MENSAGENS DIVERSAS - 04
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BOLETIM MANANCIAL DE LOUVOR _ LEVANDO A VOCÊ UMA VIDA DE LOUVOR E ADORAÇÃO AO DEUS DE AMOR _ Tudo está em silêncio. Ainda é muito cedo. Meu café está quente. O céu está escuro.
O mundo ainda dorme. O dia está para chegar.Em alguns momentos, ele surgirá.
Despontará com o nascer do Sol.
A calma da alvorada será trocada pelo barulho do dia. A tranquilidade do isolamento
será substituída pelos passos pesados da raça humana. O refúgio da madrugada será
invadido pelas decisões a serem tomadas e prazos a serem cumpridos. Durante as
próximas 12 horas ficarei à mercê das demandas diárias. Este é o momento em que
preciso fazer escolhas. Por causa do Calvário, estou livre para escolher.

Escolho o amor...
Nenhum fato justifica o ódio; não há injustiça que justifique amargura.
Escolho o amor. Hoje amarei a Deus e o que Ele ama.

Escolho a alegria...
Convidarei o meu Deus para que seja o Deus da circunstância.
Recusarei a tentação de ser cínico...a ferramenta do pensador preguiçoso. Recusar-
me-ei a ver as pessoas como nada menos que seres humanos, criados por Deus.
Recusar-me-ei a ver qualquer problema como nada menos que uma oportunidade de
ver a Deus.

Escolho a paz...
Viverei o perdão. Perdoarei para que possa viver.

Escolho a paciência...
Negligenciarei as inconveniências do mundo.
Ao invés de amaldiçoar aquele que tenta tomar o meu lugar, convidálo-ei a fazer isto.
Não reclamarei a longa espera, mas agradecerei a Deus pelo momento de oração. Ao
invés de cerrar meus punhos face a novas designações, enfrentá-las-ei com alegria e
coragem.

Escolho a generosidade...
Serei generoso para com os pobres, por estarem solitários.Generoso para com os ri-
cos, por estarem temerosos. E generoso para com o mau, pois é assim que Deus tem
tratado a mim.

Escolho a virtude...
Prefiro ficar sem um tostão a ganhar algum desonestamente. Serei negligenciado para
não ser jactante. Confessarei antes que seja acusado. Prefiro a virtude.

Escolho a fidelidade...
Hoje cumprirei minhas promessas. Meus devedores não lastimarão sua confiança. Me-
us associados não questionarão minha palavra. Minha esposa não questionará meu
amor. E meus filhos nunca temerão que seu pai possa não retornar ao lar.

Escolho a mansidão...
Nada pode ser vencido à força. Escolho a mansidão. Se levantar a minha voz, que ela
possa ser apenas em louvor. Caso cerre meus punhos, que seja em oração. Caso dê uma
ordem, que seja apenas para mim mesmo.

Escolho o autocontrole...
Sou um ser espiritual. Após a morte deste corpo, meu espírito subirá. Recuso-me a
permitir que a podridão domine o que é eterno.Escolho o autocontrole. Ficarei embri-
agado apenas pela alegria. Comovido apenas pela minha fé. Serei influenciado ape-
nas por Deus. Serei ensinado apenas por Cristo. Escolho o autocontrole.

Amor, alegria, paz, paciência, generosidade, virtude, fidelidade, mansidão, auto-
controle. A estes submeto meu dia. Caso seja bem sucedido, louvarei a Deus. Se falhar,
buscarei a Sua graça. E então, ao anoitecer, colocarei minha cabeça sobre o travesseiro
e descansarei.

.....Texto tirado do livro: "Quando Deus sussurra o seu nome" de Max Lucado.
Oi, estava dando uma passadinha por aí e encontrei este tópico: "programa para habilitar celular gratis" Como faço para baixar este programa??? Daria para enviar por e-mail??? Não consegui baixar o site, ele aparecer umas coisas estranhas.... Desde já agradeço _ Fernandez

 

14/04/2003 Queridos irmãos, Segue em anexo uma última matéria que pude colaborar para a Revista Enfoque Gospel do mês de Abril, para que os irmão possam estar orando por este trabalho. Em Cristo _ Marcelo Pizarro

 

 



Por que a violência? Por que não a paz?

TEXTO DO CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS CRISTÃS - CMI


"DÉCADA PARA SUPERAR A VIOLÊNCIA"

Tradução e adaptação: John Miller e Elinete W. Paes Miller

Este texto é uma orientação de estudos para ajudar pessoas, grupos comunitários e igrejas a refletirem e agirem durante a Década Para Superar a Violência.

Por que e Como Usar Esta Cartilha de Estudos?

A finalidade desta cartilha é: _ 1º) ajudar você e sua comunidade a refletir sobre Década Para Superar a Violência; _ 2º ser atuante na promoção da reconciliação e da paz.

Você terá nesta cartilha de estudos:

· uma introdução básica sobre a Década

· quatro itens para reflexão

· uma seção de sugestões para ajudar na sua atuação

· informação sobre recursos adicionais

· orações

Cada item da reflexão tem três partes:

· estudos para ajudar você a compreender o tema e atuar a partir de sua própria experiência ;

· material para estimular a conversação, o debate sobre o tema ;

· sugestões para estudo bíblico.

Para adaptar este material para uso na sua comunidade, você deve levar a sério todas as três partes. A seguir há uma reflexão e sugestões de ações possíveis.

Você pode usar esta cartilha para reflexão pessoal mas desejamos fortemente que você se junte à outros grupos para que juntos possam realizar reflexões, discussões, planejamento e execuções das ações planejadas em favor da paz e da justiça e assim superar a violência. Isto requer preparação cuidadosa. Pelo menos uma pessoa deve ler e analisar todo o material para ter conhecimento completo da matéria a fim de orientar o grupo. Deve existir uma atmosfera de boas vindas, confiança e entendimento entre os participantes. Para início das atividades é sempre bom que o grupo esteja em forma de círculo, pois ajuda a interação e que já na primeira atividade todos se conheçam para tanto reserve alguns minutos para a acolhida e apresentação de cada participante. Depois que haja um momento bem alegre com um canto que fale de paz. Apresente os principais tópicos do texto e converse sobre o tema. Dê tempo para as pessoas falarem de suas experiências no que se refere à violência . Fique atento ao fato de que para algumas pessoas isso pode ser doloroso. Lembre-se de que escutar é tão importante quanto falar e que palavras violentas podem ser igualmente tão destrutivas quanto a violência física. Inclua orações enquanto estão trabalhando juntos.

Desejamos que a Paz esteja com vocês enquanto refletem, interagem e agem.

Convite a Participação

"Paz não é algo que você deseja, é algo que você constrói, algo que você faz, algo que você é, algo que você doa e transmite aos outros através de seus sentimentos" (Madre Tereza)

Esta declaração nos desafia a ser doadores e fazedores da paz. Também nos lembra que paz está dentro de nós. Entretanto, para alcançar a paz, precisamos trabalhar juntos e é isto que a Comissão da Década Para Superar a Violência deseja e espera das pessoas, das igrejas e comunidades em geral. Queremos que todos busquem a reconciliação e a paz., pois este é um desafio para todos ao iniciar hoje, juntos, as nossas ações.

Trabalhando juntos vamos nos habilitar a entender mais claramente que a violência está diretamente ligada à diferentes manifestações tanto pessoais, como locais e globais. Vamos refletir e descobrir sobre quais são as maneiras, em que nós mesmos, sem saber, estamos sendo violentos ou contribuindo para que haja violência. Com a ajuda da família ecumênica local e global podemos começar a experimentar novas formas de construir a paz. É preciso entender que o processo de construção da paz deve ser participativo, comunitário. A comunidade que se integrar em um projeto para superar a violência estará fazendo um grande aprendizado, aprendendo a se relacionar e trabalhar pelo bem estar de todos. As pessoas e a comunidade estarão conseguindo muitas conquistas, isto é: trabalhando pelo seu desenvolvimento em todos os aspectos.

Sendo que violência é tão difundida nas comunidades, entre as nações de forma abrangente e complexa é preciso que cada pessoa, grupo e igrejas descubram um jeito próprio de se envolver com a questão da paz e agir para que a Década para Superar a Violência seja uma oportunidade e um novo tempo para mudanças de comportamentos, tanto no âmbito local como nacional, regional e internacional.

Uma das perguntas mais colocadas a respeito da Década é: "Como quebrar o ciclo da violência?" Esta cartilha responde a questão em parte: "Da mesma maneira que você quebra o ciclo da ignorância, contribuindo, incentivando e realizando a educação das pessoas."

Por que uma Década para Superar Violência?

Temos pensado que os incríveis avanços tecnológicos do século vinte e um deveria abrir caminhos para evitar conflitos e melhorar as relações das pessoas umas com as outras e também entre os povos e nações. Ficamos tristes ao ver que violência étnica, racial, econômica, ambiental e de gênero continuam aumentando cada vez mais.

Se em algum momento foi necessário parar e observar o século passado, agora devemos refletir sobre que transformações deveríamos desejar para este novo século que estamos iniciando.

A Década, foi concebida em 1998 na Oitava Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas em Harare, Zimbabwe, como resposta ao apelo em favor da paz, para que ela se estabeleça agora e beneficie as pessoas que vivem no planeta hoje e também as gerações futuras. A Década também nos desafia a olhar, a fazer um retrospecto em direção ao passado no sentido de rever ações para não repetir os mesmos erros e colaborar com a destruição de povos e culturas. A mensagem enviada pela Comité Central do Conselho Mundial de Igrejas para lançamento da Década em Berlin, (4 de fevereiro de 2001), fez menção à esperança que temos para o novo século: "Chegamos juntos dos quatro cantos da terra cientes de que é uma necessidade urgente buscar novas formas, propor ações para que se possa superar a violência que permeia nossas vidas, nossas comunidades, nosso mundo e toda a ordem criada. Lançamos a Década como uma resposta aos anseios de nossos povos em busca da edificação de uma paz duradoura baseada na justiça."

Entretanto, a Década não está organizada para propor um programa já predefinido. É antes um convite à todas as entidades cristãs que com os seus próprios recursos humanos e materiais trabalhem pela pacificação. É importante ouvir o chamado e aceitar o desafio de acordo com a realidade e as capacidades de cada uma das igrejas e grupos envolvidos, a fim de aprender umas com as outras e atuar unidas em torno da paz e da justiça. É mais que um compromisso e uma ação individual é acima de tudo trabalho comunitário, coletivo que procura superar as causas básicas que instigam à violência individual, grupal e global. É busca de meios para superar as desigualdades sistêmicas que geram a violência. É momento especial para igrejas e indivíduos reexaminarem qual é o entendimento bíblico que têm sobre a chamada de Deus à reconciliação, paz e à justiça.

Com a finalidade de estimular a reflexão e sugerir ações que deverão estar acontecendo durante a Década, o CMI identificou quatro razões principais como causas estruturais de violência. Estas causas foram identificadas através de respostas a uma pesquisa feita nas igrejas durante os anos de 2000 e 2001.

Os quatro temas são:

· o espírito e lógica da violência

· o uso, abuso e uso errado do poder

· questões relevantes sobre justiça e paz

· identidade religiosa, pluralidade religiosa e violência

Os tópicos são apresentados não somente para estudo acadêmico, mas como lentes para que as igrejas possam olhar para a realidade e refletir sobre ela e assim tornarem-se mais cientes dos grandes desafios para superar a violência. Queremos ainda colaborar com as igrejas e ajudá-las a descobrir soluções duradouras para questão da paz e da justiça.

É claro, entretanto, que as ações e a dinâmica de interação entre estes quatro fenômenos irão variar de acordo com o contexto da comunidade local e de cada igreja em particular. Os temas deverão ser investigados e trabalhados no ambiente específico de cada igreja.

A VIOLÊNCIA É INEVITÁVEL?

Para Começar - prepare e inicie o debate tendo como referência fatos acontecidos na comunidade e divulgados no jornal local. Quantos artigos tem reportagens sobre violência? Que tipos de violência são mencionados? Você acha que o jornal apresenta um quadro realista ou distorcido da violência praticada na sua comunidade?

Continue a atividade com um debate sobre violências que você e o grupo presenciaram ou que experimentaram, particularmente na comunidade. Seja sensível com aqueles que não participam do debate, talvez porque foram vítimas da violência e que não querem recordar o fato nem participar da conversa .

Continue indagando: Vocês assistem TV, lêem notícias de jornais, ouvem rádio quantas dessas reportagens apresentam histórias envolvendo violência? Quais os tipos de violência mais noticiados? Por que vocês acham que foram selecionadas estas reportagens?

Quais os filmes que estão sendo apresentados nos cinemas ou na TV? Quais os jogos que os jovens estão jogando no computador? Existe muita violência nos filmes, jogos e no próprio lazer escolhido? Para Ajudar Você a Refletir Sobre a Violência:

- Violência nos repulsa, mas violência também nos atrai.

- Violência nos inquieta, mas violência também nos fascina.

- Violência nos destroi, mas violência também nos protege.

Em geral as pessoas parecem ter pensamentos divididos a respeito da violência. Mas muitos de nós sentimos que violência é inevitável. De fato, quando observamos o mundo, nossas comunidades locais e nós mesmos, não é uma surpresa que chegamos a esta conclusão. É fácil ser pessimista a respeito da natureza humana quando vemos o que somos capazes de fazer uns aos outros.

A nossa fé nos ensina que existe uma outra maneira de ver a natureza humana. Considerando o lugar da humanidade na criação, o Salmista declara que somos o mais alto, o melhor produto da criatividade de Deus (Sal. 8). Se seres humanos são feitos à imagem de Deus (Gen 1:27), temos o direito de procurar expressar o que é a presença do sagrado em nosso ser. É preciso lembrar que há uma análise e uma auto imagem negativa da humanidade sobre si mesma. Desta maneira muitos acreditam na existência de um deus que castiga a todos, que é violento, vingativo mas essas pessoas adoram, louvam esse deus assim mesmo. E assim sendo, glorificam a violência e não o Deus que perdoa e cuja lei maior é o amor, a misericórdia e foi desse modo que Ele se revelou como Pai do Salvador, Jesus Cristo.

Tudo isso não quer dizer que devemos tentar viver num mundo de fantasia onde tudo é bondade e alegria. Devemos usar nossa visão de que a humanidade pode ser transformada e a cultura da violência pode Ter fim quando a humanidade reconhecer que se houver ações conjuntas, articuladas e contínuas é possível criar uma cultura de justiça e de paz. Para poder fazer isso, teremos de ser realistas mas também confiantes , inteiramente comprometidos e esperançosos .

Quem sabe se precisamos começar por aceitar a nossa própria participação em atos e sentimentos de violência., assumindo nossa responsabilidade diante do que acontece na sociedade hoje. Sempre somos tentado à culpar os outros por tudo o que está errado no mundo. Culpamos outras pessoas, outros membros da família, a sociedade, o governo,
o capitalismo global. ou ainda culpamos os nossos gens ( "eu sou assim mesmo") ou o nosso ambiente. Isto não quer dizer que fatores internos e externos não devam ser considerados, não afasta a necessidade de se fazer uma análise clara dos efeitos de todas estas forças na criação da violência no mundo. Mas não devemos buscar uma desculpa para não assumirmos nossa parcela de responsabilidade sobre nossos atos e sentimentos violentos. Diante da violência não podemos nos considerar heróis nem vítimas. A atitude de nos considerar vítimas apresenta dois problemas: _ 1º ) a primeira dificuldade é que ao se considerar vítima a pessoa fica imobilizada, frágil, sem capacidade nem força para atuar e fazer as mudanças necessárias. Isso vem a ser uma atitude fatalista. " Ah , o mundo é assim mesmo e não vai mudar...". _ 2º ) o outro problema é que parece existir um tipo de psicologia humana que faz com que as vítimas acabem sendo instigadores, repetidores da violência que sofreram, como que buscando uma forma de vingar-se da violência sofrida. Assim uma criança que sofreu violência, abuso sexual acaba sendo um pai ou mãe que pratica violência ou um adulto que pratica abuso sexual. O grupo que antes era oprimido torna se o opressor, a vítima passa a ser um agente da violência.

Para que tenhamos atitudes mais positivas e sejamos encorajados a procurar maneiras alternativas de pensar e agir, vamos refletir um pouco sobre atitudes e motivaçõe, razões por que praticamos violência.

Usamos a violência para fazer outras pessoas nos servirem, trabalharem em benefício de nossos interesses pessoais. A escravidão talvez seja o exemplo mais óbvio dessa atitude. É preciso saber que para muitas pessoas a escravidão ainda não foi abolida. Produzir escravidão não é só colocar pessoas em um navio intercontinental e vendê-las para um senhor que as obriga a trabalhar sem direito algum. Para produzir pessoa escravizadas basta observar certas formas de relacionamentos onde uma pessoa é subjugada, controlada, obrigada a agir contrariando a sua vontade, violentando o seu próprio corpo e idéias porque o outro exige; é como se existisse apenas para cumprir ordens e o querer do outro; a pessoa é obrigada a servir como se fosse um objeto para atender o que o outro exige; obedecer ao comando como se fosse um "robô" ou ainda, viver apenas para realizar os desejos do outro.
O que a visão de interdependência, de suposta ajuda e colaboração pode fazer com outras pessoas obrigando-as a ser e a agir como se não tivesse identidade própria ? Seja com a justificativa de que certas ações são necessárias para "salvar almas" ou para que outros possam participar dos "benefícios" no nosso sistema cultural, social e econômico. Nações, religiões têm justificado e usado diversas formas de poder e violência para forçar a outros seres humanos a se anularem sendo obrigados a negar a sua identidade, desistir de sua cultura de origem para aceitar o nosso padrão cultural ocidental cristão e viverem submissos à nossa vontade e maneira de crer e de agir.

Qual é a visão alternativa de diversidade que estimula outras pessoas? Talvez poucas pessoas ou até nenhuma pessoa que vai usar esta cartilha seja ladrão de banco ou um corrupto. No entanto, quase todos nós estamos envolvidos e defendemos o sistema econômico global que violenta o povo, que conduz milhões de pessoas à miséria para que uns poucos possam ganhar muito e se tornarem ricos. As guerras e conflitos de nosso tempo estão relacionados com exploração de riquezas naturais, com a extração de minérios como ouro, esmeralda, diamantes, petróleo etc, com a manipulação de leis e organismos internacionais para defender o comércio e o capital transnacional.

Qual é a visão alternativa da mordomia (do cuidado) da criação para punir os que agem erradamente?

Duas razões geralmente são dadas para a punir os que ofendem a sociedade : 1ª) Retribuição, 2ª) Reforma. A primeira geralmente tem prioridade. É como se nós nos sentíssemos melhor com a punição e o sofrimento do outro. Retribuir com violência, com o extermínio de pessoas e grupos que sejam considerados "perigosos", "terroristas", que sejam contrários ao que determina as nações ricas. Como Mahatma Gande disse: "Olho por olho apenas termina tornando o mundo todo cego." O outro aspecto que é o da reforma tem sido para muitos uma justificativa satisfatória, uma desculpa para fazer as demais pessoas acreditarem que um dia será possível mudar determinadas situações através de leis que na verdade nada traansformam.

Uma visão de justiça que transforma a vítima em opressor para se proteger ?

Esta é uma questão onde a violência é vista como que necessária pelos que defendem a violência para combater o que é "mau" e o que está "errado". O parâmetro que determina ser justo usar a violência são princípios tidos por um grupo hegemônico como sendo o que é "certo", portanto justificam a "inevitabilidade" da violência como prova de que é preciso usá-la.

É possível superar a violência justificando e praticando violência?

Temos que considerar que seja qual for a justificativa ou a ação de uma pessoa ou de um grupo, uma comunidade, ou país , num contexto qualquer, o uso da violência é auto-destrutivo e a longo prazo vai produzir mais violência ainda.

Qual é a nossa visão alternativa para segurança individual e comunitária?

Talvez você pensará em situações e razões que até parece que justificam e apoiam o uso da violência.; talvez até poderá dar exemplos de sua própria experiência ou de sua comunidade. Estaremos pensando sobre algumas destas teses mais adiante.

Usar a violência parece ser a ordem natural das coisas. Muitos defendem a violência como uma forma de obter a sua segurança individual ou de sua família. Será melhor rever a razão porque justificamos, defendemos ou praticamos violência. Será que temos refletido com seriedade sobre quais são os recursos de nossa fé que nos encorajam, inspiram e sustentam para proclamar a paz , o amor e a justiça ? .

Quais são os recursos de nossa fé, de estudo da Bíblia, de conhecimento da tradição, da experiência de vida em comunidade, do cultivo do louvor, da espiritualidade que nos ajudam a viver novas experiências e uma prática nova de convivência ? Será que eles poderão nos fornecer uma visão alternativa de vida em grupo, em comunidade?

ESTUDO BÍBLICO

O profeta Jeremias escreveu uma carta surpreendente ao povo de Jerusalem que tinha sido levado ao exílio na Babilônia pelo Rei Nabucodonosor.

Leia Jeremias 29:4 - 7

Jeremias não disse a eles que deviam alimentar a esperança do fim do exílio. Em vez disso ele falou que no exílio o povo deveria se sentir como se estivessem em casa, construindo suas habitações, plantando hortas, vinhas e continuando a vida familiar. Se o que o profeta disse os chocou, talvez estariam mais chocados ainda com as palavras que estão no versículo 07, pois, foram ensinados a orar e trabalhar pelo bem e, pela paz (algumas traduções incluem até salvação) da cidade onde viviam o seu exílio. O bem só aconteceria se algo de bom também fosse possível para as demais pessoas da Babilônia.

Pense sobre a situação do povo no exílio. Eles guardavam ressentimentos, estavam amargos devido à situação política e econômica em que viviam no exílio. Eles eram forçados a viver no meio do inimigo cuja religião eles desprezavam. Uma reação compreensiva teria sido de aproveitar toda oportunidade para oferecer resistência e buscar vingança. Mas Jeremias disse que eles deviam se esforçar para trazer o bem para o inimigo e isso se reverteria no próprio bem deles.

Leia Romanos 12:9 - 20

Paulo estava escrevendo a cristãos que haviam sofrido perseguição. É fácil falar as palavras de Jesus: "Não resistais ao perverso; mas a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe a outra." (Mt. 5:39) É difícil praticar este ensinamento de Jesus e mais difícil é seguir a instrução de amar os nossos inimigos. (Mt. 5:44) Paulo entendeu perfeitamente que retaliação não é uma atitude própria para o cristão; antes devemos usar o bem para vencer o mal. Esta é a lógica divina da reconciliação que é contrária à lógica da violência.

Por que, quando nosso instinto nos instiga à vingança contra aqueles que nos ameaçam, nos machucam devido a nossa prática religiosa, a nossa fé? Como Jesus, na sua prática nos ensinou a amar os " nossos inimigos "?

O que acontece se buscarmos somente para nós o bem e paz e não buscarmos também para aqueles dos quais temos medo, que desprezamos ou odiamos?

COMO USAMOS PODER?

Pense um pouco sobre a eletricidade. O que a eletricidade possibilita você fazer e que que benefícios ela trouxe para a humanidade? Quais são os riscos e que perigos pode haver no uso da eletricidade? (Se você está trabalhando em grupo, pode dividir os participantes em 02 grupos e cada metade pensaria sobre uma destas perguntas e depois cada um relata suas idéias ao outro grupo). Que outras coisas na vida são úteis e ao mesmo tempo perigosas?

Quem decide, planeja sobre os fatos econômicos, sociais, quem toma decisões sobre o que, como deve ser e acontecer todas as ações, comportamentos na sua família, na igreja, na comunidade local e também no país? As decisões devem ser tomadas por um só indivíduo ou devem ser decisões coletivas? Quem deu autoridade para uma pessoa ou os líderes, chefes tomem decisões em nome da coletividade? Quem decide geralmente se sente poderoso? Por que? Como você julga as decisões se são boas ou mas para a coletividade?

Reflexão Sobre Poder

Poder é a habilidade de controlar, de fazer as coisas, os fatos acontecerem ou de impedir que aconteçam. Para saber se o poder é bom ou mau para as pessoas é preciso saber de onde vem o poder, qual a fonte de onde vem e com que objetivos, qual é a intenção de quem está no poder, como é usado e quais são os resultados de seu uso. No início da conversa o sobre eletricidade talvez você notou que há fatores importantes na geração de eletricidade tais como: - se a geração de energia está sendo feita com recursos não renováveis ; - se no processo de produção e uso da energia são utilizadas máquinas poluentes; - se o mercado de energia explora a mão de obra, e os seus consumidores; - se os perigos de choque e fogo que põem em perigo a vida humana e a natureza estão devidamente controlados; - quais são os benefícios e os prejuisos da luz, da energia, do calor para a s pessoas , para as industrias e os aparelhos de uso domésticos ou comerciais? Eletricidade é um bom exemplo de diferentes formas de poder, pois é ao mesmo tempo útil e perigoso. A questão do poder é um assunto complexo e que levanta temas abrangentes que necessitam de ser discutidos e analisados com bastante clareza.

Ex: Podemos verificar que a violência é um exemplo do mau uso e também do abuso do poder. Esta constatação não deve ser motivo para se negar a existência do poder ou mesmo para deixar de usá-lo. É nesta particularidade que se diferencia o poder da violência. É possível sonhar com um futuro sem violência. É possível existir sociedade sem o poder? Quando desejamos transformar uma realidade que nos parece muito difícil, individualmente, nós nos sentimos incapazes e fracos. No entanto, se nos unirmos, se atuarmos juntos teremos poder para realizar e mudar até mesmo situações muito difíceis de serem mudadas. Precisamos usar poder coletivo e individual para corrigir o que está errado e transformar atitudes , buscar a reconciliação. Sem o uso adequado do poder nada de bom acontece. Existe um ditado popular no sentido de que o mal somente triunfa quando o povo que é bom e que deseja coisas boas não faz nada.

De onde vem o poder? Uma resposta é que vem de Deus. Isso pode ser um reconhecimento de que Deus é o criador de tudo e que o poder vem como dom do Espírito Santo. Algumas pessoas pensam que poder é da natureza de Deus. É possível selecionar textos bíblicos para justificar o uso violento do poder porque é assim que Deus quer. Igualmente é possível acusar Deus de ter nos dado o exemplo de usar mal o poder a fim de justificar o porque fazemos mau uso do poder. Assim estaríamos virando a fé de cabeça para baixo e fazendo Deus à nossa imagem e semelhança, como se a natureza violenta procedesse de Deus. No entanto o que aprendemos com o evangelho de Cristo é que a ressurreição, a transformação não se dá através da força física, nem das armas de pequeno porte, muito menos através de arsenais poderosos para guerras, nem pelo uso de foguetes espaciais ou através do sistema econômico.

Existe um poder que está em cada um de nós e que talvez seja uma das maneiras mais evidentes de que fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. É o poder do amor, da solidariedade, da união, da paz que transforma. O poder transformador é tanto maior quanto mais estamos unidos. Temos fortes imagens bíblicas de poder do povo de Deus nas Escrituras do Velho Testamento, e no Novo Testamento . Temos muitos exemplos do poder transformador da igreja e do reino de Deus. As vezes falamos da possibilidade de dar poder às pessoas como se o poder fosse algo que é bondosamente transferido, doado e que pode ser doado aos outros. Devemos antes falar de atuação de pessoas que vivem o evangelho do amor, perdão e paz. Como essas pessoas agem e marcam a sua presença através da educação do povo. Atuar junto com o povo para que ele possa aprender a canalizar seu próprio poder transformador, a sua vontade criativa para mudar situações de sofrimento, pobreza e dor em capacidade de superação e de construção de uma nova realidade social, política e econômica . Usar a capacidade de solidariedade e do poder do povo para a melhoria da vida de todos.

Para os cristãos o poder deve implicar em novas atitudes, comportamentos e responsabilidades na maneira de usa-lo. Implica também na prestação de contas do uso que fazemos do poder. Temos que Ter consciência de quais são as fontes de onde emana o poder e como as pessoas são afetadas por ele na sua vida cotidiana. É bom Ter sempre na lembrança o que foi sugerido no início deste estudo de que a prova da existência do poder está na intenção de como ele é usado e quais são os seus resultados. Vamos pensar sobre cinco tipos inter-relacionados de poder.

O Poder da Força Física

Podemos realizar muitas coisas e fazer com que elas aconteçam ou evitar certos acontecimentos atuando democraticamente em grupos, realizando discussões grupais e mudando fatos e comportamentos através de decisões e consenso de grupo. A outra maneira de fazer acontecer ou evitar o acontecimento é através do medo, fazendo ameaças e usando a força física. Tanto um ladrão armado como um policial armado trabalham com o mesmo princípio. Se você tem uma arma apontando para a sua cabeça, você se torna vulnerável, e fica menos inclinado a reagir. O valentão no recreio da escola, os pais e maridos autoritários em casa, o chefe ou líder arrogante no trabalho e a poderosa superpotência internacional todos adotam a mesma atitude dos que são poderosos valentões. "Sou maior e mais forte que você, posso mais então faça as coisas como exijo e mando." Isso pode não ser agradável para algumas pessoas lerem, ouvirem e assim tomarem consciência do uso que fazem do poder. Contudo, há muitas outras atitudes autoritárias que devem ser analisadas, desveladas e denunciadas e isto não agrada aos que abusam do poder e da força física. Porque quando não conseguimos dominar as demais pessoas com a nossa vontade, com nossa ordem, nosso mando (seja ela boa ou má) geralmente resolvemos dominar usando a força física. Então vamos refletir sobre qual é a alternativa de ação diante do poder da força física? (Tempo para que o grupo possa discutir e apresentar propostas sobre como usar o poder e a força física).

Poder de recursos

Se eu sou o dono ou se eu controlo algo como chefe ou lider de determinado setor e você depende desse algo para sobreviver; se você precisa de emprego, dinheiro, de determinados bens e não tem então eu uso o meu Ter como uma forma de poder para subjugar, e dominar. Se alguém possui os recursos dos quais o outro necessita e depende muito , então ele pode usar as necessidades do outro para impor o seu poder e suas exigências absurdas. Há pessoas que usam poder de lider, de chefe, de proprietário de recursos para subornar ou obrigar o outro a agir da maneira como ele quer. As vezes, maridos dominadores , cujas esposas são manipuladas e não podem Ter um emprego ou se tem não pode administrar o seu próprio salário, eles fazem ameaças e restrições econômicas para que elas estejam sujeitas às exigências que eles impõem. Há também pais que fazem isto com os seus filhos, até para induzi-los a ser "bonzinhos," oferecendo prêmios ou ameaçando-os ou não deixando participar de atividades que gostam. Instituições, pais, esposos, donos e chefes de empresas manipulam, ameaçam e submetem as pessoas à subserviência porque detém o poder econômico. Os políticos, chefes de países ricos, líderes do sistema econômico global fazem a mesma coisa com as nações, exigindo se submetam ao seu mando, que adotem certas políticas para poder obter vantagens financeiras ou os ameaçam com guerras ou restrições de uso de recursos ou de auxílio. Eles boicotam o uso, a comercialização de produtos e de recursos. Aqui recursos significa também os recursos naturais. O Poder econômico só funciona e domina quando um ou poucos lideres poderosos controlam aqueles recursos que são indispensáveis para muitos porque as pessoas, as comunidades, as nações necessitam deles para sobreviver. Que alternativas devemos buscar e oferecer às pessoas que estão submetidas ao poderio econômico global ou mesmo pessoas que são forçadas a se submeter ao poder de quem manipula os recursos econômicos?
Poder de conhecimento

Este tipo é semelhante ao poder de recursos, de riquesas. É possível usar conhecimentos, recursos intelectuais adquiridos por pessoas ou instituições de pesquisa só para benefício próprio e também para beneficiar grupos e nações poderosas. Há muitas formas de restringir o uso do saber, o conhecimento e o que resulta dele para a ciência tais como: Não divulgá-los, não permitir que outros cientistas nem outros países possam usá-los em benefício dos povos e das comunidades em geral. O conhecimento está se tornando um produto comercial, controlado e manipulado. Assim sendo o conhecimento é controlado e vendido, tal qual outro produto qualquer (commodity), sujeito a certos tipos de protecionismo, através de leis internacionais. O conhecimento tornou-se objeto comercial manipulado por interesses políticos e econômicos de indivíduos, grupos e nações dominantes. A ciência, o conhecimento como uma forma de poder tem usurpado e se apoderado do " conhecimento que foi adquirido pela tradição, assim foi sendo acumulado através dos tempos por determinado povo, nação ou por um grupo social ou até por uma pessoa. As restrições e manipulações do conhecimento científico tem sido uma forma de impedir o uso e o avanço da ciência e o que resulta dela em benefício das pessoas, da vida e das comunidades. O poder do conhecimento tem fortalecido, enriquecido algumas nações e enfraquecido e empobrecido e até destruído outras que não possuem recursos financeiros para adqüirir, ampliar seus conhecimentos e pesquisas custear as despesas com material e cientistas que realizam pesquisas chamadas de " pesquisas de ponta." Como atuar e exigir que a ciência, o conhecimento seja um direito de todos e não só dos poderosos?

Poder da mídia, dos meios de comunicação

Outro tipo de poder é o da mídia . Os meios de comunicação estão presentes em todas as sociedades e comunidades, dentro dos lares ricos e pobres. A mídia é um instrumento, um veículo de formação e divulgação de opinião, de idéias, de fatos e conhecimentos com grande capacidade de penetração e de poder sobre as pessoas e nações. A mídia pode manipular pessoas e instituições, pode ser usada de forma inescrupulosa por grupos econômicos, religiosos, políticos, etc. Os líderes, os grupos dominantes usam o seu poder através da mídia para criar, divulgar ou distorcer fatos, idéias, conhecimentos. Usam os meios de comunicação como querem para servir os seus próprios interesses. É possível adotar medidas para melhorar o uso dos meios de comunicação? É possível transformar a mídia em um recurso menos manipulado, mais útil para todos e mais ético?

Poder de posição

Algumas pessoas tem poder devido a sua posição diante dos demais, como por exemplo o presidente da república, ou primeiro ministro, os senadores, deputados, governadores, prefeitos, os líderes comunitários, o bispo ou o sacerdote, o pastor, o marido ou o pai, a mãe. Realmente o poder advindo da posição só pode funcionar totalmente se houver o consentimento daqueles que são "governados". Em algumas culturas os anciãos tem poder de posição devido o respeito que os outros têm por eles. Como podemos ter certeza que aqueles que tem posições privilegiadas, que exercem o "mando" não estão manipulando o poder? Será que tomam decisões responsáveis e agem de forma ética, para o bem e comum, para beneficiar a todos e com o consentimento de quem lhes confiou o poder?

Devemos também notar, que às vezes, os sacerdotes, pastores, os líderes religiosos e as igrejas têm muito poder, devido a posição que ocupam diante dos "fiéis". Esse papel do líder religioso foi sendo construído historicamente através de uma tradição, como se o líder fosse representante de Deus na terra. Essa forma de pensar foi sendo aceita pelas pessoa ou comunidade sem nenhum questionamento. A mesma pergunta em referência aos privilégios obtidos pelo poder religioso, também pode ser colocada para a igreja. Será que a igreja, os seus líderes estão usando o poder que a comunidade delegou a ela para o bem comum ou para proveito pessoal ou do grupo de dirigentes? O que o poder religioso tem feito para melhorar as condições de vida dos mais pobres, dos que são humilhados, explorados, expropriados e enganados? Como a igreja e os seus líderes usam o poder, quem está sendo beneficiado? A igreja e seus dirigentes estão usando ou manipulando o poder para beneficiar a quem?

Poder moral

Este tipo de poder é complexo e inclui valores culturais, mitos, usos e costumes que são passados de uma geração à outra podendo ser exercido por pessoas, líderes, governantes, Sacerdotes , etc. Há os que têm poder moral devido à tremenda força de seus cargos, de seu papel no grupo local ou familiar, ou até mesmo devido às suas personalidades, exigem atenção, consideração e até mesmo obediência. A influência dessas pessoas pode ser boa ou igualmente má. O poder moral seja ele bom ou mau, depende da aceitação da pessoa comandada ou do grupo. Contudo, esse tipo de poder se transforma de acordo com a época. Não existe poder moral absoluto. Mesmo esse tipo de poder precisa ser avaliado e se ele causa prejuízos às pessoas e à comunidade é preciso questioná-lo para que mude.

Como entendemos, analisamos e que propostas fazemos para a questão do uso do poder ? Como nós atuamos a partir de nossa própria experiência? É possível refletir de modo mais claro, mais justo junto com a comunidade e atuar para mudar a atual visão e uso do poder?

ESTUDO BÍBLICO

O Rei Davi é lembrado na imaginação popular por dois fatos: _ um ato de heroísmo e um outro - enorme abuso de poder. A história de Betsabá, de Davi e de Urias não é basicamente sobre promiscuidade sexual. Temos que lembrar que Davi tinha muitos relacionamentos, coabitava com diversas mulheres e esse comportamento era aceitável culturalmente pelos seus contemporâneos. Quando Davi viu Betsabá, cujo marido estava distante, na guerra, ele se enamorou dela. Mandou, então, que ela fosse conduzida ao seu quarto. Desde esse fato ele entrou num curso de ações desastradas. Betsabá ficou grávida. Para encobrir este fato do público, Davi tentou persuadir o marido dela, Urias, que estava longe com o exército em guerra, a voltar para casa para que a criança que havia de nascer fosse aceito como filho dele. Mas, Urias tinha um grande sentido de responsabilidade junto aos companheiros, lá na batalha perigosa, então ele recusou voltar e dormir com sua mulher. Davi, como o rei que detinha o poder, deu uma ordem cínica: _ Urias devia ser colocado na primeira linha de frente da batalha para que fosse morto. Davi não se sentiu constrangido com o seu ato violento. Logo tomou Betsabá como uma de suas esposas.

Leia II Samuel 12:1 -7

Você considera que Davi abusou do poder que ele tinha como rei? Você acha que Davi queria sinceramente usar o seu poder para corrigir os erros do povo e da nação judaica que foram revelados pelo profeta Natã ? Por que ele não conseguiu controlar o seu próprio abuso de poder?

Leia Filipenses 2:5-11

Neste trecho lindo Paulo está provavelmente citando um hino de louvor próprio daqueles primeiros tempos. Ele diz muitas coisas sobre Cristo que merecem a nossa reflexão. Mas agora focalize sua atenção no que o texto diz a respeito do poder.

O que este trecho nos ensina sobre o uso de poder? Por que Cristo usou este método de se esvaziar de toda a glória divina para se identificar com as pessoas humanas? Por que Cristo aceitou passar pela experiência da morte e este ato se tornou algo tão poderoso?

O que estes dois textos ensinam a você a respeito de como usar o poder nos seus relacionamentos?

Como Agir Com Justiça?

Para Começar pense em uma ocasião, em um momento de sua vida em que você disse: "Isto não é justo." Ou "Aquilo não é certo." Podia ter sido algo que aconteceu com você ou algo que você viu acontecer com outra pessoa. O que foi que aconteceu que levou você a dizer que algo não era justo ou certo? Como você chegou a esta opinião? Como você ou a outra pessoa envolvida se sentiram injustiçadas diante da situação?

Você, quando esteve em situação de mando e de poder já cometeu injustiças? Por que? Como? (Verifique e reflita consigo mesmo). É possível mudar essa forma de comportamento injusto ? Ou é preferível continuar exercendo o poder para ser importante e reconhecido conhecido como tal , mesmo cometendo injustiças?

Quais são as notícias, os fatos, acontecimentos de sua comunidade, notícias nacionais ou globais que as pessoas estão discutindo com mais freqüência hoje? Quais delas envolvem sentimentos de injustiça? Por que somos mais sensíveis em relação a algumas formas de injustiça do que a outras?

REFLETINDO SOBRE PODER

Quando falamos de justiça muitas vezes estamos pensando na côrte judicial e nos fóruns judiciais onde a aplicação das leis é decidida por juizes, magistrados, advogados e testemunhas, enfim os defensores da lei, que de deveriam atuar em defesa do bem comum. De fato é vital que justiça seja feita na côrte mas existe muito mais do que isso para dizer, para experimentar sobre justiça. Justiça é respeito mútuo de direitos humanos. Justiça é convivência humana digna, moral e ética e não simplesmente o aspecto legal. Justiça é o respeito às ações "certas" e eticamente adequadas para restaurar os relacionamentos humanos. O que "certo" deve estar aberto à discussão, mas devemos pensar além do estabelecimento de erro, de culpa e sentença legal dada pelos jurados e juizes.

Podemos descobrir duas imagens diferentes de Deus nas escrituras do Velho e do Novo Testamento. Uma apresenta Deus como um juiz humano, que baixa sentenças na côrte. A outra descreve Deus como um juiz que faz a justiça ou quem faz a justiça acontecer.

A primeira preserva o papel de Deus como aquele juiz que toma a decisão final sobre o que é bom e certo para o povo. Deus não é um observador neutro da vida e do mundo. Ele é um Deus que age e requer de nós atitudes diante da realidade. Ele deseja que as pessoas assumam responsabilidades na maneira de tratar uns aos outros. O Deus da segunda imagem não espera até o fim dos tempos para julgar, para ver se os relacionamentos estão certos ou errados. Deus não criou as pessoas para que umas dominem sobre as outras.. Deus criou as pessoas para agirem corretamente, com justiça, em relação ao seu próximo, no momento presente. É por isso que a justiça e a misericórdia são vistas de forma integrada, uma em relação a outra. O alvo da justiça não é simplesmente punir os culpados a fim de prevenir , para que não aconteça atos errados no futuro. Justiça é antes o querer e o atuar para estabelecer uma nova forma de relacionamento humano, ou melhor, é um conjunto de ações que se renovam e buscam novas formas para o relacionamento harmonioso, justo entre os seres humanos. A justiça deve atuar para que a vida em comunidade seja solidária e dígna para todos e todas.

Um dos livros da escritura hebraica é chamado "Juizes". Este livro contém as histórias de homens e mulheres que foram apontados por Deus para endireitar os erros da época. O papel deles era fazer justiça. Os juizes podem Ter entendido a mensagem de Deus de forma e agido de outra. Ainda que, do nosso ponto de vista hoje, tenhamos questões e restrições quanto ao agir daqueles líderes e sobre as intenções deles, eles estavam praticando a justiça de acordo com os critérios e a ética daquela época. Os profetas hebraicos exigiam justiça. Em toda geração tem havido pessoas que atenderam o chamado de Deus para trabalhar pela justiça. É preciso agir com justiça de acordo com os critérios estabelecidos por Jesus e ele chamou os discípulos para que pregassem o evangelho, praticassem a justiça e defendessem aos injustiçados. Esta foi a razão da chamada dos discípulos e é a mesma chamada hoje para nós também.

A injustiça é uma forma de violência. Ela produz violência onde o povo não tem outro recurso a não ser usar a sua própria força para corrigir erros. A injustiça muitas vezes estimula o crescimento de violência econômica, política, étnica e racial. Apesar do horror que sentimos de atos abusivos praticados por aqueles que estão procurando ocupar o lugar no mundo a que tem direito, percebemos que o mau uso do poder é gerador de injustiças e que instiga a ações violentas. Entretanto, relacionamentos adequados, felizes, justos nunca serão estabelecidos de forma duradoura por meios injustos.

Ao considerar a relação entre justiça e paz, esta proposição nos ajuda a pensar sobre as maneiras diferentes em que usamos a palavra "paz." Acabar com a violência física numa situação particular é uma forma de buscar a paz. No entanto, a paz duradoura não será alcançada até que todas as formas de violência e injustiças não sejam resolvidas. A necessidade de reconciliação é uma realidade. Devemos reconhecer também que a busca de certas formas de justiça, como por exemplo a corte punir com a morte aqueles responsáveis por crimes contra a humanidade pode produzir reações violentas.

Justiça é a exigência de respeito ao que é certo ou errado de acordo com a lei, seja de Deus ou a lei humana? Ou será que Justiça se refere mais à criação e a busca de novas formas de relacionamentos de respeito, convivência e vida dígna para todos e também restauração de relacionamentos mais justos? Que diferença a nossa resposta pode fazer sobre a nossa maneira de agir?

Passemos agora a pensar sobre quatro formas de injustiça , entre as muitas existentes que que são violentas e que podem ser para algumas pessoas estímulos e fontes de aprendizagem de violência.

1ª- Injustiça econômica

Dentro e entre as nações existe uma distribuição desigual da riqueza. Uma nação ou região pode ser rica em recursos naturais enquanto que a maioria de sua população vive na miséria. A habilidade natural do povo e sua capacidade de trabalho muitas vezes é explorada de maneira tal que ele jamais consegue meios para se sustentar. Através da história, vemos que o enriquecimento da elite dentro das sociedades tem resultado no empobrecimento da maioria do povo. A globalização econômica multiplica esta injustiça a nível global. Ricos explorando pobres; nações poderosas que por razões políticas e econômicas impõem leis, declaram guerras , dominam e subjugam outros povos levando-os à miséria e ao aniquilamento.

2ª- Injustiça política e social

Muitos de nós temos fé profunda em um certo tipo de democracia representativa e na habilidade das nações para a construção de um ambiente de paz, propício, justo para que o povo possa viver com dignidade. No entanto, nações fortes que não conseguem controlar nem mesmo o seu próprio "destino", fazem de tudo para controlar as outras nações e impõem condições para que as nações pobres possam subsistir, tal é a força que exercem. Vemos ainda que muitas nações negam os direitos políticos, econômicos e sociais ao povo com a desculpa de estar promovendo o desenvolvimento, a segurança nacional. Assim, governantes exploram e dominam o seu povo; nações ricas exploram as que são pobres e impedem o seu crescimento econômico, social, político e cultural. Há nações onde o povo vive na miséria e são explorados pelos seus líderes e chefes políticos. Em alguns lugares os cidadãos não participam de eleições livres porque são impedidos pelos governantes. Em outros lugares os cidadãos/ cidadãs não votam porque sentem que as entidades eleitas não são representativas para tomar decisões e nem atentas aos desejos e às necessidades dos eleitores. Os processos de justiça criminal e cível, em geral, ficam do lado e defendem os que tem recursos para recorrer e para defender a si próprios. Mesmo em países com tradição de respeito à lei, a "justiça" pode ser comprada e decisões políticas podem ajudar os poderosos a escapar das conseqüências de seus atos.
3ª - Injustiça cultural

As ameaças, condenação e destruição da identidade religiosa e cultural dos povos que antes era feita publicamente pelo imperialismo e pela colonização, continua da mesma forma só que agora , não mais por força e sim por meios sutis, inclusive através da mídia. A identidade, a cultura de um povo é uma força libertadora, que preserva, renova, anima e apoia a vida em comunidade. A identidade cultural ela tem raízes dentro das culturas locais e cria sentido para a vida comunitária. Contudo, está sendo destruída, para dar lugar a uma cultura global orientada política e comercialmente por interesses do capital trasnacional. A identidade de um povo, de uma comunidade, de uma família e os seus valores e culturas estão sendo desprezados em nome de uma cultura massificada, voltada para o consumo, globalizada e onde o ser humano perde as suas referências, sua raízes e valores éticos. O ideal de vida que está sendo promovido pela sociedade globalizada é o que dá ênfase ao desenvolvimento do ser egoísta, individualista, onde o que impera é o sucesso econômico e a glorificação da violência.

4ª - Injustiça racial

A injustiça racial desumaniza as pessoas , pois tem como base a aparência física e estereótipo racial. Através dos anos os povos indígena e negro têm sido tratados como inferiores, sujeito à todo tipo de preconceitos, humilhação, violência e submissão desencadeadas pelos seus opressores.

Como foi dito, cada uma destas quatro violações desencadeadas contra o povo, produzem outras tantas violências por parte daqueles que sentem violentados. A violência acaba sendo disseminada e incentivada como uma necessidade, pois parece ser a única saída e a única resposta efetiva para os que foram deserdados de seus direitos, de sua identidade, desrespeitados, humilhados. Como podemos trabalhar para que as injustiças raciais sejam transformadas e surjam outras formas de convivência, de direitos à vida em comunidade? Como atuar para que os relacionamentos entre pessoas de diferentes etnias possam ser dígnos, respeitosos? Como podemos superar preconceitos e buscar justiça e paz junto com todos e sem distinção ?

ESTUDO BÍBLICO

Explorar outras pessoas parece ser algo sempre presente e que faz parte da natureza humana através da história. O povo de Israel sabia como deviam conviver uns com os outros conforme a lei de Deus. Mesmo assim, constantemente, precisavam ser lembrados pelos profetas sobre a insistência de Deus para que eles agissem com justiça.

Leia Amos 8:4-7

Manipular preços a favor do vendedor que está vendendo milho ou a favor de quem vendendo ações no mercado tem a mesma conotação de fraude e corrupção dentro de parâmetros pregados e denunciados pelos profetas. O resultado é sempre o mesmo, os poderosos ganham e os pobres perdem. Vender produtos inferiores como se fossem de boa qualidade e autênticos é tão desonesto quanto vender arroz com palha como se fosse de primeira qualidade, ou ainda se vender alimentos, refrigerantes etc. adulterados, com produtos prejudiciais à saúde. Há ainda os que comercializam produtos religiosos, fazem promessas de bens espirituais com a finalidade de obter fama e lucros. Estas práticas são piores por causa da hipocrisia de pessoas que se dizem religiosas e que estão na igreja dizendo louvar a Deus quando na realidade o que desejam é obter vantagens ou estão pensando em voltar para o seu comércio e prosseguir na prática de vendas ilícitas.

Qual é a relação entre justiça e adoração a Deus?

Mais ou menos 800 anos depois, Jesus levantou na sinagoga em Nazaré e pronunciou palavras de Isaías como fundamentais para o ministério dele.

Leia Lucas 4:17 - 21

Lucas coloca este fato logo após à tentação de Jesus no deserto. Jesus tinha resistido a tentação de negociar a sua missão, servindo a si mesmo num ministério superficial. Em vez de simplesmente condenar ou exigir retribuição daqueles que causaram pobreza, exclusão, cegueira e opressão, Jesus usa estas palavras citadas por Lucas para incentivar as pessoas a corrigirem os seus erros. Jesus afirma que fazendo justiça é que se restaura a dignidade .

Um visitante atento poderia usar estas palavras para descrever o ministério de sua igreja?

Que dizem a nós estes dois trechos bíblicos de Amos e Lucas sobre a maneira em que devemos praticar a justiça?

QUAL A IMPORTÂNCIA DA IDENTIDADE?

Para Iniciar junte alguns símbolos que dizem algo sobre quem você é. Pode ser certidão de nascimento, passaporte, identidade, carteira de motorista pois dizem alguma coisa sobre sua pessoa. Junte também algo que simbolize sua vida, o que você é, o que identifica você enquanto cidadão e também os seus relacionamentos, o que você acredita, suas atividades, seus interesses, sua personalidade?

(Somente para grupos) Cada participante escreve uma lista de dez palavras que descrevem a si própria. Junta as listas e distribua as mesmas sem fazer seleção prévia. Cada pessoa tem que descobrir, com a ajuda dos outros participantes se for necessário, quem a pessoa que a lista descreve.

Para Ajudar Você a Refletir Sobre Identidade

Talvez sejamos surpreendidos ao descobrir que outras pessoas não nos vêm da mesma maneira em que nós nos vemos. Existem duas razões porque devemos reconhecer este fato. A primeira é que os relacionamentos, muitas vezes, entram em crise quando não reconhecemos que a opinião que os outros têm sobre nós não é igual a que temos de nós mesmos. A segunda é que muitas vezes não sabemos distinguir entre o ideal do que devíamos ser e a realidade do que realmente somos. Por exemplo, uma igreja pode proclamar sua identidade como uma comunidade cordial que recebe com alegria os são visitantes, e os seus membros acreditarem que é isto mesmo. Mas, para pessoas que vão à igreja pela primeira vez e ninguém a cumprimenta, não dirigem a ela uma única palavra, a identidade proclamada pela a igreja parece exatamente o contrária.

Para promover boas relações nós e as nossas igrejas precisamos nos observar e descobrir como e que os outros nos percebem. Devemos ser honestos o suficiente para admitir as nossas falhas. Precisamos ter certeza de que nossa identidade não é comprometida por uso de máscaras onde procuramos ocultar a realidade e o que realmente somos. Geralmente as pessoas precisam de máscaras porque os comportamentos e os relacionamentos pessoais, íntimos foram forjados através de ameaças, do medo devido ao regime autoritário e a força repressiva e opressiva, sem nenhum vínculo de amor e respeito mútuo . Pessoas que aparentam ser o que não são ou cujos comportamentos variam de acordo com os interesses pessoais e o local onde se encontra. A igreja representa o corpo de Cristo e a promessa da vinda do Reino de Deus, portanto se na identidade da igreja não reflete o reino do amor e do evangelho ela perde a razão de ser. O ser cristão é viver a dimensão do amor, vivido e ensinado por Jesus, no cotidiano ao se relacionar com as outras pessoas. Isto dá ao culto, ao louvor uma dimensão maior pois testifica a sua identidade universal o que se evidencia na pratica diária da vida de seus membros em qualquer lugar do mundo onde esteja..

A identidade religiosa tem sido um dos fatores que se faz presente em muitas formas de violência, o que tem contribuído para desencadear atitudes violentas dentro de famílias, comunidades e entre nações. Essa identidade é aquela que as pessoas de fé atribuem a si mesmas mas é também aquela que é identificada por outros. Muitas vêzes, o uso da violência tem sido justificado pelo viés religioso. Talvez seja melhor dizer que a identidade religiosa é um fator que causa a violência. Isso devido à complexidade tanto da questão de identidade religiosa como da questão de violência . A religiosidade e a violência trazem na sua construção histórica justificativas para destruição da vida e estas causas interagem entre si. A violência entre comunidades pode ser uma mistura de conflitos relacionados com as questões econômicas, sociais e culturais como: problemas de desemprego, habitação, saúde, educação, segurança (polícia), preconceitos, racismo e assim por diante. Mesmo que o fator das diferenças religiosas seja apenas um dos fatores, ele pode ser usado para desencadear e fortalecer os conflitos e cada vez mais ressaltar as diferenças de identidade entre os grupos que se confrontam.

Provavelmente não faria diferença nenhuma se os dois lados fossem designados como "maçãs" e "laranjas" e não por uma religião e outra, pois a razão da disputa seria a mesma. Mas o fato é que a religião é quase sempre usada para definir a identidade de um grupo e os seus conflitos. As religiões são vistas como causadoras de conflitos e guerras como por exemplo: Cristãos e Muçulmanos, Cristãos e Judeus, Muçulmanos e Judeus, Hindus e Sikhs e muitas outras combinações. Talvez pensemos que de modo particular que a religião cristã não é um fator gerador de conflitos, no entanto, se verificarmos e analisarmos de forma isenta, vamos descobrir que temos produzido muitos conflitos religiosos . Os conflitos têm se evidenciado mais naquelas culturas onde se acredita que a essência do conflito é o cristianismo.

Talvez queiramos perguntar se existe uma identidade puramente religiosa. Uma identidade religiosa esta diretamente relacionada com que cremos mas ela não é limitada somente a isso. Cristãos podem concordar com uma base comum da fé, por exemplo o Credo de Nicéia. Mas isto não é uma identidade comum para todos as igrejas cristãs nem para cada um dos cristãos. Longe disso. De fato, as igrejas poderiam discutir até que ponto a identidade é um fator entendimento dentro de um certo contexto, ou se identidade religiosa esta relacionada com a construção histórica de determinado grupo religioso e como o mesmo se formou em determinado contexto histórico, econômico. Se dissermos que nossa identidade religiosa pode estar e ser separada da identidade de nacionalidade, da identidade étnica ou política, ou mesmo da identidade que é resultado de nossos relacionamentos ou nossas atividades, corremos o perigo de expressar uma fé que não envolve a vida na sua totalidade .

A identidade é fortalecida dentro de uma comunidade porque, como temos visto, parte de nossa identidade vem de nossos relacionamentos com outros e, se estamos falando de identidade religiosa, inclui também o nosso relacionamento com Deus. Temos sugerido acima que existe um a relação estreita entre como entendemos a questão da violência e como é o nosso entendimento no que se refere a poder, justiça, amor e a natureza de Deus. O que acontece é que, em vez de firmar a nossa identidade na relação com o outro, como seres criados à imagem e semelhança de Deus, filhos herdeiros da graça em Cristo, antes o que fazem muitos é criar uma identidade para Deus que distancia os seres uns dos outros e assim sendo podem satisfazer os seus interesses e justificar as suas ações .

Na construção da identidade é necessário ter espaço para pesquisar, refletir sobre quem somos e como nos relacionamos uns com os outros e com Deus. No Conselho Mundial de Igrejas tem sido discutido a idéia de espaço ecumênico, isto é, espaço onde pessoas com identidade religiosa diferente podem se sentir seguras e ser tal como são. Isto quer dizer, todos devem se sentir respeitados, sem nenhum tipo de ameaça nem exploração.

Entrar em relações de aceitação mútua dentro e entre religiões seria um passo grande demais para alguns. Aceitar aqueles que não têm a mesma crença que nós temos pode ser uma parte importante de nossa identidade religiosa uma vez que a identidade se evidencia a partir da diversidade. Sectarismo e fundamentalismo religioso se firmam como se fosse possível uma única identidade, cujas linhas radicais, duras não consideram as diferenças o que é uma distorção de identidade.

A capacidade de ver os outros positivamente tem implicações para a nossa fé, a nossa teologia e para a compreensão do que é missão. Atividade missionária agressiva pode ser vista como violação dos direitos humanos e desrespeito á cultura religiosa do outro. A violência religiosa é contrária à idéia do evangelho e aos objetivos de missão. Missionários cristãos nem sempre tem sido sensíveis às culturas negras e indígenas, preferindo antes impor uma identidade cristã ocidentalizada. Atos litúrgicos de arrependimento por esse tipo de agressão podem ajudar a todos nós resgatar relacionamentos positivos entre cristãos e outras culturas tanto em nossas comunidades como culturas de diferentes partes do mundo.

Existe uma diferença entre aceitar as pessoas nas relações humanas sociais e aceitar e respeitar a sua fé e crença religiosa? Como podemos reconciliar convicções profundas de fé e uma atitude de abertura e aceitação do outro? Como podemos ver as pessoas que tem crença religiosa diferente da nossa como um potencial para enriquecer a nossa própria fé e não como uma ameaça a nossa identidade?

ESTUDO BÍBLICO

Ser o povo escolhido de Deus é um privilégio dignificante mas também uma responsabilidade. Moisés explicou isto num encontro com povo de Israel.

Leia Deuterenômio 10:12 - 22

Existem dois problemas com o privilégio: _ 1º podemos apreciar tanto o privilégio que esquecemos da responsabilidade; _ 2º acreditar que o privilégio deve ser apenas para o seu grupo e então ficar com o privilégio dentro de um círculo fechado. Parece haver exemplos demais destes problemas nas escrituras do Velho Testamento e na história da Igreja Cristã. Talvez é por isso que Moisés foi lembrado como um líder que deu ênfase constante ao privilégio e também à responsabilidade do povo que foi escolhido por Deus. Este tema foi levantado mais tarde também pelos profetas. Existe um relacionamento dinâmico entre privilégio e responsabilidade que não pode ser visto como um ensino simplório de "segue a lei de Deus assim ELE vai lhe fazer um favor, você vai ganhar um prêmio de Deus."

Entre os privilégios e responsabilidades de Israel estavam os de acolher bem os estrangeiros que viviam juntos com eles, todos que vieram de outros lugares e que não pertenciam à nação judaica; aqueles que tinham uma cultura diferente. Deus cuida de todos os povos, dos que são fracos ou dos que não têm posição na sociedade.
Os privilégios e responsabilidades das igrejas incluem ou excluem as pessoas que não são membros de nossas comunidades? O que significa para a igreja saber que Deus cuida deles da mesma maneira que cuida de nós que pertencemos a determinada igreja?

Leia Efésios 2:13 - 18

A afirmação de Efésios não é que Cristo simplesmente derruba as barreiras judeus e "gentios" só isso já seria uma boa nova em si. Mas Efésios prossegue para dizer que Cristo faz uma mudança radical para criar uma nova criatura, uma nova humanidade. O Projeto de Deus, em Cristo é dar a todos oportunidade de salvação, de mudança de rumo, de vida nova. Criar um projeto novo para a vida é criar uma nova dimensão de justiça e de paz.

Como podemos ter certeza que a nossa identidade trás esta marca de nova criatura em Cristo, e que não cria nem preserva as barreiras da inimizade que divide a igreja e a nossas sociedades?

SUGESTÕES

É possível atuar para transformar?

Esperamos que refletir sobre os temas levantados nesta cartilha tenha sido o primeiro passo de uma longa caminhada para um novo projeto de vida. Esperamos que o que vocês conversaram e refletiram juntos tenha possibilitado; a) levantar sugestões, algumas dicas e perguntas que ajudarão vocês tomarem decisões ; b) criar desafios para que vocês não se acomodem e estejam satisfeitos com a realidade das coisas tal como estão; c) perceber que a fé cristã nos dá recursos imensos trabalharmos, realizarmos mudança em nos mesmos, em nossas igrejas e na sociedade.

Focalizando e Procurando Ver Mais Profundamente

Num livreto como este não é possível abranger todos os temas sobre como superar a violência e de que forma poderemos alcançar a reconciliação e paz. Certo é que precisamos caminhar muito mais em direção da justiça e da paz e para que as nossas ações sejam efetivas precisamos estar focalizados no evangelho da redenção, do amor, do direito à vida em abundância. É necessário ainda buscar outros temas, identificar pelo menos um ou dois temas próprios da realidade de sua comunidade e que vocês reconhecem como importantes. Estes temas podem estar relacionados tanto com problemas locais ou com grandes conflitos globais. Exemplo: Uma congregação levanta o tema sobre a violência nas ruas de sua comunidade; outra se envolve em campanhas a fome e a dívida externa das nações pobres; outra igreja escolhe atuar junto as famílias para ajudar a superar a violência com mulheres e crianças. Seja quais forem os temas vocês escolherem precisam atuar com compromisso e ir fundo nas questões, analisando e considerando quais são as raízes dos problemas. Buscar aprender e atuar junto com outros grupos, observando, indagando, dialogando para saber como foi possível superar as dificuldades e transformar a realidade.

Saiba O Que Você Quer Fazer

Queremos superar a violência.? Então não basta apenas dizer para as pessoas que devem deixar de abusar de crianças ou terminar com os conflitos étnicos. A violência, na maioria dos casos, está relacionada com a maneira de tratar de problemas básicos. Temos de refletir sobre como podemos reagir a problemas particulares de maneira não violenta e como podemos desenvolver soluções justas para remover ou reduzir as causas da violência. Precisamos ser capazes de sugerir alternativas positivas para superar violência ; buscar envolver grupos antagônicos através de novos métodos e novas formas de se relacionar uns com os outros. A quantidade de violência no mundo pode nos abismar, amedrontar e nos convencer de que não há nada mais que podemos fazer. Se escolhermos e focalizarmos ações simples e pequenas mas que façam parte do espaço onde estamos e que fazemos com empenho certos de que a nossa atuação vai fazer diferença nós estaremos iniciando um importante processo de mudança na nossa comunidade mas que terá reflexos em muitas outras. Não se preocupem com o grande número de coisas que vocês não podem fazer para superar violência. Inicia com algo que vocês podem realizar.

Envolva Mais Gente

Busque encontrar outras pessoas que estejam dispostas a trabalhar pela paz.

Há na sua comunidade, na sua congregação amigos e amigas que podem estar junto com você, se envolver e atuar na Década para Superar a Violência ? Muitas congregações têm grupos de mulheres e de jovens atuantes que com muita energia e imaginação podem se juntar outros grupos para trabalhar no mutirão da paz.? Há grupos de estudo bíblico que podem estar refletindo mais especificamente sobre amor, paz e reconciliação? Como poderia o trabalho de aconselhamento pastoral de sua congregação dar apoio e ajuda às vitimas da violência? É possível reservar um espaço seguro para abrigar as vítimas da violência e onde elas possam falar sem medos sobre o sofrimento e sobre aqueles que causaram suas dores ? Vocês poderiam envolver outras congregações locais e outras denominações para ações conjuntas em favor da paz ? É possível diferentes igrejas criar grupos de solidariedade e ajuda mútua para as vítimas de violência? Você conhece alguma organização ou entidade que desenvolve campanhas ou ações pela paz e que está atuando com as questões de violência na sua comunidade, na sua cidade ou nação? De que maneira você pode atuar mais efetivamente para superar a violência e conseguir a paz na sua comunidade ou na sua família?

Vamos lembrar algumas ações concretas para superar a violência. Vocês podem buscar e criar muitas outras formas, contudo destacamos as que se seguem:

INFORMAÇÃO E COLABORAÇÃO

Quanto mais estamos informados e divulgamos ações em favor da paz mais estamos colaborando para superar a violência.

A violência é uma ameaça para a humanidade e um desafio para as pessoas que acreditam e praticam a justiça, buscam viver em harmonia e que seguem o que Jesus viveu e ensinou: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo". Os profetas e os evangelhos falam da possibilidade de um reino de paz entre as pessoas, as nações e com a natureza. Logo, quanto mais os cristãos conhecem as lições bíblicas e buscam se informar sobre as diferentes maneiras de se alcançar a paz mais o reino de Deus estará sendo implantado entre a humanidade. Citamos duas alternativas possíveis de serem imediatamente iniciadas.

Oração

A Oração é uma ação poderosa e também perigosa. Se nós esperamos que Deus realiza transformações sem mudar o que somos estamos enganados e ficaremos desapontados. Como descobrimos nas primeiras páginas desta cartilha, nós somos parte do problema de violência e não apenas observadores. Ao orar nós abrimos as nossas mentes e corações e também nossas igrejas para fazer a vontade de Deus. A disciplina espiritual através da oração nos capacita a viver e a promover a reconciliação e a paz tanto em nossas vidas enquanto indivíduos como em nossas congregações. Isto significa também estarmos abertos para mudanças nos nossos comportamentos, atitudes e na maneira de nos relacionarmos com as outras pessoas nos tornando capazes de perdoar e sermos perdoados. Oração é um meio poderoso para mudança e transformação de atitudes e comportamentos. Orar é também uma nova forma de atuar e nos tornarmos solidários com as vítimas da violência.

ATUAÇÃO

Não Guardem Suas Idéias e Planos Para Si Mesmos mas atuem .

Comuniquem, divulguem para outras pessoas o que vocês têm aprendido e o que vocês pretende fazer em prol da paz. A Década Para Superar a Violência é uma iniciativa das igrejas. Precisamos atuar e encorajar uns aos outros em busca da paz divulgando nossas idéias, experiências e nossas atividades. Se possível mobilize as pessoas que são líderes na sua cidade para que elas se juntem em um trabalho voluntário e criem grupos comunitários, ou Comitês para atuar na superação da violência e na construção da paz. Procure criar comitês em todos os bairros da cidade e procure envolver diferentes representantes da sociedade civil, das associações de bairro, das entidades culturais e de promoção social, igrejas etc. Quando houver mobilização de diferentes setores e líderes da cidade então planejem juntos oficinas, mutirões pela paz, atos públicos em favor da paz e convoquem toda a população para os eventos.

Comunique a sua igreja nacional e o seu conselho de igrejas cristãs de que modo vocês estão se envolvendo com a Década. Entre em contato com o Conselho Mundial de Igrejas também.

"Não é suficiente falar sobre paz. A gente precisa crer nela. E não é suficiente crer nela. A gente precisa trabalhar por ela." (Eleanor Roosevelt)


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