezes o povo dependia de
rios. Alguns destes, eram meros ribeiros de duração temporária, chamados wadys; também se
utilizavam fontes, poços e cisternas (Is 35:6). Metaforicamente, a água é usada
na Bíblia para simbolizar uma imensa gama de coisas: 1) Deus: "Manancial de Águas Vivas"
(Jr 2:13; 17:13); 2) Cristo:
"Água da Vida" (Jo 7:37-39); 3) fidelidade
conjugal: "água da própria cisterna" (Pv 5:15); 4) algo passageiro: "água corrente"
(Jó 11:16); 5) algo que não volta mais:
"água derramada e não recolhida" (2Sm 14:14); 6) um inimigo poderoso que está se aproximando:
"torrentes transbordantes" (Jr 47:2; e 7) um perigo iminente: "águas que me
rodeiam" (Sl 88:17).
ALELUIA - Na
língua hebraica, o termo é hallal, cujo significado é
"louvor". Portanto, hallel, termo
também hebraico, significa "louvai" e Yah, forma
abreviada do nome próprio de Deus, Yahweh. Ou seja,
aleluia,
significa "louvai a Yah(weh)". Na verdade, o
termo aleluia é um
convite ao eterno louvor à Deus. No grego, o termo foi
vertido como allelouia, que significa
"louvar", "celebrar", "elogiar",
"enaltecer", "magnificar", entre outros. A palavra aleluia fazia
parte da liturgia do Templo (cf. Sl 106; 11-113; 135; 145-150), desde seus
primórdios, e como aclamação de louvor foi adotado no NT (cf. Ap 19:1-6) e é
utilizado pela Igreja Cristã.
ALIANÇA -
Termo que ocorre no grego, diatheke,
"pacto", "aliança", "concerto". Trata-se de um
acordo que Deus, por causa do Seu amor (Dt 7:8-9), fez com o Seu Povo. Essa
Aliança (ou trato, contrato, pacto - termos usados na ARC), consiste no
seguinte: o Eterno, o Deus Todo-Poderoso, cumprindo Sua
promessa aos Patriarcas (cf. Gn 17:1-8; 28:13-15), era o Deus de Israel,
e, conseqüentemente, Israel era o Povo de Deus (Êx 6:7; 19:4-6). Deus abençoava
o povo, e este, por sua vez, lhE obedecia (Dt 7:7-11).
Em cumprimento à palavra profética (cf Jr 31:31-34), Deus estabeleceu uma Nova
Aliança (ou Novo Testamento), que foi confirmada ou selada pela morte de Cristo
(Mc 14:24; Hb 8:6-13; 9:16-22). O povo de Deus é perdoado dos seus pecados (cf.
Rm 11:26,27), recebe bênçãos eternas (cf. Hb 9:15),
vive uma vida de dedicação a Ele e vive a Seu serviço (cf. 2Co 3:6; Hb
10:19-25). O termo diatheke,
ainda pode significar um contrato feito por autoridades de uma ou mais nações
ou cidades-estado, acertando condições de paz, ajuda mútua, comércio, etc.,
(1Sm 11:1), ou ainda um trato feito entre pessoas (cf. 2Sm 3:12).
ALMA - No hebraico, nephesh, no grego psuche, ambos os
termos significando "alma", ou seja, a parte não-material e imortal
do ser humano (Mt
10:28), sede da consciência própria, da razão, dos sentimentos e das
emoções (Gn 42:21). Os dicotomistas
entendem que o ser humano é corpo e alma, sendo espírito sinônimo de alma. Os
tricotomistas acreditam que o ser humano é corpo, alma e espírito (cf. Lc 1:46,47; 1Ts 5:23). "Alma vivente" quer dizer
"ser vivo" (Gn
2:7). Na Bíblia muitas vezes a palavra "alma" é empregada em lugar do
pronome pessoal: "Livra a minha alma da espada" quer dizer
"salva-me da espada" (Sl 22:20, na BLH). Outras vezes "alma"
quer dizer "pessoa"
(Nm 9:13). A
filosofia grega dedicou muita atenção ao problema da alma, conseguindo com isto exercer
grande influência na Teologia e no pensamento cristão. Platão, por exemplo,
cria na existência e transmigração da alma. A alma é uma entidade espiritual,
incorpórea, que pode
existir dentro do corpo ou fora dele. A
alma é um espírito que habita um corpo, ou nele tem estado, como
as almas dos que tinham sido mortos por causa da Palavra de Deus e pelo testemunho
de Jesus Cristo (Ap 6:9). Desde os primórdios da História do Cristianismo,
tem havido duas idéias acerca da alma, e conseqüentemente, a respeito
da natureza do homem e dos animais. São elas, a
interpretação tricotomista e a interpretação dicotomista. Para maiores esclarecimentos veja os verbetes
"dicotomia" e "tricotomia. De forma generalizada, os escritores
bíblicos, de forma especial
os do AT, não fazem distinção
precisa entre psiche
(alma animal, que é a parte inferior do ser
humano) e pneuma (espírito ou alma racional, parte
superior do homem). Por
isso é comum o uso de ambos os vocábulos como designando a mesma coisa. Ordinariamente, os autores
sagrados referem-se ao homem como sendo um composto de corpo e
alma, ou corpo e espírito, e não de corpo,
alma e espírito, a não ser no NT (1Co 15:44; 1Ts 5:23; Hb 4:12). Segundo
Scofield, sendo o homem "espírito", é capaz de ter conhecimento de
Deus e comunhão com Ele; sendo
"alma", ele tem conhecimento de si próprio; sendo "corpo",
tem através dos sentidos, conhecimento do
mundo". O corpo é tabernáculo da alma, a alma sede da
personalidade, e o
espírito o canal de comunhão com Deus.
ALTA
CRÍTICA - Termo usado para
descrever o estudo das Escrituras do ponto de vista da literatura em
contraste com a "Baixa Crítica", que trata do texto das Escrituras e
sua transmissão. A Baixa Crítica é também conhecida como Crítica Textual. A Alta Crítica tem três interesses
principais: 1) detectar a presença de fontes literárias que subjazem uma obra; 2) identificar os
tipos literários que perfazem a
composição; e 3) fazer suposições sobre questões de autoria e data.
Talvez possa parecer que o termo "Alta Crítica" tenha um significado místico ou sinistro, mas, na realidade,
é um
processo que todos os estudiosos seguem em graus diferentes, pois no
propósito de obter uma compreensão apropriada da natureza dos escritos
bíblicos, é importante examinar o caráter das fontes. Pode observar o valor da
Alta Crítica, por exemplo, em relação à descoberta do sentido exato de Ed
1:2-4; 6:3-5. Embora a
Alta Crítica seja útil para a
interpretação das Sagradas
Escrituras, deve-se considerar, entretanto, que se mal aplicada,
pode trazer resultados desastrosos, devido à facilidade de se obter resultados
da pura especulação na ausência de dados
externos. Infelizmente, é isto que vem ocorrendo com grandes nomes da
Alta Crítica.
ALTAR - No grego, thusiasterion. Termo que possui uma enorme gama de
significados: 1) o altar para matar e queimar as vítimas; 2) o altar para ofertas
queimadas que ficava no Templo de Jerusalém; 3) o altar de incenso que estava
no santuário ou Santo Lugar; e 4) qualquer altar para sacrifícios. Em geral,
era uma mesa feita de madeira, terra ou pedras, sobre a qual se
ofereciam os sacrifícios
(Êx 27:1; 20:24; Dt 27:5). Os altares de madeira eram revestidos
de algum metal e tinham "pontas" (chifres) nos quatro cantos (Lv 4:25). Um
costume bastante interessante, é que fugitivos ficavam em segurança quando
corriam e se agarravam a essas pontas (1Rs 2:28). No sentido metafórico, a
palavra "altar" denota a
cruz na qual Cristo sofreu uma morte expiatória. Assim, "comer deste
altar", significa desfrutar dos efeitos e das bênçãos concedidas por meio
da morte expiatória de Cristo.
ALTAR DO HOLOCAUSTO, O - Nome do primeiro objeto que era encontrado no Tabernáculo. Ficava localizado em frente da
porta. Era feito de bronze. Media 5 x 5 côvados
(ou seja 2,5 x 2,5 metros); sua altura era de 3 côvados (1,5 metros). Nessas
medidas, temos excelentes simbolismos: a altura de 3
côvados, nos lembra a Trindade, os 3 elementos do Homem
(corpo-alma-espírito), bem como as três horas que Jesus esteve pendurado
na Cruz. A largura também possui grande simbolismo, pois cinco é o número dos
sentidos e seus respectivos órgãos, bem como o número dos mandamentos que se
encontravam em cada uma das tábuas da Lei, servindo assim para demonstrar
a responsabilidade pessoal. O altar possuía quatro lados que simbolizavam os
quatro cantos da terra (Is 11:12), apontando assim para a universalidade da
obra de Cristo (Jo 3:16; 1Tm 2:6).
ALTAR DO INCENSO, O - O Altar do Incenso era todo coberto de ouro. Sobre ele, não se
ofereciam animais por sacrifício como no Altar de Bronze que estava no
Átrio. Nele só se queimava incenso aromático. O cheiro agradável de incenso
subia a Deus. O significado simbólico do incenso é explicado no Sl 141:2 e em
Ap 8:3: são as orações dos santos (os crentes); também compreende as
ações de graças, o louvor e a adoração do povo de Deus, como vemos em Hb
13:15. Tudo isto sobe a Deus, mas é oferecido a Deus sobre o Altar
do Incenso. Por assim dizer, é como se o Altar o levasse a Deus. Assim, o Altar
do Incenso é figura do Senhor Jesus Cristo, Único Mediador entre Deus e
os homens (Jo 14:13; 14:14; 15:16; 1Tm 2:5). Deste modo, cada crente, na
condição de sacerdote, pode aproximar-se de Deus por meio de Cristo Jesus e
oferecer-lhE sacrifícios espirituais, agradáveis a Ele
(1Pe 2:5-9). Uma coisa de grande importância, é aquilo
que disse o salmista no Sl 84:3. Ele diz que o pardal e andorinha têm
ninhos, um lugarzinho onde podem descansar. Em seguida, ele continua,
descrevendo o lugar de descanso como sendo nos "teus altares,
Senhor dos Exércitos..." Observe que a palavra "altares" está no
plural. Isto demonstra, obviamente, que há dois. Esses
altares são o Altar de Bronze e o Altar do Incenso. No Altar de
Bronze, descansamos, pois nossos pecados foram
expiados e perdoados pelo Cordeiro de Deus; no Altar do Incenso, podemos
descansar na oração, na intercessão, no gozo, na adoração, sabendo que o
Senhor está nos escutando e abençoando.
ALTOS -
Esta expressão corresponde ao termo hebraico bamah, que pode significar tanto
"elevação", quanto "santuário". Era costume dos cananeus e
dos povos semitas estabelecer santuários ou centros de adoração religiosa em
lugares elevados. Isto nos leva a lembrar do Olimpo dos gregos. A conexão entre
as divindades e as montanhas, é algo comum nas Religiões. No tocante ao povo de
Israel, eles nada viam de errado nos lugares altos, propriamente ditos.
Originalmente, estes locais tinham sido lugares de culto dos cananeus, mas os
israelitas rededicaram-nos ao culto de Yahweh, pelo menos em alguns casos.
Porém, devido à influência de costumes estrangeiros, com a ajuda da corrupção interior
dos homens, tais lugares vieram a ser dominados por práticas idólatras (e.g.
1Sm 9:12; 1Rs 14:23; 2Rs 23:8). Nos sacrifícios pagãos, até crianças eram
mortas (Jr 7:31). Infelizmente, estas práticas idolátricas acabaram se
infiltrando em Israel, de forma que a história bíblica registra acerca que
"... no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o
coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o
Senhor, seu Deus, como o coração de Davi, seu pai, porque Salomão andou em
seguimento de Astarote, deusa dos sidônios, e em seguimento de Milcom, a
abominação dos amonitas. Assim fez Salomão o que era mau aos olhos do Senhor e
não perseverou em seguir ao Senhor, como Davi, seu pai. Então, edificou Salomão
um alto a Quemos, a abominação dos moabitas, sobre o monte que está diante de
Jerusalém, e a Moloque, a abominação dos filhos de Amom."
(1Rs 11:4-7).
AMÉM -
Palavra de origem hebraica, , que não é traduzida, mas apenas
transliterada (ou seja, representada nos sinais gráficos) para outros idiomas.
No grego, aparece amen. Passou para o latim, o
inglês, o português, sempre transliterado. É considerada a palavra mais conhecida da fala humana. Como 'amen está
diretamente relacionada e é quase idêntica à palavra hebraica 'amam, que significa
"acredite" ou "fiel", este termo passou a denotar a
confirmação: "verdadeiramente", "assim seja"; isto é, uma
expressão de confiança absoluta. O termo quer dizer,
primariamente "é assim" ou "assim seja". Também pode ser
traduzida por "certamente", "de fato", "com
certeza" (cf. Dt 27:15). É usada como um título para Cristo, que é a
garantia de que Deus cumprirá as promessas que fez ao seu povo (Ap 3:14).
Metaforicamente, amém pode
significar "fiel". Quando o termo é usado no início de um discurso,
denota segurança na declaração que se segue. Quando aparece no fim, o sentido é
"assim seja", "que
possa ser cumprido". O costume de se responder com "amém" no
final de uma leitura Escriturística ou oração, foi
herdado das sinagogas.
AMILENISMO -
Nome que se dá a uma visão acerca do Milênio
(período de tempo compreendido entre o aprisionamento de Satanás e a sua
última Revolta, a Batalha de Gogue e
Magogue, quando Satanás estará preso e Cristo reinará sobre as nações), termo que vem do latim mille,
"mil" e annus,
"ano"; ou seja, mil anos,
equivalente ao termo grego chiliasma.
Segundo a visão amilenista, o milênio não virá no fim do mundo, mas é um símbolo do período da
existência e da ação da Igreja na história, no fim do qual acontecerão a
segunda vinda de Cristo, a ressurreição, o juízo final e a vida eterna. Para
melhores esclarecimentos, gentileza consultar os verbetes Milênio,
Pré-Milenismo e Pós-Milenismo.
AMOR -
Ao contrário da língua portuguesa, o grego possui um grande número de vocábulos
que podem significar "amor". Dentre estes, quatro sempre são
observados de forma destacada: phileo, stergo, erao, e agapao.
Como o assunto é por demais profundo, desejamos abordar apenas alguns aspectos
destes verbos, e ainda, de forma superficial. 1) Phileo - é o termo genérico para amor.
Está relacionado com o sentimento de apreciação por alguém, acompanhado do
desejo de lhe fazer o bem. Portanto, phileo está relacionado com
"amizade", "afeição", "apreço" (e.g. 1Sm 20:17).
Para entender melhor este tipo de amor, basta observarmos que o termo
"hospitalidade", vem de um derivado de phileo, o termo philoxenia. 2) Stergo - o verbo
menos utilizado dos quatro aqui referidos, refere-se a "amar", no
sentido de "sentir afeição". Está relacionado com o amor filial ou
paternal, bem como o amor de um povo por seu governante e vice-versa. Deus é
amor (cf. 1Jo 4:8) e Seu amor é a base de Seu
relacionamento com o homem (Jr 31:3). 3) Erao - este verbo, deu origem ao substantivo eros,
termo bem mais conhecido. Está relacionado com o relacionamento conjugal. É
aquele tipo de amor, que envolve atração sexual e sentimento de posse (e.g.Ct 8:6). 4) Agapao - dos quatro
verbos aqui apresentados, agapao
é o mais utilizado. Denota o amor fraternal, aquela mais elevada qualidade
cristã (1Co
13:13), que dever nortear todas as relações da vida com o próximo e com Deus
(Mt 22:7-39). Esse amor envolve consagração a Deus (Jo 14:5) e confiança total nEle (1Jo 4:17), incluindo compaixão pelos
inimigos (Mt 5:43-48; 1Jo 4:20) e o
sacrifício em favor dos necessitados (Ef
5:2; 1Jo 3:16).
ANÁTEMA - Termo de origem grega, anathema. Originalmente, este termo denotava
algo que era elevado e em seguida, deitado por terra; também denotava
"maldito", "amaldiçoado". O termo que deu origem à esse vocábulo, foi anatithemi, cujo sentido básico é
"partir em palavras", originário de tithemi, "colocar",
"derrubar", "demitir", "separar",
"apartar". Trata-se de prática religiosa antiguíssima,
por meio da qual pessoas ou coisas exigidas por Deus ou dedicadas a Ele eram
destruídas (e.g. Js 6:18,21, na ARC). No NT quer dizer
"amaldiçoado", (conforme foi traduzido pela BLH, em textos como 1Co
16:22; Gl 1:8-9).
ANCIÃO DE DIAS -
Termo usado de forma metafórica, como um Título de Deus. Ocorre em Dn 7:9-22.
Trata-se de um "antropomorfismo". Deus julga o mundo, sendo comparado
a um homem idoso, à figura de um majestoso e respeitável juiz.
ÂNCORA - No grego, o vocábulo é agkura. Este era o termo designativo de uma
pesada peça de ferro presa a uma grossa corrente e que é lançada
ao fundo do mar a fim de manter parado o navio (At 27:29). Em sentido figurado,
representa tudo o que sustenta e dá firmeza em tempos de sofrimento ou
violência (cf. Hb 6:17-19).
ANGELOLOGIA - O termo
teológico apropriado
para esse estudo que ora
iniciamos é Angelologia (do grego angelos, "anjo" e logia,
"estudo", "dissertação"). Angelologia, se
constitui, portanto, de doutrina
específica dentro do contexto daquilo que denominados
de Teologia Sistemática, a qual se ocupa em estudar a existência, as
características, natureza moral e atividades dos anjos. Iniciaremos, portanto,
pelo estudo da existência dos anjos.
ANIMISMO - Termo de origem latina, anima, que quer dizer "alma",
"fôlego". Trata-se da crença de que objetos físicos possuam vida ou espírito próprios, não havendo algo como matéria inanimada.
Os objetos físicos, mesmo que não animados por si mesmos, poderiam ser
habitados por espíritos, que sobreviveriam, mesmo quando os objetos físicos
fossem destruídos. É com base nesta crença, que se criou e popularizou os
"amuletos", os "patuás", as "rosas ungidas", os
"lenços ungidos", etc.
ANJO - A palavra portuguesa anjo possui origem no latim angelus, que por sua vez deriva-se do grego angelos. No idioma hebraico, temos malak. Seu significado básico é
"mensageiro" (para designar a idéia de ofício de mensageiro). O
grego clássico emprega
o termo angelos para o mensageiro, o embaixador em
assuntos humanos, que fala e age no lugar daquele que o enviou. No AT, onde o termo malak ocorre 108
vezes e no NT, 175 vezes. Ao
contrário do que muitas pessoas imaginam, os anjos são seres criados (e.g. Ne 9:6; Jó 38:4-7; Sl 148:2,5;
Cl 1:16), ou seja, não são eternos nem
auto-existentes, características estas que repousam unicamente em Deus.
A Bíblia também nos ensina que os anjos são seres
espirituais, isto é, são "espíritos
ministradores" (Hb 1:14). Outro ensino bíblico é que os
anjos são seres pessoais, pois a eles são atribuídas características pessoais, isto é,
possuem inteligência (2Sm 14:20), vontade (2Tm 2:26) e atividades próprias (Ap 22:8,9). Ainda
podemos ver na Bíblia, que os anjos são seres inteligentes; isto é os anjos
excedem em muito em conhecimento e em sabedoria aos
homens mais brilhantes que a história humana já teve (Ez 28:3,4). Suas
inteligências tiveram origem quando criados, se ampliam até os dias atuais e em
virtude das oportunidades de observação que eles possuem, juntamente com as revelações
diretas da parte de Deus, devem ter-se
adicionado grandemente ao acúmulo de sua inteligência original (2Sm 14:17,20).
São ainda seres poderosos; embora não sejam onipotentes e nem
todo-poderosos, eles desfrutam de maior poder do que o homem (cf. Sl 8:5, na
LXX). Ainda sobre o poder dos anjos, leia os textos a seguir: 2Sm 24:15,16; 2Rs 19:35; Sl 103:20; Dn 10:12,13; Mt 28:2; At
12:7; Ap 20:1-3. São também seres velozes; ou seja, não estão limitados pelas dificuldades
de locomoção próprias do aspecto físico. No mundo angelical, os anjos podem
locomover-se de um lugar para o outro dentro de facilidades inimagináveis à
nossa mente finita (Dn 9:22; Mt 26:53). Finalmente, a Bíblia ainda nos ensina
que os anjos são seres
gloriosos (e.g. Is 6:1-4; Ap 5:11,12).
ANJO DO SENHOR - A
expressão "Anjo do Senhor" ou sua variante "Anjo de Deus", se encontram mais de cinqüenta vezes no
AT. Portanto, é necessário algumas considerações acerca
deste personagem. A primeira aparição bíblica do "Anjo do Senhor",
foi no episódio de Agar, no deserto (Gn 16:7). Outros acontecimentos incluíram pessoas como
Abraão (Gn 22:11,15), Jacó (Gn
31:11-13), Moisés (Êx 3:2), todos os israelitas durante o Êxodo (Êx
14:19) e posteriormente em Boquim (Jz 2:1,4), Balaão (Nm 22:22-36), Gideão (Jz
6:11), Davi (1Cr 21:16), entre outros. A Bíblia nos informa que o Anjo do
Senhor realizou várias tarefas semelhantes às dos anjos, em geral.
Às vezes, Suas
aparições eram simplesmente para trazer mensagens do Senhor Deus, como por exemplo em Gn 22:15-18; 31:11-13. Em
outras aparições,
Ele fora enviado para suprir
necessidades (1Rs 19:5-7) ou para proteger o povo de Deus de perigos (Êx
14:19; Dn 6:22). No entanto, com relação à identidade do Anjo do Senhor, os
eruditos não são e nunca foram unânimes. Porém, não há porque duvidar da antiqüíssima
interpretação cristã de que, nesses casos
acima citados, encontramos manifestações preencarnadas da Segunda Pessoa da Trindade. Mas, como sempre surgem
objeções, apresentamos a seguir três argumentos bíblicos que comprovam, indubitavelmente, que
o Anjo do Senhor é Jesus Cristo antes de
encarnado. 1) Josué 5:14: quando o Anjo do Senhor apareceu a Josué, diz a Palavra do Senhor que ele
"...prostrou-se sobre o seu rosto na terra, e O
adorou, e disse-lhE: Que diz meu Senhor ao seu servo?". Se o Anjo do
Senhor não fosse o próprio Senhor (ou melhor, o Senhor
Jesus como Segunda Pessoa da Trindade), o anjo
(caso fosse simplesmente "um anjo") teria proibido a Josué de
adorá-lo, como ocorreu em Ap 19:10 e Ap 22:8,9. 2) Jz 13:18: Embora concordemos
que possam existir questões inclusive relacionadas com variantes textuais neste
texto, reputamos a mesma como factual e
elucidativa. Quando Manoá, pergunta ao Anjo do Senhor, o Seu
nome, Ele responde: "...porque perguntas assim pelo
meu nome, visto que é maravilhoso?"
Uma comparação desta resposta com a passagem de Is 9:6, demonstra que o Anjo do
Senhor que apareceu a Manoá é o Menino que nos fora dado de Isaías. Isto é, o
Anjo do Senhor, cujo Nome é Maravilhoso (YHWH), é o próprio Senhor, e ao mesmo tempo o
Menino que nos fora dado. 3) A terceira prova que queremos apresentar, é que no contexto
neotestamentário, a Bíblia deixa de utilizar-se do termo "o Anjo do
Senhor" como pessoa específica. Isto é demonstrado pelo fato de que o
artigo definido masculino singular "o" deixa de ser utilizado, sendo
substituído pelo artigo indefinido "um". Alguns exemplos disto,
são os textos de Lc 1:11; At 12:7 e At 12:23, dentre muitos outros.
Infelizmente, nem todas as ocorrências de Anjo do Senhor no NT, na versão ARC,
se encontram
com o artigo indefinido "um", o que ocorre na versão ARA nos textos
citados e em outros correlatos. Esta substituição possui um grande significado.
Isto é, no contexto
do NT, contemporâneo ou posterior à
Encarnação, as manifestações
angelicais não eram do Anjo do Senhor, mas meramente de um de Seus anjos, pois
o Anjo do Senhor já havia sido manifestado na carne (1Tm 3:16).
ANO - Termo designativo do período
de 12 meses lunares (de 28 dias cada, em média), totalizando 354 dias (cf. 1Cr
27:1-15). Para ajuste de calendário, de 3 em 3 anos,
acrescentava-se um mês (repetindo-se o último mês, Adar), que recebia o título
de Ve-Adar (segundo Adar) para ajustar a diferença entre os 12 meses lunares e
o ano solar. Para melhores esclarecimentos, gentileza consultar o verbete
"Calendário"
ANO DE DESCANSO - Também conhecido como
"ano sabático". Era o ano em que a terra descansava. Durante 6 anos a terra era preparada e semeada; no sétimo ano os
israelitas não podiam fazer plantações. O que nascesse naturalmente era
aproveitado pelos donos da terra, pelos pobres, pelos estrangeiros, pelo gado e
por outros animais (Êx 23:10-11; Lv 25:2-7). Nesse ano os israelitas perdoavam
as dívidas dos seus patrícios
(Dt 15:1-11).
ANO DO JUBILEU - Ano de libertação e restauração
comemorado de 50 em 50 anos, em Israel. Nesse ano a terra não
era cultivada, todas as terras vendidas ou confiscadas eram devolvidas
aos seus donos anteriores e todos os escravos eram libertados (Lv 25:8-55; 27:16-25). Isaías proclamou um
novo jubileu (Is 61:1-3), que Jesus interpretou como tendo se realizado com a
Sua vinda (Lc 4:16-21).
ANTICRISTO -
Com o arrebatamento da Igreja do Senhor, criar-se-á um ambiente favorável à
manifestação do Anticristo, também conhecido como o "Homem da
Iniqüidade", o "Filho da
Perdição" (Dn 7:24b-25; 2Ts 2:3-6; 1Jo
2:18; Ap 13:1-8). O
Anticristo será um homem,
personificando o Diabo, porém, apresentando-se como se fosse
Deus (Dn 11:36; 2Ts 2:3,4). A Besta ou Anticristo será uma personagem de uma habilidade
e capacidade desconhecidas até
hoje. Será o maior líder da História; acima mesmo de qualquer
general famoso ou governante mundial conhecido.
Será portador de uma personalidade irresistível. Sua sabedoria e capacidade serão sobrenaturais,
quando consideramos seus atos à luz da
profecia bíblica. Além da ação diabólica direta, outros fatores contribuirão
decisivamente para a implantação
do governo do Anticristo, como poderio bélico, alta tecnologia e poder
econômico, bem como o clima de insegurança que estará
em vigor pelo sumiço dos crentes em Cristo Jesus. O Anticristo será também um grande
demagogo. Será um homem com um poder tremendo de
persuasão. Influenciará
decisivamente as massas com seus discursos inflamados (cf. Ap
13:5). Se quisermos
ter um idéia, embora muito vaga, desse
poder de influência, é só lembrarmos de Adolf Hitler e seu III
Reich! A Bíblia diz que toda a terra se
maravilhará após a Besta (Ap 13:3). Ela exercerá uma influência e um fascínio
extraordinários sobre as massas.
Muitos dirão: "esse, enfim, é um "Zafenate-Panéia" (Gn 41:45), um "salvador da
pátria". Enfim, é como se fosse o Messias, o redentor da humanidade. O Anticristo será recebido ao
aparecer como a solução dos problemas e crises sociais e políticas
que fustigam o mundo inteiro, para os quais os líderes mundiais mais capazes não encontram solução. A Bíblia,
além do nome "o Anticristo",
também o chama pelos seguintes nomes: "Homem da Iniqüidade" ou
"Homem do Pecado" (2Ts 2:3); o "Chifre Pequeno" (Dn 7:8), o
"Príncipe que há de vir" (Dn 9:26) e
"o Assírio" (Mq 5:5, na JPS). A derrocada das Nações do Norte
dará ao Anticristo autoridade total. Sua base política e econômica será o
Império Romano Redivivo, representado pelo Mercado Comum Europeu, a Europa Unificada. Daí, com facilidade, ele
conseguirá o controle da Confederação de
Nações formada na área do Antigo Império Romano
(O Império Romano Redivivo), contornando o Mar Mediterrâneo. Inicialmente,
ele, para galgar o poder,
derribará três "reis" (Dn 7:24).
Essa demonstração de força levará muitas nações a se entregar. Além disso, ele usará sua astúcia e
habilidade sobrenaturais para novas
conquistas. O engano marcará a sua
atuação (Dn 8:25). Muitas nações consentirão em ficar sob
seu controle (Ap 17:13).
Seu período de ascendência será de sete anos: "Ele fará concerto com muitos por sete anos..." (Dn 9:27).
ANTILEGÔMENA - Termo usado para
designar sete livros integrantes do NT, que somente no final do quinto século
foram aceitos por todas as Igrejas cristãs como fazendo parte do Cânon, embora
este tenha sido oficializado no Concílio de Cartago, em 397 d.C. São os
seguintes livros: Hebreus, Tiago, 2Pedro, 2João, 3João Judas e Apocalipse.
ANTROPOLOGIA
- O vocábulo Antropologia, é de origem
grega, composto por antropos,
"homem" e logia,
"estudo", "dissertação". Isto é, Antropologia é o estudo do homem, dentro da Revelação
Bíblica. Podemos afirmar que a Antropologia Teológica, é a Doutrina
do Homem em relação a Deus. Mas também estuda a origem do homem, sua natureza
presente, sua constituição, suas atividades, seus deveres e seu destino.
ANTROPOMORFISMO - Termo originário da língua
grega, antropos,
"homem" e morfe,
"forma". Ou seja, dar forma de homem. Trata-se de uma linguagem figurada
para falar de Deus como se ele tivesse forma, membros, órgãos e sentimentos
humanos. Exemplos: face
(Êx 33:20), boca (Mq 4:4), olhos (Jó 34:21), ouvidos (Sl 17:6),
braço (Is 52:10), mão (1Pe 5:6), arrependimento (Gn 6:6).
APÓCRIFOS - Do grego, apokruphos, "oculto", "secreto",
"misterioso", "mantido escondido". Esta é a designação que
usamos para identificar os livros incluídos no Cânon das Bíblias católicas. Tal
inclusão se deu durante a Diáspora e tais livros foram escritos originalmente
em grego e não em hebraico, embora tenham sido incluídos também na Septuaginta.
A Igreja Romana os chama "deuterocanônicos", ou seja, pertencentes ao
"segundo cânon", em contraste com os demais (os nossos sessenta e
seis livros), aos quais chamam "protocanônicos", ou seja, do
"primeiro cânon". Isto foi oficializado no Concílio de Trento, em
1546, que declarou tais livros inspirados, embora não fizessem parte do Cânon
do AT estabelecido pelos judeus da Palestina. Os livros
apócrifos aceitos pelos católicos são os seguintes: Tobias, Judite,
Sabedoria de Salomão, Eclesiástico ou Sirácida, Baruque, Epístola de Jeremias,
Primeiro e Segundo Macabeus e os acréscimos a Ester (parte grega de Éster) e a Daniel (a parte grega de Daniel). Além
desses existem outros livros que não são considerados inspirados, os quais nós
evangélicos chamamos "pseudepígrafos" e os católicos a estes chamam
"apócrifos".
APOLINARIANISMO - O termo
Apolinarianismo deriva-se do nome
próprio de Apolinário "o Jovem", bispo de Laodicéia (310?-390?d.C.). Esse termo é usado para designar a doutrina
herética que afirma que, em Jesus, o Logos (uma perfeita natureza
divina) assumiu corpo físico,
passando a exercer as funções ordinariamente realizadas pela mente humana. Apolinário foi
o primeiro e um dos mais capazes dentre os que tornaram a peito a
discussão realmente profunda da relação entre o divino e o humano na pessoa de
Cristo. Caloroso defensor
de Nicéia, desfrutou, ao menos por algum tempo, da amizade
do próprio Atanásio. Opunha-se tanto à noção ariana da mutabilidade do Logos
como à noção da completa união das naturezas divina e humana. Apolinário
acreditava que Cristo tinha apenas uma natureza e uma hipóstase. Afirmava que, na
Encarnação, o Logos tornou-se carne, tomando o lugar da alma humana
racional na pessoa de Cristo. Ou, em
outras palavras, ele negava que Cristo tivesse espírito humano, ensinando que
o ser espiritual (Logos) manipulava o corpo de Jesus. Isto é, Apolinário negava
a natureza humana
essencial de Cristo. Assim, é óbvio que
Apolinário enfatizava a
divindade de Cristo a ponto de perder de vista Sua
verdadeira Humanidade. Encontrou forte oposição por parte de Gregório
Nazianzeno, de Diodoro de Tarso, Teodoro de Mopsuéstica, Teodoreto, João
Crisóstomo e da escola de Antioquia. No entanto, foi o segundo concílio geral, realizado em
Constantinopla que lançou por terra
todas as suas pretensões cristológicas, quando declarou a sua doutrina herética, em 381 d.C. Em vida, Apolinário atraiu muitos
discípulos e chegou a formar a sua própria seita. No entanto, logo após a sua morte o
movimento desintegrou-se.
APOLOGÉTICA - Este termo vem do nome de
Apolo, um judeu de Alexandria,
muito eloqüente, instruído na fé cristã por Áquila e Priscila. Tornou-se
poderoso pregador do Evangelho em Éfeso e em Corinto, tornando-se companheiro
de Paulo na Obra Missionária. Segundo as Escrituras, era chamado
"varão eloqüente e poderoso nas Escrituras", conforme At 18:24. O termo Apologética derivou-se exatamente deste aspecto, passando
a denotar a ciência ou disciplina racional que se esforça por apresentar a
defesa da fé religiosa, existindo dentro e fora da Igreja Cristã. O termo é
usado em contraste com polêmica,
que é um debate efetuado entre cristãos a fim de determinar a verdadeira
posição cristã sobre alguma questão específica. É o principal fundamento da
Ortodoxia, isto é, da verdadeira e reta Doutrina Cristã.
APÓSTOLO - O termo Apóstolo vem do grego apostolous,
do verbo apostello,
que significa "comissiono", "envio", "mando" (Ef
4:11ss). Era usado no NT para um representante designado por uma Igreja, como,
por exemplo, os primeiros missionários cristãos, muito embora a utilização
primeva se referisse àqueles que foram testemunhas da ressurreição de Jesus. Um
"Apóstolo" moderno é aquela pessoa levantada e vocacionada por Deus,
enviado como "missionário" por uma Igreja para pregar o Evangelho
onde jamais ele fora pregado, basicamente nos moldes daqueles que saem a pregar
nos países da famosa janela 10/40 ou em países onde o Evangelho sobre
perseguições ou restrições.
ARAMAICO - Nome que se dá ao grupo de
dialetos intimamente relacionados com o hebraico e falados na Terra de Israel e
em outros países do mundo bíblico (cf. 2Rs 18:26, na ARA). Estão escritos em
aramaico os seguintes textos bíblicos: Ed 4:8-6:18; 7:12-26; Dn 2:4-7:28; Jr
10:11.
ARCA DA ALIANÇA, A - A Arca era uma caixa de madeira, revestida de ouro
por dentro e por fora (Êx 25:10-16). Por aí, já podemos observar
que a Arca é uma figura de Cristo. Sobre a Arca, estava colocada uma grande
prancha de ouro, funcionando como uma espécie de tampa, era o Propiciatório,
que media 2,5 x 1,5 côvados (1,25 x 0,75 metros).
Sobre ela estavam os dois querubins de ouro. Ali habitava Deus numa luz
ofuscante inacessível. No entanto, uma nuvem escura cobria o
Propiciatório e envolvia essa luz, o que é explicado em Êx 33:20. Na presente
dispensação, é glorioso saber de nossa nova posição. Os que pertencem a Cristo,
agora podem contemplar a glória do Senhor com os rostos desvendados! Aleluia!
(2Co 3:18). Dentro da Arca, haviam três coisas: 1) as
tábuas da Lei - Os dez mandamentos. Somente Cristo, estando aqui na
terra, pode dizer a Deus: "...a Tua Lei
está dentro do meu coração" (Sl 40:8). Em Seu coração, o Senhor
Jesus portava a Lei de Yahweh; 2) o vaso de ouro com o Maná - Segundo Jo 6, Jesus é o verdadeiro Maná, o alimento para
nossa jornada de peregrinos. Mas o Santo dos Santos é um tipo do
céu. Ali não precisaremos mais do Maná... Por que, então, o Maná
está ali? É porque lá em cima nos servirá como um
memorial (uma lembrança) celeste de todo o gozo que já na terra tivemos em
Cristo Jesus; e 3) a vara de Arão que havia florescido. Vemos a descrição
desse fato em Nm 17. Este terceiro item dentro da Arca, era
uma vara de amendoeira, a primeira árvore que floresce na
primavera, e por isso fala da nova vida após a morte (o inverno). Isso
relaciona essa vara com a ressurreição do Senhor Jesus, o
Sumo Sacerdote que vive para sempre (Hb 6:18-20).
ARCANJO - No grego
encontramos Michael, heb. mika'el.
Em português, Miguel. Significa "quem é como El
(Deus)?". A idéia acerca da existência de arcanjos não
faz parte original da fé judaica.
Na Bíblia, o Arcanjo Miguel é introduzido em Dn 10:13,21
e 12:1, reaparecendo no NT em Jd 9 e Ap
12:7. Embora literaturas extrabíblicas apresentem Gabriel como outro Arcanjo
(num total de sete na literatura apócrifa e pseudepígrafa, onde quatro
nomes são revelados: Miguel,
Gabriel, Rafael e Uriel), a Bíblia só revela a existência de
um único Arcanjo, Miguel. Isto é
demonstrado pelo fato de que nas duas ocorrências da palavra grega archangelos,
"arcanjo", 1Ts 4:16 e Jd 9, o termo só
aparece no singular, ligado unicamente
ao nome de Miguel, donde se conclui que só exista um anjo assim
denominado Arcanjo, ou anjo-chefe, e que esse Arcanjo chama-se Miguel.
Pelo que se pode depreender das poucas passagens que aludem à sua pessoa,
Miguel, assim como Gabriel, é um ser celestial.
Tem, no entanto, responsabilidades especiais como campeão de Israel contra o anjo rival
dos persas (Dn 10:13,21), e ele comanda os exércitos celestiais contra todas as forças
sobrenaturais do mal na última grande
batalha (Dn 12:1). No NT, Miguel aparece apenas em duas ocasiões. Em Jd 9, há referência a
uma disputa entre Miguel e o diabo com
respeito ao corpo de Moisés,
aliás, passagem bastante polêmica, provavelmente uma minúscula alusão a um fato
descrito em literatura apócrifa, que a inspiração de Judas incluiu no cânon. O
outro texto em
que Miguel aparece, é Ap 12:7, que
retoma o tema de Dn 12:1,
apresentando-se Miguel como sendo o vencedor do dragão primordial, identificado como Satanás.
ARIANISMO - Dá-se o
nome de Arianismo ao conjunto
das doutrinas cristológicas
heréticas ensinadas por Ário, presbítero em Alexandria, que viveu em cerca de 265-356 d.C. Ele e seus
seguidores negavam a Divindade
própria de Jesus Cristo. Ário desenvolveu sua doutrina com base em
especulações teológicas gregas, que floresceram
dentro do Gnosticismo. Foi uma elaborada tentativa de definir a relação de Cristo para com Deus,
segundo a razão natural. Esta atividade
racional e especulativa teve lugar principalmente em Alexandria e
Antioquia, sobretudo no século IV d.C.,
tendo obtido o apoio do imperador romano e de teólogos notáveis. Exercia
poderosa atração para as mentes bem informadas da época. Segundo o ensino do Arianismo, Deus é impar
e não-gerado (isto é, agennetos). Fora de
Deus, tudo o mais foi criado
ex-nihilo (do nada) através da vontade de Deus. Assim, criam e ensinavam que não se podia conceber que o
Logos ou o Filho pudesse ter chegado a
existir a não ser por um ato de criação.
Dessa forma, Ário
ensinava que Jesus não poderia ser Deus no
sentido pleno do termo; pelo contrário, devia fazer parte da
criação, isto é, o
Filho foi criado por Deus (ou seja,
o Logos foi genetos).
Por conseguinte,
para Ário, Cristo era, na verdade, Deus
em certo sentido, mas um Deus inferior, de modo algum
uno com o Pai em essência ou eternidade. Para ele, Cristo não era nem
perfeitamente Deus nem perfeitamente homem. Ou seja, Ário cria
que Jesus era um "ser intermediário", menos do que Deus e mais
do que homem. Eusébio, o famoso historiador eclesiástico, após o próprio Ário,
foi o mais bem conhecido defensor do Arianismo.
ARMADURA -
O termo aparece no grego apenas duas vezes no sentido de Ef 6:10ss. No grego, é
panoplia,
ou seja, uma "armadura completa", "inteira", "sem
defeito". O Direito Romano estabelecia que, ao apresentar-se para o
serviço ao respectivo centurião, o soldado poderia abster-se de trabalhar, se,
porventura, sua panoplia,
não estivesse completa ou algum de seu componente, danificado. O Apóstolo Paulo, usa esta linguagem militar, para expressar a necessidade
que o servo de Deus tem de estar munido, vestido, ou revestido de "toda
armadura". A Armadura completa, era composta de
seis peças; cinco, de defesa, mas apenas uma de ataque. Os seus componentes
são: 1) Cinturão da
Verdade (gr. zonnumi), que era a parte útil para sustentar as
armas úteis e, principalmente, a couraça (Mt 5:37; Cl 1:5); 2) Couraça da Justiça
(gr. thoraks), que era a parte da Armadura que protegia os
órgãos da vida; era dividida em duas partes ou duas "asas" (Ef 4:24);
3) Calçados
(ou grevas) (gr. knemides), relacionados com preparação e prontidão; era necessário que os pés dos soldados fossem
bem guardados na batalha, pois caso contrário poderiam atingir o seu tendão
tíbial posterior (conhecido popularmente por "calcanhar de Aquiles")
e ele seria abatido; 4) Escudo (gr. thureos); palavra usada uma única vez em toda a Bíblia,
embora houvessem muitas outras que pudessem designar "escudo", thureos,
corresponde a "porta"; ou seja, era um escudo enorme, que protegia
todo o corpo do soldado, caso alguma outra parte da armadura estivesse com
problemas; somente os soldados de elite, usavam este tipo de escudo; para nós,
é o "escudo da fé" (Lc 17:5; At 11:24; Rm 1:17; 13:11; 1Co 2:5; Hb
11:1,6); 5) Capacete (gr.
perikefalaia), ou seja, proteção para o encéfalo; Paulo
relaciona o capacete do soldado, como a "salvação", ou a
"certeza da salvação" (1Ts 5:8); e 6) Espada (gr. machaira), termo que ocorre vinte e nove vezes no NT; são
onze, os tipos de espada mencionados nas ocorrências; esta, em particular, se
refere à espada pequena, de fácil manuseio, que era utilizada nos confrontos
"corpo a corpo"; Paulo relaciona esta espada com a Palavra de Deus
(cf. 2Co 6:7)
ARMAGEDOM - Este termo possui quatro
possíveis significados: "montanha de Megido", "cidade de Megido", "monte da
assembléia" e "colina frutífera", sendo que a maioria dos
eruditos preferem a primeira opção. No heb., har,
colina, região montanhosa e meguiddo,
Megido (cidade situada ao lado norte do Carmelo). Corresponde ao grego Esdrelom (ou Jezreel).
É uma planície com cerca de 40 km de comprimento por menos de vinte cinco
quilômetros de largura. Este é também o título usado para designar a batalha
armada que marcará o fim da Grande Tribulação e o início do Milênio, onde as
duas Bestas serão destruídas
e Satanás será acorrentado por mil anos. Será, outrossim, o período que marcará a
volta pessoal de Jesus em glória com a
Sua Igreja triunfante: Zc 14:5. Armagedom,
ao norte de Israel, será o
local onde se travará a batalha final. Esse lugar tem
sido famoso por ter sido campo de muitas batalhas importantes para Israel, tais
como a grande vitória de Baraque sobre Canaã e Gideão sobre Midiã (Jz 4,5,7). Saul também morreu ali, tendo sido derrotado pelos
filisteus (1Sm 31). Josias também morreu ali, em sua batalha contra Faraó Neco (2Rs 23:29,30). Aí,
concentrar-se-ão as forças
das nações, sob o comando do Anticristo, em guerra contra Deus e
contra Israel.
ARQUEOLOGIA - O termo
“Arqueologia” compõe-se de dois vocábulos gregos: archaios (antigo) e logia (discurso, estudo,
dissertação), ou seja, estudo sistemático das
antiguidades. É a ciência que investiga o homem e a sua cultura,
desde o tempo em que ele apareceu na face da terra. Ocupava-se com aqueles
remanescentes das civilizações passadas que têm sido descobertos, no sentido
mais amplo, epigráfico e anepigráfico. A Arqueologia Geral é o estudo baseado
nas escavações, deciframento e avaliação críticas dos antigos
registros do passado. É o estudo de restos materiais do passado por meio de escavações em cidades
antigas. Os arqueólogos desenterram essas cidades, decifram inscrições e
avaliam a literatura, a arte e outros aspectos da vida humana do passado.
ARQUEOLOGIA BÍBLICA - Como a Arqueologia tem se desenvolvido
rapidamente, o estudo especial da “Arqueologia Bíblica” tem se
valido desse desenvolvimento e selecionado material remanescente da Palestina e
países limítrofes que se relacionam com o período bíblico e sua narrativa. Esse
material inclui o resto de edifícios, artes, inscrições e qualquer artefato que
ajude a compreender a história, a vida e os costumes dos hebreus e daqueles
povos que, à semelhança dos egípcios, fenícios, sírios, assírios e babilônios,
entraram em contato com eles e puderam influenciá-los. A Arqueologia Bíblica
possui limitações, que se devem à vasta extensão de tempo e de área que ela
cobre. Nenhum local bíblico já foi, e provavelmente nunca poderá ser
completamente escavado. Visto que a Arqueologia, ramo da História, trata
primariamente dos materiais, nunca poderá testar tão grandes verdades bíblicas
como a existência e atividade redentora de Deus e de Cristo, a Palavra em forma
de carne. Na Palestina (e tomemos esse termo para incluir os modernos estados
de Israel, Jordânia e os famosos “territórios ocupados”), tem sido
empregada uma técnica arqueológica especial. Flinders Petrie, em 1890,
desenvolveu um sistema de tomada de informes em seqüência, em Tell el-Hesi,
mediante o qual diferentes níveis de ocupação podem ser distinguidos mediante a
cerâmica característica e outros critérios notáveis (arquitetura, selo, etc.),
encontrados nos diferentes níveis. Esse sistema de estratigrafia e tipologia
tem sido subseqüentemente melhorado pelas escavações seguintes. O resultante índice da cerâmica e a cronologia dos achados é notavelmente
exato, desde o quarto milênio antes de Cristo, enquanto que entre os
séculos XII e XVII a.C., a cerâmica pode ser datada
dentro de limites estreitos. Datas antes disso, são apenas comparativas. A
Arqueologia Bíblica tem avançado gradativamente, graças ao trabalho árduo de
pessoas de muitas nacionalidades e de diferentes profissões e ocupações:
professores, lingüistas, clérigos, militares, missionários, arquitetos,
engenheiros, projetistas, fotógrafos, e muitos outros profissionais de grande talento.
ARREBATAMENTO - Na língua grega, temos o
vocábulo harpazo. Este termo possui vários
significados, tais como: captura repentina; levado de repente; arrancado;
rapto. Aliás, até o início deste século, o termo Arrebatamento, em português,
era substituído por "Rapto". Entretanto, em virtude da conotação
negativa deste termo, foi definitivamente substituído por
"Arrebatamento". Conforme nos ensina a Bíblia, a
volta de Jesus abrange duas fases bem distintas: o
arrebatamento da Igreja e a Sua volta pessoal em glória, para livrar Israel,
julgar as nações e estabelecer Seu Reino milenar. Sobre o Arrebatamento,
existem três opiniões divergentes: 1) o pré-tribulacionismo, que crê que a Igreja
será arrebatada antes da Tribulação; 2) o meso-tribulacionismo (ou mid-tribulacionismo),
que crê que a Igreja subirá no final dos três anos e meio (ou 42 meses ou 1260
dias), que é o primeiro período, conhecido como Tribulação; e 3) o pós-tribulacionismo,
que preconiza a idéia de que a Igreja passará por toda a Tribulação. Nossa
posição concernente a este assunto, é que a Igreja não passará pela Tribulação.
Muito pelo contrário, será arrebatada, antes que se manifeste o Anticristo (cf.
2Ts 2:7). Se observarmos as diferenças e os contrastes entre as duas fases da vinda de Jesus,
seremos forçados a concluir que se houvesse uma
só fase, tudo seria uma grande
contradição. Vejamos, a seguir, as evidências de que Jesus arrebatará
para Si a Igreja, antes de Sua revelação
em glória às nações. Citaremos quase sempre duas referências bíblicas para
contrastá-las, a primeira sobre o arrebatamento, e a segunda sobre a revelação
de Jesus: 1) Jo 14:3 e Cl 3:4; 2)1Ts 4:17 e Zc 14:4; 3) 1Co 15:52 e Mt 24:30;
4) Hb 9:28; Mt 25:31-46; e 5) Ti 2:13.
ASCENSÃO DE
CRISTO - Termo
usado para designar o ato pelo qual Jesus Cristo deixou a terra e retornou em
corpo ao Pai (Lc 24:50-52; At 1:6-11).
ASCÉTICO -
Relativo à ascese, que consiste em negar-se a pessoa a si mesma, impondo um
tratamento severo ao corpo, a fim de aperfeiçoar-se moral e espiritualmente (Cl
2:23). Este costume possui raízes no Gnosticismo Ascético, que era um método
que era adotado para a mortificação do corpo, privando-o de alimentos, dormindo
no chão, açoitando-se a si mesmo. Embora tal prática tivesse por objetivo demonstrar,
na visão gnóstica, a fragilidade e nulidade do corpo, o Cristianismo evidencia,
em seus primórdios, que a ascese pode ser um benefício para o processo de
santificação, desde que o propósito seja santo e o método, biblicamente
autorizado (e.g. Cl 3:5; 1Tm 4:8)
ASIARCA - Termo de origem grega, asiarches, que significa
primariamente, "governante da Ásia". Usualmente, era um homem rico e
influente que era eleito ou nomeado para promover o culto ao Imperador romano e
à deusa Roma. Os Asiarcas financiavam festas religiosas, competições esportivas
e obras públicas. Às vezes o Asiarca recebia o título de "sumo sacerdote
da Ásia", o qual mantinha por um ano ou mais. At 19:31, na ARC, o chama de
"príncipe da Ásia", enquanto que a ARA traduz "asiarca".
ASTAROTE
- Etimologicamente, o termo significa "Esposa". Nas páginas da
Bíblia, Astarote era a deusa da fertilidade e da guerra, adorada por vários
povos do mundo bíblico, em culto lascivo, abjeto, nojento e absurdo, pois
acreditavam que a prostituição cultual, inúmeras vezes praticadas por
"rapazes escandalosos" (na ARC), que na ARA, foi traduzido por
"prostitutos cultuais" (cf. Jz 10:6; 1Rs 11:5), era capaz de
gerar chuva e fertilidade ao agradar Baal e sua esposa Astarote. No tempo de
Jeremias muitas mulheres de Judá a adoravam, com o nome de "Rainha dos
Céus" (Jr
7:18; 44:17-19). Também era conhecida pelos nomes de Astarte e Astorete. Não
confundir Astarote com Aserá, deusa da fertilidade dos cananeus, companheira de
Baal. Na ARA e na BLH Aserá é traduzido por poste-ídolo. Este também era o nome
de uma Cidade de Basã (Dt 1:4).
ASTROLOGIA -
A Astrologia rivaliza
com o Espiritismo pela "honra"
de ser o culto mais antigo. Talvez tenha sido primeiro praticado pelos caldeus em Babilônia, onde,
depois de gozar de alta estima, foi por fim desprezada como sendo mera tramóia.
Do império medo-persa caminhou para a Grécia, sob a
influência dos esforços de Alexandre, o Grande, no sentido
de harmonizar o Oriente o
Ocidente; e consta que ali, na Grécia, foi primeiro desenvolvida com caráter de
ciência por Ptolomeu. Alguns astrólogos são de parecer que toda a
mitologia greco-romana se baseava
na Astrologia. Israel, sob a influência da idolatria nativa da Palestina e Síria, por sua vez afetada pela Babilônia e
a Pérsia e mais tarde pela civilização greco-romana,
abrigou, em várias ocasiões, devotos convictos da Astrologia, embora o Antigo
Testamento a condenasse veementemente (e.g. Dt 18:11). É importante ressaltar que a
Judéia foi em tempos passados província persa e
romana, sofrendo naturalmente influências das mesmas. Hoje, de maneira
crescente, os astrólogos são consultados diariamente. Brochuras, contendo
horóscopos e conselhos
astrológicos, cartas astrais até via Internet estão à disposição
de quem se interessar. Conselhos astrológicos comodamente encaixados juntamente a qualquer outro tipo de literatura são
facilmente adquiridos em qualquer
banca de jornal e revistas. Centenas de milhares de homens e mulheres de
negócios, políticos, empresários os mais variados e muitos outros tipos de
pessoas, sequer saem de suas casas e mansões sem antes consultar o que
"dizem os astros". Os devotos da Astrologia nos Estados Unidos, por exemplo, ultrapassam
a casa dos quinze milhões. É praticamente impossível determinar quantos
brasileiros são devotos da Astrologia. As referências específicas à Astrologia,
na Bíblia, são relativamente
poucas, porque o assunto se encontra sob o título geral
de adivinhação, que é terminantemente proibida, como sendo uma forma de idolatria. No entanto,
encontram-se referências explícitas à
Astrologia em Am 5:21-26 e At 7:41-45. Em Amós, Quium ou Moloque, o
ídolo dos
amonitas e fenícios, era intimamente ligado
ao touro solar como ao planeta
Saturno. 2Rs 23:5 contém uma alusão ao Zodíaco. Is 47:13 denuncia abertamente os astrólogos como
"os que dissecam os céus e fitam
os astros, os que em cada lua nova te
predizem o que há de vir sobre ti" (ARA).
ATEÍSMO - Nome que se dá à negação da existência pessoal de Deus. O vocábulo significa a, "não e Théos, "Deus". Seus seguidores são chamados ateus. Dentre estes, destacam-se
duas classes: os ateus práticos e
os ateus teóricos. Os primeiros, são
sensivelmente pessoas sem Deus, que, na vida prática, não reconhecem a
Deus, e que vivem como se de fato Deus Ele não existisse; "... todas as suas cogitações são: não há Deus" (Sl 10:4).
Os outros são geralmente de uma classe mais intelectual, e baseiam sua
negação da existência de Deus, no desenvolvimento de um raciocínio meramente humano. Tratam de
tentar provar por meios que eles consideram argumentos razoáveis e conclusivos que Deus não existe.
ATRIBUTOS DE DEUS, OS - A palavra atributo, vem do latim ad,
"para" e tribuere,
"atribuir". Ou seja, "aquilo que é atribuído a alguém ou a
alguma coisa". Na Teologia Cristã, esse termo veio a ser utilizado
para indicar aquelas qualidades morais ou propriedades
(atributos) atribuídas a Deus, como partes de Sua Natureza. Em geral,
costuma-se distinguir os atributos de Deus, dividindo-os em duas partes
distintas: atributos naturais, ou
seja, aqueles que fazem parte de Sua Natureza e atributos
morais, referindo-se àquelas qualidades relativas à sua
personalidade.
ATRIBUTOS NATURAIS
DE DEUS - Dentre os
atributos naturais de Deus, os mais conhecidos são os seguintes: 1) a Eternidade de Deus: o atributo da auto-existência sugere o atributo de eternidade,
podendo-se afirmar que um atributo sugere o outro. Deus não teve
princípio e nunca terá fim. Ele conhece os acontecimentos na sua sucessão do
tempo, mas não está limitado de nenhum modo pelo tempo. Ele reconhece que
alguns acontecimentos são passados e que outros são futuros em relação aos
acontecimentos presentes. Contudo, o passado, o presente e o futuro são
igualmente conhecidos para Ele. O Deus da Bíblia é o Único Ser que é
absolutamente eterno, pois Sua existência não conhece princípio ou fim. A
Bíblia ensina claramente que Deus é eterno (e.g. Gn 21:32-34; Dt 33:27;
Sl 90:2; Hb 1:12; Ap 1:8); 2) a Imutabilidade
de Deus: Por "imutabilidade", quando essa palavra é usada
em relação a Deus, se entende que Deus, em Sua natureza, Seus atributos e
conselhos é imutável ou seja, não muda jamais, pois tais coisas pertencendo a
um Ser Infinito como Ele é, são absolutamente perfeitas e, portanto, não
admitem possibilidade de variação (e.g. Nm 23:19; 1Sm 15:29; Ml 3:6; Hb
13:8; Tg 1:17); 3) a Onisciência de Deus: como Pessoa, Deus conhece tudo. Esse
conhecimento Divino não tem limites, restrições ou defeitos. A própria filosofia
nos ensina que o termo latino omni é de
uma abrangência tremenda, a ponto de não podermos compreender
plenamente o seu significado. Isto é, Deus tem um conhecimento tal, que
nosso intelecto sequer pode imaginar. O conhecimento de Deus se estende
no tempo e no espaço, porque Ele não conhece essas barreiras (e.g.
1Rs 8:39; Jó 11:7,8; Sl 139:2,11,12; Is 40:28; Jr
16:17; Lc 16:15; Rm 8:27); 4) a Onipotência
de Deus: o poder de Deus é demonstrado na Bíblia como "ilimitado",
o que pode ser observado na criação, como também é demonstrado na
sustentação da mesma (Gn 1 e 2; Cl 1:16). Ele pode cumprir todos os Seus
desejos (Ef 1:11; Rm 9). Assim, Ele é o
Todo-Poderoso (Gn 17:1; Nm 24:4,16; Sl 19:1; 2Co
6:18, entre outros). Em suma, a Bíblia demonstra que
Deus tem todo o Poder. Em relação à expressão "Todo
Poderoso", precisamos apresentar algumas considerações pertinentes.
"Todo Poderoso", é um dos títulos divinos,
utilizado por quarenta e oito vezes no AT, sempre para
traduzir o termo hebraico shaddai,
cuja raiz tem significado incerto. É fato muitíssimo interessante que
todas estas citações incluem uma auto-apresentação de Deus: "Eu Sou
o Deus Todo-Poderoso". Alguns supõem que o título divino hebraico El Shaddai tem o significado de
"Poderoso", ao passo que outros vinculam esta expressão à
palavra acadiana que significa "monte", o que daria a
este título o significado de "Altíssimo". O que fica bem
claro é que esta expressão alude à onipotência de Deus; 5) a Onipresença de Deus: o termo "Onipresença" vem
do latim omnis, "toda" e praesens, "presença".
Indica aquela qualidade ou capacidade de estar presente em todos os
lugares ao mesmo tempo. Essa qualidade é considerada um dos tradicionais
atributos de Deus. A doutrina cristã não ensina que Deus não está em parte
nenhuma. Pelo contrário, ela ensina que Deus está "imanente"
em tudo. A palavra "imanente" se deriva do latim, immanere, "habitar".
É utilizada em relação a ações e princípios relativos a Deus,
e também relativo a outras entidades espirituais de grande poder. A mente
divina é toda-penetrante, toda-presente, estando presente em todos os
lugares ao mesmo tempo. Quando se fala em onipresença, está-se referindo à
imensidade, pois é preciso um Deus imenso para ser todo-presente. O conceito
da Onipresença de Deus se torna mais claro quando afirmamos que a mente
divina está em toda parte. Existem indícios bíblicos da Onipresença de Deus.
Deus vive livre das restrições do tempo e do espaço - esses conceitos pertencem
aos homens. Várias passagens escriturísticas nos fundamentam
nessa idéia. O Salmo 139, por exemplo, nos assevera que não existe lugar
algum para onde o ser humano possa ir, a fim de escapar de Deus Espírito
(Sl 139:7). O profeta Jeremias nos informa que Deus preenche os céus e a terra
(Jr 23:23). Essa idéia está presente,
também, em textos como At 17:27,28,
especialmente a parte final do v. 27, que diz: "...não está longe de
cada um de nós"; e também em textos como Hb 1:3.
ATRIBUTOS MORAIS
DE DEUS - Os
atributos morais de Deus, são aqueles
relacionados com Seu caráter. Vejamos os atributos de santidade, amor,
misericórdia e graça, considerados pelos estudiosos como os mais destacados:
1) a Santidade de Deus: o substantivo hebraico qodesh envolve a idéia de "separação",
"santidade". É derivado do verbo qadash,
"separar" e está relacionado com o adjetivo qadosh,
"santo", enfatizado na visão de Isaías (Is 6:3). Estes termos
hebraicos estão relacionados com outros termos, também hebraicos, que
significam "glória",
"honra", "abundância" e "peso". Em suas várias
formas e derivações, esta palavra é usada por mais de oitocentas
e trinta vezes só no Pentateuco, o que ilustra claramente a sua
importância para os hebreus. A "santidade", em seu sentido mais
sublime, é aplicada a Deus. Isto é demonstrado pelos seguintes fatos: a)
Deus está separado da criação, mesmo daquela porção que não foi
maculada, os seres angelicais; b) Yahweh é, pois, transcendental, fazendo
contraste com os outros deuses (Êx 15:11) e mesmo com a criação inteira
(Is 40:25); c) Deus é a essência absoluta da santidade, da bondade e da
retidão; d) a santidade de Deus é perfeita e inspiradora (Sl 99:3);
e) a santidade de Deus é incomparável (Êx 15:11; 1Sm
2:2); f) a santidade de Deus deve ser magnificada (Is 6:3; Ap 4:8)
e imitada (Lv 20:7,8; 1Pe 1:15,16); 2) o Amor de Deus: Amor é aquele atributo de
Deus pelo qual Ele se inclina a buscar os melhores interesses de Suas
criaturas e a comunicar-Se a elas, a despeito do sacrifício que nisso está
envolvido; ou, como definição alternativa, o amor de Deus é seu desejo pelo bem
estar desses seres amados e o deleite que tem nisso. O Amor de Deus é
amplamente ensinado nas páginas das Sagradas Escrituras (e.g. Mt 5:44,45; Jo 3:16; 1Jo 4:7,8,16); 3) a Misericórdia e a Graça de Deus: o termo "misericórdia" tem
seu emprego mais freqüente no Antigo Testamento, ao passo que o termo
"graça" é mais freqüentemente
encontrado no Novo. A misericórdia de Deus é misericórdia santa, que sabe
perdoar o pecado, porém não protegê-lo; é um santuário para quem se
arrepende, mas não para quem dela presume.
A Bíblia ensina sobejamente que Deus é misericordioso (e.g.
Dt 4:31; Sl 103:8; 145:8; Lm 3:22). A graça de Deus é Seu
favor imerecido, contrário ao merecimento, mediante o qual a
penalidade merecida e conseqüente é suspensa, e todas as bênçãos positivas são
concedidas ao crente arrependido. Graça", é um
vocábulo moderno usado no NT para traduzir a palavra grega charis, que significa
"favor" sem recompensa ou termo equivalente. Se houver qualquer
ato compensador ou pagamento, por mais ligeiro e inadequado não se trata mais
de charis. Quando empregado para
denotar determinada atitude ou ação de Deus para com o homem, faz então parte
da própria essência da questão é que o mérito humano seja totalmente
excluído. A misericórdia perdoa; a graça justifica. A Bíblia ensina
claramente a graça de Deus (e.g. Rm 3:24; Ef 2:8-10; Tt 2:11,12). O caminho para o céu não atravessa uma ponte de
pedágio, e, sim, uma ponte livre, a saber, a graça não merecida de
Deus, em Cristo Jesus.
AZEITE -
Nome que se dá ao óleo tirado de azeitonas, as quais são produzidas pelas
oliveiras. Era usado na alimentação (1Rs 17:12), para curar ferimentos (Lc
10:34), para passar no corpo como cosmético (Sl 104:15), para iluminação (Mt
25:4), para a unção de enfermos (Tg 5:14) e de hóspedes (Lc 7:46). Era por
intermédio da unção com azeite que pessoas eram separadas para serviços
especiais, tais como reis (1Sm 10:1; profetas (1Rs 19:15-16)
e sacerdotes (Êx 28:41).
BABILÔNIA -
No original babil,
"confusão". Na Bíblia, este é o nome de uma região e sua capital (cf.
Gn 10:10; 2Rs 20:12, na BLH). A cidade foi construída na margem esquerda do rio
Eufrates, onde agora se localiza o Iraque. O texto sagrado de Gn 11:1-9
conta-nos como a construção de uma enorme torre ali iniciada, não foi
concluída, porque Deus confundiu a língua falada pelos seus construtores.
Figuradamente, "Babilônia" é símbolo da Roma pagã e apóstata (1Pe 5:13;
Ap 14:8; 16:19; 17:5).
BACIA DE BRONZE - Entre o Altar do Holocausto e o Santuário,
estava a Bacia de Bronze, cheia de água. Dela, só os sacerdotes
podiam se aproximar, e isto faziam diariamente. Os israelitas comuns,
só podiam ir até o Altar do Holocausto. Aqui temos uma
simbologia também maravilhosa: diz a Palavra de Deus que nós não somos
do povo comum; somos sacerdotes (1Pe 2:5,9; Ap
1:5,6). A Bacia de Bronze continha água (Êx 30:17-21). Como todos
sabemos, a água serve para lavar e é, por extensão, símbolo da lavagem pela
Palavra (Jo 15:3; Ef 5:26). Enquanto o sangue (o Altar) fala da Expiação,
a água (a Bacia) fala da purificação (1Jo 5:6). No Tabernáculo, a Bacia
de Bronze apontava para a necessidade da purificação diária (Êx 30:19).
Lembremo-nos agora do texto de Jo 13:8. Por que será que Jesus quis lavar
os pés dos Seus discípulos? Ele mesmo explica, dizendo a Pedro: "...se Eu não te lavar os pés, não tens parte
comigo..." (Jo 13:8b). Não é suficiente que tenhamos
parte nEle; é preciso que tenham também parte
com Ele, isto é, é preciso que vivamos em Comunhão com Ele. Obviamente, para
termos comunhão com Ele, precisamos andar na Luz (1Jo
1:7) e confiar na atuação do Advogado (1Jo 2:1,2). Quanto à medida da Bacia de
Bronze, a Bíblia não nos dá qualquer informação. Isto também serve de
simbolismo, pois demonstra que a graça e a misericórdia de Deus não têm
fim (Sl 30:5 na ARA; Sl 103:11; Lm 3:22). Outro fato simbólico de
alcance, é a origem da Bacia de Bronze. A
Bíblia nos informa que ela foi fundida dos espelhos das mulheres (Êx 38:8).
Qual o objetivo de um espelho? Obviamente, que os objetivos principais são
enxergar-se a si mesmo, avaliar e contemplar-mo-nos a nós mesmos. Isto
demonstra que o crente não deve se contentar em simplesmente ter
sido feito nova criatura mediante o sacrifício do Filho Unigênito
de Deus, mas deve procurar estar diariamente em íntima comunhão com o Senhor,
por meio do Espírito Santo que em nós habita.
BAIXA CRÍTICA - Em contraste com a Alta Crítica, a tarefa da Baixa Crítica, também
conhecida como Crítica Textual é analisar os inúmeros manuscritos conhecidos
das Escrituras, bem como suas incontáveis variantes, com o propósito de se
chegar o mais próximo possível da tradução exata dos textos bíblicos. Ao
contrário da Alta Crítica, a Crítica Textual tem sido um maravilhoso
instrumento para descobertas que têm fortalecido a cada dia a defesa da
inspiração plenária das Escrituras, bem como sua conservação e transmissão
miraculosas. Ela é chamada "baixa", não por ser inferior à
"alta", mas meramente para diferenciá-las.
BANQUEIRO -
Termo utilizado desde os tempos bíblicos para identificar aquela pessoa que
recebia depósito de dinheiro, pagando juros. Esse dinheiro era emprestado a
juros mais altos ou empregado em negócios (cf. Mt 25:27). Nos tempos antigos as
pessoas enterravam o dinheiro (Js 7:21) ou davam a um vizinho para guardar (Êx
22:7).
BANQUETE - Título como era conhecida
aquela refeição solene em que tomam parte muitos convidados (Gn 19:3; Lc 5:29).
Havia banquetes em várias ocasiões, como, por exemplo, quando se celebravam
casamentos, na ocasião de desmamar o herdeiro, nas reuniões de despedida, no
tempo da Tosquia, etc. Quase sempre, os banquetes eram embelezados por cantores
e dançarinos.
BARBA -
Vocábulo que designa o cabelo do rosto do homem. Entre os povos orientais,
especialmente entre os semitas, a barba crescida era sinal de dignidade e
virilidade. Quando em ocasião de tristeza ou pranto, os israelitas arrancavam
cabelos da barba ou a rapavam em sinal de dor (Ed 9:3; Jr 41:5)
BÁRBARO -
Originário do grego barbaros,
palavra de derivação incerta. Este termo era usado pelos gregos para se
referirem a qualquer indivíduo cuja fala era estrangeira. Era também usado no
para designar qualquer estrangeiro
ignorante do idioma e da cultura grega ou greco-romana. O NT
usa este termo em At 28:2 e Cl
3:11).
BEBIDA FORTE - Bebida alcoólica resultante de
fermentação e que pode embriagar. A bebida mencionada em Is 5:22 era feita de
cevada, misturada com especiarias. A bebida destilada (tipo aguardente, rum,
etc.), de elevado teor alcoólico, não era conhecida nos tempos bíblicos.
BEIJO -
Ato de tocar com os lábios em alguém ou alguma coisa. Era sinal de amor (Ct
1:2). O beijo no rosto era um modo de saudar usado no Oriente desde os tempos
dos Patriarcas, entre pessoas do mesmo sexo e, em ocasiões especiais, entre
pessoas de sexo diferente. Pais e mães beijavam os filhos; os filhos beijavam
os pais; irmãos, entre si; amigos e companheiros, entre si. Os antigos cristãos
se saudavam com o beijo de irmão, também conhecido como "ósculo
santo" (Rm 16:16; 1Pe 5:14).
BÍBLIA -
Do grego biblos,
"livro" ou biblion,
"livrinhos". Este é o nome pelo qual é conhecida a coleção dos
Escritos considerados pela Igreja Cristã como inspirados por Deus. Em
realidade, a Bíblia não é simplesmente um livro; é O Livro. Uma Biblioteca,
escrita durante dezesseis séculos por mais de quarenta pessoas, a maioria das
quais nunca se conheceu. Possui 66 livros, divididos em duas grandes partes,
chamadas "Antigo" e "Novo" Testamentos. O AT possui 39
livros, distribuídos em cinco grupos: Lei, Históricos, Poéticos, Profetas
Maiores e Profetas Menores. O NT, com seus 27 livros, também se divide em cinco
partes: Evangelhos, Histórico, Epístolas Paulinas, Epístolas Gerais
e Profético. O AT foi escrito em hebraico, com pequenas porções em
aramaico. O NT foi escrito em grego, com provável exceção para o Evangelho
Segundo Mateus, que segundo alguns estudiosos tenha sido escrito originalmente
em aramaico.
BIBLIOLOGIA - Vocábulo de origem grega, biblos, "Bíblia" e logia,
"estudo", "dissertação". Isto é, Bibliologia, é o estudo
das Escrituras. Dentro deste campo de pesquisa, estuda-se a inspiração plenária
das Escrituras, a formação do cânon, os livros bíblicos e suas características,
assim como as grandes divisões das Escrituras, autoria dos livros bíblicos e
uma imensa gama de assuntos correlatos.
BIBLIOMANCIA - Trata-se de expediente bastante comum em nossos dias. Conforme o
próprio nome indica, Bibliomancia (do grego biblos, "Bíblia" e manteia,
"adivinhação"), é uma forma velada de adivinhação. Com base em uma
Hermenêutica falha, dizem "consultar" o Senhor, como fazia Davi (e.g.
1Sm 23:4), abrindo a Bíblia ao acaso, a fim de obter resposta para determinada
pergunta. No entanto, se esquecem que vivemos na Dispensação do Espírito,
Aquele que nos faz saber todas as coisas e nos revela toda a verdade (cf. Jo
14:26; 16:13). Ademais, costuma-se praticar Bibliomancia, acerca de assuntos
sobre os quais a Bíblia trata de forma ampla e completa. Ver o verbete
Consultar.
BODE EXPIATÓRIO -
Nome que se dava ao bode que era solto para o deserto no Dia da Expiação. Era
ele um sinal visível e simbólico de que os pecados do povo tinham sido
esquecidos e perdoados (Lv 16:5-28).
CABALA - Termo hebraico, kabel,
"receber". Isto é, tradições transmitidas e aceitas. A Cabala é o
conhecimento místico esotérico do Judaísmo, baseado na interpretação oculta da
Bíblia, à qual foram adicionados elementos de outras religiões e sistemas. A
Cabala teve começo na Palestina; mas foi na Babilônia, durante o período de 550
a 1000 d.C., que experimentou seu primeiro, sistemático e substancial
desenvolvimento. O próximo período de desenvolvimento cabalístico deu-se no
início do século XVI. Seu principal centro, foi em
Safede, na Palestina. No seu desenvolvimento, a Cabala caiu em vários absurdos.
Cada palavra da Bíblia, escrita em hebraico, que eles pensavam ser a língua do
próprio Deus, bem como cada letra, e mesmo cada sinal vocálico e todas as suas
possíveis permutas, combinações, eram consideras questões que encerravam
profundos mistérios. A Bíblia era interpretada não apenas literalmente, mas
também alegórica, homilética e anagogicamente, com a esperança de desvendar
sentidos ocultos. As palavras passaram a ser interpretadas,
de acordo com seus valores numéricos, numa pseudociência chamada Gematria.
CABEÇA - Originário do hebraico,
onde existem várias palavras correlatas, o termo cabeça, é de origem grega, kephale, vocábulo
usado setenta e quatro vezes no NT. Este termo inclui, tanto o crânio, que
abriga o cérebro, como também o rosto. Na Antigüidade, alguns acreditavam que a
cabeça era a sede da inteligência, enquanto outros defendiam a idéia de que
essa função era atribuída ao coração; isto é, o coração seria a "sede das
emoções" (cf. Gn 3:15; Sl 3:3). Em sentido figurado, cabeça pode
significar "chefe" (cf. Ef 4:15; 5:23). "Ter a cabeça
exaltada" quer dizer "vencer" (cf. Sl 27:6). "Inclinar a
cabeça" diante de alguém, simboliza "humildade" ou
"reverência" (cf. Gn 24:26; Êx 4:31). "Cobrir a cabeça",
representava "tristeza" (cf. 2Sm 15:30). Pôr cinza ou pó sobre a
cabeça, indica "consternação" e
"tristeza" (cf. Js 7:6; Jó 2:12). "Rapar a cabeça" também
era sinal de "tristeza" (cf. Jó 1:20) ou de "voto" (cf. Nm
6:9; At 18:18). "Impor as mãos" sobre a cabeça de alguém, era sinal
de transmissão de alguma bênção (cf. 2Sm 13:19; Jr 2:37), como o "Batismo
com o Espírito Santo" (cf. At 19:6) ou de investidura num Ministério
específico (e.g. At 6:6; At 13:3; 1Tm 4:14; 5:22) ou para ministrar a cura no
Nome do Senhor Jesus (cf. Mc 16:18) Sacudir a cabeça, era gesto de zombaria,
incredulidade ou consternação (cf. Is 37:22; Sl 22:7; Mt 27:39).
Metaforicamente falando, Jesus é a Cabeça da Igreja (cf. Ef 5:23; 4:15; Cl 1:18)
CALDÉIA - Nome de um Distrito, ao sul da
Babilônia, que posteriormente, veio a designar a Babilônia inteira, o que
ocorreu durante o Império neobabilônico de Nabucodonosor II (605-562 a.C.).
Nesta ocasião, seu território se estendia desde a pequena aldeia murada de
Hite, à margem direita do Eufrates, até o Golfo Pérsico. Nos tempos bíblicos
era uma região muito fértil (Jr 51:35).
CALENDÁRIO
- Nome que se dá ao sistema de divisão do tempo do ano civil. Os 12 meses do
ano judaico, iniciavam com cada lua nova e seguiam
assim: 1) abibe (Êx 13:4) ou nisã (Ne 2:1), de meados de março a meados de
abril; 2) zive (1Rs 6:1), abril-maio; 3) sivã (Et 8:9), maio-junho; 4) tamuz,
junho-julho; 5) abe, julho-agosto; 6) elul (Ne 6:15), agosto-setembro; 7)
ethanim ou tisri (1Rs 8:2), setembro-outubro; 8) bul ou marquesvã (1Rs 6:38),
outubro-novembro; 9) quisleu (Ne 1:1), novembro-dezembro; 10) tebete (Et 2:16),
dezembro-janeiro; 11) sebate (Zc 1:7), janeiro-fevereiro; 12) adar (Ed 6:15),
fevereiro-março. Como os meses judaicos eram meses lunares, portanto, de vinte
e oito dias, a cada três anos, acrescia-se um 13º mês, para ajuste de
Calendário, chamado Ve-Adar, ou seja, "segundo adar".
CAMINHO, CAMINHO DO SENHOR - Segundo se depreende, este termo tornou-se costumeiro para designar o
Cristianismo (cf. At 19:9; 22:4), em que é apresentado o "Caminho da
Vida", sem dúvida, uma designação antiqüíssima, antes de tornar-se comum o termo cristão, usado pela primeira vez em sentido de escárnio, em
Antioquia da Síria (At 11:26).
CANDELABRO DE OURO - Também chamado de "Castiçal de Ouro" (Êx
25:31-40). É também chamado "Menorah". Dentro do Santo Lugar, o
Candelabro era a primeira coisa que se podia ver. Ele era símbolo da presença
de Jesus, pois Ele é Luz (Jo 9:5). O Candelabro era de ouro puro. Não era uma
simples peça fundida, mas forjada a martelo por um hábil ourives,
partindo-se de um talento de ouro. Para chegar a se transformar naquele maravilhoso Candelabro, o ouro foi sendo continuamente
golpeado. Assim foi com o Senhor Jesus: foi golpeado com os duros
golpes do juízo de Deus, que se destinava ao homem (Is 53:5). A haste e
os seis braços do Candelabro eram uma só peça maciça. Davam suporte a sete
lâmpadas de azeite, as quais forneciam a luz naquela escuridão. As
lâmpadas eram cheias de azeite de oliva, o qual é uma figura
do Espírito Santo (Zc 4:1-6). O mesmo se passa com os crentes que
estão intimamente ligados com o Senhor Jesus Cristo: eles se tornam luz (Mt
5:14). Encontramos ainda a ordem de Nm 8:3: as lâmpadas deviam ser colocadas de
maneira que iluminassem defronte do Candelabro, a sua haste, que representa
Cristo. Isto nos mostra da necessidade de sermos luz não para nossa
glória própria, mas para glória de Deus. A função do sacerdote em relação
ao Candelabro também possui grande simbolismo, pois a parte queimada do pavio
não dava luz e ele devia então remover a sujeira. Assim também é em nossas
vidas: precisamos remover tudo aquilo de ruim que porventura existir em
nós, a fim de que a nossa luz brilhe diante dos homens!
CÂNON -
O termo Cânon, vem do heb. kaneh, que foi vertido para o
grego como kanon.
Originalmente, este termo denotava uma "vara de medir", tendo em
vista o desconhecimento do sistema decimal. Mais tarde, passou a designar o
conjunto dos livros divinamente inspirados.
CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO - O processo de canonização, de qualquer coleção de livros sagrados, é
um processo histórico que necessita de séculos para ser completado. São esmagadoras
e irrefutáveis as evidências a favor dessa verdade. Esse processo histórico
contou diretamente com a assistência do Espírito Santo de Deus, que ao longo
dos séculos dotou os rabinos judaicos para reconhecerem os livros divinamente
inspirados e refutarem os apócrifos e pseudepígrafos. A Igreja Evangélica
reconhece como canônicos, apenas os livros do AT
escritos em hebraico, com raras passagens em aramaico. Já o Romanismo, inclui
no seu "cânon" outros livros, aos quais chamam
"deuterocanônicos", num total de sete, elevando o número de livros
para o AT para 46. Para os judeus e os evangélicos, o cânon do AT não possui
divergências, uma vez que as Bíblias utilizados pelos
evangélicos não foram traduzidas da Septuaginta, mas sim, do Texto
Massorético, constando de 39 livros.
CÂNON DO
NOVO TESTAMENTO - Nenhum dos livros que compõem o NT foi
aceito como canônico antes da
Epístola aos Romanos, pois quando se fizeram as primeiras declarações sobre o
“cânon” neotestamentário, a Epístola aos Romanos sempre foi
incluída, e isto nos pronunciamentos de grupos ou pessoas ortodoxas ou
heréticas. A passagem de 2Pe 3:15-17, que cita o trecho de Rm 2:4, chama-o de
“escrituras”, sendo esse o mais antigo pronunciamento que temos
sobre a canonização de qualquer dos livros do NT. Por conseguinte, pode-se
dizer que a Epístola aos Romanos aparece em primeiro lugar no
“cânon” do NT. Outrossim, essa epístola foi escrita antes de
qualquer dos evangelhos, com a possível exceção exclusiva do evangelho de
Marcos, ainda que, na ordem cronológica, isto é, na ordem da escrita, a
Epístola aos Romanos apareça no sexto lugar entre os escritos de Paulo.
Márcion, aquele antiqüíssimo herege (150 d.C.), incluía a Epístola aos Romanos
em seu cânon, e esse pronunciamento levou outros Pais da Igreja a fazerem seus
respectivos pronunciamentos. Todos esses Pais da Igreja, sem qualquer exceção,
dentre os que se preocuparam com esse problema, também incluíram a Epístola aos
Romanos em seus respectivos “cânones”. Os “cânones”
mais antigos (pertencentes ao século II d.C.) incluíam cerca de dez das
epístolas de Paulo, bem como os quatro Evangelhos, ou seja, os mais antigos
livros do Novo Testamento, num total de cerca de catorze livros. Mas alguns
estudiosos supõem que o próprio Márcion não preparou o “cânon” de
sua época, mas antes, aceitou tão somente a opinião corrente da Igreja de seus
dias. Se assim realmente sucedeu, então talvez possamos fazer retroceder o mais
primitivo “cânon” neotestamentário para 125 d.C. mais ou menos.
Escritores anteriores, que não contavam com qualquer “cânon”
formal, mesmo assim demonstraram respeito e conhecimento por diversas das
epístolas de Paulo, incluindo a epístola aos Romanos. Entre estes podemos citar
Clemente de Roma (95 d.C.), Inácio de Antioquia (110 d.C.) e Policarpo de
Esmirna (110 ou 130 d.C.). Inácio de Antioquia (martirizado em cerca de 110
d.C.), escreveu várias epístolas às Igrejas, como também uma endereçada a
Policarpo, e esses escritos sobreviveram como uma “coleção”.
Cabe-nos o direito, portanto, de suspeitar que muitos crentes, daquela época
primitiva, possuíam várias coleções das epístolas de Paulo. Além disso, é
extremamente improvável que qualquer coleção de epístolas de autoria de outrem
tenha precedido a coleção dos escritos do apóstolo dos gentios. E, assim sendo,
podemos supor que, pelo fim do primeiro século da era cristã, alguma forma de
coleção já fora feita, tendo sido esse o mais primitivo “cânon” do
NT, o qual, sem a menor sombra de dúvida, incluía a Epístola aos Romanos. A primeira
dessas coleções consistia de dez dessas epístolas paulinas, conforme eram
aceitas por Márcion, e, subseqüentemente, por outros Pais da Igreja. A ordem
escrita por Márcion era a seguinte: Gálatas, 1 e 2
Coríntios, Romanos, 1 e 2
Tessalonicenses, Efésios, Colossenses, Filemon e Filipenses. E isso nos mostra
quais as epístolas formadoras do mais primitivo “cânon”. Já a lista
muratoriana, feita posteriormente, pertencente cerca de 200 d.C., apresenta uma
ordem diferente, a saber: 1 e 2 Coríntios, Efésios,
Filipenses, Colossenses, Gálatas, 1 e 2 Tessalonicenses, Romanos e Filemon. Com
esse número e com essa ordem de epístolas paulinas, Tertuliano (cerca de 200
d.C.), parece concordar. Os elementos hereges, que admitiam a canonicidade da
epístola aos Romanos, além de Márcion, foram os seguintes: os ofitas,
Basilides, Valentino, Heracleon e Ptolomeu, Taciano. Crentes de séculos
posteriores, que igualmente aceitavam a Epístola aos Romanos como canônica,
foram: as Igrejas de Viena e Lions, Atenágoras e Teófilo de Antioquia. A lista
final dos livros integrantes do NT, somente
foi oficializado no Concílio de Cartago, em 397 d.C., embora já estivessem sido
utilizados na maioria das Igrejas, mesmo antes de oficializado
CÂNTICO DOS DEGRAUS -
Também chamados de "Cânticos Graduais". Título que ocorre em 15
Salmos na versão ARC (do 120 ao 134). Não se sabe com exatidão o que esse
título quer dizer. Ao que tudo indica, esses salmos eram cantados pelo povo,
quando "subiam" a Jerusalém para as Festas Anuais. Ou ainda, eram
cantados, enquanto os judeus devotos subiam as escadas do Templo de Jerusalém.
Seguramente, os Cânticos Graduais possuem um valor escatológico muito mais
profundo do que possa parecer à primeira vista.
CARNAL -
Termo de origem grega, sarkikos. Seus principais significados são:
"carnal", "natureza carnal". O termo era usado para
designar algo não governado através do Espírito de Deus, bem como algo
relacionado com a depravação, com a natureza humana decaída. Por fim,
"carnal" é o termo usado para expressar o que pertence
à natureza humana deixada à vontade de seus pensamentos e desejos em contraste
com os pensamentos e desejos espirituais, que vêm de Deus. Quando não está
sujeito a Deus, o ser humano tem inclinação para o pecado. O salvo pode ser
"carnal" ou "espiritual" (1Co 2:14-3:1; 1Pe 2:11). Algumas
coisas que a natureza humana produz são mencionadas em Gl 5:19-21; o que o
Espírito produz é referido nos em Gl 5:22,23.
CASA -
No hebraico, beth. Construção em que pessoas moram. Na
Palestina as casas eram feitas de pedra. Os pobres viviam às vezes em cavernas.
As pessoas errantes, que se deslocavam em busca de alimentos e de pastagens
para os seus rebanhos, viviam em barracas feitas com peles de cabra ou de
camelo (Gn 4:20). No litoral do mar Mediterrâneo construíam-se casas de barro.
O teto era feito de palha e barro.
CASAMENTO -
Instituição divina pela qual um homem e uma mulher se unem por amor numa
comunhão social e legal com o propósito de estabelecerem uma família (Gn
1:27-28; 2:18-24). É permanente e só pode ser dissolvido pela morte (Rm 7:2-3)
ou, excepcionalmente, pelo divórcio (Mt 19:3-9).
CASTIGO -
Termo usado para denotar um sofrimento imposto a quem é culpado (Pv 11:21). Os
pais castigam os filhos (Pv 19:18). Os tribunais condenam os culpados (Rm
13:4). Deus castiga (Hb 10:29-31). Os condenados eram castigados com açoites
(Dt 25:2-3) e (ou) jogados na prisão, que era chamada calabouço (At 16:19-24).
A Lei de Moisés previa a pena de morte para vários crimes (Ex 21:12-17,22-23;
22:18-20; Dt 22:20-25). Os judeus apedrejavam; os romanos cortavam a cabeça ou
crucificavam.
CATIVEIRO -
Situação dos israelitas quando os moradores do Reino do Norte (Israel) foram
derrotados e levados como prisioneiros para a Assíria em 722 a.C. (2Rs 17:6;
18:11), e os moradores do Reino do Sul (Judá) foram derrotados e levados como
prisioneiros para a Babilônia em 586 a.C. (Jr 52:24-30). Este termo também pode
servir para designar o lugar onde alguém fica como prisioneiro (Ap 13:10).
CÉDULA -
Originalmente, o termo deriva-se do grego cheirographon, uma letra, que a pessoa
escreveu com sua própria mão; uma nota escrita à mão na qual reconhece um valor
em dinheiro que alguém depositou em sua mão ou que lhe foi emprestado, a ser
devolvido no momento designado. Tal termo está relacionado com grapho, cujos
principais significados são: "escrever", "lavrar um
documento", " emitir compromisso
escrito". Em Cl 2:14, Paulo usa tal termo para expressar um dos aspectos
da Obra Redentora de Cristo: ele "riscou", "anulou",
"liquidou" a cédula de dívida que nos era contrária, ou seja, a
cédula de nossa dívida, cravando-a na Cruz.
CÉSAR -
Título aplicado à uma família romana, da qual Caio
Júlio César foi o membro mais famoso. Com o passar do tempo, "César"
se tornou o título oficial dos imperadores romanos (Lc 20:25). No NT, menciona-se quatro césares: Augusto, Tibério, Cláudio e
Nero.
CHAMAR -
Verbo usado nas Escrituras, para expressar o ato de convidar pessoas para que
aceitem a salvação realizada por meio de Jesus Cristo (Gl 1:6). Essa é uma
decisão tomada por Deus, desde a eternidade. Exteriormente esse convite é
comunicado às pessoas através da mensagem de Deus e interiormente, pela ação do
Espírito Santo, que cria a fé salvadora. Também pode expressar o ato de
convocar certas pessoas para que se dediquem a trabalhos especiais no Reino de
Deus (Rm 1:1). Também essa convocação é uma decisão divina,
tomada desde a eternidade (Is 49:1,5; Jr 1:5; Gl 1:15).
CHIFRE -
Termo de origem hebraica, qeren, originário de qaran:
"chifre", "chifre, como projeções no altar", "chifre,
como instrumento musical". No grego, o termo é keras, "um
chifre", "uma extremidade projetando uma forma como um chifre".
Uma ponta dura e curva, que aparece na fronte de alguns animais (Ap 17:3). O
chifre era usado para conter líquidos e também servia como corneta (Js
6:4). Num sentido metafórico,
"chifre" é símbolo de força, coragem, poder e autoridade (Zc 1:18,19).
CIDADES DE REFÚGIO -
Nome que se dava a seis cidades, nas quais podiam se refugiar e permanecer
aqueles que cometessem um homicídio sem tê-lo premeditado. O texto a seguir
demonstra bem a utilização das Cidades de Refúgio: "Falou mais o Senhor a Moisés,
dizendo... Quando passardes o Jordão à terra de Canaã, fazei com que vos
estejam à mão cidades que vos sirvam de cidades de refúgio, para que ali se
acolha o homicida que ferir a alguma alma por erro... Três destas cidades
dareis daquém do Jordão, e três destas cidades dareis na terra de Canaã;
cidades de refúgio serão. Serão de refúgio estas seis cidades para os filhos de
Israel, e para o estrangeiro, e para o que se hospedar no meio deles, para que
ali se acolha aquele que ferir a alguma pessoa por erro. Porém, se a ferir com
instrumento de ferro, e morrer, homicida é; certamente o homicida morrerá. Ou,
se a ferir com pedra à mão, de que possa morrer, e ela morrer, homicida é;
certamente o homicida morrerá. Ou, se a ferir com instrumento de madeira que
tiver na mão, de que possa morrer, e ela morrer, homicida é; certamente morrerá
o homicida. O vingador do sangue matará o homicida: encontrando-o, matá-lo-á.
Se também a empurrar com ódio, ou com intento lançar contra ele alguma coisa, e
morrer; ou por inimizade a ferir com a sua mão e morrer certamente morrerá o
feridor; homicida é; o vingador
do sangue, encontrando o homicida, o matará. Porém, se a empurrar de improviso,
sem inimizade, ou contra ela lançar algum instrumento sem desígnio; ou sobre
ela fizer cair alguma pedra sem o ver, de que possa morrer, e ela morrer, e ele
não era seu inimigo nem procurava o seu mal, então, a congregação julgará entre
o feridor e o vingador do sangue, segundo estas leis. E a congregação livrará o
homicida da mão do vingador do sangue, e a congregação o fará voltar à cidade
do seu refúgio onde se tinha acolhido; e ali ficará até à morte do sumo
sacerdote, a quem ungiram com o santo óleo. Porém, se de alguma maneira o
homicida sair dos termos da cidade do seu refúgio, onde se tinha acolhido, e o
vingador do sangue o achar fora dos termos da cidade do seu refúgio, se o
vingador do sangue matar o homicida, não será culpado do sangue. Pois
deve ficar na cidade do seu refúgio, até à morte do sumo sacerdote; mas, depois
da morte do sumo sacerdote, o homicida voltará à terra da sua possessão. E
estas coisas vos serão por estatuto de direito a vossas gerações, em todas as
vossas habitações. Todo aquele que ferir a alguma pessoa, conforme o dito das
testemunhas, matarão o homicida; mas uma só testemunha não testemunhará contra
alguém para que morra, e não tomareis expiação pela vida do homicida, que culpado
está de morte; antes, certamente morrerá. Também não tomareis expiação por
aquele que se acolher à cidade do seu refúgio, para tornar a habitar na terra,
até à morte do sumo sacerdote. Assim, não profanareis a terra em que estais;
porque o sangue faz profanar a terra; e nenhuma expiação se fará pela terra por
causa do sangue que se derramar nela, senão com o sangue daquele que o
derramou. Não contaminareis, pois, a terra na qual vós habitareis, no meio da
qual eu habitarei; pois eu, o Senhor, habito no meio
dos filhos de Israel." (Nm 35:9-34).
CIRCUNCISÃO -
Termo grego, peritome. Trata-se de uma cerimônia
religiosa na qual é cortada a pele, chamada prepúcio, que cobre a ponta do
órgão sexual masculino. Todas as crianças israelitas eram circuncidadas ao
oitavo dia após o seu nascimento. Era um sinal visível da Aliança que Deus fez
com o povo de Israel (cf. Gn 17:9-14). Algumas vezes, o termo era usado de
forma metafórica para designar os israelitas (Gl 2:8; Cl 4:11, na BLH). Outras
vezes, o termo pode significar a "circuncisão espiritual", que
resulta numa nova natureza, a qual é livre do poder das paixões carnais e obediente a Deus (Jr 4:4; Rm 2:29; Cl 2:11; Fp
3:3).
CIÚME -
No original grego zeloo. Primariamente, o termo ciúme denota disposição
ou atitude que não tolera a infidelidade. É neste sentido, que a Bíblia afirma
que Deus é um "Deus zeloso", pois Ele exige que os Seus seguidores
adorem somente a Ele (Tg 4:5). No entanto, ciúme pode também denotar uma
disposição de suspeitar da fidelidade da pessoa amada. Esse tipo de ciúme é
doentio e só faz mal (cf. Ct 8:6; 1Co 13:4).
CÓDEX -
Termo de origem latina, "tronco",
"casca" ou "tábua". Esse vocábulo foi atribuído ao sistema
de agrupamento de escritos em forma de folhas empilhadas e amarradas, semelhantes
aos nossos modernos "livros", em substituição ao antigo sistema de
"rolos" ou "pergaminhos". Este termo também é utilizado
para identificar uma enorme variedade de manuscritos originais, tanto do
Antigo, quanto do Novo Testamento, sendo os mais conhecidos, o Sinaiticus, o
Vaticanus, o Alexandrinus e o Ephraemi-Rescriptus.
COLUNA -
Termo originário do grego stulos.
Originalmente, significa um pilar;
uma coluna; um suporte ou apoio. Este era o vocábulo usado para denotar uma
pedra que servia para marcar um lugar sagrado ou para conservar a
lembrança de alguma pessoa ou de algum acontecimento (Gn 28:18). Também servia
como testemunha entre duas partes (Gn 31:52). Também era usada para designar
uma peça usada na arquitetura para sustentar coberturas (cf. Êx 26:32). No
sentido metafórico, coluna indica
"apoio" (Gl 2:9; 1Tm 3:15).
COMIDA -
Na Bíblia este termo denota tudo aquilo que é ingerido para sustentar o corpo e
mantê-lo vivo. Em geral os judeus serviam duas refeições ao dia. Seu cardápio
era composto por verduras e frutas (Nm 11:5; Dt 23:24), peixe (Ne 13:16), carne
(Lv 11), mel (Pv 24:13), leite, manteiga e queijo (Dt 32:14; Jó 10:10), tudo
ingerido junto com pão de farinha de trigo, de centeio, ou de cevada (Êx 29:2;
Jo 6:9).
COMUNHÃO -
Termo de origem grega, koinonia, cujos significados básicos são:
companheirismo, comunhão, comunicação, participação em comum, relacionamento. O
termo é utilizado para denotar uma associação com uma pessoa,
envolvendo amizade com ela e incluindo participação nos seus sentimentos, nas
suas experiências e na sua vivência (1Co 1:9; 10:16; 2Co 13:13; Fp 2:1; 3:10;
1Jo 1:3,6,7). Também pode indicar um relacionamento
que envolve propósitos e atividades comuns; uma espécie de parceria (At 2:42;
2Co 6:14).
CONCUBINA -
Vocábulo usado para designar uma moça, usualmente pobre, que um homem de posses
comprava dos seus pais, ou aceitava como pagamento de dívidas, ou tomava como
prisioneira de guerra. A concubina tinha direito a
casa, comida e relações sexuais com o dono, que era considerado seu marido. Ela
ficava em posição inferior à da esposa, porém não era olhada com desprezo pelos
outros, tendo em vista que nos tempos do AT a lei tolerava a poligamia (Gn 25).
CONCUPISCÊNCIA -
Palavra de origem grega, epithumia. Seus significados básicos, são:
luxúria, concupiscência, desejo, desejo do que é proibido. Trata-se de uma
forte e continuada vontade ou desejo de fazer ou de ter o que Deus não quer que
façamos ou tenhamos (Rm 7:8).
CONFESSAR -
Verbo de origem grega, homologeo. Seus significados
básico são: "confessar", "professar",
"prometer", "não negar", "declarar abertamente".
O verbo expressa a idéia de declarar o que se crê ou sabe. A
pessoa confessa os seus pecados (Sl 32:5) e afirma que crê em Deus poderoso e
Salvador (Rm 10:9-10).
CONFISSÃO
POSITIVA - Ao abordamos acerca da
"confissão positiva", automaticamente estaremos nos referindo,
querendo ou não, à "Teologia da Prosperidade". No entanto, se o
leitor desejar maiores informações sobre esta última, poderá consultar o verbete
"Teologia da Prosperidade", constante do presente Dicionário. Embora
muitos não aceitem a proposição desta verdade, a "Confissão Positiva"
é uma heresia. Por que heresia? Porque defende e propaga ensinos contrários ao
que as Escrituras Sagradas
ensinam. Por exemplo, a Teologia de Deus e a Antropologia
apregoados pela Confissão Positiva, não se harmonizam com o ensino
bíblico. Embora alguns tentem negar o vínculo, a Confissão Positiva tem sua
origem nos ensinos de Finéias Parkhust (1806-1866). Finéias era um curandeiro
que havia desenvolvido a prática da hipnose e ensinava a inexistência da
matéria, do sofrimento, do pecado e da enfermidade. Foi com estas idéias, que
ele fundou o Novo Pensamento e ficou conhecido como o guru da Ciência da Mente. A influência desse "novo pensamento" deu forças à
Mary Baker Eddy, que fundou, em 1879, a Igreja da
Ciência Cristã. No entanto,
considera-se o "pai" da Confissão Positiva, Essek William Kenyon, que foi o primeiro a pregar e a escrever
sobre ela, além de ter sido o primeiro a pregar estas mensagens no rádio, em
1931. Suas idéias foram despertadas pela influência de Finéias; mesmo assim,
ele é reconhecido como o "pai" da Confissão Positiva, que se
identifica com a Teologia da
Prosperidade, Palavra
da Fé ou Movimento da Fé. Entretanto, a grande publicidade que essas
idéias possuem hoje, se deve a Kenneth Erwin Hagin, pois foi ele quem fez com
que ganhassem formas e influência, se utilizando dos
meios de comunicação e fazendo que elas penetrassem nas lares e nas Igrejas.
Num exame superficial, parece-nos que estas idéias possuem embasamento bíblico,
em virtude do número enorme de versículos que figuram em seus escritos. Mas,
numa análise mais aprofundada, pode-se perceber que tudo que produzem, tem como
base os escritos místicos e recheados de empirismo de Hagin, mas não as
Escrituras. E diga-se de passagem, Hagin é hábil em
basear-se em textos fora dos seus contextos, torcendo o que a Bíblia diz. Com
base no que dissemos, as inúmeras eisegeses podem ser exemplificadas no absurdo
de reduzirem Deus à categoria dos homens e elevarem os homens à categoria de
Deus. Chegam a afirmar que você precisa ter a fé
de Deus para poder fazer milagres, pois segundo dizem, a fé foi a substância que Deus usou para criar o Universo. Hagin afirma
ainda que na oração não se deve pedir, pois o verbo “pedir” de Jo 14:13,14 deve ser traduzido por "exigir". Assim,
eles concluem que o cristão deve exigir o que deseja. Ou como dizem,
"determinar"; e Deus fará. São ainda dualistas,
maniqueístas e animistas.
CONGREGAÇÃO -
Este é o termo usado para designar Israel como povo ou nação. No
hebraico, aparece o vocábulo kahal, que denota a multidão inteira de qualquer povo, unido pelos vínculos de uma sociedade, e
constituindo uma república ou estado. Em
sua significação ordinária, o termo pode ser definido como uma assembléia ou
convocação do povo de Israel. Na famosa versão da Bíblia para os judeus de fala grega, a Septuaginta, o
termo foi traduzido por ekklesia, no sentido usual do hebraico kahal. O termo congregação, ainda pode ser usado para denotar o povo reunido, especialmente para fins religiosos (cf. 1Rs 8:14; Hb
10:25).
CONHECER -
Verbo de origem grega, ginosko.
Suas acepções básicas alcançam uma enorme gama de significados, tais como:
"saber",
"entender", "perceber", "ter conhecimento de".
Quando o verbo conhecer é usado como metáfora, trata-se de um hebraísmo, cujo
sentido é ter relações sexuais entre um homem e uma mulher.
CONJURAR -
Verbo grego, diamarturomai. Seus principais significados, são:
"testemunhar", "afirmar solenemente". É usado na Bíblia em 2Tm4:1, com o sentido de "implorar". Em 1Sm 14:24,
tem o sentido de "ligar-se a alguém por juramento". Já em Is 47:11, o
sentido é "afastar".
CONSAGRAR -
No grego, este verbo aparece como proskartereo. Dentre as suas várias utilizações, este
verbo pode ser usado para designar o ato por meio do qual se
dedica uma pessoa ou uma coisa ao serviço de Deus (Êx 29:1-37; Lv 8; Ez 44:29). Pode também expressar o dedicar-se ao serviço
do Senhor (2Cr 29:31). Ou ainda, pode designar o ato de dedicar-se a Deus, de
santificar-se para Ele (At 6:4).
CONSOLADOR -
O vocábulo grego parakletos
é formado da preposição para, "ao lado de" e kletos,
"chamados". Equivale aos
vocábulos "consolador" e "advogado",.
É um dos títulos do Espírito Santo (Jo 14:26), também aplicado ao Senhor Jesus
(1Jo 2:1).
CONSULTAR - Este verbo é bastante amplo nas
páginas da Bíblia. Em primeiro lugar, costuma-se utilizá-lo com o sentido de
pedir conselho ou opinião (e.g. Os 4:12; Gl 1:16). Também costuma ser usado com
o sentido de examinar antes de decidir (e.g. Sl 71:10; At 27:39). Mas, infelizmente, este verbo está
intimamente relacionado com uma prática bastante comum em nossos dias, a Bibliomancia (do grego biblos,
"Bíblia" e manteia,
"adivinhação"); ou seja, é uma forma velada de adivinhação. Com falta
de base hermenêutica, afirmam "consultar" o Senhor, como fazia Davi
(e.g. 1Sm 23:4), abrindo a Bíblia ao acaso, a fim de obter resposta para
determinada pergunta, esquecendo-se que vivemos na Dispensação do Espírito,
Aquele que nos faz saber todas as coisas e nos revela toda a verdade (cf. Jo
14:26; 16:13). Outro fato sério, é que se tornou comum "consultar"
(ou seja, praticar Bibliomancia), acerca de assuntos sobre os quais a Bíblia
trata amplamente.
CONTAMINAR -
Trata-se de um verbo grego relacionado com o culto e a fé, miaino, "sujar", "manchar",
"poluir". Este verbo é usado para denotar o ato de tornar-se impuro por
ter tocado em alguma coisa, animal ou pessoa impura (Lv 11:43). Também pode ser
usado para expressar o ato de tornar-se impuro moral e espiritualmente por ter
cometido pecado (Mc 7:15-23; Hb 12:15).
CORAÇÃO -
Do grego, kardia, coração, aquele órgão no corpo animal que é o centro da
circulação do sangue (Êx 28:29), e conseqüentemente foi considerado como o assento da vida
física.Também denota o centro de toda a vida física e espiritual. Na Bíblia, o
coração é considerado como o centro dos pensamentos, das paixões (1Sm
1:8), dos desejos, da vontade (Sl
119:2) dos apetites, dos afetos,
dos propósitos, da compreensão, da inteligência (Gn 6:5) e do caráter (Lc 6:45).
CORDEIRO -
Do grego amnos, "cordeiro". Este vocábulo é usado para designar
um filhote ainda novo da ovelha; um carneirinho. Sua carne servia
de alimento e era usada nos sacrifícios levíticos (Êx 29:39). O Senhor Jesus é
claramente apresentado na Bíblia, como o "Cordeiro de Deus" que
haveria de tirar o pecado do mundo (Jo 1:29).
CORINTO -
Cidade da Grécia, cheia de pecado e corrupção, destruída pelos romanos em 146
a.C. e reconstruída em 46 d.C. "Coríntio" era sinônimo de
"imoral", "depravado". Em Corinto havia um templo dedicado
ao culto de Afrodite, deusa do amor. Nesse templo havia mil prostitutas cultuais, que atraíam
adoradores de todo o mundo antigo. Em Corinto Paulo fundou uma igreja (At
18:1-18).
COROA -
Vocábulo de origem grega, stephanos, "uma coroa", "uma marca
real", "uma marca de grau elevado". O mesmo termo servia para
designar a grinalda ou guirlanda que eram determinados como um prêmio para
vencedores em jogos públicos. Os atletas vencedores recebiam
coroas feitas de ramos e flores (1Co 9:25). Metaforicamente, o termo coroa
está relacionado com a bem-aventurança eterna que será dada como um prêmio a
todos os genuínos servos de Deus.
CORPO DE CRISTO -
Designação figurada da Igreja do Senhor Jesus e seus membros (cf. 1Co 12:12-31;
Ef 4:16; 5:30). Para maiores e mais amplas informações, gentileza verificar o
verbete Igreja.
CORRUPÇÃO -
Do grego phthora, termo que significa "corrupção",
"destruição", "perecível". Também pode denotar o ato de
corromper, a depravação (Ed 9:11; Tg 1:27; 2Pe1:4) ou
apodrecimento (Sl 16:10; 1Co 15:50). No uso cristão, corrupção é um termo usado
para denotar, também, decadência moral.
COSMOGONIA -
Este vocábulo bem dos termos gregos kosmos, "mundo" e gignesthai,
"nascer". Ou seja, Cosmogonia é o termo usado para designar as
teorias ou inquirições acerca da origem ou do nascimento do mundo ou do
Universo. Assim, qualquer teoria que se proponha a explicar a origem do Universo,
entra na área da Cosmogonia. A narrativa bíblica da criação é a mais antiga e
confiável Cosmogonia.
COSMOLÓGICO, ARGUMENTO - Trata-se de um dos
argumentos racionais acerca da existência de Deus. A exemplo dos demais, este argumento também tem sido apresentado
de várias formas. Em geral, encerra a idéia de que tudo no mundo deve ter
uma causa primária ou razão de ser. Emanuel Kant, filósofo alemão,
indicou que se tudo que existe tem uma razão de ser, isto deve
ter um ponto de origem em Deus. Assim sendo, deve haver um Agente Único
que equilibra e harmoniza em Si todas as coisas.
COSTUME -
Vocábulo originário do grego, ethos, "costume", "maneira",
"prescrição", "rito", "hábito" (Jr 10:3; At
16:21). O termo também é usado no sentido figurado, para expressar o período
menstrual (cf. 18:11).
CREDOS -
Palavra de origem latina, que significa "eu
creio". Os Credos são os resumos ou confissões de fé oriundos dos
primeiros concílios da Igreja, nos quais as grandes questões cristológicas
foram solucionadas e as heresias definitivamente anatematizadas. Os Credos são,
por assim dizer, verdadeiros resumos de fé.
Os Credos universalmente aceitos pela Ortodoxia, são
em número de cinco: 1) o Credo dos Apóstolos; 2) o Credo de Cesaréia; 3) o
Credo de Nicéia; 4) o Credo Niceno; e 5) o Credo de Atanásio.
CRENTE -
Termo usado para designar aquele que crê no Evangelho e que teve uma experiência pessoal, marcante e transformadora em sua vida
(cf. At 16:1). O termo também pode denotar, nos tempos do AT, aquele que
"cria" na Promessa (cf.Gl 3:8-9).
CRISTOLOGIA - Do grego Cristos, "Cristo" e logia,
"estudo", "dissertação", "tratado". Ou seja,
Cristologia, é o Estudo da Pessoa e da Obra de Cristo. No âmbito deste estudo, muitas outras informações são abordadas, tais como a
pré-existência de Cristo, as Revelações do Messias no AT, a Encarnação do
Verbo, a Humanidade Perfeita e Real, a Divindade Plena de Cristo, Suas Obras,
Sua Pessoa, Seu caráter, bem como seu Tríplice Ministério (Profeta, Sacerdote e
Rei).
CRUZ -
Trata-se de um antigo instrumento de tortura e morte, formado por duas vigas,
uma atravessada na outra, em que eram pregados ou amarrados os condenados. As
cruzes eram de três feitios: em forma de xis
(X), ou de tê maiúsculo (T), ou de sinal de somar (+),
sendo que a viga mais longa é que ficava enterrada (Mc 15:30). No sentido
metafórico, "cruz" representam os nossos
problemas, nossas angústias, desilusões e decepções.
CULPA - Trata-se da violação da lei,
por intermédio da qual a pessoa se torna merecedora de castigo (Jó 13:26; 1Ts
3:13). A Bíblia demonstra que toda a Humanidade é achada culpada diante do
Senhor (Rm 3:9-20), sendo que existem gradações de culpabilidade (Lc 12:47-48).
DEÍSMO - Termo aplicado para designar o pensamento
daqueles que admitem a
existência de Deus, contudo rejeitam por completo a Sua revelação à humanidade.
Para o Deísmo, Deus não possui atributos morais nem intelectuais, sendo
até duvidoso que Ele tenha influído na criação do universo. Noutras palavras, o
Deísmo é a religião natural baseada no raciocínio puramente humano.
Para os deístas, Deus não exerce qualquer influência ou controle na História,
como um todo, ou de uma pessoa, individualmente. O Livro do Apocalipse é o
maior tratado contra o Deísmo, pois mostra que Deus é o Senhor da História.
DESARRAIGAR - Verbo que significa
"arrancar pela raiz". Observemos o que diz Dt 28:63: "E será
que, assim como o Senhor se deleitava em vós, para fazer-vos o bem e
multiplicar-vos, assim o Senhor se deleitará em destruir-vos e consumir-vos; e
sereis desarraigados da terra na qual estais entrando para a possuirdes".
DESPENSEIRO -
Termo usado para designar a pessoa encarregada da despensa (cf. Gn 43:16).
Metaforicamente, os cristãos são administradores dos "seus" dons (cf.
1Pe 4:10). Outrossim, o Obreiro é responsável por cuidar das coisas de Deus
(cf. 1Co 4:1; Tt 1:7).
DETERMINISMO
- Uma das mais consoladoras doutrinas das Escrituras, é a Predestinação. Sua essência repousa no fato de que
Deus tem um plano geral e original para o mundo, e que Seus
propósitos jamais serão frustrados. Entretanto, precisamos tomar cuidado
para que a nossa compreensão acerca da Predestinação, não dê lugar à uma idéia fatalista ou de uma espécie de manipulação da
parte de Deus das escolhas do homem,
pois isto o rebaixaria à posição de um fantoche, sem poder
de escolha nem vontade. A predestinação nunca predetermina as escolhas de Deus no
que concerne ao Seu relacionamento com as
inclinações, necessidades e
escolhas dos homens. Sabendo de todas as possibilidades futuras, bem como os
corações dos homens, Deus fez um plano dos Seus atos: atos estes que resultarão em Sua maior
glória, na salvação do maior número de pecadores, e que contribuirão
com o desenvolvimento da mais perfeita
obediência de Seus servos (Rm
8:28,29). Assim sendo, para que possamos compreender a Predestinação, é mister
que estabeleçamos a distinção entre Predestinação e Fatalismo. Fatalismo é uma crença herética que atribui as ações e
escolhas do homem ao "determinismo" de Deus. Ou melhor, Deus decide o
que o homem será e fará. Mediante o planejamento predeterminado por Deus (a
Predestinação), a salvação é oferecida a todas as pessoas e é possível a todos
quantos buscam a Deus (At 17:26,27). Por causa desta provisão, nenhuma pessoa poderá, em qualquer tempo,
acusar Deus de não lhe ter dado
oportunidade para crer e se salvar (Rm 1:20). Deus não apenas planeja uma maneira de
todos os povos conhecerem a salvação, como também tem um plano
para ajudar os crentes a progredirem na sua vida
espiritual. "Também os
predestinou para serem conforme a imagem de Seu Filho" (Rm
8:29). Este plano, no entanto, depende
da disposição do crente em
corresponder em obediência a Deus (Jr 15:19). Deus "nos
predestinou para Ele, para a adoção de
filhos, por meio de Jesus Cristo" (Ef 1:5). Fomos
"predestinados... a fim de sermos para o louvor da Sua glória, nós, os que
de antemão esperamos em Cristo" (Ef 1:11,12).
DEUS, O NOME DE - Um dos grandes equívocos quanto
à Pessoa de Deus, está diretamente relacionado com o Seu Nome. Muitos crêem que
Adonai, El Shaddai, Elohim e outros, sejam nomes de Deus. No entanto, Deus, tem
um único Nome. Para comprovação desta nossa afirmação,
é mister que apresentemos uma análise exaustiva acerca do Título Divino
utilizado em Gn 1:1. Em primeiro lugar, queremos demonstrar de forma clara e
inequívoca o grande erro que se encontra na confusão entre o Nome de Deus e
Seus Títulos. Vamos iniciar analisando a utilização de "nomes
divinos" por parte dos próprios judeus, embora seja por demais
irônico que exatamente eles, que foram justamente os primeiros a adotar a
concepção da Unidade de Deus, tenham
aposto a Ele um número surpreendente de designações. Este fato,
inclusive, tem sido objeto de várias especulações, tanto por parte de
historiadores bíblicos, de filólogos e mesmo de antropólogos culturais.
Entretanto, costuma-se concluir que todas essas discussões "...resultaram
de conclusões pouco firmes e em escassos esclarecimentos. A hipótese mais
razoável, possivelmente, é de que cada um dos inúmeros nomes de Deus que
aparece na Bíblia representa, meramente, um atributo físico ou
moral dEle, expresso em termos humanos." Em linhas gerais, alguns eruditos
judeus costumam afirmar que Deus tenha
dito a Moisés: "Quando estou julgando a raça humana, chamo-me Elohim. Quando
combato os que praticam o mal, chamo-me Sabaot. Quando relembro os pecados do
homem, chamo-me El
Shadai. Quando me apiedo do mundo, chamo-me YHWH." (Nathan
Ausubel. Enciclopédia Judaica,
Vol. 5, p. 232). Essa aparente "confusão" mesmo por parte do
povo da Bíblia, possui uma razão histórico-cultural.
Deus havia estabelecido: "Não tomarás o Nome do Senhor teu Deus em
vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o Seu Nome em vão." (Êx 20:7). Dessa palavra do Senhor, adveio uma
extrema reverência do judeu para com o Nome YHWH, o Nome Próprio de nosso
Deus. Essa reverência era tamanha, que o Nome veio a ser pronunciado em
raríssimas ocasiões. Desta forma, para não correrem o risco de cair em
desobediência ao mandamento de Êx 20:7, o Nome era sempre
substituído por adon,
"Senhor" ou adonai,
"meu Senhor", esses, por sua vez, notadamente, títulos. Também com
relação à leitura e cópia do texto sagrado, haviam cuidados especiais. Em
relação à cópia, é curioso o fato de que era reservada uma pena
de ouro apenas para escrever o Nome. O Nome de Deus, para os
copistas e os judeus em geral, é um Tetragrama que eles consideram
impronunciável (inefável). Desta forma, optava-se por Títulos e não pelo Nome, pois este estava revestido de
extremado respeito. Não obstante, por mais insignificante que isto possa
parecer, a confusão existente entre o Nome e os Títulos, trouxe
sérios problemas de ordem teológica. O principal desses problemas é aquilo
que é chamado de "Hipótese Documentária", ou "Teoria dos
Múltiplos Documentos", pois um dos principais alicerces dessa
teoria, ainda chamada de teoria J.E.D.P(S), argumenta que distintos
"nomes divinos" identificam diferentes autores ou editores do
Pentateuco. Na auto-revelação de Deus, Ele próprio disse: "...este
é o Meu Nome..." (Êx 3:15). Está claro, pois o Senhor não disse: "...este é um dos meus
nomes...". Muito pelo contrário. Ele utilizou um pronome
demonstrativo a fim de enfatizar a Revelação de Seu Único Nome. Aliás, a Bíblia
em parte alguma fala sobre nomes diferentes aplicados a Deus. Deus
só tem um Nome: YHWH, Javé, (Yahweh) ou Jeová. Com exceção deste,
os outros "nomes" não passam de títulos ou descrições.
DEZ MANDAMENTOS -
Também conhecidos como As Tábuas da Lei
e Decálogo (do grego, deka, "dez" e logos,
"palavra". Este é o nome dos preceitos dados por Deus a Moisés, em
duas placas de pedra, para orientar a vida das pessoas (Êx 20:1-17; 34:28; Dt
5:6-21). Na primeira tábua (ou placa) há quatro mandamentos, os quais tratam
dos deveres das pessoas para com Deus; na segunda há seis mandamentos, que
tratam dos deveres que temos para com as outras pessoas. Todos os mandamentos
se repetem no NT, menos o quarto, que trata do dia de descanso. Jesus resumiu
os dez mandamentos em dois (cf. Mt 22:34-40).
DIÁSPORA - Diáspora é uma palavra de origem
grega, equivalente ao heb. golah. O
termo inclui os movimentos voluntários de emigração de
judeus para outras terras, mas também se refere às colônias judaicas que
resultaram de guerras, exílios e aprisionamentos de "filho do pai" ou
"filho de Abas", que Pilatos colocou como escolha alternativa com
Jesus para o povo, tinha "Jesus" como seu primeiro nome. Essa
posição foi defendida por Orígenes e é confirmada por muitas
cópias do NT que chegaram até nós. Devido a dificuldades da
conexão do nome, existentes desde os primórdios do Cristianismo, alguns
manuscritos muito antigos e valiosos, suprimem este nome no texto de Mt 27:16-17.
Assim, a maioria dos manuscritos suprimem
definitivamente o nome "Jesus" de Barrabás. Alguns outros
exemplos de alterações com a tradição original
podem ser suspeitados como prováveis numa série de trechos do
NT, onde a tradição combinada já não registra o nome
"Jesus". O motivo aqui é claramente a profunda reverência
para com o Nome de Jesus; pensa-se que o Nome não deve ser permitido para
qualquer outro a não ser "Jesus" o Autor e Consumador da nossa
fé. Pode-se observar neste aspecto de reverência para com o Nome de Jesus, um
elemento tomado por empréstimo do judaísmo em relação a reverência
ao Nome de Jeová (obviamente, guardadas as proporções). Esta reverência
se tornou muito mais enfática, pelo fato de que dentro de pouquíssimo tempo, passou-se
a verificar uma relevância quase que geral, da parte dos cristãos, de continuar
a empregá-lo como nome secular, relevância essa que perdura até
nossos dias, com raríssimas exceções. Não menos significativo, porque em
substituição ao Nome "Jesus", passou-se a utilizar a forma
veterotestamentária, dando origem a uma utilidade não mais ou menos
generalizada através dos
nomes Josué e Jason (gr. Iason).Conforme Mt 1:21 e o texto paralelo de Lc 1:31,
o nome de Jesus foi determinado por instruções celestiais dadas ao
pai ( a versão de Mateus) ou mãe (posição lucana).
Concomitantemente à revelação do Nome, descreve-se a tarefa futura do
Filho de Maria, na qual explica-se, etimologicamente, o
significado: "Ele salvará o Seu povo dos pecados deles", determinando
assim, a gloriosa missâo do Verbo Encarnado de Deus.
DICOTOMIA - Termo com o qual se denomina a concepção de que existem apenas dois
elementos essenciais na constituição do homem: o corpo, formado do pó, e a alma, que é o princípio da vida tanto humana como animal. Contém
ela duas substâncias: uma é a alma que
sente e recorda, e a outra é o espírito que tem consciência e
possui o conhecimento de Deus. Os
dicotomistas assemelham a vida do homem à do bruto, diferindo a do homem
apenas por ser de ordem superior. Assim
sendo, o espírito não é uma entidade distinta da alma, mas um aspecto ou desdobramento
desta.
DÍZIMO -
Nome que se dá à décima parte, tanto das colheitas como dos animais, que os
israelitas ofereciam a Deus (cf. Lv 27:30-32; Hb 7:1-10). O dízimo era usado
para o sustento dos levitas (Nm 18:21-24), dos estrangeiros, dos órfãos e das
viúvas (Dt 14:28-29). Ao contrário do que muitos grupos
advogam, o dízimo é anterior à Lei, conforme Gn 14:18-20).
DOCETISMO - A palavra "Docetismo",
vem do termo grego dokeo,
"parecer". Essa palavra passou a ser utilizada para designar uma
seita herética surgida
dentro do Gnosticismo. Ora, é
possível alguém ser
docético sem ser gnóstico, mas uma vez que o Gnosticismo possuía suas características docéticas os dois termos
acabaram por se tornar quase
inseparáveis. A referência
inicial do Docetismo é ao suposto corpo utilizado pelo poder angelical ("aeon"). Esse
corpo é por eles definido como uma sombra ou um fantasma,
uma espécie de representação teatral, mas não um verdadeiro corpo humano. Isto
posto, o
Docetismo negava a humanidade de Cristo, uma vez que
para os gnósticos a matéria era
mesmo o princípio do mal, pelo que nenhum ser elevado divino se envolveria com
ela. Portanto, Cristo parecia
estar envolvido na matéria, mas não o estava de fato. O Docetismo é uma maneira
simplista de buscar solução para o
problema cristológico: plenamente Deus, totalmente Homem. Alguns gnósticos defendiam
a posição da "possessão", uma espécie de "meio-docetismo",
semelhante ao Adopcionismo. Pensavam que o Logos
(ou algum aeon angelical) teria vindo possuir temporariamente o corpo humano de Jesus, por ocasião de Seu
batismo, abandonando-O quando da
Crucificação. Portanto, apesar de que este corpo era realmente humano, teria sido
apenas um instrumento, mas não especificamente uma dimensão da
realidade do Logos. Esta
posição era uma espécie de meio-termo, que não chegava ao
verdadeiro Docetismo ensinado por Basilides. Muitos gnósticos posteriores
optaram pela doutrina docética franca. O Docetismo foi ferrenhamente combatido
por Inácio e Irineu, que desmascararam suas diversas
manifestações. Tertuliano escreveu cinco tratados contra Márcion.
Conforme estaremos demonstrando
no item acerca de Jesus nas
tradições islâmicas, o islamismo parece ter retido certa forma de
Docetismo, ao referir-se a Cristo. A seção de 1Jo 4:1-3 descreve o
"Docetismo" dos gnósticos, combatendo-o enfaticamente. Pelo menos
outras cinco passagens neotestamentárias combatem essa heresia, demonstrando
a realidade da essência humana do Senhor Jesus Cristo: 2Co 1:5; Fp 3:10; 1Pe 1:3; 4:13 e, especialmente 1Pe
4:1, que diz: "Ora pois, já que Cristo padeceu por nós na carne, armai-vos
também com este pensamento, que Aquele que padeceu na carne já cessou do
pecado".
DOMINGO - No latim, o termo é dominus dei, ou seja, "dia do Senhor".
Trata-se do primeiro dia da semana, no qual se comemora a ressurreição de Jesus
(cf. Jo 20:1-25). Após a ascensão de Jesus, os cristãos se reuniam tanto no
sétimo dia da semana (sábado) como no primeiro (domingo), mas aos poucos o
domingo se tornou o dia especial de serviço ao Senhor (At 20:7; 1Co 16:2; Ap
1:10). Quanto à alegação dos "sabatistas", de que o dia do Senhor tenha
sido alterado por Constantino, absolutamente não procede. Na realidade, o que
Constantino fez, foi oficializar o primeiro dia da semana como dia de descanso
para os soldados e funcionários do Império, sendo que o costume de adotar o
primeiro dia da semana como dia especialmente consagrado ao serviço do Senhor,
data das primeiras décadas do Cristianismo, conforme demonstrado acima.
DONS ESPIRITUAIS - Também conhecidos como
"dons do Espírito". O termo "dom", que ocorre em 1Co 12,
vem do gr. charisma,
no singular e charismata, no plural. Comumente se fala em "dons
espirituais" num sentido e propósito estranhos aos que lhes são atribuídos
no NT. Um dos erros mais comuns, consiste em se
imaginar que se trata de dons "naturais"; outro erro bastante comum,
é pensar que os dons sejam distribuídos como uma espécie de
"troféu" de bom comportamento ou "medalha de ouro" por
serviços prestados ao Reino. Mas, então, poderia surgir a pergunta lógica: Para
quê ou por que nos são concedidos os dons espirituais? A resposta é simples e
óbvia: os dons espirituais são distribuídos pelo Senhor Jesus, como: adorno (cf. 1Co 14:24,25), provisão (cf. 1Co 12:7) e capacitação.
No contexto de 1Co 12:8-11, Paulo alista nove dons espirituais, quais sejam: 1)
palavra da sabedoria (gr.
logos sofias), habilidade de compreender e transmitir as
coisas mais profundas do Espírito de Deus, de compreender e transmitir os
mistérios cristãos, como também a capacidade de transmitir a outros esse
conhecimento (cf. Rm 11:33). Também está relacionado com a capacitação para
aplicar a sabedoria de Deus em situações específicas e circunstâncias
particulares; 2) palavra da ciência ou do conhecimento
(gr. logos gnoseos), comumente conhecido como "revelação". É capacitação
de Deus trazendo ao conhecimento coisas antes não conhecidas. É um conhecimento
que não é fruto da observação, nem da intuição ou da razão, mas de nível
espiritual (eg. Jo 4:18,19; At 16:28,29; comp. com Jo
14:12 e 1Co 14:30). Este dom pode operar em conjunto com o de profecia; 3) fé (gr. pistis), que
não é aquela comumente conhecida como "fé salvadora", mas sim uma fé
sobrenatural especial, comunicada pelo Espírito Santo, capacitando o crente a
realizar coisas extraordinárias e milagrosas. É a fé que remove montanhas (cf.
1Co 13:2) e que, freqüentemente opera em conjunto com outras manifestações do
Espírito, tais como curas e milagres (cf. Jo 14:12); 4) dons de
curas (gr. charismata iamaton),
observando que ocorre no plural, pois assim como existem especialidades médicas
(pediatria, geriatria, obstetrícia, ortopedia, etc.), Deus ministeria pessoas
específicas para curar doenças específicas. Esses dons são concedidos à Igreja
para restauração da saúde física, por meios divinos e sobrenaturais (cf. Mt
4:23-25; Jo 14:12; At 3:6-8; 4:30; 19:12; Hb 13:8); 5) operações de
milagres ou maravilhas (gr. energemata dunameon), caso
também onde o dom é mencionado no plural, que em uma tradução livre, seria
"operações portentosas". Trata-se de atos sobrenaturais de poder, que
intervêm na natureza, a fim de que o Nome de Deus seja glorificado, Satanás
seja vencido e os homens sejam convencidos; 6) profecia
(gr. profeteia), dom que jamais pode ser
confundido com o dom ministerial de Profeta, pois nem todo aquele que
"profetiza" é "Profeta". A profecia pode ser definida como
aquela manifestação espontânea do Espírito que tem por objetivo capacitar o
crente a transmitir uma palavra ou uma revelação, diretamente sob o impulso e o
mover do Espírito de Deus, visando edificação, exortação ou consolação (cf. 1Co
14:3); 7) discernimento de espíritos (gr. diakriseis pneumaton), dom
especialmente necessário à Igreja contemporânea, tendo em vista a recomendação
expressa de João (cf. 1Jo 4:1), que a cada dia torna-se cada vez mais
necessária à Igreja. Trata-se de uma dotação especial dada pelo Espírito, para
o portador do dom discernir e julgar corretamente as profecias e as
manifestações espirituais; 8) variedade de línguas
(gr. gene glosson), cuja idéia não é de línguas como dom
de oração em linguagem não vernacular (cf. Rm 8:26; 1Co 14:2,14,15; Ef 6:18). O que se está enfocando é o dom de línguas ou de variedade de
línguas, através do qual o crente é edificado (sem interpretação) ou,
preferencialmente, toda Igreja é edificada, havendo quem interprete; e 9)
interpretação de línguas (gr. hermeneia glosson), que ao
contrário do que muitos pensam, não é tradução.
Trata-se da capacidade concedida pelo Espírito, para o portador desse dom
compreender e transmitir o significado de uma mensagem proferida em línguas,
provendo assim edificação para o Corpo de Cristo. A recomendação bíblica é de
que quem "fala" (veja bem: "fala" e não "ora") em
línguas, deve orar para que possa interpretá-las (cf. 1Co 14:13).
DONS MINISTERIAIS - Para definir Dons
Ministeriais, precisamos nos valer de Ef
4:11: "E Ele mesmo (Jesus) deu uns para apóstolos, e outros para profetas,
e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores". Aqui, os
Dons Ministeriais são alistados por Paulo sob orientação do Espírito Santo. É
curioso observar que o Novo Testamento Grego possui palavras distintas para
definir "Dons Ministeriais" e "Dons Espirituais". Para dons
"espirituais", charisma
(singular) ou charismata (plural); para
dons "ministeriais" doma
(singular) ou domatos (plural). Uma clara distinção entre esses "dons", pode ser
observado em At 21:8-10, o qual cita Filipe,
o Evangelista (ou seja, um doma), que
tinha quatro filhas donzelas que
profetizavam (ou seja, possuíam dom (charisma)
de profecia (gr. profeteia), que também
menciona Ágabo que era um profeta (gr. profetes).
Uma possível argumentação que poderia surgir contra esta verdade, seria a
afirmação de que devido a uma questão cultural, Lucas não mencionou as quatro
filhas de Ágabo como "profetizas". No entanto, o mesmo Lucas menciona
uma mulher chamada Ana, chamando-a "profetiza" (Lc 2:36). Em síntese,
um doma, é uma pessoa que o próprio
Senhor Jesus doa, presenteia, concede à Sua Igreja, com objetivos específicos,
com o fim de aperfeiçoar os santos, para realização da Obra do Ministério, para
edificação do Corpo de Cristo (cf. Ef 4:12). Em outras palavras, um doma é um presente de Deus! Os Dons Ministeriais, segundo
o propósito do próprio Jesus, existem a fim de servirem como termômetro, como
uma espécie de regulagem do exercício dos dons espirituais "para que não
sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina,
pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente" (cf. Ef
4:14). Em outras palavras, sem o exercício pleno dos Dons Ministeriais, a
Igreja poderia cair em um caos doutrinário e pragmático, criando assim uma
terra fértil para as investidas das portas do hades.
DUALISMO - Termo originário da língua latina, dualis, que significa "que contém
dois". É usado para expressar os princípios opostos da mente e da matéria.
O Dualismo é uma teoria concernente aos tipos fundamentais que estão divididos
em substâncias individuais, as classificações morais ou as entidades. No âmbito
da Religião é um sistema que afirma a existência de duas forças opostas, o bem
e o mal. No entanto, o Dualismo crê que nenhuma destas forças será vitoriosa.
Este foi o sistema adotado pelo Zoroastrismo. Como se pode observar, o Dualismo
é uma espécie de Deísmo amalgamado com o Henoteísmo e o Maniqueísmo.
ECLESIOLOGIA -
Termo de origem grega, ekklesia, "igreja" e logia,
"estudo", "tratado", "dissertação". Ou seja,
Eclesiologia é o estudo da Doutrina da Igreja. É o estudo do fundamento da
Igreja, das suas características, seus propósitos, seus oficiais, suas
Ordenanças, bem como os princípios bíblicos que devem nortear a sua
atuação. Nas Escrituras, a Doutrina da Igreja (Eclesiologia), se reveste de tanta importância quanto às demais nela
tratadas. A vocação e missão da Igreja têm alcance imensurável. Suas origens se ocultam na eternidade passada, enquanto que a
sua missão no presente tem a capacidade de alterar a
rotina tanto do Céu quanto do próprio Inferno. Há, pois, grande recompensa no
estudo e compreensão
dessa doutrina.
ECLETICISMO - Palavra de origem grega: ek, "fora" e lego, "selecionar".
Ou seja, "selecionar dentre outros". Este termo diz respeito àquela
atitude que leva um homem a selecionar suas idéias, analisando fontes as mais
variadas, com o propósito de ficar com o seu próprio sistema ou coleção de
conceitos aprovados. Neste processo, é feita a tentativa para harmonizar a
seleção. A maioria dos sistemas, tanto da Filosofia quanto da Teologia, na
verdade, são sistemas ecléticos, embora seus proponentes não o admitam.
Entretanto, alguns sistemas, são mais obviamente ecléticos do que outros. Em
última análise, o Ecleticismo é aquele sistema que procura aproveitar o que há
de melhor em todos os demais, buscando viver em harmonia e tolerância com as
divergências. Esta, aliás, foi a recomendação de Paulo
em 1Ts 5:21-22: "Julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos
de toda forma de mal" (ARA). Duas palavras gregas são predominantes neste
texto. A primeira delas é dokimazo, termo que
pode significar "discernir", "examinar",
"testar", "examinar a genuinidade de", "reconhecer como
genuíno depois de exame". Isto significa que devemos examinar a
genuinidade das doutrinas, de forma minuciosa. A outra palavra é katecho, que
significa "segurar", "manter", "deter para si",
"reter", "manter seguro", "adquirir posse". Ou
seja, ser eclético, significa analisar, investigar, estudar, esquadrinhar
ensinos os mais diversos, mas reter para si, apenas aquilo que se harmoniza com
o ensino claro, objetivo, sério e equilibrado de toda a Palavra de Deus.
EISEGESE - Outro termo grego: eis,
"para dentro" e agein, "explicar". Isto é, Eisegese é exatamente o oposto de Exegese.
Enquanto Exegese significa extrair do texto o que
de fato possui, Eisegese por sua vez significa colocar no texto
o que ele não possui. Ou, em
outras palavras, Eisegese significa ler
no texto aquilo que alguém quer encontrar ali, mas que,
na realidade, não se encontra no mesmo, ou, então, significa distorcer
um texto para adaptá-lo às próprias idéias do intérprete. Em suma, enquanto a
Exegese é séria, a Eisegese não passa de um engano.
EMANUEL
- Um dos Títulos do Messias. Formado pelas palavras hebraicas imanu,
"conosco" e el,
forma abreviada do Título genérico de Deus, Elohim. Este seria o nome da criança que
iria nascer pela promessa que Deus fez ao rei Acaz por meio do profeta Isaías.
Esse nome indicava que Deus estaria presente no meio do seu povo (Is 7:13-14).
Essa profecia se cumpriu parcialmente com o nascimento de Ezequias e de modo
completo, com o nascimento de Jesus Cristo (Mt 1:23), o Verdadeiro Deus no meio de nós.
EMBAIXADOR - Termo originário do verbo grego presbeuo, "ser um embaixador",
"agir como um embaixador". Sua origem é o substantivo presbuteros,
"mais velho", "de idade", "um ancião". O
embaixador é um representante de um país em outro país, agindo e falando em
nome do governante do país de origem. Ele é um construtor de pontes. Alguém que
trabalha em prol da manutenção e aprofundamento dos relacionamentos entre as
partes. Neste sentido, Paulo afirma que todos somos "embaixadores" do
Reino dos Céus (cf. 2Co 5:20; Ef 6:20). Ou seja, nossa principal função é levar os homens à
compreensão do perdão incondicional de Deus em Cristo Jesus.
EMPIRISMO - A palavra portuguesa empirismo deriva-se do grego empeiria, que quer
dizer "experiência", "teste". A forma adjetiva é empeiro que significa "experiente".
Como a própria expressão sugere, o empirismo enfatiza a
"experiência". Lamentavelmente, uma enorme porção
das Igrejas do Brasil estão intimamente relacionadas e dependentes do
empirismo, em detrimento do estudo comprometido da Palavra de Deus. Sentir ou
não, ver ou não, experimentar ou não, jamais poderá alterar nossa fé, pois
segundo as Escrituras, "... não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem;
porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas"
(2Co 4:18, na ARC). Afinal de contas, a fé é "... a certeza de coisas que se esperam, é a convicção de fatos
que se não vêem" (Hb 11:1, na ARA)
ENCANTAMENTO - Trata-se de uma forma de magia
em se faz feitiço contra alguém ou alguma coisa; corresponde ao termo português
"despacho", "macumba" (Nm 23:23). Era prática proibida a
Israel (Dt 18:11). Em seus primórdios, o Encantamento era um desejo envolto em
fortes emoções, expresso por meio de palavras "mágicas". Com o passar
do tempo, passou-se a adotar a prática de "amuletos", isto é, de
objetos materiais quaisquer, que supostamente seriam eficazes na obtenção de
certos benefícios.
ENFEITE -
Termo que designa um objeto usado para melhorar a aparência das pessoas (Jr
2:32, na ARC). Nos tempos bíblicos os homens usavam turbante na cabeça e nos
dedos usavam anéis (Lc 15:22). No pescoço penduravam o
seu selo (Gn 38:18). Saul, além da coroa, usava um bracelete (2Sm 1:10). Os
sacerdotes usavam roupas e adornos especiais (Êx 28). As mulheres usavam
turbante, anéis, colares no pescoço, correntinhas nos tornozelos, pulseiras,
brincos nas orelhas e no nariz, fita na testa e véu cobrindo o rosto. Os
exageros chegaram a tal nível, que o profeta Isaías (3:16-24).
ENTERRO -
Cortejo fúnebre (cf. Lc 7:12) e colocação do corpo de um morto na sepultura. O
cadáver dos ricos era perfumado com especiarias (Mt 26:12) e enrolado em faixas(Jo 11:44). Parentes, amigos, pranteadores e carpideiras
choravam junto com a família (Mc 5:38).
ESCATOLOGIA - Estudo
dos eventos que estão para acontecer, segundo a Bíblia. O
termo Escatologia, deriva-se
do grego
eschatos,
"último" e logia,
"tratado", "estudo
de um conjunto de idéias".
Em síntese: Escatologia é o estudo das últimas coisas. Os fatos ou eventos que
estão acontecendo e que vão acontecer, são parte do eterno plano divino através
dos séculos.
Veja-se, a título de exemplo os textos a seguir: Ef
3:11; Is 46:10; 2Rs 19:25; entre
outros. Desta forma, em Escatologia, estudamos parte desse
plano, principalmente
"as cousas que brevemente
devem acontecer" (Ap 1:1).
ESCOLASTICISMO -
Termo de origem latina scholasticus,
que significa "conferencista". O equivalente grego é schole, que
originalmente significava "lazer", veio a significar
"escola"; isto é, um lugar onde as pessoas têm lazer suficiente para
se devotarem aos estudos. Historicamente, porém, o vocábulo Escolasticismo
denota o ensino das Escolas Eclesiásticas, fundadas por Carlos Magno, no século
VIII d.C. Estas escolas foram fundadas, a fim de restabelecer a erudição cristã, que sofrera um declínio, devido à invasão
da Gália. Num sentido mais amplo, Escolasticismo refere-se ao longo período da
erudição ocidental, que foi dominada pela Igreja, intensamente controlada pela
Teologia e pela Filosofia, desde o século IX até o século XV d.C. Todos aqueles
que estavam relacionados com o Escolasticismo, são conhecidos na História como
"escolásticos".
ESCRAVO -
Trata-se de pessoa que não tem liberdade por estar debaixo do domínio de
outrem. Nos tempos bíblicos havia escravidão em toda parte. Entre os israelitas
os escravos eram bem tratados e tinham a oportunidade de comprar a sua
liberdade (Êx 21:5; Lv 25:47-55). Um israelita podia chegar a ser escravo por
não poder pagar as suas dívidas (Lv 25:39), por haver roubado e não poder
restituir o que roubou (Êx 22:2-3) ou por ter nascido de pais escravos (Êx
21:4). A mensagem do amor de Cristo fez com que a escravidão acabasse nos
países cristãos (Ef 6:5-9; Gl 3:28).
ESPECIARIA -
Título para designar qualquer coisa de cheiro agradável, especialmente planta,
usada para dar mais sabor aos alimentos ou bebidas. O cravo, a canela, a
pimenta são as especiarias mais conhecidas (Is 39:2; Ap 18:13).
ESPíRITO (DO HOMEM) - Em geral, os escritores bíblicos, especialmente
os do AT, não se preocuparam em distinguir o espírito da alma ou vice-versa. A distinção hoje conhecida, é decorrente da Revelação progressiva de Deus no NT. Os
textos de Nm 16:22 e Nm 27:16, nos informam que Deus é o Criador do espírito
humano, e que Deus o fez de forma individual. Ele está na parte interior da
natureza do homem, e é
capaz de renovação e de desenvolvimento. O espírito é a sede da imagem de Deus no homem, imagem perdida com a queda,
mas que pode ser restabelecida por Jesus Cristo (1Co
15:49; 2Co 3:18; Cl 3:10). O
espírito é âmago e a fonte da vida humana, enquanto que a alma possui esta vida e lhe dá
expressão por meio do corpo. Assim o espírito é a alma encarnada, ou um
espírito humano que recebe expressão mediante o corpo. A alma
sobrevive à morte, porque o espírito a dota de capacidade; por isso a alma e o
espírito são inseparáveis. É
o espírito humano que distingue o homem das
demais coisas criadas. Por
exemplo, os irracionais possuem vida
comum (Gn 1:20), mas não possuem espírito como o homem tem. O espírito é o canal
através do qual o homem pode
conhecer a Deus e as coisas relativas ao seu
domínio (1Co 2:11; 14:2;
Ef 1:17; 4:23). Assim, quando o Espírito Santo de Deus Se torna residente no espírito do homem, torna-Se
centro de adoração, de oração, cântico, bênção e serviço (Jo
4:23,24; Rm 1:9;
1Co 14:15; Fp 1:27). O espírito humano, representando a natureza suprema do homem, rege a qualidade de seu caráter. Por exemplo,
se o homem
permitir que o orgulho o domine, ele tem um "espírito altivo" (Pv
16:18). Conforme as influências respectivas que o dominem, o homem
pode ter um
espírito perverso (Is 19:14),
rebelde (Sl 106:33), de escravidão (Rm 8:15), de inveja (Nm 5:14). Assim é que o homem deve guardar o seu
espírito (Pv 3:23), dominar o seu
espírito (Ez 18:31) e confiar em Deus para transformar o seu espírito (Ez 11:19). Quando as paixões más
dominam a alma da pessoa, o espírito é destronado. Ou seja, o homem passa a
ser vítima dos seu próprios
maus sentimentos e apetites naturais. A este homem,
a Bíblia chama de
"carnal". O espírito já NÃO domina mais, e essa condição é descrita na Bíblia como um estado de morte.
É assim,
que surge a
necessidade de um "espírito novo" (Sl
51:10; Ez 18:31). Somente Deus,
que originalmente deu vida ao homem, poderá soprar novamente na alma do homem,
influindo nova vida espiritual nela. A este ato a Bíblia chama de
"regeneração" (Jo 3:8; 20:22), assunto largamente analisado quando do estudo
de Soterologia (a Doutrina da Salvação).
Quando assim
acontece, o espírito do homem novamente ocupa lugar de destaque em busca da perfeição
estabelecida pelo Senhor Deus, e o homem
chega a ser "espiritual".
ESPIRITUALIDADE DE
DEUS, A - Jesus disse
que "Deus é Espírito" (Jo 4:24). Deus é Espírito com
personalidade plena. Ele pensa, sente e fala,
podendo assim ter comunhão direta com Suas
criaturas feitas à Sua imagem. Sendo Espírito, Deus não está sujeito às
limitações, às quais estão sujeitos os homens. Sua Pessoa não Se compõe de
nenhum elemento material, e, portanto, não está sujeita às condições da
existência natural. Não pode Ele ser visto com os
olhos naturais nem apreendido pelos sentidos humanos. Este ensino não implica
em que Deus tenha uma existência indefinida e irreal, pois Jesus Se referiu à
"forma de Deus" (Jo 5:37; Fp 2:6). Deus é uma Pessoa real, mas de
natureza tão infinita que não se pode descrevê-lO
plenamente. Deus é insondável e inescrutável. O patriarca Jó perguntou certa
vez: "Porventura... penetrarás até à perfeição do
Todo-Poderoso?" (Jó 11:7). A nossa resposta só pode ser:
"Não temos com que tirar, o poço é fundo", usando a resposta da
mulher samaritana (Jo 4:11).
ESSÊNIOS -
Nome de uma seita religiosa existente no tempo de Cristo. Eram mais ou menos
quatro mil homens que seguiam com muito rigor a lei de Moisés. Alguns moravam
em cidades, mas a maioria vivia em comunidades, no deserto de En-Gedi. Os
essênios não são mencionados na Bíblia.
EUCARISTIA -
Do grego eucharisteo,
cujo significado primordial é "dar graças", "ação de
graças". Designação que os católicos e alguns evangélicos dão à Ceia do
Senhor. O verbo grego aparece na narrativa da Ceia (dando graças - Mt 26:27).
EUTIQUIANISMO
- Eutiquianismo é o termo utilizado para descrever
as idéias cristológias heréticas
defendidas por Eutiques ou Eutíquio (cerca
de 450 d.C.). Eutiques era arquimandrita (Na Igreja Oriental, um arquimandrita era o
chefe de um ou mais mosteiros. O
título era dado também aos padres celibatários distinguidos
de um mosteiro fora de Constantinopla na
primeira metade do século V d.C.).
Eutiques gozava não apenas de grande influência, mas também de importantes amizades, como por exemplo com Crisáfio,
importante e influente clérigo daqueles
dias. Eutiques era homem de pouca competência teológica, partidário do falecido
Cirilo de Alexandria.
Eutiques, pois,
veio a se tornar conhecido por seu apoio
às idéias chamadas,
coletivamente, Eutiquianismo. Eutiques dizia que Cristo era de duas
naturezas antes da Encarnação, mas que
passara a ser de uma única natureza após a mesma. Segundo ele, entretanto, a
Humanidade de Cristo não era da mesma essência que a nossa. O Eutiquianismo
negava, pois, tanto a dupla
natureza de Cristo como a Sua devida Humanidade, dando
a entender com isto que defendia a idéia de que o próprio Deus pôde ser
tentado, sofrer e morrer. Eutiques foi acusado de heresia pelo bispo
Eusébio de Doriléia. Flaviano interveio
com grande relutância, evidentemente consciente dos problemas que poderiam levantar.
Entretanto, num
sínodo local em Constantinopla, em novembro de 448 d.C., Eutiques foi examinado e condenado como heresiarca. Sua
heresia pode ser
resumida na seguinte declaração a ele
atribuída: "Confesso que nosso Senhor era de duas naturezas antes
da união (isto é, a encarnação, mas de
uma só natureza depois dela." A idéia eutiquianista foi finalmente
declarada herética quando do Concílio de Calcedônia (451 d.C.) e Eutiques
foi Então desligado de suas funções.
Entretanto, as idéias do
Eutiquianismo continuaram a receber apoio na Igreja Egípcia e
reapareceram na moderna heresia chamada
monofisismo ("monofisismo" (do grego, mónos, "único" e phúsis, "natureza"), é o vocábulo
utilizado para descrever o ensino que afirma que Cristo possui uma única natureza
composta, sem qualquer distinção entre o divino e o humano),
defendida pelos jacobitas sírios, pelas igrejas cópticas,
abissínia e armênia.
EVANGELISTA - Primariamente, este vocábulo
refere-se aos escritores de cada um dos Evangelhos. Trata-se de termo
originário do grego euangelistas.
São aquelas pessoas levantadas por Deus para a Obra do Ministério no que
concerne à pregação do Evangelho, no poder do Espírito Santo. A Igreja que não
souber identificar e valorizar os seus Evangelistas, poderá
experimentar a inércia, tornando-se completamente estática, sem nenhum
crescimento e indiferente à obra missionária. A importância do Evangelista, pode ser medida pelas palavras de Paulo aos Romanos (Rm 10:17): "De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de
Deus." E ainda pela gravidade da indagação que ele mesmo havia feito
em Rm 10:14: "Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele
de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?".
EVOLUCIONISMO - Quanto tratamos de estudar sobre a
criação do homem, fatalmente estaremos nos vendo na necessidade de enfocar
a respeito da Teoria da Evolução, pois conforme
poderemos verificar, essa doutrina choca
de frente com o ensino bíblico acerca da origem do universo e do próprio homem.
A Bíblia ensina claramente a doutrina
de uma
criação especial, ou seja, que
Deus criou cada criatura "conforme a
sua espécie". Isto quer dizer que cada criatura, seja homem ou mesmo os animais,
foram criados como os conhecemos hoje. Apesar da visão criacionista, no
decorrer dos séculos, mais principalmente no século passado, vãs filosofias,
falsos ensinos e teorias meramente humanas têm procurado lançar dúvida sobre o relato bíblico da
criação. Entre essas, destaca-se a
Teoria Evolucionista, concebida e largamente difundida pelo naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882). Não obstante
Darwin antes de
morrer, tenha abandonado esta teoria,
ainda hoje ela é muito aceita,
principalmente nos meios acadêmicos.
EXEGESE
- O termo Exegese vem do grego, ex, "fora" ou
"para fora" e
agein, "guiar", ou seja,
"liderar" ou "explicar".
A palavra portuguesa Exegese
é usada para indicar "narrativa", "tradução" ou
"interpretação". Exegese, portanto, e a arte e ciência de explicar e
comentar um texto segundo a Hermenêutica
e os cânones da crítica. Sendo a Bíblia um Livro de tão ampla difusão, em
países de culturas tão diversas da palestiniana, em tempos tão afastados
daqueles em que foram escritas as
suas várias partes, que se requer
um cuidado especial não só de tradução, mas especialmente de comentário e
explicação. Este imperativo evidente determinou a criação e o desenvolvimento
da Exegese como ciência. Dentro do contexto teológico, a ênfase
recai sobre a interpretação de modos formais de
explicação que podem ser aplicados a
algum texto, a fim de compreender o seu sentido. Na linguagem técnica, a Exegese aponta para a
interpretação de alguma passagem literária específica, ao mesmo tempo em que
os princípios gerais aplicados em tais
interpretações, são chamados Hermenêutica.
Ou seja, os princípios
de interpretação são denominados Hermenêutica e à interpretação
propriamente dita, chamamos Exegese. Ou seja, para se chegar a uma Exegese, faz-se
necessário a utilização de recursos hermenêuticos.
EXPIAÇÃO - No hebraico, o termo
"expiação" é kaphar.
Segundo a definição dos estudiosos, significa "cobrir". Este conceito
está descrito em textos como Sl 32:1 e 85:2, no texto hebraico. Além disto, a
palavra "expiação" é definida como: "aplacar",
"apaziguar", "perdoar", "purificar",
pacificar", "reconciliar por". Também está relacionado com a
idéia de se reconciliar antigos inimigos. O sangue do sacrifício cobre ou paga pela
transgressão que separava as partes, que agora são reconciliadas (e.g. Rm
5:10). Para uma melhor compreensão da Expiação, veja o verbete "Dia da
Expiação".
EXPIAÇÃO, DIA DA - O Dia da Expiação era o
celebrado no décimo dia do sétimo mês judaico, Ethanim. Seguia um rígido padrão
de eventos. Era o único dia no ano em que alguém podia entrar no Santo dos
Santos (veja Hb 9:7). Qualquer infringência às regras tinha como penalidade a morte. A título de exemplo do perigo que
isto envolvia, leia Lv 10:1, quando os filhos de Arão foram mortos no lugar
Santo por usarem um fogo não autorizado em seus incensários. E isso se deu no Santo Lugar; imagine no Santíssimo! Em virtude deste fato, o Senhor
prescreveu detalhes, para evitar reincidências desse fato (Lv 16:2). Alguns
eruditos são da opinião de que este seja a razão das "campainhas" que
faziam parte do vestuário do sumo sacerdote (cf. Êx 28:31-35). Outros advogam a
idéia de que, ao entrar no Santíssimo, o sumo sacerdote era envolvido numa
corda, para o caso de entrar ali em pecado e morrer. Neste caso, a corda
serviria para puxá-lo, sem necessidade de entrar. Esta entrada solene acontecia
apenas uma vez ao ano. Duas vezes, neste dia especial, o sumo sacerdote entrava
com o sangue de um sacrifício. Primeiramente, ele entrava pelos seus próprios
pecados, e, em seguida, pelos pecados do povo. Levava o
sangue de touros e bodes, e espargia o sangue sobre o propiciatório.
Eram ritos que apontavam para o Sacrifício Perfeito de Cristo (Hb 3:1; 4:15,16). Um fato que não podemos esquecer, é que segundo a
prescrição bíblica, era preciso derramamento de sangue, pois "sem
derramamento de sangue não há remissão" (cf. Hb 9:22). O Dia da Expiação
foi instituído para se lidar com os dois aspectos do pecado: a penalidade e a culpa. Em primeiro lugar, há uma penalidade para a qual um pagamento precisa ser feito (Ez
18:20; Rm 6:23). Em segundo lugar, há a culpa e a memória, que também precisam
ser resolvidas. Na Antiga Aliança, no Dia da Expiação, o sumo sacerdote Arão
deveria oferecer o touro como sua própria oferta pelo pecado, para fazer
expiação por si próprio (cf. Lv 16:6). Ele precisava espargir o sangue deste
touro sobre o Propiciatório, no Santo dos Santos para si próprio antes de
entrar pelos pecados da nação (cf. Lv 16:14,15; 17:11;
Hb 9:7). Com relação à questão da culpa, veja Hb 9:14: "Quanto mais o
sangue de Cristo... purificará e limpará as vossas consciências...?" É
maravilhoso sabermos que os nossos pecados podem ser perdoados porque um
sacrifício de sangue foi feito para pagar pelos nossos pecados. No entanto,
precisamos também saber que os nossos pecados estão esquecidos, de forma a não
vivermos sob o pesado fardo da culpa, da vergonha, e da condenação, que são
resultantes de nossos pecados (cf. 1Jo 3:21).
FEITIÇARIA -
Do grego pharmakeia,
que pode significar "feitiçaria" ou "artes mágicas".
Trata-se da designação usada para denotar uma forma de magia, na qual se usam
certos atos e palavras e a invocação de espíritos ou demônios a fim de prever o
futuro ou controlar pessoas ou acontecimentos. É prática proibida na Bíblia
(e.g.1Sm 15:23; Gl 5:20).
FILACTÉRIO -
Termo que se utiliza para designar uma tira em que se escreviam certos textos
da Lei, usada na fronte ou nos braços (Mt 23:5). O filactério usado na fronte
continha quatro compartimentos. Em cada um deles se colocava uma passagem da
Bíblia (Êx 13:2-10; 13:11-17; Dt 6:4-9; 11:13-21). Os filactérios eram usados
nas horas de oração da manhã.
GABRIEL - Vocábulo hebraico formado
por geber, "varão" e El, forma abreviada de Elohim,
"Deus"; portanto, "homem de Deus". Embora um
grande número de pessoas o considerem como um "Arcanjo", em
parte alguma das Escrituras encontramos qualquer vestígio desta possibilidade.
No AT, Gabriel aparece apenas em Daniel, e ali
como mensageiro celestial que surge na forma de um homem (Dn
8:16; 9:21). Suas funções são: revelar o futuro ao interpretar uma visão (Dn 8:17), e dar entendimento e sabedoria ao
próprio Daniel (Dn 9:22). No NT, Gabriel
surge somente na narrativa de Lucas que descreve o nascimento de Cristo.
Ali, ele é o mensageiro
angelical que anuncia
grandes eventos: o nascimento de João (Lc
1:11-20) e de Jesus (Lc 1:26-38). Outro fato de relevância é que Gabriel
é apresentado como aquele que "assiste diante de Deus" (Lc 1:19).
Destes casos, conclui-se
que Gabriel é o portador
das grandes mensagens divinas aos homens. Portanto, Gabriel é o "anjo
mensageiro" e Miguel o "anjo guerreiro".
GNOSTICISMO - A palavra
"Gnosticismo", vem do termo grego gignoskein, "saber", referindo-se a um
movimento que se dizia portador de um genuíno e maior conhecimento, por meio do
qual, segundo seus adeptos criam,
poderia ser obtida a salvação. Assim como as religiões misteriosas dos gregos,
o Gnosticismo reivindicava possuir uma sabedoria esotérica, que era
restrita aos "iniciados". Segundo eles, os homens pertenceriam a três
classes ou categorias: a) os
hílicos, isto é, os
"presos à matéria", estando sempre sujeitos ao mal, às astúcias de Satanás, às
influências do reino das trevas,
incapazes de receber a redenção; b) os psíquicos, ou seja, aqueles que estariam sujeitos a uma redenção
inferior por meio da fé, na qual
incluíam os profetas do A.T., os homens bons de toda sorte, porém
todos destituídos da glorificação mais elevada, que seria reservada aos; e c) pneumáticos,
que seriam os homens verdadeiramente
"espirituais", ou seja, eles próprios, aos quais se destinava os paroxismos da glória ou a redenção máxima,
a "gnosis" ou
"conhecimento" de cujo termo deriva a palavra Gnosticismo. Quanto à Pessoa de Jesus Cristo,
os gnósticos acreditavam
que Ele não era o Verbo Encarnado, mas apenas um dentre
os muitos "aeons" ou encarnações angelicais. Antes, seria um "aeon" que
participava, em parte, da
essência divina e dos atributos divinos. Seria um dentre os muitos
salvadores ou pequenos deuses, mas em
sentido algum seria divino como Deus é
divino. Segundo eles, o fato de
que os "aeons" podiam ter contato com a matéria, que para eles era o princípio mesmo do mal, demonstrava
que Cristo não seria um
"aeon" muito elevado, pois criam que
nenhum "aeon", muito menos o Verbo divino (a primeira
emanação divina), poderia encarnar-se,
pois isto envolveria corrupção do mal.
Conforme Saturnino, um dos expoentes do Gnosticismo ao lado de Marcion, Jesus
Cristo "...não nasceu, não teve corpo nem forma, mas foi visto em forma humana em aparência. O
Deus dos judeus, segundo ele, era um dos sete anjos... Cristo veio
para aniquilar o Deus dos judeus e para salvar os que nele
acreditassem..." Os gnósticos também negavam a validade da Expiação pelo
Sangue de Jesus. Segundo eles, Jesus
teria recebido esse poder por
ocasião do Seu batismo, mas este O abandonara quando de Sua crucificação. Por este motivo, não criam
também que a morte de
Jesus tenha sido o elemento essencial de Sua missão. Para eles, Cristo
veio "por meio da água" (o batismo), mas não
por meio do sangue (a expiação na cruz). As descrições sobre o
Gnosticismo, em Colossenses e nas Epístolas Gerais, nos fornecem boa
compreensão sobre a maneira de pensar dos mestres gnósticos, que tinham
penetrado nas fileiras cristãs. Nesse
sistema, Jesus era,
pois, relegado a uma posição de mera Emanação
dentre inúmeras outras, e Paulo enfaticamente demonstra
em seus escritos que Ele É a pleroma, isto é, a "inteira plenitude" de
Deus. Oito livros do N.T. combatem o Gnosticismo que assediou a
Igreja pelo espaço de 150 anos: as três Epístolas de João, Colossenses, Judas, e algumas
passagens de Efésios, do Evangelho de João e do Apocalipse.
GRAÇA - Vocábulo de origem grega,
charis. Trata-se de um atributo natural de Deus, que é
demonstrado em Seus atos para com Suas criaturas. Ele é a "própria
Graça", mais amável e adorável. Portanto, Graça, trata-se de um caráter expressivo
relacionado com a própria natureza de Deus. No
contexto da doutrina da
salvação, a graça divina deve
ser abordada sob duplo aspecto: 1) como favor imerecido da parte de Deus para com todos os pecadores,
indistintamente; e 2) como poder restringidor do pecado, operante na
Reconciliação do homem com Deus, e na
santificação do crente. Não
se deve confundir a graça de Deus como "obrigação moral" divina a constrangê-lO a fazer alguma
coisa contrária à Sua
natureza santa. Nada, a não ser o amor e a misericórdia de Deus, poderá ser estabelecido e aceito
como lei, constrangendo-O a arrancar o pecador do estado no qual se
encontra (cf. Jo 1:16).
HAMARTIOLOGIA - Termo originário da língua grega hamartia,
"pecado" e logia,
"estudo", "dissertação". Uma vez que as Escrituras Sagradas
destacam dois grandes princípios morais mediadores do comportamento do homem
em relação a Deus: a santidade e o pecado, estes princípios precisam ser alvos
de nossa mais acurada investigação. Assim sendo, a Hamartiologia se ocupa de
estudar a Doutrina do Pecado em todos os seus aspectos. Uma vez que na esfera
moral, a santidade corresponde ao bem, e o pecado corresponde ao mal, todos os
demais princípios ou qualidades morais podem ser classificados de maneira a se
identificarem com a santidade e o bem, ou com o pecado e o mal. Por essa razão,
a Hamartiologia recebe atenção especial dentro da Bíblia, pois analisa o
pecado: sua origem, suas causas e conseqüências, bem como sua natureza
essencial.
HEBRAÍSMOS - Termo usado para
designar certas expressões
aparentemente obscuras, que ocorrem em nossas traduções da Bíblia, que
originalmente foi escrita em hebraico e
em grego. Para melhor compreensão, veja os exemplos: 1) era um costume judaico, chamar a
uma pessoa, filho da coisa que de um modo especial a caracterizava; por
exemplo, ao homem pacífico e bem disposto se chamava filho
da paz; ao iluminado e
entendido filho da luz; aos desobedientes, filhos da desobediência,
etc. (e.g. Lc 10:6; Ef 2:2; 5:6; e 5:8); 2) as
comparações eram expressas às
vezes, mediante negociações,
como, por exemplo, ao dizer Jesus: "Qualquer que a Mim me receber, não recebe a Mim, mas Ao que Me
enviou" (Mc 9:37); o que
equivale à nossa maneira de dizer:
"o que me recebe, não recebe somente a mim, mas também ao que me enviou". Outro
exemplo: "...não mentiste (somente) aos homens, mas a Deus (At 5:4).
Veja ainda Ef 6:12. Outra variação de hebraísmo, é o fato de se valer do nome
dos pais para denotar seus
descendentes, como, por exemplo, ao
dizer-se em Gn 9:25:
"Maldito seja Canaã", em lugar dos descendentes de Canaã (claro, com exceção dos descendentes
justos). Muitas vezes usa-se também o nome de Jacó ou Israel para designar
os israelitas, isto é, os descendentes de Israel (cf. Gn 49:7; Sl 14:7;
1Rs 18:17,18).
HEBREU - Designação
que se aplica a Abraão e aos seus descendentes (Êx 3:18). É sinônimo de
israelita. A primeira pessoa a ser chamada de "hebreu" foi Abraão (Gn
14:13). Há três explicações para a origem dessa palavra: a) deriva-se de
Habiru; b) vem de Héber; c) origina-se da raiz hebraica que quer dizer
"atravessar", isto é, o morador do leste do Eufrates referindo-se ao
morador de Canaã, que havia "atravessado para o outro lado" daquele
rio.
HERESIA - A
palavra portuguesa heresia,
deriva-se do vocábulo grego, hairesis, "escolha", "tomar para si mesmo"). Este
termo é usado para referir-se a um grupo de
pessoas, que tendo aceitado uma má ou errônea doutrina, deram origem
a uma "seita", ou uma
"facção". Quase sempre, o surgimento de uma heresia é devido a uma
falsa interpretação de determinados versículos bíblicos, isolados dos contextos
nos quais estão inseridos. Obviamente, existe um número vastíssimo de Heresias.
Neste Dicionário, você poderá conhecer algumas dessas Heresias, consultados os verbetes .
HERMENÊUTICA - A palavra "Hermenêutica", vem
do grego hermeneutikos, que
significa "interpretação", ou "arte de interpretar". Hermeneutes significa
"intérprete". Essa palavra deriva-se do nome de Hermes,
que era tido como o mensageiro divino e intérprete dos deuses, o deus da
eloqüência, que os gregos chamavam de
Mercúrio. Desta forma, então, podemos definir a Hermenêutica como a ciência das leis e
princípios da
interpretação e explanação. Em relação aos estudos bíblicos e teológicos
o principal aspecto desse estudo diz respeito à compreensão das Escrituras Sagradas, e por
que meios essa compreensão deve ser
atingida. A Hermenêutica deve ser estudada, logicamente, antes da Exegese, a qual
vale-se dos princípios hermenêuticos em
suas investigações e conclusões.
HIERÓGLIFO - Nome que se dá a figura que servia como letra na escrita dos antigos
egípcios.Nessa escrita eram usadas umas 700 figuras ou sinais
diferentes. Cada figura ou sinal era uma expressão não-fonética de
realidades, situações, histórias, eventos, epopéias, etc.
HINO -
Poesia musicada usada nas reuniões de adoração a Deus e na devoção particular.
O livro dos Salmos era o hinário de Israel e da Igreja cristã. O hino cantado
após a ceia (Mt 26:30) foi o Halel (Sl 113-118). Lucas registra quatro hinos
cristãos, os hinos do Advento, conhecidos pelos seus títulos em latim: o
Magnificat ("engrandece" - Lc 1:46-55); o Benedictus
("bendito" - Lc 1:68-79); o Nunc Dimittis ("agora despedes"
- Lc 2:29-32); e o Gloria in Excelsis ("glória nas alturas" - Lc
2:14). Há citações de hinos, aparentemente, em Ef 5:14, Fp 2:6-11, 1Tm 1:17;
3:16; 6:16; 2Tm 4:18.
HISTÓRICO, ARGUMENTO - Trata-se de outro dos argumentos racionais
da existência de Deus. Sua exposição é a seguinte: entre todos os povos e tribos da terra é comum a evidência de que o
homem é um ser potencialmente religioso. Sendo universal este fenômeno,
isto é parte constitutiva do homem. E se a natureza do homem tende à
prática religiosa, isto só encontra explicação em um Ser superior
que originou uma tal natureza que sempre indica ao homem esse Ser
superior. É aqui que milhões de pessoas, por ignorarem o único e verdadeiro
Deus se entregam à prática de religiões as mais exóticas e estranhas.
É o anseio da alma na busca do Criador que ela ignora, por
dele ter se afastado (Rm 1:20-33).
HOLOCAUSTO -
Tipo de sacrifício no qual a vítima era completamente queimada em sinal de que
o ofertante se dedicava completamente a Deus (Êx 29:18; Hb 10:6).
HOMEM - O vocábulo português "homem" (gr. antropos), vem do
latim homo,
palavra que na opinião de alguns
eruditos vem de "humus", terra. No hebraico, a língua original do AT,
encontramos adam,
nome dado ao primeiro homem, Adão, vocábulo
que pode ser traduzido como "aquele que tirou sua vida
da adamah", ou seja, da terra. Esta interpretação parece razoável,
principalmente quando a analisamos à luz da sentença divina proferida contra o homem, após sua queda:
"...tu és pó e ao pó tornarás"
(Gn 3:19).
HOMEM, CORPO DO - Das três
entidades constitutivas do homem, o
corpo é aquele do qual
a Bíblia menos fala. No entanto, sabemos que
o corpo humano é o instrumento, o
tabernáculo (habitação temporária), a
oficina do espírito, a bainha da alma. Ele é o meio pelo qual o espírito se manifesta e age no mundo
visível e material. Pelo corpo o homem pode
ver, sentir e apalpar o que está ao seu
redor. As impressões
vêm do mundo exterior pelo corpo, porém
elas só
têm significação quando reconhecidas e
atendidas pelo espírito. Diante disto, se pode entender que o espírito
é o agente, enquanto
que o corpo é a agência. A Bíblia chama o corpo do homem de "casa",
"tabernáculo" e "templo" (1Co 6:19; 2Co 5:1-4). No entanto, as Escrituras Sagradas não apresentam
o corpo do homem em termos
negativos. Pelo contrário, em toda a parte, a
Bíblia trata do corpo do homem como obra das mãos
de Deus, que deverá ser apresentado a Deus (Rm 12:1) e que deve ser usado para a glória de Deus (1Co 6:20).
Uma coisa de suma importância a ser observada é o seguinte: porque o livro
de Levítico trata de forma tão acentuada de leis que governam a
vida física dos israelitas?
Obviamente, para ensiná-los que o corpo,
como instrumento da alma e do espírito, deve conservar-se forte e santo.
Evidentemente, o
corpo é terreno (1Co 15:47), e como tal, um corpo de humilhação (Fp 3:21),
sujeito a enfermidades e à morte (1Co 15:53), de maneira que gememos por um
corpo celestial (2Co 5:2). Mas, na vinda de Cristo, o mesmo poder que vivificou
a alma, transformará
o corpo, completando assim a Redenção do
homem. E a garantia de que essa
mudança ocorrerá é o Espírito
que nele habita (Rm 8:11; 1Co 5:5).
HOMILÉTICA - Podemos
definir a Homilética como a ciência que se
ocupa da pregação cristã. Esse termo vem da língua grega he homilia. O verbo grego homilein era usado pelos gregos
sofistas para expressar o sentido de “relacionar-se”,
“conversar”. He homilia
designa especialmente no NT o “estar juntos”, o
“relacionar-se”, e, nos primeiros séculos da era cristã, o termo
passou a ser usado para denominar a “arte de pregar sermão”. Daí
deriva o sentido do termo “homilética” e suas formas de expressão.
A tarefa, pois, da Homilética, não se limita apenas a princípios teóricos, mas
concentra-se principalmente no sentido prático. Entre os gregos, era chamado Retórica;
entre os romanos, Oratória.
HONRA - Termo originário do latim honoris. São quatro
as suas principais utilizações nas páginas da Bíblia. Em primeiro lugar, era
usado para expressar o respeito próprio que resulta em um bom nome e na estima
pública (Pv 3:35; Rm 2:7). Também poderia dizer respeito à
uma homenagem às qualidades de alguém (Et 6:3; Rm 13:7). Também pode significar
salário (cf. 1Tm 5:17, na ARC), sendo que foi deste termo que se originou o
vocábulo honorário. Finalmente,
honra pode estar relacionado com preferência, estimando aos outros acima de nós
mesmos (Rm 12:10).
HORAS - Termo usado para designar as
frações de tempo que correspondem à vigésima quarta
parte de um dia. A palavra "dia" (heb. yom), nas Escrituras, indica o período
em que a terra é iluminada pelo sol: é o dia claro. Mas pode indicar também o
dia completo, de vinte e quatro horas. O "dia claro" dos judeus, em
contraste com a noite, era dividido em 12 horas, as quais eram contadas desde o
nascer até o pôr-do-sol (cf. Jo 11:9). Assim sendo, em Mt 20:1-10,
"terceira hora", corresponde a nove horas da manhã; "sexta
hora", ao meio-dia; "nona hora", às três da tarde; e "décima
primeira", às cinco da tarde. Em At 23:23 a "terceira hora da
noite" corresponde às nove da noiite. No
entendimento judaico, o dia completo, de 24 horas, ia de um pôr-do-sol ao
outro. Os judeus dividiam as horas da noite em três vigílias de quatro horas
cada uma (Lc 12:38). Os romanos, por sua vez, contavam quatro vigílias de três
horas cada (Mt 14:25).
IGREJA - A palavra Igreja é de origem grega, formada pela
preposição: ek,
"para fora" e o substantivo kletos
"chamados", ou seja "chamados para fora". Noutras palavras, o verbo grego ekkaleo, significa chamar à
parte, um corpo escolhido e
separado duma grande massa de gente. No uso clássico, ekklesia designa uma assembléia legal, em uma cidade grega, convocada por um arauto,
formada de todos os que possuíam o direito de cidadania para
tratar de assuntos públicos,
ou seja, uma
espécie de "assembléia legislativa". Na famosa versão da Bíblia para os judeus de
fala grega, a Septuaginta, o
termo ekklesia é a
tradução usual do termo hebraico kahal, que denota a multidão inteira de
qualquer povo, unido pelos vínculos de uma sociedade, e
constituindo uma república ou estado. Em
sua significação ordinária, o termo pode ser definido como uma assembléia ou
convocação do povo de Israel. O termo ekklesia aparece no NT cerca de 115 vezes. Destas, três se referem à
congregação hebraica do
Senhor (kahal),
três outras vezes se referem à assembléia grega; e 110 vezes, à Igreja Cristã. No NT, o termo ekklesia designa
uma assembléia específica e local de crentes (Mt 16:18), organizados para
cultuar o Senhor, para o ensino das doutrinas, ordenanças e disciplina do
Evangelho, unidos
sob um pacto especial com Cristo e entre si. Também denota a totalidade do
Corpo dos escolhidos nos Céus e na terra (Mt 18:17); ou seja, todos quantos
foram alcançados pela graça de Deus, que os faz membros do Reino Eterno de
Cristo. A Igreja pode existir
independentemente de ter ou não uma forma vista pelos
homens, pois ela é tanto visível (militante), quanto invisível
(triunfante). A Igreja invisível se compõe de todos os que estão unidos a Cristo. É um organismo eterno. Os seus membros são conhecidos
por Deus, ainda que não seja
possível serem conhecidos totalmente pela vista humana. A Igreja visível compõe-se
de todos os que professam estarem unidos a Cristo; aqueles
que têm os seus nomes arrolados nos livros de registro das suas respectivas
congregações. Não é
sem certo constrangimento que afirmamos que muitas vezes
pode ocorrer da pessoa ter seu nome arrolado entre os membros da Igreja
visível, sem contudo tê-lo escrito no Livro da Vida do Cordeiro.
IMAGEM E SEMELHANÇA - Segundo o ensino claro das
Escrituras Sagradas, o homem foi criado segundo um Tipo
Divino. Sua criação difere
totalmente dos demais seres vivos, sobre os quais lemos que Deus os criou "segundo a sua espécie" (cf. Gn
1:25). Ou seja, eles possuem
formas tipicamente próprias de suas
espécies. No entanto, com relação à criação do homem foi diferente, pois Deus
disse: "Façamos
o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança..."
(cf. Gn 1:26). Imagem (heb. selem) e semelhança (heb. demut)
são expressões completamente diferentes e com significados especiais. Mas, o
que vem a ser exatamente "imagem e semelhança"?
O homem como "imagem de Deus", é um ser racional e moralmente responsável. Como "semelhança de
Deus", ele se parece com o Criador em sua natureza mental.
No entanto, dizer que o homem foi criado "semelhança de Deus", não é
a mesma coisa que dizer que o homem foi criado exata e absolutamente igual a Deus. Primeiro,
porque o homem foi
feito corpo visível e palpável, enquanto
que "Deus é Espírito" (cf. Jo
4:24). Segundo, porque homem algum pode alcançar e
se tornar detentor em si
mesmo da absoluta perfeição
do Todo-Poderoso. Quanto a este particular, pergunta o
patriarca Jó: "Porventura
alcançarás os caminhos de Deus ou chegarás à
perfeição do Todo-Poderoso?" (Jó 11:7). Somente Jesus Cristo, o
segundo Adão, possui em Si mesmo o resplendor da glória e a expressão
exata de Deus (Hb 1:3). Só Ele é em
Si mesmo a "...imagem do Deus invisível..." (Cl 1:15).
IMPOSTO - Contribuição obrigatória em dinheiro que os governos exigem de pessoas
ou instituições e que usam para o bem público (1Rs 12). Os Selêucidas e os
Romanos cobravam impostos dos judeus (Mt 17:24-27; 22:15-21; Rm 13:7).
INIQÜIDADE - Termo de origem hebraica, avon, “culpa”, “iniqüidade”,
correspondendo ao grego adikia. No grego, o
termo dikaios, que também pode
significar "justo", "reto", é usado em relação ao Senhor
Jesus Cristo e Seu caráter santo (cf. 1Jo 2:1). Portanto, iniqüidade é "falta de integridade",
"inobservância das leis divinas", "afastamento dos propósitos de
Deus", "culpa", "defeito", "reprovação
divina". Trata-se da falta de retidão moral, da falta de conformidade com
os propósitos de Deus e uma rebeldia contra os princípios de Sua Palavra.
ISLAMISMO - O
Islamismo surgiu a partir das experiência místicas de
Maomé (570-632 d.C.). Maomé
encontrava-se numa caverna, fora de Meca, (610 d.c.), num local chamado Hira.
Subitamente, uma voz foi claramente ouvida por ele, que dizia:
"Lê em nome de teu Senhor, que te criou". Maomé era analfabeto,
porém essa voz soou como se fossem sinos que reverberaram e
logo foi identificada com a voz da anjo Gabriel. A seguir, Maomé teve várias experiências
místicas e assim nascia o Islamismo, com os que aceitaram as suas
revelações e sua autoridade, oito no
total, no seu primeiro ano de missão. No terceiro ano, somavam-se vinte. Atualmente, conta com trezentos
milhões de adeptos e tem-se mostrado fortaleza
desafiadora para o
Evangelho de Cristo.
Oremos pelo mundo islâmico! A Teologia Islâmica está
baseada no Alcorão (árabe
qura), o Livro Sagrado do Islamismo, tido como
eterna palavra de Deus que o anjo Gabriel teria entregado a
Maomé, em 622 d.C. Acerca da Pessoa de
Deus (Alá), o Islamismo ensina o monoteísmo
absoluto, não admitindo absolutamente a
doutrina da Trindade. O mundo
islâmico tem se constituído num grande desafio missionário para a Igreja do último século do segundo
milênio. Naturalmente,
esse desafio é corroborado por questões de
ordem cultural, mas o maior agravante é a questão teológica. Desta
forma, optamos
por deixar para este último item do presente
trabalho, para uma breve, mas
concisa exposição sobre a visão que o Senhor Jesus Cristo desfruta nas tradições
islâmicas. Nos escritos islâmicos, Jesus é chamado de `Isa ibn Maryam, ou seja, "Jesus, filho de Maria",
ao que usualmente acrescentam
Al Masih, "o
Cristo". Nesses escritos, três questões são destacadas: o nascimento
e os poderes miraculosos de Jesus; a vida ascética exemplar de Jesus; e Seu
papel escatológico no esquema religioso
das coisas. Naturalmente,
essas tradições islâmicas
pertencem ao Alcorão. No Alcorão, Jesus aparece apenas como
um ser
humano, isto é, totalmente destituído de divindade. No Islamismo, chamar alguém de
Deus ou afirmar-se que Deus teve um Filho é a pior heresia e blasfêmia. No entanto, o Alcorão
apresenta Jesus como um
homem sobre o qual repousava grande
porção do Espírito de Deus. Jesus
aparece ali como "o porta-voz do Injil" (evangelho). Assim, uma boa porção do Novo
Testamento foi incluída no Alcorão como material digno de fé e de ser posto em
prática. Jesus é considerado pelo Islamismo como a maior figura, depois do
último e maior de todos os profetas históricos, o
penúltimo de uma série de grandes
reveladores, da qual Maomé é o último.
Jesus é retratado como Quem foi elevado aos céus, em um momento de crise sem ter sofrido a crucificação. Seu nascimento virginal
não é negado, tornando-se elemento de peso nas tradições islâmicas. Adornos tomados por empréstimo de apócrifos do Novo Testamento fazem parte desta documentação.
Nas tradições
islâmicas existem elementos por demais curiosos. Por exemplo, elas contam
como Jesus foi capaz de tingir vestes com dez cores diferentes de tintas,
mergulhando-as em um único tanque. Em um
outro relato, Jesus é apresentado a transformar um
grupo de crianças inconvenientes em suínos, para
então ordenar que os porcos se fossem da Sua presença! Compare este relato com o relato canônico de
Mt 19:14. Finalizando,
podemos resumir dizendo que a
figura do Senhor Jesus
Cristo não goza de uma visão
uniforme dentro do Islamismo. Nas tradições islâmicas, Ele é
apresentando "...
como uma poderosa figura escatológica que haverá de vindicar a
fé dos muçulmanos, tornando-a a fé suprema entre todas as
religiões do mundo..." No entanto, alguns movimentos dentro do
Islamismo têm pregado que Jesus foi sepultado em Casemira como um
homem de avançada idade. Quanto ao pecado, no Islamismo há os pecados
graves (kabira)
e os pecados leves (saghira).
Há um pecado imperdoável,
shirk, que
segundo eles, é o pecado da heresia
de associar-se alguém a Deus.
Esse é o fator de maior dificuldade para penetração da fé em Cristo Jesus, O
Filho Unigênito de Deus. Sobre a salvação, o islamismo é essencialmente auto-soterista.
JEJUM - Prática bastante conhecida nas Escrituras, que consiste em deixar de se alimentar por um certo período de tempo
(e.g. 1Rs 21:9). Como prática religiosa, deve ser voluntário, exigindo pureza
de vida (cf. Is 58:3-7), excluindo qualquer forma de ostentação ou publicidade
(Mt 6:16-18). Segundo se observa no NT, em ocasiões ou situações especiais, a
Igreja, seguindo o modelo judaico, era convocada para jejuar (e.g. At 13:2-3;
14:23).
JUDAÍSMO -
Nome pelo qual é conhecido o sistema religioso praticado pelos judeus (Gl
1:13-14). Seus ensinamentos procedem do AT, de tradições orais antigas e do
Talmude. O conjunto de seus ensinamentos e práticas começou a formar-se no
período do Cativeiro, desenvolvendo-se completamente no Período
Intertestamentário.
JUDAIZANTE -
Termo usado para designar um judeu-cristão do primeiro século do Cristianismo,
que insistia na necessidade da observâncias dos
preceitos judaicos, em especial, a Circuncisão. Embora o termo
"judaizante" não ocorra no NT, as atividades deles são mencionadas em
vários lugares (e.g. At 15).
JUSTIÇA - Na língua grega, dike.
É um dos atributos morais de Deus através do qual, ao tratar com as pessoas,
Deus age de acordo com as normas e exigências da perfeição de Sua própria
natureza (Sl119:142). Por isso Deus castiga tanto os
incrédulos (Dt 33:21; Sl 96:13), como o Seu próprio povo (Sl 50:5-7; Is 28:17).
E exatamente por Sua justiça, Ele exerce o Direito com imparcialidade.
Costuma-se definir justiça, ainda, como o ato pelo qual Deus, em Sua graça e em
conformidade com a Sua Aliança, selada com o sofrimento, morte e ressurreição
de Cristo, perdoa as pessoas fracas, perdidas e sem justiça própria,
aceitando-as através da fé (Rm 3:21-26;1Co 1:30;2Co
5:21). Ainda podemos compreender o termo justiça como a qualidade que leva os
cristãos agirem corretamente de acordo com os mandamentos de Deus (Mq 6:8; Rm 6:13,19).
JUSTIFICAÇÃO - O termo Justificação é também conhecido como "absolvição
divina". Justificação é um termo jurídico que descreve aquele
aspecto particular da salvação que consiste em libertação da culpa e penalidade
de pecado. É o aspecto legal da salvação ante Deus como Legislador. É aquele
aspecto no qual o crente se torna tão perfeito quanto se ele nunca tivesse
pecado (cf. Rm 8:33,34).
Podemos entender de forma mais ampla o que é Justificação, analisando Dt 25:1:
"Quando houver contenda entre alguns, e vierem a juízo para que os juízes
os julguem, ao justo justificarão e ao injusto condenarão."
Aqui está claro que nenhuma melhoria moral é incluída. Os
juízes não faziam melhor qualquer pessoa, mas declaravam o que era certo aos
olhos da lei. Um tribunal humano ou juiz podem fazer justiça, justificando o inocente; no
entanto, Deus mantém justiça e aumenta a graça, justificando o descrente:
"Mas, àquele que não pratica,
porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça."
(Rm 4:5). Portanto, Justificação é aquele aspecto da Salvação através da qual
somos declarados justos.
KOINÉ -
Trata-se do terceiro período da história da língua grega. Era a língua comum
falada e escrita nos tempos do NT, nos países da parte oriental do
Mediterrâneo. Possuía vinte e quatro letras. Dos vinte e sete livros do NT,
vinte e cinco, foram escritos em grego koiné. O koiné possui certa semelhança
com o grego moderno.
LOGOS - O termo grego logos tem o sentido
básico de "razão", "palavra", "fala",
discurso", "definição",
"princípio". É também o nome que se aplica à Doutrina do Verbo
Pré-existente. Esta doutrina tem desempenhado um importante papel na
história da Filosofia e da Teologia. Ela tem atuado como uma espécie de
"ponte" entre elas, no tocante a especulações acerca de como o poder
divino manifesta-se no cosmos e no mundo dos homens. O NT aproveitou alguns
elementos da antiga idéia filosófica do Logos para explicar certos
aspectos da doutrina do Filho de Deus e Seu ofício messiânico. Depois de
passar por algumas modificações favoráveis no neoplatonismo e no judaísmo
helenista, foi possível o seu aproveitamento no NT. Influenciado tanto pelo
AT como pelo pensamento helênico, Filo de Alexandria (até 50 d.C.), um dos mais
importantes eruditos judeus helenistas, fez uso freqüente do termo Logos, ao
qual deu um significado altamente desenvolvido e um lugar central no esquema
teológico. Algumas vezes Filo se referia à impersonalidade do Logos como
se fosse a essência imaterial da mente de Deus, de onde teria procedido o
plano e o padrão da criação. Algumas vezes ele falou pessoalmente sobre o
"Logos" como o Anjo do Senhor. Outro fato relevante em relação
a Filo, é que em seus escritos, o Logos aparece com uma função remidora,
tornando-se o meio que leva os homens a uma natureza espiritual
mais elevada. Por este motivo, pode-se delinear neste fato uma grande
aproximação da doutrina do Logos com o Evangelho de João.
LOGOS, A DOUTRINA DO - Os indícios mais antigos sobre a Doutrina do
"Logos" se encontram nos
escritos de Heráclito (600 a.C.). Embora seja verdadeiro que a
palavra "Logos" em si jamais foi usada por ele, o sentido da
palavra realmente foi expresso nos seus escritos. No AT a Palavra é a sabedoria
personificada (João 28:12; Pv 8:9). Também no AT, a Palavra é o Anjo de Jeová.
Algumas vezes esse mensageiro é distinguido do próprio Deus, e
de outras vezes é uma alusão ao próprio Deus (Gn
16:7-13; 32:24-28; Os 12:4,5; Ml
3:1, entre outros). Assim, podemos concluir que no contexto do AT a doutrina do
"Logos" está em evidência, embora não desenvolvido como
um conceito filosófico, como na Grécia. Sempre que estivermos
lidando com a Doutrina do Logos, fatalmente nos depararemos com o glorioso e
todo-especial texto bíblico de Jo 1:1-18. Este texto é tido como prólogo
introdutório do Evangelho de João e tem toda a aparência de haver
sido um poema ou um hino cristão primitivo, com comentários entremeados, nos
quais o estilo é a prosa. Alguns eruditos asseveram que se este
trecho for novamente traduzido ao aramaico o poema poderia ser
restaurado, onde poderá se verificar onze parelhas paralelas de versos. Outros, reputam este prólogo do Evangelho de João, como adaptação
de um hino de louvor à sabedoria. Segundo os eruditos que desposam esta
postura, pode-se captar neste texto a linguagem utilizada em Provérbios e nos
livros apócrifos de Sabedoria de Salomão e Eclesiástico. Sem
importar qual destas duas teorias expressa a verdade, ou se existe ainda
alguma(s) outra(s) teoria(s), mesmo que ainda não tenha sido
descrita e possa se aproximar mais da verdade, o fato é que parece
claramente verdadeiro que a reputação deste trecho como um hino ou
poema, seja verdadeiro. Na verdade, o que nos interessa aqui, é sabermos
que o prólogo do Evangelho de João é uma abertura, cujo tema é o Logos de
Deus, preexistente, encarnado, rejeitado e, no entanto, aquele que revela Deus
aos seres inteligentes.
MAGO - A
palavra "mago"
ocorre várias vezes no AT (e.g.
Êx 7:11; Jr 39:8,13 - Rabe-Mague)
e duas vez no NT, onde os magos chegaram a Belém (Mt 2:1,7,16). O nome
de Elimas é traduzido por
"mágico" na ARA e "encantador" na ARC (At 13:6-8). Em Is
14:12, estrela da manhã refere-se a Vênus e daí, figuradamente, a Satanás. Os magos de Nabucodonosor presumem-se ter sido
astrólogos, como também os magos egípcios antes deles.
MANIQUEÍSMO - Ao contrário do que muitos pensam, o Maniqueísmo não é uma seita
herética, uma vez que seu fundador, Mani, foi um sábio persa, considerado o
último dos gnósticos. Em realidade, Mani fundou uma Religião, no século III
d.C., que chegou a rivalizar-se contra o Cristianismo. Segundo a crença
maniqueísta, Deus é um Deus Teísta; Ele Se revela aos homens. Criam que Mani
era o instrumento especial dessa Revelação, sendo ele o
prometido "paracleto". Ainda criam, que Deus teria Se revelado
mediante a mensagem espiritual de servos escolhidos como Buda, Zoroastro e
Jesus; mas Mani seria o último e maior desses servos de Deus. Os eleitos entre
os seguidores, ou seja, aqueles que aderem à fé de forma séria, seriam os
ascetas, que se abstêm de carne, de qualquer ato de morte, até mesmo de animais
e plantas, e que nunca mantêm relações sexuais. Ainda segundo o Maniqueísmo, haveriam duas raízes em existência, separadas, em conflito e
irreconciliáveis, Uma dessas, é a luz, que resulta no reino da paz e da
bondade, que possuía um "dirigente", a quem chamavam "diretor
dos espíritos". A outra raiz, seriam as trevas, o reino de turbulência e
maldade, e seu governador e seus espíritos, são seres maliciosos e maus. Este
último reino controlaria a matéria, pelo que Mani o considerava por este motivo
é tão mundano, quanto diabólico. Deus é eterno, mas Satanás (o contra-Deus),
foi produzido por elementos tenebrosos. Originalmente esses dois reinos
existiam separados. Mas, finalmente, entraram em choque. Como se pode observar,
o Maniqueísmo é uma Religião que reúne elementos do Judaísmo, Cristianismo,
Budismo, Dualismo e Gnosticismo.
MATERIALISMO - Termo utilizado para designar a idéia de que
a única realidade é a matéria. O homem
seria meramente um animal, por isso mesmo não é responsável por suas atitudes e
atos. Os materialistas ensinam que os diferentes tipos de
comportamentos físicos e psíquicos humanos são simplesmente movimentos da
matéria. Por conseguinte, o homem não tem de quê nem a Quem prestar
contas. Ora, se o homem, a obra máxima da criação divina, não é aquilo que a
Bíblia diz ser, todos os perenes valores expressos nas Escrituras,
inclusive os relacionados com a existência de Deus, são nulos.
METÁFORA,
METAFORICAMENTE - A Metáfora é um dos mais ricos e essenciais
recursos da arte de escrever. A Bíblia está recheada de Metáforas, as quais,
por sua vez, fazem parte das chamadas Figuras de Linguagem. Trata-se da
transferência de um termo para outro campo semântico, por uma comparação
subentendida. Ou ainda, da substituição de um termo por outro equivalente e
mais compreensível. Alguns exemplos de Metáforas na Bíblia: "Cabeça da
Igreja"; "Seio de Abraão"; "Filho da Perdição";
"Espinho na Carne".
MILÊNIO - O
termo Milênio, vem
do latim mille, mil e
annus, ano. Isto é, mil anos. O termo
grego chiliasma, também
é usado para aludir ao "milênio". Milênio é
o termo que designa o período de tempo compreendido entre o aprisionamento de Satanás e a sua última Revolta, a Batalha de Gogue e Magogue. Será um período marcado
pela paz e pelo Governo perfeito de Jesus, assinalando o começo da 7ª e última dispensação. Esse período de mil anos de Governo de Jesus
Cristo ainda não é o princípio de
um mundo novo, mas tão-somente o fim
de um mundo antigo. Haverá um Governo
perfeito durante o reino milenar de Cristo e seus santos; mas
não haverá um mundo perfeito. No seu aspecto mais
abrangente, o Milênio terá os seguintes
propósitos: a) fazer convergir em Cristo todas as coisas, isto é, toda criação
(Ef 1:10); b) estabelecer a justiça e a paz na terra, eliminando toda rebelião contra
Deus (1Co 15:24-28); c) fazer convergir nele (isto é, no Milênio), todas as
alianças da Bíblia (Ef 1:10); d) fazer Israel ocupar toda a terra que lhe
pertence e fazê-lo cabeça das nações (Gn 15:18; 1Cr 16:15-18; Is 11:10); e e)
cumprir as profecias a respeito do Messias (Dn 9:24).
MINISTÉRIO - Entre outras
informações, o Dicionário da Língua Portuguesa nos diz que Ministério é
"trabalho ou serviço na Igreja". Biblicamente, entendemos que todo
serviço cristão que se desempenha de modo contínuo é um Ministério. Desde a
liderança até tarefas operacionais permanentes. Um trabalho eventual não pode
ser assim considerado. Eis aí um fator que serve até para diferenciar
ministérios e dons espirituais. Existem quatro termos gregos que se relacionam
ao vocábulo "ministro" e "ministério". São eles: huperetai, leitourgos, sunergon e diakonos.
MISTICISMO - O termo básico grego é mustes, ou seja,
"iniciados nos mistérios", cuja origem é o vocábulo grego musterion, que
significa "mistério", "rito secreto" ou "doutrina
secreta". No sentido positivo, Misticismo infunde na religião o senso do
"sagrado", conferindo vida aos dogmas mortos e outorgando a luz,
mesmo sem definições verbais. Neste sentido positivo, envolve quatro estágios
comuns: 1) o despertamento; 2) a expurgação; 3) a iluminação; e 4) a unificação
com a Divina Presença. Num sentido negativo, é o método de aproximar-se de
Deus, que é transcendental, negando o mundo, com sua linguagem e
características. Ou ainda pode ser definido como o conjunto de normas e práticas
que têm por objetivo alcançar uma comunhão direta com Deus. Daí advém a grande
problemática que envolve o Misticismo: os místicos podem ser induzidos a
abandonar a Bíblia e se valer apenas de suas "experiências". Em
nossos dias, o Misticismo tem ganhado fôlego, principalmente pela enorme
influência dos neo-pentencostais, que minimizam a importância da Bíblia,
dando-lhe uma interpretação particular, empírica e
eisegética. No Neo-pentecostalismo, as figuras, os objetos e os símbolos se
transformam em “amuletos”, em imitação das práticas pagãs. Assim,
adotam-se costumes estranhos, tais como: fitinhas no braço; medalhinhas de
símbolos bíblicos; unção de portas, janelas carros; cêrca de sal ao redor da
casa para impedir a entrada de maus espíritos; água abençoada; óleos
"ungidos", etc.
MONARQUIANISMO - A palavra
"Monarquianismo" vem do termo grego monarchia, isto é, o governo exercido por um
único indivíduo. Dentro
da Teologia, o termo é
utilizado para descrever a doutrina de
Deus como único regente de tudo, o poder único que é originador
de todas as coisas. Assim, o Monarquianismo negava basicamente o conceito trinitário da Divindade, pois
sustentava que a doutrina da Trindade se
opunha à fé no Deus único. Seus defensores se opunham à idéia da economia da
salvação. Era-lhes difícil perceber a distinção entre a idéia trinitária e as
afirmações triteístas. Em linhas
gerais, podemos distinguir dois tipos de Monarquianismo: a) Monarquianismo Dinâmico: o primeiro defensor desta forma de Monarquianismo foi Teódoto,
chamado "o curtidor" de Bizâncio. Homem de cultura, havia
sido, afirma-se, discípulo dos
"alógoi". Por volta
de 190 d.C. transferiu-se
para Roma, passando a ensinar que Jesus era um homem, nascido
da Virgem, de vida santa, sobre Quem
descera o Cristo divino
(ou Espírito Santo) por Ocasião de
Seu batismo. Alguns dos
seguidores de Teódoto negavam a Jesus qualquer direito de ser chamado divino,
mas outros afirmavam que Ele havia Se tornado divino, em certo sentido, na Sua
ressurreição. Em suma, tanto Teódoto, quanto os demais expoentes do Monarquianismo Dinâmico,
como Paulo de Samósata, bispo de
Antioquia entre 260 e 272 d.C., negavam qualquer princípio-do-Filho
na Trindade, e, em conseqüência, rejeitavam
a própria idéia da Triunidade em Deus. b) Monarquianismo Modalista: A história responsabiliza Noeto de Esmirna e seus discípulos Práxeas e
Epígono como os primeiros e principais divulgadores dessa heresia. Noeto
rejeitava a idéia da Trindade. Ensinava: "Cristo era o próprio Pai, e o
próprio Pai nasceu, viveu e morreu." Para Noeto, apenas o Pai é
Deus, e embora oculto à vista dos
homens, manifestou-Se e Se fez conhecer segundo o Seu beneplácito.
Para ressaltar
a unidade de Deus, Noeto afirmava que Deus não está sujeito à morte, mas pode
nascer e morrer, se assim o desejar.
Segundo o Monarquianismo Modalista, o Pai e o
Filho não são apenas da mesma
essência; são também o mesmo Deus como nomes diferentes. Com referência a este
Práxeas, Tertuliano, já
então montanista e defensor da Cristologia do Logos, disse: "Práxeas fez
duas obras do demônio em Roma: expulsou a profecia
e introduziu a heresia". Assim, podemos concluir que o
Monarquianismo Modalista favorecia um monoteísmo cristão não-complicado, onde o Pai é enfatizado como
a fonte da Deidade, de onde o Filho e o
Espírito Santo derivariam a Sua própria deidade, mesmo quando essa derivação é
concebida como eterna, e também lógica,
e não cronológica.
MORAL, ARGUMENTO - Termo que designa outro dos argumentos racionais da existência de Deus.
Como os demais argumentos, também
tem diversas formas de expressão. Usando este argumento, Kant
partiu do raciocínio que deduz a existência de um Supremo Legislador e Juiz,
com absoluto direito de governar e corrigir o homem. Esse filósofo
era da opinião de que este argumento era superior a todos os demais. No
intuito de provar a existência de Deus, ele recorria a tal argumento. A
Teologia moderna utiliza o mesmo argumento afirmando que o reconhecimento por
parte do homem de um bem supremo e o seu anseio por uma
moral superior indicam a existência de um Deus que pode converter
esse ideal em realidade.
MORDOMIA - O vocábulo mordomia vem do grego oikonomia, que primariamente pode significar
"dispensação". Num sentido mais amplo, está relacionado com a
"administração de uma casa ou de negócios domésticos"; também está
relacionado com "a administração da propriedade de outrem". O termo
grego oikonomos
está diretamente relacionado com "mordomo", "o gerente de uma
casa ou de negócios domésticos", "o gerente de uma fazenda". Num
sentido metafórico, os apóstolos, os doutores, os pastores, os bispos e todos
os oficiais da Igreja exercem uma espécie de "mordomia" (cf. 1Co 4:1,2; 1Pe 4:10). Mas todos nós, em realidade, somos mordomos,
pois cuidamos das coisas que pertencem ao Senhor, inclusive nossas próprias
vidas (Dt 32:9; Sl 24:1). Devido à conotação depreciativa deste termo no
português, é comum substituí-lo por "economia".
MORMONISMO - Movimento que
se autodenomina "Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias".
Trata-se de uma seita herética, cujas origens remontam ao século XIX. Seu
fundador foi Joseph Smith Jr., norte-americano nascido em 23/12/1805 e falecido em 1844, num
cárcere. Sua mocidade foi marcada pela indolência, sendo influenciado pelo
misticismo de sua mãe, que afirmava possuir revelações de Deus. Smith, desde
seus 15 anos afirmava ter começado a ter visões de Deus. Ele alegava que em
1820, viu o Pai e Seu Filho Jesus Cristo, tendo lhes perguntado qual a religião
verdadeira e como resposta, ele teria ouvido que todas as Igrejas haviam se
apostado e que seus Credos eram abomináveis. Daí surgiu o Mormonismo. Existe
ainda outra versão que diz afirma que Smith, aos 17 anos, recebeu uma visita de
um anjo chamado Moroni, que lhe dava uma missão de desenterrar algumas placas
de ouro, nas quais continha a base do livro dos Mórmons. Assim, em 6 de abril de 1830, Smith e mais
cinco de seus amigos fundaram a "Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias", pois acreditavam que as demais
Igrejas não possuíam as revelações que eles possuíam. Aí nascia uma das mais
perigosas seitas heréticas dos últimos tempos.
Alguns erros doutrinários graves: 1) os mórmons dizem crer que a
Bíblia é a Palavra de Deus, mas somente quando bem traduzida; no entanto, crêem
que o livro de Mórmon é a Palavra de Deus sem restrições; 2) afirmam que como o
homem é, Deus foi; como Deus é, o homem poderá vir a ser; ou seja, negam o
poder sem limites de Deus, bem como a Trindade; 3) afirmam que existem três deuses; e
que o Pai e o Filho possuem carne e osso, mas o Espírito Santo, não; 4) pregam
um Jesus diferente (veja 2Co 11:4), afirmando que Ele foi polígamo e que foi
criado pelo Pai e pela mãe celestial, e que Lúcifer é irmão de Jesus. São
tantos os absurdos dessa heresia, que desejamos citar apenas mais um: os
mórmons acreditam que a Divindade seja uma família composta por Deus e Suas
esposas, Seus filhos (Jesus e Satanás), e Suas noras, genros e netos.
MOVIMENTO PENTECOSTAL - Este Movimento nasceu nos EUA, em Topeka, Kansas, na
escola bíblica dirigida por Charles Parham, que reconheceu o dom de línguas
como sinal do Batismo do Espírito Santo, embora hajam registros de experiências
pentecostais na Armênia, no final do século XIX. Em 1906 em
Los Angeles, o movimento iniciava-se num templo Metodista. Sendo que
depois se expandiu por diversos países chegando ao Brasil. A princípio, a
ênfase desse Movimento recaiu sobre o perfeccionismo metodista, a possessão e o
uso de dons espirituais e a santificação. Com algumas variações, estas foram as ênfases mais importantes do Movimento Pentecostal.
Enfatiza-se o "livre arbítrio", em contraste com o
"determinismo". De modo geral, o Arminianismo é favorecido, fazendo
contraste com o Calvinismo, embora hajam muitas
denominações pentecostais que tendem para o Calvinismo ou o adotam totalmente.
A maior qualidade deste Movimento, é a sua ênfase sobre a necessidade da
renovação espiritual, através das genuínas experiências com o Espírito Santo.
Seus maiores defeitos são o fanatismo, o legalismo e o exclusivismo, que
felizmente não predomina em todos os arraiais pentecostais.
NECROMANCIA
- Termo formado de dois vocábulos gregos, nekros, "morto" e manteia,
"adivinhação", "presságio". Ou seja, Necromancia é uma forma
de magia através da qual se procura revelar o futuro e obter conhecimentos
ocultos por meio de consulta a pessoas mortas (1Sm 28:8). Segundo a informação
de Is 8:19 e 29:4, era expediente comum os necromantes enganarem seus clientes
através de mudança da voz.
NEO-PENTECOSTALISMO - Nome aplicado a um Movimento
surgido dentro do Movimento Pentecostal. Suas origens remontam aos meados do
século XX. É difícil identificar exatamente seus fundadores, pois, na
realidade, o Neo-Pentecostalismo é um conjunto de idéias e conceitos os mais
variados, que foram surgindo (ou ressurgindo) e tomando formas completamente
heterogêneas. Infelizmente, no âmbito do Neo-pentecostalismo existem grandes
desvios doutrinários. Coisas absurdas e até inimagináveis são realizadas, em
nome do "Espírito Santo", ao Qual são atribuídas práticas que se
distanciam do ensino bíblico e da ortodoxia. Embora surgido dentro do Movimento
Pentecostal, os neo-pentecostais diferem e muito dos
pentecostais clássicos, que valorizam adequadamente as Escrituras. Firmados num
princípio de "liberdade", uma das características dos neo-pentecostais é a criação de inúmeros grupos, cada um com
suas próprias doutrinas. Um dos fatores que contribuiu definitivamente para as
inúmeras distorções do Neo-pentecostalismo, é o fato de seu envolvimento com
heresias, tais como: Movimento de Fé, Confissão
Positiva, Teologia da Prosperidade, Palavra da fé, Maldição hereditária, entre outras. Dentre as principais
distorções dos neo-pentecostais, podemos citar:
misticismo; abandono ou distorção das Escrituras; anti-intelectualismo; ênfase
no empírico; animismo; dualismo; ênfase na bênção de Deus e não no Deus da
bênção; falta de vida de compromisso. Um excelente (não exclusivo) método para
avaliar o nível de envolvimento de um grupo com o neo-pentecostalismo, é
observar, a princípio, três fatores: 1) Que lugar ocupa o estudo sério das
Escrituras? 2) Que tratamento o grupo dá aos hinários tradicionais, sem dúvida,
uma grande herança da ortodoxia? 3) Que nível de comprometimento sério com o
Senhor Jesus é apresentado e vivido por seus líderes?
NESTORIANISMO - O Nestorianismo deve sua
existência à pessoa de
Nestório (ou Nestor), patriarca de Constantinopla entre 428 e
431 d.C. Nestório havia sido discípulo
de Diodoro, embora ele próprio
parece atribuir o seu discipulado
a Teodoro de Mopsuéstica que ilustrava a
união das duas naturezas em Cristo com a união
conjugal. Assim, preferiram o
termo conjunção, em vez de "união", termo que representa
perfeitamente a opinião nestoriana e justifica sua inadmissibilidade. Nestório
foi monge e presbítero de Antioquia, altamente respeitado como pregador, tendo
se tornado patriarca em 428. Seu ponto de vista dogmático
equacionava-se essencialmente com o da
escola de Antioquia. Não admitia, porém, houvesse em Cristo duas pessoas - idéia que foi acusado de esposar. "Com
um só e mesmo nome, Cristo, designamos ao mesmo tempo
duas naturezas... Os característicos essenciais da natureza da divindade e na
humanidade distinguem-se desde toda a eternidade". É provável que o seu
maior afastamento do conceito grego de salvação, então corrente, seja visível
em expressões como a seguinte: "Deus, o Verbo,
é também chamado Cristo, porque tem sempre conjunção com Cristo. E é impossível a Deus, o Verbo, fazer algo
sem a humanidade, porque tudo está planejado segundo uma íntima conjunção, e
não segundo a deificação da humanidade". Nestório dava ênfase na realidade
e na plenitude do humano e do divino no Senhor dos cristãos, bem como na união da
vontade entre eles. Contrário a Nestório, vindo a se tornar seu mais acirrado adversário,
era Cirilo, patriarca de Alexandria. Cirilo acusou Nestório de ensinar uma
dupla personalidade em Cristo, sendo Nestório, pois, condenado no
sínodo romano de agosto de 430 d.C., cuja condenação foi ratificada no sínodo
de Alexandria. O terceiro
Concílio de Éfeso, realizado em 431, aprovou as
condenações contra Nestório, e assim, Nestório foi deposto, morrendo
em obscuridade em 444
d.C. Entretanto, a controvérsia
nestoriana não morreu com ele, pois seus discípulos continuaram
frisando o que ele ensinara.
NICOLAÍTAS - No
grego, este vocábulo significa "dominadores do povo". Era uma heresia
de natureza libertina e uma doutrina perniciosa, a qual João chama de
"profundezas de Satanás" (Ap 2:24). Essa heresia, sob o pretexto de
que é necessário maltratar a carne, fomentava a imoralidade e excluía todo
caráter de impureza e de fornicação. Irineu e Clemente de Alexandria, afirmavam
que o mestre e cabeça dessa heresia foi Nicolau, um dos sete diáconos ordenados
pelos Apóstolos (At 6:5). Segundo alguns, após ser repreendido pelos Apóstolos,
Nicolau acabou seus dias dedicando-se à uma vida
ascética e de oração.
NOVO NASCIMENTO - Termo usado como sinônimo de Regeneração. Vem do grego palin, "de novo" e genesia,
"nascimento". Ou seja, nascimento de novo. Regeneração, portanto, é o
ato soberano e misericordioso de Deus, através do qual o pecador que se
volta para Cristo é feito nova criatura (2Co 5:17). A importância do
Novo Nascimento pode ser observada por meio de duas grandes verdades: sem ele,
não há acesso à família de Deus e sem ele não existe meio de haver acesso ao
Reino de Deus (cf. Jo 1:12; 3:5). A Regeneração ou novo nascimento é a porta de entrada ao reino de Deus. Cristo
salientou a importância dessa Doutrina, nas palavras que usou em Jo 3:3-5. Novo
nascimento não é o batismo, nem decorre dele, nem está relacionado com ele. O
batismo é para novos nascidos, mas ele não produz o novo nascimento (ver At 8:13,14,18-23;
10:44-48; 11:12-14; 1Co 1:14; 4:15). Também não é
reforma; não é um
passo externo, natural, para a frente, um "mudar
de religião", "passar a crente" (cf. Jo 3:3-6). Assim sendo,
podemos concluir que Novo Nascimento é uma geração espiritual
(2Pe 1:4). Somos gerados, não da vontade da carne, mas do Espírito (Jo 1:13). Novo
Nascimento, ainda é uma
revivificação espiritual (veja Ef
2:1,5,6), uma vez que a situação do homem não regenerado é de morte espiritual.
Novo Nascimento é também uma
transladação espiritual, ou seja,
uma mudança de lado. Veja Cl 1:13 e Jo 5:24. Em último lugar, é uma criação espiritual.
Ou, em outras palavras, a regeneração é um ato sobrenatural da parte de Deus
(Ef 2:10).
OBRAS DA CARNE -
Esta expressão denota comportamentos claramente opostos ao "fruto do
espírito". São atitudes, sentimentos e desejos que entristecem o Espírito
de Deus. Paulo os alista em Gl 5:19-21: 1) porneia, termo grego que expressa a idéia de
"prostituição", "relações sexuais ilícitas", "adultério",
"fornicação", "homossexualidade", "lesbianismo",
"relacionamento com animais"; 2) akatharsia, "senso moral impuro",
"motivos impuros", "impureza", "impureza sexual",
"ausência de senso moral", "impureza de propósitos",
"luxúria", "que vive de motivos impuros"; 3) aselgeia, combinação
de a (alfa),
como partícula negativa, "não" e selges, "continente", adquirindo
vários significados, tais como: "lascívia", "luxúria
desenfreada", "impudicícia",
"insolência", "imundícia", "licenciosidades", e,
finalmente "procedimento escandaloso contra a decência pública, como
palavras vis, movimentos corpóreos indecentes, gestos familiares sexuais entre
homens e mulheres"; 4) eidololatreia,
"idolatria", "adoração de falsos deuses"; 5) pharmakeia, "feitiçaria",
"uso ou administração de drogas", "artes mágicas"; 6) echthra,
"ódio", "inimizade", "causa de inimizade"; 7) eris,
"discussão", "debate", "contenção",
"disputa"; 8) zelos,
"ciúme", "emulação", "excitação de mente",
"zelo", "zelo punitivo", "uma rivalidade invejosa e
contenciosa"; 9) thumos,
"ira", "ferocidade", "indignação"; 10) eritheia,
"discussão", "contenda", "discórdia"; 11) dichostasia, "divisão", "sedição", "dissensão"; 12) hairesis, "heresia", "seita",
"escolha", "tomar para si próprio"; 13) phthonos,
"inveja", "incitado por inveja"; 14) phonos,
"assassinato", "homicício"; 15) methe, "embriaguez"
"intoxicação", relacionado com kraipale, "o desvario e a dor de cabeça
causadas pela bebedeira em excesso"; 16) komos, termo que denota uma procissão
noturna de bêbados, acompanhada de vandalismo, que após a ceia, sai pelas ruas
com tochas e música em honra a Baco (o deus dos prazeres e dos vinhos) ou
alguma outra deidade qualquer, fazendo aquilo que hodiernamente chamamos de
"baderna". Tais são a malignidade e os danos causados pelas obras da
carne, que no final do verso vinte e um Paulo declara: "... os que cometem
tais coisas não herdarão o Reino
de Deus".
ONTOLÓGICO, ARGUMENTO - Nome pelo qual é conhecido um dos argumentos racionais quanto à existência
de Deus. Tem sido apresentado de diversas
formas, por diferentes pensadores. Em sua mais refinada forma, foi apresentado
por Anselmo, teólogo e filósofo agostinista italiano. Seu argumento é que
o homem tem imanente em si a idéia de um ser absolutamente
perfeito. Este argumento admite que existe na mente do próprio homem o
conhecimento básico da existência de Deus, posto lá pelo próprio Criador.
ORDENANÇAS - Nome
como são chamados os ritos do Batismo e Ceia do Senhor. Como o próprio nome
indica, são "ordens" do Senhor Jesus à Sua Igreja. Em algumas
Igrejas, são chamadas "Sacramentos" (do
latim, sacramentum, "nota promissória,
"juramento"). No romanismo, existem sete ritos assim denominados,
incluindo-se aí o Batismo e a Ceia. Na visão romanista, a idéia contida no
Sacramento é a de um compromisso formal de Deus de que através de determinado ato Ele derrame
de Sua graça. Ou seja, os Sacramentos seriam "veículos de graças",
como um tubo condutor de água ou coisa semelhante. No entanto, ao instituir as
Ordenanças, o Senhor deu-nos "ordens". Assim, quando participamos da
celebração da Ceia
do Senhor, somos edificados, sim, mas
isto não significa que o ato em si tenha efeitos místicos, como
pretendem alguns. A Ceia,
possui significado simbólico, ou seja, ela é a recordação daquilo que o Senhor Jesus realizou por nós na Cruz. Com
relação ao Batismo, por exemplo, a concepção sacramental afirma que ele
é veículo de graça que limpa o homem do pecado original.
No entanto, o ensino bíblico
é de que o Batismo é uma demonstração pública daquilo que ocorreu interiormente no homem ao ser feito
nova criatura.
PÃES ASMOS - Nome
de uma Festa dos judeus. Sua instituição encontra-se em Lv 23:6-11. Era
realizada entre o
décimo quinto e o vigésimo segundo dia do mês de Abibe. Nenhum pão preparado
com fermento deveria ser comido. Todo fermento deveria ser retirado das casas.
Este uso dos pães asmos retratava a pressa com que Israel saiu do Egito. Eles
não tiveram tempo para fazer pão levedado. Levava muito tempo para o fermento
subir e eles estavam partindo às pressas. Prova disto, é que eles dormiram com
os pés calçados (cf. Êx 12:11). No meio da noite, Israel teve permissão para
partir. As mulheres empacotaram a massa não levedada que ainda se encontrava
nas amassadeiras, e Israel partiu às pressas (cf. Êx 12:8-11,14-20, 31-39).
Esta foi a comida básica deles durante aquela
emocionante época de viagem, saindo do Egito, atravessando as águas do Mar
Vermelho, e entrando no deserto. Deus os havia prevenido a misturarem a massa
sem fermento a fim de que ela não ficasse velha durante aquele período crítico
de partida (Êxodo). O aspecto profético da Festa dos Pães Asmos é que ela
retrata o sepultamento de Jesus. Assim como a
Festa da Páscoa ilustrava a Sua morte na Cruz,
assim também a observância dos Pães Asmos ilustrava o Seu
sepultamento. A razão histórica óbvia para a Festa dos Pães Asmos é
que foi exigido que Israel comesse pão sem fermento. Isto se deve ao fato de
que o fermento é um símbolo da malícia e da maldade (cf. 1Co 5:7,8).
PÃES DA PROPOSIÇÃO, OS - Em frente do Candelabro, para a banda do norte, à direita
de quem entrava no Santo Lugar, estava a Mesa de Ouro com os doze pães da
proposição. A Mesa também simboliza o Senhor Jesus. Do mesmo modo
como a mesa continha doze pães (simbolizando cada uma das doze tribos de
Yahweh), na presente dispensação Jesus é o Pão que alimenta nossa fome
espiritual (Jo 6:35,48). Os doze pães representavam
especificamente as doze tribos do Senhor. No
entanto, quando as dez tribos do norte foram
levadas cativas para a Assíria, ficando apenas duas tribos no país,
continuou a haver doze pães sobre a mesa. Isto também é de grande
simbolismo, pois aponta para a necessidade de compreendermos a unidade
do Corpo de Cristo, mesmo que nossa eclesiologia, nosso
"ministério" não seja o mesmo, pois somos um (Jo 17:21-23; Rm 12:4,5; 1Co 12:12-27; Ef 4:3-6). Os pães que estavam
sobre a Mesa eram trocados a cada sábado, quando então eram comidos pelos sacerdotes.
O pão da Mesa de Ouro era alimento para os sacerdotes. Foi Deus mesmo Quem
ordenou assim. Assim deve ser a vida do cristão: alimentar-se sempre de
Cristo em íntima comunhão com Ele. Alimentar-se dEle
é estar ocupado com Ele por Sua Palavra, absorvê-lO e desfrutá-lO;
é isso que dá crescimento ao crente!
PAIS APOSTÓLICOS -
Também conhecidos entre os evangélicos como Pais da Igreja e entre os
romanistas, como Padres da Igreja. Quando estudamos o período das grandes
perseguições que assolaram a Igreja Cristã,
jamais podemos nos deixar levar pela impressão de que foi um período marcado
apenas por lutas e perseguições, por heresias e heresiarcas, por concílios e
credos, mas precisamos entender que esse foi também um período marcado por
homens que deixaram de forma indelével sua contribuição para a ortodoxia.
Trata-se de vários líderes cristãos, a maioria deles vivendo do final do século
I d.C. até meados do século segundo, que deram suas vidas em testemunho de Seu
Senhor. Verdadeiros homens de Deus. O primeiro deles foi Policarpo, que viveu de 69 a 156 d.C., era
discípulo do Apóstolo João e bispo de Esmirna. Na perseguição ordenada pelo
Imperador, foi preso e levado à presença do Governador. Ofereceram-lhe
a liberdade, se amaldiçoasse a Cristo, mas ele respondeu: “Oitenta
e sete anos faz que sirvo a Cristo e Ele só me tem feito bem; como poderia eu,
agora, amaldiçoá-lO, sendo Ele meu Senhor e Salvador?” Foi queimado vivo.
Inácio, bispo de Antioquia, viveu
de 67 a 110 d.C., portanto contemporâneo de Policarpo, também era discípulo do
Apóstolo João. Quando o Imperador Trajano visitou Antioquia, mandou prendê-lo;
ele mesmo presidiu o julgamento e sentenciou que Inácio fosse lançado às feras
em Roma. De viagem para esta cidade, escreveu uma carta aos cristãos romanos,
pedindo-lhes que não tentassem conseguir o seu perdão; ansiava ter a honra de
morrer pelo seu Senhor, dizendo: “As feras atirem-se com avidez sobre
mim. Se elas não se dispuserem a isto, eu as provocarei. Vinde, multidões de
feras; vinde, lacerai-me, estraçalhai-me, quebrai-me os ossos, triturai-me os
membros; vinde, cruéis torturas do demônio; deixai-me apenas que eu me una a
Cristo.” Foi martirizado, regozijando-se nisso. Papias, que viveu cerca de 70 a 155 d.C.,
foi outro discípulo de João. Era bispo de Hierápolis (a uns 160 km a leste de
Éfeso). Pode ter conhecido pessoalmente a Filipe, que segundo uma tradição
morreu eu Hierápolis. Escreveu um livro: “Interpretações dos Discursos do
Senhor”, onde diz que se empenhou em inquirir dos presbíteros
as palavras exatas de Jesus. Sofreu martírio em Pérgamo mais ou menos no
tempo de Policarpo. Papias, Inácio e Policarpo formam o elo de
ligação entre a era apostólica e a posterior. Justino,
o Mártir (100-167 d.C.). Nasceu em Neápolis, antiga Siquém, mais ou
menos quando João morreu. Estudou filosofia. Quando moço, assistiu a muita
perseguição movida aos cristãos. Converteu-se. Viajou vestido num manto de
filósofo, procurando ganhar pessoas para Cristo. Escreveu uma defesa do
Cristianismo, que endereçou ao Imperador. Um dos homens mais competentes do seu
tempo. Morreu mártir em Roma. Mostrando o crescimento do Cristianismo, disse
que já no seu tempo não havia “raça de homens que não fizesse orações em
Nome de Jesus”. Irineu,
130-200, criou-se em Esmirna. Discípulo de Policarpo e Papias. Viajou muito.
Veio a ser bispo de Lyon, na Gália. Notável, principalmente por causa de seus
livros contra os gnósticos. Morreu mártir. Orígenes,
185-254, considerado o homem mais ilustre da Igreja
Antiga. Muito viajado, escreveu muitos volumes, empregando às
vezes até vinte copistas! Dois terços do Novo Testamento estão citados nos seus
livros. Viveu em Alexandria, onde seu pai, Leônidas sofreu martírio. Depois na
Palestina, onde morreu em conseqüência de ter sido preso e torturado, no
governo de Décio. Tertuliano
(160-220 d.C.), chamado “Pai do Cristianismo latino”, era advogado
romano, pagão. Depois de convertido, tornou-se proeminente defensor do
Cristianismo. Eusébio, que viveu
entre 264 e 340 d.C., é chamado Pai da História da Igreja.
Era bispo de Cesaréia, ao tempo da conversão de Constantino; teve muita influência justo a este; escreveu uma “História
Eclesiástica”, que narra a História da Igreja desde Cristo até o Concílio
de Nicéia. João Crisóstomo,
345-407, era chamado “o boca de ouro”, por
ser orador inigualável, sendo tido como o maior pregador nos seus dias. Suas
pregações eram expositivas. Nasceu em Antioquia, veio a ser Patriarca de
Constantinopla. Como reformador, caiu no desagrado do rei, foi banido e faleceu
no exílio. Jerônimo (340-420) era
o mais ilustre dos Pais Latinos; educou-se em Roma; viveu
muitos anos em Belém; traduziu a Bíblia para o latim, na sua famosa
tradução chamada “Vulgata”, ainda hoje a Bíblia autorizada da
Igreja Romana. Agostinho, bispo de
Hipona (que viveu entre 345 a 430), foi o grande teólogo da Igreja Primitiva.
Mais do que outro, moldou as doutrinas da Idade Média.
Depois do apóstolo Paulo, Agostinho é considerado o maior teólogo da Igreja.
Sua mãe, Mônica, orou por sua conversão durante trinta e oito anos!
Influenciado por seu testemunho e pelo testemunho de Ambrósio de Milão,
Agostinho se converteu ao Cristianismo ao estudar as epístolas paulinas.
PALESTINA - O nome "Palestina" figura por quatro vezes na
Bíblia: Êx 15:13; Is 14:29,31; Jl 3:4. Essa designação geográfica deriva-se dos
filisteus (paleste), um povo não semita, proveniente da região do Mar Egeu que
veio a estabelecer-se em grande número ao longo das planícies costeiras do
Mediterrâneo Oriental, durante o reinado de Ramsés III, do Egito (cerca de 1190
a.C.). Essa região mais tarde veio a ser conhecida com o nome de Filístia (Jl
3:14), pelo que esses dois termos, Palestina e
Filístia, sem dúvida, são cognatos. O nome mais antigo dessa região era Terra
de Canaã. Esse último nome parece derivar-se do vocábulo hurriano que significa
“pertencente à terra da púrpura vermelha”. Outro nome eminentemente
bíblico é Terra Santa (Zc 2:10).
PANTEÍSMO - Termo formado de dois vocábulos gregos: pan, "tudo" e Théos, "Deus". Para o Panteísmo, no Universo, Deus é tudo e tudo é Deus.
Deus não é só parte do Universo, Ele seria o próprio Universo. O Hinduísmo é
adepto deste falso ensino. O erro filosófico e religioso do Panteísmo é
confundir o Criador com a criação.
páscoa - Termo de origem heb. pessach,
cujo significado é passagem ou passar por cima: "... é a Páscoa do Senhor" (Êx
12:11), "porque o Senhor passará para ferir os egípcios..." (Êx
12:23), "É o sacrifício da Páscoa ao Senhor que passou por cima das casas
dos filhos de Israel..." (Êx 12:27). A Festa começa com a morte de um
cordeiro como oferta pelo pecado (cf. Êx 12:2,6), no
dia 14 de Abibe (cf. Êx 13:4; Lv 23:5), que
significa espigas verdes. Durante o exílio foi
substituído pelo nome babilônico Nisã (Ne 2:1),
que significa começo ou abertura.
Corresponde, em nosso calendário moderno a março-abril. Sua instituição encontra-se em Êx 12:2,3,6,7,12,13.
"Este mesmo mês vos será o princípio dos meses..." (Êx.12:2). Quatrocentos anos antes, "Jeová disse a
Abraão: Saibas de certo, que escravizados serão os teus descendentes numa terra
estrangeira, e servi-los-ão e afligi-los-ão quatrocentos anos. Mas eu julgarei
a gente à qual servirão
e depois sairão com grande riqueza " (Gn. 15:13,14). A Páscoa possui quatro
grandes significados: 1) libertação para Israel. Os quatro séculos de trevas haviam
terminado. É um antítipo de nossa libertação da escravidão do pecado, de "...nossa grande salvação" (Hb. 2:3); 2) libertação do Pecado.
Assim como a Páscoa foi o fim da escravidão, do sofrimento e da pobreza
para os filhos de Israel, da mesma forma, quando nos voltamos para o nosso
Cordeiro Pascal, Cristo, temos também um novo começo (cf. 2Co 5:17); 3) salvação da Família.
"...Aos dez deste mês tome cada um para si
um cordeiro... para cada casa" (Êx 12:3). É bom que não percamos de mente
que uma das
propostas de Faraó era exatamente que os israelitas poderiam ir, mas sem os
seus filhos! (cf. Êx 10:8-11); 4) Jesus o Nosso Cordeiro
Pascal. Havia uma conjunto de prescrições em Êx 12:6, todas
cumpridas em Jesus.
PASTOR - Na Bíblia, "pastor"
pode ser alguém que, literalmente,
cuida de ovelhas. A forma singular
acha-se no AT somente em Jr 17:16.
A forma
plural aparece por dezessete vezes, dentre
os quais os trechos de Jr 2:8;
3:15; 10:21; 23:1,2 servem de
exemplo. Na língua hebraica, o
termo correspondente é raah, baseada na idéia de
"cuidar dos rebanhos", "dar pasto". Já no NT, o termo grego
correspondente é poimen,
um substantivo que figura
somente em Ef 4:11, onde o pastor aparece como alguém
que Deus
deu à Igreja como um dom. Jesus é
o principal Pastor, segundo ser vê no Evangelho de João, capítulo dez; e todos
os demais pastores
são subpastores. Uma palavra grega cognata é poimanate, que significa "pastoreai",
"dai pasto" (1Pe 5:2). Esse pastoreio espiritual deve incluir um
ensino sério, além do trabalho de cuidar das ovelhas, em todos os sentidos.
Jesus é chamado de "o grande Pastor" em Hb 13:20. Pedro, por
sua vez, chamou-O de "Pastor e Bispo (Supervisor) das vossas almas"
(1Pe 2:25). Assim, os bons
pastores são imitadores dAquele, e da parte dEle recebem sua inspiração
e orientação. Ele é o Bom Pastor
que deu a Sua vida pelas suas ovelhas (cf. Jo 10:2,11,14,16).
PASTORES E DOUTORES - No grego, poimenas,
"provedores de pasto" kai "e"
didaskalous "ensinadores". São aquelas pessoas levantadas por
Deus, que dirigem a congregação local e cuidam das suas necessidades
espirituais. Além disto, compete-lhes cuidar da sã doutrina, refutar as
heresias, ensinar a Palavra de Deus e dirigir a congregação local. Pastores são
Ministros que cuidam do rebanho, tendo como modelo Jesus o Bom Pastor (Jo
10:11-16). Como Doutor e atalaia, uma das funções primordiais do Pastor é zelar
por suas ovelhas de forma que todo "vento de
doutrina" seja refutada (cf. Ef 4:14) e todo crente seja admoestado
a "lutar pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos" (cf.
Jd 3). Os pastores como domatos
(ou seja, como Dons Ministeriais), são os legítimos representantes de Deus
no que tange à disciplina e utilização dos dons espirituais, conforme o claro
ensino de Paulo em Ef 4:11-16.
PECADO - O conceito do pecado abrange toda a gama
de fracassos humanos, desde a transgressão de um único mandamento, até a ruína
da totalidade da existência de uma pessoa. A palavra mais generalizada para
“pecado” é hamartia,
que, juntamente com seus cognatos, designa transgressões contra a moralidade,
as leis, os homens ou os deuses. Adikia e
seus cognatos, abrangem uma área mais especializada,
que pertence ao mundo jurídico; como antônimo de justiça, denota a
“iniqüidade”, a “injustiça” e “atos ímpios”. Por conseguinte, o termo “pecado” vem do grego hamartia, onde pode significar
também “transgressão”. No grego clássico hamartia
encontra-se com o significado de “errar”, “errar o
alvo”, desde os tempos homéricos. O conceito grego do erro possui
orientação intelectual. O resultado de hamartia é
considerado hamartema, “fracasso”,
“erro”. Na Septuaginta, hamartia e
o termo correlato adikia, são as palavras
utilizadas para traduzir especialmente o termo hebraico hatta’t, “pecado”
e avon, “culpa”,
“iniqüidade”.
pecado imperdoável - Expressão
que denota um aspecto horrível do pecado. Diferentes passagens
da Bíblia falam de um pecado que não é perdoado, sendo impossível a mudança de
coração depois de alguém o haver cometido, e pelo qual não se deve orar (cf.
12:31- leia com atenção). Também a análise de Mc 3:29 é importante para
compreensão do pecado imperdoável. Esse pecado, consiste pois,
na rejeição consciente, maliciosa e voluntária da
evidência e convicção do testemunho do Espírito Santo, com respeito à graça de
Deus manifesta em Cristo Jesus. Não consiste simplesmente em duvidar
da verdade manifesta em e por Cristo, nem em negá-la, mas sim em contradizê-la.
Ao cometer este pecado,
o homem voluntária, maliciosa e tencionalmente atribui à
influência de Satanás aquilo que reconhecidamente é Obra de Deus. Este pecado
é, pois, um deliberado ultraje ao Espírito Santo; uma declaração audaz de que o
Espírito Santo é um espírito maligno; que a verdade é mentira e que Cristo é
Satanás. É isto inclusive que sugere o termo blasfêmia,
na língua grega, que tanto pode significar blasfêmia, quanto
calúnia ou injúria. Esse pecado é imperdoável, não porque sua gravidade
supere os méritos e a eficácia da Obra de Cristo realizada na cruz do Calvário,
ou porque ele foge aos limites do poder restaurador do Espírito Santo. O pecado
de blasfêmia contra o Espírito Santo é tão grave que aquele que o tem cometido,
rapidamente manifesta um desafiante ódio a Deus. A Bíblia ensina de maneira
implícita que somente o crente está sujeito à blasfêmia contra o Espírito Santo
(cf. Hb 6:4-6). Em atenção ao fato de que a este pecado nunca
segue o arrependimento, é possível assegurar que aqueles que julgam tê-lo
cometido e se entristecem por isso, e desejam as orações de outros para o
perdão, na verdade nunca o cometeram. É o Espírito Santo Quem conduz o homem ao
arrependimento; ora, se alguém tivesse pecado contra Ele, é óbvio que Ele não
levaria esse alguém ao arrependimento, se o perdão completo não fosse atingido.
pecado original - Expressão
usada para designar a condição pecaminosa em que nasce o homem. É chamado
desta forma, porque se deriva de Adão, está presente na vida de cada indivíduo
desde o momento de seu nascimento e porque é a raiz interna de todos os pecados
atuais que maculam a vida do homem. No entanto, deve ser evitar o erro de se
pensar que o termo “pecado original” implica em que este pecado
faça parte da constituição original da natureza humana. Sempre houve
divergências quanto à definição deste pecado. No entanto, embora os Pais da
Igreja Primitiva não se tenham dedicado ao labor de escrever o suficiente sobre
o pecado original, contudo, segundo os Pais da Igreja Grega, há uma corrupção
física na raça humana proveniente de Adão, porém, isto não envolve culpa. Na
Igreja latina, porém, apareceu uma tendência diferente através de Tertuliano,
que segundo alguns teólogos, foi o homem que depois de Paulo, o apóstolo, teve
maior senso a respeito de pecado. Tertuliano considerou o pecado original uma
infecção hereditária. Ambrósio, outro famoso Pai da Igreja Latina, foi além de
Tertuliano na questão do pecado original e o descreveu como um estado, e fez
uma distinção entre a corrupção inata e a resultante culpa do homem. Porém, foi
através do talento e do espírito de estudo de Agostinho que a doutrina do
pecado original alcançou um total desenvolvimento. Segundo ele, a natureza do
pecador, tanto física como moralmente, está de toda corrompida por causa do pecado
de Adão, de tal maneira que o homem não consegue fazer outra coisa senão pecar.
Os reformadores, de modo geral, estiveram de acordo com Agostinho. Somente
Calvino diferia dele, principalmente em dois pontos: 1) que o pecado original
não é algo completamente negativo, uma vez que esse pecado, segundo ele, dá
lugar à eleição de Deus; e 2) que esse pecado está limitado à natureza sensível
do homem.
PENTATEUCO -
Do grego, penta,
"cinco" e teuchos,
"rolos". Esta é a designação que a Septuaginta aplicou aos cinco
primeiros livros do AT. Os judeus, o chamam torah "a
Lei". A Teologia ortodoxa e conservadora atribui a Moisés a autoria destes
livros. Seu conteúdo abrange desde a criação do mundo, até a morte de Moisés,
que provavelmente foi registrada por Josué.
PENTECOSTES, FESTA DE - O termo Pentecostes
aparece na Septuaginta, traduzindo o termo hebraico hamishshïm yom. No grego, temos pentekonta hemeras.
A Festa de Pentecostes foi instituída em Lv 23:15-17. Outro texto que descreve
a Festa de Pentecostes é Dt 16:9-12. Essa Festa possui um aspecto profético
vastíssimo, que foi cumprido em Atos (At 2:1,4).
"Contareis cinqüenta dias... e aí então apresentareis uma nova oferta de
manjares ao Senhor". (Lv 23:16). A nova oferta de
manjares retratava profeticamente aquele pequeno grupo reunido do
Cenáculo - aqueles cento e vinte discípulos dedicados que estavam esperando
pela promessa do Pai sobre a qual Jesus havia falado. Eles eram totalmente
consagrados a Jesus e estavam esperando pelo que Ele lhes havia prometido. Jesus
disse que seriam batizados no Espírito Santo (At
1:4,5,14). Eles eram aqueles poucos que se consagraram e que de fato se
comprometeram com Jesus Cristo como Seu Senhor e que haviam sacrificado as suas
próprias ambições de maneira a poderem fazer parte dos propósitos de Cristo.
Eram semelhantes à voluntária e nova oferta de manjares. Eles se reuniram de
comum acordo (gr. koinonia)
apresentando-se livremente ao Senhor, preparados para pagarem o preço da
identificação com Jesus.
PERDÃO
- O termo perdão, vem do grego aphiemi, que possui uma ampla gama de significados, tais
como: desconsiderar; partir; não discutir; deixar de lado; perdoar uma dívida;
aproximar-se; deixar para trás; agir de forma que o errado possa aproximar-se.
Isto significa que o Perdão verdadeiro é o completo abandono de ressentimento,
de amargura e de desejo de vingança em relação a um ofensor. Para que o perdão
seja completo, o ofensor deve confessar-se arrependido, dispondo-se a reparar a
falta cometida. O resultado do perdão é o restabelecimento da amizade entre as
partes. Deus perdoa os nossos pecados porque Jesus pagou por eles (Cl 1:14;
3:13, na BLH); e é dito pelas Escrituras, que de nossos pecados, "... porque perdoarei a sua maldade e nunca
mais me lembrarei dos seus pecados." (Jr 31:34c,
na ARC). Outro fato de relevância, é que Deus nos perdoa à medida em que nós perdoamos os que nos ofendem (Mt 6:12).
PERSONALIDADE DE
DEUS, A - O ensino
de que Deus é um ser pessoal, contrapõe-se ao ensino panteísta,
segundo o qual Deus é tudo e tudo é Deus; que Deus é o Universo e o
Universo é Deus; que Ele não existe independentemente daquilo que se alega ser
Sua criação. Pode-se definir personalidade como existência dotada de
autoconsciência e do poder de autodeterminação, ou ainda como
existência dotada de sentimentos, inteligência e vontade. Não se deve,
portanto, confundir personalidade com corporalidade ou existência corporal material, composta de cabeça, tronco e membros,
tratando-se do homem. Corretamente definida, a personalidade abrange as
propriedades e qualidades coletivas que caracterizam a existência pessoal e a
distinguem da existência impessoal e da vida normal. A personalidade, portanto,
representa a soma total das características necessárias para descrever o
que é um ser pessoal. O nome é uma das mais fortes evidências da personalidade
de um ser. Ao revelar-Se a Moisés, Deus revela Seu Nome (cf. Êx 3:14).
A personalidade de Deus pode ser provada não só pelo
que Ele é, mas também pelo que Ele faz e pelos sentimentos que lhE são comuns. Deste modo, a personalidade de Deus pode ser
provada: a) pelos pronomes pessoais empregados para distingui-lo (e.g. Jo
17:3; Sl 116:1,2); b) pelas características e
propriedades de personalidade que lhe são atribuídas (e.g. Gn 6:6; Dt 6:15;
1Rs 11:9; Pv 6:16; Ap 3:19); e c) pelas relações que Ele mantém com o
Universo e com os homens (Gn 1:1; Mt 10:29,30; Rm 8:28; Gl 3:26; Hb 1:3).
PLEROMA -
Termo grego pleroma, "plenitude". Uma das
mais profundas e complexas Doutrinas da Cristologia. Trata-se da Doutrina da
plenitude da Divindade presente em Cristo: "Porque nEle
habita corporalmente, toda a plenitude
da Divindade." (Cl 2:9). Em todo o NT, pleroma aparece dezessete vezes, sendo
que em Cl encontra-se e em 1:19 e 2:19. Esse termo era largamente utilizado
pelos Gnósticos.
Para eles, Pleroma representava a totalidade
das "emanações" de Deus, dentre as quais incluíam os seres vivos.
Criam ainda que as emanações
mais elevadas seriam as várias
gradações de ordens angelicais. Segundo esta concepção, cada um
desses seres
compartilhava uma partícula da
Divindade, sendo uma tênue
manifestação de Deus, uma
partícula da Natureza Divina total. Desta forma, o Espírito de Deus usou Paulo
para valer-se do mesmo termo; porém, num sentido totalmente diferente e
completamente divorciado do
sentido gnóstico. Para Paulo, Cristo possui a Natureza inteira de Deus e não apenas uma partícula dela.
Segundo ele, todos os atributos e manifestações da Divindade estavam
concentrados "em uma
pessoa". Aquilo que os gnósticos
distribuíam entre tantas ordens, Paulo atribuía somente a Cristo. Toda
a plenitude de Deus habitava
corporalmente em uma única pessoa,
Cristo, que é maior do que todas as
supostas emanações de todos os seres angelicais juntas. Desta
forma, a aplicação de Paulo se constitui em uma
poderosíssima declaração da
Divindade de Jesus Cristo. Estas declarações são paralelas às de Hb 1:3,
que afirma, entre outras coisas, que Jesus é o "resplendor" da glória de
Deus e a "expressa imagem" da Sua Pessoa. Também, um paralelo com a
doutrina do Logos (Jo 1:1). Paulo diz que "habita corporalmente". A
primeira dessas duas palavras, katoikeo, significa "habitar
permanentemente" ou "fixar residência" (claro contraste com paroikeo e skeno, que significam "residir
temporariamente"). "Corporalmente", é importante ressaltar que no
original grego é somatikos, que significa "de forma
corpórea", "pertencente ao corpo" ou "de modo
corpóreo".
PNEUMATOLOGIA - Do grego, pneuma, "espírito" e logia, "estudo",
"dissertação". Este termo é usado para definir a Doutrina do Espírito
Santo, dentro da qual se estuda a Pessoa, a Obra, os Atributos, os Títulos, as
Características e outros assuntos relacionados à Terceira Pessoa da Trindade.
PORTAS DO INFERNO -
Expressão metafórica extraída do grego pulai, comumente traduzido como
"porta", ou, mais especificamente, "portão".
Metaforicamente, a expressão "portas do hades" tem o significado de
um "quartel-general" das hostes infernais, que constante e
ferrenhamente lutam contra a Igreja. Tal expressão está relacionada com o fato
de que as cidades eram fortificadas e suas "portas" simbolizavam os
sistemas jurídico e governante da cidade (e.g. Gn 19:1; Êx 21:6; Lm 5:14; Mc
1:33).
PÓS-MILENISMO -
Título usado para designar a posição adotada por aqueles que crêem que o Milênio (termo latino, mille,
"mil" e annus,
"ano"; ou seja, mil anos,
equivalente ao termo grego chiliasma) será obtido por intermédio do poder do crescimento do Evangelho, até se chegar à "idade
áurea". Segundo esta visão, o Milênio será um período de 1000 anos de paz
e justiça na terra, e depois disso acontecerão a
segunda vinda de Cristo, a ressurreição dos mortos, o juízo final e a vida
eterna.
PREDESTINAÇÃO - Uma das mais consoladoras
doutrinas da Bíblia, cuja essência repousa no fato de que Deus tem um plano
geral e original para o mundo, e que
Seus propósitos jamais serão
frustrados. Se a analisarmos de modo negativo, certamente que a Predestinação
não é uma manipulação da parte de Deus das escolhas do homem.
Isto o
rebaixaria à posição de um fantoche, sem
poder de escolha nem vontade. A
Predestinação nunca predetermina as escolhas de Deus no que concerne ao Seu
relacionamento com as inclinações, necessidades e escolhas dos homens. Sabendo
de todas as
possibilidades futuras, em virtude de Sua presciência, bem como os corações dos
homens, em virtude de Sua onisciência, Deus teceu um plano dos Seus atos: atos estes que resultarão em maior glória para o
Seu Nome, na salvação do maior número de pecadores, e que contribuirão
com o desenvolvimento da mais perfeita
obediência de Seus servos (Rm
8:28,29). A fim
de entender a Predestinação, é necessário
distinguir entre Predestinação e
Fatalismo. Fatalismo é a crença que atribui
as ações e escolhas do homem ao "determinismo" de Deus. Ou melhor,
Deus decide o que o homem será e fará. Mediante o planejamento predeterminado
por Deus (a Predestinação), a salvação é oferecida a todas as pessoas e é
possível a todos quantos buscam a Deus (At 17:26,27).
Por causa desta
provisão, nenhuma pessoa poderá, em
qualquer tempo, acusar Deus de não lhe ter dado oportunidade para crer e se
salvar (Rm 1:20). Deus
não apenas planeja uma maneira de todos os povos conhecerem a salvação, como também tem um plano
para ajudar os crentes a progredirem na sua vida
espiritual (Rm 8:29). Este plano, no
entanto, depende da disposição do crente em corresponder em obediência a Deus (Jr
15:19). Deus "nos
predestinou para Ele, para a adoção
de filhos, por meio de Jesus
Cristo" (Ef 1:5). Fomos "predestinados... a fim de sermos para o
louvor da Sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo" (Ef 1:11,12). Se não houvesse chance de salvação para todos os
que crerem, fica difícil entender as palavras de Jesus: "E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura." (Mc 16:15).
PRÉ-MILENISMO -
Este é o título que se aplica à uma outra visão acerca
do Milênio (período de tempo
compreendido entre o aprisionamento de
Satanás e a sua última Revolta, a
Batalha de Gogue e Magogue, quando Satanás estará preso e Cristo reinará sobre
as nações), termo que vem do
latim mille,
"mil" e annus,
"ano"; ou seja, mil anos,
equivalente ao termo grego chiliasma.
De acordo com a visão pré-milenista,
a segunda vinda de Cristo vai acontecer antes do seu reinado de mil anos na terra, junto
com os salvos que participarem da primeira ressurreição. Depois desse período
literal de mil anos, acontecerá a segunda ressurreição, o juízo final e a vida
eterna. Para melhores esclarecimentos, gentileza consultar os verbetes Milênio,
Amilenismo e Pós-Milenismo.
PRIMÍCIAS, FESTA DAS - No
hebraico, a palavra
"primícias" é habicurim.
A Festa das Primícias era comemorada três dias e três noites depois da Páscoa
(Lv 23:12), quando as primícias da terra eram ofertadas ao Senhor, e quarenta e
nove dias antes do Pentecostes. Deus requeria apenas um molho de cevada. A
Festa das Primícias é também designada "... festa das segas dos primeiros
frutos" (Êx 23:16). O fermento é considerado pelas Escrituras como tipo da
presença da impureza e do mal (Êx 12:15,19; 13:17; Lv
12:11: Dt 16:4; Mt 16:6,12; Mc 8:15; Lc 12:1; 1Co 5:6-9; Gl 5:9) e era proibido
nas Festas da Páscoa e dos Pães Asmos. Assim, os dois pães levedados que eram
movidos, na Festa das Primícias, representam Israel e os gentios formando a
Igreja, divina e perfeita pelo lado de Seu Senhor e imperfeita por parte de
seus membros (Mt 13:33). A Festa das Primícias retrata e
prediz a ressurreição de Cristo. Na Palestina, a colheita principal
é feita durante o sétimo mês judaico, Ethanim. As primícias se referem
exatamente àquela parte da colheita que amadurece antes dos demais grãos, no
mês de Abib. Até o ano 70 d.C., quanto o Templo foi destruído, este trigo
precoce era colhido, reunido num feixe, e apresentado no Templo como
"primícias". Os sacerdotes moviam diante do Senhor como uma
"oferta movida". Aqueles primeiros grãos eram como que uma
"previsão" de toda colheita que somente ocorreria no mês de Ethanim.
Jesus disse: "Na verdade, na verdade vos digo, que se o grão de trigo,
caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito
fruto" (Jo 12:24). O propósito de se plantar uma saca de arroz no solo é o
de se ver esta semente multiplicando-se em milhões de outras sementes (grãos de
arroz), exatamente iguais aos que foram plantados. Em Sua morte e sepultamento,
Jesus foi "plantado" como uma semente. Jesus não somente
ressuscitaria dos mortos, mas seria uma primícia da ressurreição principal que
virá nos últimos dias também ressuscitaria dos mortos (veja Ap 20:4-6).
PROFETA - No grego, profetas.
São pessoas levantadas, preparadas e comissionadas por Deus para admoestar,
exortar, animar, consolar e edificar (cf. At 2:14-36; 3:12-26; 1Co 12:5; 14:3).
Foi isso que fez Pedro no dia de Pentecostes e que, segundo o Apóstolo Paulo,
deveria continuar acontecendo no seio da Igreja de Cristo. O Profeta é aquele
que fala em Nome de Deus, com uma mensagem de Deus, vernacular
ou não (nesse caso, acompanhada de interpretação para que todos sejam
edificados, cf. 1Co 14:29). Segundo a Bíblia, sua mensagem não é infalível,
pois nos recomenda expressamente que "julguemos" as profecias (não os
profetas): 1Co 14:29; 1Ts 5:20,21. Um fato importante
a se observar, é que o Ministério Profético pode ou não vir acompanhado do
carisma de línguas; no entanto, o fato de alguém falar línguas ou mesmo
profetizar não significa que esse alguém seja profeta. Profeta é doma, uma pessoa-dom;
profecia, um charisma, um
dom espiritual.
PROPICIATÓRIO, O - O Propiciatório (heb. kapporeth) era a tampa da
Arca da Aliança, uma sólida chapa de ouro. O sentido básico do termo Propiciatório
é "lugar onde Deus nos é propício" ou "Trono da
Misericórdia". Ali habitava Aquele que era três vezes Santo (heb. kadosh), O Onipotente
(Is 6:3). Esse Trono, deveria ser, na verdade,
um trono de juízo. A Lei, transgredida por Israel, jazia
debaixo dele. Deus habitava no meio de um povo pecador. De
fato, devido à Sua Santidade, Ele deveria tê-lo destruído,
eliminando-o para sempre. Mas, uma vez por ano, o sumo-sacerdote espargia
sangue nesse lugar. Esse sangue falava, em antecipação, do Sacrifício
perfeito. Por meio desse sangue, este trono de juízo tornou-se num trono de
graça, trono de misericórdia (Rm 3:24,25).
PSEUDEPÍGRAFOS - Do grego pseudepigraphos,
"escritos falsos", com o significado de "falsa autoria".
Designação de livros religiosos, judeus ou cristãos, não-pertencentes ao Cânon,
escritos entre 200 a.C. e 200 d.C. por autores anônimos ou por autores que,
para forçar a aceitação da obra, usavam como pseudônimo (nome falso) o nome de
algum personagem bíblico. A literatura pseudepigráfica é abundante. Pseudepígrafos do AT: Apocalipse de
Baruque, Assunção de Moisés, Carta de Aristéias, 3 e
4Esdras, Livro de Enoque, Livro dos Jubileus, 3 e 4Macabeus, Oração de
Manassés, Oráculos Sibilinos, Salmos de Salomão, Testamento dos Doze
Patriarcas, Vida de Adão e Eva, entre outros. Pseudepígrafos
do NT: Apocalipse de Maria, Atos de Pedro e Paulo, Carta aos
Laodicenses, Evangelho dos Doze Apóstolos, Evangelho da Infância de Jesus,
Evangelho de Pedro, Pseudo-evangelho de Mateus, Evangelho de Tiago, entre
outros. A estes livros, os católicos chamam de "apócrifos".
PURITANISMO - Nome como é conhecido um movimento
religioso do século XVI, dentro do protestantismo
inglês, cujo propósito primordial era o de "purificar" a
Igreja Anglicana de formas católico-romanas. Eles tornaram-se conhecidos
como "separatistas" ou
como "não-separatistas", dependendo de sua atitude
para com a Igreja Anglicana. Foi um dos ramos do puritanismo que deu origem ao
movimento Batista.
QUERUBINS - Na língua hebraica, temos keruhbim, plural de kerub. No grego cheroub. Trata-se de uma palavra de
etimologia incerta. No AT esses seres são apresentados como simbólicos e celestiais. No livro de Gênesis, tinham a
incumbência de guardar
o caminho para a árvore da vida, no jardim do Éden (Gn 3:24). Uma função
semelhante foi creditada
aos dois Querubins dourados, postos em cada extremidade do propiciatório (a
tampa que cobria a arca no santíssimo
lugar: Êx 25:18-22; Hb 9:5), onde simbolicamente protegiam os objetos guardados na arca, e
proviam, com suas asas
estendidas, um pedestal visível para o trono invisível
de Javé (veja Sl 80:1 e 99:1, para entender essa figura). No livro de Ezequiel (Ez 10), o
trono-carruagem de Deus, que continuava sustentado por Querubins,
tornava-se móvel. Também foram bordados Querubins nas cortinas e véus do
Tabernáculo, bem como estampados nas paredes do Templo (Êx 26:31; 2Cr 3:7). Tem sido objeto de
críticas acirradas, o fato de que os povos vizinhos de Israel possuíam
criaturas aladas simbólicas. Especialmente os
heteus popularizaram os grifos, criaturas altamente complicadas com
corpo de leão, cabeça e asas de águia e
com a aparência geral semelhante à de uma esfinge. Por estes motivos, alguns críticos têm conjeturado que Israel
tenha tomado esse costume por empréstimo desses povos vizinhos. No entanto, fica bastante claro que a
situação é inversa: os povos vizinhos é que deturparam a simbologia israelita,
adaptando-a às suas crendices. Exemplo disto, é a conhecida "Epopéia de
Gilgamesh", uma
história babilônica do dilúvio, obviamente tomada por empréstimo do relato bíblico.
RABDOMANCIA - Do grego rabdos, "vara", "bordão"
e manteia,
"adivinhação". Trata-se do nome que se aplica à forma de adivinhação
que se faz por meio de varetas ou setas, que depois de serem lançadas ao ar e
caírem, suas posições são observadas, a fim de definirem os referidos presságios
(cf. Ez 21:21). A versão Reina-Valera
(espanhola), assim traduz Ez 21:21: "Porque
el rey de Babilonia se paró en una encrucijada, al principio de dos caminos,
para tomar adivinación: acicaló
saetas, consultó en ídolos, miró el hígado".
RECONCILIAÇÃO - O substantivo "Reconciliação",
é a tradução do termo grego
katallage, que significa "uma mudança completa tanto
no viver como no agir".
Possui sua origem no verbo katallasso, que por sua vez é composto de allaso, "alterar",
"trocar" (derivado de allos, "outro"). Em seu sentido mais lato, a
palavra reconciliação
quer dizer essencialmente "troca", "permuta". Consiste na mudança da
relação de hostilidade que pode existir
entre dois indivíduos, passando
eles a serem amigos entre si. Na sua utilização no grego clássico, katallasso geralmente denota a
restauração do entendimento original entre as pessoas depois da hostilidade ou
do desagrado. A idéia
da palavra "reconciliação", conforme sugere o termo, é contemplado por toda a extensão
das Escrituras Sagradas, onde
verificamos a existência de
quatro importantes passagens neotestamentárias que tratam sobre a obra de Cristo sob a ótica da reconciliação, quais sejam: Rm
5:10-21; 2Co 5:18-21; Ef 2:11-22 e Cl
1:19-23.
SABELIANISMO - O Sabelianismo foi um movimento
religioso herético organizado
por Sabélio. Sabélio foi o líder mais notável da escola modalista. Dos começos
de sua vida pouco se sabe, mas sabe-se que em 215 d.C. já estava ensinando em
Roma. Em essência, seu
pensamento teológico era
igual ao de Noeto. A única diferença estava no fato de ser muito mais bem
estruturado, notadamente por dar a
devida atenção ao Espírito Santo, tanto quanto o Filho. Segundo ele, Pai, Filho
e Espírito Santo são um só e o mesmo. São os três nomes do Deus único que se manifesta de formas diferentes,
segundo as circunstâncias. Enquanto Pai, é o
legislador do AT; enquanto Filho, é encarnado; e enquanto Espírito Santo, é o inspirador dos Apóstolos. No
entanto, é o mesmo e único Deus que assim aparece nessas relações sucessivas e
transitórias, exatamente como se pode atribuir a um mesmo indivíduo títulos diferentes segundo
os diversos papeis que represente; por exemplo: um único homem pode ser neto, sobrinho, filho, pai,
esposo, primo, tio, pastor, etc... Para
Sabélio, o Trinitarianismo parecia apenas uma forma velada de triteísmo,
ou seja, de politeísmo. Sabélio propunha uma analogia da Trindade, tomando-se por base
o sol: o sol é uma só substância, mas com três
manifestações distintas: luz, calor e globo solar. Assim, segundo Sabélio, o
calor é análogo ao Espírito; a luz, ao Filho; o Pai no
entanto é representado pela verdadeira substância,
ou seja,
o globo solar. Embora
tenha sido logo excomungado em
Roma, granjeou numerosos seguidores
no Oriente, especialmente no Egito e na
Líbia.
SANTIFICAÇÃO - Uma das mais tremendas verdades
bíblicas, que Deus usou Paulo para escrever acerca dela, é a morte e o
sepultamento de nossa antiga natureza pecaminosa (cf. 6:4). Da mesma forma que os filhos de Israel entraram
no Mar Vermelho, com pães não levedados para sustentá-los em sua nova vida sob
a liderança de Moisés, assim também acontece conosco em Cristo (cf. 1Co 10:1,2). Isto significa que quando temos uma experiência
pessoal com o Senhor, somos feitos novas criaturas (cf. 2Co 5:17). Desta forma,
somos declarados posicionalmente
"santos". No entanto, existe um aspecto pessoal e progressivo da
santificação, que precisa ser buscado por cada crente, individual e
pessoalmente. Precisamos aprender a lidar com qualquer malícia ou maldade em
nós. Precisamos nos purificar destas coisas, entregando-nos à retidão, e não ao
pecado (cf. Rm 12:2). Era isto que Paulo pregava aos Coríntios, pois eles
possuíam muita fé e muitos dons do Espírito, mas estavam sendo corrompidos pela
iniqüidade da cidade. Este não era um problema apenas da Igreja de Corinto.
Onde quer que hajam pessoas, haverá também problemas
com os seus pecados. No entanto, há um
caminho para a vitória! Um caminho, ao longo do qual as pessoas podem se
elevar e se libertar do poder e da prática habitual do pecado. Estes problemas
de pecado, chamados "obras da carne", não devem ser considerados como
correntes inevitáveis e inconquistáveis pelo fato de sermos humanos. Há uma
maneira de lidarmos com a nossa "natureza carnal", com as nossas
"concupiscências da carne". Neste momento, três aspectos precisam ser
analisados. Em primeiro lugar, precisamos
compreender que não expulsamos as obras da carne como se fossem obras de
demônios. Alguns gostariam de pensar que poderíamos resolver o problema de
todos os nossos maus hábitos e mal caráter, fazendo
com que alguém expulse os demônios de nós. Em segundo
lugar, a resposta de Deus para as nossas obras da carne requer
que compreendamos mais claramente o que aconteceu com Jesus no Calvário, pois o
Calvário expõe a punição de Deus pelo pecado. Em terceiro lugar, temos que ver o pecado
como Deus o vê: algo detestável. Temos que
compreender que Deus poderia lidar com as obras da carne somente de uma
maneira. Ele tinha que julgar o pecado e matar a natureza adâmica pecaminosa.
Ele tinha que matar a natureza pecaminosa em
nós. O Apóstolo Paulo compreendia isto (cf. Gl 2:20). O Calvário não
significa apenas a morte para Jesus. Significa também a morte ao pecado para todos
os que colocam a sua confiança nEle. O Calvário lida
com o nosso velho ego (cf. Rm 6:6,7). Quando vemos e
sabemos que já morremos com Cristo no Calvário, podemos ter a confiante
expectativa de experimentarmos Rm 6:11! De fato, o verso 11 não pode acontecer
em nossas vidas, até que
de fato tenhamos compreendido e implementado o verso 6! O aperfeiçoamento da
santidade somente acontece quando desenvolvemos o mesmo ódio pelo pecado e o
mesmo amor pela retidão que Deus tem.
SANTO DOS SANTOS, O - Também chamado "Santíssimo
Lugar". Era o lugar central do Tabernáculo. A medida desse lugar é uma medida perfeita: 10 x 10 x 10 côvados
(ou seja, 5 x 5 x 5 metros). Ali tudo era
de ouro. Detrás do último véu, estava a Arca, o Trono de
Deus. O lugar onde Deus habitava. Ali, habitava Deus numa luz
ofuscante e inacessível. No entanto, uma nuvem escura cobria o
Propiciatório e envolvia essa luz, o que é explicado em Êx 33:20. Na presente
dispensação, é glorioso saber de nossa nova posição. Os que pertencem a Cristo,
agora podem contemplar a glória do Senhor com os rostos desvendados! (2Co
3:18).
SANTO LUGAR - A Casa
era construída
de madeira.
Grandes tábuas. Cada uma com 10 côvados de altura (5 metros) e 1,5 côvados de
largura (75 cm) (Êx 26:16). No total, são 48 tábuas dessa
medida. Elas eram de acácia ou de sitim, a mesma madeira que fora utilizada no Altar. Assim como no Altar, a madeira,
brotada da terra, fala-nos do fato de que Jesus foi Verdadeiro Homem, nascido
na terra. No entanto, as tábuas eram revestidas de ouro. Obviamente, foi necessário uma quantidade tremenda de ouro. Pela provisão
divina, os israelitas tinham ouro em grande quantidade, pois além de
outros tesouros, os egípcios também lhes deram muito ouro (Êx 12:35,36). O ouro é símbolo da glória celestial, da glória
de Deus. Assim, temos que o ouro simboliza a Divindade de
Cristo (Jo 1:1; 10:30) e a madeira, Sua Humanidade (1Tm 3:16). Nós cristãos,
também nos assemelhamos a essas tábuas de madeira, pelo fato de que enquanto estamos
aqui na terra continuamos sendo humanos, mas revestidos de ouro, isto é, da
imortalidade que nos foi outorgada em e por Cristo Jesus. A Bíblia afirma
que todo crente, todo filho de Deus, é revestido
da justiça de Deus (2Co 5:21). Veja também Is 61:10. Nos dias do povo de
Israel, eram essas tábuas revestidas de ouro que formavam as paredes do
Tabernáculo. Era aqui que Deus habitava. Depois, na plenitude dos tempos (Gl
4:4), veio à Terra o Filho de Deus. Então, Deus
habitou nEle, no Senhor Jesus. Veja o que diz a Palavra
em Cl 1:19! Outro fato de destaque que queremos ressaltar é que na presente
dispensação, em que Cristo foi recebido no céu, cada crente é uma
casa, um templo no qual Deus, o Espírito Santo habita (1Co 6:19). Deus também
habita na Igreja (2Co 6:16). No Tabernáculo, essas tábuas eram colocadas
uma ao lado da outra, e assim formavam a habitação de Deus na
terra. Isto também possui um grande simbolismo, pois Deus tem uma
morada na terra hoje: a Sua Igreja. Portanto, é propósito de Deus que
todos os crentes juntos, bem ajustados, formem a Casa onde Deus habita
hoje. Agora, Ele não mais habita numa casa material de ouro, ou num
Templo de pedra como nos dias de Salomão. O texto de 1Tm 3:15 nos
diz que a Casa de Deus é a Igreja do Deus Vivo. Ef 2:22 diz que somos
edificados "para habitação de Deus no Espírito". Lembremos que
Jesus afirmou que Ele mesmo edificaria a Sua Igreja (Mt 16:18). Em
continuidade, o autor de Hebreus (3:6), diz que esta casa "somos
nós". Ou seja, todos os crentes em Nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo, todos os verdadeiros filhos de Deus (Jo 1:12), formam juntos a Igreja de Cristo. Estes, conforme 1Pe 2:5, como
pedras que vivem, são edificados casa espiritual
e sacerdócio santo.
SEPTUAGINTA - Também
chamada "Tradução dos Setenta" ou LXX. Trata-se da famosa tradução do
AT hebraico feita para o grego, em Alexandria, onde havia muitos
judeus que falavam grego. Segundo a tradição, essa
tradução foi encomendada por Ptolomeu Filadelfo (285-247 a.C)
a 70 judeus, hábeis lingüistas, que foram mandados de Jerusalém ao Egito.
Chamou-se Septuaginta, devido ao número de tradutores que a começaram.
SERAFINS - Termo de origem
hebraica, saraph, cuja origem exata e
significação têm sido alvo de disputas entre os eruditos. Provavelmente,
deriva-se da raiz hebraica saraph,
cujo significado
é "queimar", o que daria a idéia de que os Serafins são anjos rebrilhantes, uma vez que essa raiz
também pode significar "consumir
com fogo", mas também "rebrilhar" e "refletir". A única menção a esses seres celestiais nas
páginas das Escrituras
Sagradas fica no livro de Isaías (Is 6). Aparecem associados com os
Querubins na tarefa de resguardar o trono
divino. Os seres vistos por
Isaías tinham forma humana e possuíam seis asas (Is 6:2). Estavam
postos acima do trono
de Deus (Is 6:2a), o que parece indicar que sejam líderes na adoração ao Senhor. Uma dessas
criaturas entoava um refrão que Isaías registra nas palavras: "Santo,
santo, santo é o Senhor dos Exércitos; a terra inteira está cheia da Sua
glória" (Is 6:3). Tão vigorosa era esta adoração, que é
dito que o limiar do Templo divino se abalava e o santo lugar ficava cheio de
fumaça. Assim, ao que parece, os Serafins constituem uma ordem de seres angélicos
responsáveis por certas funções de vigilância e adoração. No entanto,
são criaturas morais distintas, e não apenas projeções da imaginação ou personificação de animais. Suas qualidades
morais eram
empregadas exclusivamente no serviço de Deus.
SOTEROLOGIA - Termo originário do grego soteria, "salvação"
e logia,
"estudo", "tratado". Portanto, Soterologia (ou
Soteriologia) é o estudo da salvação. Nesta área de estudos, incluem-se vários
aspectos, tendo em vista o fato de que a salvação é extremamente abrangente. Em
geral, no campo da Soterologia, estuda-se a provisão da salvação, os lados
divino e humano da salvação,
o novo nascimento, a reconciliação, a redenção, a expiação, a justificação,
dentre outros.
TABERNÁCULOS, FESTA DOS - Sua instituição está relatada em Lv 23:34. Durante a
Festa dos Tabernáculos, abrigos (ou tendas) temporários, feitos com galhos de
árvores, eram montados nos telhados planos ou nas ruas. Talvez a melhor
descrição desta Festa seja a de Ne 8:14-17. Esta Festa lembrava a Israel do
tempo em que habitara em tendas no deserto. Esta Festa também era chamada de
"Festa da Colheita" (cf. Êx 23:16). Para nós que estamos agora
vivendo nos últimos dias, isto é muito importante. É preciso que nos lembremos
daquilo que Jesus disse: "A colheita é o fim do mundo" (Mt 13:39).
Isto sugere claramente que Tabernáculos representa o cumprimento ou a grande
conclusão que Deus planeja para a história humana segundo o que sabemos. E esta
será uma época de uma grande colheita. Tão grande que não conseguiremos contê-la
nos métodos tradicionais usados nas gerações passadas. No NT, o correspondente
bíblico da Festa dos Tabernáculos é o Milênio. Enquanto Tabernáculos relembra a
redenção do Egito (cf. Lv 23:43), também aponta para o descanso do reino para
Israel depois do seu reajuntamento e restauração, quando, então, a Festa se
tornará novamente um memorial, e, não somente para Israel, mas para todas as
nações (cf. Ed 4:4; Zc 14:16-21; Ap 21:3). O cerne desta Festa é a presença de
Deus entre os homens, trazendo luz e repouso eterno (cf. Ap 21:3,4).
Por esta causa Cristo nasceu (cf. Jo 1:14). É bom lembrar que o verbo que
ocorre aqui na língua grega é skenô,
correspondente ao hebraico miskhan,
"habitação temporária". Portanto, podemos concluir que não foi por
mero acaso que Jesus recebeu o título Emanuel (no heb. Imanu, "conosco" e El,
"Deus"): Deus Conosco.
TALMUDE - Nome
originário da língua hebraica, cujo significado é "aprender",
"estudar". É este o título que se dá à coleção de escritos dos
judeus, contendo explicações e tradições referentes à Lei de Moisés. Ele é uma
coletânea de preceitos rabínicos, de decisões legais e comentários sobre a lei
mosaica. Atribui-se aos Fariseus as anotações iniciais que deram origem ao
Talmude. Há fortes indícios de que a composição do Talmude teve início no final
do último século antes de Cristo. Estas anotações, com o passar do tempo, deram
origem a duas formas distintas, conhecidos como Mishnah (um comentário verbal, contínuo e
completo que procura explicar a Lei de Moisés) e Midrash (uma coletânea de pouca precisão, de comentários de
cunho lexicográfico e morfológico do hebraico e do aramaico).
TEÍSMO - Vocábulo de origem grega, theós, "Deus". Termo surgido na
Inglaterra, no século XVII, quando foi usado em contraste com o ateísmo. Doutrina
que contrasta com o ateísmo, bem como o deísmo. Segundo a crença teísta, Deus
criou todas as coisas, mas não apenas as criou; Ele as sustenta, abençoa,
protege, zela, cuida. Deus é um ser pessoal, com atributos e natureza definidos
e revelados em Sua Palavra. O Teísmo crê na Soberania de Deus sobre o Homem e
sobre a História do Homem. O livro bíblico que demonstra de forma mais clara a
verdade do Teísmo, é o Apocalipse.
TELEOLÓGICO, ARGUMENTO - Trata-se de outro dos argumentos racionais
da existência de Deus. É praticamente uma extensão do Argumento Cosmológico. Ele mostra que o mundo ao ser considerado sob qualquer
aspecto revela inteligência, ordem e propósito, denotando assim a existência
de um ser sumamente sábio. Por exemplo, o homem para viver,
consome o ar, do qual retira todo o oxigênio, resultando disso o
dióxido de carbono, inútil ao ser humano. As plantas, por sua vez, consomem o
dióxido como elemento essencial, e produzem daí o
oxigênio, que será novamente consumido pelo homem.
TENTAÇÃO -
No original grego, o termo usado para tentação é peirasmos, que ocorre vinte vezes no NT. A idéia
fornecida por este vocábulo abrange uma ampla gama de significados, tais como:
"teste", "tentação", "tentativa",
"provação", "teste da fidelidade do homem", "teste da
virtude", "tentação, despertada dos desejos ou das circunstâncias
externas", "estado mental pelo qual somos provocados para
pecar", "tentação interna para pecar", dentre outros. Há vários tipos de tentações. Há as tentações (no sentido
de "testes", "provações") que vêm de Deus, obviamente não
para infundir qualquer tendência para o que pecaminoso (cf. Tg 1:13), mas
ordenando coisas duras e desagradáveis para nossa natureza, como no caso de
Abraão em relação ao oferecimento de Isaque. Também existem as tentações de
origem satânica, tais como as induções mentais mentirosas incitando ao mal, à
luxúria, à concupiscência, à vingança, ou sugestionando pensamentos duros e
blasfemos de Deus, enchendo
de dúvidas e medos. Há as tentações do mundo que surgem da pobreza ou da
riqueza, das luxúrias, da sede de poder. E ainda, as tentações dos nossos
próprios corações corruptos, em razão da natureza humana degenerada.
TEOFANIA - O termo Teofania, vem do
grego theophnaia,
que por sua vez é uma palavra composta por dois vocábulos, também gregos: Théos,
"Deus" e phanei,
"aparecer". Isto é, Teofania é o termo utilizado para descrever
alguma manifestação visível de Deus, na forma que Ele quiser. Alguns
eruditos, definem Teofania como uma manifestação de Deus
aparecendo, seja em forma humana, seja através de fenômenos da natureza
grandiosos e impressionantes. Em sua essência, Teofania é um termo teológico
que serve para indicar qualquer manifestação temporária e normalmente
visível de Deus. Por conseguinte, é preciso se distinguir de forma enfática que
há uma grande diferença entre a Teofania (que é uma manifestação
temporária) e a Encarnação (que é uma manifestação permanente), uma vez que
muitas das Teofanias do AT eram manifestações de Jesus pré-encarnado.
TEOLOGIA - Termo formado de duas palavras gregas; théos, "Deus" e logia,
"estudo", "dissertação", tratado".
Com base nesta informação etimológica, muitas têm sido as definições de
Teologia. Nós a definimos como a Ciência que
trata do conhecimento de Deus e de Suas relações com o Universo e o Homem.
Nós a consideramos "ciência" (cf. o gr. sophia), pois
este termo possui uma gama muito grande de significados, tais como: sabedoria; inteligência;
conhecimento variado de asuntos humanos e divinos; conhecimento e prática dos
requisitos de uma vida de comunhão vertical e horizontal. É óbvio que a Teologia não se propõe a dissecar o ser de Deus, mas a
apresentá-lO ao nível da compreensão humana. É evidente que Deus,
como um Ser eterno, onisciente, onipotente, onipresente, santo e
transcendente, jamais poderia ser aquilatado na Sua plenitude
pelo homem, cuja capacidade é tão limitada em si mesma. Se
a Bíblia diz que os céus, nem os céus dos céus podem conter a Deus
(cf. 1Rs 8:27), como que a nossa ínfima compreensão seria capaz de aquilatá-lO?
Comece por onde começar a nossa pesquisa do Ser divino, ela sempre
esbarrará na declaração de Jesus à mulher samaritana: "Deus é
Espírito..."(Jo 4:24). No entanto, a Teologia se propõe
a apresentar de forma sistematizada aquilo que Deus quis revelar-nos acerca de
Si mesmo e acerca de nós, obra de Suas mãos (Dt 29:29).
TETRAGRAMA SAGRADO - Esta é
a designação do nome que se dá às quatro letras
que formam o infalível Nome de Deus, Yahweh, ou seja YHWH. Esse Nome nunca foi e nunca é
pronunciado pelos judeus, embora suas vogais tenham sido emprestadas dos
nomes Adonai e Elohim. Os copistas, ao escreverem O Nome, valiam-se de canetas
de ouro. O Nome (ou Tetragramaton) era escrito, mas não era lido, devido à preocupação
exacerbada em relação ao estabelecido em Ex 20:7.
TRICOTOMIA - Este é o termo utilizado para
designar a interpretação de que o homem compõe-se de três partes, ou elementos
essenciais, quais sejam: o espírito, a alma e o corpo (1Ts 5:23). O corpo
(gr. soma) é
a matéria da sua constituição; a alma (heb. nephesh, gr. psyche) é o
princípio da vida animal que o homem possui em comum com os irracionais. A ela pertencem o entendimento, a emoção e a sensibilidade, que terminam
com a morte. O espírito (heb. ruah, gr. pneuma), é o princípio do homem racional e da vida
imortal. Possui razão, vontade e consciência, e se estende à eternidade, após a
morte biológica,
ou seja, após a morte do corpo.
TROMBETA, A ÚLTIMA - Segundo preceituado em Lv 23:24, no primeiro dia
do sétimo mês deveria ser observado um dia total de descanso. Aliás, esta era a
principal característica daquiela Festa: ela é um tempo de
descanso. Jesus nos ensina que desde a queda de Adão e Eva, Deus não
tem descansado. Ele está trabalhando para salvar e libertar (cf. Jo 5:17). A
Bíblia nos informa que Moisés tentou levar os israelitas que ele havia tirado
do Egito através do Jordão, para introduzi-los na terra prometida, o lugar de
descanso. No entanto, Hb 4:8,9, diz que esse descanso
nunca se concretizou nos dias de Moisés, nem de Josué. Na verdade... pelo fato de Israel não ter obtido a promessa, ela ainda
permanece para nós hoje em dia (cf. Hb 4:9-11). Esta afirmação no NT, declara que este descanso sabático, ainda está para acontecer.
Em outras palavras, nos dias do NT, isto ainda não foi cumprido. A Era da
Igreja já tem agora quase dois mil anos. Cremos, pois, que estamos bem próximos
do toque das Trombetas. Na Bíblia, a trombeta possui um grande simbolismo, pois
ela podia significar uma mensagem de
advertência (cf. Is 58:1; Ez 33:4) ou uma mensagem de mobilização (Nm 10:1-10; 1Co 14:8). A Festa das
Trombetas será cumprida quando a Era da igreja estiver terminando. Ap 10:5-7
declara: "Não haverá mais demora, mas nos dias em que o sétimo anjo deverá tocar a sua trombeta, o mistério de Deus
será cumprido, como Ele anunciou aos Seus
servos, os profetas". Como Paulo afirmou: "Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a
trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos
transformados" (1Co 15:52).
TROMBETAS, FESTA DAS - Festa muito expressiva do ponto de
vista profético, celebrada no primeiro dia do sétimo mês (Ethanim), cuja
instituição se encontra em Lv 23:24,25. Com base em At
2:1 e Gl 4:4, podemos compreender que Deus tem datas específicas em Seu
Calendário. Algumas palavras proféticas estão simplesmente aguardando o seu
cumprimento há milhares de anos. Elas não podem acontecer até a hora programada
pelo Senhor da História. Das sete Festas anuais, Trombetas, Expiação e
Tabernáculos ainda aguardam o seu cumprimento profético, o que somente ocorrerá
no tempo designado para elas. Não obstante, a época em que estamos vivendo
agora, é, muito provavelmente, esta plenitude dos tempos.
A Festa das Trombetas marcava o início da terceira e grande época de Festas
observadas por Israel. Ela vinha na época da terceira, última e maior das
colheitas. Embora houvesse uma pequeníssima colheita nas Primícias e uma
colheita de primavera maior durante o Pentecostes, a maior delas, porém,
acontecia no fim do verão. Era apropriadamente chamada de "a
colheita" (cf. Êx 34:22). Isto é de grande significado para nós, que estamos
fazendo a Obra do Senhor. Jesus nos disse que a "... colheita é o fim do
mundo" (Mt 13:39). Assim sendo, podemos ter a expectativa de que mais
pessoas respondam ao Evangelho na época das Trombetas do que em qualquer outra
época da história do mundo. Sinceramente temos motivos para crer que estamos
entrando agora nesta época.
UNICISMO - Nome de uma doutrina herética, cujas origens
remontam ao final do
século II d.C. Presos ao monoteísmo judaico, alguns cristãos consideravam
difícil crer na doutrina trinitária, mas não queriam abrir mão da Divindade de
Jesus. Então, para resolver a questão, concluíram: Há um só Deus, o Pai; e se
Jesus é Deus, logo, ele é o Pai. Como a Bíblia também fala no Espírito Santo, e
O apresenta como Deus, então Jesus também é o Espírito Santo. Negando a
doutrina da Trindade, que afirma que em Deus há três pessoas, o Pai, o Filho e
o Espírito Santo, distintos um do outro, mas com uma mesma essência, diziam que
em Deus havia uma única pessoa: Jesus.
Ele é o Pai, o Filho e o Espírito Santo. São três modos que utilizou a fim de Se revelar a
humanidade. No AT, revelou-Se como Pai. Na Encarnação, como o Filho, e no
Pentecostes como o Espírito Santo. Esta heresia é também conhecida como
Patripassionismo (o Pai sofreu), Modalismo (de modo) ou Sabelianismo (de
Sabélio, principal defensor dessa heresia). Foi rechaçada pela Igreja por volta
do ano 262 d.C. No entanto, foi ressuscitada numa reunião em Arroyo Seco,
próximo a Los Angeles, Califórnia, EUA, em 1913, quando R.E. McAlister pregou
um sermão afirmando que os apóstolos não batizavam em nome do Pai, do Filho e
do Espírito Santo. Depois de ouvir tal pregação, John G. Scheppe anunciou ter
recebido uma “revelação” da parte de Deus sobre a verdade do
batismo em nome de Jesus. A partir daí, passou a ensinar que as pessoas teriam
de ser batizadas em nome de Jesus e que a doutrina da Trindade era antibíblica.
Afirmou que o batismo tem que ser somente em nome de Jesus. No Brasil essa
corrente é representada pelos seguintes grupos: Igreja A Voz da Verdade, Igreja
Pentecostal Unida do Brasil, Tabernáculo da Fé, entre outras.
VERBO - Termo que aparece em nossas versões,
em Jo 1:1, por exemplo, como sinônimo de Logos. Trata-se
de uma referência óbvia às palavras iniciais da Torá, palavras estas que
descrevem a criação original. Segundo se pode depreender de uma análise
mais atenta, mesmo que menos profunda, essas
palavras se encaixam perfeitamente na linguagem de Gn 1:1. Essa alusão a
Gênesis se torna ainda mais patente, quando atentamos para o fato de que
o judeu estava familiarizado com a linguagem inicial da Bíblia:
"bereshit", isto é, como "No princípio". Alguns
eruditos opinam que este texto é uma simples menção à criação original, sem
referir-se à eternidade do Logos. Entretanto, um fato relevante acerca da
eternidade do Logos, é este versículo de Jo 1:1 não dizer "No princípio o
Logos se tornou, foi criado", mas sim que dizer que ele já era.
Assim sendo, mesmo que essa frase nada mais fosse do que uma alusão ao ponto,
no tempo em que ocorreu a criação operada por Deus, já encontramos
ali o "Logos" em existência. A palavra que era usada no
original grego, arche
(princípio), era utilizada com o propósito de fazer referência à geração
primária ou ao surgimento de todas as coisas e ainda que esse vocábulo tenha
sido usado desta maneira em Jo 1:1, não há indicação alguma de que isso
queira dizer que o "Logos" teve começo nessa ocasião;
pelo contrário, Ele é visto como já em
existência quando tudo veio a
existir do nada. Em suma: asseverar-se que o Logos estava no
princípio, é, sobretudo, afirmar que no princípio Ele já existia.
BIBLIOGRAFIA
Na compilação da presente obra, além das Versões Almeida
Revista e Corrigida, Almeida Revista e Atualizada, as
quais usei para consultas dos textos bíblicos citados, também pude contar com a
contribuição das seguintes obras:
ASSIS, Lázaro Soares de. Jesus
Cristo - Preexistência, Revelação, Encarnação, Divindade... Tese de
doutoramento. Faculdade
de Teologia Filadélfia, 1996.
ASSIS, Lázaro Soares de. As
Festas de Israel. Apostila. Ipatinga, 2000.
BRASIL, Sociedade Bíblica do. Bíblia Online. Versão 2.0, São Paulo, 1999.
CHAMPLIN, Russel N. & BENTES, João Marques. Enciclopédia de
Bíblia Teologia e Filosofia (6 volumes). São Paulo, Associação Religiosa Editora e
Distribuidora Candeia, 1991.
TAYLOR, William Carey. Dicionário do Novo
Testamento Grego. 8ª
edição, Rio de Janeiro, JUERP, 1986.
SOBRE O AUTOR
Lázaro Soares de Assis, o autor da presente
obra, serve ao Senhor como Ministro do Evangelho. É membro da Ordem dos
Ministros Evangélicos do Brasil (OMEB), da Ordem dos Teólogos do Brasil (OTEB),
da Ordem dos Teólogos da América Latina (OTEAL) e do Conselho Nacional de
Pastores do Brasil (CNPB). Deus tem lhe concedido a
bênção de realizar preleções e palestras em Igrejas de várias denominações em
vários estados brasileiros. É Fundador e Diretor da FATEM -
Faculdade de Teologia Monte Moriá. Casado com Avelina Ambrósio
Pereira Soares de Assis há dezenove anos, e pai de cinco filhos: Avelina,
Suzana, Lázaro Filho, Ebenézer e Quemuel.
FORMAÇÃO BÍBLICO-TEOLÓGICA -
Com o
intuito de dirimir quaisquer dúvidas que possam surgir,
desejamos tornar conhecido a formação teológica do autor: Bacharelado em
Teologia, Filosofia Cristã e em Educação Religiosa; Mestrado em Teologia,
Doutorado em Teologia, Ciências da Religião, Filosofia da Religião e em
Divindade.
Sua maior aspiração e seu mais profundo
desejo é contribuir para com a edificação do Corpo de Cristo através de um
ministério de ensino e receber o "muito
bem" dAquele que o tirou das trevas para Sua
maravilhosa luz.
OUTRAS OBRAS (APENAS EM
APOSTILAS)
1)
A CARNE E SUAS OBRAS, UM DESAFIO DE TODOS NÓS;
2) JESUS CRISTO, PREEXISTÊNCIA, REVELAÇÃO... (TESE DE
DOUTORAMENTO);
3) COLEÇÃO ESTUDOS - VOL. I (O Estado intermediário; A
Família do Senhor Jesus, As Indulgências);
4) COLEÇÃO ESTUDOS - VOL. II (Os Dons Ministeriais -
um presente para o Corpo de Cristo);
5) COLEÇÃO ESTUDOS - VOL. III (Judas, a Epístola da
Atualidade);
6) COLEÇÃO ESTUDOS - VOL. IV (Como Jesus Edifica Sua
Igreja);
7) COLEÇÃO ESTUDOS - VOL. V (Natal?!
Que "negócio" é este?)
8) ALÉM DE MAIS DE 100 TÍTULOS, DOS MAIS VARIADOS
ASSUNTOS.
CONHEÇA A FATEM
o
que é FATEM?
FATEM, é a sigla adotada para a Faculdade de Teologia Monte Moriá.
Esse é o título de uma instituição teológica de nível superior, cristocêntrica,
ortodoxa, de orientação pentecostal, fundada pelo Rev. Dr.
Lázaro Soares de Assis. Uma escola de Teologia que possui em seu Corpo Docente
professores com formação a nível de licenciatura,
bacharelado, mestrado e doutorado em Teologia e áreas afins.
essa
Escola tem amparo legal?
Sim, temos amparo legal. A FATEM possui fundamentação legal no
Decreto-Lei 1.051/69, consolidado no princípio de separação entre a Igreja e o
Estado.
QUAL
A validade dos Cursos da FATEM?
Esta, é uma
excelente pergunta! No Brasil, o ensino teológico tem tratamento especial, a
exemplo do que ocorre com o ensino militar. Ou seja, seu funcionamento não
depende de autorização especial do Estado e seus diplomas não são registrados
no MEC (Parecer 286/81). Tais cursos são ditos "livres", não
necessitando de prévia autorização para funcionamento, nem de posterior
reconhecimento do Conselho de Educação competente. São considerados
"legais", quando se enquadram na legislação pertinente, mas nunca são
considerados "oficiais". Com as disposições inseridas no sistema
educacional brasileiro por meio da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(LDB) e dispositivos afins, especialmente o Parecer CEC 241/99, aprovado em 15
de Março de 1999, o Conselho Nacional da Educação abre jurisprudência para o
reconhecimento dos cursos de teologia. Ou seja, passa a ser possível que uma
escola de Teologia seja credenciada
pelo MEC, desde que se enquadre nos parâmetros legalmente estabelecidos.
Somente a partir deste credenciamento, é que os seus diplomas podem ser
registrados no MEC, sendo que é necessário ressaltar que o Parecer vislumbra
a oportunidade para que as instituições teológicas iniciem,
apenas, o seu processo de regulamentação junto ao MEC. Um detalhe muito
importante é que o Parecer, pode ou não, tornar-se
Resolução ou Portaria. No entanto, o referido Parecer torna viável a abertura
do processo ao possível reconhecimento ao curso de Teologia.
os
Cursos da FATEM têm registro no MEC?
Não, a resposta é não. Nosso
propósito, não é formar profissionais da Teologia, mesmo porque no contexto
cultural e legal brasileiro, Teólogo não é considerado como uma profissão
regulamentada. O propósito da FATEM
e o motivo de sua existência, estão intimamente
relacionados com o desejo do Senhor Jesus Cristo, expresso em Jo 17:17: "Pai,
santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade",
em conformidade com o desejo do grande apóstolo Paulo em 2Tm 2:15: "Procura
apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade".
Ou seja, a FATEM existe para
servir de instrumento de edificação do Corpo de Cristo e para capacitação de
Obreiros para a Seara do Mestre.
para
que servem os diplomas
da FATEM?
Ao concluir satisfatoriamente qualquer Curso
da FATEM, você receberá um Diploma
legal (ou seja, um diploma amparado por Lei), que comprovará sua conclusão de
determinado Curso. Em primeiro lugar, servirá para comprovar junto ao Corpo de
Cristo e à Comunidade na qual você está inserido, que após várias e
desafiadoras atividades, você foi considerado APROVADO no nível de ensino
teológico concluído. Servirá também, para comprovar que você estudou Teologia
numa Escola séria, profundamente comprometida com a Palavra de Deus e com a
herança da ortodoxia, onde as disciplinas teológicas são tratadas dentro de uma
sistematização mundialmente reconhecida. Outrossim, seu Diploma servirá para
comprovar que você estudou numa Escola que existe há quase uma década, onde a
Teologia tem sido tratada como uma ciência séria, numa perspectiva de se unir graça e conhecimento. Finalmente, o seu
Diploma poderá ainda redundar em vantagens para você, pois a jurisprudência do
Conselho Federal de Educação tem sido no sentido de declarar-lhes a equivalência, de acordo com regras amplas e
flexíveis. É o que se pode depreender da leitura da Lei de 1821/53, do Decreto
34.330/53, dos Pareceres do CFE, nº 279-64 (doc. 31,p.69
) e n.º 884/65 (doc.92, p. 60 ) e n.º 3174/77 (doc. 204, p.17), dentre outros.
Assim sendo, ao final do Curso, os alunos considerados APROVADOS receberão um
Diploma registrado na
Secretaria da FATEM, conforme preceituam os dispositivos legais pertinentes,
Quais
Cursos são ministrados pela FATEM?
Atualmente, ministramos os
seguinte cursos:
a) Básico em Teologia – este Curso é composto
por 20 matérias, com duração prevista de seis meses a dois anos. Pode ser
ministrado a qualquer pessoa alfabetizada. Neste Curso, o aluno somente poderá
optar por estudar por meio de apostilas, desenvolvendo as atividades propostas
e as respectivas avaliações;
b) Graduação em Teologia – composto por 30 matérias,
com duração prevista de um a três anos, ministrado a portadores de diploma de
1º grau. Neste nível de estudos, o aluno poderá optar por estudar em apostilas
ou bateria de questões.
c) Bacharelado em Teologia – composto por 40 matérias
e uma Monografia, com duração prevista de dois a quatro anos, ministrado a
portadores de diploma de 2º grau. No caso deste Curso, o aluno deverá estudar
as matérias iniciais de maneira apostilada, podendo optar por estudar o
restante das disciplinas da forma que melhor se adaptar à sua realidade.
d) Bacharelado em Teologia Pastoral – Este Curso é composto por
40 matérias e uma Monografia, com duração prevista de dois a quatro anos,
ministrado a portadores de diploma de 2º grau. É um Curso que destina-se a preparar
especificamente Pastores e Evangelistas para a Obra do Senhor, em
virtude das disciplinas que o integram. A exemplo dos Cursos anteriores, o
aluno deverá estudar as matérias iniciais de maneira apostilada, podendo optar
em estudar o restante das disciplinas da forma que escolher.
e) Bacharelado em Filosofia Cristã - Curso composto por 40 matérias e
uma Monografia, com duração prevista de dois a quatro anos, ministrado a
portadores de diploma de 2º grau. A exemplo do Curso anterior, o aluno deverá
estudar as matérias iniciais de maneira apostilada, podendo optar em estudar o
restante das disciplinas da forma que melhor lhe parecer.
f) Mestrado em Teologia – composto por 12 matérias e Dissertação, com duração de um ano, ministrado a portador de Diploma de Bacharelado ou equivalente. Este Curso somente será ministrado através de questões propostas, acompanhadas de atividades peculiares a cada disciplina.
Se houver interesse, contate-nos:
Por carta:
FATEM
Rua Orlandina Sathler, 58 - Centro
36985-000 - CHALÉ/MG
Por telefone: (33)3345-1308 e (33)3345-1320 (horário comercial)
Pela Internet: Acessando nosso site:
http://www.fmoria.hpg.com.br
Por e-mail: fmoria@hpg.com.br
lsassis@aol.com.br
DICIONÁRIO TEOLÓGICO BRASILEIRO
Demóstenes dizia muito bem, quando
afirmava que conhecimento começa
com definição.
Isto significa que todo aquele que
ensina ou todo aquele que estuda, precisa se lembrar disto e ter cuidado para
definir bem as Doutrinas Bíblicas. A Bíblia abunda em palavras de tremenda
importância e nós devemos exercitar muito cuidado definindo
estas palavras.
Por mais desagradável
que possa parecer, precisamos reconhecer que, infelizmente,
nossa Igrejas estão cheias de líderes com pouco ou sem nenhum
conhecimento bíblico-teológico.
Muitas vezes, são Igrejas pequenas;
mas, nem sempre. Algumas vezes, são líderes de grandes rebanhos; pessoas
investidas no Ministério Pastoral. São "pastores" (gr. poimanate),
ou seja, provedores de pasto! No entanto, eles mesmos estão morrendo de
inanição, padecendo de fome, ou, pelo menos, evidenciando desnutrição
bíblico-teológica de avançado grau.
Este livro, não se
propõe a ser um "mantra", uma palavra mágica para solucionar tal
problema. Na realidade, este livro é um desafio para que "conheçamos e
prossigamos em conhecer o Senhor..." (Os 6:3). É também um eco ao apelo de
Paulo à Timóteo (2Tm 2:15).
Ao
adquiri-lo, seus problemas não serão resolvidos num "passe de
mágica". Mas, com absoluta certeza, ele pode ser uma ferramenta útil para
você começar a cavar, neste vasto território chamado Palavra de Deus.
Lázaro Soares de Assis é Ministro do Evangelho. Possui formação em nível
de Bacharelado, Mestrado e Doutorado em Teologia, além de ser Doutor em Divindade
e PhD em Ciências e Filosofia da Religião.